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Item A argumentação em crimes via telefone sob a perspectiva da teoria semiolinguística(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-25) Silva, Welton Pereira e; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/6225951527694137O presente trabalho procura descrever, analisar e entender a forma como os sujeitos participantes de situações de comunicação pertencentes a dois tipos de crimes linguísticos constroem seus argumentos visando a atingir seus objetivos comunicacionais. Para isso, baseamos nossa análise sobre o aparato teórico- metodológico da Teoria Semiolinguística, de Patrick Charaudeau (2012), bem como nos postulados de Perelman e Tyteca (2005) acerca da Nova Retórica. Nosso corpus de pesquisa consiste de 06 (seis) gravações telefônicas oriundas de interações de golpes do falso sequestro e 03 (três) gravações de golpes da recarga premiada, todas conseguidas através da rede mundial de computadores. Após a transcrição do material sonoro, fizemos a descrição e configuração dos gêneros situacionais Golpe do Falso Sequestro e Golpe da Recarga Premiada, os vinculando ao que chamamos de domínio de comunicação do discurso criminoso. A análise foi pautada sobre os argumentos de base racionalizante, classificados a partir da nomenclatura de Perelman e Tyteca (2005), sobre os argumentos patêmicos, relacionados à estratégia discursiva da captação, e sobre os ethé discursivos que foram construídos visando a garantir a legitimidade do sujeito argumentante e a credibilidade de seus argumentos. Pudemos notar que a maior parte dos argumentos racionalizantes diz respeito ao vínculo causal e ao argumento pragmático, já que a explicação acerca do que poderia acontecer caso as vítimas não fizessem o que lhes foi pedido, bem como do porquê de se fazer, é uma constante nas duas situações de comunicação. Observamos também a predominância de argumentos patêmicos que procuram despertar o temor e a piedade, nos golpes do falso sequestro, e a alegria nos golpes da recarga premiada. A respeito do ethos, notamos que as construções de ethé de potência foram as mais recorrentes nos golpes do falso sequestro, enquanto que os ethé de competência foram encontrados apenas nos golpes da recarga premiada. O ethos de virtude, por sua vez, foi construído nos dois gêneros. Os resultados demonstram que a utilização de determinados argumentos racionalizantes e patêmicos, bem como as construções dos ethé acima elencados, estão de acordo com as finalidades das situações de comunicação aqui analisadas, a saber: convencer as vítimas acerca da veracidade dos argumentos utilizados pelos criminosos.Item A construção das identidades de professores práticos e professores certificados de língua inglesa: uma análise das crenças de diferentes agentes(Universidade Federal de Viçosa, 2021-03-29) Pena, Gabriela Vieira; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/2967903945420875Historicamente, o sistema educacional nunca esteve tão fragilizado como nos últimos anos e, consequentemente, há uma crescente desvalorização da classe dos professores e dos cursos de licenciatura (GIMENEZ, 2005). Nesse sentido, acredito ser indispensável buscar compreender os motivos pelos quais essa prática tem sido normalizada. Assim, investigar as crenças dos alunos e futuros professores sobre o ensino de inglês e sobre a formação de professores de línguas pode ajudar a entender esse problema. Embora em Linguística Aplicada as identidades de professores certificados tenham sido investigadas (CALVO, 2011; SILVA, 2011; SILVEIRA; SANTO, 2011; MARECO; SILVA, 2011), a área carece de estudos que investiguem as identidades de professores práticos e sua interrelação com o conceito de crenças. Assim, este estudo teve por objetivo identificar como se dá a construção da identidade de professores práticos e professores certificados de inglês a partir da análise das crenças dos ex- alunos de um projeto de ensino de línguas e de professores de inglês em formação inicial. Como base teórica, foram utilizados estudos que se referem a crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2014; 2015; BORG, 2019), identidades (SOUZA, 2013; BEIJARD et al., 2004; HALL, 1997), e competências de professores (ALMEIDA FILHO, 2014). Para a sua realização, foram utilizados questionários abertos e entrevistas que posteriormente foram analisados dentro dos parâmetros de análise da pesquisa qualitativa (CRESWELL, 1998; STAKE, 2016). Os resultados sugerem que as identidades de professores práticos e de professores certificados são construídas de formas diferentes pelos dois grupos de participantes deste estudo. Os professores práticos são, de acordo com as crenças dos participantes, pessoas sem formação acadêmica na área de ensino de língua inglesa, mas que tiveram experiência no exterior ou são nativos, e tem suas práticas embasadas pelas competências linguística e implícita. Por outro lado, os professores certificados possuem formação acadêmica na área de ensino de língua inglesa e, preferencialmente, tiveram experiência no exterior. Esses professores têm suas identidades construídas majoritariamente por meio da competência teórico-formalizadora, mas também por meio das competências implícita, linguístico- comunicativa, aplicada e profissional. Isto posto, este estudo: (a) reafirma a necessidade de investigar as crenças de alunos e professores como um caminho para compreender problemas históricos de desprestígio da profissão docente e (b) revela os impactos da legislação e da atuação de professores práticos para o mercado de ensino de inglês no Brasil. Palavras-chave: Crenças. Identidades. Formação de Professores. Professores Práticos. Professores Certificados.Item A construção dos espaços sociais na obra Usina de José Lins do Rego(Universidade Federal de Viçosa, 2018-09-28) Pereira, Caroline Alves; Siqueira, Joelma Santana; http://lattes.cnpq.br/8743017098803400Este trabalho apresenta uma análise da construção dos espaços romanescos presentes na obra Usina (1936), de José Lins do Rego num período histórico situado entre o pós- guerra e a crise moral instalada no pano de fundo de uma sociedade em transição. O Nordeste, focalizado através da narrativa moderna e ousada do autor é o cenário onde encontra-se refletida a problemática da modernização, do espaço social e do trabalho, num contexto cujo sistema político, social e cultural diluem-se na sedução da cultura estrangeira e do subdesenvolvimento nacional. Para proceder à junção de dados das análises críticas acerca, tanto da constituição do conceito de Região quanto da efetivação da força de trabalho, foram consultados textos de enfoque geográfico, histórico e literário, tal como recortes de jornais da época e textos que abordem a aquisição do memorialismo. A análise dos espaços construídos através deste novo modelo social proposto, destaca muito mais que a reconfiguração do meio, tendo como referência as relações que se desenvolviam ou se perdiam no percurso, que evidencia o surgimento problemático de uma nova organização que se cristalizava nos centros urbanos isolando as expressões revolucionarias de um Nordeste deslegitimado.Item A cura do câncer na perspectiva discursiva: o caso da vespa “paulistinha”(Universidade Federal de Viçosa, 2017-05-29) Pereira, Nayara Silva Guimarães; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://lattes.cnpq.br/1432680500059528Considerando os aportes teóricos e metodológicos da Análise do Discurso da Divulgação Científica, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise dos procedimentos linguístico-discursivos e das estratégias divulgativas no que concerne à recontextualização das informações divulgadas na mídia digital brasileira sobre os resultados da pesquisa científica publicada na revista Biophysical Journal que relata a possibilidade em se utilizar o composto MP1 presente no veneno da vespa Polybia paulista em tratamentos clínicos que podem combater o câncer. Dessa forma, para que fosse possível a realização dessa análise, foram selecionadas 13 notícias na versão online dos jornais Estado de Minas, El País ˗ Brasil, O Estado de S. Paulo (Estadão na versão online), O Globo, Diário da Região – São José do Rio, das revistas Superinteressante e Veja, dos portais de telejornais e programas de televisão como Jornal Hoje, TV Tem (G1 Rio Preto e Araçatuba) e Bem Estar e dos portais IG – São Paulo, Yahoo e R7 Notícias, publicadas no período de 1o a 10 de setembro de 2015. Assim, para se alcançar o objetivo proposto, foram definidas etapas importantes para o desenvolvimento do trabalho como a contextualização da pesquisa, a apresentação dos pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso da Divulgação Científica (CALSAMIGLIA, 1997; CATALDI, 2007a, 2007b, 2008, 2009 e 2011; CASSANY, LÓPEZ e MARTÍ, 2000; CASSANY e MARTÍ, 1998; CIAPUSCIO, 1997; VAN DIJK, 2011), a descrição do perfil dos jornais, revistas e portais analisados e do corpus de análise. Após isso, foi realizada uma análise dos procedimentos linguístico-discursivos e das estratégias divulgativas identificados nas notícias selecionadas. O procedimento de expansão se destacou, pois esteve presente em todas as notícias por meio das estratégias divulgativas de argumento de autoridade e de explicação. Verificou-se com o uso do procedimento de redução que as informações foram divulgadas de forma objetiva e clara ao sintetizar e suprimir alguns dados sobre a pesquisa científica. Além disso, o procedimento de variação garantiu a inteligibilidade da notícia ao relacionar os termos técnicos do âmbito científico aos termos gerais e conhecidos pelo público.Item A ficção moderna: uma crítica da representação sócio-familiar em Ao Farol, de Virginia Woolf(Universidade Federal de Viçosa, 2020-10-05) Pimentel, Lucas Ferreira; Dudalski, Sirlei Santos; http://lattes.cnpq.br/3598490148474923A teoria da Estética da Recepção vem com a proposta de trazer um novo elemento na hermenêutica literária, muito deixado de lado pelas escolas de estudos literários anteriores, que é o leitor. Por isso, a análise guiada por essa vertente se dá calcada em um tripé: obra, autor e leitor. Tal ponderação tende a encarar uma amplitude no que tange ao domínio das interpretações das obras ao longo da história e um diálogo que se instaura entre o trio analítico durante a leitura. O teórico Wolfang Iser, em seu livro O fictício e o Imaginário: Perspectivas de uma Antropologia literária (2013), recorre ao conceito de fingir para tratar a construção narrativa de uma ficção, que se conceitualiza como uma forma de repetir a realidade social no romance, mas de forma transgredida da retirada do contexto. Ao refletir sobre a ficcionalidade Iser pondera a relação desse conceito com a semiologia, quando assim traz a ideia do signo. Dessa forma, ampliamos essa discussão com dois teóricos da semiologia: Ferdinand Saussure (2006) e Roland Barthes (2006). Ao se analisar a obra Ao Farol (2017), de Virginia Woolf, pode-se observar a utilização da memória para construção ficcional do enredo da obra. A utilização desse recurso para a composição é um vislumbre que se faz baseado em seus artigos, ensaios, biografia e diários. A utilização desse material se converge em uma análise dos signos dispostos na obra e comparados com a realidade social e o pensamento da escritora. Palavras-Chave: Teoria da estética da Recepção. Virginia Woolf. Fingir. Família. FicçãoItem A formação da identidade do professor de línguas: experiências, comunidades imaginadas e investimento(Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-27) Silva, Denize Dinamarque da; Coelho, Hilda Simone Henriques; http://lattes.cnpq.br/0639829206837083A identidade de professores de línguas tem sido o foco de estudos de vários pesquisadores (BOHN, 2005; BEIJAARD; MEIJER; VERLOOP, 2011; REIS; van VEEN; GIMENEZ, 2011; NORTON, 2013). Esses estudos nos permitem compreender como as identidades são (re)construídas, percebendo a identidade como um processo contínuo. O investimento para se tornar professor também é parte importante na constituição das identidades dos professores e influencia a escolha das comunidades imaginadas (NORTON, 2000, 2013; MURPHEY; JIN; LI-CHI, 2005; KHARCHENKO, 2014). Os estudos sobre experiências de professores e estudantes, por sua vez, auxiliam-nos a compreender a complexidade que envolve o ensino e a aprendizagem de uma segunda língua (MICCOLI, 2010, 2014). A relação entre experiências e identidades nos mostra como as experiências modulam as identidades ao longo do tempo (PADULA; COELHO, 2014). A fim de investigar a construção identitária de professores em formação inicial de Letras, habilitação português-inglês, e as possíveis influências de experiências que perpassaram a sua formação para as escolhas profissionais futuras, foram analisados o investimento feito para se tornarem professores (NORTON, 2013), as experiências que contribuíram para sua formação docente (MICCOLI, 2010, 2014) e as comunidades imaginadas (NORTON, 2000) almejadas de sete professores em formação inicial, concluintes do curso de Letras. Os instrumentos para a coleta de dados foram um questionário semiaberto, uma narrativa escrita e uma entrevista semiestruturada. Os dados obtidos foram triangulados e condensados em um texto que traçou o perfil dos participantes. Contemplando a metodologia pós-estruturalista de Norton (2000, 2013) de situar os indivíduos em seus contextos sociais, as histórias dos participantes foram expostas em forma de narrativas de modo a dar voz a cada um deles ao expor as experiências ao longo de suas trajetórias, o investimento para se tornarem professores e as comunidades imaginadas almejadas. Os resultados indicam que as experiências dos professores em formação inicial no PIBIC, no PIBID, no CELIN, no NUCLI-IsF e em outros contextos de ensino contribuíram para a (re)construção da identidade docente. Em alguns casos, a proficiência linguística restrita foi um dos entraves para que os participantes iniciassem suas experiências como docentes. Além disso, os professores em formação inicial apontaram as disciplinas de línguas como uma importante oportunidade para melhorarem as habilidades linguísticas. Foi possível concluir que os futuros professores escolhem suas comunidades imaginadas tomando por base as experiências que cada um teve nos variados contextos de ensino. As comunidades imaginadas almejadas para atuação profissional foram, majoritariamente, a universidade e a escola pública. Constatou-se, também, que os professores formadores podem auxiliar os professores em formação inicial a identificarem suas comunidades imaginadas, a fim de traçarem o investimento necessário para alcançá-las. Além disso, os professores em formação inicial devem ser estimulados a se ver como futuros docentes, para que façam um forte investimento ao longo do processo de formação inicial.Item A história de uma cozinheira: imaginários do universo culinário e gastronômico na narrativa de vida do livro de cozinha Todas as sextas(Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-27) Vieira, Luciana Gomide; Xavier, Mariana Ramalho Procópio; http://lattes.cnpq.br/8831339420421866Esta dissertação tem como foco a análise discursiva do livro de cozinha Todas as sextas, de Paola Carosella (2016). Dessa forma, buscamos identificar e analisar neste livro os imaginários sociodiscursivos relativos aos domínios da culinária e da gastronomia, que ocorrem no processo de articulação entre as receitas culinárias e a narrativa de vida da cozinheira Paola. Todas as sextas é um livro de receitas, conforme indicação de sua ficha catalográfica, perpassado por narrativas memorialísticas e afetivas que remetem aos imaginários de cozinha, comida, acolhimento e às feminilidades que a autora resgata ao contar a própria história, e também das personagens fundantes em sua identidade, como sua mãe e avós. Desse modo, tomamos a obra como exemplo da problematização de Leonor Arfuch (2010) sobre espaço biográfico, que consiste nas múltiplas possibilidades de tematização da vida na sociedade contemporânea. Neste caso, a vida tematizada encontra-se atrelada e, por vezes, dissolvida às receitas do livro. Ancoradas nos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Semiolinguísica, objetivamos analisar, a partir das contribuições de Patrick Charaudeau (2016, 2013, 2010, 2005 e 2004), como os imaginários sociodiscursivos com as temáticas de interesse são construídos na narrativa, e de que forma a transmissão de saberes culinários é realizada. Neste intuito, mobilizamos as categorias dos modos de organização do discurso (MOD) enunciativo, descritivo e narrativo, que nos apontaram caminhos na identificação dos imaginários. Por meio de quadros e diagramas analíticos, desenvolvemos nossas investigações e vimos que o tipo de saber que predomina em toda a narrativa é o de experiência, reflexo da narrativa de si, que traz as vivências da personagem. Vimos também que a culinária é representada por ideias centrais como cozinha, receitas, acolhimento, afeto, memória, identidade, delicadeza, entre outros. Paola vê a cozinha de forma muito positiva e há leveza em seus relatos. A gastronomia está relacionada notadamente aos imaginários sobre sofisticação, gourmet, complexidade, acolhimento e glamour. Os imaginários sobre as feminilidades relacionam-se principalmente à família, ao lar, à beleza e ao poder. Por fim, registramos que a articulação entre as receitas e os relatos acontece por meio da transmissão do saber culinário, que se faz notar ao longo de toda a obra.Item A interação a partir de entrevistas em Libras: um olhar etnometodológico na conversa institucional(Universidade Federal de Viçosa, 2018-03-27) Caetano, Carla Rejane de Paula Barros; Gediel, Ana Luisa Borba; http://lattes.cnpq.br/0754234799211437O presente estudo envolve duas temáticas discutidas no campo da Linguística Aplicada: o fenômeno do Reparo, a partir dos pressupostos dos estudos em Análise da Conversa Etnometodológica (SACKS, H.; SCHEGLOFF, E.; JEFFERSON, G., 1974) e, ainda, traços de Ideologias Linguísticas (KROSKRITY, 2008). Tais pressupostos possibilitam analisar um programa televisivo de entrevista que envolve locutores e interlocutores surdos que se comunicam por meio da Língua Brasileira de Sinais. Para que possamos compreender como agem os usuários de uma dada língua é preciso verificar as entrelinhas no decorrer das interações e nos atentarmos às ideologias que a envolvem. Isso nos leva a entender que as construções ideológicas são inerentes ao uso da língua em diversos espaços e situações expressas por grupos, averiguadas a partir dos discursos dos indivíduos. Também percebemos a recorrência do fenômeno do Reparo durante as interações, o qual sempre se manifesta com vistas a sanar os entraves que possam comprometer o entendimento durante a conversa, quer cotidiana, quer institucional. Em relação à descrição e análise dos dados, usufruímos das Ideologias Linguísticas para contextualizar o programa e os discursos nele desenvolvidos, referentes a Libras e a surdez. Percebemos que estas se manifestaram de modo a evidenciar a língua e a cultura surda, com vistas a levar o surdo a sonhar em superar os desafios utilizando- se de sua língua. No que tange ao Reparo, verificamos, por meio das transcrições das conversas estabelecidas nas entrevistas, os turnos constituídos por perguntas e respostas feitas por participantes surdos em Libras. Observamos a ocorrência do Reparo próxima à fonte de problema, ou seja, onde houve um obstáculo que não permitiu o entendimento por parte um dos participantes, gerando a interrupção do turno em andamento. Na maior parte de casos, o Reparo foi iniciado pelo outro e levado a cabo pelo falante da fonte de problema, sendo que o outro, em boa parte, era o apresentador, por este iniciar boa parte dos turnos ao fazer as perguntas. Também identificamos uma trajetória de Reparo iniciado e levado a cabo pelo outro, o que é comum em salas de aulas. Assim, esperamos que este trabalho possa estimular novas pesquisas com foco na interação em Libras, com vistas à compreensão de como tem se dado o uso colaborativo de um meio legal de comunicação e expressão. Palavras-chave: Libras, Interação, Ideologias Linguísticas, Reparo.Item A Literatura em movimento: um estudo comparativo entre a obra Ratos e Homens, de John Steinbeck, e suas respectivas adaptações para a Sétima Arte(Universidade Federal de Viçosa, 2016-03-18) Botelho, Michael Jones; Dudalski, Sirlei Santos; http://lattes.cnpq.br/5706439437558990A presente dissertação visa empreender um estudo comparativo entre a obra literária Ratos e Homens (1937), do escritor estadunidense John Steinbeck, e suas duas adaptações para o Cinema, ocorridas, respectivamente, em 1939, sob a direção de Lewis Milestone, e no ano de 1992, dirigida por Gary Sinise. Este confronto é embasado pela Teoria da Adaptação e da Tradução Intersemiótica, expressas nos trabalhos de Brian McFarlane (1996), Robert Stam (2005; 2008; 2012), Thaïs Flores Diniz (1999; 2005) e Linda Hutcheon (2011). Este trabalho objetiva verificar e interpretar, a partir deste cotejo, os processos de (re)criação da obra literária para a Sétima Arte, ocasionados pela transposição de sistemas semióticos distintos. Após longa análise e discussão, pudemos constatar, de modo incisivo, que toda adaptação cinematográfica, fruto da interpretação subjetiva de um dado número de adaptadores, deve ser estudada como uma obra autônoma e, por o ser, do mesmo modo não pode ser julgada pelo critério da fidelidade, já que esta se torna impossível ao longo do processo de adaptação. Detectamos, outrossim, que as adaptações criativas de ambos os roteiristas e diretores se deram, principalmente, pela leitura subjetiva dos mesmos. Tanto a mudança de perspectiva de alguns personagens, quanto a interferência no início e no desfecho das adaptações fílmicas, foram frutos do olhar criativo e seletivo dos adaptadores que, antes de tudo, são leitores intérpretes da obra literária.Item A maquinação da memória em “Lendas e Narrativas” de Alexandre Herculano(Universidade Federal de Viçosa, 2015-07-03) Lima, Thales Moura; Roani, Gerson Luiz; http://lattes.cnpq.br/8807456856132210Esta dissertação tem intuito de abordar o memorialismo e as questões do nacionalismo presentes na obra Lendas e Narrativas de 1851, escrita pelo autor português Alexandre Herculano. Para isso foram analisados no presente trabalho de pesquisa os contos O Alcaide de Santarém, A Dama pé-de-cabra, O Bispo Negro, Castelo de Faria e A Abóboda, apontando para a estrutura do tema e da linguagem do texto literário como objetos de estudo e não somente os aspectos formais da literariedade em si. Para isso, há uma reflexão sobre os entrecruzamentos, principalmente da ficção e da história a partir das teorias acerca do romance histórico, do romantismo português e da formação da memória em dialogo com a estrutura do raciocínio histórico do próprio autor. Bem como, a utilização das concepções de historicismo e medievalismo de Alexandre Herculano, acompanhados de reflexões e inferências acerca das fontes de estudos dos mesmos.Item A memória coletiva como instauradora do processo identitário em Um Rio chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, de Mia Couto(Universidade Federal de Viçosa, 2017-04-03) Andrade, Regina Costa Nunes; Roani, Gerson Luiz; http://lattes.cnpq.br/5393309432476103Este trabalho propõe discutir o processo de formação identitária de Marianinho, narrador-protagonista de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, do escritor moçambicano Mia couto, por meio da constituição da memória e sua busca pela rememoração do passado dos moradores da Ilha de Luar-do-Chão. Para isso, tem-se como base os estudos sobre a construção identitária realizados por Homi Bhabha, Stuart Hall, Zygmunt Bauman e Mircea Eliade, aliados à observação sobre o processo de formação da memória coletiva, a rememoração e o esquecimento, conceituados por Maurice Halbwachs, Paul Ricoeur, Jaques Le Goff e Peter Burke, dialogando com a Literatura e a inserção de elementos sociais, dos quais depreendemos os caminhos pelos quais perpassam a formação da identidade e da Literatura de uma nação, trazendo as abordagens de Kwame A. Appiah, Eduard W. Said, Antonie Compagnon, Nicolau Sevcenko e Antonio Candido. Dessa maneira, é exposto no primeiro capítulo teorias sobre o processo de formação identitária diante do pós-colonialismo e da relevância da constituição da memória coletiva para a formação do sujeito. No segundo capítulo, elencou-se os percursos históricos perpassados em Moçambique, a partir do imperialismo europeu no continente africano; as reflexões do narrador-protagonista, seu ponto de vista e sentimentos diante das (re)descobertas que realiza, reiterando que compreender aspectos da colonização portuguesa em Moçambique e os movimentos em prol da independência faz-se salutar para a análise do romance. No último capítulo, investigou-se as características das personagens a partir da fluidez do enredo, juntamente com a representatividade literária de Luar-do-Chão e o caminho de Marianinho, para a constituição da memória familiar e de sua identidade Malilane/Mariano, uma vez que a ausência de um passado abre o leque de possibilidades instáveis, pois para trilhar um futuro é necessário saber de onde se vem para a formação de uma identidade nacional e unidade familiar.Item A nação cartografada nos romances Desmundo e Dias e Dias, de Ana Miranda(Universidade Federal de Viçosa, 2018-05-30) Valente, Daniela França Chagas Batista; Assis, Angelo Adriano de Faria; http://lattes.cnpq.br/9076306092788977Ana Miranda é uma escritora reconhecida na cena da literatura brasileira contemporânea, tendo sido agraciada com importantes prêmios da crítica brasileira. Ela tem sido destacada por sua interlocução entre a história e a literatura. O presente trabalho pretende investigar os romances Desmundo (1996) e Dias e Dias (2003), analisando a representação da nação no romance , bem como a representação da personagem feminina nos romances. Seus livros têm como pano de fundo dois momentos fulcrais da história do Brasil: a colonização e os processos de independência. Assim, faz-se necessária uma leitura da história do Brasil, de modo a cotejar a leitura crítica que Miranda faz com a representação dos textos clássicos, como a Carta de Caminha. Por fim, foi feita uma análise de como a escritora apresenta, em sua a obra, a situação da mulher, problematizando e questionando a sociedade patriarcal a partir de temas como o casamento. Para fundamentar este trabalho, foram destacadas várias criticas feministas da literatura, que formularam importantes contribuições sobre a situação da mulher, assim como nomes icônicos da teoria feminista, especialmente, Simone Beauvoir e Virginia Woof.Item A negociação de categorias de pertencimento em interação intercultural na sala de aula de português como Língua Estrangeira(Universidade Federal de Viçosa, 2015-04-24) Sampaio, Glauber Heitor; Ladeira, Wânia Terezinha; http://lattes.cnpq.br/6439826468860167Ao considerarmos a sala de aula de língua estrangeira consistida de um intricado emaranhado de crenças, experiências e identidades culturais diversas, onde questões de ordem social, identitária, comunicativa e cultural estão em jogo a todo o tempo nas interações face-a-face, interessou-nos observar que tipos de fenômenos ocorreriam na conversa naturalística neste contexto específico. A partir da observação de dados empíricos coletados em aulas de português para estrangeiros, chamou nossa atenção o modo como as categorias de pertencimento emergem pelas ações dos participantes e são relativizadas no decorrer da interação. Baseados nessas observações, apresentamos nesta dissertação os resultados de uma pesquisa que teve como escopo principal a análise das categorias de pertencimento que emergem da fala-em-interação entre estudantes que não compartilham dos mesmos sistemas simbólicos e experiencias culturais. Através da análise de ações dos participantes e, consequentemente, do modo como tais participantes se caracterizam e caracterizam o outro, promovemos uma reflexão a respeito da comunicação intercultural na sala de aula de língua estrangeira em contexto multicultural. Para tanto, nos apoiamos principalmente no aporte teórico-metodológico referente aos estudos da Comunicação Intercultural (SORRELSS, 2013; PATEL, LI e SOOKNAMAN, 2011; RODRIGO, 2011; SPENSER-OATEY e FRANKLIN, 2009, SCHRODER, 2008, ZEGARAC, 2008), da Análise da Categorização de Pertencimento (SACKS, 1995; WATSON, 1997; SCHEGLOFF, 2007) e da Análise da Conversa Etnometodológica (GARCEZ, 2008; SACKS, 1995; SCHEGLOFF, 1991, 2002; COULON, 1987; SACKS, SCHEGLOFF e JEFFERSON, 1974; GARFINKEL, 1967). Este é um estudo de caso, autoetnográfico, de natureza qualitativa e de cunho interpretativo. Para sua realização, utilizamos dados gerados a partir da gravação de aulas em áudio. Os dados foram coletados na disciplina LET 483 - Português para Estrangeiros I -, durante o segundo semestre de 2012 e transcritos de acordo com o sistema Jefferson de transcrição (LODER, 2011). Como resultado, descrevemos os efeitos interacionais dos dispositivos de categorização dos sujeitos que emergem da comunicação intercultural entre professor e alunos. Além disso, apontamos implicações para o ensino e aprendizagem de Português como Língua Estrangeira em salas de aula multiculturais, bem como sugestões para futuras pesquisas.Item A Organização Interacional em uma Escola Waldorf: uma análise das estruturas de participação em sala de aula de Língua Portuguesa(Universidade Federal de Viçosa, 2015-03-31) Dias, Danielle Roberta; Ladeira, Wânia Terezinha; http://lattes.cnpq.br/4836830615906894Esta dissertação, embasada em teorias propostas, principalmente, pela Sociolinguística Interacional e pela Análise da Conversa Etnometodológica, investiga a organização interacional do evento aula de Língua Portuguesa em uma escola Waldorf, analisando as estruturas de participação em sala de aula, a fim de focalizar a participação e o envolvimento dos alunos. Os dados foram gerados através da observação participante e da gravação em áudio da fala-em-interação de uma turma do 6o Ano do Ensino Fundamental na maior instituição Waldorf de Minas Gerais. Após a geração dos dados, transcrevemos, segundo convenções desenvolvidas por Gail Jefferson, presentes em Sacks, Schegloff e Jefferson (2003), uma aula de Português, cuja duração é de 120 minutos, e a analisamos a partir da perspectiva êmica. Os resultados revelam que, na Parte Rítmica da aula, os estudantes mostram-se muito participativos e envolvidos com as atividades que a professora propõe, tanto que se autosselecionam para falar constantemente e, por exemplo, indicam educandos para executar as performances, sugerem verbos para a conjugação, recomendam tempos do modo indicativo e ajudam os colegas com as respostas. Outro momento da aula em que os discentes participam e envolvem-se muito ocorre, na Fase Final, com a recontagem da história do dia anterior. Já em situações de manutenção da hierarquia e assimetria na relação entre os dois principais agentes do discurso produzido em sala de aula é notória uma redução expressiva (não extinção) da participação e do envolvimento dos alunos nas atividades, o que pode ser comprovado pelas longas pausas sem tomada de turno. Porém, averígua- se algo valoroso sob a ótica educacional, visto que as práticas conversacionais ali construídas podem ser consideradas bem distintas do que normalmente se associa a uma sala de aula tradicional. Embora a docente utilize perguntas de respostas conhecidas, seu propósito não é avaliar os estudantes, mas sim coconstruir conhecimento, mesmo tendo, para isto, um trabalho adicional e custoso.Item À outra margem do eu: linguagem, subjetividade e gênero em Estranhos estrangeiros (1996), de Caio Fernando Abreu(Universidade Federal de Viçosa, 2013-04-12) Silva, Rodrigo Frausino da; Gonçalves, Gracia Regina; http://lattes.cnpq.br/5227210194234819; http://lattes.cnpq.br/6493483050391744; Siqueira, Joelma Santana; http://lattes.cnpq.br/7544225793792187; Mendes, Fernando Oliveira; http://lattes.cnpq.br/4413202502750997O presente trabalho visa perseguir a trajetória do sujeito na coletânea de Caio Fernando Abreu intitulada Estranhos estrangeiros (1996). Nesta, a qual focaliza seres errantes em um contexto de desterritorialização, a transitoriedade passa a ser a tônica, na oposição no que antes se pautava em fixidez para os mesmos, isto é, o referencial espacial, o código tanto de comportamento quanto o da linguagem. Desta feita, acreditamos que o texto desenhe um movimento de involução e evolução ao longo da caracterização das personagens que ao se auto-reconhecerem como tais, veem se instaurar um processo de adiamento incessante da sua subjetividade. O autor antecipa questões como o avassalamento dos bens de consumo na mídia e a imputação de valores vis-à-vis a destituição da autonomia do indivíduo. Estudos relacionados à sexualidade, como os de Michel Foucault, e do descentramento da subjetividade como os de Chris Weedom e Judith Butler, e da estética queer como Eve Kosofsky Sedgwick, Nick Sullivan e Guacira Lopes Louro, além de outras que repensam a pós-modernidade como Guy Debord constituem o arcabouço teórico desta pesquisa e a relação dos dêiticos de Émile Benveniste.Item A polêmica sobre a mudança climática: encenação midiática nas notícias relativas à saída dos EUA do Acordo de Paris(Universidade Federal de Viçosa, 2020-12-04) Moura, Jairo Bruno Gomes de; Vale, Rony Petterson Gomes do; http://lattes.cnpq.br/9823438464981928A mudança climática é um dos grandes temas de debate do século XXI (GIDDENS, 2010). Observando nosso contexto histórico de desenvolvimento do mundo globalizado, um dos modos mais importantes de construção do debate sobre esse tema é o meio midiático. Para analisar o tema da mudança climática na mídia, elegemos o acontecimento: a saída dos EUA do Acordo de Paris. Foram selecionadas para o corpus nove notícias disponíveis na mídia digital nacional, especificamente os sites G1, El País Brasil e Veja online, publicadas no período de maio a junho de 2017. Dito isto, analisamos a encenação da argumentação mobilizada pela mídia digital brasileira em notícias relativas à saída dos EUA do Acordo de Paris, explorando a polêmica em torno da mudança climática. As considerações sobre as Mídias e o Modo de Organização Argumentativo, assim como outras contribuições foram baseadas em Charaudeau (2001, 2004, 2005, 2014, 2015). Como fundamentação à análise da argumentação, também recorremos a Amossy (2017a, 2017b) no que tange ao discurso polêmico. Constatamos que a polêmica sobre a mudança climática se apoia principalmente no dissenso advindo do mundo da política. A mídia explora esse dissenso evidenciando uma dicotomia representada em dois polos. No primeiro polo estariam os favoráveis à responsabilização humana pela mudança climática, enquanto no outro polo estariam os que duvidam ou questionam a responsabilidade humana na mudança do clima terrestre. A polarização atende uma disposição em explorar acentuadamente a visada de incitação e com isso gerar maior repercussão das notícias na busca de maiores benefícios econômicos. A desqualificação ao adversário não é tão intensa. Nesse cenário, o tema da mudança climática perde importância. O importante é a encenação produzida em torno de uma disputa política. Palavras-chave: Polêmica. Mídia. Argumentação. Mudança climáticaItem A rainha da Lapa e o padre: uma análise discursivo-crítica das representações socio discursivas de Luana Muniz nas práticas midiáticas digitais brasileiras(Universidade Federal de Viçosa, 2019-04-25) Lima, Marcelo Rodrigues de; Gomes, Maria Carmen Aires; http://lattes.cnpq.br/5292667678757960Vivemos em uma sociedade midiatizada. As práticas midiáticas instituem significados que sustentam práticas sociais e (re)orientam a vida dos sujeitos, os quais são detentores de agência na atualização/ressignificação desses significados. Neste trabalho, investigamos as representações dos corpos/discursos transvestigêneres a partir da publicização de Luana Muniz. Com o propósito principal de analisar criticamente as representações sociodiscursivas da travesti Luana Muniz, produzidas e iteradas nas práticas midiáticas digitais brasileiras, objetivamos compreender: (i) como as práticas midiáticas representaram Luana Muniz, pe. Fábio de Melo e a publicização do encontro entre os dois; (ii) como pe. Fábio comprometeu-se em seu discurso e as valorações que tece sobre Luana Muniz; e (iii) como as vozes desses agentes sociais foram excluídas ou incluídas, articuladas e atribuídas no texto e suas implicações para uma abertura ou um fechamento da diferença. A Análise de Discurso Crítica faircloughiana, como abordagem teórico-metodológica, ofereceu os subsídios necessários para esta pesquisa, pois estabelece uma análise crítica e engajada, que compreende o discurso como espaço de lutas sociais para a manutenção e/ou transformação de relações de dominância e poder na sociedade contemporânea. Para a discussão crítica, adotamos, também, teorias sociais sobre corpo e Gênero. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, transdisciplinar, de cunho documental, de caráter interpretativo-explanatório e emancipatório. O corpus é composto pelo texto da pregação de pe. Fábio de Melo, 46 textos publicados entre a data da pregação e a data do falecimento de Luana Muniz, e outros 21 publicados após o falecimento. Selecionamos as categorias linguísticas: Representação de Agentes Sociais, Recontextualização, Interdiscursividade, Intertextualidade, Modalidade e Avaliação; e operacionalizamos as categorias sociais: Performatividade, Travesti, Corpo e Gênero. Na análise da narrativa da pregação, constatamos a negação iterada da identidade de Gênero de Luana Muniz, os discursos particulares que associam as travestis à prostituição e ao humor, a construção do corpo travesti como desumano, diferente e abjeto e a travestifobia produzida pelo sacerdote. Com base nos estudos do campo da Comunicação, articulamos as discussões de Fairclough (1992) sobre a prática discursiva, e seus estágios, com as discussões de Braga (2012), propondo um quarto estágio – a circulação. Verificamos, também, uma mudança discursiva nas recontextualizações do discurso do pe. Fábio produzidas pelas práticas midiáticas. Além disso, por meio da narrativa da trajetória de vida de Luana, discutimos o transvesticídio e a expectativa de vida de transvestigêneres no Brasil. A análise da conjuntura e dos discursos de representação dos corpos/discursos transvestigêneres apontou para a necessidade de mudanças discursivas e, consequentemente, mudanças sociais. Por fim, compreendemos que o corpo/discurso de Luana sempre foi um corpo/discurso político. A existência de Luana causou rupturas com as normas reguladoras de Gênero. As práticas sociais de Luana sensibilizaram um padre, fizeram uma Instituição olhar para os corpos/discursos que são produzidos como abjetos e desimportantes. Em Luana Muniz, percebemos a potência, a agência, a resistência do corpo/discurso transvestigênere que precisou/precisa lutar para sobreviver ao CIStema.Item A Rainha do Ignoto: a literatura utópica e fantástica de Emília Freitas como crítica à sociedade do século XIX(Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-15) Gonçalves, Guilherme Ramos; Cruz, Adélcio de Sousa; http://lattes.cnpq.br/0008648073343390A Rainha do Ignoto (1899), de Emília Freitas é a primeira obra com temática feminista e utópica de autoria feminina. Tecendo críticas por meio de elementos fantasiosos, o romance quase foi empurrado ao esquecimento. A presente dissertação analisa do livro, A Rainha do Ignoto (1899), de Emília Freitas, sua relação com o fantástico e a utilização desse elemento para criação de críticas à sociedade do Século XIX, bem como contribuir para a maior visibilidade da autora na história da literatura nacional. As abordagens teóricas se baseiam em estudos de Júlio França, Adam Roberts, Fredric, Jameson, David Roas e Tzvetan Todorov, entre outros pesquisadores da área da literatura fantástica. A partir dessas teorias forma-se a análise da obra escolhida que evidencia as críticas feitas pela autora como o papel da mulher na sociedade, escravidão, feminicídio entre outras iniquidades presentes na sociedade brasileira do século XIX. Palavras-chave: Emília Freitas. A Rainha do Ignoto. Literatura fantástica. Romance. Utopia.Item A relação entre as crenças, emoções e ações de uma professora de inglês em tempos de pandemia(Universidade Federal de Viçosa, 2021-04-05) Peron, Vagner; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/2428718843198889As crenças e as emoções estão intrinsicamente relacionadas e fazem parte da natureza humana, influenciando nossas relações pessoais e profissionais. As emoções são construtos sociais, culturais e políticos que se constroem por meio da linguagem em diferentes práticas. Elas modelam e são modeladas por contextos socioculturais (BARCELOS, 2015; ZEMBYLAS, 2004) e perpassam a prática docente (FRIDJA; MANSTEAD; BEM, 2000; HARGREAVES, 2000). Na formação de professores de línguas, faz-se necessário compreender como as relações entre esses constructos acontecem, pois as crenças tornam-se articuladas à medida que agimos e refletimos sobre elas (BARCELOS; KALAJA, 2003). Apesar dessa necessidade, em buscas realizadas, não foram encontrados, até o momento, trabalhos com foco na investigação acerca da relação entre crenças, emoções e ações de professores em serviço. Nesse sentido, este estudo objetivou desvelar e compreender a relação entre as crenças, emoções e ações de uma professora de inglês de uma escola pública localizada no interior do estado de Minas Gerais. O referencial teórico abordou estudos de crenças sobre ensino-aprendizagem de línguas (BARCELOS, 2014; BARCELOS; KALAJA, 2003, 2011, 2013; PAJARES, 1992), emoções (ARAGÃO, 2011, 2017; BARCELOS, 2015; HARGREAVES, 1998, 2000; ZEMBYLAS, 2004, 2006) e a relação entre esses conceitos e a ação (FRIJDA, MANSTEAD; BEM, 2000; RODRIGUES, 2015). Para a coleta de dados, foram utilizados uma narrativa escrita, três entrevistas semiestruturadas, duas narrativas visuais e notas de campo. Os dados foram analisados de acordo com parâmetros da pesquisa qualitativa (CRESWELL, 1998; LINCOLN; GUBA, 1985; PATTON, 1990). Os resultados sugeriram crenças acerca da importância da organização, planejamento, interação, afeto e ambiente da sala de aula; do ensino centrado nos aprendizes e do ensino remoto emergencial e tecnologias. Ademais, foi possível observar emoções de amor, paixão, gratidão, entusiasmo, conforto/contentamento, ansiedade e frustração em diferentes momentos da trajetória docente da participante ao ensinar inglês. Em relação às ações, elas se referiram ao planejamento docente, estratégias pedagógicas e didáticas, ensino da língua inglesa e interações com os aprendizes. Foi observado dois tipos de relação das emoções e crenças com ações: a) a relação interativa, mas também dissonante entre as crenças, emoções e ações da professora ao ensinar o idioma e b) a influência de demandas contextuais do novo contexto de ensino remoto nas crenças, emoções e ações da participante. Este estudo confirma o que diz a literatura na área e traz implicações para o ensino- aprendizagem de línguas e para a formação de professores de línguas. Palavras-chave: Crenças sobre ensino-aprendizagem de línguas. Emoções. Ensino de língua inglesa.Item A relação entre motivação e emoções de uma professora de inglês em formação inicial e de seus alunos(Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-05) Arcanjo, Simôni Cristina; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/7543968598253279Motivação e emoções são aspectos inseparáveis do ensino e aprendizagem de línguas (DÖRNYEI e USHIODA, 2011; HARGREAVES, 2000). A fim de ensinar e / ou aprender, um professor de línguas estrangeiras e seus alunos precisam estar minimamente motivados em seus objetivos, uma vez que, sem motivação suficiente nem mesmo as pessoas mais talentosas podem alcançar suas metas (DÖRNYEI, 2005). As emoções são um fenômeno sociocultural, político e histórico presente na área da educação e em todas as organizações em geral (HARGREAVES, 2000). Elas emergem a partir das nossas interações com outras pessoas e dos contextos nos quais nos inserimos (ZEMBYLAS, 2002, 2003, 2005, 2007). Na Linguística Aplicada, a motivação do professor tem sido pouco pesquisada, assim como sua relação com as emoções (SUSLU, 2006; DÖRNYEI e USHIODA, 2011). Assim, o objetivo geral deste estudo foi investigar a motivação e as emoções de uma professora em formação inicial e de seus alunos para ensinar e aprender a língua inglesa, respectivamente; atentando- se para a relação entre a dinâmica motivacional entre docente e aprendizes e para a maneira como motivação e emoções interagem. Para isso, esta pesquisa foi baseada, principalmente, nos pressupostos de Dörnyei e Ushioda (2011) sobre motivação, nos estudos de Zembylas (2002, 2003, 2005, 2007) sobre emoções, e na relação entre esses dois construtos de acordo com Meyer e Tuner (2006) e Dörnyei e Ushioda (2011). Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: um questionário aberto, uma entrevista semiestruturada e observação de aulas, com notas de campo. Os dados foram analisados de acordo com padrões de análise da pesquisa qualitativa (PATTON, 2002; RICHARDS, 2003; HOLLIDAY, 2007). Os resultados evidenciaram que a motivação da professora para ensinar era alicerçada no relacionamento com os seus alunos, no interesse e participação deles em sala de aula e no ambiente colaborativo que proporcionavam. Os alunos foram motivados por razões profissionais, pela professora, pelos colegas e pelo desenvolvimento linguístico percebido em inglês. A professora experienciou emoções de amor, felicidade, medo/ insegurança, insatisfação e tristeza, enquanto os alunos vivenciaram emoções de satisfação, bem-estar, medo, insegurança e vergonha. A motivação da professora e a motivação dos aprendizes interagiram de maneira recíproca, assim como as emoções e motivação dos participantes se relacionaram dinamicamente.