Ciências Humanas, Letras e Artes
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Item 2018 e suas memórias: a Educação e as diferenças no Brasil contemporâneo(Universidade Federal de Viçosa, 2020-12-15) Sousa, Júlia Severiano de; Mafra, Rennan Lanna Martins; http://lattes.cnpq.br/3300336167576224Essa dissertação de mestrado visa compreender como o ano de 2018 nos auxilia a problematizar as diferenças e a Educação no Brasil contemporâneo. Para isso, lança mão de uma compreensão da Educação como gesto de aprendizado no espaço público, de profunda conexão com um gesto histórico e comunicacional; e das diferenças enquanto conceito mobilizador de aspectos cruciais de e para nossas relações sociais. Para dar conta da construção de sua proposta, o trabalho apoia-se na cartografia como movimento metodológico que, não estando circunscrito a uma suposta coleta de campo e de dados, se estende por todo o processo de construção do trabalho. Orientado por essa metodologia de pesquisa, o desenvolvimento desse documento – que se organiza em cinco partes que, por não se esgotarem em si mesmas, constituindo uma fração argumentativa de um todo suposto, são chamados de Fragmentos – consiste em: um Fragmento Introdutório, que apresenta o ponto de partida desse texto, com suas origens e suas motivações; o Primeiro Fragmento, que apresenta suas bases teórico-metodológicas; o Segundo Fragmento, que, através de discussões conceituais, explora possibilidades interpretativas sobre o que nos referimos como Brasil contemporâneo; o Terceiro Fragmento, que explicita os achados empíricos dessa investigação através da mobilização de fios argumentativos e o Fragmento Final, que discute para onde as considerações aqui feitas nos levam. Palavras-chave: Memórias. Educação. Diferenças. Brasil. Contemporaneidade.Item A alternância na licenciatura em educação do campo: representações sociais dos docentes da UFV(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-30) Lima, Sthefani Loti Paiva; Silva, Lourdes Helena da; http://lattes.cnpq.br/6484456122233039A presente pesquisa integra o Programa de Estudos “A Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal de Viçosa: Sujeitos, Representações e Práticas”, que visa analisar os contornos da alternância construída no curso de Licenciatura em Educação do Campo (LICENA) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Na especificidade desta investigação nossos propósitos foram caracterizar a formação por alternância na LICENA a partir das representações sociais construídas pelos educadores do curso. Especificamente, buscamos descrever a proposta de formação por alternância do Projeto Político Pedagógico do curso; caracterizar os docentes e suas experiências anteriores que contribuíram para atuação na LICENA; analisar as representações sociais construídas por eles sobre a formação por alternância; relacionar as representações sociais e as experiências vividas, de maneira a identificar os contornos da formação por alternância desenvolvida no curso. A referência central da pesquisa é a Teoria das Representações Sociais, inaugurada por Moscovici (1978) no campo da Psicologia Social, que afirma que a maneira como os sujeitos interpretam a realidade, a partir de elementos do seu contexto e das interações sociais que vivenciam, revela elementos orientadores de suas condutas, apresentando contribuições importantes para uma compreensão sobre os sentidos que orientam as práticas pedagógicas construídas na formação por alternância na LICENA. Para a coleta dos dados foram utilizadas a pesquisa documental e bibliográfica e a entrevista. Na análise dos dados foram utilizados procedimentos do Método de Análise de Conteúdo, de Bardin. De maneira geral, nossas análises revelam a presença de uma diversidade de experiências profissionais dos docentes da LICENA, marcada sobretudo pela participação em movimentos sociais, grupos e atividades coletivas, com destaque para a área da Agroecologia. Revela, ainda, um conjunto de experiências na docência, em modalidades diversas de ensino e com utilização de metodologias participativas e expressões culturais, como dança, teatro, capoeira, entre outros que indicam o potencial do grupo de docentes para contribuições importantes no desenvolvimento e na construção de uma formação diferenciada dos educadores do campo. São experiências que, por sua vez, favorecem aos docentes uma ancoragem de novos sentidos, significados e representações necessárias à afirmação dos princípios da Educação do Campo e da formação por alternância na LICENA.Item A aprendizagem do adulto em produções bibliográficas nacionais: contribuições para a formação de professores(Universidade Federal de Viçosa, 2018-05-23) Soares, Amanda Cibele; Braúna, Rita de Cássia de Alcântara; http://lattes.cnpq.br/3915064308165988Esta dissertação teve como objetivo principal analisar como a aprendizagem do jovem e adulto vem sendo abordada em produções acadêmicas do campo de formação de professores. Buscou-se investigar as especificidades da aprendizagem de pessoas adultas, particularmente as relativas ao adulto no contexto do Ensino Superior, no intuito de conhecer e compreender os pressupostos teóricos e conceituais que orientam a aprendizagem deste público, para, a partir deste conhecimento, buscar contribuições para o campo de formação de professores, que é constituído por indivíduos adultos. Para tanto, desenvolvemos uma pesquisa de natureza qualitativa, sendo, para a produção dos dados, utilizados alguns recursos da pesquisa quantitativa. Adotamos como metodologia a Pesquisa Bibliográfica. Estabelecemos como fonte de consulta os bancos de dados da CAPES; SciELO; ANPEd; ENDIPE e CNFP, investigando pesquisas científicas produzidas do ano 2000 ao ano 2016. A partir das pesquisas selecionadas para compor nossa amostra investigativa, 35 pesquisas, identificamos que estas são orientadas teoricamente por quatro aportes teóricos principais: Teoria Sócio- Histórica; Epistemologia Genética; Teoria da Aprendizagem Experiencial; e Andragogia. Desenvolvemos a partir dessas quatro abordagens identificadas, o referencial teórico que fundamentou esta dissertação. As análises realizadas neste estudo nos apontaram que a temática da aprendizagem do adulto, de acordo com a amostra investigada, tem sido abordada em cinco contextos principais. São eles: Aprendizagem do Adulto no Ensino Superior; Aprendizagem com e sobre Tecnologias Digitais; Aprendizagem e Desenvolvimento Profissional Docente; Formação Inicial de Professores; e Formação Continuada de Professores. A partir dos quatro aportes teóricos principais observados em nossa amostra, foram identificadas 25 categorias conceituais mais acessadas em relação à aprendizagem do adulto. A partir destas categorias, extraímos contribuições das teorias da aprendizagem para o entendimento do aprendiz adulto e para o campo de formação de professores. Entre os principais achados desta pesquisa, destacamos a importância da experiência na aprendizagem do adulto, sendo esta a categoria teórica mais destacada entre as pesquisas analisadas. Também entre as principais categorias destacadas como influenciadoras da aprendizagem do adulto identificamos: a mediação; a interação social; e a metacognição. Acreditamos que as informações apresentadas neste estudo podem configurar-se em contribuições aos formadores de professores, em contextos de formação inicial e continuada, para auxiliá-los a entender, explicar, planificar e desenvolver ações com foco no aprendiz adulto. Através deste estudo foi possível observar como a aprendizagem é um tema amplo e complexo, e que a aprendizagem na idade adulta ainda suscita muitas indagações, sendo um campo que se apresenta pouco explorado.Item A apropriação da noção de cidadania e direitos na educação básica: uma análise em uma escola estadual no município de Viçosa-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-27) Andrade, Yan Francisco Rodrigues; Mello, Rita Márcia de Andrade Vaz de; http://lattes.cnpq.br/0662449669134178O presente trabalho consiste numa pesquisa que tem como tema o ensino de noções de direito, na perspectiva da cidadania, oferecido nas escolas públicas do município de Viçosa-MG. O principal objetivo deste estudo foi analisar como os assuntos jurídicos gerais, notadamente aqueles que se mostram indispensáveis ao exercício da cidadania, foram tratados no último ano do Ensino Médio da Escola Estadual Dr. Raimundo Alves Torres (ESEDRAT), umas das principais escolas públicas da cidade. Para atingir este objetivo, em primeiro lugar, nos dedicamos a entender a evolução histórica e o significado do termo cidadania, sobretudo para a sociedade brasileira, para, em seguida, compreender a relação desse conceito com os fenômenos da educação e do direito. Ainda, buscamos explorar o tratamento dado à cidadania nos documentos oficiais da educação brasileira, bem como no projeto político-pedagógico da instituição pesquisada, extraindo dessa análise os assuntos jurídicos gerais que devem ser abordados ao longo da educação básica, principalmente do Ensino Médio, para que os estudantes tenham uma formação cidadã efetiva. Nos caminhos metodológicos, utilizamos, para a coleta dos dados, o levantamento bibliográfico, a análise documental, a aplicação de questionário e a realização de entrevistas. Já na análise e interpretação do resultado, elegemos as técnicas da análise de conteúdo e da triangulação dos dados. Os resultados desta pesquisa permitiram constatar que a cidadania, conceito ligado às noções de participação, de exercício de direitos e deveres e também de identidade, é tema muito presente nas atividades desenvolvidas pela escola investigada, seja dentro das salas-de-aula ou mesmo fora delas. Além disso, verificamos que, a despeito da transversalidade da temática, as disciplinas afeitas à área de “Ciências Humanas e suas Tecnologias”, sobretudo a Sociologia, a Filosofia e a História, abordam esses assuntos com maior frequência. Ademais, observamos que, apesar de os temas jurídicos fazerem parte dessa abordagem, esta não abrange, em regra, uma perspectiva própria da ciência do direito, principalmente em razão da ausência de formação jurídica dos professores da escola, o que, em nosso sentir, representa um entrave à consecução do objetivo de se educar para a cidadania. Palavras-chave: “educação básica”; “direito”; “cidadania”.Item A articulação do ensino médio com a educação profissional no IF Sudeste MG - Campus Muriaé(Universidade Federal de Viçosa, 2015-06-11) Artiaga, Débora Martins; Alves, Daniela Alves de; http://lattes.cnpq.br/9497819163840034A modalidade de Ensino Médio Integrado, o EMI, efetivada pelo Decreto Federal no 5.154/ 2004, trouxe mudanças para a Educação Básica, mais especificamente para o Ensino Médio, pois possibilitou a integração curricular deste com a Educação Profissional. As mudanças decorrentes da oferta integrada trouxeram desafios prementes à educação brasileira, sobretudo para as instituições de educação profissional do país, exigindo a redefinição conceitual e estrutural dessas modalidades de ensino. A investigação A articulação do ensino médio com a educação profissional no IF Sudeste MG - Campus Muriaé é uma pesquisa que tem como objetivo central identificar a relação entre o Ensino Médio integrado ao Ensino Técnico e o resultado alcançado pelos egressos após a conclusão do curso técnico integrado em Agroecologia. É, portanto, um trabalho científico caracterizado como estudo de caso, cuja abordagem é predominantemente qualitativa. As fontes utilizadas na pesquisa foram: os alunos egressos do ano de 2013, professores, gestores, os documentos oficiais da escola e da política dos órgãos do governo. Quanto às técnicas de coleta de evidências, foram usadas: análise documental, entrevistas semiestruturadas, questionários e observação indireta da rotina deste curso. Os resultados da investigação indicam que a integração pouco está idealizada e concebida no projeto político pedagógico do curso, e que tampouco ocorre de fato, visto que o curso desenvolve- se por práticas curriculares que ainda acompanham o modelo dualista, em que teoria e prática estão dissociadas e acontecem por meio de práticas curriculares isoladas e específicas de cada matéria. A efetivação da integração curricular tal qual é proposta nos documentos do Ministério da Educação só será possível com a integração da equipe pedagógica, professores e gestores na busca desse objetivo comum. A integração necessita ser discutida e vivenciada pelos docentes, que enfrentam os seguintes obstáculos à efetivação da integração pedagógica e curricular: indisponibilidade de tempos e espaços de formação e análise de suas ações educativas de forma institucionalizada; infraestrutura adequada, ausência de clareza dos objetivos e especificidades do currículo integrado.Item A atratividade da carreira docente: uma análise na perspectiva de ex-bolsistas do PIBID do curso de Educação Física(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-29) Lima, Sabrina Aparecida de; Braúna, Rita de Cássia de Alcântara; http://lattes.cnpq.br/9285875686891219Nos últimos anos, a temática acerca da atratividade da carreira docente tem ocupado os debates sobre a valorização do magistério, sobretudo nas políticas que buscam diminuir a defasagem da qualidade do ensino, atraindo profissionais qualificados para atuar no contexto educacional do século XXI. Nesta pesquisa, tomaremos o Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID) como unidade de análise, haja vista seus objetivos se relacionarem mais diretamente à necessidade de atrair professores para a escola pública. Dessa forma, definimos como objetivo geral compreender a influência do Programa na decisão de ex-bolsistas egressos de um curso de Educação Física (EF) de uma universidade pública mineira, em adotar a escola como lócus de atuação profissional, considerando os diferentes fatores atrelados à atratividade da carreira docente. Especificamente, buscamos: 1) Caracterizar o perfil dos ex-bolsistas do PIBID; 2) Investigar o lócus de atuação profissional de ex-bolsistas do PIBID egressos de um curso de EF; e 3) Identificar as razões para a decisão ou não do exercício do magistério nas escolas públicas relacionando o lócus de atuação profissional ao perfil dos egressos investigados, a partir do referencial teórico sobre atratividade da carreira docente. Para tanto, optamos inter-relacionar os elementos quantitativos e qualitativos, pois, nas palavras de Gamboa (2010, p. 105), “[...] esse movimento dialético permite a visão dinâmica dos fenômenos a partir de sua totalidade”. Como instrumento de coleta de dados, utilizamos questionários e entrevista semiestruturada. O referencial teórico que orientou nosso estudo pautou-se nas pesquisas sobre a atratividade da carreira docente, destacando o estudo de Gatti et al. (2014), que enfatiza os principais aspectos que influenciam a escolha pela licenciatura por estudantes do Ensino Médio. Outro estudo que contribuiu para a construção da conjuntura do trabalho docente a partir da reestruturação produtiva e o avanço neoliberal foi a obra organizada por Gentili (1995). Consideramos também a especificidade da EF escolar a partir do seu desenvolvimento histórico e o fato da disciplina ocupar um não-lugar no contexto educacional, visto que não se legitimou enquanto componente curricular (BRACHT, 1997). Com base na análise dos dados extraídos dos questionários e das entrevistas, temos que a maioria dos sujeitos considera a experiência do PIBID significativa, sendo as maiores contribuições do Programa a inserção na realidade escolar, o planejamento e o trato com conteúdos não vistos na graduação. Todavia, a vivência no Programa não garantiu a decisão dos sujeitos em adotar a escola como lócus de atuação após o término da graduação, visto que a maioria dos sujeitos da pesquisa atua nas áreas do bacharelado. Por fim, concluímos que as condições de trabalho e a desvalorização especificamente da EF escolar atingem diretamente a atratividade da carreira docente, desestimulando os ex-bolsistas a atuar na escola pública. Palavras-chave: Atratividade da carreira docente. PIBID. Educação Física.Item A atuação do movimento “Todos Pela Educação” na educação básica brasileira: do empresariamento ao controle ideológico(Universidade Federal de Viçosa, 2018-10-04) Ségala, Karen de Fátima; Mari, Cezar Luiz De; http://lattes.cnpq.br/9368729859419286Esta dissertação teve como objetivo analisar o projeto de empresariamento em curso na política educacional brasileira de nível básico. Para isso, foi realizada a análise crítica do movimento Todos Pela Educação, criado em 2006, que se autodenomina um movimento apartidário e plural da sociedade civil brasileira, em prol da melhoria da qualidade da educação. Com base no referencial gramsciano, foram analisados inicialmente dois documentos, o primeiro proveniente da Conferência Mundial de Educação Para Todos, ocorrida em Jomtien, na Tailândia, intitulado Declaração Mundial sobre Educação para Todos, (UNESCO, 1990). O segundo documento analisado foi o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), Lei n° 6.094, de 24 de abril de 2007, que levou o nome Compromisso Todos pela Educação, se tornando instrumento de legitimação do movimento Todos Pela Educação junto ao Estado. Esses documentos foram analisados tendo como base a Análise do Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001; 2003; DIJK, 2008), considerando a importância do contexto social, político e econômico ao qual um determinado discurso proferido é utilizado pela classe dominante como potência para dominação e controle ideológico. Foram analisados, ainda, a luz da ADC, os discursos individuais e coletivos de membros do movimento Todos Pela Educação, divulgados em canais da mídia, como jornais, revistas, blogs e no site do movimento. Os discursos foram divididos em grandes temas relacionados à educação, como a formação de professores, financiamento da educação, o privado no público, a preparação do cidadão para modernização. Nesse sentido, observamos que o movimento constitui-se em uma junção de empresários brasileiros que buscam atuar na educação básica brasileira oferecendo suas soluções “eficazes” baseadas em referenciais das empresas privadas, como a utilização das avaliações de larga escala, da meritocracia e da formação técnica para atuação no mercado de trabalho. Em suma, ele busca uma educação que atenda aos anseios do capital e difunda uma sociabilidade baseada no mercado.Item A atuação do poder público muriaeense na educação de 1871 a 1930(Universidade Federal de Viçosa, 2018-05-04) Bagli, Leidyleni Nolasco Rodrigues; Azevedo, Denilson Santos de; http://lattes.cnpq.br/6208721499419822Este trabalho teve por objetivo analisar a História da Educação no município de Muriaé de 1871 a 1930. Para tanto, buscamos investigar as principais mudanças políticas-ideológicas- educacionais no período de transição do Brasil Império para o Brasil República em Minas Gerais; sintetizar o processo histórico de fundação e consolidação de Muriaé; e analisar como o poder municipal atuou nesse período, para promover a educação em seu território. Para efeito de coleta de dados tomamos por fontes as Atas da Câmara Municipal Muriaeense e os periódicos circulantes na região nos anos finais do Império e nos primeiros decênios da República. Trata-se de um trabalho historiográfico e para análise dos dados optamos pela análise documental em seu processo investigativo. A classificação do recorte que define este estudo é a autonomia local, que busca a constituição de sua identidade, também através da educação. O local aqui demarcado se refere a uma esfera geográfica, social e política, que se ergue mediante a um contexto pedagógico, isto é, de promoção da instrução. A partir da proclamação da República, os municípios passaram a ser os responsáveis pela educação em seus domínios, o que também ocorre com o município de Muriaé. Portanto, o nosso empreendimento buscou responder a seguinte questão: de que forma a atuação do Poder Público Municipal da Muriaé de 1871 a 1930 administrou e organizou a educação local? A Muriaé de 1871 a 1930 era um território vasto, majoritariamente rural e analfabeto, liderado por uma elite cafeicultora, que buscava a crescente transformação do espaço público municipal nos anseios pela modernidade e pela constituição de sua identidade. Este estudo, portanto, é fruto, do reconhecimento do município como lócus de uma história a ser construída, como agente produtor de documentações que podem nos desvelar um passado ainda vívido que certamente influencia o presente. Assim sendo, identificou-se o desenvolvimento do aparelho burocrático municipal conforme se avançam os anos da era republicana, com o progressivo investimento na modernização do espaço urbano e na educação. Ao longo dos anos criaram-se cada vez mais escolas e grupos escolares, contudo o índice de analfabetismo era significativo até meados da década de 1920. O que se notou foi o empreendimento municipal na área da instrução, mas, em contrapartida, observaram-se as limitações financeiras e estruturais do município, tendo o Estado como financiador dos projetos de melhorias locais.Item A Circulação das ideias de Ling e a ginástica sueca em periódicos especializados da educação física (Brasil, 1932-1954)(Universidade Federal de Viçosa, 2023-06-23) Silva, Januína Lúcia da; Baía, Anderson da Cunha; http://lattes.cnpq.br/6277346614361376A Ginástica Sueca criada por Pehr Henrik Ling, no início do século XIX, na sua trajetória, foi reconfigurada pelos diferentes atores que deram continuidade a sua obra, firmando o entendimento que a ginástica criada por Ling, passou por processos de adaptações ao longo da sua existência e sua circulação aconteceu de variadas formas. Partindo do entendimento que há na história da Ginástica Sueca, diferentes versões desta ginástica, a pesquisa tem como propósito investigar a circulação das ideias de Ling e da Ginástica Sueca, no período de 1932 a 1954, tomando como lugar de difusão a Revista de Educação Física (REF) e Educação Física (REPhy). Esses dois periódicos foram as fontes centrais desse estudo e a mobilização dalas e seu trato metodológico foram orientados pelos pressupostos da História Cultural inspirando-se em Certeau (1982, 1994), Ginzburg (1989), Chartier (2002) e Bloch (2001). Ao dialogar com o contexto do processo de educação do corpo, tomando o lugar das práticas corporais como indicação na construção de um projeto de nação para o Brasil, percebeu-se que no clima cultural desenhado no período da Primeira República, as influências externas colocaram em circulação no país um tipo de cultura física na qual demandava uma nação de corpo enérgico e na qual se configurou na primeira metade do século XX em uma ambiência favorável para constituição dos dois primeiros periódicos especializados em Educação Física no Brasil, a REF e REPhy. Destacou-se, que ambos os periódicos ao emergir no cenário nacional colocaram em circulação um conjunto de práticas corporais, veiculando em suas páginas reportagens e sujeitos que remetiam como modelos de Educação Física/Ginástica de outros países. A concentração de matérias nas quais vulgarizavam variadas práticas seja esporte ou ginástica, demarcaram um espaço que ao se fazerem presente contribuíram para instalação de uma cultura física no país. Ao buscar identificar a presença de Ling e caracterizar a Ginástica Sueca, apresentando a forma como circularam nos periódicos, observou-se que Ling e seu método de ginástica, fizeram-se presente, entre os debates vigentes sobre um melhor método de educação do corpo em ambos os periódicos. Ling destacou-se nos dois impressos tanto na contribuição no início do século XIX na construção da Ginástica Sueca, na apresentação da sua trajetória, na criação do seu Instituto de ginástica e na presença dos seus colaboradores. Também encontrou-se a circulação de uma Ginástica Sueca modificada, que pode ser referenciada de Moderna Ginástica Sueca. Essas duas formas de propor a Ginástica Sueca encontraram nas páginas dos periódicos lugar de circulação, colocando-as no debate da constituição de Educação Física nacional. Palavras-chave: Ginástica sueca. Periódicos. Educação Física. História.Item A comunicação eletrônica entre as professoras e as famílias durante o ensino remoto na rede pública de Viçosa (MG)(Universidade Federal de Viçosa, 2022-07-25) Gomes, Ana Paula Machado; Lacerda, Wânia Maria Guimarães; http://lattes.cnpq.br/9104230131739717O objetivo deste trabalho foi conhecer e analisar as características da comunicação eletrônica entre professores e familiares dos alunos que cursam os anos iniciais do ensino fundamental em escolas públicas da cidade de Viçosa (MG), realizada por meio do aplicativo WhatsApp durante a epidemia de Covid-19 no Brasil. Partiu-se da hipótese de que a constituição de grupos de familiares e professores no aplicativo de mensagens eletrônicas afetará as formas de interação entre as famílias e a escola. A pesquisa foi desenvolvida em duas etapas. Inicialmente foram gerados dados por meio de questionário eletrônico auto aplicados aos professores da rede pública de educação, municipal e estadual, que atuam nos anos iniciais do ensino fundamental. Na segunda etapa foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três professoras e os seis mães. O corpus constituído peças entrevistas transcritas foi analisado de acordo com os pressupostos da análise de conteúdo, conforme Bardin (2011). Os resultados desta pesquisa apontam para a importância da interação e comunicação entre essas duas instâncias socializadoras nos processos de escolarização das crianças, para a relevância da forma de comunicação entre professores e familiares em tempo real e para as iniciativas das escolas no intuito de manter o direcionamento da comunicação com as famílias. As análises realizadas indicaram também que apesar de o ensino remoto ter se dado de forma emergencial e contribuído para a intensificação da comunicação entre as professoras e as famílias, a qual passou a ser diária, ele escancarou também as desigualdades existentes, tornando-as mais evidentes no ensino remoto, dada a exclusão digital existente na sociedade brasileira. Palavras-chave: Relações família-escola. Práticas educativas familiares. Comunicação eletrônica entre professoras e famílias.Item A configuração das identidades profissionais dos (as) pedagogos (as) de Institutos Federais Mineiros: da formação à atuação profissional(Universidade Federal de Viçosa, 2018-08-10) Marques, Debora Mota; Ferenc, Alvanize Valente FernandesO pedagogo no Brasil não possui uma identidade única. No histórico do curso de pedagogia, foi visto como professor, como especialista e, atualmente, com as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia (2006), a identidade desse profissional foi ampliada para gestor, docente e pesquisador. Além disso, expandiram-se os locais de atuação do profissional para além da escola, podendo, portanto, trabalhar em espaços não escolares. Mas, nesta pesquisa, fizemos um recorte e delimitamos como objeto de estudos as identidades dos (as) pedagogos (as) de Institutos Federais Mineiros, abordando aspectos da formação e do desenvolvimento profissional desses sujeitos. Nosso objetivo foi analisar os processos de formação, atuação e desenvolvimento profissional de pedagogos que atuam em Institutos Federais Mineiros e a configuração de suas identidades profissionais nesses contextos. O referencial teórico que embasa a discussão sobre identidade é composto por autores como Dubar (1997; 2012) e Carrolo (1997); sobre o desenvolvimento profissional, é formado por autores como Marcelo (2009); e, sobre a compreensão desse processo como construtor de identidade, por Forte e Flores (2012). Foi necessária também a leitura de autores como Brzezinski (1996; 2011), Silva (1999), Libâneo (2005, 2006 e 2007), Aguiar e Melo (2005), Pimenta (2006), Aguiar et. al. (2006), Saviani (2004; 2009), Franco, Libâneo e Pimenta (2007), Kuenzer e Rodrigues (2006; 2007) e Leal (2013) para entender, historicamente, as diversas identidades do curso de pedagogia. Ainda, exploramos os trabalhos de Cézar (2014), Brauner (2014) e Lima (2015), visto que são os primeiros trabalhos que fazem referência ao pedagogo no Instituto Federal. Na metodologia aqui utilizada, buscamos articular as narrativas por meio das contribuições de Cunha (1997), Clandinin e Connelly (2011), Junqueira Muylaert et. al. (2014) e Ferenc (2017) e, que apontam essa metodologia como propícia à reflexão sobre a experiência e à escuta das vozes dos sujeitos. Por meio de questionários com 16 pedagogos (as) de Institutos Federais Mineiros e entrevistas semiestruturadas com cinco pedagogos (as) selecionados, foram possíveis as reflexões em relação aos aspectos pessoais, formativos e profissionais construtores das identidades desses profissionais. Realizamos, ainda, a análise de conteúdo dos regimentos internos de Institutos Federais Mineiros para entendermos as identidades atribuídas aos profissionais. Os resultados apontaram que há uma diversidade de atuação profissional dos (as) pedagogos (as), mas que, nas diversas situações, a identidade dos (as) pedagogos (as) é construída na relação entre a identidade para si e a identidade para o outro. Observamos os movimentos que os sujeitos fazem quando se dobram para dentro (identidade para si) e quando se dobram para fora (identidade para o outro). Com isso, foi possível concluir que há aspectos que reprimem as identidades dos (as) pedagogos (as), dando origem a identidades sufocadas. Ao mesmo tempo, os (as) pedagogos (as) criam estratégias para conseguirem se desenvolver profissionalmente, o que dá origem a identidades sobreviventes, uma vez que ocorrem com o intuito de superar uma provável crise de identidade. Sobre a formação inicial dos sujeitos, observamos que nenhum deles teve oportunidade de estudar, nos seus cursos de pedagogia, a educação profissional e tecnológica. Foi possível, em virtude disso, a descoberta, na prática, de saberes produzidos por esses profissionais, visto que, da prática, surgem problemáticas que impulsionam os(as) pedagogos(as) a buscarem alternativas para o problema, produzindo, dessa forma, os saberes da prática. Pelas narrativas apresentadas, foi possível dizer que não há uma política institucional de formação continuada dos profissionais, mas há ações isoladas na instituição das quais nem todos podem participar ou buscas solitárias pela formação por parte de alguns (algumas) pedagogos (as). Nesse sentido, apontamos a importância de um projeto de desenvolvimento profissional que ocorra de forma coletiva e colaborativa, que vise à socialização de saberes e que promova a aprendizagem profissional e a ressignificação da identidade.Item A construção da homossexualidade nos espaços escolares: vivências e descobertas(Universidade Federal de Viçosa, 2022-01-27) Silva, Patrick dos Santos; Herneck, Heloísa Raimunda; http://lattes.cnpq.br/2874565962670841Compreendendo o cotidiano escolar como espaço privilegiado para encontro da diversidade e baseando-se na perspectiva metodológica do movimento de pensamento pós-estruturalista nos estudos teóricos de gênero, saúde e educação, este trabalho teve como objetivo problematizar as vivências de estudantes homossexuais matriculados no ensino médio na Escola Estadual Raimundo Alves Torres (ESEDRAT), nos anos de 2000 a 2021, localizada na cidade de Viçosa, MG. Por meio da técnica de pesquisa conhecida como Snowball, foram selecionados quatro estudantes homossexuais e três estudantes heterossexuais para participarem de dois grupos focais. No primeiro grupo, os estudantes homossexuais produziram narrativas sobre vivências da homossexualidade no ambiente escolar. Já o segundo grupo, formado por estudantes heterossexuais, o objetivo foi compreender sua percepção sobre a homossexualidade na escola. Os sujeitos que compõem as tessituras escolares tendem a legitimar os princípios heteronormativos e, desta maneira, contribuem para a produção da homofobia. Assim sendo, os estudantes homossexuais apresentaram narrativas de bullying homofóbico, exclusão, silenciamento, discriminação e agressões físicas e psicológicas. A fim de amenizarem essas situações, diversas estratégias de resistência foram elencadas, como enfrentamento, amizades homoafetivas, organização de redes de solidariedade, isolamento, ajuda psicológica, negação da homossexualidade, participação no grêmio da escola, entre outros. Os estudantes apresentaram também narrativas de acolhimento e amparo por parte da comunidade escolar, tornando a escola um espaço propício para negociações, transgressões e produção de práticas emancipatórias. Logo, mesmo que narrem adversidades, os alunos sentem-se seguros na escola em questão para expressarem suas identidades. A educação para sexualidade é percebida como estratégia eficaz para o combate a práticas machistas, sexistas e homofóbicas na escola. É necessário, por conseguinte, atenção especial na elaboração de políticas públicas e formação docente para lidarem com questões de gênero e sexualidade nos ambientes escolares, com propostas que visem atender toda a comunidade escolar, desde alunos até funcionários, professores e responsáveis. Palavras-chave: Homossexualidade. Cotidiano Escolar. Educação Básica.Item A construção político-social para a cidadania em um museu de ciências de Belo Horizonte(Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-25) Costa, Mayra Cristina da Silva; Morais, Carla Christina Imenes de; http://lattes.cnpq.br/9394937264514679A construção político-social para a cidadania em um museu de ciências de Belo-Horizonte. Orientadora: Carla Christina Imenes de Morais. A formação para cidadania é comumente referida em currículos e documentos educacionais como um dos caminhos para fortalecimento da democracia. Além dos espaços formais de educação compreendemos os museus de ciências, espaços de educação não formal, como potenciais no processo de construção de conhecimentos, emancipação e formação cidadã. Com intuito de compreender quais os caminhos são percorridos para a formação política social para cidadania no Espaço do Conhecimento UFMG realizamos uma revisão histórica da cidadania no país e analisamos os currículos educacionais e o guia para Cidadania Global desenvolvido pela Unesco na busca de elucidações dos caminhos para formação cidadã. As exposições e documentos a respeito do museu foram observadas e analisadas no intuito de localizar as confluências do espaço com o fomento à cidadania. Os mediadores e os responsáveis pelo núcleo educacional do museu também foram investigados, por meio de questionário e entrevista, para melhor compreensão das relações entre os diferentes atores sociais que constroem o museu e suas exposições. O Espaço do Conhecimento UFMG se apresentou como um espaço plural, de construção coletiva que almeja ser ferramenta de transformação política social em prol de caminhos para construção da cidadania. Sua exposição de longa duração segue atualizada pelas diferentes vozes dos mediadores, sendo utilizada como ferramenta para suscitar diálogos e promover discussões. Apesar de identificarmos pontos de cientificismo na exposição, observamos que os colaboradores do Espaço do Conhecimento UFMG buscam dialogar com as diferentes faces da ciência, demonstrando suas falhas, pluralidades e questionando relações de poder. Estruturalmente e em meio às suas ações públicas pudemos identificar um museu preocupado com a acessibilidade, inclusão e diversidade que busca por meio de formações contínuas, e em diálogo constante com a universidade dar vida aos diferentes campos do conhecimento de forma crítica e relevante. Palavras-chave: Espaço do Conhecimento UFMG. Cidadania. Museus de Ciências. Educação não formal. Democracia.Item A divisão sexual do trabalho e a dimensão generificada do campo científico: um recorte da Universidade Federal de Viçosa(Universidade Federal de Viçosa, 2020-10-23) Gomes, Jamille Mylena de Freitas; Alves, Daniela Alves de; http://lattes.cnpq.br/4247938037051603Estudos recentes têm mostrado que as mulheres estão em posição de sub-representação em espaços de prestígio e em cargos de tomada de decisões. Com isso, o presente trabalho buscou compreender a desigualdade de gênero no Centro de Ciências Exatas da Universidade Federal de Viçosa. A partir de uma análise dos Currículos Lattes dos docentes de três departamentos – Engenharia Civil, Matemática e Física – aos quais os (as) professores (as) estão vinculados (as), foram entrevistados 10 docentes, 6 mulheres e 4 homens, a fim de compreender as estratégias de permanência por parte das mulheres em espaços masculinizados. Além disso, foi analisado como se dá a conciliação da vida pessoal com a profissional no que concerne à maternidade e à paternidade. A partir da perspectiva de campo científico e dominação masculina do autor Pierre Bourdieu, e do conceito de divisão sexual do trabalho de Helena Hirata e Daniele Kergoat, foi possível perceber o quanto o gênero tem um peso relevante nas dinâmicas dos indivíduos no ambiente de trabalho. Entretanto, essas dinâmicas, além de diferentes, são desiguais e beneficiam mais os homens do que as mulheres na carreira, revelando uma divisão sexual do trabalho. Assim, o campo ora abordado se revela enquanto um espaço masculinizado e que possui um habitus de funcionamento que favorece os homens e é desvantajoso para as mulheres, em especial, para aquelas que são mães. Nesse sentido, a divisão sexual do trabalho se configura um entrave para que mulheres ocupem espaços de prestígio no campo científico. Além disso, de acordo com a fala das entrevistadas, ainda que algumas se expressem de maneira sutil, essas desigualdades operam de maneira a orientar suas ações para uma postura mais combativa no campo, para uma pausa ou desaceleração na carreira, ainda que utilizem o drible da dor como forma de se manterem no jogo. Palavras-chave: Divisão sexual do trabalho. Dominação Masculina. Mulheres na ciência.Item A educação salesiana na cidade de Ponte Nova – Minas Gerais e a formação de professoras na Primeira República(Universidade Federal de Viçosa, 2015-12-18) Carvas, Giovanna Maria Abrantes; Azevedo, Denilson Santos de; http://lattes.cnpq.br/9111480960129788Este estudo refere-se aos resultados obtidos por meio da investigação acerca do processo histórico e educacional que possibilitou a constituição de uma cultura educacional singular na cidade de Ponte Nova – Minas Gerais, a partir da criação da Escola Normal Nossa Senhora Auxiliadora (ENNSA), no ano de 1896. A periodização abordada insere nosso objeto de estudo no período da Primeira República Brasileira (1889 - 1930), momento cujos eventos contribuíram para que a educação fosse vista, pelo Estado, como sinônimo de progresso e, pela Igreja, como campo fértil para ações com objetivo de garantir sua influência na sociedade. É justamente nesse contexto que ocorre a instalação da ENNSA, a partir da relação de interesses entre representantes da política local e da Igreja católica. A fim de atender aos objetivos do presente estudo realizamos uma pesquisa documental que teve como fonte de informação os registros escritos oficiais encontrados, principalmente, no arquivo interno da Instituição e que se referem, sobretudo, aos dados administrativos concernentes às matrículas e às conclusões do curso, bem como às reuniões pedagógicas e aos relatórios produzidos para fins de inspeção. A análise desse material, somada aos estudos produzidos acerca das escolas normais mineiras, nos permitiu conhecer o modelo de formação oferecido pela instituição salesiana em questão bem como aspectos relacionados à cultura da escola, que possibilitaram a formação de, aproximadamente, 640 professoras primárias durante os primeiros trinta de atuação. Em síntese, compreendemos que a Escola Normal organizava o seu currículo e desenvolvia suas práticas de maneira a garantir que a educação feminina oferecida pelas irmãs salesianas estivesse aliada aos preceitos religiosos valorizados pelas famílias católicas da época, ou seja, uma instrução atrelada ao papel “fundamental” da mulher: mãe e esposa, responsável pelo lar e pela educação dos mais jovens.Item A educação superior em agricultura no Brasil como terreno fértil para os Estados Unidos: a Fundação Ford na UREMG/UFV (1964-1976)(Universidade Federal de Viçosa, 2017-04-24) Muniz, Viviane Carla de Souza Pires; Souza, Rita de Cássia de; http://lattes.cnpq.br/8489675228158070A Universidade Federal de Viçosa (UFV) é uma das mais bem conceituadas instituições de ensino superior no Brasil. Desde 1920 quando foi autorizada a sua criação através da Lei 761, tem como principal campo de ensino, pesquisa e extensão a agricultura, com importantes descobertas na área agrícola do país. Para que a Universidade adquirisse potencial na realização de pesquisas agrícolas, nas décadas de 1960 e 1970, foi fundamental o investimento em infraestrutura e capacitação profissional, impulsionado por doações monetárias realizadas por entidades estadunidenses. Neste aspecto, a Fundação Ford realizou importantes doações de recursos para a UFV, que foram imprescindíveis para o desenvolvimento da instituição. No contexto da Guerra Fria, a cooperação técnica e financeira a países da América Latina constituía uma das estratégias dos Estados Unidos (EUA) para a contenção da ameaça comunista e a disseminação do americam way of life (estilo americano de viver). A influência dessas entidades estadunidenses nas instituições de ensino superior tinha como intuito: modelar pensamentos e formar lideranças acadêmicas que levariam o estilo político, econômico e cultural dos Estados Unidos a outros espaços de atuação. Visando conhecer esta parceria entre a UFV e a Fundação Ford, realizamos uma pesquisa qualitativa, buscando fontes primárias coletadas no Arquivo Central e Histórico da UFV (ACH-UFV) e referencial bibliográfico que tratasse da atuação da Fundação Ford no Brasil. A investigação envolveu desde o ano da assinatura do Convênio da Fundação Ford com o Estado de Minas Gerais, em 1964 até a última doação identificada como feita pela Fundação Ford à UFV em 1976. Percebe-se que, apesar do convênio assinado ter duração de apenas 5 anos, a Fundação Ford atuou diretamente, com envio de recursos financeiros para bolsas de estudos e obras de infraestrutura nestes 12 anos na UFV. O estudo constatou que as doações realizadas pela Fundação Ford, foram importantes não só para o desenvolvimento de novas pesquisas na Universidade, mas também para manter a instituição em funcionamento. Os anos 1960 foram difíceis financeiramente e a universidade passou por grandes problemas, devido à falta do repasse de recursos do Governo do Estado. Pelo que pudemos constatar, o convênio assinado implicava em uma igualdade de participação financeira da Fundação Ford e do Estado de Minas Gerais. No entanto, embora a Fundação Ford tivesse feito mais doações que o previsto, não foi localizada nenhuma contrapartida do governo do Estado de Minas Gerais.Item A escolha dos estabelecimentos de ensino públicos por famílias na cidade de Carangola (MG)(Universidade Federal de Viçosa, 2018-11-30) Souza, Viviane Teixeira Alves; Lacerda, Wânia Maria Guimarães; http://lattes.cnpq.br/528848257089169O tema dessa pesquisa delimitado é a escolha dos estabelecimentos de ensino públicos que ofertam os anos iniciais do Ensino Fundamental, pelas famílias na cidade de Carangola (MG) no ano de 2017. O pressuposto inicial era de que a primeira escolha do estabelecimento público de ensino, o da Educação Infantil, afetaria as escolhas subsequentes. Partindo do conhecimento da dessemelhança entre as escolas públicas da cidade de Carangola (MG) que ofertam o primeiro segmento do Ensino Fundamental, em que se constatou diferença na demanda de vagas, no nível socioeconômico e nos índices alcançados nas avaliações externas indagou-se: (i) as escolhas escolares iniciais das famílias, das escolas de Educação Infantil, afetam as escolhas subsequentes? (ii) como as escolhas escolares das famílias são feitas? (iii) por que as famílias escolhem determinados estabelecimentos de ensino? (iv) quais os critérios que as famílias utilizam para fazer suas escolhas em uma cidade pequena? O objetivo foi conhecer, descrever e analisar as condutas de escolha dos estabelecimentos de ensino públicos pelas famílias, cujas crianças ingressaram no primeiro ano de Ensino Fundamental. Foram coletados os dados de seis escolas públicas urbanas, referentes ao bairro de residência dos estudantes e da instituição de Educação Infantil de onde provieram os alunos; após uma primeira análise dos dados, optou-se por investigar o processo de escolha de quatro estabelecimentos de ensino: EE Melo Viana, EE Benedito Valadares, EE Professor Augusto Amarante e EE do Bairro Santo Onofre. A sistematização e análise dos dados secundários tiveram como objetivo o conhecimento dos fluxos escolares de escolas de Educação Infantil para as escolas públicas de Ensino Fundamental. Após a análise dos fluxos escolares direcionados às quatro escolas, optou-se por fazer a entrevista com quatro famílias com perfil de escolha do estabelecimento de ensino público que oferta o Ensino Fundamental (anos iniciais) reputado, localizado ao Centro, distante da residência e que os filhos tenham frequentado CMEI reputado, também distante do local de moradia. Utilizou-se da metodologia da análise de conteúdo de Moraes (1999) para se fazer a análise qualitativa dos dados da pesquisa. A análise dos dados mostrou, dentre outros resultados, que as famílias não se orientaram pelo conhecimento dos resultados das avaliações externas publicados nos índices do IDEB das escolas, mas suas escolhas (3) se deram pela atração da reputação exercida pelas duas escolas localizadas no Centro da cidade, bem como da Direção escolar (2) e por redes de relações sociais eficientes fora do local de moradia; três famílias fizeram suas escolhas a partir de um repertório de escolha previamente pensado, demonstrando que essas famílias (3) fazem pesquisa sobre as escolas, consultando seus vizinhos e outros pais que possuem filhos matriculados na escola de interesse; a inserção dos alunos em CMEI’s, não foi um ato planejado em busca de uma escola reputada, mas ter o filho matriculado nesses, proporciona, pela rede de relações sociais constituídas entre os professores, diretores e outros funcionários dessas escolas, maiores chances de ascender a estabelecimentos de ensino comuns e reputados na cidade de Carangola (MG).Item A evasão escolar na educação básica: um estudo com moradores do campo(Universidade Federal de Viçosa, 2022-06-06) Ferreira, Valdirene de Jesus; Souza, Rita de Cássia de; http://lattes.cnpq.br/0627939230966347Nessa pesquisa, investigamos a perspectiva de moradores de comunidades rurais do município de Viçosa que deixaram a escola, sobre como se deu a evasão escolar no período em que ela ocorreu e como eles percebem esse fato no momento atual de suas vidas. O desejo em pesquisar esse assunto resultou da minha trajetória pessoal e acadêmica. Através do meu contexto familiar e ao longo da minha formação básica, obtive contato com pessoas que evadiram da escola e, sempre via esta situação com estranhamento, porque, para mim, estudar sempre foi algo importante e necessário, mesmo não compreendendo direito o que significava a escola e a educação na sociedade. O fato de eu ser, originalmente, uma moradora do campo, me provocou o desejo de conhecer o processo de escolarização e evasão escolar de moradores da zona rural de Viçosa-MG, sendo esse o objetivo geral da pesquisa. Além disso, definimos como objetivos específicos: estudar os dados estatísticos da evasão escolar no Brasil, em Minas Gerais e em Viçosa, em diferentes níveis de ensino, bem como na cidade e no campo; apresentar algumas pesquisas sobre esse assunto produzidas no território brasileiro e suas contribuições para compreender tal fenômeno; e realizar um breve histórico da educação rural e do processo de reivindicação da Educação do Campo. Para alcançar tais objetivos, além de uma revisão de literatura e de um levantamento de dados estatísticos, foram realizadas entrevistas com quatorze moradores da zona rural de Viçosa-MG que deixaram a educação básica, visando conhecer suas concepções acerca da escola e do processo de escolarização, bem como os motivos que os levaram a deixar a escola e como percebem este fato atualmente. Os primeiros participantes selecionados eram pessoas já conhecidas, muitos da minha família, e os demais foram através da metodologia “bola de neve”, originaram da indicação dos primeiros participantes. Através dos resultados obtidos, concluímos que para se garantir o direito a educação, são necessárias políticas públicas mais efetivas de acesso e permanência dos estudantes, sobretudo no ensino médio e na zona rural. Os dados da evasão escolar, apesar de oscilarem, são recorrentes no Brasil e a população do campo enfrenta maiores desafios durante o processo de escolarização, tais como: um ensino desconectado de sua realidade, interesses e necessidades, a falta de transporte e de escolas mais próximas de sua residência, demonstrando a relevância da implementação de uma política de Educação do Campo. A evasão escolar é construída a partir de um contexto histórico, social, político, cultural e econômico que dificulta a continuidade da vida escolar dos sujeitos. Um dos gargalos é a mudança de instituição, especialmente na transição entre níveis de ensino que faz com que muitos estudantes não queiram se deslocar ou não se adaptem à nova escola e encerrem os estudos. O medo de professores e avaliações, somado ao fato de estar em uma família com pouca escolarização, leva muitos estudantes a se distanciarem da escola o que, em geral, se dá aos poucos, faltando a algumas aulas e avaliações, fragilizando o vínculo com a instituição e terminando com a evasão. Conhecer estes fatores pode ser muito importante para a construção de uma educação que seja de fato um direito assegurado a todos. Palavras-chave: Evasão escolar. Educação do campo. Educação básica.Item A evasão, a reorientação da escolha do curso e a integração do estudante: o caso de graduandos da UFV(Universidade Federal de Viçosa, 2022-07-29) Bento Júnior, Genival Souza; Lacerda, Wânia Maria Guimarães; http://lattes.cnpq.br/4567577407866105A evasão é um fenômeno contínuo no sistema educacional de qualquer país. No Brasil, a preocupação com esta problemática iniciou nos anos 1940. A massificação das universidades públicas no Brasil trouxe as camadas excluídas para seu interior. A entrada destes estudantes já ocorria através de ações afirmativas feitas pelas universidades, mas foi o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) e a Lei n. 12.711/2012 (Lei de Cotas) que estabeleceram critérios válidos para todas as instituições da rede federal de ensino superior. Com isso, a evasão toma nova roupagem, tornando um campo fértil para pesquisas. Neste sentido, essa pesquisa procura conhecer, descrever e analisar os processos de evasão do curso, reorientação da escolha do curso superior e integração dos estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV), selecionados no SiSU 2018, com pontuações elevadas no ENEM. A base teórica é ancorada pela Teoria de Integração do Estudante (TIE) de Tinto (1993), pelas análises das desigualdades no interior da universidade propostas por Boudon (1981) e Bourdieu (1998), além de versar sobre o ofício do estudante na perspectiva de Coulon (2008). O lócus da pesquisa foi a Universidade Federal de Viçosa (UFV). Sua natureza é descritiva e a abordagem é quantitativa, a partir de dados secundários da Pró-Reitoria de Ensino da UFV. A amostra utilizada contempla 460 estudantes, sendo os 5 primeiros colocados na ampla concorrência e nas modalidades de cota no SiSU 2018 que ainda estão matriculados na UFV. Os resultados mostram que os cursos de menor prestígio são mais afetados pela evasão, que a reorientação da escolha de curso é mais comum entre estudantes da ampla concorrência, especialmente do sexo masculino. As mulheres negras possuem notas menores na graduação, mostrando a perpetuação do racismo estrutural e da desigualdade de gênero. Outro achado diz respeito aos egressos da rede federal, que são aqueles que mais reorientam suas escolhas, seguidos pelos alunos da rede privada. A saída de cursos de alto prestígio para outros de menor, bem como o inverso foram analisadas indicando que a reorientação de escolha acompanha a preparação para um novo vestibular e a redefinição do projeto destes estudantes. Palavras-chave: Evasão. Cotas. Reorientação da escolha de curso.Item A experiência pública das ocupações secundaristas: traço de um Brasil Contemporâneo(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-23) Silva, João Luiz Pedrosa da; Mafra, Rennan Lanna Martins; http://lattes.cnpq.br/4399700364463877O presente trabalho pretende compreender o fenômeno da experiência pública das ocupações secundaristas no Brasil contemporâneo. As ocupações se constituem enquanto um fenômeno recente na história do país, e para isso nos apoiamos em três diferentes seções neste trabalho: o primeiro observando as apostas num futuro falido e observando narrativas midiáticas sobre a Reforma do Ensino Médio em grandes veículos de imprensa; o segundo percebendo as diferenças como acontecimento; e o terceiro sobre as corporeidades e latinoamericanidades da ocupação. Como metodologia, lança mão do paradigma indiciário (GINZBURG, 1991; BRAGA, 2008) e da noção de midiatização (ANTUNES; VAZ, 2008), a partir do procedimento analítico da análise de paisagens verbo-visuais (ABRIL, 2010). O primeiro capítulo se propõe a entender as narrativas midiáticas sobre a Reforma do Ensino Médio de 2016, presentes em matérias jornalísticas de portais online da imprensa e do Ministério da Educação. Em seu referencial teórico, o texto usa das noções de estratos de tempo (KOSELLECK, 2014) e de estagnação (GUMBRECHT, 2015) para compreender como, na contemporaneidade, podem emergir projetos de educação pautados num futuro falido, nos âmbitos relacionais de organizações cunhadas pela modernidade – Estado, Mercado e Ciência (MAFRA; MARQUES, 2019). Assim, a Reforma do Ensino Médio emerge como um desses projetos, aqui examinada a partir de narrativas midiáticas presentes nos portais de notícias dos jornais El País e G1, e do Ministério da Educação. O segundo capítulo em seu referencial teórico, o texto lança mão das noções de acontecimento (DELEUZE, 2007; GALLO, 2002) diferença (SILVA, 2000), melancolia (BENJAMIN, 1987) e latência (GUMBRETCH, 2014), afim de identificar tonalidades afetivas presentes nas ocupações, em meio à emergência das diferenças como singularidades. Com a metodologia antes utilizadas, o capítulo segue a partir da busca por indícios midiatizados responsáveis por oferecer experiências nas quais nos fosse possível identificar tanto um devir-melancólico quanto um devir-latente, principalmente na rede social Facebook. A partir da evidência de dados durante as ocupações e após as ocupações, o capítulo evidencia que a singularidade estética presente nas ocupações revela-se por indubitável traço acontecimental, este que possui organicidade e continuidade a partir de uma lógica contemporânea, produzida por uma interconexão entre ruas e redes. Além disso, conclui que melancolia e latência apresentam-se como tonalidades afetivas presentes na educação, em contextos do Brasil contemporâneo, denunciadas pelas ocupações secundaristas. O terceiro e último capítulo apresenta a partir de um referencial que se propõe compreender a presentificação das ocupações. De certa forma, esse fenômeno se localiza num tempo e no espaço porém não apresentam um fim pois existe uma possibilidade de reexperimentar o acontecimento e torna-lo presente a partir de projetos audiovisuais como filmes, peças de teatro, poesia, música. Assim, se apoiando nos conceitos de presentificação e simultaneidade de Gumbretch (2015) e no livro Os fantasmas da colônia de Rafael Haddock-Lobo (2020) para desenvolver este trabalho. Por fim, como conclusões, o trabalho considera que tais categorias evidenciam a composição propícia à emergência das ocupações secundaristas, e emergências, atmosferas e latinoamericanidades. Palavras-chave: Ocupações secundaristas. Emergências. Atmosferas. Latinoamericanidades.