Ciências Biológicas e da Saúde
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Item Avaliação do CD36 nas Subpopulações de monócitos e sua associação com marcadores bioquímicos, dietéticos e antropométricos em pacientes pré e pós-operatório de cirurgia bariátrica(Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-28) Fernandes, Paola Negri; Rosa, Carla de Oliveira Barbosa; http://lattes.cnpq.br/3490635029313260Introdução: O excesso de adiposidade e consequente quadro de inflamação de baixo grau são características da obesidade e estão relacionadas ao desenvolvimento de diversas doenças, como as doenças cardiovasculares que são hoje principal causa de morte e incapacidade em todo mundo. O processo inflamatório induzido pela obesidade recruta as células do sistema imune monócitos/macrófagos, que expressam a glicoproteína de membrana CD36. Esse receptor tem papel fundamental no metabolismo lipídico cardíaco e está estreitamente ligado à formação de lesões ateroscleróticas. Indivíduos com obesidade grave que passaram por cirurgia bariátrica apresentam expressiva perda de peso e de adiposidade, o que promoveria melhora no perfil inflamatório e em marcadores antropométricos. A dieta assume importante papel como agente imunorregulador no organismo de acordo com o potencial inflamatório ou anti-inflamatório dos alimentos. Objetivos: Determinar a expressão de CD36 em monócitos e suas subpopulações e avaliar sua associação ao Índice Inflamatório da Dieta (IID), marcadores bioquímicos e antropométricos no pré e pós- operatório de cirurgia bariátrica. Metodologia: Estudo transversal realizado com 31 indivíduos divididos em três grupos (controle, pré cirurgia e pós cirurgia bariátrica). Avaliações antropométricas e de composição corporal foram realizadas através do cálculo de índice de massa corporal (IMC) e bioimpedância. O consumo alimentar e cálculo do IID foram avaliadas través de registro alimentar de 72 horas. Os marcadores metabólicos foram avaliados através da análise de sangue periférico fresco. A avaliação da molécula CD36 em monócitos foi analisada por citometria de fluxo. A estatística descritiva foi utilizada para caracterizar a nossa amostra. O teste de Shapiro-Wilk foi utilizado para analisar a normalidade dos dados. Para analisar a associação entre as variáveis utilizamos heatmap e coeficiente de correlação de Spearman. O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para determinar as diferenças entre os grupos, seguido do teste de Dunn. O nível de significância foi estabelecido em p<0,05. Todas as análises foram realizadas no GraphPad Prism 9.4.1. Resultados: A expressão de CD36 nas três subpopulações de monócitos foi maior no grupo pré- bariátrico quando comparado aos outros grupos. No grupo pré-bariátrico, observamos correlação positiva entre CD36 expressos em monócitos não-clássicos e massa gorda (r=0.67, p=0.04), e negativa com massa magra (r=-0.67, p=0.04). Em monócitos clássicos, a expressão do CD36 apresenta correlação positiva com massa gorda (r=0.79, p=0.009), HDL (r=0.82, p=0.006), adiponectina (r=0.79, p=0.009) e negativa com massa gorda (r=0.79 p=0.009). Os marcadores bioquímicos PCR (p=0.005), VLDL (p=0.003) e TG (p=0.003) apresentaram níveis maiores no grupo pré-bariátrico, mas não correlacionaram com a expressão de CD36. Conclusão: A expressão de CD36 nas três subpopulações de monócitos apresenta níveis maiores em indivíduos no pré-operatório e está associada a marcadores bioquímicos e antropométricos. A redução da inflamação causada pela cirurgia pode contribuir para menor expressão de CD36 nessas células e consequentemente menor risco de formação e progressão da placa aterosclerótica. Palavras-chave: Obesidade. Cirurgia Bariátrica. Inflamação. Monócitos. CD36. Risco Cardiovascular.Item Capacidade antioxidante total da dieta e consumo de alimentos ultraprocessados e suas relações com estado nutricional e desfechos clínicos de pacientes oncológicos hospitalizados(Universidade Federal de Viçosa, 2021-01-28) Possa, Luiza de Oliveira; Rosa, Carla de Oliveira Barbosa; http://lattes.cnpq.br/3220866115258636Introdução: A alimentação dos indivíduos em tratamento oncológico influencia na qualidade de vida e no prognóstico, estando frequentemente comprometida devido a efeitos colaterais dos tratamentos, como alterações no paladar e sintomas gastrointestinais de impacto nutricional que levam à piora do estado nutricional e intercorrências durante a internação. Sabe-se que uma dieta rica em vitaminas, minerais e antioxidantes e pobre em gorduras e componentes inflamatórios prediz uma melhora no prognóstico de pessoas com câncer, diminui o risco de complicações e o tempo de internação, melhora a recuperação do estado nutricional e reposta ao tratamento. Objetivos: Avaliar a associação da capacidade antioxidante total da dieta e do consumo de alimentos ultraprocessados com indicadores do estado nutricional e desfechos clínicos de pacientes oncológicos hospitalizados. Metodologia: Estudo transversal realizado com 196 indivíduos em tratamento oncológico. Foram coletadas de prontuário eletrônico informações sociodemográficas, de estilo de vida e aquelas relacionadas aos desfechos clínicos, como tempo de internação, metástase, intercorrências clínicas, alta/óbito, valores de proteína C-reativa e presença de sintomas gastrointestinais de impacto nutricional. A avaliação do estado nutricional foi realizada mediante aplicação da Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Paciente (ASG-PPP), e de medidas e índices antropométricos: peso, estatura, Índice de Massa Corporal, perímetro do braço, perímetro da panturrilha, e força de preensão palmar (FPP). O consumo alimentar atual foi avaliado por meio de um Registro Alimentar ou Recordatório de 24 horas. O cálculo da capacidade antioxidante total da dieta (CATd) foi determinada pelo método Ferric Reducing Antioxidant Power (FRAP). O consumo de alimentos ultraprocessados foi avaliado pela classificação NOVA. A amostra foi então categorizada de acordo com tercis de CATd (mmol Trolox/d) e o consumo de ultraprocessados (% da ingestão calórica diária). As comparações para as variáveis de interesse segundo esses tercis foram realizadas por meio de teste Qui-quadrado de Pearson ou Análise de Variância com correção para heterocedasticidade (estatística F de Brown–Forsythe), com post hoc de Games-Howell ou teste de Kruskal-Wallis e post hoc de Dunn quando apropriado. O nível de significância de α<0,05 foi aplicado no presente estudo. Resultados: Foram avaliados 196 indivíduos que apresentaram tempo mediano de internação de 14 dias. A frequência de reinternação em até 30 dias após a alta hospitalar foi de 14,8% e 15,3% dos participantes evoluíram para óbito. Indivíduos incluídos no último tercil de CATd apresentaram menores frequências de óbito (p=0,032), constipação (p=0,010), disfagia (p=0,001), dor ao engolir e mastigar (p=0,019) e desidratação (p=0,032) quando comparados aos indivíduos do primeiro tercil. Os valores de PCR foram significativamente menores no maior tercil de CATd (p=0,010), enquanto a força de preensão palmar foi maior (p=0,037) nos indivíduos incluídos no terceiro tercil. Dos indivíduos avaliados, 30,1% apresentavam baixo peso segundo o IMC e 74,0% estavam gravemente desnutridos segundo a ASG-PPP. Os indivíduos do tercil de maior consumo de alimentos ultraprocessados apresentaram maior tempo de internação quando comparados aos tercis inferiores. Conclusões: A CATd esteve relacionada ao melhor prognóstico de indivíduos em tratamento oncológico hospitalizados, aos indicadores e sintomas de impacto nutricional e ao estado inflamatório, os quais impactam no tempo de internação e na mortalidade. Ademais, nossos resultados indicam uma relação entre o consumo de alimentos ultraprocessados e um maior tempo de internação. Em resumo, nossos resultados fornecem informações para uma perspectiva preventiva de acompanhamento nutricional. Palavras-chave: Antioxidantes. Alimentos industrializados. Hospitalização. Prognóstico. Oncologia.Item Características individuais e ambientais relacionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados (Projeto CUME)(Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-30) Mattar, Jéssica Bevenuto; Bressan, Josefina; http://lattes.cnpq.br/4736102734860236A transição nutricional, marcada principalmente pelo aumento do consumo de alimentos ultraprocessados, já é uma realidade nos países do Sul Global, incluindo o Brasil. Estudar as características individuais e, principalmente, ambientais que se relacionam a este consumo é crucial para a elaboração de novas políticas públicas que promovam hábitos alimentares saudáveis da população. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar como características individuais e do ambiente construído e social se relacionam com o consumo alimentar de egressos de universidades mineiras. Trata-se de um estudo transversal, conduzido com 4.987 adultos graduados e/ou pós-graduados na Universidade Federal de Viçosa (UFV) e/ou Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) entre os anos 1994 e 2014, que preencheram o questionário de linha de base da Coorte de Universidades Mineiras (CUME) no período de março a agosto de 2016. A variável dependente foi o maior consumo de alimentos ultraprocessados, obtido por meio de um questionário de frequência de consumo alimentar e pela classificação dos itens alimentares baseando-se no grau de processamento proposto pela classificação NOVA. Dados sobre as práticas alimentares, características socioeconômicas, e de estilo de vida foram obtidos por meio de um questionário online auto respondido. Os respondentes que relataram residir em Viçosa (Minas Gerais) foram convidados a comparecer em uma etapa de coleta de dados presencial, e compuseram assim uma sub amostra do estudo. Na etapa presencial, duas escalas sobre a percepção do ambiente social e construído foram aplicadas. Ademais, os dados geográficos dos endereços residenciais e profissionais dos participantes foram obtidos. Para caracterizar o ambiente alimentar, os endereços dos estabelecimentos bares/lanchonetes, alimentícios (varejos bares/restaurantes, de açaí, restaurantes, sorveterias, feiras açougues, livres, peixarias, varejistas de hortifrutigranjeiros, mercearias, padarias, varejistas de produtos naturais, varejistas de laticínios e frios, supermercados e serviços ambulantes de alimentação) foram coletados em listagens disponibilizadas pela Vigilância Sanitária, com posterior verificação in loco, utilizando o aplicativo ColetAPP (versão 1.0). O buffer euclidiano de 200 metros foi utilizado como unidade de medida. No Software QGIS ® (versão 3.4.7), realizou-se a contagem dos estabelecimentos alimentícios e das ocorrências policiais para cada buffer que continha como centroide o endereço residencial ou profissional dos participantes. Para todos os participantes da etapa online, análises univariadas de regressão logística multinomial foram conduzidas para estimar as razões de chance (OR) associadas ao maior consumo de alimentos ultraprocessados em um intervalo de confiança de 95%, usando o primeiro quartil de consumo como referência. As análises foram ajustadas pelas covariáveis sexo, idade e renda individual e conduzidas no software STATA® (versão 12). Para comparar a distribuição dos estabelecimentos alimentícios, obtida pela contagem dentro dos buffers, entre os tercis de consumo de alimentos ultraprocessados, o teste de Kruskal-Wallis foi conduzido no software estatístico SPSS ® (versão 23.0), com α adotado de 5%. Para a amostra total, percepção negativa do estado de saúde (OR 2.12, 95% CI 1.41 – 3.20), maior tempo gasto no computador (OR 1.65, 95% CI 1.19 – 2.26) ou na TV (OR 2.25, 95% CI 1.50 – 3.37), inatividade física (OR 1.83, 95% CI 1.36 – 2.45), o hábito de adicionar açúcar nas bebias (OR 1.34, 95% CI 1.03 – 1.74) e sal na salada (OR 1.43, 95% CI 1.10 – 1.85), não ter o hábito de consumir alimentos prebióticos (OR 1.81, 95% CI 1.40 – 2.32), ou orgânicos (OR 2.03, 95% CI 1.59 – 2.59), ou vegetais refogados (OR 1.61, 95% CI 1.25 – 2.07), alto consumo de alimentos fritos (OR 2.62, 95% CI 2.01 – 3.41) e almoçar em restaurantes fastfood (OR 4.04, 95% CI 2.60 – 6.27) se associaram ao maior consumo de alimentos ultraprocessados. A prevalência do maior consumo de alimentos ultraprocessados aumentou 1,89 vezes (95% CI: 1,10 – 3,25) entre aqueles que almoçam em restaurante universitário e diminuiu 0,41 vezes (RP: 0,59; 95% CI: 0,37 – 0,94) entre aqueles que almoçam em casa. A distribuição dos estabelecimentos alimentícios e de ocorrências policiais não diferiu entre os tercis de consumo para os endereços residenciais, enquanto menor distribuição de bares/lanchonetes, restaurantes e estabelecimentos de aquisição de ultraprocessados foi encontrada no maior tercil de consumo de alimentos ultraprocessados para os endereços profissionais. Os fatores mais associados ao maior consumo de alimentos ultraprocessados foram relacionados ao estilo de vida e às práticas alimentares, e avaliar apenas a exposição alimentar em áreas residenciais subestima a exposição total a qual os indivíduos estão submetidos, comprometendo estimativas das reais associações entre indivíduos e seus ambientes. Além disso, refeições realizadas em ambiente domiciliar se apresentaram como fator protetor ao consumo de alimentos ultraprocessados. Palavras-chave: Estilo de vida. Ambiente obesogênico. Ambiente social. Ambiente alimentar. Classificação NOVA.Item Comportamento alimentar, alimentação e estado nutricional de crianças com transtorno do espectro autista da microrregião de saúde de Viçosa, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-28) Soares, Rita de Cássia Santos; Araújo, Raquel Maria Amaral; http://lattes.cnpq.br/4104546782050671O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é um distúrbio do neurodesenvolvimento com impactos importantes na alimentação. Atinge uma em cada quatro crianças nos Estados Unidos e no Brasil sua prevalência não está ainda definida. Sabe-se que indivíduos com TEA têm maior risco de apresentarem dificuldades relacionadas ao comportamento alimentar, o que pode gerar deficiências nutricionais e comprometer o estado nutricional, especialmente prejudicando o crescimento de crianças. comportamento alimentar de crianças com TEA e sua associação com variáveis sociodemográficas, dietéticas e estado nutricional. Para efetuar tal objetivo, foram incluídas 90 crianças com idade de dois a dez anos com diagnóstico de TEA frequentadores de uma instituição da microrregião de saúde de Viçosa, MG. Realizou-se estudo transversal, exploratório, por meio da aplicação de questionário semiestruturado e recordatório de 24 horas em três dias não consecutivos. Foi utilizado o Índice de Massa Corporal/Idade (IMC/I) para descrever o estado nutricional. Avaliou-se a ingestão de caloria total, ferro, cálcio, zinco, fibras, ômega 3 e ômega 6, usando como referência as Recomendações de Ingestão Dietética de Referência (DRI). Foi utilizada a classificação NOVA para identificação dos alimentos ultraprocessados. O consumo de frutas e vegetais/legumes foi avaliado pelo formulário de marcadores de consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Para avaliação do comportamento alimentar foi utilizada a Escala de Avaliação do Comportamento Alimentar no Transtorno do Espectro Autista. As análises estatísticas foram realizadas com o auxílio do STATA®, versão 14.0, assumindo um nível de significância de 5%. Observou-se ao longo dos estudos que entre as características avaliadas pela Escala de Avaliação do Comportamento Alimentar no Transtorno do Espectro Autista, a seletividade alimentar teve maior ocorrência (57,8%), seguida pelas habilidades nas refeições (34,4%), motricidade na mastigação (25,6%), comportamento opositor (20,4%) e comportamento rígido (20%). As crianças sem excesso de peso se diferenciaram por apresentar menores escores para seletividade alimentar (p= 0,045) e quanto maior a seletividade, maior foi a prevalência de excesso de peso (RP: IC95%) (p= 0,038) e de não consumirem verduras ou legumes (RP: IC95%) (p= 0,003). Quanto maior o escore para comportamentos rígidos relacionados à alimentação, maiores prevalências de inadequação calórica (RP: IC95%) (p= 0,036), inadequação no consumo de fibras (RP: IC95%) (p= 0,001), maior consumo de cálcio (RP: IC95%) (p= 0,016) e menor consumo de zinco (RP: IC95%) (p= 0,002). Foi evidenciado consumo de alimentos ultraprocessados por todas as crianças com TEA, e houve prevalência de inadequação para todos os nutrientes analisados. Também, verificou-se no modelo final da análise de regressão logística que a ausência de consumo de frutas associou-se ao excesso de peso nessas crianças (RP: IC95%) (p= 0,018). Conclui-se que o comportamento alimentar das crianças com TEA associou-se à qualidade da sua alimentação e ao peso, o que denota necessidade de se garantir alimentação saudável e compatível com as especificidades do comportamento alimentar desse grupo. Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Comportamento Alimentar. Alimentação. Alimentos Ultraprocessados. Estado Nutricional.Item Concentração de iodo na água de consumo e sua possível contribuição na ingestão do micronutriente: EMDI - Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2022-07-20) Pinto, Carina Aparecida; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/6397200334620911Introdução: O iodo é um micronutriente essencial para o ser humano e parte constituinte dos hormônios tireoidianos. Ele está presente naturalmente na água de consumo e, em determinadas regiões, a concentração de iodo na água pode apresentar contribuição importante no consumo do micronutriente. Diante disso, determinar a concentração de iodo na água de consumo é fundamental para conhecer a contribuição desta na ingestão do mineral. Objetivo: Analisar a concentração de iodo na água de consumo e sua possível contribuição na ingestão do micronutriente. Metodologia: Este estudo faz parte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). As revisões sistemáticas foram elaboradas seguindo as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA) e avaliou-se a qualidade metodológica dos artigos incluídos em cada revisão sistemática por meio de instrumentos específicos. As amostras de água analisadas foram coletadas nas Unidades Básicas de Saúde de nove municípios que compõem as diferentes macrorregiões brasileiras, e do Distrito Federal. A coleta das amostras ocorreu nas estações climáticas verão, outono, inverno e primavera. Utilizou-se o método espectrofotométrico “leuco cristal violeta” para determinar a concentração de iodo na água. Para inferir a possível contribuição da água de consumo na ingestão de iodo nos diferentes grupos fisiológicos, considerou-se a ingestão hídrica recomendada pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos (2004). A Necessidade Média Estimada (EAR) de iodo foi utilizada para calcular o percentual do micronutriente na água de consumo e consequentemente, sua contribuição na ingestão de iodo nos diferentes grupos fisiológicos. Realizou-se estatística descritiva dos dados. Para verificar se houve diferença na concentração de iodo na água entre as estações climáticas do ano, de um mesmo local e entre as mesmas estações, em diferentes localidades utilizou-se os testes de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e considerou-se significância ao nível de 5% (p<0,05). Resultados: Em relação às revisões sistemáticas, verificou-se que os fatores ambientais estão relacionados ao estado nutricional de iodo e que determinados fatores ambientais e químicos interferem na concentração do mineral na água de consumo. De acordo com os artigos originais, foram observadas diferenças significativas entre a concentração máxima e mínima de iodo nas amostras de água de uma mesma localidade. As concentrações máximas de iodo encontradas na água de consumo de Pinhais e de Viçosa poderiam contribuir com mais de 70,0% e de 50,0% na ingestão diária do micronutriente em todos os grupos fisiológicos, respectivamente. Entre as estações climáticas de uma mesma localidade, verificou-se diferença na concentração de iodo na água de consumo do município de Pinhais, entre as estações outono e verão (p=0,041) e inverno e verão (p=0,003). Também se verificou diferença na concentração de iodo na água nas estações verão, outono, inverno e primavera, entre as diferentes localidades (p<0,05). Conclusão: A água de consumo pode apresentar contribuição importante na ingestão de iodo e deve ser considerada na avaliação do estado nutricional do mineral. Além disso, o monitoramento da concentração de iodo na água é uma forma de evitar a ingestão inadequada do micronutriente e possíveis efeitos no estado de saúde da população. Palavras-chave: Iodo. Água Potável. Consumo Alimentar. Estado Nutricional. Saúde Pública.Item Condições de nascimento e fatores gestacionais associados, antes e durante a pandemia da COVID-19, no distrito de Nampula–Moçambique(Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-06) Alberto, Rapieque José; Priore, Sílvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/0544457572239984Introdução: O peso ao nascer é um indicador com repercussão na saúde e sobrevida infantil, podendo aumentar o risco de morbi-mortalidade no primeiro ano de vida quando este for inferior a 2500 gramas. Durante a pandemia da COVID-19, o setor de saúde viu- se obrigado a ajustar o modelo de assistência às gestantes, afetando adversamente a saúde materna e os resultados perinatais, por conta da adoção de medidas restritivas para contenção da propagação do vírus. Portanto, o estudo objetivou avaliar as condições de nascimento e os fatores gestacionais associados antes e durante a pandemia da COVID-19 no distrito de Nampula-Moçambique. Metodologia: trata-se de um estudo transversal retrospectivo, realizado com dados obtidos nos livros de registro das consultas pré-natal e maternidade, referente ao mês de dezembro dos anos de 2019 (pré- pandêmico), 2020 (fase aguda) e de 2021 (fase amena) em dez centros de saúde do distrito de Nampula. Nas análises a fase pandêmica foi tida como única porque a variável dependente (peso ao nascer) não apresentou diferenças (p>0,05) quando comparado os anos de 2020 e 2021. Foi utilizado o Software Statistical Packege for the Social Sciences (SPSS) versão 20.0. A distribuição das variáveis foi avaliada conforme teste Kolmogorov- Smirnov e a análise descritiva foi por mediana (valor mínimo e máximo). Para comparar as variáveis independentes entre os grupos foi aplicada o Teste Kruskal Wallis com post- hoc de Dunn. A associação foi realizada pelo teste Qui-quadrado de Person (χ2) e teste exato de Fisher com tabela de dupla entrada. A regressão logística binaria foi utilizada para avaliar a associação entre o peso ao nascer e as variáveis preditoras que apresentaram p<0,20 para estimar as razões de chances e intervalos de confiança de 95%, e no modelo final, foram considerado as variáveis que estavam associadas à variável dependente (p<0,05). Resultados: O estudo contou com uma amostra de 761 mulheres e os respetivos neonatos, dos quais 34,2% (n=260) eram referentes ao antes da pandemia da COVID-19 (dezembro de 2019), e os restantes 65,2% (n=501) representaram dois momentos da pandemia, onde 256 são referentes ao ano de 2020 e 245 ao de 2021. Verificou-se associação entre baixo peso ao nascer e a pandemia da COVID-19 (p<0,05), havendo maior prevalência do baixo peso durante a pandemia (10,2%, n=51) quando comparado com o pré-pandêmico (5,8%, n=15). As variáveis preditoras para o baixo peso ao nascer foram o não cumprimento do número mínimo de consulta pré-natal recomendado Ministério da Saúde de Moçambique e a idade gestacional no parto <37 semanas, embora a última tenha se apresentado também antes da pandemia. Conclusão: estudo evidência que a pandemia da COVID-19 impactou no funcionamento do sitemana de saúde, tendo influenciado no aumento da prevalência do baixo peso ao nascer durante a pandemia da COVID-19. Palavras-chave: Peso ao nascer. COVID-19. Pandemia. Prematuro. Fatores gestacionaisItem Conflito trabalho-família e síndrome metabólica: resultados do estudo longitudinal de saúde do adulto (ELSA-Brasil)(Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-18) Almeida, Maria Isabel Lopes; Lopes, Leidjaira Juvanhol; http://lattes.cnpq.br/0242620527169499A síndrome metabólica (SM) é uma condição clínica caracterizada por um conjunto de alterações fisiopatológicas relacionadas ao aumento do risco cardiovascular. Os estudos a respeito do conceito conflito trabalho-família (CTF), desajuste em conciliar as demandas da vida profissional e familiar, aumentaram nos últimos anos, demonstrando a necessidade de entender suas possíveis consequências negativas à saúde. Estudos apontam o CTF como um fator associado a comportamentos não saudáveis e piores desfechos em saúde, mas não foram identificadas investigações sobre sua associação com a SM. Assim, esta investigação se propôs a estudar a associação entre o CTF e a incidência de SM a partir de dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Para isso, foi realizada uma análise longitudinal, combinando dados da linha de base (2008-2010) e da segunda onda (2012-2014) de 2.565 homens e 3.576 mulheres participantes do ELSA-Brasil. A variável de exposição principal foi definida por quatro indicadores de CTF, mensurados por um instrumento validado para o português e aplicado na linha de base da coorte, que avaliam o conflito do trabalho para a família (T→F) baseado no tempo (i) e no desgaste (ii), da família para o trabalho (F→T) (iii), e o tempo disponível para o autocuidado e lazer (iv). A variável desfecho foi a incidência de SM entre linha de base e segunda onda. As covariáveis foram características sociodemográficas (gênero, idade, escolaridade, raça/cor e situação conjugal) e relacionadas ao contexto familiar e de trabalho (cuida de pessoa doente ou com deficiência, tem filhos menores de 5 anos, tem empregada doméstica mensalista, e jornada de trabalho semanal). As associações entre o CTF e a incidência de SM foram testadas por meio de modelos de regressão de Poisson, com variância robusta, ajustados por potenciais fatores de confusão. Todas as análises foram estratificadas por gênero, e foram testadas interações multiplicativas de cada indicador de CTF com escolaridade e jornada semanal de trabalho. Os resultados deste estudo indicam maior frequência de conflito T→F, tanto baseado no tempo (33,0% vs. 26,5%) como no desgaste (25,6% vs. 16,8%), assim como maior falta de tempo para autocuidado e lazer (35,7% vs. 25,8%) nas mulheres comparadas aos homens. A incidência de SM, por sua vez, foi de 24,4% nos homens e 17,1% nas mulheres. Os modelos de regressão para a amostra total não evidenciaram associação entre os indicadores de CTF e a incidência de SM, em ambos os gêneros. As análises de interação, no entanto, revelaram que a jornada semanal de trabalho atua como um modificador de efeito da relação estudada entre mulheres: o conflito T→F baseado no desgaste foi associado a um aumento no risco de SM (RR = 1,45, IC95% = 1,09-1,92) naquelas com jornada semanal superior a 40 horas. Logo, conclui-se que nossos achados contribuem para o conjunto de evidências sobre os efeitos deletérios do CTF sobre a saúde cardiometabólica ao apontar que a percepção de que o trabalho dificulta cumprir responsabilidades domésticas se associa a um aumento no risco de SM entre mulheres com maior jornada de trabalho. Palavras-chave: Síndrome metabólica. Conflito trabalho-família. Estudos longitudinais. Jornada de trabalho. Equilíbrio trabalho-vida. Saúde ocupacional. Gênero.Item Consumo habitual de iodo de gestantes brasileiras: perspectivas do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-BRASIL)(Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-10) Silva, Débora Letícia Frizzi; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/6439300174956685Introdução: Dados sobre a ingestão de iodo de gestantes são limitados no Brasil e é esperado que essa ingestão seja insuficiente para atender as necessidades nutricionais. Objetivo: Avaliar a ingestão habitual de iodo de gestantes brasileiras. Metodologia: A revisão sistemática sobre a ingestão de iodo de gestantes foi baseada no método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- analyses, registrada no International Prospective Register of Systematic Reviews, e a sua metanálise conduzida no software R. Os artigos originais são transversais e foram realizados com dados de consumo alimentar de gestantes (n=2247) do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo, coletados com a aplicação do recordatório de 24 horas e tabulados no software GloboDiet. Os alimentos consumidos foram classificados de acordo com os grupos e subgrupos de alimentos da Food and Agriculture Organization/World Health Organization Global Individual Food Consumption Data Tool e a ingestão habitual de iodo foi ajustada para a variabilidade intraindividual pela macro Simulating intake of micronutrients for Policy Learning and Engagement. Covariáveis sobre o uso de suplemento, efeito temporal, método de coleta de dados, características sociodemográficas e sobre o uso de sal e de temperos foram usadas no ajuste das estimativas de ingestão e prevalência de inadequação. A contribuição dos itens alimentares para a ingestão de iodo e para a variabilidade interindividual foi avaliada pelo método da proporção de médias e por regressão linear, respectivamente. Os valores de referência de ingestão harmonizados foram usados para avaliar a adequação da ingestão. O software Statistical Analysis System foi utilizado nas análises sobre a ingestão habitual de iodo. Resultados: A revisão sistemática com metanálise indicou ingestão habitual mediana de iodo aquém ( 156,7 mcg) do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (250 mcg). Já a ingestão habitual média das gestantes brasileiras proveniente apenas do consumo de alimentos e ajustada para a variabilidade intraindividual foi de 163,1 mcg, sendo observadas variações segundo as características sociodemográficas. O “sal”, incluído no grupo “temperos e condimentos” e no subgrupo “ervas e especiarias”, foi o maior contribuinte da ingestão de iodo e o alimento que explicou maior percentual da variação da ingestão entre as gestantes brasileiras. Apesar disso, arroz, feijão, leite, ovos e pães mostraram sua importância para a ingestão de iodo. A incorporação de covariáveis inerentes ao uso de sal e de temperos alterou as estimativas de ingestão habitual de iodo, especialmente a variável sobre o “hábito de adicionar sal às refeições prontas para consumo”. Pelo melhor modelo de ajuste a ingestão habitual média de iodo foi de 136,6 mcg, a contribuição do uso de suplementos para a ingestão de iodo foi de 19,8 mcg e as prevalências de ingestão insuficiente e excessiva de 60,9% e 0,1%, respectivamente. Conclusão: Os resultados reforçam a vulnerabilidade das gestantes à ingestão inadequada de iodo e alertam para a necessidade de ações específicas as particularidades desse grupo populacional, sobretudo para garantir o consumo de sal adequadamente iodado; o monitoramento contínuo da ingestão de iodo e de hábitos alimentares relacionados; e para a expansão das orientações nutricionais relacionadas à ingestão desse nutriente. Palavras-chave: Gestante. Dieta. Alimento. Consumo alimentar. Iodo. Deficiência de iodo. BrasilItem Disponibilidade domiciliar de alimentos no Brasil, segundo o grau de processamento, forma de aquisição e fatores associados: dados da pesquisa de orçamentos familiares 2008/2009(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-28) Dutra, Luiza Veloso; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/0310021612857978Objetivo: Analisar a disponibilidade domiciliar de alimentos segundo o grau de processamento e forma de aquisição e a sua associação com a renda, estado nutricional e situação de segurança alimentar, nas macrorregiões brasileiras e áreas urbana e rural. Metodologia: Estudo transversal com dados de aquisição de alimentos de 55.970 domicílios, provenientes da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/09. A aquisição alimentar foi avaliada pelo registro da quantidade adquirida nos domicílios durante sete dias consecutivos. Os alimentos foram convertidos em calorias, classificados em in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados e estratificados por região, área e renda domiciliar. A aquisição alimentar foi estratificada em monetária (compra), não monetária (doação e troca) e produção para o autoconsumo. As diferenças entre as comparações foram avaliadas com os testes t de Student e análise de variância (ANOVA) com correção de bonferroni, com nível descritivo de 0,05 para significância estatística. Modelos de regressão logística multinomial foram utilizados para avaliar a relação entre tercis de disponibilidade calórica das formas de aquisição (compra, não monetária e produção para autoconsumo) e a situação de segurança alimentar na dimensão disponibilidade, características sociodemográficas, disponibilidade de calorias fornecidas por alimentos de acordo com o grau de processamento e prevalência do estado nutricional dos indivíduos. Os valores para prevalência das variáveis foram estimados de acordo com tercis da disponibilidade domiciliar de energia da dieta a partir da forma de aquisição. Resultados: No Brasil, alimentos in natura e minimamente processados corresponderam a 48,9% das calorias disponíveis nos domicílios, ingredientes culinários 23,2%, processados 9,5% e ultraprocessados 18,4%. Houve maior disponibilidade de in natura e minimamente processados (58,9%) e ingredientes culinários (25,8%) na área rural e maior de alimentos processados e ultraprocessados (30,2%) na área urbana, de todas as regiões. A região Norte, seguida da Nordeste e Centro-Oeste, apresentou maior participação calórica de alimentos in natura e minimamente processados (59,1%; 53,8% e 52,2%, respectivamente). De forma inversa, as mesmas regiões apresentaram os menores valores de calorias de ultraprocessados (11,8%; 14,4% e 14,9%) e os maiores as regiões Sul (22,1%) e Sudeste (20,8%). A participação calórica dos alimentos in natura e minimamente processados diminuiu com o aumento de rendimentos na área urbana, enquanto os ultraprocessados apresentaram crescimento com o aumento da classe de renda nas áreas urbana e rural. Houve maior contribuição da aquisição por compras na disponibilidade de alimentos de todas as regiões brasileiras, principalmente na aquisição de alimentos in natura e minimamente processados. A participação de alimentos ultraprocessados por compra tendeu a aumentar nos domicílios com maior renda, enquanto a participação de in natura diminuiu. As aquisições por produção para autoconsumo e não monetária foram maiores na área rural, principalmente a primeira, na aquisição de in natura, com destaque para as regiões Norte e Sul e classes de renda mais altas. No modelo de aquisição por compra houve maior disponibilidade de calorias provenientes de alimentos processados e esta foi menor na região Norte, comparada a Sudeste. A aquisição por produção para autoconsumo apresentou menores valores de situação de insegurança alimentar e de excesso de peso e maior disponibilidade de alimentos de calorias advindas de alimentos in natura e na área rural. Conclusões: As características encontradas em todas as regiões, áreas e classes de rendimento mostraram influência da industrialização nos hábitos alimentares dos brasileiros. O processamento dos alimentos leva ao menor preço e a maior praticidade de consumo e a melhor condição socioeconômica da população mostrou diminuição da disponibilidade de alimentos in natura e aumento de ultraprocessados. A compra é a forma de aquisição de alimentos mais prevalente nos domicílios brasileiros e naqueles onde há aquisição por produção para autoconsumo (áreas rurais, região Norte) há maior disponibilidade de alimentos in natura. Destaca-se a compra, na área urbana, e a produção para autoconsumo, na área rural, como acesso direto aos alimentos e como medidas de alcance para a segurança alimentar. A análise da forma de aquisição dos alimentos evidenciou a importância de conhecer a origem dos alimentos presentes nos domicílios, uma vez que esta dimensão está diretamente relacionada a segurança alimentar, estado nutricional e qualidade dos alimentos, possibilitando uma análise para além do que já é investigado nos hábitos e escolhas alimentares. Além disso, constituem um campo de ação estratégico para promoção sistemas alimentares socialmente equitativos e sustentáveis, e a ampliação do acesso a uma alimentação adequada e saudável. Palavras-chave: Pesquisa de orçamentos familiares. Disponibilidade alimentar. Aquisição de alimentos.Item Distribuição espacial, percepção dos ambientes construído, alimentar e social no estilo de vida e excesso de peso - projeto CUME(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-22) Domingos, Ana Luiza Gomes; Bressan, Josefina; http://lattes.cnpq.br/8369387836814213No Brasil, observa-se o aumento da prevalência de excesso de peso e da prática insuficiente de atividade física entre os adultos. Devido a esse perfil comportamental, faz-se necessário compreender não apenas os fatores individuais associados a esses desfechos, mas também as características dos ambientes social e construído nos quais as pessoas estão inseridas. Diante disso, o objetivo desse estudo foi estimar a associação entre características ambientais e individuais e o estilo de vida e excesso de peso dos participantes da Coorte de Universidades Mineiras. Para o presente estudo foi adotado o delineamento transversal e observacional referente às informações coletadas na linha de base (Q_0; 2016), em questionário online, tendo como população alvo os egressos da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Após a obtenção da lista de participantes da linha de base (n=4.291), todos os participantes residentes na cidade de Viçosa (n=315), foram convidados a participar de uma entrevista presencial. Foram considerados os seguintes desfechos: excesso de peso (IMC ≥ 25 kg/m2), tempo excessivo de exposição às telas do computador e/ou TV-vídeo (≥ 8 horas/dia; p50) e horas semanais de caminhada e/ou corrida (≥ 5 horas/semana, p90). Com o questionário online foi possível obter o endereço residencial, além de informações sociodemográficas, de estilo de vida, clínicas, consumo e práticas alimentares. A unidade de vizinhança adotada foi um buffer circular de 800 m (equivalente a 10 minutos de caminhada), considerando a residência do participante como ponto central. A partir disso, averiguou-se o número de equipamentos públicos e privados que o indivíduo teria acesso na unidade, assim como o número de ocorrências criminais. Foram cadastrados: clubes, academias ao ar livre, centros de ginástica e musculação, pilates, ioga, academias de luta e dança; agências bancárias; igrejas e templos religiosos; hospitais e unidades básicas de saúde. Em relação ao ambiente alimentar, os estabelecimentos foram cadastrados e agrupados em: Ambiente alimentar saudável (feiras-livres, sacolões, açougue e peixarias, lojas de produtos naturais, estabelecimentos de venda de laticínios e frios), Ambiente alimentar não saudável (bares, lanchonetes e confeitarias, sorveterias, comércio ambulante de alimentos, mercearias, lojas de conveniência) e Ambiente alimentar misto (padarias, restaurantes e supermercados). As ocorrências policiais em 2015/2016 foram geolocalizadas e agrupadas em crimes contra a dignidade sexual, crimes contra o patrimônio e crimes contra a pessoa. Ainda, aqueles que compareceram à coleta presencial (n=138), preencheram duas escalas de percepção do ambiente, transformadas posteriormente em escores. A coleta das coordenadas foi realizada por meio do aplicativo ColetAPP versão 1.0. Os dados foram coletados em configuração de Sistema de Coordenadas Geográficas WGS 84 e posteriormente transformados para o Sistema de Coordenadas Projetadas, Sistema Universal Transverso de Mercator, fuso 23S, datum SIRGAS 2000, por meio do software QGIS 3.4.2. As análises foram realizadas nos programas SPSS ® versão 21.0 e R versão 3.5.0. As diferenças entre dois grupos independentes foram avaliadas pelo teste t de Student e teste de Mann Whitney. Para as variáveis categóricas foi realizada um teste qui-quadrado (χ2) de Pearson. Todas as variáveis com um valor-p < 0,20 foram incorporadas no modelo de regressão logística. As variáveis que demonstraram valor-p ≤ 0,05, plausibilidade biológica e relevância epidemiológica, permaneceram no modelo logístico multivariado, ajustado pelo teste de Hosmer e Lemeshow. Para avaliar a associação entre o excesso de peso e as demais variáveis, utilizou-se ainda o Modelo Aditivo Generalizado (GAM), tendo os testes global e local do risco aplicados no modelo final. Dentre os participantes residentes em Viçosa, 33,6% apresentaram excesso de peso, 53,3% relataram passar mais de 8 horas/dia diante da tela e apenas 10,1% tinham o hábito de caminhar ou correr por lazer por mais de 5 horas na semana. Considerando a distribuição espacial, verificou-se uma maior concentração dos indivíduos próxima a UFV, sendo identificadas duas áreas de alto risco para a ocorrência do excesso de peso e uma área de baixo risco (próxima à universidade). No modelo GAM, o sexo, a faixa etária e a percepção de saúde apresentaram associação com o excesso de peso. O acesso a diferentes equipamentos, ambiente alimentar e ocorrências criminais diferiram entre os grupos eutrófico e excesso de peso. Não ter um animal de estimação (cachorro) e morar em uma região com ruas não planas tiveram associação com o excesso de tempo de tela (R2 ajustado =12,9%, p< 0,001). Já a presença de um lugar público para a prática de atividade física próximo à própria residência foi associada a maior quantidade de horas de caminhada ou corrida (R2 ajustado =8,7%, p<0,001). Os resultados indicaram a associação entre características ambientais e o excesso de peso, tempo de tela e prática de caminhada/corrida em adultos participantes da coorte CUME residentes em Viçosa. Diante disso, deve-se considerar o contexto ambiental que o indivíduo está inserido para que políticas públicas efetivas e específicas possam ser desenvolvidas na região.Item Efeito do exercício físico nos marcadores inflamatórios em mulheres jovens(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-28) Silva, Lucimar Aguiar; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/8313823898603583Objetivo: avaliar o efeito do exercício físico combinado nos marcadores inflamatórios em mulheres jovens, recém ingressas em uma instituição pública de ensino superior. Metodologia: construiu-se uma revisão sistemática, baseada no método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses, onde consultou-se as bases de dados eletrônicas SciELO, PubMed e Cochrane. Realizou-se estudo longitudinal, de intervenção, onde 59 participantes do sexo feminino com idade de 18 a 25 anos que aceitaram participar do estudo mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram avaliadas antes e após um programa de exercícios físicos combinados, realizado por oito semanas, com frequência de três dias por semana e duração de 60 a 80 minutos por dia. Coletou-se amostra de sangue antes e após a intervenção para análise de marcadores inflamatórios. Aferiu-se peso e estatura para cálculo de índice de massa corporal e avaliou-se a composição corporal por Absortometria com Raios X de Dupla Energia. As voluntárias foram divididas em três grupos de acordo com o estado nutricional e o percentual de gordura corporal: “eutróficas”, “metabolicamente obesas” e “obesas”. As análises estatísticas foram realizadas no software Statistical Package for the Social Sciences versão 20.0, adotando-se nível de significância igual a 5%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (número de parecer 1.447.278; CAAE: 53452916.3.0000.5153). Resultados: o estudo de revisão foi composto por 14 artigos originais, onde exercícios aeróbicos foram os que mais associaram-se a mudanças nos marcadores inflamatórios. A frequência de 3 vezes semanais ao longo de 12 semanas apresentou melhora em marcadores anti-inflamatórios. O tempo de 60 minutos por sessão foi o que promoveu maiores mudanças nos marcadores, tanto nos pró-inflamatórios quanto nos anti-inflamatórios. Em relação os artigos originais, após a intervenção houve redução das citocinas pró-inflamatórias, enquanto as anti-inflamatórias não sofreram alteração. Houve redução da massa de gordura e aumento de massa muscular. A composição corporal se correlacionou com as interleucinas pró-inflamatórias IL-1β e IL-6 e com a proteína C reativa. Além disso, observou-se nos três grupos redução na Interleucina-12 após a intervenção. A interleucina-6 foi menor após a intervenção no grupo “metabolicamente obesas” e “obesas”. A interleucina-8, interleucina-1β e Fator de Necrose Tumoral reduziram apenas no grupo “metabolicamente obesas”. Conclusão: aumento dos marcadores anti-inflamatórios ocorreram com a realização de exercícios aeróbicos, três vezes por semana, com duração de 60 minutos por sessão, pelo período de 12 semanas. O exercício físico combinado de intensidade moderada, com frequência de três dias por semana e sessões de 60 a 80 minutos por dia, ao longo de oito semanas atuou na redução de citocinas pró-inflamatórios, massa de gordura e aumento da massa muscular em mulheres jovens. Os marcadores inflamatórios se correlacionaram com a gordura corporal antes da intervenção, principalmente na região central do corpo. Os grupos “eutróficas”, “metabolicamente obesas” e “obesas” não apresentaram diferenças entre si nos marcadores inflamatórios antes e após a realização do programa de exercícios físicos combinados, porém o programa foi eficiente na redução destes marcadores dentro do mesmo grupo, sendo que o grupo “metabolicamente obesas” foi o que mais apresentou mudanças. Palavras-chave: Universitárias. Marcadores inflamatórios. Citocinas. Interleucinas. Exercício físico. Composição corporal. Estado nutricional.Item Envelhecimento ativo e ambiente: índice de caminhabilidade, obesidade e incapacidade funcional(Universidade Federal de Viçosa, 2019-08-02) Vegi, Aline Siqueira Fogal; Ribeiro, Andréia Queiroz; http://lattes.cnpq.br/3807473363338251Características do ambiente no qual as pessoas vivem, como nível socioeconômico da vizinhança, disponibilidade para a aquisição de gêneros alimentícios e a infraestrutura para a caminhada, têm sido propostas como fatores associados ao envelhecimento saudável em diversos países. No entanto, ainda existem lacunas de conhecimentos e controvérsias sobre quais os componentes do ambiente podem influenciar a obesidade e a incapacidade funcional na população idosa. O objetivo geral deste estudo foi investigar a relação entre o ambiente, a obesidade e a incapacidade funcional em população idosa urbana. Para tanto, realizou-se estudo seccional, com amostra aleatória simples de 499 idosos, residentes na região urbana do município de Viçosa (MG), em 2009. Realizou-se a coleta de dados individuais através de entrevistas domiciliares aplicando-se questionário semi-estruturado, com variáveis relativas a condições demográficas, socioeconômicas, de saúde e nutrição. Adicionalmente, foram aferidos o peso e a estatura. Para caracterizar o ambiente, foram utilizadas informações georreferenciadas obtidas por meio de avaliação objetiva do ambiente referentes aos estabelecimentos de venda de alimentos da cidade de Viçosa (in natura, ultraprocessados e mistos). Também foram utilizados dados secundários obtidos a partir do censo demográfico do ano de 2010, com informações censitárias de limites geográficos de setores censitários, entorno residencial e variáveis sociodemográficas. A partir das variáveis coletadas, calculou-se o Índice de Vulnerabilidade Social e foi criado um índice de caminhabilidade para a cidade composto por densidade residencial e comercial, conectividade de ruas, presença de calçadas e iluminação pública. As variáveis de desfecho de interesse do estudo foram a incapacidade funcional e a obesidade. As variáveis explicativas de interesse foram sexo, idade, coabitação, escolaridade, raça/cor, renda (individuais) e estabelecimentos de aquisição de alimentos, índice de vulnerabilidade social, densidade residencial, densidade populacional, presença de calçadas, arborização, iluminação pública, declividade do terreno, índice de caminhabilidade (ambientais). Realizaram-se análise descritiva dos dados, comparação entre grupos por meio dos testes Wilcoxon-Mann-Whitney, qui-quadrado de Pearson e de tendência linear e análise múltipla utilizando modelos de Equações de Estimativa Generalizadas (GEE) e modelos de regressão logística multinível. Foi realizada uma análise comparativa das variáveis individuais e ambientais referentes aos conglomerados de maior e menor prevalência de obesidade. As áreas de alta prevalência foram caracterizadas pelo menor nível de escolaridade e maioria do sexo feminino quando comparado às áreas de baixa prevalência de obesidade. Ainda, os conglomerados de alta prevalência de obesidade apresentaram menor densidade de estabelecimentos de venda de alimentos mistos, menor proporção de ruas com declividade acessível, menor presença de árvores e maiore índice de caminhabilidade. Em relação à incapacidade funcional, após análise de regressão, verificou-se que os idosos residentes em áreas com maior caminhabilidade apresentaram menores razões de chance de incapacidade funcional mesmo após ajuste por variáveis confundidoras. O presente estudo evidenciou relação entre o ambiente construído, a incapacidade funcional e a obesidade. Promover mudanças no ambiente construído pode ser eficaz na minimização da incapacidade funcional e obesidade à medida que a população envelhece, favorecendo o envelhecimento ativo e saudável. Palavras-chave: Idosos. Obesidade. Incapacidade funcional. Análise ambiental.Item Estado clínico-nutricional, controle metabólico, inflamação e estresse oxidativo em indivíduos submetidos à hemodiálise(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-23) Epifânio, Andreza de Paula Santos; Hermsdorff, Helen Hermana Miranda; http://lattes.cnpq.br/7249860697154167A doença renal crônica (DRC), caracterizada pela perda lenta, progressiva e irreversível das funções renais, bem como a hemodiálise (HD), tratamento substitutivo na DRC terminal, tem alta morbimortalidade e impacto socioeconômico relevante. Ademais, desnutrição, desordens metabólicas, inflamação e estresse oxidativo são fatores importantes que contribuem para esse cenário. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a associação entre estado clínico-nutricional, controle metabólico, inflamação e estresse oxidativo em indivíduos submetidos à HD. Participaram do estudo 85 indivíduos com idade superior a 18 anos (56 H/ 29 M, idade 62±14 anos), dos quais foram coletados dados sociodemográficos, indicadores antropométricos e de composição nutricional, estado nutricional por avaliação subjetiva global modificada (ASGm). Dados laboratoriais e de prescrição medicamentosa também foram obtidos dos prontuários e incluíram: Kt/V, número de medicamentos prescritos, GPID e valores de concentrações séricas de creatinina, ureia, taxa de remoção da ureia (TRU), potássio, cálcio, fósforo, paratormônio (PTH), albumina, ferro, capacidade latente e total de ligação do ferro, ferritina, saturação da transferrina, colesterol, triglicerídeos, proteína C reativa (PCR), IL-6, oxido nítrico (ON), Capacidade antioxidante (CAT), MDA, SOD. O consumo alimentar foi avaliado por meio do recordatório alimentar e o questionário de frequência de consumo alimentar semi-quantitativo (QFCA).Como resultados as principais causas da DRC na amostra estudada foram nefroesclerose hipertensiva e diabetes mellitus (DM). Quanto ao estado nutricional, a ASGm identificou 10,6% dos indivíduos na categoria adequado e 89,5% com risco nutricional/desnutrição leve. Em um primeiro momento observou que aqueles indivíduos com maior óxido nítrico (ON) (> 4,32 μmol/L) tiveram menores valores para escore ASGm (melhor estado nutricional), menor ferro sérico e triacilglicerol, acima das recomendações. Os mesmos ainda tiveram menor consumo de cobre, manganês, vitamina E, ɷ3 e ɷ6, quando comparado ao grupo com menor ON, porém ambos atingiram valores satisfatórios para consumo segundo recomendações nutricionais. Em modelo de regressão múltipla, as concentrações de ferritina, triacilglicerol, IL6 e SOD representaram uma variação de 54,8% nas concentrações de ON, sendo que as concentrações de triacilglicerol e SOD foram preditores independentes para variação de ON. Outro achado relevante do presente estudo, foi que aqueles indivíduos com diabetes tiveram menor escore ferro (p=0,001), KtV (p=0,050), e maiores valores de saturação de Fe (p=0,034), creatinina (p=0,003), PTH (p=0,046). Os mesmos ainda tiveram menor ingestão de fibra (p=0,019), zinco (p=0,001), vitamina A (p=0,002) quando comparados aos não diabéticos. Em modelo de regressão múltipla, a ocorrência de diabetes se associou positivamente com concentrações ferro e saturação de ferro, bem como negativamente com os valores de creatinina, KtV, ureia pré-diálise, CATs (p<0,05). E quando analisou o consumo alimentar observamos um maior consumo para maioria dos nutrientes (calorias totais, gorduras, fibra, vitaminas do complexo B, C e E e minerais K, Mg, Zn e Cu) analisados entre os homens, adultos, alfabetizados e valores adequados de creatinina (p<0,05). Ademais, aqueles indivíduos com excesso de peso tiveram menor consumo para macro e micronutrientes, comparados aos normopeso e com magreza (p<0,05) Em modelo de regressão múltipla, a escolaridade, atividade física, IMC e creatinina foram preditores independentes para variações na ingestão calórica dos macronutrientes (carboidrato, proteínas, lipídeos / kg de peso, p<0,001). Diante do exposto concluímos que este estudo transversal mostrou uma significativa associação de ON com marcadores de metabolismo lipídico e de ferro, bem como com marcadores inflamatórios (IL6 e IL10) e estresse oxidativo (SOD) em pacientes em HD, indicando seu importante papel como mediador de risco cardiometabólico. Ainda nessa população com baixas concentrações de ON, foi encontrado um consumo adequado de nutrientes com propriedade antioxidante (Cu, Se, Mn, vitamina C,E e ω3), assim como de vitaminas do complexo B além de uma distribuição adequada de gordura corporal e proteínas plasmáticas que parecem modular uma ação protetora nesta população. E ao considerarmos a presença do diabetes no indivíduo em HD foi associado positivamente com controle metabólico (creatinina, ferro, Kt/V, uréia e PTH), sem, contudo indicar desnutrição, sendo que a maior ingestão de antioxidante da dieta entre ambos os grupos e menor CATs indica menor risco de estresse oxidativo nesta população. Ademais, os pacientes em HD com excesso de peso também merecem atenção com ênfase na ingestão de micronutrientes, evitando a presença de uma desnutrição oculta, que pode contribuir para os agravos metabólicos comuns à DRC, sem contudo excluir a possibilidade de sub-relato entre estes pacientes.Item Estado nutricional de iodo e fatores associados em gestantes brasileiras: estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil)(Universidade Federal de Viçosa, 2024-03-05) Candido, Aline Carare; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/0530210955354165O iodo é essencial para a síntese de hormônios tireoidianos, em que a deficiência pode provocar na gestação aborto espontâneo e hipotireoidismo e o excesso, disfunções tireoidianas. O objetivo desse trabalho foi avaliar o estado nutricional de iodo e os fatores associados em gestantes brasileiras. Esse projeto faz parte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). As revisões sistemáticas foram elaboradas segundo o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA) e registradas no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO). O risco de viés foi avaliado pelas ferramentas do Intituto Joanna Briggs. As meta-análises foram realizadas no software R e Statistical Software (STATA). Nos artigos originais, foram avaliadas gestantes brasileiras maiores de 18 anos. Para a coleta das informações socioeconômicas, demográficas, ambientais e de saúde foi aplicado um questionário semiestruturado. Para caracterização do estado nutricional, foi determinada a Concentração de Iodo Urinário (CIU). A disponibilidade alimentar foi avaliada pelo teor de iodo em amostras de água, alimentos in natura, sal de consumo domiciliar e em temperos. Para estimativa do consumo, foi aplicado o recordatório de 24 horas. Na análise estatística, foi utilizado o teste Shapiro-Wilk para avaliar a normalidade das variáveis. Na análise descritiva, foram apresentadas as frequências absolutas e relativas e medidas de tendência central e de dispersão. Para verificar a associação entre as variáveis obstétricas e socioeconômicas com a CIU, foi utilizado o teste Qui-quadrado. E para avaliar os fatores associados ao estado nutricional de iodo, foi realizada a regressão logística multinomial hierarquizada. O nível de significância adotado foi de 5%. De acordo com as revisões sistemáticas, a prevalência, no mundo, de ingestão excessiva de iodo em 10.736 gestantes foi de 52%. As principais implicações para as gestantes foram hipotireoidismo e hipertireoidismo. Para o recém-nascido, macrossomia e disfunção tireoidiana. Com relação a suplementação, a ingestão de 200 μg/dia de iodo foi capaz de alterar a CIU durante a gravidez, por isso deve ser iniciada no período pré-concepcional. Nos artigos originais, foram avaliadas 2.376 gestantes, com CIU mediana de 186,6 µg/L. A prevalência de deficiência de iodo foi de 36,7%, acima da necessidade 28,7% e excesso 3,6%. A concentração mediana de iodo no sal ingerido foi de 26,6 mg/kg, nos temperos 1,1 mg/100g, na água 2,9 µg/L e nos alimentos in natura 19,4 µg/100g. A ingestão alimentar média de iodo foi de 160,2 µg. Além disso, observamos que houve maior chance de deficiência entre as gestantes não-brancas (OR = 1.83; IC95%:1.27 – 2.64) e menor chance entre as gestantes que não exerciam trabalho remunerado (OR = 0.71; IC95%:0.52 – 0.98). Por outro lado, gestantes que estavam no terceiro trimestre apresentaram menor chance de ter ingestão de iodo acima da necessidade (OR = 0.52; IC95%:0.31 – 0.88). Assim, os resultados desse estudo serão fundamentais para a construção de políticas públicas e para o direcionamento de estratégias efetivas para prevenção e controle dessas alterações que podem provocar consequências irreversíveis para a saúde materna-infantil. Palavras-Chave: Gravidez. Iodo. Estado Nutricional. Saúde Materna. Brasil.Item Estado nutricional de iodo e fatores associados, socioecônomicos, demográficos, de saúde e nutricionais em agricultores familiares da região geográfica imediata de Viçosa-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-17) Lopes, Sílvia Oliveira; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/6597323744241410Os micronutrientes são importantes para o funcionamento do organismo. Processos de deficiência ou excesso destes nutrientes trazem como consequências o aparecimento de doenças. O objetivo deste trabalho foi associar fatores sociais, antropométricos, bioquímicos, químicos, nutricionais e de insegurança alimentar ao estado nutricional de iodo em adultos agricultores familiares da Região Geográfica Imediata de Viçosa-MG. O projeto obteve aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (n.2.496.986). Realizou-se calculo amostral, totalizando 306 agricultores e agricultoras a serem avaliados no meio rural de oito cidades da Região Geográfica Imediata de Viçosa-MG, Brasil. Foram realizadas com o uso de questionários semiestruturados com auxílio de ligação telefônica a coleta de informações socioeconômicas, demográficas, de estilo de vida, condições de saúde, autorrelatadas e exames bioquímicos, e consumo alimentar. Era agendada visita domiciliar para a coleta das amostras de urina e de alimentos. Foram realizadas dosagens bioquímicas para avaliação da função tireoidiana, estado nutricional de iodo, ferro, selênio e zinco. Realizou-se análise química de sal de consumo domiciliar, do conteúdo de iodo no tempero e nos alimentos. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS versão 20.0 e Stata versão 14. O conjunto mínimo de possíveis fatores associados, assim como viés de confusão e seleção foram determinadas pelo Directed Acyclic Graph (DAG) no programa DAGitty® versão 3.0. Realizou-se regressão logística e linear a depender do objetivo. Além de testes de comparação de médias e medianas. Para todas as análises foi adotado p< 0,05. Como resultados foi encontrado uma ingestão insuficiente 18.9% (n=58) dos agricultores e inadequada pelo excesso 49.4% (n= 151). Observou-se que os indivíduos que utilizavam tempero industrializado (OR=1,815; IC95:1,060– 3,109) e que tinham hipercolesterolemia (OR=4,830; IC95:1,596 -14,623) apresentaram maior chance de ingestão excessiva de iodo. Os agricultores que faziam uso de tempero caseiro apresentaram maior chance de CIU insuficiente (OR=2,710; IC95:1,221 – 6,015). Entre os sexos foi encontrada diferenças quanto a renda, pontuação da EBIA, IMC, Hemoglobina, TSH e T3. Nos modelos finais da análise de regressão linear múltipla foi observado que o aumento do TSH se relaciona com o aumento da idade e as concentrações séricas de T3 também se relacionaram ao aumento da hemoglobina. Quanto a comparação entre os quartis, houve diferença entre os quartis 1 e 2 de T4 Livre para média de Selênio (p=0,003), 1 e 3 para VCM (fL) (p=0,029); 2 e 3 para Hemoglobina (g/dL) (p=0,025). Para Tireoglobulina, houve diferença entre 1 e 2, 1 e 4 para VCM (fL) (p=0,028; p< 0,001, respectivamente), HCM (pg) 1 e 4 (p= 0,008), 3 e 4 (p=0,005) e CHCM (g/dL) 2 e 3 (p=0,026). Entre os quartis de T3 teve-se diferença nas médias entre 1 e 4 para Hemoglobina (p=0,003) e RDW (%) 2 e 3 (p=0,025). Para as 580 amostras de alimentos produzidos pelos agricultores familiares e analisadas neste projeto, não foi encontrada diferença entre os cultivares de alface, couve e feijão. Houve diferença entre as cidades no conteúdo de iodo para ovos (p≤0,001), queijo (p=0,028) e leite (p=0,001). Não foi encontrado diferença entre as estações do ano quanto ao conteúdo de iodo na couve e alface. Há uma complexidade no processo de avaliação do estado nutricional de iodo e possíveis fatores associados, exigindo mais estudos para o seu aprofundamento. Além de, proposição de ações educativas incentivando uma alimentação saudável. Há que se considerar que existem grupos prioritários no que tange a avaliação de deficiências, porém os resultados deste estudo exemplificam a necessidade de uma avaliação considerando também adultos. Palavras-chave: Tese. Pós-graduação. Iodo. Tireoide. Deficiência de Iodo. Ferro. Anemia. Zinco. Selênio. Segurança Alimentar e Nutricional. Meio rural. Comunidades Rurais. Trabalhadores RuraisItem Estado nutricional, força de preensão palmar (FPP) e consumo alimentar em adultos e idosos com câncer hospitalizados(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-22) Mendes, Nélia Pinheiro; Rosa, Carla de Oliveira Barbosa; http://lattes.cnpq.br/8176166064007367Introdução: A desnutrição é frequente em indivíduos com câncer, sendo as principais causas a redução da ingestão alimentar e os sintomas de impacto nutricional (SIN). Embora as diretrizes determinem que estes pacientes devam ser submetidos a triagem e avaliações frequentes do estado nutricional, não há consenso sobre o método mais adequado. Objetivo: Comparar diferentes métodos de avaliação do estado nutricional de pacientes com câncer hospitalizados. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com indivíduos de ambos os sexos, com idade acima de 20 anos, internados com diagnóstico de câncer em hospitais de Belo Horizonte – MG. A coleta de dados foi realizada por meio de prontuários, no período de fevereiro a julho de 2018, utilizando amostra não probabilística de conveniência. Foram analisados o Índice de Massa Corporal (IMC), os perímetros da panturrilha (PP) e do braço (PB), a Avaliação Subjetiva Global Produzida pelo Próprio Paciente (ASG-PPP) e a Força de Preensão Palmar (FPP). O consumo alimentar foi obtido por meio de registro alimentar de 72 horas referentes aos primeiros dias de internação. As análises estatísticas foram realizadas nos programas STATA (versão 13) e SPSS (versão 21). Foi realizado o ajuste do consumo alimentar pelo método residual. A distribuição das variáveis foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk e os dados foram expressos de acordo com o resultado deste teste. A comparação das médias para variáveis quantitativas foi realizada por meio do teste t de Student ou teste de Mann-Whitney e Análise de Variância (ANOVA) complementada pelo teste de Tukey ou teste de Kruskal-Wallis complementada pelo teste de comparação múltipla de Dunn. Variáveis qualitativas foram analisadas pelo teste do qui-quadrado ou teste exato de Fisher. A correlação entre variáveis quantitativas foi verificada pela correlação de Pearson ou Spearman. Para comparação entre os métodos objetivos de avaliação nutricional e FPP, foi feita a análise da curva ROC usando a ASG-PPP como referência. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: A ASG-PPP foi o método que detectou maior número de desnutridos. A ingestão calórica foi menor em desnutridos graves e a FPP de indivíduos bem nutridos foi superior as demais categorias da ASG- PPP. A FPP foi maior nos homens, apresentando correlação com a avaliação subjetiva, quando ajustado pelo sexo e idade. Por fim, a FPP apresentou melhor desempenho na predição de desnutrição e o ponto de corte adotado foi de 32,5 kg. Conclusão: A amostra apresentou alta prevalência de desnutrição, sendo subestimada pelos indicadores antropométricos isoladamente. A FPP é sensível para identificação de indivíduos em risco de desnutrição, sendo aplicável para avaliação de indivíduos com câncer.Item Fatores ambientais e individuais associados à obesidade em população adulta do município de Viçosa - MG(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-27) Silva, Fernanda Maria Oliveira da; Pessoa, Milene Cristine; http://lattes.cnpq.br/8222025707759088A obesidade é uma doença complexa e multifatorial, resultando da interação de genes, fatores ambientais, psicossociais e de estilos de vida. Sua complexa etiologia demanda elaborada estratégia de saúde pública, uma vez que somente as características individuais não são capazes de elucidar a expansão de sua prevalência em nível populacional. Estudos sugerem que características do contexto ambiental em que as pessoas estão inseridas podem dificultar ou favorecer o ganho de peso, no entanto a maioria foi realizada em países desenvolvidos. Assim, o presente estudo teve como objetivo analisar a relação entre as variáveis ambientais e individuais e a obesidade em população adulta do município de Viçosa – MG. Trata-se de um estudo epidemiológico transversal analítico. Dados individuais, previamente coletados por estudo de base populacional, juntamente com dados ambientais coletados na cidade foram georreferenciados a partir dos endereços. A amostra incluiu 965 indivíduos adultos na faixa etária de 20 a 59 anos, de ambos os sexos, residentes na zona urbana. A variável desfecho foi a obesidade, definida por índice de massa corporal (IMC≥30 kg/m 2 ). Os dados individuais foram coletados por meio de questionários e contemplaram características sociodemográficas, antropométricas, comportamentais e de percepção de saúde. Os dados ambientais, coletados de forma objetiva, contemplaram os estabelecimentos de prática de atividade física e de venda de gêneros alimentícios. Obtiveram-se ainda dados de área, população e renda média mensal dos setores censitários disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e sobre criminalidade por meio da Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais. Os estabelecimentos de venda de alimentos e locais para a prática de atividade física foram avaliados pela medida de densidade de estabelecimentos por setor censitário. O ambiente alimentar foi classificado em quatro categorias: supermercados e estabelecimentos com predominância de alimentos saudáveis, não saudáveis e mistos. Os locais para a prática de atividade física foram categorizados em públicos e privados. Para caracterização do ambiente social utilizou-se a renda per capita (razão entre o total do rendimento nominal mensal dos domicílios particulares permanentes e população residente em domicílios particulares permanentes), categorizada em tercis e a taxa de criminalidade (total de homicídios, estupro, sequestro, roubos, furtos/1000 habitantes), avaliada de forma contínua. Realizou-se análise de regressão logística binária pelo modelo de equações de estimativa generalizadas (GEE). Na análise múltipla, verificou-se associação inversa e independente entre a densidade dos locais públicos e privados para a prática de atividade física (OR=0,95, IC: 0,92-0,99; OR=0,98, IC: 0,97-0,99) e obesidade. Em todos os modelos o tercil mais alto de renda per capita associou-se inversa e independentemente à obesidade (OR=0,41, IC: 0,25- 0,67; OR=0,45, IC: 0,25-0,81; OR= 0,43, IC: 0,27-0,66; OR=0,44, IC: 0,28-0,70; OR=0,59, IC: 0,38-0,93, respectivamente). As variáveis individuais: idade, tempo de tela e ser ex- fumante associaram-se diretamente a obesidade enquanto autorrelato de saúde positivo associou-se a menores chances de obesidade (p≤ 0,05). As variáveis do ambiente alimentar e as taxas de criminalidade não foram independentemente associadas à obesidade. Tais achados demonstram que a renda e disponibilidade de estruturas públicas e privadas para prática de atividade física, associadas a algumas características individuais podem direcionar políticas públicas para diminuição da prevalência de obesidade no município.Item Fatores associados a concentração de iodo urinário em gestantes e nutrizes – um recorte do EMDI-Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2021-06-09) Machamba, Almeida Abudo Leite; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/3394779731145782No mundo, a deficiência iódica prevalece alta ao mesmo tempo que o consumo do sal aumenta na população. O grupo materno-infantil é o mais afetado provocando efeitos irreversíveis para o bebê. Revisões sistemáticas recentes têm explicado este fato por fatores demográficos, econômicos, ambientais, de saúde e do consumo alimentar terem influência sobre a concentração de iodo urinário nas mulheres. Avaliar os fatores associados ao estado nutricional de iodo em gestantes e nutrizes. O presente trabalho faz parte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). Os documentos produzidos para esta tese foram três artigos de revisão e um artigo original. As revisões sistemáticas que incluíram o grupo materno-infantil foram desenvolvidas de acordo com a metodologia do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Para a inclusão dos estudos, foram consideradas as intervenções como o consumo de sal iodado, suplementos e alimentos fortificados com iodo e como desfechos considerou-se os níveis de concentração de iodo na urina de gestantes e nutrizes, do leite materno da nutriz e o perfil do desenvolvimento neurocognitivo nas crianças. Os resultados foram analisados no programa software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS ® ) versão 27, com base em frequências absolutas e relativas, média e desvio padrão, mediana, percentis (25º e 75º) e regressão linear simples considerando-se significativo p<0,05. O artigo original, de delineamento transversal, foi composto por uma amostra total de 319 gestantes e nutrizes, com idade ≥ 18 anos, sem histórico de doença tireoidiana, atendidas nos serviços pré-natal, de puerpério e de vacinação dos seus filhos de 14 Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Viçosa-MG, entre 2018 e 2020, foram coletados 20 mL de urina, 50 g de sal, 50g de tempero das gestantes e nutrizes e 400 mL da água das UBSs em que as mulheres foram atendidas. Foram realizadas entrevistas, através de um questionário com auxílio do software Research Electronic Data Capture (REDCap ® ) versão 8.10.1, onde foram coletadas informações sobre as variáveis sociodemográficas, gestacionais, puerperais, clínicas, bioquímicas, de hábitos de vida, sobre o consumo alimentar e hábitos de compra e uso do sal. Os resultados, foram analisados no programa SPSS ® versão 27 e no programa Stata ® versão 13, onde foram analisadas as frequências absolutas, relativas, médias, medianas, percentis (25º e 75º) e regressões lineares simples e os seus respetivos intervalos de confiança (95% IC). As participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (parecer n o 2.496.986). De acordo com os estudos de revisão sistemática, o grupo materno-infantil com foco nas gestantes e nutrizes mostrou-se como o mais afetado pela deficiência iódica no mundo. Contudo, observou-se uma melhora nos níveis de iodúria na população ao longo dos anos, com o aumento da adequação da concentração de iodo urinário (CIU) de 16,9 para 166% e, uma redução da taxa de bócio da anterior 1,2 para 62%. Esta modificação é resultante do aumento no número de países no mundo com programas de iodação sustentáveis. O que em parte, a suplementação e o consumo de alimentos fortificados com iodo contribuíram para melhorar o perfil de iodo urinário, o conteúdo de iodo no leite materno e consequentemente o estado nutricional de lactentes, quando o consumo de sal não foi suficiente para atender as necessidades iódicas em mulheres residentes em áreas com deficiência moderada a leve de iodo (mediana de CIU < 100 μg/L para nutrizes e < 150 μg/L para gestantes). Assim, gestantes e nutrizes, por constituírem um grupo populacional em que a recomendação de ingestão diária de iodo é quase o dobro da recomendação para demais adultos, apresentam maior risco de inadequação. No artigo original, detectou-se uma prevalência baixa da deficiência de iodo em gestantes e nutrizes (proporção de deficiência de iodo abaixo de 50%). E que a adequação do conteúdo de iodo no sal, o conteúdo de iodo na água, o local de conservação do tempero caseiro e o consumo diário de refeições nos domicílios contribuíram para a melhora dos níveis de iodo urinário. Considerando que o conteúdo de iodo na água ser baixo (< 10 μg/L ) e do temperos se associar a valores baixos de CIU, o consumo do sal puro adequadamente iodado junto com o de refeições diárias no domicílio são os que mais disponibilizam e adequam o consumo de iodo no grupo avaliado. Os achados deste estudo contribuem de forma significativa para obtenção de informações que subsidiam a necessidade do reajuste dos valores de ingestão de iodo para o grupo materno infantil e monitoramento ao longo do tempo o seu impacto. Contudo, mais estudos são necessários para comprovar esses achados de modo que, se construam políticas e se desenhem estratégias concretas, direcionadas e efetivas para o combate da deficiência. Palavras-chave: Iodo. Aleitamento materno. Consumo alimentar. Iodúria. Gestação. Lactação.Item Fatores associados ao padrão alimentar de nutrizes atendidas pelo programa de apoio à lactação(Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-08) Pacheco, Thaís de Melo; Ribeiro, Sarah Aparecida VieiraIntrodução e objetivo: A lactação é o período que se inicia após o parto, juntamente ao puerpério. Sabendo que as escolhas alimentares durante esse período são cercadas de tabus, mitos, preconceitos, falsas crenças, além da possível influência dos fatores socioeconômicos e gestacionais, o presente estudo investigou quais desses fatores estão associados ao padrão alimentar de nutrizes. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com dados de 397 mulheres acompanhadas pelo Programa de Apoio à Lactação (PROLAC), do município de Viçosa-MG, no primeiro ano de vida de seus filhos. O padrão alimentar foi determinado a partir das informações de um recordatório de ingestão habitual, sendo as análises realizadas no software Dietpro® versão 6.1. Para a identificação de padrões alimentares, foi aplicada a Análise fatorial por Componentes Principais (ACP). Ademais, foram coletadas, por meio de prontuários, informações socioeconômicas, gestacionais e o tipo de aleitamento materno praticado pela nutriz. Para avaliação dos fatores associados aos padrões alimentares das nutrizes, foi aplicada a análise de regressão linear múltipla hierarquizada. As análises estatísticas foram realizadas no programa Stata® versão 14.0. Resultados: Foram identificados cinco padrões alimentares, denominados “Tradicional”, “Não saudável”, “Saudável”, “Frutas” e “Carboidratos”, que representam de forma global a alimentação das nutrizes e explicaram 42,9% da variância de consumo. Observou-se que o maior número de filhos, ganho de peso gestacional excessivo, e ausência de um companheiro, relacionaram à maior adesão ao padrão “Tradicional”. O menor número de consultas pré-natal associou-se a maior adesão ao padrão “Não saudável”. Para o padrão “Frutas”, a idade materna apresentou associação positiva, enquanto o IMC pré-gestacional e a escolaridade materna apresentaram associação negativa à adesão a esse padrão. Por fim, o padrão “Carboidratos” associou-se positivamente à renda familiar e negativamente às intercorrências gestacionais. Conclusão: Os fatores socioeconômicos e demográficos (idade, escolaridade, renda familiar, presença de um companheiro e número de filhos) e os gestacionais (IMC pré-gestacional, ganho de peso gestacional, número de consultas pré-natal e intercorrências gestacionais) foram associados aos padrões alimentares da nutriz, destacando a importância e a necessidade de ações de educação alimentar e acompanhamento nutricional para esta população. Palavras-chave: Lactação. Gestação. Nutrição materna. Consumo alimentar. Contexto social.Item Fatores de risco cardiometabólico em adolescentes em função da localização da gordura corporal(Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-07) Morais, Núbia de Souza de; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/1316286974879193O excesso de peso e a obesidade em adolescentes é crescente, período. Assim, é necessário entender como a gordura corporal, dependendo da sua localização, interfere no desenvolvimento de fatores de risco e doenças cardiometabólicas nessa população. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi verificar a associação de fatores de risco cardiometabólico com a localização da gordura corporal em adolescentes. Trata-se de um estudo transversal realizado com dados secundários. Os adolescentes foram divididos de acordo com a situação nutricional: GE – Eutrofia pelo IMC e %GC elevado; e dois de comparação: GC1 – Eutrofia pelo IMC e %GC adequado; GC2 – Excesso de peso pelo IMC e %GC elevado. Foram avaliadas medidas de peso, estatura, perímetros da cintura e quadril, além do percentual de gordura corporal total e regional. Foram calculados o Índice de Massa Corporal, Relação Cintura-Estatura e Relação Cintura-Quadril. Foram avaliados o perfil lipídico, glicemia de jejum, resistência à insulina (HOMA-IR), ácido úrico e a pressão arterial. Além disso, a prática de atividade física também foi avaliada. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (CEP/UFV) (parecer nº 2.879.661). Para as análises estatísticas foi utilizado o software R versão 4.0.2, adotando nível de significância de 5%. O teste de Kolmogorov-Smirnov verificou a normalidade das variáveis. comparação das variáveis numéricas entre o GE e cada grupo de comparação, separadamente, de acordo com o sexo, foi realizada pelo teste Mann-Whitney. Realizou-se Análise de Componentes Principais para identificar os fatores de risco associados a cada grupo, e regressão logística para avaliar a associação entre os grupos com cada variável. O teste de Mann-Whitney comparou as variáveis quantitativas entre os sexos. Realizou-se regressão linear simples e múltipla, ajustado para idade e atividade física, para prever a alteração em cada fator de risco, a partir das medidas de gordura corporal. A análise de redes foi realizada para avaliar a relação entre as medidas de gordura corporal e os fatores de risco cardiometabólico. A capacidade das localizações de gordura corporal para predizer alterações dos fatores de risco cardiometabólico foi baseada na construção de curvas ROC (Receiver Operating Characteristic). Em relação aos fatores avaliados, o GE se assemelhou mais ao GC2 do que ao GC1, para ambos os sexos. Para as meninas, apenas o %GP foi superior ao %GA para predizer o CT elevado. Já, para os meninos, o %GA foi superior ao %GP, %GT, e %GB para predizer valores aumentados de CT, LDL, TG, PA e HOMA-IR, elevados. O %GG também foi superior ao %GT e ao %GB para predizer valores elevados de CT, LDL, e HOMA-IR. Por fim, o %GT foi superior ao %GP e ao %GB para predizer PA e HOMA-IR elevados. Estes resultados demonstram que a avaliação da gordura corporal pode ser mais eficaz na predição de fatores de risco e de doenças cardiometabólicas, do que o IMC isolado. Ainda, há diferenças na forma como a localização da GC influencia nos fatores de risco cardiometabólico, dependendo do sexo. Palavras-chave: Adolescente. Composição corporal. Índices de adiposidade corporal. Risco cardiometabólico.