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    Libras nas licenciaturas: análise da organização de disciplinas e suas contribuições para uma formação crítica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-04-26) Lopes, Carolina Macedo; Gediel, Ana Luisa Borba; http://lattes.cnpq.br/2984563880261246
    A Língua Brasileira de Sinais vem alcançando espaços cada vez mais importantes socialmente, graças ao histórico de lutas e reivindicações do Movimento Surdo. No ano de 2002, a Lei n° 10.436 reconhece a Libras como forma de expressão e comunicação das comunidades Surdas brasileiras (BRASIL, 2002). Posteriormente, em 2005, ocorre sua regulamentação por meio do Decreto n.° 5.626, que, dentre outros pontos, estabelece a obrigatoriedade de implementação da Libras nas instituições públicas de Ensino Superior (BRASIL, 2005). Nesse sentido, ao chegar ao Ensino Superior, a Libras, por meio das disciplinas, promove um novo espaço de expressão e visibilidade para as pessoas Surdas, sua história, cultura e identidade, além de promover reflexões acerca do mundo Surdo. Nessa perspectiva, estamos diante de uma língua em situação minoritária que chega a um espaço privilegiado de produção de conhecimento, o que já significa resistência. Assim, professores em formação poderão acessar discussões e conceitos importantes para o processo de inclusão das pessoas Surdas. Para que as disciplinas cumpram seu papel efetivo, sua estruturação e condução precisam comprometer-se com as demandas sociais e políticas das pessoas Surdas. Nesse cenário, insere-se esta pesquisa que objetiva analisar a estruturação dessas disciplinas em Universidades Federais Mineiras. Para realização da investigação, inicialmente realizou-se um levantamento e coleta das ementas de disciplinas de Libras ofertadas nas Universidades Federais Mineiras. Posteriormente, optou-se pela análise de conteúdo (BARDIN, 1997) para compreender a organização das ementas, especificamente as semelhanças e diferenças dos conteúdos apresentados. A partir disso, foi possível compreender a organização das disciplinas de Libras das Universidades Federais Mineiras. Identificamos que as disciplinas seguem um padrão de desenvolvimento, especificamente a partir de três eixos, são eles: (1) Aspectos educacionais, (2) Cultura e Identidade e (3) Aspectos Linguísticos. Esses eixos mostram que as disciplinas apresentam discussões teóricas com relação à história, legislação, cultura, identidade, educação dos Surdos, assim como ao ensino do vocabulário básico da Libras. Entendemos que tais eixos podem engendrar diferentes construções aos licenciandos, permitindo, assim, uma formação crítica consciente de seu papel enquanto professor de estudantes Surdos, atentos às particularidades linguísticas e culturais dos Surdos. Apesar do potencial da disciplina, consideramos que mudanças são necessárias para que esse componente curricular possa cumprir seu papel de forma efetiva na formação dos professores. Percebemos a necessidade de mais discussões e pesquisas acerca da disciplina, espaços e possibilidades para o desenvolvimento de políticas que possam fortalecer e subsidiar o ensino de Libras no cenário acadêmico. Palavras-chave: Libras. Ensino Superior. Ementas.
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    O amor pedagógico no ensino de língua inglesa: crenças, emoções e ações de uma professora de escola pública
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-24) Vieira, Elecíntia Medina; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/8005745832316769
    Ainda que existam muitos trabalhos a respeito de emoções na Linguística Aplicada (LA) (SERPA, 2014; GUSMÃO, 2015; FERNANDES, 2017; BORGES, 2017; AQUINO, 2018; VIEIRA, 2019; CAMARGO, 2020; GODOY, 2020) e estudos voltados ao amor no ensino de línguas estrangeiras (LE) (BARCELOS e COELHO, 2016; PAVELESCU e PETRIC, 2018; LI e RAWAL, 2018; BARCELOS, 2020), o amor pedagógico ainda é pouco pesquisado na área de LA no exterior e, no Brasil, não existem trabalhos sobre o tema. Pesquisas em LA, em sua maioria, enfocam emoções como ansiedade (ARAGÃO, 2007; ARNOLD, 1999; MASTRELLA-DE-ANDRADE, 2011), prazer (DEWAELE e MACINTYRE, 2014) e esperança (CIARROCHI et al., 2007). Contudo, conforme Barcelos e Coelho (2016), o amor é uma das emoções mais importantes que os professores podem cultivar e, por isso, deve ser levado em consideração na Educação e no ensino de LE. Tendo essa escassez em consideração, este trabalho investiga o amor pedagógico no ensino de Língua Inglesa através da identificação das crenças de uma professora sobre o amor pedagógico e da compreensão da relação entre suas crenças, emoções e ações. A fundamentação teórica se baseou nos estudos sobre amor pedagógico (BARCELOS, 2019; HATT, 2005; MÄÄTTÄ e UUSIAUTTI, 2011, 2012, 2014), crenças (BARCELOS, 2001, 2004, 2007, 2014; BARCELOS e KALAJA, 2013; BORGES, 2017, 2019; COELHO, 2005) e emoções (ARAGÃO, 2005; BARCELOS, 2015; BARCELOS e ARAGÃO, 2018; BARCELOS e RUOHOTIE-LYHTY, 2018; SOUZA e ARAGÃO, 2017) no ensino e aprendizagem de LE. Esta é uma pesquisa qualitativa realizada em uma escola pública de uma cidade do interior de Minas Gerais. Como instrumentos de coleta de dados foram utilizados: 1) um questionário de perfil e sobre crenças e emoções referente ao amor pedagógico, 2) uma entrevista semiestruturada, 3) uma narrativa escrita, 4) uma narrativa visual, e 5) observação de aulas e anotações de campo. Os dados foram analisados de acordo com a análise de conteúdo (BARDIN, 2016). Os resultados sugeriram crenças a respeito do ensino e aprendizagem de inglês e ao amor pedagógico, tais como o amor à profissão e aos alunos. As emoções de tristeza e alegria estavam relacionadas às crenças a respeito da indisciplina dos alunos e também ao amor e status da profissão. As ações da professora parecem ter sido influenciadas por suas crenças que, por sua vez, geraram emoções de tristeza e alegria, corroborando a relação entre crenças, ações e emoções, conforme a literatura. As implicações deste estudo apontam para a relevância da inclusão da pedagogia amorosa nos currículos dos cursos de Letras. Palavras-chave: Crenças. Emoções. Formação de Professores. Língua Inglesa. Amor Pedagógico.
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    Crenças e emoções de uma professora em formação inicial sobre o ensino e aprendizagem de vocabulário em inglês
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-28) Paula, Cynthya Andrade; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/8382174484921759
    Crenças e emoções estão intrinsecamente ligadas ao ensino e aprendizagem de línguas e são conceitos que se influenciam de forma mútua (RUOHOTIE-LYHTY, 2016; ARAGÃO; BARCELOS, 2018; BARCELOS, 2015). No contexto da formação de professores, o número de pesquisas sobre crenças é crescente (PASSOS, 2021; REYNOLDS, 2022; SILVA, 2022) assim como os estudos sobre emoções no campo da Linguística Aplicada (ARAGÃO; SOUZA, 2017; BARCELOS; ARAGÃO; RUOHOTIE-LYHTY; GOMES, 2022). No que se refere ao ensino e aprendizagem de inglês, o vocabulário é um dos temas mais pesquisados em Linguística Aplicada (SCHMITT, 2019). Apesar dessa importância, o número de pesquisas que relacionam vocabulário a crenças e emoções é baixo (DRIVER, 2020). Para contribuir para a redução dessa lacuna, este estudo teve por objetivo identificar e compreender as crenças e emoções sobre o ensino e aprendizagem de vocabulário em inglês de uma professora em formação estagiária no CELIN (Curso de Extensão em Língua Inglesa), projeto de extensão da UFV (Universidade Federal de Viçosa), e como crenças e emoções influenciam suas práticas em sala de aula. Como referencial teórico, foram utilizados estudos sobre vocabulário, seu ensino e aprendizagem (LEWIS, 1993; MEARA; NATION, 2010; BELDA-MEDINA; CALVO-FERRER, 2021), emoções (ARAGÃO; PAIVA; JUNIOR, 2017; ARAGÃO; BARCELOS, 2018) e crenças sobre o ensino e aprendizagem de línguas (BARCELOS; RUOHOTIE-LYHTY, 2018; BARCELOS, 2004). Para a coleta de dados, foram utilizados dois questionários abertos, duas entrevistas cinco observações de aulas da professora participante no CELIN que, naquele período, estavam acontecendo remotamente por causa da pandemia da COVID-19. Os resultados revelam crenças da professora sobre o ensino e aprendizagem de vocabulário e fatores que contribuem ou não para seu ensino, formação de professores em relação a vocabulário, e ao curso de Letras. Suas emoções de felicidade e frustração estão relacionadas à si mesma, às suas experiências com a aprendizagem de inglês e às suas práticas enquanto professora. Suas ações, na maioria das vezes, estavam alinhadas com suas crenças e emoções. Diante do exposto, o estudo reforça a importância da formação de professores para o ensino de vocabulário e confirma a interação entre crenças, emoções e ações de professores, como abordado na literatura. Palavras-chave: Vocabulário. Crenças. Emoções. Formação de professores.
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    Imaginários sociodiscursivos sobre guerra e feminilidades: uma análise discursiva “A guerra não tem rosto de mulher”, de Svetlana Aleksiévitch
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-08-11) Silva, Mariana Singulani; Xavier, Mariana Ramalho Procópio; http://lattes.cnpq.br/2973745899752319
    Esta dissertação tem como foco a análise discursiva do livro A guerra não tem rosto de mulher, da autora ucraniana Svetlana Aleksiévitch (2016). A obra em questão confere uma reconstrução da história da Segunda Guerra Mundial, a partir da perspectiva de mulheres soviéticas que vivenciaram este acontecimento. Desse modo, buscamos identificar e analisar os imaginários sociodiscursivos relativos à guerra e feminilidades, construídos segundo os relatos de mulheres, que contam suas histórias em um contexto pós-guerra, entrecruzados por comentários romanceados de Svetlana. Sendo assim, nos apoiamos nos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Semiolinguística, de Patrick Charaudeau, de teorias do discurso que dialogam com esta e de contribuições da Literatura, a fim de prescrutar os principais temas evidenciados na obra e como as narrativas de vida encontradas naqueles relatos revelam indícios discursivos sobre a guerra e imaginários sobre mulheres. Nesse sentido, mobilizamos os conceitos de imaginários sociodiscursivos, contrato comunicacional e sujeitos da linguagem, além das categorias dos modos de organização do discurso (MOD) enunciativo e narrativo, que nos forneceram pistas para a realização da nossa análise tencionada. Desenvolvemos nossas investigações por meio de uma abordagem empírico-dedutiva, na qual realizamos fichamentos e tabelas de levantamento dos dados. Deste levantamento, executamos as análises e vimos a presença preponderante do comportamento enunciativo elocutivo, do tipo de conhecimento de experiência e do tipo de saber de crença de opinião comum. Finalmente identificamos que os imaginários referentes à guerra perpassam o domínio de um território de posse das masculinidades e os imaginários referentes às feminilidades são marcados por uma concepção enviesada do que é “ser mulher”, em um âmbito hegemônico, com imagens estereotipadas conforme atributos de sensibilidade, emotividade, delicadeza fragilidade e vaidade, por exemplo. Por fim, registramos que as vozes masculinas foram verificadas como constitutivas destes imaginários, que se fazem notar ao longo de toda a obra. Palavras-Chave: Análise do Discurso. Svetlana Aleksiévitch. Imaginários Sociodiscursivos. Guerra. Feminilidades.
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    Yabás: heranças míticas em Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-20) Souza, Leonardo Gomes de; Barroca, Iara Christina Silva; http://lattes.cnpq.br/7168688958499606
    A escritora Conceição Evaristo entrelaça, em sua literatura, memória ancestral e saberes mítico- religiosos afro-brasileiros, elementos que compõem a tradição oral negro-africana no Brasil. Diante disso, esta pesquisa se preocupa com as (re)leituras, produzidas por Conceição Evaristo, dos mitos de duas Orixás-mulheres, as Yabás Oxum e Nanã, no romance Ponciá Vicêncio (2003). Para tanto, utiliza-se, como perspectiva metodológica, da afrocentricidade aliada ao fazer da Mitologia e da Literatura Comparada em sua práxis interdisciplinar. Sendo assim, os mitos que envolvem Oxum a interrelacionam com as águas doces, o rio, além da fecundidade de maneira geral e, especialmente, no que toca às mulheres gestantes. Quanto a Nanã, seus mitos a representam como uma senhora idosa, demonstram a sua relação com a lama, com o barro como elemento fulcral da cosmogonia herdada, pelos afro-brasileiros, das tradições Yorubás. Há que se dizer que Ponciá Vicêncio, protagonista do romance, escolhe deliberadamente se afastar de tais elementos abundantes em sua comunidade, a terra dos negros. A obra se constitui de forma a evidenciar o enorme anseio da protagonista por retornar ao rio. Também é desejo de Ponciá o reconectar-se ao barro, elemento que os mitos descrevem como base para a criação do ser humano e material último a ser devolvido a Nanã, orixá apresentada pelos mitos vinculada aos ancestrais mortos, a sabedoria e a lama. Em nossa análise, buscamos evidenciar como Conceição Evaristo assume a tradição oral afro-brasileira como elemento basilar de suas escrevivências de forma a construir um romance entremeado pelas releituras dos mitos das Yabás Oxum e Nanã. Essa pesquisa se apoia nas trabalhos de Verger (2018); Prandi (2021); Burkert (2021) e Melo (2014; 2019). Palavras-chave: Conceição Evaristo. Ponciá Vicêncio. Mitopoética. Oxum. Nanã.
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    Paisagens, animais e homens em Ana Paula Maia
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-09-22) Aguiar, Andre Luiz Godinho; Assis, Ângelo Adriano Faria de; http://lattes.cnpq.br/5817940241533035
    Este trabalho desdobra as narrativas em prosa da autora Ana Paula Maia, visando entender como seus personagens intitulados “homens-bestas” podem indicar tipos de humanidade e de masculinidade e como seus cenários podem criar um sentido de país. Para isso, articula-se um repertório interdisciplinar sobre o Brasil contemporâneo, a literatura brasileira, tendências da ficção e noções teóricas acerca de temas como animalidade, violência, crueldade e gênero. Conclui-se que estas histórias e personagens sinalizam para realidades extratextuais, como a exploração animal, a masculinidade tóxica e a prevalência do feminícidio, a partir da análise das relações interespécies, pelos cenários gerados pelo capitalismo industrial e pelas cenas de violência nas novelas e da leitura de autores como bell hooks, Judith Butler, Michel Foucault e Paul B. Preciado. Palavras-chave: Literatura contemporânea. Biopolítica. Zoopoética.
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    Representação de pessoas negras na publicidade: uma análise discursiva da campanha #AvonTáOn
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-03-30) Lourenço, Suéllen Stéfani Felício; Xavier, Mariana Ramalho Procópio; http://lattes.cnpq.br/2458338443815101
    Essa dissertação objetiva analisar discursivamente as representações concernentes às pessoas negras na campanha publicitária #AvonTáOn do ano de 2021. Notadamente, buscou-se com este trabalho: I. Caracterizar o contrato de comunicação que rege a campanha publicitária #AvonTáOn; II. Investigar os componentes linguísticos, sonoros e icônicos que sustentam as representações encontradas. A escolha da Avon como objeto de estudo deveu-se ao reposicionamento da empresa que fora apresentado ao público por meio da parceria inédita com o Big Brother Brasil no ano de 2021. O principal eixo teórico-metodológico utilizado foi a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau, que se mostrou relevante por levar em conta a linguagem e o contexto psicossocial que permite a sua manifestação (MACHADO, 1992), além de nos permitir observar como o discurso se concretiza no estrato verbal e no imagético. Para análise elencou-se quatro vídeos da campanha, sendo que em todos estão presentes pessoas negras, o que possibilitou inventariar interpretações para a investigação em torno da questão racial. Dentre os principais resultados, observou-se que a Avon realiza uma tentativa de se distanciar de representações cristalizadas acerca da pessoa negra. Para isso, a empresa buscou promover o enaltecimento das características fenotípicas negras como os narizes arredondados, lábios carnudos, a valorização dos cabelos crespos soltos e a apresentação de mulheres com cabelos bem curtos, através da adoção de procedimentos linguísticos e icônicos. Notou-se a presença de um único homem negro que se distancia de um padrão hegemônico de masculinidade, por apresentar vestimentas na cor rosa e esmalte (elementos atrelados à feminilidade). Por outro lado, apesar de haver uma tentativa da Avon de romper com algumas cristalizações, identificou-se a reprodução do imaginário da mulher negra atrelada ao Carnaval, além do uso de indumentárias e enquadramentos que expõem determinadas partes do corpo, denotando sensualidade. Outrossim, detectou-se uma representação recorrente das pessoas negras como dançarinas, corroborando o imaginário social de que possuem um “talento nato” para a dança. Concluiu-se, a partir das análises, que embora haja uma proposta de reposicionamento da Avon, ainda se observam resgates de construções que, de certo modo, estereotipam a pessoa negra. Palavras-Chave: Pessoas Negras. Avon. Análise do Discurso. Teoria Semiolinguística. Representações Sociais.
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    Um olhar sobre a história, as histórias e as memórias no universo literário de Carolina Maria de Jesus
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-09-10) Campos, Vanessa Lopes Coutinho; Barroca, Iara Christina Silva; http://lattes.cnpq.br/1338062013347074
    Esta dissertação buscou apresentar uma reflexão sobre a trajetória literária da escritora Carolina Maria de Jesus, que, ao olhar desta pesquisa, foi constituída de um entrelace entre, de um lado, o momento histórico que ela viveu, as histórias que a compuseram enquanto escritora, mulher, negra, pessoa; e, de outro, as memórias que se tornaram a substância de sua obra. Buscou-se também descrever uma introdução sobre a vida da autora, conferindo relevância à sua ascensão e ao sucesso com o público. Pretendeu-se, dessa forma, que o leitor, após conhecer o passado de Carolina, pudesse compreender como esse passado foi um dos importantes elementos para a construção do seu íntimo literário. De tal modo, o trabalho contempla a análise sobre o conteúdo, o estilo, o lirismo da autora nas obras Quarto de despejo, diário de uma favelada (1960), Pedaços da fome (1963) e Antologia Pessoal (1996), apoiado nos estudos de relevantes nomes, como Massaud Moisés, Antonio Candido, Jean-Marie Thomasseau e estudiosas especialistas na escrita da Carolina de Jesus, como Rafaella Fernandez e Aline Arruda; além do organizador da Antologia Pessoal, José Carlos Sebe Bom Meihy. Compartilhou-se também estudos sobre como a tradição oral, a autoficção e a memória fazem parte da constituição de um percurso que materializou a realização do projeto literário pensado por Carolina, conferindo uma análise crítica mais profunda e abrangente ao contexto de sua principal publicação: Quarto de despejo (1960). Para tais considerações, destacou-se pesquisas de Márcio Seligmann-Silva, Amanda Ferreira, Phillippe Lejeune, Eurípedes Figueiredo, Dirceu Magri, Maurice Halbwachs e Jacques Le Goff. Ademais, verificou-se como se deu a descoberta, a reinvenção e a (re)afirmação da força da sua identidade por meio de sua produção literária, partindo para discussões acerca do posicionamento feminino bem como a construção de sua escrevivência nesse meio, demonstrando momentos de repressão sofridos, a exploração de sua imagem e sua representação na contemporaneidade. Para isso, recorreu-se a estudiosos como Pierre Bordieu, bell hooks, Angela Davis, Mary Wollenstonecraft e Conceição Evaristo. Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus. Literatura feminina. Memória.
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    O uso de verbos modalizadores em notícias on-line sobre manifestações políticas ocorridas no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-05-31) Cária, Giulliana Mendes; Silva, Adriana da; http://lattes.cnpq.br/4731550321421141
    O presente trabalho se propôs a analisar como o uso dos verbos modalizadores opera na construção da linha argumentativa de notícias, gênero textual jornalístico. Foi realizada a análise descritivo-interpretativa dos verbos de opinião ou crença, verbos modalizadores epistêmicos, deônticos e dinâmicos e verbos dicendi modalizadores no nosso corpus, o qual é composto por 16 notícias sobre as manifestações contra os cortes na educação, ocorridas no Brasil no ano de 2019 e divulgadas pelas revistas Carta Capital e Veja e pelo portal de notícias G1. A argumentação está presente em todos os textos, inclusive nas notícias que, a nosso ver, possuem características de tipo textual argumentativo. Entendemos que as modalidades são recursos linguísticos que expressam os desejos, as crenças e as opiniões do falante, além de gerar efeito de afastamento ou de aproximação com o conteúdo enunciado, de forma que os modalizadores funcionam como pistas das estratégias argumentativas. Essas expressões podem, ainda, exprimir possibilidade, necessidade e obrigação. O recurso à intertextualidade também é uma estratégia argumentativa, e a inclusão de citações diretas e indiretas pode operar como discurso de autoridade. Devemos considerar, além disso, a forma como esses discursos são inseridos, a qual pode evidenciar os pontos de vista do enunciador ou indicar um caminho a seguir pelo leitor. Este trabalho é de cunho qualitativo e vale-se de resultados numéricos como base para a análise descritivo-interpretativa dos modalizadores utilizados na construção da argumentação dos textos jornalísticos. Para tal, buscamos identificar as recorrências dos verbos modalizadores encontrados no corpus, catalogá-las e quantificá-las; em seguida, classificamos as recorrências quanto ao tipo de modalidade e realizamos a análise, buscando evidenciar os aspectos argumentativos das notícias. Encontramos, ao longo das 16 notícias analisadas, 250 ocorrências de verbos modalizadores, a saber: 33 verbos de opinião ou crença, 29 verbos epistêmicos, 40 verbos deônticos e 12 verbos dinâmicos, além de 133 ocorrências de verbos dicendi modalizadores, utilizados na introdução de discursos de outrem. Após a análise descritivo-interpretativa dos valores modais, concluímos que a opção por um verbo ou outro evidencia os posicionamentos e as percepções do enunciador, indicando como as informações devem ser lidas. Ademais, também foi possível concluir que a utilização de falas de outros interlocutores é parte intrínseca às notícias jornalísticas. O recurso é utilizado tanto para contextualização dos fatos informados, quanto como argumento de autoridade, conferindo credibilidade ao conteúdo publicado. Por fim, destaca-se que a análise realizada sobre a modalidade enquanto estratégia argumentativa em notícias jornalísticas pode ser estendida a outros gêneros textuais que se inserem em nossa realidade social, educacional e política. Palavras-chave: Gênero textual notícia. Argumentação. Modalidade. Verbos modalizadores.
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    Da língua de origem à língua de herança: a manutenção do espanhol por hispanofalantes na Zona da Mata Mineira
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-04-15) Borges, Érica Fernandes; Chaves, Idalena Oliveira; http://lattes.cnpq.br/6251462823544446
    Nos últimos anos, a discussão sobre a manutenção do espanhol como língua de herança (ELH) tem sido alvo de crescente debate na Linguística Aplicada (MONTRUL, 2012; VALDÉS, 2001; WONG FILLMORE, 2000; MORENO FERNÁNDEZ, 2005). Podemos afirmar que, de forma geral, os estudos sobre a manutenção do ELH estão voltados para as áreas da Linguística e da Sociolinguística e buscam identificar as razões pelas quais tais fenômenos ocorrem. A maioria das pesquisas sobre o tema foram realizadas nos Estados Unidos, país que abriga um grande número de hispanofalantes, assim como o Brasil. Diante disso, esse estudo tem como objetivo analisar a manutenção do espanhol como língua de herança por imigrantes hispânicos localizados na Região da Zona da Mata Mineira. Refletiremos acerca das decisões tomadas sobre a manutenção do ELH e sobre a Política Linguística Familiar (LAGARES, 2018, 2020; POTOWSKI, 2008; MATHEOS, 2014; FERREIRA, 2006; GUARDADO, 2002) adotada pelas famílias. Para melhor compreender esse fenômeno, estudamos quatro famílias de origem hispânica. Coletamos os dados por meio de entrevista semiestruturada com os seguintes questionamentos: (1) Qual a importância em se preservar a LH na identidade cultural das pessoas? (2) Quais são os principais fatores envolvidos na manutenção do ELH na região em estudo? (3) Como as famílias lidam com o binarismo preservação/perda do espanhol? (4) Quais são as estratégias usadas pelas famílias para a utilização do espanhol em casa? A análise dos dados nos permitiu comprovar a existência de quatro fatores que mais influenciam na manutenção do ELH na região da Zona da Mata Mineira: (1) a exposição à língua, (2) o contato com a família, (3) a motivação, (4) a exposição à cultura de origem. Os dados nos mostraram que, de forma geral, as famílias participantes possuem uma atitude positiva com relação à manutenção do espanhol. Constatou-se a existência da Política Linguística Familiar em andamento em três das quatro famílias entrevistadas. Por fim, contrariando uma de nossas hipóteses iniciais, o contexto brasileiro parece não influenciar na manutenção do ELH na região em estudo. Palavras-chave: Imigração. Língua de herança. Espanhol como língua de herança na Zona da Mata Mineira.