Economia Aplicada
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Item Localização de indústrias de moagem de calcário agrícola no estado de Goiás(Universidade Federal de Viçosa, 1979) Machado Neto, José Ribeiro; Ribon, Miguel; http://lattes.cnpq.br/2099806813213990A incorporação de solos de cerrado do Estado de Goiás para expansão da fronteira agrícola exige aumento da demanda de fertilizantes e corretivos. A expansão da indústria de calcário agrícola no Estado, mediante a utilização de índices de capacidade ociosa das unidades de moagem ou mediante a adequada localização de novas unidades, estão sendo limitada pelos sucessivos aumentos dos índices de preços dos combustíveis e lubrificantes. Atualmente, o sistema viário do Estado de Goiás é formado, na sua maior parte, por rodovias, e as constantes alterações nos custos de transporte restringem a comercialização dos insumos básicos no setor primário. Em face das limitações impostas pelas alterações nos custos de transporte, o principal objetivo deste estudo foi a determinação da localização ótima de novas unidades de moagem de calcário agrícola no Estado de Goiás, por meio da minimização do custo de transporte. Especificamente, procurou- se mostrar os reflexos na rede de distribuição de calcário agrícola, decorrentes da expansão dos índices de produção efetiva das unidades de moagem, do estabelecimento de uma tarifa única de transporte por tonelada/quilômetro do produto e da especificação de um tipo único de veículo para o transporte do produto. Os dados utilizados neste estudo foram obtidos por meio de censo no mercado produtor e nas suas áreas de influência. O modelo teórico desenvolvido foi o modelo de transporte. Os principais resultados e conclusões foram: A expansão do atual parque moageiro no Estado de Goiás, por meio da localização ótima de novas unidades de produção, somente apresenta condições favoráveis após elevação considerável de seus índices de produção efetiva, o que só será alcançado a longo prazo. Os modelos sugeridos para a minimização do custo de transporte por tonelada/quilômetro testados neste estudo mostraram concentração do mercado produtor nas microrregiões do centro e do sul do Estado, Além disso, mostraram possibilidade de expansão da oferta do produto para os anos de 1979 e 1981 com a adoção de uma tarifa única de transporte por tone lada/quilômetro. Os modelos I e II de localização ótima para 1981, além de apresentarem solução ótima para a minimização do custo de transporte, determinaram adequação da localização de novas unidades de produção nos pólos de Rio Verde, Morrinhos e Cristalândia, As principais medidas de políticas sugeridas neste es tudo dizem respeito à expansão do atual parque moageiro e à adoção de medidas de conservação e expansão de rodovias alimentadoras nas áreas de influência do mercado produtor, com o objetivo de incrementar o transporte do produto.Item Retorno aos investimentos em pesquisa e assistência técnica na cultura de café em Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 1993-07-16) Ferreira, Marilza Machado; Magalhães, Carlos AugustoOs investimentos públicos em pesquisa e assistência técnica possuem alta correlação com o desenvolvimento agrícola e são altas suas taxas de retorno (PASTORE e ALVES. 1985). A quantificaçaõ em termos de eficiência e equidade dos benefícios oriundos desse processo é de suma importância na medida em que fornece a base para tornar mais eficiente a alocação dos recursos e possibilita uma melhor compreensão do processo tecnológico como fator econômico e endógeno ao funcionamento da economia e da sociedade. 0 presente trabalho objetivou avaliar os investimentos em pesquisa e assistência técnica para o café no Estado de Minas Gerais aplicados nas décadas de setenta e oitenta. Para tanto focalizou-se o esforco realizado pela EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, UFV - Universidade Federal de Viçosa. ESAL - Escola Superior de Agricultura de Lavras e regionais do IBC Instituto Brasileiro do Café e EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural. Utilizou-se o procedimento tradicional de cálculo dos excedentes e da taxa interna de retorno. Para calcular o excedente econômico consideraram-se duas pressuposições sobre o início do fluxo de benefícios (05 anos de 1973 e 1975) e adotou-se o coeficiente de ajustamento da oferta para estimar o deslocamento da producão. Os investimentos realizados no Estado apresentaram tendência crescente, mas com nítida descontinuidade ao longo dos anos. Os gastos com pesquisa tiveram comportamento declinante, enquanto os gastos com assistência técnica foram crescentes. Para a pressuposição 1975, o benefício líquido total gerado para a sociedade foi da ordem de Cr$ 1.74 trilhão em valores de dezembro de 1991 que, no ano, significou uma media de Cr$ 82,91 bilhões. Ante um investimento de Cr$ 156.9 bilhões observou-se que o custo desta politica é baixo dado o elevado benefício que proporciona. 0 ganho auferido pelo Estado, via acréscimo no ICMS, foi em média de Cr$ 6.4 bilhões no ano, sendo que este aumento representou 80,54% dos investimentos realizados no período.Item Distância máxima economicamente viável para o transporte de cana-de-açúcar da área de produção para a usina receptora: um estudo de caso(Universidade Federal de Viçosa, 1995-10-24) Brunoro, José Anísio Batestini; Leite, Carlos Antônio MoreiraAs despesas de transporte da cana-de-açúcar para as usinas é um dos itens mais importantes no custo total de produção desta cultura posta na esteira da usina, principalmente para distâncias maiores entre a zona de produção e a usina receptora. O produtor arca com as despesas de transporte, principalmente porque o preço da cana no campo é fixado pelo governo. O presente trabalho objetivou: a) determinar a distância máxima economicamente viável em relação à usina, para produzir cana-de-açúcar; b) determinar a renda locacional da terra em função da distância entre a área de produção e a usina receptora; c) verificar a influência do subsídio ao óleo combustível na rentabilidade da atividade canavieira; d) comparar a renda econômica obtida com o uso da colheita mecânica e da manual; e e) desenvolver um modelo de otimização que maximize o lucro dos produtores de cana, com base nos rendimentos e custos de produção da cana-de-açúcar posta na esteira da usina. O estudo foi realizado na área administrada pela Agropecuária Monte Sereno S/A, localizada na região de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, utilizando dados da safra de 93/94. Os quatro primeiros objetivos foram atendidos pela teoria da localização de Von Thünen. Para o quinto objetivo, utilizou-se um modelo de Programação Linear, que aloca a produção de cada variedade de cana-de-açúcar nas sub-regiões de cultivo. As variedades SP 71-6163, RB 72-454, SP 79-1011 e RB 80-6043 foram as que apresentaram melhores resultados, enquanto SP 70-3370 e SP71-1406 foram as que tiveram os piores. Destaca-se a importância da qualidade da cana- de-açúcar colhida na definição da renda final dos produtores, mostrando que a adoção do pagamento da cana-de-açúcar pela qualidade é uma medida que leva os produtores a introduzir modificações no seu sistema de produção, como a escolha das variedades e as épocas e os sistemas de colheitas. A colheita mecânica proporcionou a obtenção de rendas econômicas mais elevadas, em relação à colheita manual. A não-concessão de subsídio ao óleo combustível tem seu maior impacto nos custos totais de produção da cana-de-açúcar posta na esteira da usina quando esta é cultivada em locais mais distantes da usina receptora. Logo, deve-se considerar com atenção a retirada deste subsídio, dada a crescente necessidade de expansão da área cultivada para pontos mais distantes das usinas já instaladas. A solução ótima do modelo de Programação Linear proposto indica a superioridade da variedade RB 80-6043 e os maus resultados apresentados por SP 70-3370 e SP 71-1406. As análises de sensibilidade servem como indicadores de políticas de produção para as sub-regiões supridoras da usina com cana-de-açúcar.Item Efeitos potenciais do NAFTA sobre a agricultura do Estado de Colima - México(Universidade Federal de Viçosa, 1995-12-11) Gonzalez, Saul Martinez; Silva, Orlando Monteiro da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781281D9; Silva, José Maria Alves da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4793502U2; Campos, Antônio Carvalho; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781810A0; Gomes, Sebastião Teixeira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783306J6; Aguiar, Danilo Rolim Dias de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796127H2; Carvalho, Fátima Marília Andrade de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788650U3Neste trabalho, pretende-se explicar o comportamento da agricultura em Colima, no período de 1980-1992 e analisar os possíveis efeitos do Nafta na agricultura do Estado. Na primeira parte da análise, divide-se o período em duas etapas. A primeira corresponde à fase de crise da economia mexicana e, em conseqüência, da agricultura mexicana, e investiga-se quais foram as políticas adotadas pelo Estado para ajustar a economia e quais os seus efeitos sobre a agricultura, além de identificar as culturas mais afetadas. Essa etapa (1982-1985) caracteriza-se pela recessão, inflação, queda das exportações e políticas macroeconômicas de ajuste, entre elas a abertura comercial. Na segunda etapa (1985-1988), evidenciam-se a forte abertura comercial do México e seus efeitos na economia e, particularmente, na agricultura do país e de Colima, ou seja, qual foi o comportamento da oferta agrícola, dadas as suas características de sua estrutura agrícola. Isso permitirá explicar o que aconteceu com a agricultura durante esse período. Na segunda parte do trabalho, pretende-se analisar o que acontece na agricultura com a implantação do Nafta. Para isso, é necessário identificar os produtos agrícolas de Colima que apresentam vantagens comparativas e quais poderão competir no mercado internacional. É a partir dessas informações que se analisam os possíveis efeitos da liberalização em Colima, estruturando cenários teóricos de efeitos na sua estrutura agrícola. Assim, o objetivo deste estudo é responder a duas perguntas: o que aconteceu na agricultura de Colima na primeira etapa da liberalização comercial? O que acontece quando o Nafta começa a influenciar a liberalização? A análise retrospectiva permitirá compreender as tendências e explicar o presente, assim como as mudanças na estrutura do produto agrícola em Colima durante o período considerado. Para atingir este objetivo, serão analisados a importância e o comportamento dos indicadores da oferta no período de 1980 a 1992, assim como a sazonalidade e a produtividade de cada cultura no Estado de Colima: milho, feijão, arroz, sorgo, cana- de-açúcar e café, limão, manga, banana, melão. Serão analisados a demanda no mercado e os preços domésticos, assim como o mercado exterior, suas principais características por produto e comportamento dos preços internacionais. Em relação ao marco teórico, será utilizada a teoria do comércio internacional sob o enfoque neoclássico das vantagens comparativas, utilizando como modelo de mensuração os custos dos recursos domésticos e a Matriz de Análise de Política, desenvolvida recentemente para analisar os efeitos micro e macroeconômicos de políticas comerciais.Item Análise econômico-financeira do crédito fundiário no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 1997-12-17) Bari, Mamadu Lamarana; Teixeira, Erly CardosoEste trabalho analisa a viabilidade econômica e financeira do crédito fundiário enquanto política pública específica para aquisição de parte das terras necessárias aos assentamentos de reforma agrária no Brasil atual. Estuda, especificamente, os custos financeiros dessa política e os seus impactos na viabilidade econômica dos empreendimentos e da renda dos assentados. Para realização da análise foram utilizadas informações do I Censo da Reforma Agrária de 1996. Este estudo utilizou o modelo de risco de Newbery e Stiglitz. A simulação de cenários alternativos foi realizada com auxílio dos softwares @RISK e Bestfit, a partir dos fluxos de caixa dos projetos de reforma agrária selecionados de alguns estados do Brasil. Realizou-se a análise sob condições de risco, considerando-se duas situações distintas: com e sem crédito fundiário. Foram construídos vários cenários, nos quais foram realizadas, para cada situação, várias simulações para identificar as variáveis (preço dos insumos, preço da terra e da mão-de-obra) que poderiam influenciar o conjunto dos resultados e, assim, inviabilizar os esforços tanto dos agricultores assentados quanto do governo federal. Os resultados encontrados foram, consideradas determinadas condições e restrições discutidas nesta pesquisa, favoráveis ao cenário com crédito fundiário, que apresentou menor valor do prêmio ao risco. O menor valor deste prêmio significa que, apesar de as duas situações se configurarem como arriscadas, na situação com crédito fundiário o risco é menor, pelas razões apontadas na análise. Esta conclusão é sustentada pelos valores do coeficiente R’ (coeficiente risco esforço) apresentados no trabalho. Concluiu-se, portanto, que, dentro das restrições constatadas, os resultados permitem sustentar a hipótese de que o crédito fundiário seja alternativa viável. Entretanto, persistem as questões da carência, dos acessos e das condições de qualidade de vida e da produção agrícola, as quais deverão ser analisadas caso a caso. O estudo demonstra, por outro lado, que, equacionados os aspectos restritivos apontados, o crédito fundiário poderá possibilitar, no médio e longo prazo, a inclusão crescente de novos beneficiários, podendo, assim, proporcionar a estruturação de novas condições para o aumento da renda e sustentabilidade dos agricultores assentados, incentivando, em última análise, a competitividade agrícola nos assentamentos.Item Análise da cadeia agroindustrial do chocolate no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2000-09-12) Chaves, Carlos Moisés Oliveira; Leite, Carlos Antônio Moreira; http://lattes.cnpq.br/4103336569195357Este estudo pretende avaliar a Cadeia Agroindustrial do Chocolate no Brasil, por meio da estrutura, da conduta e do desempenho dos seus principais segmentos, buscando maior compreensão sobre este segmento da economia. Utilizou-se medidas de estrutura, especialmente as de concentração, como o Coeficiente de Concentração (CR), relacionado às quatro e às oito maiores firmas e índice de Herfindahl-Hirschman (HHI). O cálculo destes índices demonstrou que, com exceção do setor primário de produção de cacau, o restante da cadeia é bastante concentrada e existe uma tendência concentradora no mercado nacional de cacau e chocolate. A conduta do setor moageiro fica restrita na criação de vantagens competitivas, quanto ao atendimento ao cliente, marca etc., pois os preços dos derivados do cacau são formados no mercado internacional. A indústria chocolateira cria vantagens com a publicidade, diferenciação dos produtos e estratégias de ampliação da produção. Os indicadores de desempenho, mais precisamente a quantidade produzida de cada setor da cadeia, mostram que a diminuição da produção baiana está repercutindo, proporcionalmente, sobre a produção do setor moageiro, enquanto que a indústria chocolateira está aumentando a sua produção. O desempenho do setor exportador também é ruim e existe uma transformação da estrutura de exportação em uma estrutura de importação de amêndoas de cacau e chocolate. Conclui-se que os setores de cacau e chocolate, no Brasil, merecem a atenção dos agentes públicos de desenvolvimento por dois motivos: primeiro, as grandes perdas verificadas na cacauicultura e a grande parcela de mercado dominado por poucas firmas na moagem, na indústria chocolateira e no setor exportador.Item Determinantes da produtividade da pecuária de corte (fase de engorda) no município de Rondonópolis-MT(Universidade Federal de Viçosa, 2000-09-19) Bonjour, Sandra Cristina de Moura; Gomes, Sebastião Teixeira; http://lattes.cnpq.br/4226132616375051Com o objetivo de analisar os fatores que determinam a produtividade da pecuária de corte, fase de engorda, com ênfase nos aspectos gerenciais no município de Rondonópolis-MT, foram coletados dados que foram subdivididos em estratos segundo o Índice de Venda, como medida de produtividade da pecuária da região. A metodologia utilizada baseou-se na Teoria da Firma, que aborda a função de produção. Para determinar o gerenciamento das propriedades foi criado um Índice de Administração, mediante o julgamento das variáveis avaliadas por profissionais da área de pecuária de corte. Os dados foram obtidos no município de Rondonópolis por meio de entrevista direta com os pecuaristas. Os resultados são apresentados na forma tabular, com vistas em ressaltar as características do sistema produtivo da pecuária de corte. Entre os estratos não ocorreu diferença significativa em % de braquiária em relação à área total, vermífugo fornecido para os animais, valor em máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo e área total das propriedades. Com relação à estimação da função de produção da pecuária de corte, o Índice de Administração mostrou ser importante fator na determinação da produtividade. Em se tratando da correlação parcial entre as variáveis Índice de Venda e Índice de Administração, constatou-se que esta é alta e independente de outras variáveis. Conclui-se que a eficência gerencial é condição que deve ser buscada para o aumento da produtividade da pecuária de corte no município de Rondonópolis.Item Determinação do padrão de produtividade e de eficiência técnica da agricultura brasileira, 1970-1995(Universidade Federal de Viçosa, 2000-10-24) Leão, Carlos; Lima, João Eustáquio deNo período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, o crescimento da produção agrícola brasileira era devido, principalmente, à incorporação dos fatores tradicionais, terra e trabalho, ao processo de produção. Entretanto, as sérias e recorrentes crises de abastecimento do mercado interno no decorrer das décadas de 50 e 60 e a crescente escassez de terras férteis e de mão- de-obra, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, no início da década de 60, contribuíram para reorientar o padrão de desenvolvimento da agricultura no País em direção à obtenção de níveis mais elevados de produtividade, estabelecendo-se, assim, a necessidade de acelerar a modernização da atividade agrícola, como forma de obter o necessário aumento de sua produção. Essa mudança de postura pressupõe o reconhecimento de que a agricultura desempenha papel estratégico no processo de desenvolvimento econômico e de que a relevância da sua contribuição depende,fundamentalmente, da taxa de crescimento da produtividade agrícola, razão da importância de se conhecer o padrão de produtividade e de eficiência com que os recursos foram utilizados, nas últimas décadas, nas várias regiões do País. Embora se possa constatar a existência de significativa literatura sobre o tema no Brasil, ressente-se a falta de uma abordagem baseada em indicadores de produtividade total que reflitam, efetivamente, a direção correta do comportamento da agricultura brasileira. Este estudo objetiva analisar o comportamento da produtividade agrícola no Brasil, durante o período 1970- 1995. Para isso, foram estimados índices de produtividade total de fatores para os anos censitários desse período e para as cinco regiões brasileiras, os quais permitiram estabelecer comparações intertemporais e interespaciais de produtividade agrícola para o Brasil. Noutra parte do estudo foram estimadas funções estocásticas de fronteira de produção para a agricultura brasileira, as quais permitiram estabelecer estimativas da eficiência produtiva para os vários Estados brasileiros, além de possibilitar a obtenção de um índice de mudança técnica para a agricultura no Brasil. Com base nos resultados, concluiu-se que a agricultura brasileira experimentou ganhos significativos de produtividade no período considerado, os quais foram mais expressivos nas regiões Sul e Sudeste, onde o processo de modernização da agricultura foi iniciado mais cedo e com maior intensidade. Ficou evidente que as regiões do Centro-sul apresentaram não apenas níveis de eficiência técnica mais elevados, mas também índices de mudança técnica maiores do que em outras regiões do Brasil.Item Gerenciamento rural e gestão da qualidade total em empresas rurais produtoras de leite(Universidade Federal de Viçosa, 2000-10-24) Silva, Aluísio Goulart; Vale, Sônia Maria Leite Ribeiro do; http://lattes.cnpq.br/2851492632293521O Gerenciamento da Empresa Rural deve ser desenvolvido com base em alguns padrões de qualidade necessários para adequar os processos e produtos agropecuários às novas exigências do mercado globalizado. Considerou-se a hipótese de que a estrutura gerencial das empresas dos entrevistados goianos não esteja adequada ao perfil da nova realidade competitiva desencadeada pela Globalização, no contexto de cadeia produtiva, enfocando a Qualidade. Referenciais teóricos do Gerenciamento Rural e da Gestão da Qualidade subsidiaram a elaboração dos questionários aplicados a 15 produtores de leite, de Piracanjuba-GO, e a seus funcionários. O objetivo geral foi analisar o gerenciamento praticado pelos produtores, identificando os principais fatores críticos administrativos condicionantes da má qualidade dos seus processos produtivos, e os objetivos específicos foram determinar pontos fortes e fracos do gerenciamento praticado, os quais interferem na melhoria dos processos e produtos, e comparar o gerenciamento praticado ao preconizado pela gestão da qualidade. Observaram-se menos pontos fortes do que fracos. Entre os principais pontos fracos destacaram -se a falta de estrutura gerencial definida para viabilizar o planejamento da produção, o uso de ferramentas organizacionais e o sistema de controle e custo de produção; a falta de interesse dos produtores em melhorar a sua situação e a de sua empresa; o baixo nível de profissionalização dos produtores e de seus funcionários, decorrente da falta de treinamento técnico e gerencial; e a falta de incentivo governamental e de mercado, com vistas na melhoria da qualidade dos produtos. No momento da pesquisa não havia comprometimento da maioria dos entrevistados com o gerenciamento de suas empresas, e nenhuma delas utilizava, formalmente, um dos métodos administrativos preconizados nesta pesquisa, o que refletia uma desmotivação geral. Verificou-se ausência de orientação técnica, visto que não havia técnicos na região para auxiliá-los na identificação dos problemas, na investigação das causas e suas implicações, na busca de alternativas para solucioná-los, assegurando os resultados, e na precaução contra novos problemas. Constatou-se, também, que a produção era efetivada sob condições impostas pela indústria do leite, e não com base nas necessidades da cadeia da qual faziam parte, o que caracteriza a falta força da classe produtora e inviabiliza a implantação de um program a de qualidade com o grupo entrevistado, razão da necessidade de se criarem mecanismos para informá-los sobre conceitos e princípios da qualidade, já que esta depende, realmente, de um gerenciamento rural bem estruturado.Item Programas de qualidade e o comportamento de indicadores de desempenho da indústria de abate e processamento de suínos na região centro-sul do Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2000-12-13) Silva Júnior, Alberto Gomes da; Gomes, Marília Fernandes MacielOs programas de qualidade têm sido vistos como ferramenta essencial para solução de problemas das indústrias no Brasil; são tidos como estratégias de competitividade industrial. A crescente demanda por carnes de alta qualidade e que em seu processo produtivo não haja degradação ambiental tem criado uma barreira ao produto: a exigência por qualidade. Estima-se que cerca de 15 a 40% da capacidade produtiva de uma companhia qualquer é perdida. A busca pela eliminação dessas perdas levou muitas organizações a implementar programas de qualidade. Foi estimado que cerca de 2 / 3 desses programas falham em seus objetivos. Neste trabalho, procurou-se verificar o comportamento de indicadores de desempenho (custos de produção, postos de trabalho/cargos, produtividade, participação no mercado brasileiro, retorno sobre os investimentos, lucratividade, imagem da empresa, faturamento bruto anual, satisfação dos trabalhadores, satisfação dos clientes e participação de produtos não-principais no mercado interno) das empresas de abate e processamento de suínos na região centro-sul do Brasil e sua relação com a utilização de programas de qualidade. Foram objetivos, também, avaliar a importância dada aos programas de qualidade por essa indústria, detectar o estágio de desenvolvimento dos programas de qualidade implementados e identificar a existência de relação entre esse estágio e as principais medidas de desempenho global das empresas. A metodologia utilizada baseou-se na teoria da organização industrial e nas teorias de Competitividade e Qualidade Total, bem como em suas implicações diretas e indiretas sobre o desempenho econômico-financeiro das organizações. A coleta de dados da pesquisa foi realizada por meio de um questionário, aplicado via postal e também disponível para resposta via Internet. Dos questionários respondidos, 41,6% foram devolvidos com o uso do formulário eletrônico disponibilizado na Internet, indicando que esta forma de coleta de dados tem potencial de uso em pesquisas futuras. Os resultados desta pesquisa indicam que a referida indústria tem grande preocupação com a qualidade dos seus produtos e adota programas de qualidade em seu processo produtivo. Os programas de qualidade implementados encontravam-se, em grande parte, em estágio avançado de implantação ou totalmente implementados e utilizavam, principalmente, as metodologias propostas por Deming e Feigenbaum. Os programas mostraram-se com desempenho favorável, visto que os custos da qualidade apresentaram comportamento decrescente após a utilização dos programas, bem como os indicadores exibiram aumento, ou melhoria, à medida que os programas de qualidade avançavam em desenvolvimento. Avaliando o comportamento desses indicadores de desempenho comparativamente entre as empresas que adotavam algum programa formal de qualidade e as que não o faziam, comprovou-se que as primeiras tendem a apresentar melhores índices de desempenho do que as últimas. Constatou-se que os programas de qualidade implementados na indústria de abate e processamento de suínos na região centro-sul do Brasil mostraram-se condizentes com as teorias de qualidade e apresentaram desempenho satisfatório. Tais programas, devido ao seu valor, possivelmente devam figurar entre as principais ferramentas estratégicas utilizadas pelas empresas de abate e processamento de suínos no Brasil para se manterem competitivas no mercado.Item Modelos de previsão de preços aplicados aos contratos futuros agropecuários(Universidade Federal de Viçosa, 2001-02-04) Bressan, Aureliano Angel; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/1007654000671281Esta pesquisa trata da aplicabilidade de modelos de previsão de séries temporais como ferramenta de decisão de compra e venda de contratos futuros da BM&F, em datas próximas ao vencimento. Para fins empíricos, foram consideradas as commodities boi gordo, café e soja. O objetivo geral foi verificar qual modelo fornece as previsões mais precisas para cada série de preços considerada no mercado físico. O objetivo específico foi calcular os retornos médios de cada modelo em operações de compra e venda nos mercados futuros das commodities analisadas, de modo a fornecer um indicativo do potencial ou da limitação de cada um deles. Os modelos estudados foram os de Box & Jenkins (ARIMA), Redes Neurais, Estruturais e Bayesianos. Os dados utilizados corresponderam às cotações semanais de boi gordo, café e soja nos mercados físico e futuro. A discussão se baseou na hipótese de que esses modelos são instrumentos viáveis de auxílio à tomada de decisão por parte de agentes ligados ao agronegócio, reduzindo a incerteza quanto ao comportamento futuro dos preços. A análise foi conduzida, primeiramente, em termos de Erro Percentual de Previsão da série de preços do mercado físico para, em seguida, verificar os retornos em simulações de compra e venda de contratos futuros de cada produto, utilizando-se o Índice Sharpe, além do viés positivo ou negativo dessa média, através da estatística de simetria e do grau de dispersão dos retornos, medido pela curtose da distribuição destes. De modo geral, os resultados indicaram que: a) os modelos de previsão de séries temporais captam, de modo coerente, o padrão de comportamento dos preços analisados; b) há, contudo, diferenças de desempenho preditivo entre os modelos e entre cada mercado; e c) os retornos financeiros se mostraram positivos na maioria dos contratos analisados, indicando o potencial de utilização desses modelos em negociações de contratos para datas próximas ao vencimento, com destaque para operações fundamentadas nas previsões dos Modelos ARIMA e Estruturais.Item Relações de preços e hedging no mercado de café(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-19) Pinto, Wildson Justiniano; Silva, Orlando Monteiro da; http://lattes.cnpq.br/1197578274933833Neste trabalho, procurou-se analisar os mercados futuros de café tendo como foco as bolsas de futuros do Brasil (BM&F), de Londres (LIFFE) e de Nova Iorque (NYBOT), como o objetivo principal de servir como referência para que os agentes possam melhor orientar suas estratégias operacionais quando forem utilizar o mercado futuro de café. Para isso foram feitas análises de co- integração, objetivando detectar semelhanças entre os preços praticados pelas bolsas e os praticados no mercado à vista com cálculos da razão ótima do hedge e da efetividade do hedge, com o intuito de mostrar a quantidade que deveria ser "hedgeada" no mercado futuro para minimizar o risco e quanto da proporção da variância da receita poderia ser eliminada por meio de adoção da razão ótima do hedge. Foram utilizadas séries de preços de quatro regiões de referência: Garça e Santos (São Paulo), Patrocínio (Minas Gerais) e Vitória (Espírito Santo). Excetuando-se a região de Vitória, de onde foram utilizadas cotações de preços do café tipo Conillon, em todas as outras os preços cotados foram para o café Arábica. Valores médios para os diferenciais de preço em diferentes períodos e cálculos dos desvios-padrão serviram de base de apresentação para o comportamento dos preços tanto do mercado à vista quanto de futuros. As análises de co-integração indicaram que os preços à vista das regiões de Patrocínio, Garça e Santos tinham relação de equilíbrio de longo prazo com os preços futuros da BMF&F e NYBOT. Em outras palavras, o comportamento dos preços tanto à vista quanto futuros internos e externos está intimamente relacionado. Com relação aos preços cotados em Vitória (café Conillon), isso não se verificou. Comparando as três bolsas, constatou-se que as operações realizadas no mercado futuro da BM&F são aquelas que apresentam maior razão do hedge e, portanto, maior capacidade de reduzir o risco de preço da operação. O presente estudo permitiu concluir, em linhas gerais, que a melhor efetividade do hedge foi verificada na BM&F, seguida pela NYBOT. Apenas no caso do café (Conillon), a efetividade foi maior na bolsa de Londres. O desempenho favorável encontrado na BM&F, principalmente no ano de 2000, pode ser explicado, em grande parte, pela sua abertura para os agentes estrangeiros das operações do hedging.Item Integração espacial e efetividade do "hedge" mercado brasileiro de café arábica(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-23) Nogueira, Fernando Tadeu Pongelupe; Aguiar, Danilo Rolim Dias; http://lattes.cnpq.br/5207963537045516Os Estados de Minas Gerais e São Paulo são os maiores produtores nacionais de café arábica, razão pela qual qualquer alteração na oferta desta "commodity", nestes Estados, poderá refletir nos preços internos e externos do café. Assim, a integração espacial (co-movimentação dos preços em diferentes locais, medida pela correlação entre os preços) do mercado de café arábica nos Estados de Minas Gerais e São Paulo é de suma importância para a formulação de políticas governamentais para o setor, bem como para os agentes dessa cadeia produtiva, pois choques de preços em uma região podem ser transmitidos a outras regiões, levando a incertezas a respeito dos preços e rendas. Um dos instrumentos para minimizar os riscos de volatilidade de preços é o "hedge" (proteção), que utiliza contratos futuros que podem ser feitos no mercado nacional ou internacional. O objetivo deste estudo foi analisar a integração espacial do mercado de café arábica nos Estados de Minas Gerais e São Paulo, bem como as operações de "hedge" efetuadas pelos agentes dessa cadeia agroindustrial junto à BM&F e à CSCE. O período utilizado para análise foi de setembro de 1996 a outubro de 2000. Utilizou-se a teoria de co-integração (Teste de Raiz Unitária, Teste de Co-integração, Vetor de Correção de Erros e Teste de Causalidade de Granger) para analisar a integração espacial e utilizaram-se os modelos analíticos para estimação da razão de "hedge" ótima e da efetividade do "hedge". Os resultados permitem concluir que: (i) o mercado de café arábica do Cerrado, Sul de Minas, Mogiana e Paulista são integrados espacialmente, o que sugere que a difusão do fluxo de informação entre os agentes desta cadeia agroindustrial, nesses mercados, se transmita com rapidez e que o mecanismo de arbitragem funcione nesses mercados (estes mercados são eficientes, havendo, portanto, relação de equilíbrio no longo prazo); e (ii) as operações de "hedge", efetuadas na BM&F, são mais eficientes que as efetuadas na CSCE, o que sugere que a BM&F, por situar-se mais próxima dos produtores nacionais, disponibiliza contratos futuros cujos objetos são mais adequados a estes.Item Impactos de especificidades regionais na competitividade da atividade cafeeira sobre a localização da produção e na redistribuição espacial de renda(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-23) Pires, Mônica de Moura; Campos, Antônio Carvalho; http://lattes.cnpq.br/6157255488660799O potencial de crescimento da atividade cafeeira, tanto para o mercado interno, com a estabilização, quanto para ter maior alcance no mercado externo, com a globalização, é bastante promissor diante da nova ordem econômica. Esse processo de desenvolvimento da atividade cafeeira levará muitos produtores e regiões a serem marginalizados, à medida que a atividade for se profissionalizando e concentrando em regiões mais favoráveis. Por outro lado, para que essa competitividade possa ser conquistada de forma duradoura, tem que se pensar nos diversos elos da cadeia que envolvem a atividade cafeeira. O objetivo deste é avaliar os impactos das diferenças na competitividade regional da atividade cafeeira sobre a localização espacial da produção e na conseqüente redistribuição regional de renda. Para tanto, aplicou-se um modelo multissetorial de equilíbrio geral computável, com 26 atividades e três grupos de consumidores. O modelo foi calibrado ao ano-base de 1995. Em seguida, realizaram -se modificações nas demandas interna e externa e na participação dos diferentes sistemas de produção na oferta nacional de café. Cada cenário proposto caracteriza uma alteração a ser efetuada na condição do equilíbrio inicial, de forma a representar as novas situações que vêm sendo esperadas no mercado cafeeiro, principalmente quando se consideram as tendências da última década. Os resultados obtidos no Cenário 1 indicam , de forma lógica, que a expansão da demanda, nos níveis estabelecidos, revela efeito positivo sobre as atividades produtivas nas regiões que apresentam maior potencial de crescimento para os cafés especiais. Portanto, os ajustes da produção implicam maior racionalidade na utilização dos recursos produtivos, por meio de redistribuição da produção de café. A resposta da oferta ao aumento da demanda implica elevação dos preços do café, em todas as regiões. Como o choque de demanda não foi acompanhado de choques na oferta, isso provocou diminuição nos níveis de emprego rural e de capital rural. Essas mudanças provocam retrações nas rendas das famílias, do governo e do exterior, reduzindo o bem -estar das famílias, comportamento que sugere que a expansão da demanda de cafés especiais seja medida necessária para garantir a oferta de produto de qualidade no mercado. No Cenário 2, nota-se que os resultados mais expressivos ocorrem nas atividades relacionadas com a agroindústria e com a exportação de café. A interdependência das regiões produtoras de café indica que, quando se elevam a produtividade e, conseqüentemente, a competitividade do café, os efeitos diretos sobre a atividade são reduções no nível de atividade em quase todas as regiões, excetuando-se a Zona da Mata mineira e outras regiões brasileiras. A maior produtividade não foi suficiente para elevar a oferta dessas regiões. Portanto, os níveis de produtividade estabelecidos estes são, ainda, relativamente pequenos para elevar a oferta das regiões produtoras de café. Como o choque de oferta não foi acompanhado de alterações na demanda, há excesso de produto no mercado. Se, por um lado, o excesso de oferta provoca reduções nos níveis de preços, por outro, melhora o bem-estar das famílias. O impacto no emprego agrícola do aumento da produção é positivo. A expansão conjunta da demanda e oferta (Cenário 3) evidencia um comportamento complementar em relação aos resultados obtidos nos Cenários 1 e 2, isoladamente. Observa-se que, quanto maior a incorporação de progresso técnico, mais acentuada será a redução nos preços, o que propiciará aumentos nas rendas das famílias. Esses resultados sugerem que a expansão regional da produção, resultante do crescimento diferenciado da demanda de café e de melhorias na produtividade dos sistemas de produção, permite uma realocação dos recursos produtivos utilizados na atividade cafeeira e, conseqüentemente, uma redistribuição regional da renda. De modo geral, os resultados corroboram com a expectativa de que modificações na qualidade do produto proporcionem efeitos positivos sobre a atividade cafeeira, e a exploração de nichos de mercados torna-se uma alternativa na competição. Dessa forma, o ganho de eficiência constitui importante fator impulsionador da atividade, conjuntamente com estratégias de marketing. Ressalta-se, assim, que o Brasil possui condições especiais para desenvolver a cafeicultura, especialmente no que se refere aos aspectos edafoclimáticos, o que constitui uma vantagem em face à segmentação do mercado e aos países concorrentes. A implementação de medidas que visem reestruturar a atividade torna-se fundamental na competitividade regional, o que justifica a adoção de avanços tecnológicos. Nesse contexto, portanto, algumas regiões devem expandir a cultura, enquanto outras devem reduzir sua produção, pois os produtores que não conseguirem operar com maior nível de concorrência, praticamente estarão “condenados” a abandonar a atividade.Item Fatores externos condicionantes da competitividade da produção de leite no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-27) Campos, Beatriz Rodrigues; Gomes, Sebastião Teixeira; http://lattes.cnpq.br/2611552943005344O Brasil produziu em 1999 mais de dezenove milhões de toneladas de leite. Tal volume de produção situou o país entre os seis maiores produtores de leite do mundo. Entretanto, a produção nacional não tem sido suficiente para atender à demanda doméstica ao longo dos anos, de forma que o Brasil sempre realizou importações para suprir as necessidades do mercado interno. O presente estudo quer mostrar que a concessão de subsídios pela UE nas exportações de leite induziu às práticas de dumping e triangulação comercial no MERCOSUL, visto que tal política disponibilizava maiores volumes do produto, a preços altamente subsidiados, para que empresários argentinos realizassem práticas desleais de comércio no MERCOSUL. O objetivo deste trabalho é avaliar a influência de fatores externos à cadeia agroindustrial do leite, tais como protecionismo dos países desenvolvidos, práticas desleais de comércio e política cambial, na determinação da competitividade da atividade leiteira. Para tal, utilizou-se uma estrutura organizacional denominada Policy Analysis Matrix (PAM), desenvolvida por MONKE e PEARSON (1989). O método PAM permite estimar os efeitos da política econômica sobre a renda do produtor, bem como identificar as transferências entre produtores e consumidores. O critério utilizado na separação dos produtores em diferentes sistemas de produção foi baseado no genótipo dos animais, ou seja, no grau de sangue do rebanho. A divisão foi feita em três sistemas de produção, quais sejam, gado Zebu, seguido pelo gado Mestiço e pelas raças leiteiras européias, principalmente o gado Puro europeu. Essa diferenciação é necessária, visto que esses três grupos possuem diferenças significativas no grau de tecnologia adotados e, portanto, nos custos. As transferências associadas aos custos de produção, tanto para insumos comercializáveis quanto para fatores domésticos, mostraram-se negativas. Isto indica que as medidas de política têm efeito de uma tarifa à importação para os produtores de leite do Brasil. Verificou-se, também, que os sistemas de produção mais tecnificados são os que apresentam maiores distorções, sendo, portanto, os mais prejudicados com a implementação das políticas distorcivas. Considerando- se as transferências associadas à lucratividade, verificaram-se transferências negativas nos três sistemas de produção, Zebu, Mestiço e Puro, ou seja, dos produtores para a sociedade, o que indica que os produtores de leite tiveram seus lucros potenciais reduzidos em decorrência da condução da política econômica. A conclusão deste trabalho é que os produtores de leite nacionais têm transferido renda para a sociedade, visto que as políticas comerciais consideradas aumentam os preços dos insumos e deprimem os preços recebidos pelos produtores nacionais. Sendo as práticas de dumping e triangulação comercial as grandes responsáveis pela depreciação dos preços recebidos pelos produtores, pode-se concluir que o comportamento dos empresários argentinos está diretamente ligado às perdas de competitividade do produto brasileiro. Assim, esses empresários, utilizando-se do MERCOSUL, praticaram políticas desleais de comércio, enfraquecendo, assim, a competitividade do MERCOSUL frente a outros blocos econômicos.Item Comparação de sistemas de produção de leite em Leopoldina- MG nos anos 1961 e 1994(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-28) Medeiros, Márcia Rezende de; Gomes, Sebastião TeixeiraPretendeu-se, neste trabalho, comparar os sistemas de produção de leite em Leopoldina-MG, nos anos de 1961 e 1994, em termos de recursos utilizados, tecnologia, produção e produtividade, assim como estimar os níveis ótimos de utilização dos fatores de produção, de forma a verificar as transformações na utilização destes, ocorridas de um período para o outro. Apoiou-se na Teoria da Modernização, acreditando-se que estas transformações ocorridas resultaram de investimentos realizados entre 1961 e 1994, destacando-se o crescimento da utilização de silagem e da alimentação do rebanho no período da seca. Observou- se que houve aumento significativo na produção e na produtividade de um período para o outro, em conseqüência de mudanças nas bases tecnológicas utilizadas pelos produtores de leite. Da análise dos resultados, chegou-se a uma série de conclusões, dentre as quais se destacam: houve modernização na pecuária leiteira da Zona da Mata mineira, nas últimas décadas, caracterizada por elevação do nível tecnológico, por acréscimos de produtividade do rebanho e uma concentração maior da produção entre os grandes produtores. Estes resultados podem retratar o que aconteceu em Minas Gerais e no restante do País, nas últimas décadas, em termos de transformações nos sistemas de produção de leite.Item Competitividade de produtos "in natura" e processados do Brasil no comércio exterior(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-28) Rosário, José Baptista Fernando do; Silva, Orlando Monteiro daO comércio substancialmente, exterior de produtos “in natura” sempre contribuiu, na geração de divisas para o país. Entretanto, o excesso de oferta desses produtos no mercado internacional, na década de 80, estimulado, principalmente, pela súbita alta de preços internacionais durante a década anterior e pelo aprofundamento do protecionismo à agricultura dos países desenvolvidos, acabou acarretando uma queda de preços, que, para alguns produtos, ainda persiste. Os preços baixos estimularam o processamento desses produtos, ou seja, a agregação de valor foi a saída estratégica encontrada por parte de muitos países para continuar participando de uma economia globalizada onde impera a competitividade. Dada esta tendência, este estudo procurou analisar a competitividade de alguns dos principais produtos agrícolas de exportação do Brasil , “in natura” e processados, nos complexos soja e laranja, e determinar os principais fatores que levaram à alteração na participação dos referidos produtos na pauta de exportações brasileiras. Os procedimentos analíticos deste trabalho basearam-se em indicadores de vantagem comparativa revelada e da taxa de câmbio real, sintetizando, respectivamente, a abordagem ex-post e um conceito macro. Além desses indicadores, fez-se uma análise comparativa da evolução dos preços de exportação entre o Brasil e o resto do mundo, representando o grau de capacitação detida pelas firmas (eficiência). Os resultados mostraram que o Brasil vem perdendo competitividade no mercado internacional de derivados de soja (farelo e óleo) e aumentando a vantagem relativa na exportação do produto “in natura” (soja em grão). Isso se deve, principalmente, ao desempenho exportador da Argentina, principal competidor do Brasil e atual líder no ranking das exportações mundiais de produtos processados do complexo. A perda de competitividade está associada, também, à desoneração do ICMS na exportação dos produtos do complexo, principalmente o produto “in natura”, devido a um diferencial tributário que retinha a soja em grão no país e estimulava o processamento desta. No que se refere ao complexo laranja, o Brasil apresentou vantagem comparativa na exportação do suco de laranja concentrado e desvantagem nos demais produtos, laranja “fruta” e suco de laranja não-concentrado. Em ambos os complexos, a taxa de câmbio influenciou, negativamente, o desempenho do Brasil no mercado internacional e os preços permaneceram favoráveis em quase todo o período analisado. Os desafios competitivos do Brasil são externos às empresas, razão por que algumas deficiências precisam ser dirimidas para consolidação da tendência das exportações brasileiras em favor dos produtos processados, dentre as quais a infra-estrutura de transportes, portuária e de armazenagem, que deve ser melhorada, e a política tributária, que deve ser revista.Item Análise financeira do carvão vegetal e do coque na siderurgia mineira, no período de 1995 a 1999(Universidade Federal de Viçosa, 2001-04-11) Paiva, Maria Cristina Silva de; Gomes, Marília Fernandes Maciel; http://lattes.cnpq.br/5644330234102632Analisou-se, neste trabalho, a competitividade do termorredutor carvão vegetal em relação ao termorredutor coque mineral, em uma empresa siderúrgica localizada na região do Vale do Aço, Estado de Minas Gerais. O objetivo principal foi a análise financeira da utilização do carvão vegetal adquirido pela empresa siderúrgica no mercado local, do carvão vegetal de produção própria e do coque mineral importado usado na produção do ferro-gusa. Incorporou-se a este estudo a análise de risco, com a finalidade de determinar as condições de competitividade relativa dos termorredutores, em razão das alterações nas variáveis econômicas que determinam o custo da empresa com o carvão vegetal e com o coque. As análises financeiras basearam-se na determinação do preço médio posto-usina do carvão adquirido no mercado, do preço médio posto-usina do coque mineral importado e do custo médio de produção do carvão vegetal produzido pela unidade florestal da siderúrgica. As análises de riscos foram realizadas pela técnica de simulação de Monte Carlo, processadas pelo software @RISK. Mediante essas análises, concluiu-se que a taxa de câmbio é a variável decisiva para que o carvão vegetal adquira vantagem em relação ao coque. Determinou-se que a taxa de câmbio, que viabiliza o carvão vegetal de mercado em relação ao coque mineral, deva ser igual ou maior a R$/US$ 0,80. Dada essa taxa de câmbio, o preço posto-usina favorável ao carvão vegetal de mercado deve ser menor ou igual a R$ 70,00 por tonelada, e o preço posto -usina que inviabiliza o coque deve ser maior ou igual a US$ 120,00, por tonelada. Verificou-se que o carvão de produção própria será favorável, em relação ao carvão vegetal, ao mercado quando seu custo posto-usina for menor que R$ 70,00, por tonelada. Verificou-se que os reflorestamentos da empresa siderúrgica conseguem trabalhar com custos de madeira compatíveis com o custo competitivo do carvão, com taxa de juros abaixo de 12% ao ano e com produtividade dos reflorestamentos de 45 estéreis por hectare.Item Impactos da poluição industrial na economia brasileira(Universidade Federal de Viçosa, 2001-05-18) Mata, Henrique Tomé da Costa; Cavalcanti, José Euclides AlhadasCom a introdução e a aplicação do método de análise da estrutura produtiva proposto por Leontief, muitos estudos procuram demonstrar os elos de ligação interna e o processo de interdependência que se observa entre os diferentes setores da economia. Com base na versão ampliada da estrutura analítica proposta por Leontief para a análise da repercussão da poluição industrial, foram analisados os diferentes efeitos da poluição industrial na economia brasileira. Para isso, foram estimados os níveis de diferentes componentes da poluição da água e do ar e seus respectivos custos de controle para o caso brasileiro, com base nos indicadores de intensidade e custos médios obtidos da base de dados IPPS do Banco Mundial. Os resultados obtidos mostraram-se consistentes com os objetivos delineados de determinar os impactos da internalização dos custos e da quantidade de poluição na economia e de verificar os impactos de alternativas políticas econômicas no meio ambiente, em especial sobre a capacidade de geração e controle da poluição. Observou-se que os setores de siderurgia e metalurgia, alimentos processados, têxteis, couros, calçados e vestuários, madeira, papel e celulose, extrativo mineral, química e petroquímica apresentaram os maiores efeitos de interdependência na economia, em termos de multiplicadores de produção e renda. Entretanto, para atender ao desenvolvimento de um programa de controle da poluição industrial, procedeu-se à estimativa dos custos e posterior internalização ao modelo de insumo-produto, na suposição de que os agregados produtivos devam adotar "tecnologias limpas", acarretando investimentos em atividades de controle. Os setores mais intensivos nas emissões de poluição foram siderurgia e metalurgia, química e petroquímica e outras indústrias, sendo os dois primeiros mais dinâmicos e de maior campo de influência na economia. Em relação aos custos estimados para os programas de controle, foram determinados maiores custos para componentes SO 2 , elementos tóxicos do ar, NO 2 , componentes orgânicos voláteis (COV) e poluentes da água.Item Análise econométrica da demanda de energia elétrica nos setores residencial- urbano e rural do Brasil, 1970-1999(Universidade Federal de Viçosa, 2001-05-29) Silva, Soraya Amaro da; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/3823967539102763A energia elétrica é um serviço à sociedade, podendo garantir melhor conforto e melhor qualidade de vida à população. Neste analisados o consumo residencial-urbano trabalho, são e rural de energia elétrica no Brasil no período de 1970-1999, bem como suas taxas de crescimento no intuito de analisar a evolução da quantidade demandada. Também é analisado o comportamento da quantidade consumida de energia elétrica dos consumidores residencial-urbano e rural frente às alterações nos preços das tarifas médias, preço do eletrodoméstico e renda. O instrumento metodológico utilizado baseia-se na estimação de equações de demanda por diferentes métodos econométricos, ressaltando a utilização de um modelo de correção de erros para se realizar previsões para os diferentes setores. Com base nos resultados, constata-se que as variáveis preço da tarifa média, preço do eletrodoméstico e renda determinaram alterações na quantidade demandada de energia elétrica. Nesse sentido, a utilização destas variáveis implica em alterações na quantidades demandadas. As previsões adotadas foram feitas por simulações, usando-se tarifas diferenciadas, sendo medido os efeitos que as alterações provocam na quantidade total consumida de energia elétrica, nos diferentes setores e as alterações no consumo médio. Logo, estas estruturas tarifárias são utilizadas para mostrar como o governo e investidores podem ajustar os preços da energia elétrica, atendendo assim as exigências dos consumidores, investidores e governo.