Economia Aplicada
URI permanente para esta coleçãohttps://locus.ufv.br/handle/123456789/6
Navegar
Item A competitividade da carne de frango brasileira e a agenda da Rodada do Milênio(Universidade Federal de Viçosa, 2001-10-29) Franchini, Alinne Alvim; Campos, Antônio Carvalho; http://lattes.cnpq.br/1326468344134669A avicultura nacional foi uma atividade que se modernizou bastante nos últimos 30 anos. Empresas que haviam se iniciado na produção de suínos acabaram por desenvolver a atividade avícola como eixo dinâmico. Dentre os fatores que contribuíram para o desenvolvimento da cadeia avícola brasileira destacam-se: adoção e difusão de tecnologias importadas, disponibilidade de grãos e mão-de-obra, e oferta de crédito para investimentos de longo prazo. Dentro desse cenário, a avicultura brasileira desenvolveu-se de forma bastante acelerada. Além disso, o crescimento da produção foi acompanhado pelo aumento do consumo per capita (interno e externo) e pela crescente importância do produto no mercado internacional. Entretanto, os ganhos de produtividade nos sistemas de produção e de qualidade no produto nacional não foram suficientes para transpor as barreiras protecionistas impostas por importantes países competidores no mercado de carne de frango, o que tem prejudicado a inserção da atividade avícola brasileira no mercado internacional e anulado, ainda que parcialmente, suas potencialidades. Pelo exposto, o presente estudo tem por objetivo principal avaliar a competitividade da produção nacional de carne de frango face aos principais países competidores no mercado internacional, de forma a dar sustentação às propostas brasileiras de liberalização do mercado no próximo fórum de negociações multilaterais, isto é, Rodada do Milênio. O modelo analítico utilizado foi a Matriz de Análise Política - MAP (Policy Analysis Matrix - PAM), desenvolvida por Monke e Pearson, em 1989. A MAP permite calcular diversos indicadores que servem para avaliar os efeitos de medidas de intervenção política sobre os níveis de eficiência e renda dos produtores sob as perspectivas das valorações privada e social. Além disso, tais indicadores permitem identificar possíveis transferências de renda da sociedade para produtores e vice-versa. Avaliando os coeficientes de competitividade obtidos a partir da MAP, observa-se que todos os sistemas de produção de carne de frango analisados são lucrativos do ponto de vista econômico e operam com eficiência ou possuem vantagens comparativas diante de outros mercados. Além disso, os sistemas nacionais de produção de carne de frango apresentam bons indicadores de competitividade e menor custo de produção por kilograma de carne de frango produzido quando comparados com os principais competidores no cenário avícola mundial. Esses resultados indicam que o governo brasileiro e as associações de exportadores de carne de frango devem envidar esforços conjuntos no sentido promover o crescimento da parcela de mercado disponível para o produto brasileiro. Desta forma, conclui-se que é preciso que as autoridades brasileiras e o setor privado nacional tratem das questões relacionadas ao protecionismo existente de forma consciente e estejam aptos a reivindicar seus direitos na próxima rodada de negociações multilaterais da Organização Mundial de Comércio - Rodada do Milênio.Item A competitividade do açúcar brasileiro no mercado mundial no período de 1974 a 2004(Universidade Federal de Viçosa, 2005-12-05) Silva, Leonardo Augusto Gomes da; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/1668437238523295Devido à abertura comercial brasileira, no início da década de 90, o país reduziu barreiras tarifárias e não-tarifárias, desse modo tanto exportações quanto importações de diversos produtos da pauta brasileira sofreram aumentos e, ou, reduções. A maxidesvalorização da taxa de câmbio também contribui para a elevação das exportações de vários produtos, uma vez que se aliou a maior produtividade de vários setores produtivos brasileiros, advinda da abertura comercial já citada que propiciou a modernização sistemas produtivos e parques industriais pela compra de bens de capital importados. Estes fatos, em especial, motivaram o presente trabalho a examinar a competitividade do setor açucareiro brasileiro via identificar e analisar quais fatores foram responsáveis pelo crescimento das exportações brasileiras de açúcar. Foram estimadas equações representativas da quantidade exportada e da quantidade importada de açúcar, em função da taxa de câmbio e da renda externa, e da taxa de câmbio e do produto interno bruto, respectivamente. Foram feitos também testes de estacionariedade das séries de dados. Para a quantidade exportada de açúcar, a renda externa (efeito-renda) mostrou-se significativa a 5% e no valor de 3,53, indicando que se este parâmetro se elevar em 1%, a quantidade exportada crescerá em 3,53%. Os resultados mostram que o câmbio desvalorizado não ajudou a alavancar às exportações de açúcar brasileiras. Para a quantidade importada do produto em questão, o parâmetro produto interno bruto (efeito-renda) apresentou significativo a 10% e no valor de 2,10, indicando que se este indicador se elevar em 1%, a quantidade importada de açúcar se elevará em 2,10%. Como o efeito- renda do parâmetro renda-externa foi mais elástico que o parâmetro produto interno bruto, 3,53 a 2,10, respectivamente, pode-se inferir que o Brasil não apresenta o menor problema de competitividade no setor açucareiro.Item A efetividade do hedge e do cross-hedge de contratos futuros para soja e derivados(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-17) Silva, Andréia Regina Oliveira da; Aguiar, Danilo Rolim Dias de; http://lattes.cnpq.br/2305867609395519A Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F, única bolsa do Brasil onde compradores e vendedores transacionam contratos futuros, negociadores de produtos agrícolas efetuar operações de hedge permite aos nos mercados futuros de café arábica, boi gordo, soja, açúcar, algodão, milho e álcool. Dessa forma, o objetivo principal deste estudo é examinar a viabilidade de se utilizar o contrato de soja em grão na Bolsa de Mercadorias e Futuros - BM&F, como forma de gerenciamento de risco dos traders de grãos, farelo e óleo de soja ou, alternativamente, fazer um hedge na Chicago Board of Trade - CBOT. No âmbito teórico, enfoca-se a teoria do portfólio aplicada aos mercados futuros e utiliza-se um modelo empírico de minimização de risco que leva em conta as variâncias e covariâncias condicionais às informações disponíveis no momento da tomada de decisão do hedger. De posse deste instrumental, estima-se a razão ótima do hedge e, posteriormente, utilizando-se dessa razão, calcula-se a efetividade do hedge A partir dessas estimações, com base na relação de preços ex-post para os três intervalos de tempo analisados (diário, semanal e bissemanal), concluiu-se que as estratégias de cross-hedge, utilizando o contrato futuro da soja da BM&F, é um instrumento com baixa efetividade de administração do risco. Para o farelo de soja, apesar da baixa efetividade, constatou-se total vantagem nas operações de hedge com o contrato de farelo de Chicago. Quanto ao óleo de soja, também apesar de algumas exceções, os resultados foram mais favoráveis ao hedge feito na CBOT. que negociam a Já para os agentes soja em grão, o contrato futuro de soja em grão na bolsa nacional apresenta altos níveis de efetividade em detrimento da bolsa estrangeira. Para ambas as bolsas, as regiões de Ponta Grossa e Cascavel destacam-se com os maiores níveis de minimização da variação da receita para as operações de hedge de soja.Item A importancia da produção e do processamento do café na economia mineira(Universidade Federal de Viçosa, 2005-12-06) Santos, Venússia Eliane; Gomes, Marilia Fernandes Maciel; http://lattes.cnpq.br/5135070179716972Objetivou-se, neste trabalho, analisar os setores de produção e de processamento de café na estrutura econômica de Minas Gerais, determinando a importância destes e seus encadeamentos na estrutura do Estado. O referencial teórico utilizado foi o modelo insumo-produto, bem como o de desenvolvimento regional. Foram calculados os índices de Rasmussen-Hirschaman, o campo de influência, os índices puros de ligações e 03 multiplicadores de produção, renda e emprego. Para tanto, utilizou-se a matriz regional de insumo-produto de 1995, para Minas Gerais. Os resultados decorrentes desta análise permitem caracterizar a estrutura produtiva de Minas Gerais, os seus setores-chave e o efeito multiplicador de cada setor econômico em termos de produção, renda e emprego. De acordo com os resultados, os setores considerados como chaves pelas abordagens adotadas (índice de Rasmussen-Hirschman e índice puro de ligação) e que apresentaram grande campo de influência foram: (4) Produtos não metálicos, siderurgia e metalurgia, (5) Mecânica, material elétrico e material de transportes e (10) Outras lndustrias de Produtos Alimentares. Quando se consideram apenas o índice de Rasmussen-Hirschman e o campo de influência, inclui-se entre os setores-chave o setor (1) Café em coco, (6) Produtos de madeira, papel, borracha e plástico e (9) Indústria do café. Com relação a análise dos multiplicadores, observou-se que os setores: (4) Produtos não metálicos, siderurgia e metalurgia, (9) Indústria do Café e (10) Outras Indústrias de Produtos Alimentares foram os que apresentaram os maiores valores em termos de geração de produto; os setores (13) Comércio, (2) Agropecuária e (3) Café em coco, em termos de geração de renda; e 03 setores (16) Serviços, (1) Café em coco e (2) Agropecuária em termos de geração de emprego. Por meio desses resultados, pode-se inferir que a indústria de café apresenta fortes Iigações para trás; já o setor de produção de café é importante em termos de encadeamentos para trás e para frente. O setor de produção do café também apresentou poder de contribuir para a geração de renda e emprego na economia mineira e a indústria de café, para a geração de produto. Em face dos resultados, conclui-se que políticas que incentivam o aumento no consumo de café podem, de maneira indireta, produzir o crescimento no próprio setor e nos outros setores da economia. Tendo em vista que a indústria de café torrado e moido tem capacidade para crescer e modernizar-se para ampliar a sua competitividade, é também um setor com potencial para receber investimentos.Item A influência da taxa de câmbio no valor das exportações brasileiras, na ótica da abordagem das elasticidades(Universidade Federal de Viçosa, 2004-12-21) Cassuce, Francisco Carlos da Cunha; Santos, Maurinho Luiz dos; http://lattes.cnpq.br/0648788156222081O Brasil, ao longo da história, tem enfrentado sérios problemas relativos à balança comercial e de serviços, os quais, na maioria das vezes, eram contornados pela desvalorização da moeda. Este trabalho, apoiado na teoria da Abordagem das Elasticidades, objetivou mostrar a influência da desvalorização cambial no valor das exportações brasileiras. Para isso, utilizaram-se os modelos SVAR e VEC para calcular as elasticidades de oferta de divisas, determinando se desvalorizações na moeda aumentariam ou reduziriam o valor exportado das mercadorias brasileiras. Dos sete produtos analisados, quatro apresentaram elasticidade de oferta de divisas menor que 1, o que indica que desvalorizações cambiais reduziriam o valor exportado desses produtos, e três apresentaram elasticidade maior que 1. Esse resultado indica que políticas de desvalorização cambial nem sempre são mais adequadas para tentar eliminar o déficit na balança comercial. Neste trabalho, verificou-se também que variáveis importantes para determinar o valor exportado, como a renda externa, não apresentaram os sinais esperados, o que mostra que barreiras fitossanitárias, dentre outras, podem ser mais importantes, para determinar a quantidade exportada e importada do que renda externa, taxa de câmbio e preço de exportação.Item A influência das cooperativas na atividade agropecuária dos municípios do Sul e Sudeste brasileiros(Universidade Federal de Viçosa, 2016-05-10) Neves, Mateus de Carvalho Reis; Braga, Marcelo José; http://lattes.cnpq.br/6219989686268691No meio rural, o movimento cooperativista demonstra ter encontrado ambiente fértil para difundir-se e torna-se importante instrumento de interação e coordenação entre os agentes que compõem o setor. Tais cooperativas têm sido objeto de investigações de natureza teórica e empírica ao longo dos anos, sob diferentes enfoques, que incluem a mensuração de sua eficiência, a busca pelo entendimento das motivações que levam à sua constituição e os impactos socioeconômicos que estas podem exercer sobre seus associados e sobre as comunidades nas quais se inserem. Neste sentido, a hipótese desta pesquisa foi que a associação a cooperativas influenciou positivamente a produção e o lucro da agropecuária nos municípios do Sul e Sudeste brasileiros, no ano de 2006. Assim, o objetivo geral deste estudo foi verificar os efeitos exercidos pela associação a cooperativas sobre a produção e o lucro dos estabelecimentos agropecuários. Para tanto, utilizando-se de um modelo de função de lucro restrita quadrática, teve-se o intuito de mensurar a influência da associação a cooperativas na atividade agropecuária. Com base na dualidade aplicada à teoria da produção, as demandas e ofertas foram estimadas a partir de uma função quadrática de lucro restrita e normalizada, multiproduto e multi-insumo, em que a proporção de estabelecimentos agropecuários associados a cooperativas foi tomada como um fator quase-fixo. As culturas avaliadas neste trabalho foram cana-de-açúcar, leite, milho e soja; os fatores variáveis são o consumo de combustíveis (proxy para capital) e a mão-de-obra contratada. Como parte dos resultados do modelo empregado, foram apresentadas estimativas das elasticidades de oferta de produtos e demanda por fatores, que auxiliam na verificação da consistência do modelo estimado. De modo geral, a oferta de soja e leite mostraram-se mais sensíveis a alterações nos preços do que cana-de-açúcar e milho. Quanto aos insumos - consumo de combustíveis e mão-de-obra contratada - como esperado, tiveram suas demandas positivamente afetadas pelos preços dos produtos. Mudanças no fator associação a cooperativas foram capazes de alterar as funções de oferta dos produtos e demanda dos insumos analisados. Deste modo, uma maior proporção de associados a cooperativas elevaria as ofertas dos produtos analisados. Com relação aos insumos, observaram-se elasticidades de demanda positivas, com a mão-de-obra contratada respondendo de forma elástica a elevações na proporção de associados e o consumo de combustíveis possuindo respostas inelásticas. Encontrou-se um preço-sombra normalizado positivo quanto ao fator associação dos estabelecimentos rurais a cooperativas, o que pode ser também interpretado como um efeito positivo deste fator fixo no lucro em ambas as regiões analisadas, com intensidade um pouco maior no Sul do país. Conclui-se, diante dos resultados positivos encontrados, existir subsídios para se encorajar ações que visem elevar o nível de associação a cooperativas no meio rural brasileiro, principalmente tendo em vista a baixa taxa de associados existente no país.Item A influência do saneamento básico no desempenho escolar: uma análise para crianças brasileiras recém-alfabetizadas(Universidade Federal de Viçosa, 2024-02-28) Rodrigues, Allan Christopher Teixeira; Silva, Maria Micheliana da Costa; http://lattes.cnpq.br/8525311952671485O acesso ao saneamento básico de qualidade é um fator determinante na saúde dos indivíduos, ao associar este fato com desempenho educacional pode-se levantar a hipótese de que acessar serviços sanitários possivelmente impacte em resultados educacionais. A partir disso, é possível interligar tal questão com a saúde infantil visto que, crianças são as mais afetadas por problemas de saúde causados por inadequação da infraestrutura sanitária de onde vivem. Desta forma, o presente estudo buscou estimar os efeitos da cobertura municipal de água e esgoto sobre a média das proficiências em alfabetização de escolas que participaram da ANA (Avaliação Nacional de Alfabetização) nos anos de 2014 e 2016. Para tanto, empregou-se um estimador de Mínimos Quadrados em Dois Estágios com efeitos fixos de escola e utilizando o consumo elétrico per capita dos municípios nos sistemas de água e esgoto. Os resultados apontaram um sinal positivo e significante para esgoto e não significante para água. Este estudo produziu evidências que podem guiar futuras políticas públicas ao lançar luz sobre um tema que afeta a educação sem estar diretamente ligado a ela. Palavras-chave: Saneamento; Alfabetização; Escolas.Item A influência dos cursos de ciências agrárias sobre a produtividade agrícola de Mato Grosso(Universidade Federal de Viçosa, 2021-06-24) Fumagali, Junior Gabriel Nardino; Silva, Maria Micheliana da Costa; http://lattes.cnpq.br/0797674197331194Durante as décadas de 2000 e 2010, o estado de Mato Grosso passou por um rápido crescimento de sua produtividade agrícola, o que atingiu, assim, o maior valor entre os estados produtores de grãos do Brasil. Além disso, o estado teve também uma forte expansão universitária com a criação de muitos cursos de ciências agrárias na região. Nesse sentido, este trabalho buscou-se associar o efeito de transbordamento gerado por esses cursos na produtividade agrícolas dos municípios de Mato Grosso. Então, por meio da utilização de dados provenientes do Censo Agropecuário, RAIS e INEP, para os anos de 2006 e 2017, buscou-se calcular a produtividade agrícola dos municípios mato-grossenses. No intuito de calcular a produtividade, usou-se o Valor Total Bruto dividido pela área explorada. A fim de mensurar o efeito de transbordamento, recorreram aos seguintes métodos: Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE), o modelo SLX e um modelo de dados em painel para mensurar os efeitos local e de transbordamento ao longo do tempo. Com relação ao AEDE, com o uso de contiguidade de rainha, houve significância de que a presença de cursos agrários impacta positivamente na produtividade agrícola. Ademais, constatou que há efeito local para ambos os anos (2006 e 2017), com aumento na produtividade agropecuária de 3,49% e 3,46%, respectivamente. Para o modelo SLX, que visa capturar o efeito espacial, houve significância apenas para o ano de 2006, devido a uma queda na produtividade agropecuária de 10,13%. Quanto ao modelo de efeitos fixos, existiu destaque somente para o efeito de transbordamento, isso se considerarmos os cursos agrários com pelo menos 10 anos de existência, o efeito espacial foi um aumento na produtividade agropecuária de 35,66%. Além disso, o efeito da variável 2017, sendo um período posterior a criação dos cursos de ciências agrárias, foi significativo com um aumento na produtividade agropecuária de 5,40%. Assim, conclui-se que a criação de cursos de ciências agrárias pode ajudar a elevar a produtividade agropecuária, tanto localmente como espacialmente, em longo prazo.Palavras-chave: Instituições de Ensino público. Produtividade agrícola. Efeito de transbordamento.Item A intensidade da exploração agropecuária na região dos cerrados e potencial de degradação ambiental(Universidade Federal de Viçosa, 2005-12-19) Cunha, Nina Rosa da Silveira; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/3142635757586338Neste estudo, analisaram-se a intensidade da exploração agropecuária no núcleo do Cerrado e seus efeitos sobre o potencial de degradação ambiental, em 1995-1996, bem como se esse potencial estava associado a intensidades diferentes de exploração agropecuária. De modo geral, identificaram-se heterogeneidades nas características e intensidade da exploração agropecuária e na degradação ambiental localizadas no núcleo do Cerrado. Visando identificar os fatores explicativos da relação entre exploração agropecuária e degradação ambiental no Cerrado, aplicou-se a análise fatorial, em razão da gama de variáveis envolvidas, sendo obtidos três fatores: intensidade de exploração agrícola do solo e do uso de tecnologias mecânica e bioquímica (F1), outras dimensões da agricultura (F2) e intensidade de exploração pecuária (F3). Com os escores fatoriais e considerando a relação direta entre intensidade de exploração e degradação, construiu-se um Indicador Geral de Degradação (IGD), percebendo- se desigualdades microrregionais. O maior nível de degradação concentrou-se no noroeste de Minas Gerais, em parte do sul de Goiás e em parte do sudeste de Mato Grosso. O IGD máximo (0,705) coube à Primavera do Leste (MT) e o mínimo (0,117), a Jalapão (TO). Pelo IGD, ranquearam-se as microrregiões, permitindo conhecer a sua dispersão espacial, através do indicador I de Moran e do mapa de espalhamento. Os resultados indicaram que o padrão de exploração e degradação não se manifestou de forma difusa no espaço, mas com dependência espacial. Com relação aos determinantes da intensidade da exploração da agropecuária e da degradação ambiental, os resultados apontaram a disponibilidade de crédito, a assistência técnica e a pressão demográfica. Dos resultados obtidos, concluiu-se que a desigualdade na intensidade de exploração refletiu em graus de degradação diferentes nas 73 MRH, que poderiam estar sendo pressionadas por atividades econômicas, como a cultura de grãos em escala industrial, pecuária intensiva e culturas temporárias, dentre outras. Assim, as políticas de apoio ao desenvolvimento do setor agropecuário devem levar em consideração as diferenças microrregionais nas características da exploração agropecuária. Deve-se também considerar o impacto dessas políticas na intensificação da exploração e, por conseguinte, no aumento do potencial de degradação ambiental, comprometendo, de certa forma, a sustentabilidade da atividade na região do Cerrado. É preciso, pois, compatibilizar a capacidade de suporte do meio ambiente com o tipo de exploração utilizado, para que a sustentabilidade ecológica possa acontecer. Há de se analisar, então, a região, bem como verificar as suas condições, ou seja, a sua aptidão agroecológica, procedendo-se ao zoneamento ecológico-econômico.Item A participação da mãe no mercado de trabalho e o diferencial de anos de estudo por gênero entre adolescentes: evidência para o Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-20) Almeida, Ana Cecília de; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/9401676738694804Atualmente, o número de crianças que crescem em famílias em que as mães são ativas no mercado de trabalho, é significativamente superior ao de gerações anteriores. Essa mudança demográfica envolve alterações quanto ao tempo e cuidado materno dedicado aos filhos, podendo afetar suas vidas atuais e prospecções futuras. Não há na bibliografia um consenso quanto aos efeitos esperados da participação da mulher no mercado de trabalho sobre a educação dos filhos e, nem tampouco, pesquisas que identificam se esse efeito é simétrico ou assimétrico entre os sexos das crianças. Consequências positivas e negativas relacionadas ao impacto da vida laboral das mães sobre os filhos, podem estar sendo geradas para a sociedade e para economia, dependendo do resultado encontrado. É possível, por exemplo, que causem impactos nas desigualdades educacionais e, consequentemente, nas desigualdades salariais entre os sexos. Nessa perspectiva, diante do aumento da participação da mulher no mercado de trabalho e da reversão do gap educacional em favor das mulheres, duas importantes tendências observadas no Brasil nos últimos tempos, o objetivo desta pesquisa é contribuir para o debate acerca dos efeitos relacionados à participação da mãe no mercado de trabalho e a escolaridade dos filhos. Busca-se ainda verificar se os anos de estudo dos filhos e o diferencial educacional entre os sexos podem ser associados às horas de trabalho da mãe, as suas jornadas de trabalho e ao trabalho da mãe em momento próximo ao nascimento do filho, além de analisar o perfil dos adolescentes e de suas famílias. As evidências empíricas são obtidas por meio dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do ano de 2014 para os adolescentes brasileiros, valendo-se da identificação de efeitos por meio do método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). Diante do fato de que o nível de escolaridade dos filhos e o emprego da mãe podem ser decisões simultâneas e características não observadas das famílias (como motivação, empreendedorismo, habilidade) e do ambiente devem determinar tanto a decisão pelo mercado de trabalho das mães quanto a escolaridade dos filhos, a estimação por Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) possivelmente sofre de problemas relacionados à endogeneidade. Para lidar com essa possibilidade, as estimações também são obtidas por meio de variáveis instrumentais, nas quais as condições do mercado de trabalho local são utilizadas como instrumentos para a participação da mãe no mercado de trabalho. Entre os resultados, destaca-se que o fato da mãe trabalhar aumenta a média de anos de estudo dos filhos de ambos os sexos, mas o aumento das horas trabalhadas da mãe reduz a educação deles. Em relação ao diferencial educacional entre os sexos, observa-se que o efeito da mãe trabalhar só é diferente entre os adolescentes de sexos diferentes, fazendo aumentar o diferencial educacional de gênero, quando a mãe trabalha meio período comparado a trabalhar período integral. Em todas as outras medidas analisadas de trabalho da mãe, não há diferença significativa na educação dos filhos de sexos diferentes.Item A queda no consumo domiciliar de arroz e feijão no Brasil entre 2002 e 2008(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-12) Rezende, Gerciana Aparecida; Coelho, Alexandre Bragança; http://lattes.cnpq.br/1366919586708623Visto que, nos últimos anos, o consumo domiciliar de arroz e feijão vem apresentando queda, o objetivo deste estudo foi analisar essa queda no consumo domiciliar pelas famílias brasileiras, utilizando dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF/IBGE) de 2002/2003 e 2008/2009. Especificamente, pretendeu-se analisar como a frequência de alimentação fora do domicílio tem impacto no consumo domiciliar de arroz e feijão; verificar se a maior inserção da mulher no mercado de trabalho diminui o consumo de arroz e feijão; verificar se mudanças composição familiar têm impacto no consumo; analisar se o maior consumo de alimentos preparados está associado a um menor consumo de alimentos básicos; verificar a influência da renda no consumo destes alimentos e analisar o consumo de acordo com a localização, características demográficas e composição familiar. Para isso, primeiramente, foi estimado um modelo logit com os dados do Inquérito Nacional de Alimentação (INA) para analisar o consumo individual de arroz e feijão e entender quais fatores estão associados ao consumo. Posteriormente, foi feita uma junção das POF’s formando um pseudopainel que foi estimado por efeitos fixos, de modo a verificar os determinantes da queda do consumo de arroz e feijão. Os resultados do logit mostraram que fatores como a localização, a renda, o sexo da pessoa de referência, a mulher trabalhar, a estrutura familiar e tipo de alimentos consumidos possuem influência significativa no consumo de arroz e feijão no Brasil. Já os resultados do pseudopainel revelaram que a localização (urbano/rural), o preço, os anos de estudo do responsável pelo domicílio, a presença de crianças e adolescentes, idade e sexo do responsável pelo domicílio e o tamanho da família possuem efeitos significativos sobre a aquisição domiciliar de arroz e feijão entre 2002 e 2008. As conclusões do estudo foram que o fato de a mulher trabalhar, a composição das famílias, como domicílios unipessoais e domicílios com múltiplos adultos, a localização (urbano e metropolitano), o menor tamanho das famílias e uma maior renda parecem influenciar negativamente o consumo de arroz e feijão, sendo fatores relacionados à queda do consumo domiciliar. Palavras-chaves: Arroz e feijão. Consumo domiciliar. Pesquisa de Orçamento Familiar.Item A regressividade dos tributos incidentes sobre a gasolina no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2020-03-04) Hipólito, Bruno Yure; Cardoso, Leonardo Chaves Borges; http://lattes.cnpq.br/4878961177765035No Brasil a maior parte da arrecadação tributária é originada em tributos indiretos, em vez de tributos diretos. Como, de forma geral, os mais pobres destinam a maior parte da sua renda ao consumo, essa estrutura tende a tornar o sistema tributário mais regressivo, o que por sua vez aumenta a desigualdade de renda da sociedade. Apesar disso, é possível que haja setores da economia em que a carga tributária seja progressiva, o que torna necessário avaliar essa questão para as diversas atividades econômicas. Nesse sentido, esse estudo busca analisar se a carga tributária que incide sobre a gasolina é regressiva, progressiva, ou proporcional, visto que esse é um bem essencial para a população do país. Para isso, primeiro o trabalho analisou o perfil de renda dos indivíduos que possuem veículos a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2015, por serem os potenciais consumidores de gasolina, e, posteriormente, calculou os Índices de Suits para o Brasil e para os estados brasileiros a partir dos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017/2018. Os resultados do estudo mostraram que no Brasil a carga tributária que incide sobre a gasolina é regressiva, e, portanto, onera em maior magnitude a parcela de menor poder aquisitivo da sociedade, o que se deve majoritariamente à desigualdade de renda existente no país. O mesmo ocorre para a maioria dos estados, somente nos estados de Alagoas e Sergipe esses tributos são progressivos. Além disso, foi visto que há uma relação inversa entre o PIB per capita dos estados e a progressividade dos impostos sobre a gasolina, o que é devido ao fato de que em estados de menor renda uma menor parcela dos mais pobres possuem veículos. Apesar desses resultados, a literatura vê que esses impostos são eficientes em reduzir as externalidades negativas ligadas ao consumo da gasolina, como a emissão de gases de efeito estufa e os congestionamentos. Dessa maneira, recomenda- se políticas públicas que reduzam ou compensem o impacto da tributação da gasolina sobre a renda dos mais pobres, como medidas que promovam o acesso aos meios de transporte público usuais e alternativos. Palavras-chave: Gasolina. Tributos. Regressividade.Item A relação entre diferentes faixas de rendimento e ingressos do 'Brasileirão' em um período de hipermercantilização(Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-14) Ximenes, Daniel Dias da Silveira; Lirio, Viviani Silva; http://lattes.cnpq.br/5277614125561206Analisando a transformação dos estádios de futebol em arenas multiuso e a “hipermercantilização” deste esporte, estudos em diversas áreas das ciências sociais apontam que camadas populares têm sido excluídas dos novos estádios, dando lugar a torcedores-consumidores de perfis socioeconômicos mais elevados. Pesquisas em economia aplicada que investigaram sobre as características da demanda por ingressos de futebol na primeira divisão do campeonato brasileiro divergem quando se trata das conclusões sobre a elasticidade-renda da demanda. Dessa forma, o presente estudo busca analisar como diferentes faixas de renda, com dados retirados da PNAD contínua, se relacionam com o público pagante, tanto nas arenas de “Padrão FIFA” quanto em estádios com características mais antigas, entre 2014 e 2019. Para isso, empregou-se o Método dos Momentos Generalizados Sistêmico, utilizando variáveis instrumentais (como o preço médio do ingresso, tratado como uma variável endógena). Foram analisados dados de jogos ocorridos durante o período mencionado, abrangendo quatro faixas de renda distintas em cada cidade onde os jogos foram realizados, além da renda domiciliar per capita. Os resultados revelaram diferenças nas características da demanda entre estádios antigos e arenas modernas, indicando uma atração de público com níveis mais elevados de renda para estas últimas. Além disso, observou-se que os jogos realizados em arenas estão associados a uma maior maximização de preços por parte dos tomadores de decisão. Palavras-chave: Demanda. Renda. Brasileirão. Ingressos.Item Abordagem evolucionária da dinâmica do setor agrícola(Universidade Federal de Viçosa, 2004-01-20) Vieira Filho, José Eustáquio Ribeiro; Campos, Antônio Carvalho; http://lattes.cnpq.br/6253038922618654Uma das principais tarefas intelectuais no campo da e t oria e história econômica tem sido, certamente, compreender de que maneira as mudanças tecnológicas e o complexo das organizações econômicas transformam o curso do crescimento econômico. É nesse cenário que a mudança técnica passa a ser compreendida dentro de um processo dinâmico e evolutivo do sistema econômico. O estudo aqui realizado visa analisar a economia agrícola sob o enfoque da teoria evolucionária e, nesse sentido, a competição tecnológica na agricultura é análoga à competição biológica. As firmas devem passar por um teste de sobrevivência imposto pela concorrência no mercado. O referencial teórico a ser objeto de estudo, contrário às concepções ortodoxas, baseia-se nas pressuposições de incertezas do ambiente, racionalidade limitada dos agentes, no desequilíbrio dinâmico e na instabilidade estrutural. Nessa perspectiva, podem-se caracterizar os agentes dos sistemas de produção envolvidos como concorrentes schumpeterianos, que buscam permanentemente a diferenciação e a formulação de estratégias no intuito de obter vantagens competitivas, as quais possam proporcionar lucros de monopólios. Nesse caso, a idéia de competição está associada à concentração de mercado. No intuito de comparar a evolução tecnológica na agricultura com os padrões regionais dos sistemas agroindustriais brasileiros, procurou-se, de um lado, realizar, por meio de indicadores de localização e especialização, uma análise de métodos regionais e, por outro, construir um Modelo Evolucionário de Crescimento Agrícola , aqui denominado MECA, o qual possa representar o comportamento da agricultura produtora de grãos ou mesmo a agricultura de mercado. Desta maneira, foi possível identificar a região dinâmica agroindustrial bem como padrões de comportamento das mudanças técnicas na agricultura. Para construção do modelo, foi preciso definir uma nova concepção do capital, sendo este capital uma composição de proporções fixas de fatores produtivos em uma situação dinâmica limitada. O capital na agricultura está dividido em dois tipos: o capital estoque como representativo das benfeitorias, máquinas e equipamentos, e o capital fluxo como sendo os defensivos, fertilizantes e sementes. O crescimento agrícola depende do crescimento do capital. Entretanto, para conciliar esta nova concepção de capital, o crescimento, por exemplo, do capital estoque está limitado ao crescimento do capital fluxo, e vice versa. Por fim, em um ambiente de competição tecnológica, o modelo procura mostrar que a competição pelos recursos produtivos nos complexos agroindustriais produtores de grãos leva à busca permanente de inovações, caracterizando uma dinâmica evolucionária entre as atividades e uma maior concentração do capital setorial e regional.Item Acesso à educação infantil e a alocação de tempo das mães(Universidade Federal de Viçosa, 2019-12-09) Campos, Ana Luísa Malatesta de; Silva, Maria Micheliana da Costa; http://lattes.cnpq.br/0596275143708300Muitos trabalhos na literatura buscaram estudar a relação entre a assistência infantil e o trabalho materno. O acesso à educação infantil é uma forma eficaz de as mães conseguirem conciliar carreira e família, já que dispondo de lugar para o filho permanecer, o tempo da mulher pode ser alterado. Partiu-se do pressuposto de que não apenas as horas dedicadas ao trabalho remunerado podem ser alteradas, mas também as horas atribuídas ao trabalho doméstico. Nesse contexto, o presente trabalho procurou avaliar o impacto da frequência à educação infantil na alocação de tempos das mães entre o trabalho remunerado e o doméstico não remunerado, e não apenas sobre a oferta de trabalho formal da mãe. Existe uma simultaneidade causada pela tomada de decisão conjunta da mãe, entre levar o filho à educação Infantil e como alocar o seu tempo entre as diversas atividades, que traz endogeneidade ao modelo, além de que as mães que levam os filhos a educação infantil são muito diferentes daquelas que não levam. Foram usados dados da PNAD, para os anos de 2011 a 2015, e uma amostra de mães de 16 a 40 anos. Após controlar por fatores observados e não observados, os resultados encontrados sugerem que a frequência do filho à educação infantil aumenta a proporção de horas totais gastas em trabalho remunerado em 2,01 p.p. e reduz a participação em 0,66 p.p. das horas de trabalho doméstico. Assim, a educação infantil pode não estar reduzindo a jornada dupla da mãe. Como o trabalho dentro de casa vai além dos cuidados dos filhos, o resultado pode estar sugerindo que ela ainda continua responsável por todo o gerenciamento e execução dos afazeres domésticos, mesmo aumentando a participação das horas destinadas ao mercado de trabalho. Palavras-chave: Educação infantil. Alocação do tempo. Mulheres-Emprego. Bem-estar.Item Acordos comerciais e seus impactos no comércio dos países sul-americanos(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-22) Silva, Raphael Gomes da; Silva, Fernanda Aparecida; http://lattes.cnpq.br/5572343001011680Os acordos comerciais são ferramentas de fomento ao comércio internacional que vêm sendo utilizadas pelos países desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A expansão dessas relações ocorreu durante as décadas de 1980 e 1990, em que várias relações bilaterais e multilaterais se mostraram eficazes em integrar e aproximar comercialmente os membros. Na América do Sul, os países seguiram políticas comerciais diferentes, alguns se organizaram em blocos regionais como MERCOSUL ou Comunidade Andina, enquanto outros buscaram abertura comercial através de relações bilaterais como Chile e Colômbia. Este estudo quantificou os efeitos gerados sobre o comércio pelos acordos formados pelos países sul-americanos. Utilizou-se como método uma versão estrutural do modelo gravitacional com efeitos fixos. Para verificar o impacto exercido, foi montado um painel com quarenta anos de comércio, abrangendo o período 1980 – 2020, para uma amostra de 86 países. Os resultados indicaram que Chile, Colômbia e Peru, que possuem política comercial direcionada a formação de mais acordos comerciais, principalmente com países de fora da região, apresentaram melhores resultados nos efeitos gerais e individuais. O Mercosul se mostrou eficiente no fomento ao comércio dos membros, com maiores benefícios para o Paraguai e Uruguai. O bloco segue exercendo impacto no comércio dos membros mesmo após 30 anos de seu início. Em relação à duração dos acordos, aqueles formados com outros países em desenvolvimento mostraram efeitos mais duradouros. Foi testada a possibilidade de criação ou desvio de comércio gerada pelos acordos da região e pode ser constatado que a maioria deles fomentou as relações a partir da criação de comércio. No que tange aos setores produtivos afetados pelos acordos, os que sofreram impacto positivo foram relacionados aos produtos agropecuários e minerais, confirmando a especialização dos países da região em produtos de menor valor agregado. Palavras-chave: Acordos Comerciais. América do Sul. Comércio Internacional.Item Adoção de práticas agrícolas conservacionistas e eficiência produtiva na agricultura brasileira(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-27) Fortini, Rosimere Miranda; Braga, Marcelo José; http://lattes.cnpq.br/4452667913592717O objetivo geral deste estudo é analisar a adoção de diferentes práticas agrícolas conservacionistas pelos estabelecimentos agrícolas brasileiros. Especificamente, pretende-se: (i) determinar o efeito da adoção de diferentes práticas agrícolas conservacionistas sobre a produtividade e o lucro dos estabelecimentos agropecuários brasileiros; (ii) identificar os fatores que interferem na capacidade de adoção, por parte dos agricultores brasileiros, de práticas agrícolas conservacionistas; e (iii) identificar o efeito da adoção das práticas agrícolas conservacionistas sobre a eficiência técnica dos estabelecimentos agropecuários brasileiros divididos por grupos de áreas. Para tal, adotou-se um procedimento econométrico dividido em duas partes: (a) Balanceamento por Entropia para tornar as amostras de adotantes e não adotantes pareadas de modo a avaliar o impacto da adoção de cada prática agrícola conservacionista, consideradas neste estudo, na produtividade e no lucro; (b) estimação de modelo de seleção amostral composto de dois estágios: no primeiro, estima-se os modelos probit; e no segundo a Fronteira Estocástica de Produção para analisar a eficiência técnica dos agricultores brasileiros, estimadas para adotantes e não adotantes de cada uma das práticas agrícolas conservacionistas. Os microdados do Censo Agropecuário de 2006 foram utilizados para as análises deste estudo. Como resultado, em média, os agricultores que adotam as práticas agrícolas conservacionistas possuem produtividade inferior aos produtores que não as adotam, apesar do lucro ser maior para este primeiro grupo. Por meio dos modelos Probit, a associação a uma cooperativa, o acesso ao financiamento e assistência técnica, a maior idade, mais anos de experiência, gênero masculino e ter mão de obra qualificada, são fatores que aumentam a probabilidade de adoção destas práticas. As variáveis categóricas, condições do produtor, nível educacional e a localização geográfica tiveram resultados variados, dependendo do tipo de prática analisada. A adoção das práticas conservacionistas, de fato, contribuem para que os estabelecimentos utilizem os fatores produtivos mais eficientemente, resultando em escores de eficiência técnica mais elevados, quando comparados aos não adotantes. Além disso, ao comparar os resultados em relação aos grupos de áreas, observou-se que os maiores estabelecimentos que adotam as práticas conservacionistas mostraram-se tecnicamente mais eficientes que os minifúndios e pequenos estabelecimentos. Assim, observa-se que a menor produtividade parcial da terra obtida pelos adotantes das práticas conservacionistas, quando comparado aos não adotantes, parece ser compensada pelo ganho de eficiência, à medida que se tem um maior lucro. As implicações políticas incluem melhoria de práticas gerenciais por meio de serviços de extensão, promoção de educação no campo, fortalecimento da relação pesquisa-extensão e desenvolvimento de pacotes de práticas agrícolas conservacionistas específicos para cada situação com maior potencial de aumento de produtividade.Item Ajustamentos na agroindústria de segundo processamento de trigo no Brasil, de 1995 a 2001(Universidade Federal de Viçosa, 2003-02-11) Ferreira Júnior, Sílvio; Gomes, Marília Fernandes Maciel; http://lattes.cnpq.br/7789533222493903O Brasil, na década de 90, passou por significativas mudanças em sua economia, e essas contribuíram para modificação do ambiente competitivo da agroindústria de segundo processamento do trigo no país. As regras de livre mercado, o acirramento da concorrência em nível global e a estabilização econômica caracterizam, desde então, o novo ambiente competitivo, exigindo da sua agroindústria a adoção de novos parâmetros de competitividade como questão de sobrevivência. Nesse contexto, uma estratégia comum observada nos segmentos de massas alimentícias e de biscoitos e bolachas tem sido a ocorrência de fusões e, ou, aquisições que sugerem processo de concentração de mercado. Essa concentração, se por um lado possibilita a obtenção de economias de escala e, ou, escopo, bem como agilidade no processo de distribuição, por outro lado, pode criar condições estruturais para que essas grandes empresas exerçam ações prejudiciais à ordem econômica. Dada a importância da agroindústria de segundo processamento de trigo no Brasil, e em razão das mudanças ocorridas no seu ambiente competitivo, este trabalho teve como objetivo geral avaliar ajustamentos ocorridos nos segmentos de massas alimentícias e de biscoitos e bolachas, enfocando o período de 1995 a 2001. Adotou-se, neste estudo, a hipótese de que, nesse período, em face da queda das barreiras à entrada - abertura comercial, estabeleceu-se no Brasil um processo de concentração de mercados na agroindústria de segundo processamento de trigo, o que permitiu melhor desempenho econômico deste segmento. Como modelo teórico foi utilizado, basicamente, o paradigma Estrutura-Conduta-Desempenho da Teoria da Organização Industrial. Entretanto, considerou-se, ainda, a visão da Escola de Chicago sob o arcabouço da Teoria dos Mercados Contestáveis, que adota pressupostos, como a inexistência de barreiras à entrada, aplicáveis em algumas situações específicas de mercado. Os resultados obtidos permitem inferir que o novo ambiente competitivo, caracterizado principalmente pela queda das barreiras à entrada, permitiu a intensificação da concorrência e restringiu o poder de mercado das maiores empresas. Os segmentos foram obrigados a seguir o processo de adequação às exigências do consumidor no mercado, como a melhoria da qualidade, o aumento da variedade e a redução nos preços dos produtos. Todo esse processo foi liderado pelas maiores empresas, que realizaram investimentos em tecnologia e aumentaram, gradualmente, sua participação no mercado, permitindo a obtenção de economias de escala e escopo. O resultado desses ajustamentos se traduziu, portanto, em melhor desempenho econômico e maior benefício para a sociedade, corroborando a hipótese delineada neste estudo.Item Alianças estratégicas no cooperativismo: o caso da Central Leite Nilza(Universidade Federal de Viçosa, 2005-03-30) Santos, Karina Dobscha; Gomes, Sebastião Teixeira; http://lattes.cnpq.br/1828924512108441Este trabalho objetivou analisar a estratégia de aliança nas cooperativas de leite no Brasil, identificando fatores que levaram à sua implementação e seus resultados. O estudo foi realizado nas cooperativas associadas à Central Leite Nilza, criada em 2001 através da joint venture de três cooperativas singulares: Coonai, Casmil e Coopercarmo. Sabe-se que a aliança é uma estratégia eficaz, que é utilizada quando a organização deseja alavancar o crescimento e melhorar sua competitividade, sendo atualmente muito usada nas cooperativas dos principais países produtores de leite. No Brasil, a aliança foi adotada em poucas cooperativas, pois muitos fatores dificultaram sua implantação, como o receio de demissões por parte dos funcionários e a perda do status de dirigentes, entre outros. A abordagem deste trabalho considerou a Teoria de Crescimento da Firma, que procurou identificar os fatores que levaram as cooperativas a adotarem a estratégia, e a análise do setor financeiro, de produção, de recursos humanos e a eficiência social. A razão que levou as cooperativas a formarem a aliança foi a possibilidade de resolverem as dificuldades que cada uma possuía na época. Os principais resultados positivos foram o aumento da escala produtiva e a consolidação da marca. A Coonai foi beneficiada com a estratégia porque repassou sua dívida para as associadas e conseguiu aumentar o indicador de liquidez corrente, porém sua receita operacional líquida diminuiu. Na Coopercarmo houve aumento do endividamento, os índices de liquidez reduziram e sua rentabilidade permaneceu em baixos patamares, mas a receita operacional líquida aumentou, ao contrário do que ocorreu nas principais cooperativas de leite do país. A Central apresentou aumento dos índices de liquidez, redução da rentabilidade e aumento do endividamento no período analisado. A cooperativa Casmil não forneceu dados à pesquisa, o que impossibilitou analisá-la através de indicadores. A divergência de interesses entre os próprios dirigentes dificultou o processo de estruturação da aliança e impulsionou a saída da Casmil em 2004. Portanto, conclui-se que, para as cooperativas de leite terem resultados positivos ao formarem alianças estratégicas, devem primeiramente realizar reformas “internas”, ou seja, que visem melhorar o funcionamento da cooperativa, como a liquidação de dívidas, a profissionalização da gestão e a transparência na administração, por exemplo. A aliança estratégica tem o intuito de alavancar e melhorar a eficiência das cooperativas que estão preparadas, não trazendo resultados positivos para aquelas que tentam utilizar essa estratégia para solucionar os seus problemas.Item Alimentação e desempenho escolar: uma análise sobre os impactos do Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-17) Deus, Caroline da Costa Nascimento de; Silva, Maria Micheliana da Costa; http://lattes.cnpq.br/6695385365656289A insegurança alimentar é um fator importante na influência sobre o desempenho escolar. A literatura tem aproveitado os programas de alimentação escolar como objeto de estudo. Nessa seara, este estudo avaliou o efeito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) sobre o desempenho escolar, medido pelas proficiências dos alunos do 5º e 9º anos no exame do SAEB. A influência do PNAE foi analisada a partir de dois componentes separadamente: as escolas com nutricionistas; e o percentual de compras de alimentos da agricultura familiar. A fim de conceder evidências robustas, foi adotada uma estratégia de identificação, considerando o viés de seleção do programa. Embasando-se nas suas diretrizes, utilizou-se a abordagem do Local Average Treatment Effects (LATE), uma vez que há endogeneidade e efeitos heterogêneos no programa. Por isso, diversas bases de dados foram reunidas para ambas as análises. Os efeitos do programa foram positivos, mostrando que um aumento de 1 ponto percentual (p.p.) no valor destinado à aquisição de produtos da agricultura familiar eleva em 1,15 e 1,4 pontos nas proficiências de português e matemática, respectivamente. Já para o 9º ano, o aumento é de 0,9 e 1,2 pontos nos referidos testes. Em relação aos nutricionistas, as escolas que contam com sua presença proporcionam um acréscimo, em média, de 9,5 e 18,4 pontos nas notas de português e matemática, para o 5º ano. Com relação ao 9º ano, o aumento é de 28 e 89,09. As evidências encontradas contribuem para mostrar a importância do PNAE, dos alimentos da agricultura familiar no cardápio da escola e do papel do nutricionista sobre o desempenho escolar, já que os dois componentes promovem alimentação escolar saudável, o que contribui para o desenvolvimento cognitivo infantil. No âmbito familiar, fomenta a conscientização sobre a importância da alimentação saudável para o desempenho escolar e econômico e guiar o comportamento alimentar das famílias. No que tange à construção de políticas públicas, o estudo traz a reflexão sobre a aprovação do projeto de Lei 3.292 de 2020, que altera a Lei nº 11.947/09, ao estabelecer percentual mínimo de 40% para compra de leite em forma fluida, o que pode desfavorecer a diversidade alimentar regional e os mecanismos construídos em prol de uma alimentação saudável. Palavras-chave: Desempenho Escolar. Alimentação Escolar. PNAE. LATE.