Teses e Dissertações
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Teses e dissertações defendidas no contexto dos programas de pós graduação da Instituição.
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Item A progressão da Doença Renal Terminal no desenvolvimento de complicações e na sobrevida de pacientes submetidos à Terapia Renal Substitutiva: uma coorte de 20 anos(Universidade Federal de Viçosa, 2020-03-03) Ferreira, Emily de Souza; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/8841805503827117Introdução: a Doença Renal Crônica (DRC) e sua evolução para a Doença Renal Terminal (DRT), configura-se como um grave problema de saúde pública mundial. A hemodiálise (HD) é uma das modalidades da Terapia Renal Substitutiva (TRS) mais frequentemente utilizada. No entanto, no primeiro ano do tratamento, muitos fatores podem estar envolvidos na alta taxa de mortalidade, por isso, determinar a sobrevida de pacientes renais em HD, a dinâmica dos biomarcadores e as principais complicações que podem levar ao óbito como a anemia, inflamação e desnutrição, são imprescindíveis para o aperfeiçoamento do cuidado e a melhora da sobrevida desses indivíduos. Objetivos: avaliar a progressão da DRT, o desenvolvimento de complicações e a sobrevida de pacientes em TRS submetidos à HD da microrregião de saúde de Viçosa, Minas Gerais, bem como avaliar a influência de marcadores inflamatórios e catabólicos entre pacientes sobreviventes e não sobreviventes à HD. Métodos: trata-se de uma coorte retrospectiva dinâmica de 20 anos, realizada com 422 indivíduos incidentes que iniciaram a HD em 1998 (início do seguimento) até 2018 (final do seguimento) no município de Viçosa, Minas Gerais. Os dados foram obtidos de prontuários médicos dos pacientes em tratamento e do sistema de registro computadorizado do Serviço de Nefrologia, onde o estudo foi realizado. Os dados referentes a linha de base dos pacientes foram: sexo, idade, raça, ocupação, estado civil, tempo de permanência no tratamento, características da hemodiálise e a causa principal da DRT. Após o início da terapia foram coletadas informações sobre a investigação bioquímica incluindo informações do hemograma completo, marcadores nutricionais e inflamatórios. O método de Kaplan-Meier foi utilizado para calcular a taxa de sobrevida cumulativa. Também foi feito o teste de Log- Rank, Breslow e Torane-Wave e o modelo de riscos proporcionais de Cox. Além disso, o teste Kolmogorov-Smirnov foi utilizado para avaliar a normalidade da distribuição das variáveis e a força da associação entre a variável dependente (óbito) e as variáveis explicativas foi avaliada por Odds Ratio. A análise de regressão logística multivariada foi realizada para identificar preditores independentes de mortalidade. Para todos os testes foi fixado o nível de significância de 5%. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitêde Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob número de parecer 2.459.555. Resultados: dos 422 pacientes investigados, 254 (60,2%) vieram a óbito. O tempo médio de sobrevida foi de 6,79 ± 0,37 anos (média ± desvio padrão) e a taxa de sobrevida no primeiro ano foi de 82,3%. Os resultados dos modelos ajustados por Cox mostraram que a pielonefrite obstrutiva crônica como causa de DRC é um fator de risco para óbito, pacientes com valores adequados de ferritina, de fósforo sérico e de albumina sérica possuem menores riscos de óbito. Em contrapartida, pacientes com valores elevados de ferro sérico, proteína sérica, cálcio sérico e valores adequados de leucócito apresentam maior risco de óbito. Já na regressão logística, a ureia pré-diálise aumentada e o tempo de tratamento são protetores para o óbito, enquanto o aumento da idade (ser mais velho) na entrada da HD, o número de contagens da hemácia, a fosfatase alcalina e o nPCR, são fatores que aumentam a chance de óbito. Conclusões: mais da metade da amostra veio a óbito neste estudo, sendo que a taxa de sobrevida no primeiro ano foi de 82,3%. Além disso, parâmetros importantes relacionados a anemia (ferro sérico, ferritina e albumina), a desnutrição (nPCR, fosfatase alcalina) e ao próprio tempo de tratamento foram altamente relacionados a baixa sobrevida desses pacientes. Tudo isso indica que a dinâmica dos biomarcadores, dos parâmetros clínicos e da inter-relação entre as complicações decorrentes do tratamento na condição basal (primeiro mês de admissão em HD), são preditores de mortalidade precoce em pacientes incidentes e causam outras graves complicações, tais como a inflamação, acidose metabólica e a resposta catabólica inflamatória. Os achados deste estudo ratificam ainda a necessidade da continuidade e aprofundamento dos estudos relacionados as complicações que esses pacientes apresentam e a dinâmica de outros biomarcadores, a fim de evitar o óbito precoce e melhorar a qualidade de vida desses pacientes. Palavras-chave: Doença renal terminal. Terapia renal substitutiva. Hemodiálise. Sobrevida. Sistema Único de Saúde.Item Ambiente alimentar no território das escolas urbanas de Viçosa, Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-20) Novaes, Taiane Gonçalves; Pessoa, Milene Cristine; http://lattes.cnpq.br/7285960218295637O ambiente alimentar no território escolar pode influenciar o consumo alimentar das crianças e dos adolescentes, de maneira positiva ou negativa, a depender dos alimentos que são comercializados. Dessa forma, o estudo teve por objetivo analisar o ambiente alimentar no território das escolas urbanas públicas e privadas de Viçosa – MG. Trata-se de estudo exploratório, realizado em 2016, com todas as escolas e todos os estabelecimentos de venda de alimentos da zona urbana de Viçosa – MG. A listagem das escolas foi fornecida pela Secretaria Municipal de Educação e as informações sobre renda da vizinhança foram obtidas utilizando- se dados do censo demográfico do ano de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Os dados sobre os estabelecimentos de venda de alimentos foram coletados por avaliação objetiva do ambiente, por meio da aplicação de questionários propostos a partir da adaptação de instrumento desenvolvido para a realidade brasileira. Estes foram categorizados em saudáveis, não saudáveis, mistos e supermercados, segundo a predominância dos itens vendidos. Os pontos dos estabelecimentos e das escolas foram georreferenciados a partir dos endereços. Avaliou-se a distribuição dos estabelecimentos nos buffers de 400 e 800 metros do território das escolas, estratificada de acordo com o tipo das escolas (públicas ou privadas), os níveis de ensino (escolas que oferecem ensino médio e escolas que oferecem apenas ensino infantil e/ou fundamental), a localização (central ou não central) e a renda per capita da vizinhança (em tercis). A proximidade dos estabelecimentos de venda de alimentos em relação às escolas foi avaliada pela distância euclidiana, em metros. A função K de Ripley bivariada foi utilizada para avaliar a existência de agrupamento dos estabelecimentos no território das escolas. Observou-se que todas as escolas tinham pelo menos um estabelecimento de venda de alimentos no seu território, sendo os estabelecimentos de venda predominante dos alimentos não saudáveis os mais presentes. A distância mediana da escola para qualquer tipo de estabelecimento foi de 52,2 metros, estando as escolas mais próximas dos estabelecimentos não saudáveis e mais distantes dos supermercados. As escolas privadas, com oferta de ensino médio, localizadas na região central e no tercil de maior renda dispuseram de mais estabelecimentos de venda de alimentos no seu território, com maior proximidade e agrupamento de todas as categorias de estabelecimentos. Observou-se evidência de agrupamento dos estabelecimentos de venda de alimentos em todas as distâncias analisadas (0 a 1,5km), com até 3 vezes mais estabelecimentos do que seria esperado. Ao avaliar os tercis de renda per capita da vizinhança, observou-se que a aglomeração dos estabelecimentos de todas as categorias no território das escolas aumentou de acordo com o aumento da renda. Os escolares estão mais expostos ao ambiente alimentar não saudável, o que pode ser um fator para contribuir com escolhas alimentares inadequadas. Demonstra-se a necessidade de ações que visem a melhoria do ambiente alimentar, como a instalação de estabelecimentos saudáveis e em menor distância das escolas, especialmente nas regiões de menor renda.Item Análise multidimensional da insegurança alimentar e nutricional da população urbana do estado do Tocantins(Universidade Federal de Viçosa, 2019-10-11) Schott, Eloise; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/6771700731084418O desenvolvimento de pesquisas que analisam fatores associados à insegurança alimentar e nutricional são imprescindíveis para o planejamento de ações e políticas públicas de promoção da saúde, bem como, para o direcionamento adequado e prioridades para aplicação de recursos materiais, financeiros e humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e fatores associados a insegurança alimentar e nutricional da população urbana do estado do Tocantins. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, inserido no projeto de Fortalecimento do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional nos Estados do Amapá, Pará e Tocantins, realizado na área urbana de 22 municípios divididos nas 08 microrregiões do Estado do Tocantins. Foi utilizado um plano de amostragem complexa por conglomerados, dividido em três estágios. Para o cálculo amostral considerou-se o tamanho da população (N), o total de domicílios da zona urbana do estado do Tocantins; a prevalência (p) de insegurança alimentar no estado; erro tolerável (d) de 5%; efeito do desenho do estudo (EDFF) de 1,5 e nível de confiança de 95% (α=5%). Foram adicionados 10% para controle de fatores de confusão, perfazendo um total de 595 domicílios estudados. Os dados foram coletados em duas etapas: primeiramente obtiveram-se informações sobre os municípios e dados relacionados a diferentes determinantes locais/regionais da (in)segurança alimentar e nutricional. Posteriormente realizou-se avaliação da insegurança alimentar e nutricional e seus determinantes nos níveis domiciliar/individual, a partir de visitas domiciliares. Foi realizada dupla digitação dos dados no programa Microsoft Excel 2010 ® e o tratamento estatístico foi conduzido com auxílio do Software Stata® versão 14.0. Foram realizadas análises de regressão logística multinomial, teste de Qui-quadrado de Pearson, teste de tendência linear e teste de Mann-Whitney, e para todos considerou-se como nível de significância estatística α =0,05. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Viçosa sob parecer no 1.561.102, e todos os participantes assinaram previamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os 7 resultados apontam que a insegurança alimentar atinge 63,4% da população do estado do Tocantins, e as microrregiões com maiores prevalências de insegurança alimentar também apresentam condições preocupantes em relação aos indicadores sociais, saneamento básico e estado nutricional. Observou-se que a baixa escolaridade do chefe de família, baixa renda per capita, recebimento de benefício de programa socioassistencial e falta de água potável no domicílio foram associados à insegurança alimentar (p<0,05). Em relação à disponibilidade de alimentos, verificou-se que a maior contribuição calórica disponível nos domicílios foi de alimentos in natura e minimamente processados. Além disso, a disponibilidade de alimentos foi reduzida tanto pela vulnerabilidade socioeconômica das famílias quanto pela situação de insegurança alimentar dos domicílios. Constatou-se a partir deste estudo elevada prevalência de insegurança alimentar e seus determinantes, mostrando a necessidade de políticas públicas locais, para melhoria das condições de saúde, educação e renda da população, além de ações multisetoriais para aperfeiçoar a disponibilidade e acesso aos alimentos, melhorando assim o cenário da insegurança alimentar e nutricional no estado. Palavras-chave: Segurança alimentar e nutricional. Estado nutricional. Políticas públicas. Inquérito populacional. Fatores socioeconômicos.Item Associação entre cárie dentária, fatores individuais e contextuais de adolescentes e do ambiente escolar: uma análise multinível na Amazônia Legal do Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2020-12-11) Cavalcante, Nilton Vale; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/2793507932433984A cárie dentária é uma doença multifatorial, determinada por aspectos biológicos, comportamentais e socioeconômicos. É, também, a doença bucal mais prevalente no mundo e a maior causa de perda de dentes em adolescentes. Na adolescência, comportamentos individuais e contextuais relacionados à saúde se consolidam; entre eles, destaca-se a higiene bucal. Objetivo: Investigar características socioeconômicas e hábitos de vida de adolescentes estudantes da rede municipal pública de um município da Amazônia Legal brasileira, bem como os fatores estruturais e de funcionamento de suas respectivas escolas, associados à experiência de cárie dentária. Materiais e Métodos: Tratou-se de um estudo censitário transversal, realizado entre 2017 e 2019 com 1.128 adolescentes de 12 a 19 anos de idade, adolescentes estudantes do 9o ano de escolas da rede pública municipal de educação de Palmas, Tocantins, na Amazônia Legal do Brasil. A cárie dentária foi diagnosticada por 21 cirurgiões-dentistas treinados segundo critérios recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A confiabilidade entre os examinadores foi aferida pelo teste Kappa (mínimo de 0,65). Dados socioeconômicos, demográficos e comportamentais dos adolescentes foram coletados usando-se um questionário, adaptado de outro usado na PenSE 2015. Os dados sociodemográficos e de funcionamento das escolas foram obtidos por meio de um questionário respondido pelos diretores. Na análise dos dados realizou-se regressão logística múltipla multinível. Resultados: Entre os participantes, 50% apresentou experiência de cárie dentária. O risco dessa experiência diminuiu com o aumento da escolaridade materna. A prevalência de cárie foi maior entre os adolescentes que receberam Bolsa Família, relataram dor de dente nos últimos seis meses e fizeram refeições na escola todos os dias. Em relação às escolas, o risco de desenvolver cárie foi maior nas da região rural e nas de tempo integral. A MOR foi igual a 1,75, indicando que as diferenças entre as escolas podem aumentar em 75,0% as chances individuais de experiência de cárie. O Modelo II demonstrou que algumas variáveis individuais permaneceram independentemente associadas ao aumento da chance de relatar experiência de cárie: sexo feminino, não receber Bolsa Família e não relatar dor de dente. Em relação às variáveis de nível contextual, incluídas no modelo (Modelo III), a chance de relatar experiência de cárie foi maior nas escolas sem vestiários (OR: 2,24; IC95%: 1,50-3,34) e que não têm comitê para orientar as ações de saúde na escola (OR: 1,68; IC95%: 1,14-2,49), e foi menor nas escolas que disponibilizaram escovas dentais (OR: 0,40; IC95%: 0,21-0,75) e que não aderiram ao PSE (OR: 0,60; IC95%: 0,38-0,92). O segundo artigo expressa, nos resultados, o desenvolvimento e desempenho satisfatórios de um software denominado NutriOdonto, um aplicativo móvel que permitiu a coleta e análise exploratória dos dados epidemiológicos obtidos no levantamento epidemiológico de cárie dentária. Ademais, o NutriOdonto ofereceu um conjunto de recursos para o gerenciamento de informações epidemiológicas por meio de um portal da Web, que pode ser acessado por diversos usuários, podendo, ainda, coletar dados em locais remotos, inclusive sem conexão imediata com a Internet, e armazenar, temporariamente, estes dados. Conclusões: No grupo pesquisado, a prevalência de cárie dentária foi baixa. Algumas variáveis individuais, como sexo feminino e não relatar dor de dente, permaneceram independentemente associadas ao aumento da chance de ter cárie dentária, mas, o estudo, ao demonstrar que o CPO-D foi mais elevado na região rural e em estudantes socialmente vulneráveis, não só corroborou com as nossas hipóteses de pesquisa como demonstrou a associação negativa da prevalência de cárie com fatores socioeconômicos e sociodemográficos dos adolescentes, destacando-se a importância de investimento, por parte do poder público, em políticas direcionadas à saúde de populações mais vulneráveis, salientando-se os escolares. Os achados deste estudo apontam para a importância do planejamento de políticas públicas para melhorar a saúde bucal dos adolescentes brasileiros. Quanto ao desenvolvimento do Nutriodonto, pode se constituir numa importante ferramenta na gestão dos serviços públicos de saúde bucal, especialmente porque será disponibilizado gratuitamente para tais serviços. Trata-se, portanto, de um aplicativo fundamental para a utilização dos profissionais e gestores de saúde, visando o conhecimento da realidade epidemiológica e a atenção ao cuidado individual e ao atendimento das necessidades de saúde da população. Palavras-Chave: Epidemiologia. Cárie Dentária. Inquéritos de Saúde Bucal. Crianças. Adolescentes. Regressão Logística. Software.Item Consumo alimentar segundo o grau de processamento e hipertensão arterial sistêmica: um estudo com servidores públicos com risco cardiovascular (procardio-ufv)(Universidade Federal de Viçosa, 2021-02-26) Anjos, Muaziza Fatima Chanfar dos; Lopes, Leidjaira Juvanhol; http://lattes.cnpq.br/7424277099403042A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco cardiovascular edentre os fatores envolvidos na sua etiologia destaca-se a alimentação inadequada. Evidências recentes têm demonstrado associação do consumo de alimentos com elevado grau de processamento (processados e ultraprocessados) com várias doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), mas estudos sobre a relação entre o consumo desses alimentos e a HAS são escassos. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a associação entre oconsumo alimentar segundo o grau de processamento e a HAS em servidores públicos com risco cardiovascular. Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados basais de 104 servidores públicos, com idade igual ou superior a 20 anos, de ambos sexos, atendidos no Programa de Atenção à Saúde Cardiovascular da Universidade Federal de Viçosa (PROCARDIO- UFV), no período de 2012 à 2019. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um recordatόrio de 24h (R24h) e os alimentos foram classificados segundo o grau de processamento utilizando-se a classificação NOVA. A pressão arterial foi aferida três vezes com esfigmomanômetro mecânico de coluna de mercúrio e foi considerada a média das duas últimas aferições. Foram classificados com HAS aqueles com a pressão arterial sistólica ≥ 140 ou diastólica ≥ 90 mmHg ou os que relataram o uso de medicamentos anti-hipertensivos. Além disso, foram analisados dados sociodemográficos e de estilo de vida e marcadores de risco cardiometabólico. As análises estatísticas foram realizadas no software SPSS, versão 21.0, e Stata,versão 14.0. Modelos de regressão de Poisson, com variância robusta, foram usados para testar as associações. Foram apresentadas, como medidas de associação, as razões de prevalência(RP) brutas e ajustadas por potenciais fatores de confusão com seus respectivos intervalos de confiança de 95%. A prevalência de HAS na amostra foi de 77,9% (n=81) e a maior contribuição energética em percentual foi proveniente do grupo de alimentos in natura ou minimamente processados (60,0%), seguida dos ultraprocessados (18,3%), processados (12,2%) e ingredientes culinários processados (9,5%). Comparativamente aos sem HAS, os indivíduos com HAS apresentaram maior consumo de arroz, gordura animal, refeições prontas e outros alimentos ultraprocessados (refrigerantes, bebidas alcoólicas destiladas, produtos panificados, cereais matinais e outras bebidas) e menor consumo de leite e iogurte natural. Nos modelos ajustados, aqueles pertencentes ao 2o tercil de consumo de alimentos processados apresentaram prevalência 38% maior de HAS em comparação ao primeiro tercil (RP=1,38; IC95%=1,04-1,85). Em conclusão,neste estudo com servidores públicos com risco cardiovascular, o consumo de alimentos processados foi positivamente associado à prevalência de HAS. Esses resultados podem subsidiar a elaboração de intervenções nutricionais personalizadas voltadas para esse perfil de indivíduos com o objetivo de promover mudanças alimentares, garantir a manutenção da saúde e melhorar a qualidade de vida. Palavras-chave: Hipertensão. Alimentos Ultraprocessados. Classificação NOVA. Risco Cardiovascular. Saúde do Trabalhador.Item Escore prognóstico de glasgow e indicadores bioquímicos e nutricionais em adultos e idosos em tratamento oncológico(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-22) Barros, Thalita Alves de; Rosa, Carla de Oliveira Barbosa; http://lattes.cnpq.br/0874719514008330Introdução: O câncer é classificado como uma das doenças que causam mais mortes em todo o mundo, gerando complicações ao paciente, principalmente relacionadas à alimentação. Esses pacientes estão mais sujeitos à desnutrição, que associada à inflamação inerente ao câncer, aumenta o risco de comorbidades e mortalidade. Tanto o estado nutricional quanto a inflamação associam-se à piora do estado geral do paciente. Sendo assim, torna-se importante avaliar indicadores inflamatórios e nutricionais já na triagem do paciente, possibilitando uma intervenção precoce no estado geral e nutricional. Deste modo, o Escore Prognóstico de Glasgow modificado (EPGm) é um índice prognóstico de inflamação que associa níveis alterados de Proteína C Reativa (PCR) e albumina, que pode ser usado na avaliação do paciente oncológico como forma de identificar precocemente pacientes em risco inflamatório e nutricional possibilitando uma intervenção mais eficaz. Objetivo: Relacionar o EPGm aos parâmetros clínicos, bioquímicos e nutricionais de pacientes adultos e idosos internados no setor de oncologia de um hospital particular de Belo Horizonte, MG. Metodologia: Trata- se de um estudo epidemiológico de delineamento transversal, com amostra probabilística, realizado em um hospital particular na cidade de Belo Horizonte, MG. Participaram do estudo pacientes de ambos os sexos, adultos e idosos internados para tratamento oncológico no período de fevereiro a agosto de 2018. Para avaliar a ingestão alimentar e o uso de suplementos, foi utilizado o registro alimentar, com preenchimento diário pelo paciente ou acompanhante, por 7 dias consecutivos e obtida a média de ingestão entre eles. Utilizou-se as tabelas TACO (2011) e IBGE (2011). O consumo de antioxidantes foi obtido com auxílio da Tabela de Alimentos Antioxidantes, desenvolvida de acordo com o método de Capacidade de Redução Férrica do Plasma (FRAP), proposto por Benzie e Strain (1996). O EPGm foi obtido através da combinação entre o marcador inflamatório Proteína C Reativa (PCR) e albumina. Para o processamento e análise dos dados foram utilizados os softwares Microsoft Excel 2007 e Statistical Package for the viiiSocial Sciences SPSS® (versão 17.1). O tamanho da amostra e poder estatístico foram calculados no programa OpenEpi, versão 3. O nível de significância adotado foi de 5% para todas as análises. Para a comparação das variáveis foi usado o teste de Kruskal-Wallis, complementado pelo teste de comparações múltiplas de Dann, além do Teste Exato de Fisher. Para as associações entre as variáveis categóricas foi realizado o Teste do Qui-Quadrado. O projeto foi submetido e aprovado pela Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão (DEPE) do hospital e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (2.466.173). Resultados: Participaram do estudo 71 indivíduos. Pacientes que ingeriram uma quantidade maior de calorias e antioxidantes apresentaram menor prognóstico de inflamação, de acordo com EPGm, sendo classificados no Escore 0, sem alteração em PCR e albumina. Houve associação entre EPGm e desnutrição, com a maior parte dos desnutridos classificado com duas alterações no EPGm. Foi observada também associação positiva entre óbito durante a internação e EPGm, sendo que pacientes que foram a óbito estavam classificados com o pior escore inflamatório (Escore 2). A ingestão de calorias entre os pacientes suplementados foi maior no sétimo dia de internação em relação ao primeiro, entretanto, os pacientes atingiram apenas 48% das recomendações calóricas e proteicas por 7 dias consecutivos. A suplementação associou-se a um menor tempo de internação. Os pacientes apresentaram inadequações em relação aos parâmetros bioquímicos, entretanto, eles não se relacionaram ao EPGm. Conclusão: O EPGm mostrou-se um bom indicador prognóstico inflamatório a ser usado em pacientes oncológicos, sendo indicado seu uso na triagem nutricional do paciente.Item Estado nutricional, incapacidade funcional e mortalidade entre idosos de Viçosa, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-28) Fernandes, Dalila Pinto de Souza; Fernandes, Dalila Pinto de Souza; http://lattes.cnpq.br/0973260873916755O envelhecimento acarreta modificações que podem interferir negativamente no estado nutricional, e esse tem relação com a modulação das doenças crônicas. A cronicidade dessas doenças aumenta o risco de incapacidade funcional, que por sua vez, está associada ao aumento da mortalidade em idosos. Objetivou-se neste estudo avaliar as inter-relações entre o estado nutricional, a incapacidade funcional e a mortalidade entre idosos de Viçosa (MG). Realizou-se um estudo prospectivo, com amostra aleatória simples de 796 idosos, não institucionalizados, de Viçosa (MG). Na linha de base (2009/2010), coletou-se os dados atráves de entrevistas domiciliares aplicando questionário semi-estruturado para obtenção de informações sociodemográficas, de saúde, hábitos de vida, consumo alimentar e estado nutricional. Para obtenção dos dados de óbitos ocorridos entre 2009 e 2018, consultou-se o banco de dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Nos casos em que os idosos não foram registrados no SIM, realizou-se ligações telefônicas e visitas domiciliares aos familiares/responsáveis dos idosos falecidos para obtenção de informações do óbito. Foram realizadas análises descritivas dos dados, comparação entre grupos por meio dos testes t de Student, Mann-Whitney, Qui-quadrado de Pearson e de tendência linear. Foram utilizados modelos aditivos generalizados (GAM) para a identificação de pontos de corte do índice de massa corporal (IMC), perímetro da cintura (PC), perímetro da perna (PP) e relação cintura- estatura (RCE). Foi realizada análise de sobrevida a partir de curvas de sobrevida estimadas pelo método de Kaplan-Meier, para comparação das curvas, os testes Log-rank e Peto e modelos de regressão de Cox para avaliar a associação independente entre alterações nutricionais e mortalidade. Foi utilizada modelagem de equações estruturais para avaliar as inter-relações entre incapacidade funcional e estado nutricional na mortalidade. No período de acompanhamento (2009 a 2018) ocorreram 197 óbitos (24,7%). As principais causas de óbito foram as doenças do aparelho circulatório (31,2%). A probabilidade de sobreviver foi maior para idososcom valores aumentados de RCE. Os idosos com maior risco de morte, segundo os pontos de corte estimados a partir do GAM, foram aqueles com RCE < 0,52 e ≥ 0,63, com PC < 83 cm e ≥ 101 cm e com PP e IMC respectivamente, < 34,5 cm e < 24,5 Kg/m². Observou-se aumento de risco de morte nos idosos com elevada adisposidade, representada por PC elevado (HR: 2,03 IC95%: 1,20-3,41) e RCE elevada (HR: 1,51 IC95%: 1,01-2,26). Observou-se, ainda, maior risco de morte em idosos com baixo peso e baixa reserva muscular: IMC < 18,5 Kg/m² (HR: 2,57, IC95%: 1,23-5,35) e PP < 34,5 cm (HR: 1,72, IC95%: 1,27-2,33 e < 31 cm (HR: 2,11, IC95%: 1,44-3,10), respectivamente. Observou-se efeitos indiretos do IMC sobre a mortalidade mediados pela incapacidade funcional e número de doenças. Diante do exposto, atenção deve ser dada aos pontos de corte identificados para os indicadores antropométricos de baixo peso, baixa reserva muscular e adiposidade, de forma a se propor antecipadamente intervenções necessárias à promoção da saúde dos idosos. Além disso, a manutenção de um estado nutricional adequado é fundamental para prevenção da incapacidade funcional e, consequentemente, da mortalidade precoce. Palavras-chave: Idoso. Estado nutricional. Incapacidade funcional. Mortalidade.Item Fatores associados ao estado nutricional de iodo de nutrizes e lactentes do município de Viçosa, Minas Gerais: um recorte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI Brasil)(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-28) Azevedo, Francilene Maria; Carmo Castro, Franceschini Sylvia do; http://lattes.cnpq.br/8994838218575876A iodação do sal foi implantada para controlar a deficiência de iodo em diversos países do mundo. No entanto, a deficiência ainda acomete quase 2 bilhões de pessoas. Dentre essas, o grupo materno-infantil demanda maior preocupação, devido à alta prevalência de deficiência. Durante a lactação, a deficiência pode prejudicar o desenvolvimento do recém-nascido, causando danos irreversíveis, sobretudo no desenvolvimento neuropsicomotor. Portanto, estudos populacionais devem ser conduzidos a fim de verificar os fatores associados ao estado nutricional de iodo nesse grupo. Objetivo: Avaliar a relação entre o estado nutricional de iodo de nutrizes e lactentes, bem como os principais fatores associados à deficiência. Metodologia: Esse estudo faz parte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). Para as revisões sistemáticas, foi adotado a metodologia Preferred Reporting Items for Systematic Reviews. Após a busca nas bases e exclusão das duplicidades, os artigos foram selecionados conforme os critérios de inclusão por dois pesquisadores independentes, de acordo com a leitura de títulos, resumos e texto completo. Os dados dos artigos selecionados foram sintetizados e discutidos. Para o artigo original, foi avaliada uma amostra parcial do estudo transversal realizado no município de Viçosa-MG. Participaram do estudo 128 nutrizes com 18 anos ou mais, entre 15 e 90 dias após o parto e seus respectivos filhos. A amostra compreendeu indivíduos das áreas urbanas e rurais, usuários da rede pública de saúde do município. Não foram incluídas mulheres com histórico de doenças tireoidianas, assim como crianças que receberam qualquer outro alimento nos últimos 15 dias que antecederam a coleta, além do leite materno. Os dados foram coletados de janeiro a setembro de 2019. As mães foram identificadas nas Unidades Básica de Saúde e no Hospital Maternidade e convidadas a participar do estudo. Aquelas que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido responderam a um questionário com informações socioeconômicas, demográficas, ambientais e de saúde da mãe e da criança. Também foram avaliados o conteúdo de iodo na urina da mãe e da criança para verificar a ingestão atual de iodo, sal de cozinha e temperos utilizados nos domicílios. O conteúdo de iodo na água das unidades de saúde foi dosado para representar as regiões do município. As análises estatísticas foram realizadas nos softwares Statistical Package for Social Sciences® (SPSS) e STATA® Statistical Software, versão 13.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (número de parecer 2.496.986). Resultados: As revisões sistemáticas apontaram que existe uma forte correlação entre a concentração de iodo urinário da criança e da mãe, bem como entre concentração de iodo no leite materno e iodo urinário dos lactentes. Além disso, os filhos apresentaram menor prevalência de inadequação do estado nutricional de iodo, em comparação à mãe, exceto para situações em que as nutrizes faziam uso de tabaco, que compromete a nutrição de iodo do lactente. Ainda, foram apontados como fatores associados ao uso do sal iodado, a concentração de iodo na água. Já o uso da suplementação durante a gestação foi capaz de melhorar o desenvolvimento psicomotor, comportamental e a resposta ao som. Além disso, melhores resultados foram observados quando a suplementação foi mantida durante a lactação. No estudo realizado em Viçosa-MG, a prevalência de deficiência foi de 36,7% e 11,6% para nutrizes e lactentes, respectivamente. Não foi observada correlação significativa entre a iodúria materna e do lactente, assim como entre a iodúria materna e o conteúdo de iodo no sal, no tempero e na água de consumo. O aumento na idade do lactente, no período interpartal e na renda, reduziram as chances de deficiência de iodo nas nutrizes. Considerações finais: No município de Viçosa-MG, a prevalência de deficiência de iodo foi maior para nutrizes, quando comparado aos lactentes e não houve relação com a iodúria materna. Alguns fatores como o consumo de iodo por meio da água e do sal iodado apresentaram-se como principais fatores associados ao estado nutricional de iodo para o grupo materno-infantil. Enfatiza-se a necessidade de realizar pesquisas com propósito de evidenciar a condição de cada local e assim incentivar a implementação de políticas de prevenção e de um ponto de corte para classificação do consumo excessivo de iodo em lactentes e nutrizes de acordo com a concentração de iodo urinário. Palavras-chave: Iodo. Lactente. Concentração de Iodo Urinário. Nutriz.Item Feira de agricultura familiar eeconomia solidária: implementação, desenvolvimento e situação de (in) segurança alimentar e nutricional das famílias expositoras(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-19) Silva, Raquel Nunes; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/5744806012965014As feiras são os espaços mais antigos de comercialização e existem desde 2000 a.C. No Brasil elas existem desde o início da colonização portuguesa e constituem importantes espaços de criação de relações sociais e troca de conhecimentos entre consumidores e agricultores e entre os próprios agricultores. Objetivou-se caracterizar a implementação e desenvolvimento de uma Feira de Agricultura Familiar e Economia Solidária em Viçosa/Minas Gerais, como também a situação de (In) Segurança Alimentar e Nutricional das famílias que comercializam hortifrúti. Realizou-se o estudo em duas etapas, sendo uma descritiva e outra uma avaliação com as famílias dos expositores que comercializam hortifrutigranjeiros nesta feira. Na coleta de dados utilizou-se observação participante, análise documental visando a construção da história da feira e entrevistas semiestruturadas com todos os envolvidos na feira. Analisou-se a (In) Segurança Alimentar e Nutricional das famílias, utilizando-se a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar; indicadores socioeconômicos e demográficos; indicadores antropométricos; análise da disponibilidade alimentar e caracterização da produção de alimentos. O projeto foi aceito pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos e todos os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Observa-se que a feira foi construída por uma série de atores sociais que de maneira organizada coordenam e possibilitam a realização de diversas atividades para além da geração de renda, como culturais, formativas e possibilitando um espaço de indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão. As percepções dos atores sociais em relação à feira demonstram a criação de um ambiente de amizade, socialização e de possibilidade de trabalho, fortificando a importância social do projeto. Em relação às famílias agricultoras observa-se que elas estão em situação de Segurança Alimentar e Nutricional pela maioria dos indicadores, entretanto o Estado Nutricional de muitos indivíduos corrobora com os dados nacionais de altas prevalências de excesso de peso. Conclui-se que a experiência da feira tem possibilitado ambiente de inclusão social por meio da socialização e da criação de vínculos entre os atores sociais.Item Fenótipos metabólicos e fatores associados: um estudo de base populacional com adultos de Viçosa-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-19) Pereira, Dayana Ladeira Macedo; Juvanhol, Leidjaira Lopes; http://lattes.cnpq.br/0060456533068888A obesidade é um distúrbio metabólico crônico que está diretamente relacionado a diferentes agravos, como síndrome metabólica, diabetes mellitus e doenças cardiovasculares. Estudos recentes têm sugerido que a obesidade não representa uma condição homogênea, uma vez que indivíduos de mesmo estado nutricional possuem risco diferenciado de acordo com a presença ou não de alterações metabólicas. Esses diferentes subtipos de indivíduos caracterizam os denominados fenótipos metabólicos. O objetivo deste trabalho é investigar a prevalência dos fenótipos metabólicos e fatores associados na população adulta de Viçosa – MG. O presente estudo foi realizado utilizando-se dados da pesquisa “Síndrome metabólica e fatores associados: um estudo de base populacional em adultos de Viçosa-MG”. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, conduzido na zona urbana de Viçosa–MG, com adultos na faixa etária de 20 a 59 anos, de ambos os sexos. Foi realizado um processo de amostragem por conglomerados, em duplo estágio, e a amostra final do presente estudo foi de 957 indivíduos. A primeira fase de coleta de dados foi composta pela aplicação do questionário estruturado e, na segunda fase, realizou-se coleta de sangue, antropometria e aplicação de questionário de frequência de consumo alimentar. As associações foram testadas por meio de regressão logística multinomial e os padrões alimentares foram identificados através da análise fatorial exploratória e extraídos por meio da análise de componentes principais. Os resultados são apresentados em dois artigos originais. No primeiro artigo, identificou-se elevada prevalência dos fenótipos peso normal metabolicamente não saudável (9,3%) e excesso de peso metabolicamente saudável (23,4%), e que os fatores idade, percentual de gordura, perímetro da cintura e ácido úrico são associados positivamente aos fenótipos metabólicos. No segundo artigo, foram identificados três padrões alimentares: Padrão 1 (bebidas alcoólicas, óleos e gorduras, condimentos, refrigerante e suco,açúcares e doces, lanches, e carne e derivados), Padrão 2 (preparações culinárias, feijão, leite e derivados e café e chá) e Padrão 3 (hortaliças e frutas, cereais integrais, frango e peixe e leite desnatado), o primeiro e terceiro padrão foram associados aos fenótipos com excesso de peso (EPMNS e EPMS). Identificou-se importante prevalência dos fenótipos peso normal metabolicamente não saudável e excesso de peso metabolicamente saudável, e os fatores associados aos fenótipos metabólicos foram idade, ácido úrico, perímetro da cintura e percentual de gordura alterado, e os fenótipos com excesso de peso associaram-se aos padrões compostos por alimentos mais calóricos e mais saudáveis. Ressalta-se a necessidade de definição de um critério para categorização dos fenótipos metabólicos, possibilitando melhor comparabilidade entre os estudos, e de mais estudos sobre os fatores associados aos fenótipos metabólicos, sobretudo na população brasileira.Item (In) visibilidade dos agrotóxicos na saúde integral de mulheres rurais(Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-02) Fernandino, Sophia Sol Garcia; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/1184275667060126Os acordos particulares em relação ao uso de agrotóxicos, principal pilar do agronegócio brasileiro, geram impactos à saúde integral de mulheres rurais que não os aplicam. A partir da década de 70, o Brasil passou a usar agrotóxicos em larga escala, quando estes foram incluídos nos financiamentos agrícolas. Desde então, diversas políticas têm impulsionado a crescente produção agrícola no país e o modelo de desenvolvimento cada vez mais dependente de agrotóxicos. Diante do uso intensivo, a saúde das pessoas (produtores, trabalhadores, consumidores) fica prejudicada, com risco potencial de contaminação principalmente nos homens, pois são eles os mais intoxicados pela exposição ocupacional. Porém, as mulheres que não aplicam agrotóxicos não estão livres da exposição, como em momentos da lavagem de roupas contaminadas, por morar perto dos locais de aplicação ou quando os resíduos de agrotóxicos são transportados para casa nos calçados, roupas e na própria pele do aplicador. Estudos apresentaram associação entre exposição a agrotóxicos e malefícios à saúde da mulher – predisposição ao câncer de mama, de tireoide e de ovário, Doença Renal, Diabetes, Síndrome do Ovário Policístico, endometriose, degeneração na retina, entre outros. Sendo assim, o objetivo da pesquisa foi avaliar os agravos à saúde integral de mulheres rurais conforme situação de exposição aos agrotóxicos. Foi um estudo transversal, sendo os sujeitos da pesquisa 37 mulheres que residem no setor rural, de uma cidade da Zona da Mata de Minas Gerais, que não aplicam agrotóxicos, mas que possuem contato domiciliar ou não dependendo da situação de exposição. Foram aferidas medidas antropométricas, avaliação da composição corporal pelo DEXA, exames bioquímicos relacionados à contaminação com agrotóxicos e à saúde geral e avaliação conjunta de dados das condições de saúde atual, pregressa e familiar, bem como práticas cotidianas que são consideradas possíveis formas de contaminação por agrotóxicos. A situação de exposição aos agrotóxicos e o tempo que as mulheres estiveram em contato residencial com essas substâncias não permitem a inferência direta, de causa-efeito, mas algumas relações foram encontradas, como a função de lavagem de roupas contaminadas pela maioria das mulheres que se caracteriza como exposição direta, excesso de peso na maioria delas e alterações bioquímicas que sugerem hipóteses em relação à situação de exposição pregressa ou atual. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa e todas as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O retorno foi dado a todos participantes da pesquisa, de forma individual quanto à avaliação do estado nutricional, dosagens bioquímicas e da composição corporal, além de oficinas para harmonizar a saúde de forma integral. Mais estudos que contemplem a situação de invisibilidade das mulheres rurais expostas aos agrotóxicos são necessários para ampliar a discussão incipiente sobre a temática.Item Indices antropométricos e estilo de vida associados ao risco cardiovascular e sindrome metabólica em adolescentes de Palmas (TO): estudo ERICA(Universidade Federal de Viçosa, 2019-12-18) Silva, Kellen Cristine; Priore, Silvia EloizaObjetivo: Avaliar os marcadores do risco cardiovascular (MRC) e síndrome metabólica (SM) e sua relação com índices antropométricos e estilo de vida na adolescência em uma amostra selecionada por amostragem complexa. Métodos: Estudo transversal realizado com uma subamostra (n=1069; 12 a 17 anos) do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) provenientes de Palmas (TO). As unidades do estudo foram selecionadas por estratificação e por conglomeração em três estágios (1º escolas, 2º turnos e anos e 3º turmas). Coletou-se dados socioeconômicos, demográficos, de consumo alimentar, de atividade física, de sono, de tabagismo, antropométricos e do perfil lipídico, glicêmico e pressórico. O impacto do plano amostral complexo na produção de médias e proporções de MRC., e seus respectivos erros padrão e intervalo de confiança (IC) de 95%, foi observado comparando-se os resultados sob duas perspectivas: com e sem a incorporação de pesos amostrais nas análises dos dados. A partir da antropometria, calculou-se o índice de massa corporal (IMC), perímetro da cintura (PC), relação cintura- altura (RCE), índice de conicidade (ICo), body shape index (BSD, BSI ajustado para adolescentes (BSI-ajustado) e body roundness index (BRI). A confiabilidade destes índices para predizer MRC individuais e SM foi obtida pela construção de Curvas Receiver Operating Characteristics (ROC) e cálculo das Área Abaixo da Curva (AUC). Construiu- se um escore de comportamentos de estilo de vida não saudável (CENS) baseado no excesso de peso, inatividade física, baixo consumo de frutas e verduras e tempo insuficiente de sono. Razões de prevalência (RP) brutas e ajustadas foram calculadas por regressões de Poisson com variância robusta para identificar associação entre pressão arterial elevada e o escore de CENS, e entre dezesseis combinações de CENS. As Curvas ROC e as regressões foram produzidas considerando a amostragem complexa. Resultados: Do total dos adolescentes avaliados, a maioria eram meninas (n=570, 53,32%) e estudantes de escolas públicas (n-855, 89,05%). No geral, os erros padrões e o comprimento dos [C95% foi maior ao considerar a amostragem complexa. Observou-se uma confiabilidade limitada dos índices antropométricos em predizer MRC individuais, especialmente em meninas. Para SM, todos os índices mostraram confiabilidade muito boa a excelente. Em ambos os sexos, ICo, BSI, BSl-ajustado e BRI apresentaram confiabilidade igual ou menor que IMC, PC e RCE. Verificou-se que menos de 5% dos adolescentes estão livres de qualquer CENS. A prevalência de PA elevada foi 11,41% (8,39-15,34), de excesso de peso 17,09% (13,30-21,69), de inatividade física 62,76% (57,96-67,33), de baixo consumo de frutas e verduras 77,61% (72,76-81,81) e de tempo insuficiente de sono 50,20% (37,64-62,74). A prevalência de PA elevada foi maior em adolescentes com > 3 CENS. Excesso de peso individual ou combinado com qualquer outro comportamento foi o único fator de risco para PA elevada (RP= 3,31, 1C95% 2,29- 4,77). Conclusões: Ignorar os pesos amostrais nas análises estatísticas dos dados pode comprometer a validade dos resultados. Portanto incorporação dos mesmos ao utilizar dados provenientes de amostras complexas devem fazer parte da rotina de análises. Apesar da confiabilidade limitada, dentre os índices antropométricos analisados, IMC, PC e RCE ainda são a melhor escolha para predizer MRC individuais e SM na adolescência. Para o rastreio da SM, recomenda-se a utilização da RCE >0,55 devido à facilidade de mensuração e interpretação em adolescentes brasileiros. A ocorrência simultânea de CENS é uma realidade nesta população e constitui um fator de risco para PA elevada, além disso o excesso de peso é o principal contribuinte para essa relação. Palavras-chave: Adolescentes. Doenças cardiovasculares. Síndrome metabólica. Antropometria. Estilo de vida saudável. Amostragem complexa.Item Modelos preditivos de (in) segurança alimentar e nutricional, segundo indicadores socioeconômicos, demográficos e nutricionais de famílias brasileiras(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-27) Morais, Dayane de Castro; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/6857714740553697Segurança alimentar e nutricional é definida como garantia de acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, de indivíduos e famílias. A avaliação da (in) segurança alimentar e nutricional demanda o emprego de diferentes indicadores, que abarquem as dimensões de acesso, disponibilidade e utilização biológica dos alimentos, visando contemplar seu amplo conceito. Este estudo objetivou avaliar a (in) segurança alimentar e nutricional segundo indicadores de percepção, renda, disponibilidade calórica, consumo alimentar e estado nutricional, por localização e situação dos domicílios, e construir modelos de predição de insegurança alimentar e nutricional de famílias brasileiras, a partir destes indicadores. Empregou-se dados secundários referentes às famílias avaliadas na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, em 2008- 2009. Para a avaliação da insegurança alimentar e nutricional utilizou-se os seguintes indicadores: percepção sobre a quantidade insuficiente de alimento consumida pela família; renda familiar mensal per capita inferior a meio salário mínimo; renda familiar per capita inferior a dois dólares/dia; disponibilidade calórica no domicílio inferior ao somatório das necessidades energéticas de todos os integrantes da família, presentes no período da pesquisa; disponibilidade calórica no domicílio inferior a 2.500 calorias per capita/dia; consumo inadequado (abaixo ou acima das recomendações) de pelo menos um dos macronutrientes (lipídios, carboidratos ou proteínas) por pelo menos um dos moradores do domicílio; e presença de distrofia nutricional (baixo peso, baixa estatura e excesso de peso) em pelo menos um dos moradores do domicílio. Calculou-se as prevalências de insegurança alimentar e nutricional, pelos distintos indicadores, e seus respectivos intervalos de confiança, bem como razão de prevalência pela regressão de Poisson. Para a construção dos modelos de predição utilizou-se regressão de Poisson, bivariada e multivariada, com variância robusta. As análises foram estratificadas por localização (macrorregião) e situação (urbana ou rural) dos domicílios. Visando fortalecer a utilização da questão de percepção sobre a suficiência de alimentos para a família, presente na POF, como um indicador de segurança alimentar e nutricional, verificou-se a sensibilidade, valor preditivo negativo e concordância das questões isoladas da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) na detecção desta situação, presentes na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), nas edições de 2009 e 2013. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (parecer no 1.269.063/2015). As prevalências de insegurança alimentar e nutricional, pelos 11 indicadores, confirmam a mesma como um problema de saúde pública, com maior probabilidade de ocorrência nas macrorregiões Nordeste, Norte e zona rural do país. Considerando a dimensão de acesso e disponibilidade de alimentos, verificou-se que as maiores prevalências de insegurança alimentar e nutricional, em famílias brasileiras, foram detectadas pelos indicadores de disponibilidade calórica segundo necessidade energética e percepção quanto a insuficiência de alimentos para a família. Já em relação a dimensão de utilização biológica dos alimentos, verificou-se os indicadores de consumo inadequado de lipídios ou de carboidratos e de presença de excesso de peso ou de baixa estatura, por pelo menos um dos moradores do domicílio, apresentaram as maiores prevalências de insegurança. Ao avaliar todos os indicadores, de forma conjunta nos modelos de predição, constatou-se que a insegurança alimentar e nutricional foi melhor explicada, estatisticamente, pelos modelos que apresentavam como variáveis dependentes os indicadores de renda (em salário mínimo e em dólar) e de consumo inadequado de proteínas. Ao considerar os indicadores mantidos no modelo, explicando a concomitância da insegurança pelas distintas propostas, verificou-se que os modelos de percepção, disponibilidade calórica segundo necessidade energética, de renda familiar per capita (em salário mínimo e em dólar) e consumo inadequado de carboidratos por pelo menos um dos moradores do domicílio foram explicados por pelo menos um indicador de cada vertente da insegurança alimentar e nutricional. Estes modelos podem ser considerados como completos por permitirem avaliar a insegurança por diferentes dimensões, abrangendo as vertentes de acesso, disponibilidade e utilização biológica dos alimentos. Ressalta-se que, ao avaliar as questões isoladas da EBIA, presentes nas PNAD, certificou-se que as primeiras quatro questões da escala apresentaram bons resultados de valores preditivos negativos, sensibilidade e concordância, sendo que a primeira pergunta, referente a “preocupação com que o alimento acabasse antes de ter acesso a mais alimentos” destacou-se em relação as demais. Estes resultados confirmam que a questão relativa à preocupação quanto a quantidade de alimentos pode ser considerada como proxy de insegurança alimentar em estudos populacionais. Além disso, os achados do presente estudo corroboram com a recomendação de que a (in) segurança alimentar e nutricional deve ser avaliada por indicadores que abarquem as dimensões alimentar e nutricional desta situação, de forma conjunta, contemplando as vertentes de acesso, disponibilidade e utilização biológica. A avaliação sistêmica, por modelos de predição utilizando distintos indicadores, no presente estudo, permitiu maior aproximação dos instrumentos de análise com o amplo conceito de segurança alimentar e nutricional, adotado no Brasil.Item Prevalência de síndrome metabólica e fatores associados em adultos de Viçosa-MG: um estudo de base populacional(Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-31) Magalhães, Emanuele Louise Gomes de; Lopes, Leidjaira Juvanhol; http://lattes.cnpq.br/3227344327766390O objetivo desta dissertação foi estimar a prevalência de síndrome metabólica (SM) e avaliar os fatores associados em adultos de Viçosa-MG.Foi realizado um estudo transversal, de base populacional, com 932 adultos de 20 a 59 anos, de ambos os sexos. Foi aplicado um questionário estruturado, abordando questões sobre as condições sociodemográficas, comportamentais e antecedentes de doença familiar. Também foi realizada avaliação antropométrica, clínica e bioquímica. A caracterização da população foi realizada por meio do cálculo de medidas de frequência, de tendência central e de dispersão e as associações testadas a partir de regressão de Poisson e logística multinomial bruta e ajustada. Os resultados são apresentados em dois artigos. No primeiro artigo, a prevalência da SM foi de 26,5%, sem diferença segundo o sexo. A prevalência de SM nas mulheres aumenta de forma significativa com a idade, naquelas com baixo nível socioeconômico, com excesso de peso, perímetro do pescoço elevado e com antecedente familiar de diabetes. Por outro lado, foi menor entre aquelas com consumo habitual de leite integral. Entre os homens, a SM associou-se diretamente com a idade e sua prevalência foi maior naqueles com excesso de peso, perímetro do pescoço elevado, que tinham antecedente familiar de diabetes, e que apresentavam um acúmulo de fatores de risco comportamentais, e foi menor naqueles que viviam com companheiros (as). No segundo artigo, verificou-se prevalência de pré-SM de 17,8% (alteração de dois componentes). Após ajustes, observou-se que os níveis séricos de ácido úrico (AU) foram significativamente associados à pré-SM e à SM no sexo masculino. Entre as mulheres, foi também observada associação positiva dos do AU com a SM, e, para a pré-SM, observou-se significância estatística limítrofe. Conclui- se que a população estudada apresentou elevada prevalência de SM, a qual foi associada a fatores sociodemográficos, comportamentais, antropométricos, genéticos, e aos níveis séricos de AU, com algumas diferenças observadas segundo o sexo. Espera-se que estes resultados possam contribuir para o planejamento de políticas públicas voltadas para a redução do risco cardiometabólico na população.Item Relação do excesso de peso em crianças com os parâmetros nutricionais e ambiente escolar: uma análise multinível do Programa Saúde na Escola em Palmas – TO, Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2020-05-11) Moreira, Renata Andrade de Medeiros; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/5453434127959577Objetivo: Avaliar a relação do sobrepeso/obesidade com os parâmetros nutricionais e do ambiente escolar, em crianças participantes do Programa Saúde na Escola, das escolas municipais de Palmas, Tocantins. Métodos: Estudo transversal realizado com amostra representativa das escolas públicas municipais de Palmas-TO (n=25) e de crianças de 2º e 4º ano matriculadas na rede municipal de ensino (n=1036). Coletou-se dados das crianças quanto ao consumo alimentar, atividades não sedentárias e sedentárias, deslocamento para a escola. Aferiu-se medidas antropométricas (peso, estatura e perímetro da cintura - PC), calculou-se o Índice de Massa Corporal para idade (estado nutricional: magreza/eutrofia e sobrepeso/obesidade) e a razão cintura estatura (risco cardiovascular - RCV: SRCV= sem RCV; CRCV= com RCV). Realizou-se o teste de aptidão cardiorrespiratória de caminhada de 6 minutos em 30 metros (T6M) e calculou-se o índice T6M/t (T6M dividido pela estatura). Coletou-se os dados do ambiente escolar quanto ao tipo de escola; número de alunos matriculados; aulas de atividade física; alimentação escolar; venda de alimentos no entorno escolar; horta escolar; e realização de ações de promoção da saúde, prevenção da obesidade infantil e avaliação do estado nutricional por profissionais da escola e da atenção primária à saúde. Para as análises estatísticas adotou-se nível de significância de α<0,05. Realizou-se análise descritiva, testes de normalidade, t-Student, Mann-Whitney, ANOVA, Qui-quadrado e Exato de Fischer. Comparou-se a capacidade respiratória do T6M com o T6M/t por correlação de Pearson e teste t-pareado. A força de associação entre as variáveis dependentes (dicotômicas: estado nutricional, RCV e linear: T6M/t) com as explicativas foram avaliadas utilizando regressão logística multinível (estado nutricional e RCV) e linear (T6M/t). Verificou-se os ajustes dos modelos pelo critério de informação Akaike (AIC) e teste de razão de verossimilhança. Para as variáveis dicotômicas realizou-se abordagem de heterogeneidade individual da análise dos efeitos contextuais específicos (oddsratio e intervalo de confiança de 95% - IC95%) e dos mecanismos mediadores dos efeitos contextuais gerais (Coeficiente de Correlação Intraclasse, odds ratio mediano e da área sob a curva característica de operação do receptor). Para a variável linear utilizou-se o coeficiente de regressão intraclasse e IC95%. Resultados: A mediana de idade foi de 8 anos, sendo 54,9% do sexo feminino, 27,8% com sobrepeso/obesidade, 10,8% CRCV. A média da T6M foi de 459,84±67,53m e do T6M/t de 343,28±51,29, que tiveram correlação positiva e diferença entre as médias. Na regressão logística multivariada a variância do sobrepeso/obesidade entre as escolas explicou 23,7% da variação, com mais chance de desenvolver sobrepeso/obesidade quando a criança realizava >2 atividades sedentárias/dia, a localização da escola, e venda de doces no entorno escolar, e menos chance quando a criança realizava >5 refeições/dia e praticava dança na escola. A variância do RCV entre as escolas explicou 85% da variação, com mais chance de apresentar RCV quando a criança realizava >2 atividades sedentárias/dia e menos chance de acordo com o T6M/t, consumo de porções de frutas, e de leite e derivados, e nos que estudavam em tempo integral. Na regressão linear multivariada a variância de T6M/t entre as escolas reduziu entre os modelos, sendo associado negativamente com PC, e positivamente com horta escolar. Conclusões: Verificou-se que a escola explica a variância do desenvolvimento do excesso de peso, RCV e aptidão cardiorrespiratória das crianças em mais de 50%. Portanto, deve-se avaliar o tempo de permanência das crianças na escola por propiciarem melhor infraestrutura, mais atividade física e 3 refeições/dia, além de coibir a venda de alimentos ultraprocessados no entorno escolar, fatores esses que evidenciaram estar relacionada com o desenvolvimento do excesso de peso, RCV e melhora do índice T6M/t. As variáveis individuais e contextuais propiciaram o desenvolvimento de sobrepeso/obesidade e RCV das crianças, além de influenciar na aptidão cardiorrespiratória. Portanto, verificou-se a necessidade de que o aumento da prática de atividade física e promoção da alimentação saudável sejam desenvolvidos em políticas e programas de saúde intersetoriais e incluídos no currículo escolar para o enfrentamento da obesidade infantil. Palavras-Chave: Obesidade infantil. Risco cardiovascular. Capacidade funcional. Ambiente escolar. Estado nutricional. Consumo alimentar. Atividade física. Educação alimentar e nutricional. Atenção primária á saúde. Escolas.Item Relação entre atividade física e qualidade de vida em universitários: revisão sistemática e metanálise(Universidade Federal de Viçosa, 2021-02-05) Abrantes, Lívia Carvalho Sette; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/3001836124836023Introdução: Ao igressar no ensino superior, os estudantes vivenciam diversas mudanças, dentre elas a redução na prática de atividades físicas. Incentivar essa prática de forma regular pode trazer inúmeros benefícios além de evitar ou diminuir custos aos sistemas de saúde e garantir das necessidades biológicas de movimento. Objetivo: Avaliar a relação entre atividade física e qualidade de vida em universitários por meio de uma Revisão Sistemática. Métodos: As bases de dados investigadas foram LILACS; MEDLINE, via Pubmed; Embase; Scopus; Web of Science e Google Scholar e ProQuest Dissertation & Theses Global para a consulta da literatura cinzenta. Não houve delimitação de data de publicação ou idioma. Os artigos foram selecionados por duas pesquisadoras de forma independente, que também conduziram a avaliação do risco de viés dos artigos incluídos. Calculou-se a metanálise. Resultados: Foram identificados 7504 e desses, 30 foram incluídos. Observou-se correlações positivas entre atividade física e os domínios da qualidade de vida: saúde física (0,16. IC95%: 0,11 0,22; I² = 99,96%); saúde mental (0,14; IC 95%: 0,07-0,20; I² = 99,97%) relações sociais (0,24, IC 95%: 0,08-0,38; I² = 99,99%); ambiente (0,23, IC 95%: 0,14-0,32; I² = 99,90%); vitalidade (0,17. IC95%: 0,15-0,20; I² = 99,49%); dor (0,02. IC95%: -0,02-0,12; I² = 99,96%) e qualidade de vida geral e atividade física (0,21, IC95%: 0,08-0,34; I² = 99,99%). E associação de R= 0,60 entre qualidade de vida em geral e atividade física (IC 95%: 0,25 - 0,95; I² = 85,61%) Conclusão: Os resultados mostraram o benefício da atividade física na qualidade de vida dos estudantes. É importante desenvolver estudos com essa população, a fim de que tenham mais dados que facilitem o desenvolvimento de ações promoção, prevenção e atenção à saúde nesse público. Palavras-chave: Atividade Física. Universitários. Qualidade de Vida. Estilo de Vida. Universidades.