Escore prognóstico de glasgow e indicadores bioquímicos e nutricionais em adultos e idosos em tratamento oncológico

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Data

2019-02-22

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Universidade Federal de Viçosa

Resumo

Introdução: O câncer é classificado como uma das doenças que causam mais mortes em todo o mundo, gerando complicações ao paciente, principalmente relacionadas à alimentação. Esses pacientes estão mais sujeitos à desnutrição, que associada à inflamação inerente ao câncer, aumenta o risco de comorbidades e mortalidade. Tanto o estado nutricional quanto a inflamação associam-se à piora do estado geral do paciente. Sendo assim, torna-se importante avaliar indicadores inflamatórios e nutricionais já na triagem do paciente, possibilitando uma intervenção precoce no estado geral e nutricional. Deste modo, o Escore Prognóstico de Glasgow modificado (EPGm) é um índice prognóstico de inflamação que associa níveis alterados de Proteína C Reativa (PCR) e albumina, que pode ser usado na avaliação do paciente oncológico como forma de identificar precocemente pacientes em risco inflamatório e nutricional possibilitando uma intervenção mais eficaz. Objetivo: Relacionar o EPGm aos parâmetros clínicos, bioquímicos e nutricionais de pacientes adultos e idosos internados no setor de oncologia de um hospital particular de Belo Horizonte, MG. Metodologia: Trata- se de um estudo epidemiológico de delineamento transversal, com amostra probabilística, realizado em um hospital particular na cidade de Belo Horizonte, MG. Participaram do estudo pacientes de ambos os sexos, adultos e idosos internados para tratamento oncológico no período de fevereiro a agosto de 2018. Para avaliar a ingestão alimentar e o uso de suplementos, foi utilizado o registro alimentar, com preenchimento diário pelo paciente ou acompanhante, por 7 dias consecutivos e obtida a média de ingestão entre eles. Utilizou-se as tabelas TACO (2011) e IBGE (2011). O consumo de antioxidantes foi obtido com auxílio da Tabela de Alimentos Antioxidantes, desenvolvida de acordo com o método de Capacidade de Redução Férrica do Plasma (FRAP), proposto por Benzie e Strain (1996). O EPGm foi obtido através da combinação entre o marcador inflamatório Proteína C Reativa (PCR) e albumina. Para o processamento e análise dos dados foram utilizados os softwares Microsoft Excel 2007 e Statistical Package for the viiiSocial Sciences SPSS® (versão 17.1). O tamanho da amostra e poder estatístico foram calculados no programa OpenEpi, versão 3. O nível de significância adotado foi de 5% para todas as análises. Para a comparação das variáveis foi usado o teste de Kruskal-Wallis, complementado pelo teste de comparações múltiplas de Dann, além do Teste Exato de Fisher. Para as associações entre as variáveis categóricas foi realizado o Teste do Qui-Quadrado. O projeto foi submetido e aprovado pela Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão (DEPE) do hospital e pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG (2.466.173). Resultados: Participaram do estudo 71 indivíduos. Pacientes que ingeriram uma quantidade maior de calorias e antioxidantes apresentaram menor prognóstico de inflamação, de acordo com EPGm, sendo classificados no Escore 0, sem alteração em PCR e albumina. Houve associação entre EPGm e desnutrição, com a maior parte dos desnutridos classificado com duas alterações no EPGm. Foi observada também associação positiva entre óbito durante a internação e EPGm, sendo que pacientes que foram a óbito estavam classificados com o pior escore inflamatório (Escore 2). A ingestão de calorias entre os pacientes suplementados foi maior no sétimo dia de internação em relação ao primeiro, entretanto, os pacientes atingiram apenas 48% das recomendações calóricas e proteicas por 7 dias consecutivos. A suplementação associou-se a um menor tempo de internação. Os pacientes apresentaram inadequações em relação aos parâmetros bioquímicos, entretanto, eles não se relacionaram ao EPGm. Conclusão: O EPGm mostrou-se um bom indicador prognóstico inflamatório a ser usado em pacientes oncológicos, sendo indicado seu uso na triagem nutricional do paciente.
Introduction: Cancer is classified as one of the diseases causing the most deaths worldwide, generating complications for the patient, mainly related to food. These patients are more prone to malnutrition, which, together with the inflammation inherent in cancer, increases the risk of comorbidities and mortality. Both the nutritional status and the inflammation are associated with worsening of the general state of the patient. Therefore, it is important to evaluate inflammatory and nutritional indicators already in the patient's screening, making possible an early intervention in general and nutritional status. Thus, the modified Glasgow Prognostic Score (EPGm) is a prognostic index of inflammation that associates altered levels of C-reactive protein (CCR) and albumin, which can be used to evaluate cancer patients as a way of early identification of patients at risk of inflammation and nutritional support enabling a more effective intervention. Objective: To relate EPGm to the clinical, biochemical and nutritional parameters of adult and elderly patients hospitalized in the oncology sector of a private hospital in Belo Horizonte, MG. Methodology: This is a cross-sectional epidemiological study with a probabilistic sample, carried out in a private hospital in the city of Belo Horizonte, MG. Patients of both sexes, adults and elderly hospitalized for oncological treatment from February to August 2018 participated in the study. To evaluate the food intake and the use of supplements, the food registry was used, with daily filling by the patient or companion, for 7 consecutive days and obtained the average intake between them. The tables TACO (2011) and IBGE (2011) were used. The antioxidant consumption was obtained using the Antioxidant Foods Table, developed according to the Plasma Reduction Capacity (FRAP) method proposed by Benzie and Strain (1996). EPGm was obtained by combining the inflammatory marker Protein C Reactive (PCR) and albumin. For xdata processing and analysis, the software Microsoft Excel 2007 and Statistical Package for the Social Sciences SPSS® (version 17.1) were used. The sample size and statistical power were calculated in the OpenEpi program, version 3. The significance level adopted was 5% for all analyzes. For the comparison of variables, the Kruskal-Wallis test was used, complemented by the Dann multiple comparisons test, as well as Fisher's exact test. For the associations between the categorical variables, the Chi-Square Test was performed. The project was submitted and approved by the Department of Education, Research and Extension (DEPE) of the hospital and by the Research Ethics Committee of UFMG (2,466,173). Results: 71 patients participated in the study. Patients who ingested a greater amount of calories and antioxidants presented a lower prognosis of inflammation, according to EPGm, being classified in Score 0, without alteration in PCR and albumin. There was an association between EPGm and malnutrition, with most of the malnourished being classified with two alterations in EPGm. Positive association between death during hospitalization and EPGm was also observed, and patients who died were classified as having the worst inflammatory score (Score 2). Calorie intake among supplemented patients was greater on the seventh day of hospitalization than the first, however, patients achieved only 48% of caloric and protein recommendations for 7 consecutive days. Supplementation was associated with a shorter hospital stay. The patients presented inadequacies regarding the biochemical parameters, however, they were not related to EPGm. Conclusion: EPGm has been shown to be a good inflammatory prognostic indicator to be used in cancer patients, indicating their use in nutritional screening.

Descrição

Palavras-chave

Cancer - Aspectos nutricionais, Cancer, Oncologia, Inflamação

Citação

BARROS, Thalita Alves de. Escore prognóstico de glasgow e indicadores bioquímicos e nutricionais em adultos e idosos em tratamento oncológico. 2019. 50 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Nutrição) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2019.

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