Biologia Celular e Estrutural
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Item Avaliação de estresse oxidativo e análise histopatológica em peixes coletados à jusante das barragens Eustáquio e Santo Antônio, no município de Paracatu-MG.(Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-01) Azevedo, Filipe Silveira; Gonçalves, Reggiani Vilela; http://lattes.cnpq.br/8456427530029980Monitorar a qualidade de vida da ictiofauna próxima a barragens é crucial para avaliar as atividades de extração, em especial das espécies nativas. Neste contexto, peixes são modelos desejáveis, uma vez que estão em contato direto com os poluentes através das brânquias e fazem parte dos últimos níveis tróficos das cadeias alimentares, sendo os últimos a serem submetidos às propriedades bioacumulativas dos metais pesados. Baseado nisto, nosso objetivo foi investigar possíveis alterações histopatológicas em tecidos de peixes encontrados em locais potencialmente impactados pelas barragens. Também objetivamos entender a patogênese destas lesões relacionadas ao estresse oxidativo em brânquias, fígado, gônadas e músculos. Para realizar estas análises foram coletados 113 peixes para as análises histopatológicas e 82 peixes para as análises de estresse oxidativo. Foram distribuídos em 2 grupos: peixes de localidades não impactadas pela contaminação (área de referência (AR)) e peixes de localidades possivelmente impactadas pela contaminação (área diretamente afetadas/áreas de influência (ADA/AI)). Foram retirados fígado, brânquias, músculos e gônadas para análises histopatológicas e músculos e brânquias para análises de estresse oxidativo. Nos fígados, houve aumento de infiltrados inflamatórios nos peixes de ADA/AI. No entanto, não foram encontradas diferenças significativas em regiões de isquemia e hemorragia. Não houve diferenças no metabolismo e armazenamento de glicogênio e não foram encontrados sinais de morte celular e fibrose nos tecidos hepáticos em ambas as áreas. Para as brânquias, as regiões ADA/AI tiveram aumento na fusão lamelar, hiperplasias e maior destruição do epitélio secundário. Em relação ao tecido muscular, não foram encontradas patologias significativas entre as áreas AR e ADA/AI não houve diferença na área de suas fibras musculares. Para as gônadas, foram encontrados alguns ovócitos em atresia, mas não houve diferença significativa entre as áreas. Em relação ao estresse oxidativo, houve diminuição na atividade da enzima antioxidante catalase e do marcador de peroxidação lipídica malondialdeído nos músculos das áreas ADA/AI comparadas com AR. Houve também aumento de óxido nítrico (NO) nos músculos nas áreas ADA/AI em relação as áreas AR. Diferentes espécies possuem predisposição a serem afetadas a certos metais, justificando as diferenças apontadas nas espécies do estudo. As diferenças entre as localidades se relacionam as características físicas e químicas dos rios e as diferentes concentrações de metais. Isto pode justificar o aumento dos processos inflamatórios em áreas ADA/AI e a patogênese pode estar associada pelas ligações específicas que alguns metais estabelecem com as células hepáticas, especialmente devido ao fenômeno de explosão respiratória que está diretamente ligado ao estresse oxidativo nos tecidos. Em nosso estudo, observamos que as brânquias apresentaram hiperplasia e algumas regiões de fusão lamelar em áreas ADA/AI. Estas modificações estão associadas principalmente às funções de defesa deste órgão. Geralmente em condições de estresse as brânquias aumentam as células do epitélio lamelar para impedir a chegada dos metais na corrente sanguínea, explicando a hiperplasia e fusão lamelar. Em condições mais drásticas, o epitélio lamelar é completamente perdido, como foi observado para as áreas ADA/AI. A diminuição de malondialdeído (MDA), juntamente com a catalase (CAT), nas regiões ADA/AI indicam que o balanço oxidativo está em equilíbrio nesses peixes. Por outro lado, houve um aumento de óxido nítrico no tecido muscular nas áreas ADA/AI. Este achado possivelmente está relacionado a outras atividades do NO dentro das células como vasodilatação e sinalização celular, já que o estresse oxidativo dentro destes tecidos parece estar controlado. Conclui-se que os peixes das localidades a jusantes das barragens de Eustáquio e Santo Antônio, não apresentaram contaminação severa a partir de análises histopatológicas e de estresse oxidativo feitas com tecidos do fígado, brânquias, gônadas e músculos. Palavras-chave: Barragem. Estresse Oxidativo. Histopatologia. Metais Pesados.Item Avaliação do efeito leishmanicida de novos inibidores de HDAC e derivados do Eugenol em Leishmania braziliensis(Universidade Federal de Viçosa, 2021-06-25) Pereira, Larissa Coelho; Fietto, Juliana Lopes Rangel; http://lattes.cnpq.br/1398996010479990Avaliação do efeito leishmanicida de novos inibidores de HDAC e derivados do Eugenol em Leishmania braziliensis. Orientador: Juliana Lopes Rangel Fietto. As leishmanioses são doenças parasitárias de transmissão vetorial, causadas por espécies patogênicas de Leishmania que integram o grupo de doenças infecciosas negligenciadas. O tratamento para os diferentes tipos de leishmaniose em humanos depende principalmente de quimioterapia. O tratamento quimioterápico é comprometido pelo alto custo, toxicidade elevada e desenvolvimento de resistência do parasito, o que tem levado à necessidade de desenvolvimento de novas terapias. Neste trabalho foram realizados testes fenotípicos para busca de ação leishmanicida contra Leishmania braziliensis, agente causador de leishmaniose do tipo tegumentar. O primeiro capítulo é continuidade dos trabalhos desenvolvidos durante o Projeto Colaborativo Internacional financiado pela União Europeia denominado A- ParaDDisE (https://cordis.europa.eu/project/id/602080), que objetivou o desenvolvimento de novos fármacos, baseando-se em alvos epigenéticos, contra doenças parasitárias negligenciadas, incluindo leishmanioses. Neste capítulo foram realizados testes fenotípicos para busca de ação leishmanicida com compostos inibidores de histonas deacetilases (iHDACs) da classe dos ácidos hidroxâmicos. Foram avaliadas a toxicidade para as células hospedeiras modelo (macrófagos Raw 264.7) e ação contra amastigotas intracelulares presentes na infecção dos macrófagos por L. braziliensis. Os resultados mostram que não houve efeito significativo em amastigotas dos compostos testados na infecção de macrófagos por L. braziliensis. O segundo capítulo deste projeto foi desenvolvido em parceria com o pesquisador Dr. Róbson Ricardo Teixeira, da Universidade Federal de Viçosa, e também objetivou a descoberta de novos compostos para desenvolvimento de novos fármacos contra leishmaniose. Foram realizados testes fenotípicos para busca de ação leishmanicida com compostos derivados do eugenol contendo núcleos 1,2,3-triazólicos. Foram avaliadas a toxicidade para as células hospedeiras modelo (macrófagos Raw 264.7) e ação contra amastigotas intracelulares presentes na infecção dos macrófagos por L. braziliensis. Entre os compostos testados, os compostos RE21 e RE27 apresentaram um efeito significativo, sendo capazes de inibir a infecção em mais de 25%. Palavras-chave: Leishmaniose. Inibidor de HDAC. Eugenol.Item Avaliação in silico da interação do derivado de heparina não anticoagulante Dociparstat Sodium (DSTAT) com LPG3 e de seu efeito in vitro na infecção de macrófagos por Leishmania chagasi(Universidade Federal de Viçosa, 2023-06-26) Garcia, Ingrid Rabite; Silva, Eduardo de Almeida Marques da Silva; http://lattes.cnpq.br/1660439179548274Contextualização: Há uma necessidade urgente de novos tratamentos para combater a Leishmaniose Visceral (LV). A proteína LPG3 de Leishmania chagasi foi considerada por nosso grupo de pesquisa como potencial alvo para novos fármacos contra LV.O bloqueio dessa proteína pela heparina sódica reduziu a internalização de formas promastigotas do parasita em macrófagos. No entanto, o uso da heparina sódica na LV é limitado devido a sua potente atividade anticoagulante. Objetivo: Investigar in silico e in vitro a hipótese de que o bloqueio da proteína LPG3 pela heparina não-anticoagulante (DSTAT) interfere no processo de infecção parasitária. Métodos: Primeiramente, previmos in silico a interação de DSTAT com a proteína LPG3, bem como sua afinidade de ligação, utilizando docking molecular do tipo receptor-ligante. Em seguida, DSTAT foi utilizada em ensaios in vitro para testar a toxicidade em macrófagos RAW 264.7, sua atividade leishmanicida contra formas promastigotas de L. chagasi e sua atividade antileishmania em processos de adesão e internalização de formas promastigotas de L. chagasi em macrófagos. Resultados: O docking molecular revelou a ligação de DSTAT no sítio previsto para heparina na proteína LPG3 com uma afinidade de ligação ligeiramente maior que a heparina sódica. Nos ensaios in vitro, as concentrações testadas de DSTAT não foram tóxicas para os macrófagos e a maior concentração selecionada (300 µg/mL de DSTAT) não apresentou efeito leishmanicida contra formas promastigotas de L. chagasi. Por outro lado, DSTAT (100 µg/mL) levou à redução na internalização de L. chagasi em macrófagos, sem interferir na adesão parasitária. Conclusão: Tratamento com heparina não-anticoagulante DSTAT interfere na infecção de macrófagos por formas promastigotas de L. chagasi, provavelmente pelo bloqueio da proteína LPG3 do parasito, sem causar toxicidade para ambas células. Palavras-chave: LPG3. Leishmaniose Glicosaminoglicanos. Heparina. Visceral. Leishmania chagasi.Item Busca de inibidores de histonas deacetilases com atividade leishmanicida na infecção de macrófagos por Leishmania braziliensis(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-27) Apaza Calla, Lourdes Fanny; Fietto, Juliana Lopes Rangel; http://lattes.cnpq.br/1329455167317147A leishmaniose refere-se a um grupo de doenças causadas por parasitas protozoários intracelulares obrigatórios do gênero Leishmania. A leishmaniose tegumentar constitui um problema de saúde pública em 85 países, distribuídos em quatro continentes (Américas, Europa, África e Ásia), com registro anual de 0,7 a 1,3 milhão de casos novos. A espécie Leishmania braziliensis é a principal responsável pela Leishmaniose Tegumentar no Novo Mundo, sendo o Brasil o país com a maior incidência da doença na América do Sul. A maioria das drogas leishmanicidas disponíveis são tóxicas, têm problemas de resistência pelos parasitos ou necessitam de hospitalização para a sua utilização; portanto, o desenvolvimento de novos medicamentos é urgente. Uma alternativa para novas terapias são fármacos que atuam a nível epigenetico, como inibidores de histonas desacetilases (HDACs). Inibidores de HDACs (iHDACs) são conhecidos por apresentrem atividades antiproliferativas, anti-inflamatórias e antiparasitárias. Neste trabalho foram testados iHDACs pertencentes à classe dos ácidos hidroxâmicos produzidos pelo consórcio Anti- Parasitc Drug Discovery in Epigenetics (A-ParaDDisE). Os compostos foram primeiramente testados em relação aos seus efeitos tóxicos em células hospedeiras de macrófagos da linhagem Raw 264.7. Os compostos que não apresentaram efeito tóxico foram testados em infecção de macrófagos contendo amastigotas intracelulares de L. braziliensis. Foram testados 41 compostos, 22 do grupo do EGs, 9 THs, 6 ATb2, 4 NHs. Os resultados mostraram que os compostos EG10, EG11, EG13 foram considerados tóxicos para macrófagos, e os compostos EG3, EG5, EG21, ATb210, TH136, TH142, TH135 e NH5 apresentaram ação leishmanicida de pelo menos 50% sobre amastigotas intracelulares. O composto com maior atividade foi o ATb210 que apresentou atividade similar à ação da droga controle positivo Anfotericina B (pelo menos 80% de ação leishmanicida). Sendo assim, podemos concluir que foi possível selecionar 28 compostos com atividade leishmanicidas sobre a infecção in vitro de macrófagos por L. braziliensis .Item Desenvolvimento pós-embrionário do intestino médio de mosquitos (Diptera, Culicidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2019-08-05) Godoy, Raquel Soares Maia; Martins, Gustavo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/1404572636311878O intestino médio das fêmeas de mosquitos vetores é alvo de muitos estudos por ser a porta de entrada para diversos patógenos transmissíveis a vertebrados, incluindo humanos. No entanto, o conhecimento do órgão nas fases imaturas desses insetos é escasso, principalmente em relação à sua morfologia. Com o objetivo de entender a morfofisiologia do intestino médio de mosquitos e os processos envolvidos no desenvolvimento do órgão durante a metamorfose, foram utilizadas neste trabalho três espécies de mosquitos de gêneros diferentes, Anopheles gambiae, Aedes aegypti e Toxorhynchites theobaldi. A fase larval das três espécies compartilha características morfológicas básicas do órgão, mas apresenta algumas particularidades. A histoquímica do intestino médio larval de An. gambiae indicou a existência de um metabolismo de lipídeos e carboidratos diferente daquele de Ae. aegypti e T. theobaldi, e o compartimento do ceco gástrico foi o que mais variou entre as três espécies. A matriz peritrófica foi morfologicamente similar nas três espécies, e os processos envolvidos no desenvolvimento pós- embrionário do órgão, como diferenciação celular, proliferação e apoptose, também foram semelhantes. A presença de células enteroendócrinas FMRF-positivas no intestino médio posterior parece ser conservada em mosquitos. Durante a transição entre larva e pupa, foi visto que as fibras dos músculos circulares sofrem mitose, e uma nova camada de músculo circular aparece, evento que ocorreu concomitante com a presença de neuritos FMRF-positivos de posição específica e repetitiva nos músculos circulares. Isso indica que neuropeptídios FMRF estão envolvidos no remodelamento muscular do órgão, o qual se iniciou antes da pupação. O epitélio digestivo larval foi completamente substituído por um novo durante o início da fase da pupa em um processo que envolve autofagia e apoptose. Esse novo epitélio apresentou células enteroendócrinas diferenciadas nessa fase. Antes da metade do tempo de duração da metamorfose houve um segundo descarte epitelial, e o epitélio digestivo íntegro visto nessa fase ainda não tinha completado seu processo de diferenciação, e correspondeu ao do adulto. Por fim, na fase final do estágio de pupa, o epitélio digestivo sofreu alterações no seu formato, processo que envolveu autofagia e apoptose de algumas células, além de proliferação celular. Palavras-chave: Intestino médio. Desenvolvimento. MosquitosItem Efeito do leite de vaca e bebida de soja (transgênica e não transgênica) no fêmur de camundongos Balb/C(Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-01) Costa, Eduarda Pires; Gonçalves, Reggiani Vilela; http://lattes.cnpq.br/3216231590347231Introdução: A saúde dos ossos é influenciada pela nutrição, e uma das fontes dietéticas mais importantes de cálcio é o leite. No entanto, cada vez mais pessoas estão limitando seu consumo de leite e optando por consumir bebidas à base de plantas, como a soja transgênica ou não transgênica. Objetivo: Comparar os efeitos da suplementação de leite de vaca e bebida de soja (transgênica e não transgênica) no fêmur de camundogos BALB/c. Materiais e métodos: Vinte e oito animais foram randomizados em quatro grupos experimentais com 7 animais em cada grupo. G1: água destilada, G2: bebida de soja não transgênica, G3: bebida de soja transgênica, e G4: leite de vaca. Todos os grupos receberam os tratamentos durante 42 dias, por gavagem. Os animais foram anestesiados e eutanasiados. Os fêmures foram removidos para análises biomecânicas, biométricas, histomorfológicas e moleculares. Resultados: O grupo G3 obteve menor ganho de peso. A resistência óssea foi menor em G3. O diâmetro da diáfise do fêmur foi menor em G2, e a espessura do osso cortical foi reduzida em G2 e G3. O diâmetro do canal medular em G3 foi reduzido. O grupo G4 obteve os maiores parâmetros de densidade volumétrica trabecular, área óssea e largura trabecular na epífise distal, e os menores parâmetros na densidade volumétrica medular e separação trabecular na mesma região. Níveis de osteocalcina foram maiores em G4. Houve uma redução na quantidade de colágeno I em G2 e G3. Os níveis de magnésio aumentaram em G4, e os níveis de cálcio estavam aumentados em todos os grupos em relação ao controle. G4 apresentou menor número de poros na diáfise óssea e G3 apresentou maior número de poros. Discussão: A bebida de soja transgênica foi prejudicial ao osso cortical, gerando potencial desequilíbrio entre a reabsorção e deposição óssea devido a uma demanda maior de nutrientes para o osso cortical em G3, além de aumentar a distribuição de poros na diáfise óssea e comprometer a resistência óssea, possivelmente porque alimentos geneticamente modificados podem conter toxinas e fatores antinutricionais prejudiciais à osteogênese. O leite de vaca manteve a integridade morfofuncional do osso cortical, além de apresentar benefícios para microarquitetura trabecular e regular aumentar os níveis circulantes de osteocalcina e a deposição óssea de colágeno tipo III. Conclusão: O consumo de leite de vaca pode ser uma alternativa mais segura do que a bebida de soja para promover e/ou manter a saúde óssea. Palavras-chave: Microarquitetura óssea. Osteocalcina. Leite. Nutrição. Transgênico. Soja.Item Efeitos da coexposição ao arsênio e níquel sobre parâmetros hepáticos em ratos Wistar adultos(Universidade Federal de Viçosa, 2022-08-25) Lima, Thainá Iasbik; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/3087985535618466Arsênio e níquel são elementos químicos amplamente encontrados na natureza. A exposição a altas concentrações desses agentes tóxicos na água de beber pode causar disfunções orgânicas que levam a sérios problemas de saúde. O efeito negativo da intoxicação por arsênio ou níquel está bem documentado na literatura. No entanto, pouco se sabe sobre as consequências da ingestão simultânea desses metais no indivíduo. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo analisar os efeitos da coexposição ao arsênio e níquel sobre parâmetros hepáticos de ratos Wistar adultos, uma vez que o fígado é o principal órgão detoxificador do organismo. Ratos Wistar machos (70 dias de idade) foram distribuídos em quatro grupos (n = 10 animais/grupo): grupo controle (solução salina), grupo arsênio (1mg L -1 de arsênio), grupo níquel (7mg L -1 de níquel) e grupo da coexposição (1mg L -1 de arsênio + 7mg L -1 de níquel). Os animais tiveram acesso às soluções por meio da água de beber ad libitum por 70 dias, sendo eutanasiados 24 h após a último dia de exposição (CEUA 45/2021). O sangue foi coletado para obtenção de soro e determinação da concentração de transaminases. O fígado foi removido e dissecado para realização de análises histológicas, bioquímicas e enzimáticas. Os dados foram submetidos aos testes One-way ANOVA e Tukey ao nível de significância p = 0,05. Nossos resultados mostraram, que os animais foram expostos ao arsênio e níquel apresentaram níveis aumentados destes metais no fígado. Animais coexpostos aos dois metais apresentaram redução de hepatócitos e de seu citoplasma, aumento na proporção de capilares sinusoides e vasos sanguíneos, além de aumento no percentual de colágeno, glicogênio e mastócitos. Congestão, infiltrado inflamatório e degeneração hidrópica foram as patologias observadas em animais do grupo arsênio+níquel. Estes animais também apresentaram redução na atividade de catalase e aumento nas concentrações de proteínas carboniladas e óxido nítrico. A atividade de ATPase total reduziu em animais do grupo arsênio+níquel. Não foram observadas alterações nas concentrações séricas de transaminases e biometria corporal e hepática. Pode-se concluir que a coexposição ao arsênio e níquel por 70 dias pode ter desencadeado um processo inicial de dano que, em exposições crônicas, pode haver uma intensificação nas alterações com consequente prejuízo à funcionalidade hepática. Palavras-chave: Arsenito. Cloreto de níquel. Hepatócitos. Exposição subcrônica. Estresse oxidativo. Histomorfometria. Inflamação. Degeneração.Item Efeitos da coexposição subcrônica ao arsênio e níquel sobre parâmetros histológicos e oxidativos no intestino delgado de ratos Wistar adultos(Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-02) Oliveira, Mariana Souza; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/9161183631855164Nas últimas décadas, a exploração exponencial dos recursos hídricos e terrestres tem preocupado populações em todo o mundo devido a liberação de poluentes no ambiente. Seres humanos são expostos diariamente a misturas de metais tóxicos como arsênio e níquel, conhecidos pelos prejuízos à saúde humana e animal. Sendo que uma das vias no organismo é o intestino delgado no que diz respeito a contaminação de alimentos e água. Sabe-se que metais pesados podem causar danos ao intestino delgado e interferir na sua microbiota intestinal. Poucos estudos, porém, reportam danos ao intestino quando da exposição a mistura de metais. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos da coexposição de níquel e arsênio no trato intestinal de ratos Wistar. Ratos adultos foram distribuídos em cinco grupos experimentais (n = 10/ grupo): controle (sem ingestão de metais), 1 mg L-1 arsênio (As), 7 mg L-1 níquel (Ni), coexposição com 1 mg L-1 As + 7 mg L-1 Ni (AsNi [+]) e coexposição com 0,01 mg L-1 As + 0,07 mg L-1 Ni (AsNi [-]). Os animais tiveram acesso às soluções (arsenito de sódio e cloreto de níquel) por meio da água de beber ad libitum por 70 dias, sendo eutanasiados 24 h após a último dia de exposição. O intestino foi dissecado e dividido em duodeno, jejuno e íleo para realização de análises histológicas e oxidativas. Os dados foram submetidos aos testes ANOVA e Tukey (p = 0,05). Os resultados mostraram que ratos dos grupos AsNi [-] e AsNi [+] apresentaram maior diâmetro de vilosidades e lâmina própria em todas as regiões intestinais. As alterações histológicas observadas incluíram infiltrado inflamatório, congestão, fusão de vilosidades e descamação celular. Ratos desses dois grupos apresentaram aumento na área das mucinas acidas em todas as regiões. A atividade de catalase foi maior em ratos que ingeriram a maior concentração de níquel e arsênio. Já a atividade de glutationa s transferase foi menor em todos os animais expostos aos dois metais, juntos ou isolados. Não foram observadas alterações na biometria corporal. Pode-se concluir que, a coexposição em um período subcrônico causou alterações histológicas e oxidativas nas regiões intestinais estudadas, mas sem aparente comprometimento na sua funcionalidade. Palavras-chave: Trato digestivo. Metais pesados. Toxicidade. Estresse oxidativo. Histopatologias.Item Efeitos do fungicida Difenoconazol e do herbicida Tebuthiuron em larvas do mosquito Aedes aegypti (Diptera: Culicidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2023-07-07) Miranda, Franciane Rosa; Martins, Gustavo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/3639163253531534O Aedes aegypti é o vetor de importantes arbovírus, são holometábolos, com ciclo de vida constituída por ovos, larvas, pupas e adultos. O intestino médio tem papel central em diferentes aspectos da biologia do mosquito, atuando em diferentes processos fisiológicos, como digestão e absorção de nutrientes. O epitélio é formado por três tipos celulares: células digestivas, regenerativas e enteroendócrinas. Todo o epitélio é completamente remodelado durante a metamorfose, onde ocorrem diferentes processos celulares que culminam na proliferação, diferenciação e morte celular do epitélio intestinal, com a participação de diferentes vias, que atuam como amplificador, retransmissor e integrador de sinais de uma gama diversificada de estímulos extracelulares, controlando os diferentes processos celulares. Compostos químicos de uso comercial, como os fungicidas e os herbicidas, apresentam propriedades que causam danos potencias ao meio ambiente e organismos não-alvos, levando a uma bioacumulação nos organismos e a uma transferência trófica subsequente para os predadores. Assim, foi demostrado a possível toxicidade do fungicida difenoconazol e do herbicida tebutiuron, avaliando os efeitos causados pela exposição nas larvas de A. aegypti. A exposição ao difenoconazol (concentração de campo) levou a uma significativa mortalidade larval (80%) e afetou negativamente a atividade locomotora. Além disso, a exposição reduziu a atividade das enzimas superóxido dismutase (SOD), glutationa S-transferase (GST) e da catalase (CAT), levando a um desequilíbrio no estado antioxidante, além da ativação da via de apoptose ativada por Caspase-3 e da autofagia das células digestivas do intestino médio. A exposição também comprometeu a diferenciação celular e a reorganização do tecido, como demostrado pela diminuição das proteínas positivas para Wnt, Armadillo, Caderina, Notch/Delta e Prospero e a redução no número de células proliferativas positivas para PH3 e das células enteroendócrinas positivas para FMRF-amida, prejudicando a manutenção do epitélio intestinal. A exposição ao tebutiuron causou 50% de mortalidade em 72h após a exposição, e estimulou a atividade locomotora em relação ao controle. A exposição ao herbicida mostrou desorganização do epitélio intestinal larval, além de diminuir a atividade enzimática da SOD e CAT, que pode estar ligado a inativação dessas enzimas pelo excesso de produção das espécies reativas de oxigênio (ROS). Por outro lado, a exposição ao herbicida não levou ao aumento na detecção de Caspase-3, LC3/AB e JNK nas células digestivas, porém, houve diminuição das células positivas para ERK 1/2, Wnt, Armadillo, Caderina, Notch/Delta e Prospero, afetando a diferenciação celular e reorganização do tecido e também diminuição do número de células em proliferação, positivas para PH3 e das células enteroendócrinas FMRF-positivas, indicando que pode haver comprometimento na remodelação e renovação do epitélio intestinal. Assim, o difenoconazol e o tebutiuron são produtos que causam danos importantes ao intestino médio larval, indicando que há uma toxicidade em larvas de A. aegypti, comprometimento sua sobrevivência e desenvolvimento, além de ser prejudicial ao meio ambiente, pois, ambos são utilizados comercialmente na agricultura, que podem afetar outras espécies, atingindo níveis tróficos superiores, que pode causar danos em todo ecossistema. No entanto, são necessários mais estudos para compreender melhor os efeitos tóxicos em diferentes organismos não-alvos aquáticos, que embora o modo de ação de cada composto não tenha como alvo os insetos, foi demostrado ter um efeito negativo. Palavras-chave: Agroquímicos. Efeitos subletais. Sinalização Celular. Organismos não-alvo.Item Effects of eugenol on digestive glands, kidneys, and male reproductive organs: a biochemical, oxidative, and morphological study(Universidade Federal de Viçosa, 2023-05-17) Carvalho, Renner Philipe Rodrigues; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/1322519894014919Eugenol is a phenolic compound found in clove oil and is extensively used in traditional medicine. Although there is extensive research on the toxicity of natural products, studies related to the toxic effects of eugenol are still relatively scarce. Thus, we aimed to evaluate the effects of eugenol on biochemical, oxidative, and morphological parameters in healthy Wistar rats' digestive glands, kidneys, and male reproductive organs. Forty adult rats were divided into four groups (n=10/group). Control rats received 2% Tween-20 (eugenol vehicle), whereas the other animals received 10, 20, and 40 mg Kg -1 eugenol through gavage daily for 60 days. The liver, pancreas, submandibular and sublingual glands, kidneys, testes, epididymides, and sperm were analyzed under microscopic, biochemical, and functional approaches. Our results showed that eugenol treatment, regardless of dose, did not alter body and organ weights. However, eugenol at 20 and 40 mg Kg -1 altered serum levels of albumin, urea, creatinine, uric acid, testosterone, and alkaline phosphatase and aspartate transaminase activities. Lipase activity and sodium, potassium, and chloride serum levels were affected only in rats treated with 40 mg Kg - eugenol. In the liver, 20 and 40 mg Kg -1 eugenol caused structural and functional damage, reducing Na + /K + ATPase activity, increasing glycogen content, and oxidative and nitrosative metabolites. In the pancreas, submandibular and sublingual glands, 40 mg Kg -1 eugenol altered most of the biochemical and oxidative parameters, whereas only submandibular glands presented histological changes. In the kidney, 40 mg Kg -1 , eugenol reduced Na + /K + ATPase activity and apical bush-border of renal tubules and modulated oxidative parameters. Still, at 10 mg Kg -1 , eugenol decreased the total antioxidant capacity and increased the volumetric proportion of blood vessels and nitric oxide content in the kidneys. All doses of eugenol negatively impacted epididymal sperm parameters and modified the oxidative pattern in male organs with no influence on their histology. In summary, eugenol treatment, particularly at higher doses, can modulate biochemical and oxidative parameters leading to structural and functional alterations to digestive glands, kidneys, and male reproductive organs. These findings highlight the importance of research focused on an accurate understanding of the molecular mechanisms involved in eugenol effects on these organs. Keywords: Clove oil. Syzygium aromaticum. Toxicology. Antioxidant. Histology.Item Hipertensão arterial e treinamento físico combinado: efeitos sobre parâmetros reprodutivos de ratos Wistar(Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-28) Assis, Mírian Quintão; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/3574579029655375A hipertensão arterial sistêmica é fator de risco para outras doenças cardiovasculares, sendo caracterizada pela persistência de pressão arterial elevada nas artérias sistêmicas. Outros tipos importantes de hipertensão também existem, incluindo hipertensão do sistema porta hepático, renovascular e pulmonar. A hipertensão arterial pulmonar (HAP), por exemplo, afeta principalmente a vasculatura do pulmão e promove vasoconstrição e remodelamento tecidual, impactando negativamente a função cardíaca devido a hipertrofia do ventrículo direito. Além dos danos conhecidos ao coração e pulmões decorrentes dos vários tipos de hipertensão, sabe- se que disfunções e danos teciduais em órgãos reprodutivos com comprometimento da atividade de enzimas antioxidantes e qualidade seminal são descritos em pacientes hipertensos. Neste contexto, o presente estudo objetivou aprofundar o conhecimento sobre distúrbios causados pela hipertensão arterial sistêmica e HAP nas funções dos órgãos reprodutivos, testículos e epidídimos. Para isso, primeiro realizou-se uma revisão sistemática que reuniu evidências experimentais da relação entre hipertensão arterial sistêmica e aparelho reprodutor masculino. O objetivo foi mostrar efeitos dessa doença sobre testículos, com foco nas alterações histológicas, hormonais e na atividade de enzimas antioxidantes e marcadores de estresse oxidativo em modelos murinos. De fato, hipertensão arterial compromete funções testiculares, tanto por distúrbios na produção hormonal quanto na produção de espermatozoides. O estresse oxidativo tem papel relevante na fisiologia testicular e espermática e parece ser um potente causador destes distúrbios. Posteriormente, conduziu-se um estudo experimental avaliando efeitos da HAP induzida com monocrotalina (60 mg kg -1 ) sobre parâmetros testiculares e epididimários em ratos. Adicionalmente, verificou-se efeitos do treinamento físico combinado (TFC) sobre alterações causadas pela HAP nestes órgãos, uma vez que o TFC é indicado como uma possível estratégia terapêutica para HAP. Ratos Wistar machos adultos foram divididos em três grupos experimentais, a saber: controle sedentário; hipertenso sedentário e hipertenso exercício (n= 8/grupo; CEUA no 02/2021). Testículos e epidídimos foram dissecados e analisados quanto a características histológicas, histomorfométricas, atividade de enzimas antioxidantes e metabólitos oriundos do estresse oxidativo e avaliações espermáticas. Os dados foram submetidos ao teste t de Student e diferenças consideradas significativas quando p < 0,05. Os resultados mostraram que animais sedentários com HAP tiveram redução do peso corporal e epididimário, da concentração sérica de testosterona e da contagem de túbulos seminíferos normais e alterações morfométricas testiculares. Além disso, observou-se desorganização na arquitetura dos túbulos seminíferos, comprometendo a produção espermática diária. Quando comparado com os efeitos da HAP, o TFC foi capaz de aumentar o percentual de túbulos seminíferos normais, alterar parâmetros morfométricos testiculares e aumentar a produção diária espermática. Pode-se concluir que a HAP causa efeitos negativos na organização e função testicular e compromete a produção de espermatozoides. O TFC foi uma estratégia eficaz para alguns parâmetros testiculares afetados pela HAP. Os resultados destes estudos auxiliam a entender potenciais efeitos da hipertensão em órgãos do sistema reprodutor masculino, de forma a identificar suas implicações para saúde humana e suas consequências sobre a reprodução masculina. Palavras-chave: Pressão alta. Exercício físico. Testículos. Epidídimos. Espermatozoides.Item Morfologia da espermateca e intestino médio de Lutzia bigoti (Diptera; Culicidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2023-07-17) Rocha, Vinícius Cordeiro; Martins, Gustavo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/5333419389114923Mosquitos (Diptera: Culicidae) têm um grande impacto na sociedade, sendo perturbadores e transmissores de patógenos. Estudar órgãos chave para a reprodução, como a espermateca, e para digestão e infecção do vetor, como o intestino médio, é fundamental para a compreensão da biologia desses insetos e para estabelecer métodos de controle. Nesse trabalho, abordamos a morfologia da espermateca e intestino médio de Lutzia bigoti, uma espécie predadora na fase larval, que habita regiões de mata do continente americano. A espermateca nessa espécie tem três reservatórios, cada um envolvido por uma cutícula multilamelar, e conectado a porção inicial do trato reprodutivo da fêmea por um ducto, também delimitado por cutícula. O reservatório é revestido por células epiteliais achatadas, enquanto o ducto é revestido por células colunares. Células glandulares estão reunidas, formando a glândula espermatecal associada ao reservatório, próximo ao ponto de conexão ao ducto. Além delas, há células glandulares individuais associadas e espalhadas ao longo do ducto. Ambas células glandulares liberam secreções no lúmen do reservatório e do ducto por meio de um pequeno ducto celular. Tais secreções são provavelmente importantes para a nutrição e manutenção dos espermatozoides. O intestino médio de Lt. bigoti é dividido em duas porções, anterior e posterior. O anterior é fino e longo, tendo um lúmen estreito, enquanto que o posterior é dilatado, com lúmen amplo. As células digestivas são o tipo mais comum do intestino médio, tendo um formato de cuboide a colunar, se organizando como um epitélio simples. Essas células possuem microvilosidades na porção apical e um conjunto de dobramentos de membrana na porção basal. Outrossim, são ricas em mitocôndrias, concentradas nas porções apical e basal. Nas células digestivas do intestino médio posterior da fêmea, o retículo endoplasmático rugoso tem suas cisternas apresentando uma organização concêntrica. Células basais também estão presentes, apresentando um formato fusiforme, sendo pobres em organelas. Ambos os órgãos estão de acordo com o que tem sido descrito para outras espécies de mosquitos hematófagos. Palavras-chave: Mosquitos. Espermateca. Intestino médio.Item O efeito da hipertensão arterial pulmonar induzida sobre parâmetros testiculares de ratos Wistar submetidos ao treinamento físico resistido(Universidade Federal de Viçosa, 2021-07-22) Ervilha, Luiz Otávio Guimarães; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/614488271244160A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença grave e pouco conhecida, que acomete milhares de pessoas anualmente, comprometendo a qualidade de vida do indivíduo e podendo levar a óbito. Esta doença se caracteriza por vasoconstrição pulmonar excessiva que afeta principalmente pulmões e coração, sem informação sobre alterações em outros órgãos, como o testículo. Um dos tratamentos para doenças vasculares como HAP é a prática de exercício físico, como o treinamento físico de resistência (TFR). Este trabalho objetivou avaliar se a HAP afeta a organização e funcionalidade testicular e se a prática do TFR protege o testículo contra os possíveis danos causados pela HAP. Ratos Wistar machos (60 dias) foram distribuídos em quatro grupos (n = 8 animais/grupo): animais saudáveis sedentários, animais sedentários com HAP, animais saudáveis submetidos ao TFR e animais com HAP submetidos ao TFR. A HAP foi induzida usando duas injeções de monocrotalina (20 mg/kg ip). Os animais foram eutanasiados após 30 dias de TFR. Os testículos foram removidos e processados para análises histológicas, bioquímicas e enzimáticas. Coletou-se sangue para obtenção de soro e determinação da concentração sérica de testosterona (CEUA número 38/2021). Animais sedentários com HAP apresentaram redução na concentração de testosterona e acúmulo de colesterol no testículo, indicando alterações na esteroidogênese. Os testículos destes animais exibiram redução na atividade de enzimas antioxidantes e elevação na concentração de óxido nítrico, promovendo autofagia e morte celular. Alterações metabólicas e enzimáticas resultaram em desorganização na arquitetura tecidual e comprometimento na produção de espermatozoides. O TFR em animais com HAP melhorou parâmetros previamente alterados pela HAP, como elevação dos níveis de testosterona e óxido nítrico, reduzindo as alterações histológicas testiculares. Todavia, não foi possível reverter satisfatoriamente o nível de autofagia e a queda na produção espermática diária. Em conclusão, nossos resultados evidenciaram um efeito deletério da HAP na funcionalidade e organização testicular. O TRF, por sua vez, se mostrou um tratamento complementar capaz de minimizar os danos testiculares causados pela HAP. Palavras-chave: Hipertensão pulmonar. Atividade física. Epitélio seminífero.Item Óleo essencial de Laurus nobilis L. (louro) induz a ativação de espécies reativas de oxigênio e vias de sinalizações celulares durante a ação larvicida(Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-14) Basilio, Larissa de cássia; Oliveira, Leandro Licursi de; http://lattes.cnpq.br/4821289872063747Devido ao aumento da resistência aos inseticidas químicos pelos insetos e também pela poluição da fauna e flora local causado pelo seu uso, é observado um aumento do número de estudos sobre plantas medicinais com atividades inseticidas/larvicidas. Alguns desses trabalhos indicam que os compostos derivados de plantas medicinais apresentam atividades biológicas inseticidas. Assim, dada a importância da busca por novas alternativas que visem o controle dos insetos, principalmente dos vetores de doenças como é o caso do Aedes aegypti, propõe-se para estudo a verificação da ação larvicida do óleo essencial de louro (Laurus nobilis) sobre larvas de A. aegypti. Dessa forma, as larvas em estágio L3 foram expostas a diferentes diluições do óleo essencial de louro, onde a diluição 1:10.000, cuja a concentração é 0,08870 mg/mL foi utilizada nos testes posteriores, uma vez que foi a mais se aproximou do CL 50 (0,1226 mg/mL). As larvas tratadas com o óleo essencial apresentaram diversas alterações histológicas, como vacúolos nas células, desorganização do epitélio intestinal, ausência de borda estriada entre outros. Além disso, também foi observado um aumento de enzimas envolvidas no estresse oxidativo dosado no intestino médio posterior das larvas L3 de A. aegypti, assim como em alguns marcadores de oxidação lipídica e proteica. Através de imunofluorescência, constatou-se uma supressão das vias de proliferação celular, reorganização tecidual, diferenciação celular e uma ativação das vias de apoptose e autofagia. Portanto, o óleo essencial de louro mostrou-se um ótimo composto a ser utilizado como inseticida/larvicida natural. Palavras-chave: Laurus nobilis L. Louro. Óleo Essencial. Espécies Reativas de Óxigênio.Item Parâmetros espermáticos, testiculares e epididimários de ratos Wistar expostos ao arsênio(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-12) Coimbra, John Lennon de Paiva; Neves, Mariana MachadoO arsênio é um metaloide encontrado no solo, ar e água e sua contaminação ocorre principalmente pela ingestão de água contaminada com o elemento. Tal exposição, está associada com o surgimento de patologias e lesões em órgãos de diversos sistemas orgânicos, inclusive do aparelho reprodutor masculino. Neste contexto, tem-se concentrado esforços para descrever a influência da exposição em diferentes concentrações de arsênio para a espermatogênese, atividade antioxidante nos órgãos reprodutores e o possível potencial genotóxico do metaloide nas células espermáticas. Nesse sentido, esse trabalho objetivou investigar consequências da exposição ao arsenito de sódio, em duas concentrações, em órgãos do sistema reprodutor masculino durante 56 dias, focando nos parâmetros morfológicos e funcionais. Para isso, os animais foram divididos aleatoriamente em três grupos experimentais (n = 10 / grupo). O grupo controle (C), em que os animais receberam água filtrada, e os grupos As1 e As10 em que os roedores receberam solução de arsenito de sódio a 1 mg/L e 10 mg/L durante um ciclo do epitélio seminífero em ratos. A exposição ao elemento acarretou em alterações na histologia dos túbulos seminíferos e desregulação das atividades de enzimas antioxidantes testiculares e epididimárias. A presença do arsênio não afetou a biometria corporal, a dosagem de testosterona sérica, a morfometria testicular, e parâmetros morfológicos e de genotoxicidade nos espermatozoides epididimários. Entretanto, o grupo que recebeu 10 mg/L do arsenito de sódio, apresentou a motilidade espermática reduzida. Esses resultados, mostram que o metaloide nas concentrações testadas possuiu efeito negativo em alguns dos parâmetros morfofuncionais dos testículos, epidídimo e dos espermatozoides. Palavras-chave: Arsênio, toxicologia, toxicologia reprodutiva, parâmetros morfofuncionaisItem Perfil oxidativo da abelha Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae) em diferentes estágios do desenvolvimento(Universidade Federal de Viçosa, 2022-06-06) Faustino, Alessandra de Oliveira; Oliveira, Leandro Licursi de; http://lattes.cnpq.br/5969990793254393As abelhas, são insetos sociais que vivem em colônias hierarquicamente organizadas, formadas por indivíduos de diferentes castas e que desempenham diferentes funções. Os trabalhos distintos realizados por essas abelhas dentro da colmeia, estão relacionados ao aumento na produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) e consequentes danos causados pelo estresse oxidativo. Dentre os fatores que contribuem para o processo de envelhecimento, o estresse oxidativo é uma das teorias mais bem aceitas, além de estar intimamente ligada a patogênese de muitas doenças. Diante disso, o objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil oxidativo de abelhas operárias e rainhas de Apis mellifera ao longo de seu desenvolvimento, no intuito de compreender a influência do processo da metamorfose, da alimentação e dos trabalhos realizados por essas duas castas de abelhas, sobre o estresse oxidativo. Para tanto, foram analisadas as enzimas antioxidantes superóxido dismutase, catalase e glutationa S-transferase, e os marcadores de dano oxidativo como proteína carbonila e peroxidação lipídica. Abelhas rainhas e operárias apresentaram um perfil oxidativo muito semelhante. A atividade da enzima catalase foi aumentando ao longo do desenvolvimento, atingindo o pico nas abelhas adultas. Em contraste, a atividade da superóxido dismutase e glutationa S-transferase diferiram e apresentaram valores significativamente maiores nas pré-pupas e pupas. Já em relação aos biomarcadores de danos oxidativos, proteina carbonilada e peroxidação lipídica, estes obtiveram maiores concentrações nas abelhas adultas. Houve então uma maior atividade das enzimas antioxidantes e menor concentração dos marcadores de dano nas fases iniciais, contrastando com as abelhas adultas. Embora os perfis oxidativos tenham sido semelhante, pois analisamos abelhas rainhas recém-emergidas, nós podemos concluir que a diferença na alimentação e no modo de vida dessas duas castas vão influenciar, ao longo da sua vida, a proporção dos danos causados pelo estresse, visto que as abelhas rainhas vivem muito mais que as operárias. Palavras-chave: Abelhas sociais. Enzimas oxidantes. Marcador de estresse.Item Prospecção de compostos derivados do ácido cinâmico com potencial antimelanoma(Universidade Federal de Viçosa, 2022-03-07) Vale, Juliana Alves do; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/1100519846369890Melanoma é um tipo de câncer altamente agressivo e letal. As altas taxas de mortalidade estão atreladas à sua capacidade de gerar metástases. Uma vez que os tratamentos atuais apresentam resultados insatisfatórios e o melanoma tem se mostrado resistente a muitos deles, faz-se necessária a prospecção de novos compostos com potencial antimelanoma. Nesse contexto, compostos sintéticos têm sido produzidos com o intuito de melhorar outros que servem como scaffold para a síntese de novas moléculas, como derivados do ácido cinâmico. O ácido cinâmico é um ácido graxo de ocorrência natural muito utilizado na criação de novos compostos. Derivados do ácido cinâmico já apresentaram diversas atividades biológicas, inclusive antitumoral. Desse modo, o objetivo geral desse estudo foi avaliar o potencial antimelanoma de derivados do ácido cinâmico em modelo experimental in vitro de melanoma murino B16-F10. No primeiro capítulo foi feita uma introdução geral do assunto, com uma justificativa do trabalho. No segundo capítulo foi realizada uma extensa revisão do uso de células de melanoma como modelo para o screening de drogas. Já os capítulos três e quatro são artigos de pesquisa com derivados do ácido cinâmico. Em ambos os artigos foram feitos a síntese dos compostos e ensaios biológicos de citotoxicidade, proliferação e metástase para avaliação da atividade antimelanoma dos compostos. No capítulo três o composto 6b ((((oxybis(ethane-2,1-diyl))bis(oxy))bis(ethane-2,1-diyl))bis(1H-1,2,3-triazole-1,4- diyl))bis(methylene) (2E,2'E)-bis(3-phenylacrylate) foi selecionado por apresentar melhor Índice de citotoxicidade (IC 50 ), sendo esse de 57.66 µM. Além disso, em concentrações abaixo do IC 50 , o composto interferiu no ciclo celular e no comportamento metastático de células B16-F10, diminuindo migração, invasão celular e a formação de colônias. Já o capítulo quatro, o composto 3q (phenyl 2,3-dibromo-3-phenylpropanoate) foi selecionado, apresentando IC 50 de 60.28 µM. Esse composto não interferiu na viabilidade de células não- tumorais. Além disso, em concentração acima do IC 50 provocou apoptose nas células de melanoma, enquanto em baixas concentrações impactou o ciclo celular e a proliferação, além de reduzir o comportamente metastático das células, como pode ser visto nos ensaios de migração, invasão, adesão, colonização celular e polimerização da actina. Enquanto o composto 3q é um éster de ácido cinâmico, um cinamato com átomos de bromo em suacomposição, o composto 6b é um bis cinamato contendo porções 1,2,3-triazólicas. Mesmo com características diferentes, os compostos apresentaram significativa atividade biológica em células de melanoma B16-F10. Portanto, os derivados do ácido cinâmico são compostos promissores para o tratamento do melanoma. Palavras-chave: Ácido cinâmico. Atividade antitumoral. Melanoma.Item Toxicidade do bioinseticida espinosade em diferentes órgãos de operárias de Apis mellifera (hymenoptera: Apidae) africanizadas.(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-22) Lopes, Marcos Pereira; Martins, Gustavo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/4268265108794224O declínio de colônias de Apis mellifera é atribuído a vários fatores como estresse, aquecimento global, desmatamento, patógenos e agroquímicos. O bioinseticida espinosade foi inicialmente reconhecido como seguro a organismos não-alvo, entretanto, sua ação tóxica cumulativa em abelhas vem mudando esse conceito. No presente trabalho, a concentração-mortalidade, as alterações comportamentais e estruturais (no intestino médio, túbulos de Malpighi e cérebro) de forrageiras de A. mellifera tratadas via oral com a formulação de espinosade foram investigadas in vitro. A concentração de espinosade correspondente à utilizada em campo matou 100% dos indivíduos tratados. As concentrações subletais de espinosade (LC5 e LC50), assim como as doses correspondentes (LD5 e LD50) alteraram a atividade comportamental, reduzindo a distância percorrida por caminhamento, a velocidade média de caminhamento, e aumentando o tempo de repouso das abelhas em comparação com o controle. O tratamento também aumentou o número de células positivas para peroxidase e caspase-3 ativada, proteínas relacionadas ao estresse oxidativo e à morte celular, respectivamente, no intestino médio, nos túbulos de Malpighi e no cérebro de operárias tratadas com a LC50. Estes dados mostram que a concentração de espinosade (LC50) 220 vezes menor que a utilizada em campo para controle de pragas afeta as forrageiras de A. mellifera, possuindo potencial para interferir no comportamento e orientação desses insetos não-alvo. Essa avaliação detalhada do impacto do espinosade em A. mellifera irá contribuir para o entendimento dos efeitos resultantes da intoxicação por doses subletais do espinosade, podendo gerar argumentos a fim de garantir a conservação destes importantes polinizadores.