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    Política de segurança pública no município de Viçosa-Mg: um estudo sobre agenda
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-09-04) Galinari, Karinne Nogueira; Silveira, Suely de Fátima Ramos; http://lattes.cnpq.br/4530761545010865
    A Segurança Pública é tradicionalmente compreendida, por atores governamentais e não governamentais, como função restrita dos Estados, indicando que, aos municípios caberia o papel de atores coadjuvantes nesse processo. O que se verifica é que hodiernamente, as Prefeituras precisam assumir o papel de corresponsáveis nas ações relacionadas à segurança, buscando apoio das diversas entidades públicas e privadas, para que os problemas que ocorrem em âmbito municipal, sejam solucionados de forma planejada, integrada e eficaz. Tendo em vista a importância deste debate e da atuação municipal nesta área, buscou-se verificar como esse assunto é tratado no Município de Viçosa – MG, que, se segundo dados do Indice Mineiro de Responsabilidade Social apresenta os piores indicadores de criminalidade da região em que está situado. Dessa forma, torna-se relevante observar como as articulações, o trânsito e o debate sobre o papel dos entes federativos – no caso da presente pesquisa, os municípios – e sociedade civil contribuem para construção e inserção de temas na agenda política local e como as políticas de segurança passam a ser formuladas, se existirem políticas sendo formuladas e implementadas. Para isso, propôs-se as seguintes questões de pesquisa: Como as questões relacionadas à segurança pública são tratadas em âmbito local? Existe uma agenda pública local de segurança? De modo a responder tais questionamentos, a presente pesquisa teve como objetivo geral analisar se existe e como se dá o processo de formação de agenda local de segurança pública. Especificamente buscou-se: (i) investigar como a segurança pública é compreendida por atores governamentais e não governamentais, como eles se articulam e qual é o papel de cada um; (ii) identificar as principais demandas relacionadas à temática segurança pública, bem como a forma de atuação do governo local sobre elas (como são solucionadas); (iii) identificar quais as condições locais e a percepção da população que chamam a atenção para construção de uma agenda de política de segurança; (iv) identificar se há uma agenda política, ou agenda de decisão, voltada para a segurança pública local. A análise foi conduzida numa abordagem mista - qualitativa e quantitativa. Foram realizadas 13 entrevistas em profundidade com atores governamentais do Legislativo, do Executivo e do Judiciário; representantes das Polícias Civil e Militar; representante do Presídio de Viçosa; representantes dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, Tutelar, da Mulher, Antidrogas e de Segurança Pública, além de membros de duas entidades representativas da cidade. A análise documental foi realizada por meio da analise das Atas Ordinárias e Extraordinárias da Câmara Municipal de Viçosa (Atas), entre os anos de 2005 a 2015; notícias sobre Segurança Pública, violência e criminalidade em Jornal impresso da cidade, no período de 2009 a 2015, além de consulta aos registros dos indicadores de criminalidade da Polícia Militar no período de 2009 a 2016. Realizou-se, ainda, pesquisa sobre percepção e vitimização junto aos munícipes de Viçosa-MG, quando foram aplicados 220 questionários. No tratamento dos dados foi utilizada metodologia qualitativa - método de análise de conteúdo - para analisar os documentos e entrevistas; e metodologia quantitativa - Modelagem de Equações Estruturais para tratar dos dados coletados através dos questionários. Os resultados da análise dos dados sugeriram que não existe uma agenda governamental para tratar de segurança pública na cidade, embora a questão seja discutida e sejam adotadas ações emergenciais a partir da ocorrência de algum evento que chame a atenção e gere comoção na população. Tanto na análise das Atas, quanto nas declarações dos entrevistados, fica clara a percepção de problemas pelos atores, com muitas discussões e realização de Audiências Públicas na cidade, que, entretanto, não resultam em planejamento, formulação e implementação de políticas públicas de segurança. Observou-se, a partir das declarações dos atores governamentais que, esses atores compreendem que a função de zelar pela segurança é do Estado, cabendo ao município realizar o atendimento de demandas emergenciais, não atendidas pelo governo estadual. Em relação à percepção da população verificou-se que existe a preocupação com a segurança, com a estrutura da polícia e a necessidade de estabelecimento de uma agenda de segurança pública na cidade. Palavras Chaves: Agenda; Políticas Públicas; Segurança Pública; Município.
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    Entraves à implementação da política de responsabilidade social empresarial da indústria extrativa de mineração em Moçambique, AF.
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-09-23) Utuji, Cecília Arnaldo; Cunha, Nina Rosa da Silveira; http://lattes.cnpq.br/5644719701320098
    O presente estudo teve como objetivo geral analisar os entraves para implementação da Política de Responsabilidade Social Empresarial pela indústria extrativa minerária em Moçambique, AF. Para efeito da pesquisa, escolheu-se o modelo de análise proposto por Sabatier e Mazmanian, com foco na identificação das variáveis que podem dificultar o alcance dos objetivos estabelecidos pelos formuladores da política. Os autores propõem uma estrutura de implementação de políticas, ou a Policy Implementation Framework, como direção a ser seguida por pesquisadores na análise da implementação de políticas. Não obstante, foi necessária a adaptação de algumas variáveis desse modelo às apresentadas por Rua (2014), dada a clareza com que as apresenta, o que viabilizou a análise da política em pauta. Estes autores propõem um modelo de análise cujo critério é a identificação de variáveis que afetam a consecução dos objetivos prescritos no decorrer da implementação de políticas públicas e compreende três categorias: tratabilidade do problema, capacidade do estatuto em estruturar o processo de implementação da política e efeitos de contexto no apoio aos objetivos da política. Dessa forma, o modelo possibilitou a identificação das variáveis (jurídicas e de contexto) que afetam a implementação da política de Responsabilidade Social Empresarial em Moçambique. De natureza qualitativa, a pesquisa possibilitou uma análise de cunho interpretativo, decifrando as variáveis que influenciam na conformação do grupo-alvo ante as diretrizes prescritas para o alcance de metas estabelecidas. Também de cunho exploratório, permitiu evidenciar possíveis entraves que influenciaram negativamente na implementação da política pública, explorando analiticamente os dispositivos legais que a regulamentam. Metodologicamente, procedeu-se à pesquisa documental e bibliográfica, identificando-se dispositivos legais (Resolução e Diploma Ministerial), relatórios, artigos, livros, teses e dissertações. Para análise de dados, adotou-se a técnica de análise de conteúdo, utilizando a técnica de análise categorial em grade fechada, embasada no modelo proposto por Sabatier e Mazmanian (1980). De modo geral, a pesquisa indicou entraves jurídicos e de contexto, como a coordenação centralizada nos atores soberanos (governo central e as concessionárias) detentores de recursos legais e financeiros. Esse entrave evidencia a falta de interesse em incentivar a participação social (entrave de contexto), o que, por conseguinte, condiciona a implementação discricionária de programas sociais de Responsabilidade Social Empresarial pelas concessionárias. Em razão de não existir tecnologia de mensuração da conformidade das concessionárias às disposições desses instrumentos legais em prol do desenvolvimento das comunidades abrangidas (entrave jurídico), agravado pela omissão de informações sobre a relação entre o governo e as concessionárias e sobre as contribuições para implementação de programas sociais no âmbito da RSE (entrave de contexto), não há como conhecer a real contribuição das concessionárias em benefício das comunidades locais. Além disso, os sindicatos, que poderiam influenciar positivamente a posição do Estado, não estão incluídos no processo, o que gera intrigante entrave de contexto. Observou-se, ainda, mais um importante entrave de contexto, do próprio arranjo político-institucional, para implementação da política em pauta, porque ele foi desenhado conferindo a responsabilidade de criar políticas, procedimentos e sistemas de gestão de investimento social no âmbito da RSE às concessionárias. Portanto, o baixo alcance dos resultados da política não é influenciado pelo poderio econômico das concessionárias, mas pelos entraves inerentes à formulação da política e do Guia de Implementação da Política Pública, que se manifestam durante a implementação, dada a complexidade do processo. Por se tratar de uma política concebida de cima para baixo, abordagem top-down, recomenda-se para futuros estudos que seja considerado o modelo de análise adotado nesta pesquisa para a interpretação de outras políticas públicas moçambicanas e africanas. Ainda, sugere-se que a comunidade acadêmica estude o processo de formulação da política e verifique se a construção de seus objetivos e metas condiz com a realidade moçambicana e, em especial, das comunidades beneficiárias, tendo em conta a diversidade de demandas e circunstâncias nesses locais, visando ao desenvolvimento social, cultural e econômico da sociedade moçambicana em geral. Palavras-chave: política pública. Entraves à implementação de política pública. Respnsabilidade Social Empresarial. Moçambique, AF.
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    A política da SUDENE e o desenvolvimento socioeconômico dos municípios no estado Espírito Santo, Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-18) Moura, Hanah Aridi; Almeida, Fernanda Maria de; http://lattes.cnpq.br/7274934145611482
    A presente dissertação teve por escopo analisar as implicações da política da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) sobre o desenvolvimento socioeconômico nos municípios do estado do Espírito Santo. Buscou-se averiguar se os municípios espírito-santenses que, estão no âmbito de atuação da Sudene, tiveram alterações no seu desenvolvimento, capazes de diminuir a desigualdade regional ou de alterar estruturalmente seus indicadores econômicos e sociais, conforme o objetivo da superintendência. Para tanto, foram utilizados como instrumentos metodológicos os seguintes procedimentos: abordagem qualitativa descritiva e regressões com dados em painel dinâmico e estatico. Os resultados indicaram que a atuação da Sudene no estado surtiu efeitos restritos sobre o desenvolvimento regional, cabendo reformulações nas ações da superintendência para que ela alcance seu objetivo de desenvolver os municípios sustentavelmente. Embora os resultados obtidos não tenham se mostrado muito satisfatório, ainda é necessário considerar que os beneficiamentos e os incentivos fiscais proporcionados pela Sudene foram responsáveis por geração de empregos e crescimento local de alguns municípios. Palavras-chave: Sudene. Desenvolvimento regional. Incentivo fiscal.
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    Os arranjos institucionais e as capacidades estatais no Programa Mais Médicos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-05) Macedo, Alex dos Santos; Ferreira, Marco Aurélio Marques; http://lattes.cnpq.br/7743318902282361
    Esta pesquisa procurou analisar as implicações dos inter-relacionamentos dos arranjos institucionais e das capacidades estatais na implementação e nos resultados do Programa Mais Médicos (PMM), iniciado em 2013, bem como avaliar a sua efetividade em promover mudanças nos resultados da Atenção Básica (AB) à saúde. Neste sentido, três estudos independentes, porém, complementares, foram desenvolvidos. No primeiro, estudou-se o processo de implementação do eixo emergencial do PMM, analisando as capacidades estatais (técnico-administrativas e político relacionais) mobilizadas ou não pelo arranjo institucional do programa. A partir de entrevistas semiestruturas e de análise documental constatou-se que num primeiro momento, logo após a implantação do programa, o mesmo tinha centralidade política na agenda governamental e apoio popular e de gestores. Assim, o arranjo favoreceu a mobilização de capacidades estatais. Porém, mudanças de atores centrais no arranjo de implementação após a ruptura governamental no ano de 2016, em função do contexto sociopolítico, aliado a pressão de grupos de interesses, enfraqueceu as capacidades estatais de implementação do Mais Médicos. No segundo estudo, analisou-se o processo alocativo de médicos pelo PMM, se o mesmo foi orientado por critérios equitativos. A partir da construção do Índice de Vulnerabilidade e Condições de Saúde (IVCS), com variáveis socioeconômicas e de saúde dos municípios brasileiros em dois momentos do tempo, anterior a implementação do PMM, no ano de 2012 e, posteriormente, no ano de 2015, procedeu-se com a alocação de médicos considerando o indicador proposto. Os resultados mostraram que o PMM contribuiu para reduzir as desigualdades regionais de disponibilidade de médicos ao alocá-los em municípios com severa e alta vulnerabilidade no IVCS, de pequeno porte populacional e aqueles situados nas regiões Norte e Nordeste do país. Esse conjunto de municípios eram os mais necessitados e, portanto, foram priorizados. Entretanto, as evidências também apontaram falhas no processo alocativo e diminuição da oferta regular de médicos. Por fim, o último estudo analisou os efeitos do PMM a partir de estudos quase-experimentais em alguns indicadores de saúde de municípios em situação de alta e severa vulnerabilidade, considerando o IVCS do ano de 2012.
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    Fundo de participação dos estados e suas implicações nos gastos, arrecadação e desenvolvimento econômico dos estados brasileiros
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-06-24) Louzano, João Paulo de Oliveira; Abrantes, Luiz Antônio; http://lattes.cnpq.br/2102924556086343
    O Federalismo Fiscal brasileiro faz uso intensivo de mecanismos de repasses interjurisdicionais como estratégias de combate à pobreza e às diferenças regionais no país, mesmo reconhecendo- se que, se forem mal idealizadas, podem gerar ou agravar demandas regionais já existentes e criar externalidades que afetam o comportamento dos gastos, da arrecadação e do desenvolvimento econômico dos governos receptores. Diante desse possível distúrbio das transferências sobre as unidades receptoras, este estudo objetivou avaliar o efeito dos repasses do Fundo de Participação dos Estados (FPE) sobre a arrecadação própria, os gastos e o desenvolvimento econômico dos estados brasileiros. A escolha do Brasil como unidade de análise se deve ao fato da disponibilidade de dados consistentes, da quantidade, da diversidade e da representatividade das unidades federativas, além de apresentar grande variabilidade econômica, de desenvolvimento e instituições entre esses entes, e pelo considerável repasse de recursos entre os estados por meio do FPE. Diante do exposto, parte-se da tese que ao considerar a dependência espacial e a defasagem temporal, o repasse do Fundo interfere de forma negativa no esforço fiscal, expande os gastos públicos e apresenta efeito negativo na redução das desigualdades econômicas. Para o alcance dos objetivos propostos utilizou-se um painel de dados com as 27 unidades federativas brasileiras no período de 1997 a 2016, utilizando os modelos de regressão System GMM, Testes de Causalidade em Dados em painel e Modelo Espacial de regressão em Dados em Painel. Os resultados encontrados apontaram que o volume de transferências do FPE recebido pelos estados altera seu comportamento fiscal, estimula o aumento dos gastos públicos e reduz o esforço de arrecadação própria. Evidenciou-se, também, que ao controlar a dependência espacial, o FPE defasado espacialmente apresenta efeito negativo no PIB per capta dos estados, indicando que os critérios para a determinação do repasse do fundo devem ser ampliados considerando outros fatores além da equalização dos desiquilíbrios horizontais entre os estados. Palavras-chave: Fundo de Participação Estadual. Federalismo fiscal. Descentralização. Desenvolvimento Econômico. Finanças Públicas.
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    A representação de interesses na construção sociopolítica do setor de energia eólica no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-05) Soares, Ítalo Nogueira; Gava, Rodrigo; http://lattes.cnpq.br/9047387537624652
    A presente dissertação tem como objetivo analisar a organização política do mercado de energia eólica no Brasil. A pesquisa se concentrou na hipótese de que os grupos de interesses posicionados no mercado de energia eólica brasileiro buscam diversas formas de representação política e agem estrategicamente para pautar a agenda governamental em diferentes níveis. No esforço de influenciar a tomada de decisão dos agentes públicos, os grupos de interesse constroem estruturas de relações sociais e utilizam recursos financeiros, informacionais e organizacionais ao ponto de formarem um subsistema político que atrela interesses públicos e privados. Nesse sentido, o percurso da pesquisa contou com a investigação das interações entre grupos econômicos e políticos em múltiplas arenas de interesse como: a arena de disputa eleitoral; a esfera legislativa, onde executivo e legislativo atuam como entes reguladores da operação do setor de eólica por meio de leis; as audiências públicas da Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados, arena onde políticas públicas do setor são discutidas; as audiências públicas da Agência Nacional de Energia Elétrica, arena onde a regulação do setor energético é executada e onde os grupos de interesse buscam influenciar diretamente. Conclui-se, com a síntese do trabalho, que o subsistema político em torno das políticas públicas da energia eólica é um campo que surgiu a partir de interesses econômicos já estabelecidos, e que as arenas políticas apresentaram diferentes permeabilidades ao interesses privados, ora pendendo para uma relação clientelista, ora declinando para o insulamento burocrático, padrão de interação que rememora uma forma particular de relação entre Estado e sociedade fomentada historicamente pelas instituições políticas e econômicas brasileiras.
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    Fatores institucionais associados ao controle interno na gestão de governos municipais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-25) Lopes, Gabriela Brandão; Valadares, Josiel Lopes; http://lattes.cnpq.br/5456958079124793
    Na estrutura da administração pública brasileira identifica-se a previsão legislativa de mecanismos de controle de suas atividades inerentes, que possam ser exercidos por agentes de dentro e de fora da estrutura administrativa do Estado. Esse controle deve ser desempenhado em cada um dos órgãos públicos, sendo ele exercido pela população, chamado de controle social, através do voto ou do controle das ações do governo, como representação e petição aos órgãos públicos, ação popular, ação civil pública, dentre outros; por organizações externas às entidades públicas, chamado de controle externo, através do poder legislativo, com auxílio dos Tribunais de Contas; e pela própria entidade, com seus funcionários e estrutura, chamado de controle interno. O sistema de controle interno é considerado um instrumento de aprimoramento da gestão pública e um mecanismo de accountability horizontal, mas que carece de compreensão mais aprofundada sobre seu funcionamento para além dos textos legais, principalmente em contextos locais. Desta forma, o objetivo geral deste trabalho é compreender a influência dos fatores associados à institucionalização do controle municipal no processo da transparência pública e accountability. Para execução, tomou-se como unidades de análise os municípios mineiros de Belo Horizonte e Uberlândia, sendo os dados coletados por meio de análise documental, observação direta e entrevistas em profundidade, que foram analisados utilizando-se a técnica de Análise de Conteúdo. Por meio do estudo das normas e previsões legais, constatou-se que a cidade de Belo Horizonte possui o hábito de publicação de mecanismos formais próprios relacionados especificamente às práticas de controle interno, com leis, decretos e portarias, enquanto que em Uberlândia o controle intemo se utiliza de memorandos para a comunicação de práticas de controle, meios de fiscalização e procedimentos. Já em relação à institucionalização do controle interno em governos locais, percebeu-se em Belo Horizonte a autonomia organizacional da entidade, que busca por legitimação perante outros órgãos, e em Uberlândia foram constatados fatores contingenciais que prejudicam a institucionalização de novas práticas de controle, conjugados à sobrecarga de serviços operacionais para o setor, o que limita a execução de trabalhos técnicos. Por fim, em relação à transparência e accountability local, percebeu-se que na cidade de Belo Horizonte as ações relacionadas são de responsabilidade do controle interno e que a relação entre a sociedade e governo local é facilitada por canais como ouvidoria, transparência e combate à corrupção. Em Uberlândia, ações relacionadas à transparência não são de responsabilidade do controle interno, mas da secretaria de administração do município, além do fato de que o município possui baixo desempenho no indicador nas avaliações do CGU e MPU. Portanto, percebeu-se nesse trabalho que o bom desempenho das atividades do controle interno em governos locais tende a estar relacionado à sua estrutura organizacional, autonomia, independência e existência de atores capacitados, experientes e com poder, o que aumenta o capital institucional da organização e, por consequência, sua efetividade.
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    Benefícios e competição fiscal entre Estados brasileiros: judicialização da “guerra fiscal” do ICMS no Supremo Tribunal Federal
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-12-14) Rezende, Rafael de Oliveira; Abrantes, Luiz Antônio; http://lattes.cnpq.br/7208783593813620
    O lado mais explícito do federalismo competitivo brasileiro manifesta-se por meio da renúncia de receitas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a partir da concessão de benefiícios/incentivos fiscais, financeiros, creditícios e/ou locacionais de forma inconstitucional, ou seja, à revelia da celebração de convênios no âmbito do Confaz. Deste modo, caracteriza-se a denominada “guerra fiscal”, a qual pode ser definida como uma disputa de investimentos entre os entes estaduais da federação, mediante a concessão de vantagens às empresas, na ânsia de atrair empreendimentos para fomentar o desenvolvimento local. Sendo assim, com frequência são ingressadas Ações Direitas de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF), no intuito de dirimir o conflito federativo gerado por essa concessão irregular de beneficios/incentivos. Em função disso, o objetivo do presente estudo consistiu-se em analisar a “guerra fiscal” do ICMS a partir da propositura das ADIs no STF. Para tanto, utilizou-se a abordagem qualitativa mediante pesquisa documental em fonte secundária de dados, principalmente no sítio da Suprema Corte, sendo que os dados foram analisados por meio de categorias propostas para a realização da análise de conteúdo. Como resultado, localizou-se 214 ADIs referentes a “guerra fiscal” do ICMS de 1989 a 2017, destacando-se o protagonismo dos Estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, e conferindo centralidade às regiões Sudeste e Sul nessa disputa. Além disso, observou-se a predominância dos beneficios/incentivos fiscais, em sentido stricto, concedidos, principalmente, ao setor industrial (segmento automotivo, de processamento eletrônico de dados, farmacêutico, petroleiro, entre outros) por meio, essencialmente, de crédito presumido, isenção, redução da base de cálculo e diferimento. Portanto, apesar da atuação paliativa do STF, a concessão de incentivos fiscais e a adoção de medidas protecionistas ainda têm sido uma prática amplamente difundida de norte a sul da federação, todavia, a Lei Complementar nº 160/2017 possivelmente veio pôr fim a judicialização da “guerra fiscal” ao prever a convalidação dos beneficios/incentivos fiscais concedidos à revelia dos convênios do Confaz.
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    Qualidade da educação básica, eficiência e desenvolvimento: uma análise para os municípios brasileiros sob a perspectiva dos gastos públicos.
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-27) Bernardo, Joyce Santana; Almeida, Fernanda Maria de; http://lattes.cnpq.br/1258311841429298
    Para entender como a eficiência nos gastos públicos com educação contribui para o desenvolvimento socioeconômico municipal brasileiro, quantificou-se, em um primeiro momento, um Índice de Qualidade Geral da Educação Municipal (IQGEM), que inclui aspectos micro e macroestruturais: desempenho escolar, fluxo do ciclo escolar e tamanho das turmas, no período de 2009 a 2013. Ainda, para entender os efeitos dos recursos educacionais desagregados, bem como de fatores sociais no IQGEM, utilizou-se a Regressão Beta Inflacionada. Com qualidade educacional média de 0,61 pontos, o IQGEM foi influenciado por investimentos em infraestrutura escolar e os aspectos sociais, como acesso à saúde e infraestrutura municipal. Depois de obter os valores de IQGEM, e considerando a necessidade de ter gestão eficiente dos recursos para contribuir com resultados melhores nas avaliações do ensino público, estimou-se um modelo de Fronteira Estocástica com dados em painel para avaliar a eficiência municipal quanto à alocação de recursos educacionais. Foi evidenciado que os gastos com infraestrutura, serviços terceirizados a pessoas jurídicas e “outras” são propulsores do processo educacional. Ainda que haja ineficiência técnica média de 12,75%, os municípios mais eficientes foram os que destinaram mais recursos à saúde e infraestrutura municipal por habitante, possuem menos alunos em sala de aula e, principalmente, os que tinham cerca de 90% dos alunos matriculados na série coerente à idade. Por fim, com os escores de eficiência média calculados, analisou-se a influência desta eficiência no desenvolvimento, representado pelo Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM). Os resultados indicaram que a eficiência tem relação positiva com o IFDM. Além disso, verificou-se que tal desenvolvimento é um processo em constante mudanças e reforça que o crescimento econômico é um dos aspectos importantes para propiciar melhorias no IFDM. Ainda, as características não quantificáveis e individuais dos municípios (heterogeneidade não observada/efeitos fixos) influenciou o IFDM, mais, inclusive, que a saúde e a renda municipal. Assim, reafirma-se a importância da elaboração de políticas públicas conjuntas, que prezam pelas melhorias dos setores sociais e econômicos, visto que, em conjunto, os benefícios refletem em melhorias para o avanço educacional e com o desenvolvimento do município. Ademais, com esses avanços toda a comunidade local pode ser favorecida, com acesso a melhores condições de saúde, educação e renda.
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    Desdobramentos do desenvolvimento do turismo na configuração espacial de Pirenópolis-GO
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-29) Marques, Ariane Belcavelo Silveira; Xavier, Wescley Silva; http://lattes.cnpq.br/5390020888008320
    A cidade foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1989 como conjunto arquitetônico, urbanístico, paisagístico e histórico e, a partir desse momento, passou a receber investimentos do poder público, em parceria com instituições privadas, para impulsionar o turismo na região. Para compreensão do contexto atual do município, considerou-se o recorte temporal de 1989 a 2018 e o recorte territorial de análise do Centro Histórico e entorno, uma vez que nesses espaços, o desenvolvimento turístico provocou grandes mudanças na reconfiguração do espaço, assim como a reorganização social devido à valorização do espaço para comercialização do turismo, baseado na essência capitalista. Os procedimentos metodológicos dessa pesquisa foram de abordagem essencialmente qualitativa, classificados como exploratória e descritiva. A coleta de dados ocorreu por meio das pesquisas bibliográfica e documental, entrevistas com roteiro semiestruturado e observação não participante, sendo empregada a técnica da análise de conteúdo. As entrevistas foram aplicadas a cinco tipos de agentes diferentes, sendo: Iphan, poder público municipal, empresários, população local e turistas. Dentre as limitações, destacam-se a dificuldade ao acesso aos documentos solicitados parte do poder público e a negativa de entrevista do Iphan. Historicamente, o espaço urbano de Pirenópolis foi produzido por meio de quatro ciclos, sendo o Ciclo do Ouro; da Agricultura e do Comércio; da Arte e da Pedra e o do Turismo. Nesse contexto, por meio das entrevistas, identificou-se como a forma de resgate às tradições históricas relacionadas ao espaço urbano possui significação identitária para a população pirenopolina, o que caracteriza um dos desdobramentos do processo analisado. Dentre as politics (processos políticos que envolvem o turismo e a transformação do espaço), as diretrizes legais e da urbanização turística destacam-se pela dificuldade de regulamentação e pela falta de fiscalização por parte do poder público. A pesquisa de campo possibilitou a compreensão dos desdobramentos que se configuram no caráter relacional da produção do espaço, envolvendo questões de ordem concreta e simbólica do indivíduo com o próprio espaço onde vivencia. Dentre as modificações causadas pelo espaço-tempo na produção do cenário para o turista, houve processos de gentrificação no Centro Histórico, reconfigurando o espaço e transformando o entorno com a construção de condomínios privados, assim como o afastamento da sociedade para áreas rurais devido à valorização imobiliária. Foi identificado que as ênfases do desenvolvimento econômico sobrepõem as relações sociais, culturais, histórica e ambientais no processo de urbanização turística devido à essência capitalista, reflexo do processo político do desenvolvimento geográfico desigual da produção do espaço que se configura na relação socioespacial. Observa-se a inexistência de governança e de cooperação público-privado-sociedade entre os atores que deveriam participar desse processo. Essa falta de interação pode acabar prejudicando os processos e a elaboração de políticas públicas de planejamento urbano e da atividade turística, assim como as ações de promoção e apoio à comercialização de forma integrada.