Biologia Celular e Estrutural
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Item Impacto da concentração residual do inseticida ciantraniliprole em larvas da abelha Apis mellifera: alterações histológicas e no estresse oxidativo(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-24) Silva, Laryssa Lemos da; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/7574603676243185Abelhas são importantes polinizadores que estão em declínio populacional devido a diversos estressores, incluindo os inseticidas. Novos inseticidas tendem a apresentar lacunas de conhecimento sobre a interação abelha-inseticida e seus efeitos tóxicos, principalmente os subletais. Ciantraniliprole é um inseticida da classe das diamidas antranílicas que interagem com os receptores de rianodina, liberando grandes quantidades de íons cálcio das células musculares, causando paralisia e morte dos insetos. Este estudo avaliou os efeitos da concentração residual de ciantraniliprole encontrado nos grãos de pólen (1,93 mg/kg) nos órgãos intestino médio, corpo gorduroso e sua relação com os marcadores relacionados ao estresse oxidativo em larvas de Apis mellifera. A exposição das larvas através da alimentação seguiu o protocolo da Organisation for Economic Co-operation and Development (OECD) n° 239. Os resultados demonstram que a concentração de ciantraniliprole usada não altera o peso corporal, mas causam alteração no epitélio do intestino médio das larvas tratadas com o inseticida, incluindo desorganização da borda estriada, vacuolização citoplasmática, protusões apicais e liberação de fragmentos celulares para o lúmen. Além disso, o corpo gorduroso apresentou a ocorrência de picnose nuclear nas primeiras 72 horas de exposição ao inseticida. A histoquímica não indicou alteração na concentração de proteínas no intestino médio e corpo gorduroso, enquanto os polissacarídeos tiveram reação mais fraca na borda estriada do epitélio do intestino médio e aumento de concentração no corpo gorduroso das larvas tratadas com o inseticida. A concentração residual de ciantraniliprole aumentou a capacidade antioxidante total e a formação de proteínas carboniladas Estes resultados indicam que o ciantraniliprole é capaz de produzir danos colaterais nos órgãos não alvo, intestino médio e corpo gorduroso e induzir o estresse oxidativo durante o desenvolvimento pós-embrionário de A. mellifera, podendo comprometer aspectos fisiológicos e impactar esse importante polinizador. Palavras-chave: histopatologia; pesticidas; estresse oxidativo; diamidaItem OxInflammatory response in wound healing and using Commiphora leptophloeos leaves and barks to control the OxInflammation(Universidade Federal de Viçosa, 2024-10-21) Lopes, Fernanda Barbosa; Goncalves, Reggiani Vilela; http://lattes.cnpq.br/7192485920951738Inflammation is the body's response to tissue damage and is characterized by a series of events involving different cell types with the ability to secrete chemical mediators that are key to tissue repair processes. To compile a book, we carried out a literature review and noted that the main cells involved in inflammatory responses are neutrophils, macrophages and other cells of the immune system. The first step in the inflammatory response is the upregulation of genes such as nuclear factor kappa ß (NFK-ß) and the activation of a multi-protein complex known as the inflammasome, which serves as a platform for the activation of caspase-1, which cleaves pro-IL-1-ß and pro-IL-18 into activated interleukin-1 (IL-1ß) and interleukin-18 (IL-18). The secretion of these mediators results in the recruitment of leukocytes, which rapidly produce reactive oxygen and nitrogen species that increase vascular activation and the phagocytic capacity of cells to remove dead cells and debris. In this sense, oxidative stress emerges as a critical link between inflammation and tissue repair, affecting cell migration and consequently the process of tissue repair resolution. Thus, inappropriate activation of the NLRP3 inflammasome can trigger chronic inflammation and tissue damage, establishing a vicious cycle between ROS and the persistence of the inflammatory process (OxInflammation). Understanding these mechanisms is therefore essential for the development of effective therapeutic approaches to promote effective and infection-free tissue repair. Based on this, this study provides a mechanistic theory to explain the process of OxInflammation during tissue repair by analyzing the methodological quality of current evidence. It also attempts to understand how exposure to plant extracts from Commiphora leptophloeos can control the process of Oxyinflammation in macrophages. Therefore, a systematic review was conducted according to the PRISMA guidelines, with a structured search of MEDLINE (PubMed), Scopus and Web of Science databases, and 23 original studies were analysed. Bias analysis and study quality were assessed using the SYRCLE tool. The results showed activation of membrane receptors such as IFN-d, TNF-a and toll-like receptors in phagocytes, especially macrophages, during the initial phase of skin wound repair. In addition, positively regulated pathways such as STAT1, IP3 and NF-kß were identified, as well as Ca2+ mobilization associated with ROS production and activation of the inflammasome pathway (NLRP3). The proteolytic consequences of caspase-1 are the cleavage and release of the now active IL-1ß and IL-18, which play roles in immune modulation and vasodilation. These findings are important for understanding the mechanisms involved in skin tissue repair and for developing effective therapeutic approaches. In the second study, the plant Commiphora leptophloeos, known as 'Imburana', showed antioxidant and anti-inflammatory properties by negatively regulating the process of OxInflammation, possibly due to the presence of quinic acid tannins and oligomeric B-type procyanidins in the stem bark and the presence of six flavonoid C-glycosides (orientin, isoorientin, vitexin, isovitexin, isoquercitrin and quercetrin) in its leaves. Our results showed =80% inhibition of the free radical DPPH, increased cell viability and protection against protein denaturation, hemolysis, as well as a reduction in ON and H2O2 levels and an increase in the cell migration index for both parts of the plant. Commiphora leptophloeos extracts showed efficacy in reducing oxidative inflammation, as evidenced by a decrease in the expression of TLR4 and NF-?ß, leading to a decrease in the pro-inflammatory cytokines BAX, IL-6, TNF-a and COX2. At the same time, there was an increase in the expression of NFR2, which helps to control oxidative stress and resolve acute inflammation. However, the expression of HO-1 and HIF-1 decreased, suggesting a cross- regulation between NF-?ß, HO-1 and HIF-1. The results suggest that condensed tannins at stem bark concentrations (50 and 100µl) showed therapeutic potential in vitro by reducing OxInflammation and restoring cellular homeostasis, probably due to the action of condensed tannins, thereby demonstrating their efficacy in vitro. Due to its high concentration of flavonoid C-glycosides, the leaf extract has been shown to possess potent antioxidant properties with cosmetic potential, offering protection against premature aging and damage induced by free radicals, UV rays and pollution. These findings highlight the need for further studies to better elucidate the underlying mechanisms of action. Keywords: inflammation; oxidative stress; oxInflammation; cytokines; wound healing; imburana; Commiphora leptophloeos.Item Morfologia do sistema reprodutor masculino e dos espermatozoides de três espécies de mosquitos (Diptera: Culicidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2025-01-24) Silva, Henrique Barbosa da; Lino Neto, José; http://lattes.cnpq.br/8075689335105101Várias espécies de mosquitos (Diptera: Culicidae) são vetores de patógenos que causam doenças em humanos. Devido à sua importância médica, essas espécies se tornam alvo de pesquisas, incluindo estudos sobre reprodução. Embora alguns pesquisadores já tenham conduzido investigações, ainda existem lacunas sobre a morfologia do sistema reprodutor masculino (SRM) e dos espermatozoides para a maioria das espécies de mosquitos. Este estudo apresenta uma análise sobre a morfologia tecidual do SRM e dos espermatozoides de Anopheles darlingi (Anophelinae), Aedes aegypti e Lutzia bigoti (Culicinae). O SRM de Ae. aegypti e L. bigoti consistiu em um par de testículos unifoliculares e compactamente espiralizados, ductos deferentes, vesículas seminais, um ducto ejaculatório e um par de glândulas acessórias. Sugere-se que o arranjo espiralado dos testículos os torna maiores e alongados, ocupando menos espaço e reduzindo a superfície de contato. Possivelmente essa estratégia está relacionada ao grande volume de gametas produzidos por essas espécies. Os espermatozoides possuem o formato filiforme e mediram, em média, 335 µm e 219 µm em comprimento, respectivamente. A ultraestrutura dessas células de Ae. aegypti revelou uma organização atípica do axonema, com um arranjo de microtúbulos do tipo 9 + 9+ ‘1’ (nove microtúbulos externos, nove duplas periféricas e um elemento central). O SRM de An. darlingi caracterizou-se por um par de testículos unifoliculares não espiralizados com espermatogênese radial, ductos deferentes, um ducto ejaculatório muscular e um par de glândulas acessórias. O comprimento dos espermatozoides variou de 92 a 246 µm. Observa-se que o SRM de mosquitos representando a subfamília Culicinae é similar entre as espécies, mas diferenciando-se de An. darlingi, representante da subfamília Anophelinae. Propõe-se que essas diferenças sejam marcas de cada subfamília. Por fim, sugere-se que a variação intraespecífica do comprimento dos espermatozoides de An. darlingi esteja relacionada ao comportamento monândrico das fêmeas. Palavras-chave: mosquito; reprodução; testículos; glândulas acessórias; vesículas seminais; ductos deferentes; ducto ejaculatório; espermatozoidesItem Efeitos de diferentes doses do Minoxidil oral, em dois tempos de exposição, no complexo prostático de camundongos Balb/C(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-22) Ferreira, João Vitor de Souza; Matta, Sergio Luis Pinto da; http://lattes.cnpq.br/1967311299300874A finasterida e o minoxidil são medicamentos utilizados no tratamento da alopecia androgenética. A finasterida é associada a vias antiandrogênicas e possivelmente a distúrbios em órgãos reprodutivos masculinos. O minoxidil, no entanto, não tem seus mecanismos bem compreendidos. O objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos que o uso do minoxidil oral pode causar na próstata, órgão andrógeno-dependente. Foram utilizados 120 camundongos Balb/C adultos distribuídos em 6 grupos (n=20). Todos os grupos receberam o tratamento diário via oral, por gavagem, por 42 e 84 dias. O grupo controle (CT) recebeu água destilada, o grupo veículo (VC) recebeu Lauril Sulfato de Sódio 1%, o grupo controle positivo (F5,0) recebeu finasterida 5,0 mg/kg e os grupos M2,5; M5,0 e M7,5 receberam minoxidil nas doses 2,5; 5,0 e 7,5 mg/kg, respectivamente. Animais tratados com finasterida apresentaram redução no peso do complexo prostático. Os parâmetros histomorfométricos foram alterados, sobretudo a altura epitelial do lobo prostático ventral dos animais que receberam finasterida. Os níveis de estradiol e di-hidrotestosterona foram alterados. O grupo que recebeu finasterida apresentou aumento significativo na contagem de mastócitos no lobo prostático dorsal, indício de inflamação tecidual. A administração dos medicamentos não foi capaz de alterar a quantificação de colágeno no estroma prostático, mas foi observado aumento de marcadores de estresse oxidativo, o que pode ter sido indicativo para as mudanças na histofisiologia do órgão. Os dados demonstraram que o minoxidil oral pode ser prejudicial para a próstata, pois a administração da droga causou perturbações no tecido, evidenciadas por meio de análises morfológicas, como aumento de atrofia epitelial, células apoptóticas e infiltrados inflamatórios, e bioquímicas, como mudança no perfil de hormônios sexuais. Entretanto, os efeitos observados foram mais pronunciados nos animais tratados com finasterida, o que sugere ser maior fator de risco para a saúde reprodutiva masculina em comparação com o minoxidil oral.Palavras-chave: finasterida; minoxidil; próstata; saúde reprodutivaItem Ação da genisteína na prevenção do câncer colorretal e efeitos morfofisiológicos intestinais de bebidas à base de soja e do leite de vaca(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-19) Martins, Maria Tatiana Soares; Matta, Sérgio Luis Pinto da; http://lattes.cnpq.br/6749146271411931O câncer colorretal (CRC) é altamente invasivo, considerado o segundo maior nas causas de mortes por câncer no mundo. A genisteína, principal isoflavona presente na soja e derivados, é amplamente estudada como candidata à prevenção de CRC devido às suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Entretanto, alguns estudos contrariam essas evidências. As bebidas à base de soja (BABS) são alimentos derivados da soja que contêm genisteína. As BABS são amplamente comercializadas e utilizadas em substituição ao leite de vaca. Devido à presença de isoflavonas, como a genisteína, essas bebidas são consideradas anti-inflamatórias e antioxidantes intestinais. Por outro lado, as BABS contêm inibidores de proteases que podem causar efeitos adversos no intestino. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi integrar, sistematicamente, estudos pré-clínicos para investigar o potencial da genisteína como alternativa viável para a prevenção e tratamento de CRC, focando na atuação da genisteína em vias de sinalização intracelular intensamente alteradas em condições de câncer. Além disso, objetivou-se avaliar o efeito de duas marcas de BABS comerciais sobre a morfofisiologia intestinal de camundongos Balb/c, comparado ao leite de vaca. A revisão sistemática foi realizada de acordo com o guia para revisões sistemáticas PRISMA, utilizando as plataformas PubMed-Medline, Scopus, Web of Science e Embase. Todos os estudos pré-clínicos que investigaram o efeito da genisteína sobre o CRC até setembro de 2023 foram incluídos. A genisteína possui efeito proliferativo em baixas doses (0.5-2 μM) e antiproliferativo em altas doses (10-100 μM). Os efeitos protetivos da genisteína estão relacionados ao seu potencial de inibição das enzimas tirosina quinase e seu potencial estrogênico parece ser responsável pelo seu efeito proliferativo. De acordo com estudos in vitro, genisteína controla a proliferação celular modulando as vias WNT, TGFβ, NFκB, PI3K/Akt/MAPK, vias p53-dependente, respostas oxidantes e inflamatórias e síntese de vitamina D. Os estudos in vivo suportam os efeitos quimioprotetivos da genisteína. Para avaliar o efeito das BABS comerciais sobre a morfofisiologia intestinal de camundongos Balb/c, foram utilizados 4 tratamentos: água destilada (controle), BABS 1, BABS 2 e leite de vaca. Foram 6 repetições por tratamento, sendo cada animal uma repetição. Todos os tratamentos foram administrados uma vez ao dia, por gavagem, durante 42 dias. O intestino foi coletado para as análises de enzimas digestivas e histomorfométricas. Em geral ambos, BABS e leite de vaca, não prejudicaram a morfofisiologia intestinal. O leite de vaca aumentou o número de células de Paneth. As BABS diminuíram o número de mitoses e a atividade de tripsina e de lipase. As BABS são alternativas viáveis ao leite de vaca para indivíduos que necessitam de ingestão baixa de calorias. Porém, o efeito de inibição de tripsina e de redução de mitoses levanta alerta sobre o seu consumo, principalmente em indivíduos saudáveis. Sugere-se que a escolha entre o consumo de BABS e de leite de vaca seja acompanhada por profissionais. Palavras-chave: Revisão sistemática. Soja. Inibidor de tripsina. Inflamação.Item Efeitos de herbicidas a base de triazina sobre parâmetros endócrinos e reprodutivos de murinos machos(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-26) Ervilha, Luiz Otávio Guimarães; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/6144882712441600O uso de herbicidas é uma prática comum na agricultura moderna. Compostos à base de triazina, como a atrazina ou sua combinação com a mesotriona (Calaris ®), destacam-se por sua eficácia no controle de ervas daninhas e custo relativamente baixo. Contudo, cada vez mais trabalhos demonstram que esses herbicidas podem atuar como desreguladores endócrinos, interferindo no eixo hipotálamo-hipófise-gônada (HPG) e causando distúrbios hormonais que afetam a saúde reprodutiva. Assim, este estudo investigou, primeiramente, os efeitos da atrazina sobre o eixo HPG de machos, a partir de uma revisão sistematizada e meta-analítica. Depois, avaliou-se a ação do Calaris ®, uma nova tecnologia agrícola, sobre o sistema reprodutivo masculino e parâmetros de fertilidade em modelos experimentais, com foco nos mecanismos de toxicidade após exposição subcrônica. A revisão de literatura evidenciou a intensidade dos impactos da atrazina sobre as concentrações de hormônios importantes do eixo HPG em modelos murinos. Destacou-se reduções significativas nos níveis séricos do hormônio folículo estimulante, hormônio luteinizante e de testosterona, com aumento dos níveis séricos de estradiol após administração de altas concentrações de atrazina (> 100 mg Kg-1), independente do tempo de exposição. Já no trabalho experimental, ratos Wistar machos foram expostos a duas concentrações de Calaris®, 2 e 20 mg Kg-1, durante 70 dias por gavagem. Após o período experimental, os animais foram alocados para testes de fertilidade com fêmeas hígidas e, por fim, eutanasiados. Hipotálamo, testículos e epidídimos foram coletados e processados para avaliações histológicas, bioquímicas, enzimáticas, balanço mineral e análises de genotoxicidade. O soro foi recuperado para análises hormonais. Ainda, avaliamos a qualidade espermática e a viabilidade dos fetos. Os resultados foram comparados por ANOVA One-way seguido pelo teste de post hoc de Tukey. A exposição ao Calaris ® resultou em estresse oxidativo e nitrosativo com desorganização do parênquima testicular, desbalanço mineral, danos no DNA de células testiculares, baixa quantidade e qualidade espermática e redução na fertilidade, mesmo na ausência de alterações nos níveis de testosterona. Os achados sugerem que a combinação de herbicidas pode ter efeitos adversos mais significativos do que os compostos isolados, considerando as baixas concentrações de Calaris® utilizadas (2 e 20 mg Kg-1), reforçando a necessidade de revisões nas práticas de uso desses produtos na agricultura. Palavras-chave: Atrazina. Eixo hipotálamo-hipófise-gônada. Fertilidade masculina. Testosterona. Espermatozoides.Item Clorfenapir: avaliações ecotoxicológicas e morfofisiológicas na praga Tuta absoluta e na abelha polinizadora Partamona helleri(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-18) Salgado, Filipe Schitini; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/9959786799624251O objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade do uso do inseticida clofernapir para o combate da praga Tuta absoluta, maior praga do tomateiro (Solanum lycopersicum) levando em consideração os efeitos ecotoxicológicos, letais, histológicos, comportamentais e fisiológicos não só na praga, mas também na abelha sem ferrão Partamona helleri, polinizador de espécies nativas e agrícolas e também de importância econômica para meliponicultores. Nossos resultados verificaram a toxicidade de clorfenapir tanto para a praga, quanto para a abelha, através de ensaios de concentração mortalidade, danos no epitélio do intestino médio, característicos de intoxicação grave por xenobióticos como vacuolização, dilatação celular, presença de fragmentos celulares, extrusão de material celular e perda de ninhos de células regenerativas. A histoquímica revelou desestruturação celular e perdas de reservas energéticas para a praga, mas não para a abelha. O bioensaio comportamental apontou estresse e agitação na abelha e os dados de respirometria verificaram que abelhas expostas ao pesticida apresentaram atividade respiratória diminuída, resultado esperado devido ao mecanismo de ação do pesticida, que atua como interruptor da cadeia transportadora de elétrons no processo de respiração celular. Devido aos graves danos encontrados no polinizador, e a grande persistência ambiental do inseticida, é necessário que seja reavaliada a utilização deste pesticida para controle da praga, mesmo sendo ele um dos poucos que tem se mostrado eficiente no seu controle. Palavras chave: Abelhas sem ferrão. Ecotoxicologia. Efeitos subletais. Inseticida. Traça do tomateiro.Item Efeitos de concentrações subletais do tiametoxam em abelhas nativas: histopatologia, estresse oxidativo e alterações comportamentais em Partamona helleri(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-14) Motta, João Victor de Oliveira; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/1288185175471312As abelhas são polinizadores de plantas nativas e cultivadas em todo o mundo. Todavia, vários fatores estão colaborando para a diminuição de suas populações nos últimos anos, com destaque para o crescente uso de inseticidas na agricultura. Tiametoxam é um neonicotinóide neurotóxico, que se liga aos receptores nicotínicos de acetilcolina, ocasionando hiperexcitação, paralisia e morte dos insetos. Apesar do alvo do tiametoxam ser o sistema nervoso, ele pode afetar outros órgãos através da ingestão, como o intestino médio, afetando insetos não alvos, como as abelhas. Partamona helleri é uma abelha sem ferrão, polinizadora de diversas famílias botânicas nativas e cultivadas, podendo estar exposta a concentrações subletais de tiametoxam. Este estudo avaliou os efeitos colaterais da exposição oral crônica ao tiametoxam no intestino médio, estresse oxidativo e comportamento de operárias de P. helleri. As abelhas foram expostas oralmente, por 7 dias, à concentração de tiametoxam encontrada em grãos de pólen (0,06 ng/g). Os resultados demonstram alterações no epitélio do intestino médio das operárias tratadas com tiametoxam como vacuolização citoplasmática, protusões celulares, aumento de secreção apócrina, danos mitocondriais, decréscimo de proteínas e polissacarídeos neutros e presença de células em autofagia e apoptose. O tiametoxam também induz estresse oxidativo, evidenciado por alterações nas atividades de enzimas e marcadores antioxidantes. Por fim, o tiametoxam afeta o comportamento da abelha, diminuindo a distância percorrida e velocidade de caminhamento desse inseto. Os resultados indicam que a exposição de operárias de P. helleri à concentração campo realista de tiametoxam compromete diversos aspectos fisiológicos do inseto e o desempenho de funções essenciais para colônia com possíveis efeitos na polinização. Palavras chaves: Inseticida; Histopatologia; Polinizadores.Item Efeitos da exposição subaguda à diferentes concentrações do herbicida Calaris® sobre parâmetros hepáticos em camundongos Swiss adultos(Universidade Federal de Viçosa, 2024-06-21) Bento, Isabela Pereira da Silva; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/6651234395185534Misturas de herbicidas são usadas na agricultura para ampliar o espectro de ação contra plantas daninhas, como a combinação de atrazina e mesotriona no herbicida Calaris®. Os efeitos isolados da atrazina e mesotriona já são documentados, porém os efeitos do Calaris® em vertebrados ainda são desconhecidos. Este estudo teve como objetivo avaliar a exposição subaguda ao herbicida Calaris® no fígado de camundongos Swiss adultos. Os camundongos (70 dias de idade) foram divididos em três grupos (n = 10/grupo): controle (água filtrada) e dois grupos Calaris® (0,2 e 2,0mg kg-1), com exposição diária, administrada por gavagem, por 7 e 14 dias. Após cada período, cinco animais de cada grupo foram eutanasiados (CEUA 33/2023). O sangue foi coletado para análises bioquímicas. Os fígados foram removidos para análises bioquímicas, enzimáticas, histológicas e de citocinas. Os dados foram submetidos aos testes One-way ANOVA e Tukey, com significância de P < 0,05. A exposição subaguda ao Calaris® resultou em aumento nas concentrações séricas de AST e ALT, concentração hepática IL-2, IL- 6 e redução na atividade de Na+/K+ ATPase. Observou-se congestão e infiltrado inflamatório no fígado dos animais expostos, além de vacuolização citoplasmática em hepatócitos. A exposição ao herbicida Calaris® em período subagudo desencadeou um processo dano hepático com alterações possivelmente reversíveis. Palavras-chave: Fígado; Atrazina; Mesotriona; Citocinas pró-inflamatórias; ATPase; AST; ALTItem Expressão gênica no intestino médio de fêmeas adultas do mosquito autógeno Toxorhynchites theobaldi (Diptera, Culicidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2019-09-17) Barbosa, Renata Cristina; Martins, Gustavo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/1697178537265838O mosquito não-hematófago T. theobaldi pertence a um dos três gêneros de culicídeos que não necessitam da ingestão de sangue para reproduzir. Alimenta-se basicamente de carboidratos através da ingestão de néctar, que provém a energia e os nutrientes necessários para suas funções primordiais. A digestão ocorre principalmente no intestino médio que também é o local principal de interação com patógenos provenientes da dieta. O intestino médio de T. theobaldi difere dos culicídeos hematófagos por estar permanentemente recoberto pela matriz peritrófica, além de possuir a região médio anterior bastante desenvolvido em relação ao intestino médio posterior atrofiado. A análise dos transcritos expressos no intestino médio posterior bem como a expressão diferencial entre as regiões, nos mostrou que elas são funcionalmente diferentes. A região médio anterior, especializou na digestão de carboidratos e a região médio posterior semelhante aos demais mosquitos é o principal local de digestão e absorção, principalmente de proteínas. Os processos de síntese, proteólise e transporte de proteínas representam a maioria dos transcritos. Os micro- organismos ativam o sistema imune inato através de mecanismos regulatórios semelhantes aos demais mosquitos sendo mais proeminente na região posterior. Além de suplementar a dieta desse mosquito com nutrientes importantes, como aminoácidos de cadeia longa e vitaminas do complexo B. O metabolismo de proteção contra espécies reativas de oxigênio é elevado nas diferentes regiões do intestino médio devido à importância para manutenção da homeostase. No entanto, os mosquitos hematófagos diferem de T. theobaldi devido a maior diversidade e complexidade nos transcritos envolvidos nos mecanismos de combate ao estresse oxidativo provocado pela ingestão de sangue. Também foi observado que diferentes vias metabólicas são utilizadas para produção de energia e síntese de metabólitos importantes, o que representa uma vantagem adaptativa frente a condições ambientais adversas. Estudar as diferenças no processo de digestão entre T. theobaldi e os mosquitos hematófagos constitui uma ferramenta importante para o entendimento de como as mudanças no processo de digestão envolvidas na aquisição da capacidade de digerir sangue possibilitou também a infecção dos mosquitos com os mais variados patógenos. Palavras-chave: Intestino médio, autogenia, Toxorhynchites theobaldi