Ciências Biológicas e da Saúde

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    Avaliação de antivirais contra Acute bee paralysis virus e avaliação da infecção de Apis mellifera sob diferentes temperaturas
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-12) Dutra, Luana Lucas; Mendes, Tiago Antônio de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/3622983125581425
    As abelhas ocidentais Apis mellifera são animais de grande valor econômico e ambiental. Sua importância se dá principalmente pelo serviço de polinização, tanto de espécies vegetais silvestres quanto de culturas agrícolas de valor comercial. Nos últimos anos tem ocorrido grandes perdas em colônias ao redor do mundo. Mortes massivas após rigorosos invernos e o desaparecimento de operárias, sem uma ameaça aparente, tem chamado a atenção de pesquisadores e governos. Não existe uma causa específica para estas perdas, trata-se da ação conjunta de fatores como patógenos, mudanças climáticas, nutrição e exposição à pesticidas. Dentre estes fatores destaca-se o Acute bee paralysis virus (ABPV). Este patógeno é transmitido pela saliva e fezes dentro da colônia e normalmente provoca uma infecção assintomática. Porém, em altas concentrações o ABPV se torna altamente letal, provocando tremores, escurecimento, paralisia e morte de operárias em poucos dias. A presença do ácaro Varroa destructor está associada a infecções sintomáticas de ABPV, dado que o ácaro transmite este vírus diretamente na hemolinfa da abelha através da mordida. Assim, neste trabalho foram avaliadas as mudanças fisiológicas provocadas pelo ABPV sob diferentes temperaturas e propôs-se um antiviral sintético capaz interromper a multiplicação viral. Observou-se que a defesa do hospedeiro contra o ABPV não é mediada pela imunidade humoral ou celular. Abelhas infectadas sob à temperatura normal da colônia (32 ±2ºC) apresentaram maior expressão de ABPV, porém as alterações fisiológicas características da infecção por Dicistrovírus foram observadas no grupo infectado a uma temperatura subótima (26 ±2ºC). Observou-se ainda maior expressão de proteínas da via de choque térmico (HSP) no grupo a 32 ±2ºC, o que indica que a maior concentração do vírus nesta temperatura foi resultado do metabolismo mais ativo do hospedeiro e que a resposta antiviral pode ser mediada por HSPs. Para a busca por um antiviral contra o ABPV utilizou-se o modelo estrutural da cisteíno protease produzida pelo vírus como alvo para potenciais inibidores. A estrutura do alvo foi construída computacionalmente e, após a triagem de 175 moléculas, foram selecionados os cinco ligantes que apresentaram melhor afinidade pelo sítio ativo da enzima. Após o tratamento de operárias infectadas artificialmente com estas moléculas, classificadas como xantenonas, o Composto 2 apresentou significativa redução da expressão do vírus. Além disso, observou-se que proteínas envolvidas no transporte vesicular de neurotransmissores são down-reguladas na presença do vírus. Esta alteração fisiológica não foi observada após o tratamento com o Composto 2, que também aumentou o metabolismo energético da abelha. Assim, neste trabalho foram obtidas novas informações sobre a infecção por ABPV e as alterações que ele provoca no hospedeiro. O antiviral proposto apresentou resultados promissores e estudos futuros serão necessários para confirmar o mecanismo de ação.
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    Comportamento agressor e suscetibilidade a pesticidas em abelhas sem ferrão e Apis mellifera
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-03) Araujo, Micaele Feitosa; Oliveira, Eugênio Eduardo de; http://lattes.cnpq.br/2766306655308090
    Existem várias evidências no meio ambiente que demonstram os benefícios e a extraordinária contribuição das abelhas para preservação da vida vegetal e manutenção da variabilidade genética. Apesar de sua importância, o número de perdas de indivíduos por colônia aumentou ao longo dos anos. Portanto, este trabalho foi realizado com o objetivo de se avaliar o comportamento defensivo das duas espécies nativas Scaptotrigona depilis e Partamona helleri com a espécie africanizada Apis mellifera e as susceptibilidade destas espécies a pesticidas (i.e., os inseticidas deltametrina e imidaclopride; os fungicidas clorotalonil, tiofanato metílico e a mistura entre eles – cerconil) usualmente aplicados na cultura do meloeiro. Para se estudar o comportamento de defensividade de A. mellifera e de P. helleri, dois sets de experimentos foram realizados. No primeiro deles, as abelhas sem ferrão não tinham a chance de escolher se ficariam em um ambiente livre do enfrentamento com A. mellifera. No segundo set de experimentação, as abelhas sem ferrão puderam optar pelo enfrentamento ou não. Nos experimentos sem chance de escolha, duas temperaturas (i.e., 28 oC e 34oC) de maneira a condici- onar o enfrentamento nas temperaturas mais próximas que estes organismos enfrentariam em suas respectivas colônias. A mesma exposição foram feitas com S.depilis e A.mellifera e no bioensaio com chance de escape, a espécie africanizada foi a de maior proporção. No experimento de competição entre P.helleri e A. melifera sem chance de escolha, a espécie nativa apresentou uma alta mortalidade em ambas as temperaturas, já a abelha africanizada um grande sucesso em todos os tratamentos. Quando P.helleri foi exposta ao tratamento com chance de escape, na temperatura de 28°C, observou-se que ela mesmo tendo a possibilidade de evitar o combate com A.mellifera, ela o fez e assim ao final de cinco horas foram observados uma elevada mortalidada. Entre S.depilis e A.mellifera, as abelhas nativas apresentaram maior sobrevivência em todos os tratamentos analisados e A.mellifera uma alta mortalidade. Mesmo quando a es- pécies africanizadas estavam com maior densidade se manteve o expressivo número de mortos. Já os ensaios toxicológicos mostraram uma elevada mortalidade da abelha nativa P.helleri comparada com A.mellifera quando ambas foram expostas aos insetici- das deltametrina, imidaclopride e ao fungicida cerconil. Os resultados demonstraram que o cerconil apresenta uma toxicidade tão alta quanto o imidaclopride e cerca de 400 vezes mais tóxico do que a deltametrina para A. mellifera. No entanto, quando as abelhas foram expostas aos seus ingredientes ativos tiofanato metílico e clorotalonil , não foram observados níveis elevados de mortalidade em ambas as espécies. Quando o cerconil foi adicionado a caldas inseticidas contendo imidaclopride ou deltametrina, observou-se um aumento da ação inseticidas destes compostos. A mistura de imidaclopride com a formulação fungicida que contém ambos os ingredientes ativos não-EBI (cerconil), a mortalidade de A. mellifera foi 1.589,8 vezes mais elevada do que a observada para o imidaclopride sozinho. Em P. helleri , misturas de fungicidas com imidaclopride também potencializou os efeitos deste em 197 vezes. Misturas de ambos os ingredientes dos fungicidas não-EBI (Cerconil) em conjunto com deltame- trina, provocou um pequeno aumento na mortalidade de A. mellifera, mais 177 vezes de aumento em P. helleri comparado com deltametrina sozinho. Assim, P. helleri foi cerca de 4300,4 vezes mais susceptível do que A. mellifera à mistura de deltametrina e a formulação fungicida que contém ambos os ingredientes ativos não-EBI. Portanto, nesta dissertação fica demonstrado que a ação sinérgica de pesticidas oferece maiores riscos as abelhas nativas e sem ferrão do que a A. mellifera, o que coloca em cheque todos os estudos toxicológicos que consideram determinados produtos seguros para polinizadores simplesmente pelo fato de os mesmos serem pouco tóxicos a A. mellifera.
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    Identificação de patógenos de Apis mellifera em produtos apícolas comercializados no Estado de São Paulo e Perfil da sanidade apícola no Vale do Ribeira, SP
    (Universidade Federal de Viçosa, 2014-07-23) Santos, Lubiane Guimarães dos; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/4847709185309854
    A sanidade apícola representa hoje uma preocupação devido ao declínio populacional de abelhas melíferas que vem sendo observado em vários países. As abelhas Apis mellifera podem ser acometidas por diversos patógenos e a confirmação da relação entre a presença destes agentes e o enfraquecimento de colônias demonstra a necessidade de estabelecimento de um sistema de controle epidemiológico mais eficiente. Os objetivos deste trabalho foram padronizar o processamento de amostras de mel, pólen e geleia real para detecção de patógenos em produtos apícolas, provenientes de estabelecimentos com registro no Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), comercializados no Estado de São Paulo e avaliar a presença de patógenos em apiários do Vale do Ribeira, SP. Para análise dos produtos apícolas foi padronizado o processamento de amostras, capaz de detectar simultaneamente esporos de Nosema apis, Nosema ceranae, Ascosphaera apis e unidades formadoras de colônias de Paenibacillus larvae em mel, pólen apícola e geleia real. Para avaliar o perfil sanitário de apiários do Vale do Ribeira, SP, foram analisadas amostras de abelhas operárias campeiras, favos de cria e favos de mel, coletadas em 10 municípios da região, para verificar a contaminação por Nosema sp., Paenibacillus larvae e Varroa destructor. O processamento de amostras padronizado apresentou limiar de detecção de 25 esporos de N. ceranae, 150 esporos de A. apis e 8 esporos de P. larvae. Do total de 39 amostras de produtos apícolas obtidas, apenas dez não apresentaram contaminação por nenhum dos patógenos analisados. Nosema ceranae foi detectado em 74,3% das amostras analisadas, Ascosphaera apis foi detectado em 15,3% e Panibacillus larvae em 2,5%. O processamento de amostras para detecção de patógenos padronizado neste estudo poderá servir de subsídios para diretrizes governamentais para o controle sanitário de produtos apícolas. Na região do Vale do Ribeira, SP, foi encontrada média de 1.069.033 (mínimo de 33.000 e máximo de 3.087.000) esporos de N. ceranae por abelha, além de uma taxa de infestação pelo ácaro V. destructor de 8,88% e 3,26% em abelhas adultas e células de cria, respectivamente. Esses resultados reafirmam a alta prevalência de N. ceranae e V. destructor que vem sendo encontrada em diversas partes do mundo.
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    Toxicidade do bioinseticida espinosade em diferentes órgãos de operárias de Apis mellifera (hymenoptera: Apidae) africanizadas.
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-22) Lopes, Marcos Pereira; Martins, Gustavo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/4268265108794224
    O declínio de colônias de Apis mellifera é atribuído a vários fatores como estresse, aquecimento global, desmatamento, patógenos e agroquímicos. O bioinseticida espinosade foi inicialmente reconhecido como seguro a organismos não-alvo, entretanto, sua ação tóxica cumulativa em abelhas vem mudando esse conceito. No presente trabalho, a concentração-mortalidade, as alterações comportamentais e estruturais (no intestino médio, túbulos de Malpighi e cérebro) de forrageiras de A. mellifera tratadas via oral com a formulação de espinosade foram investigadas in vitro. A concentração de espinosade correspondente à utilizada em campo matou 100% dos indivíduos tratados. As concentrações subletais de espinosade (LC5 e LC50), assim como as doses correspondentes (LD5 e LD50) alteraram a atividade comportamental, reduzindo a distância percorrida por caminhamento, a velocidade média de caminhamento, e aumentando o tempo de repouso das abelhas em comparação com o controle. O tratamento também aumentou o número de células positivas para peroxidase e caspase-3 ativada, proteínas relacionadas ao estresse oxidativo e à morte celular, respectivamente, no intestino médio, nos túbulos de Malpighi e no cérebro de operárias tratadas com a LC50. Estes dados mostram que a concentração de espinosade (LC50) 220 vezes menor que a utilizada em campo para controle de pragas afeta as forrageiras de A. mellifera, possuindo potencial para interferir no comportamento e orientação desses insetos não-alvo. Essa avaliação detalhada do impacto do espinosade em A. mellifera irá contribuir para o entendimento dos efeitos resultantes da intoxicação por doses subletais do espinosade, podendo gerar argumentos a fim de garantir a conservação destes importantes polinizadores.
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    Mudanças nos órgãos excretores da abelha Apis mellifera durante a metamorfose: morfogênese, remodelação, morte e proliferação celular
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-14) Gonçalves, Wagner Gonzaga; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/8502576724635112
    A abelha Apis mellifera tem importância ecológica e econômica, no entanto, sofre um declínio populacional, talvez devido à exposição a compostos tóxicos, que são excretados pelos túbulos de Malpigui. Durante a metamorfose de A. mellifera, os túbulos de Malpigui degeneram e são formados de novo. O objetivo deste trabalho foi verificar os eventos celulares na renovação dos túbulos Malpighi, acompanhando na metamorfose, quais as etapas da remodelação celular, determinando os tipos celulares e seus papéis na atividade excretora e inicio do controle homeostático em A. mellifera. As análises ultraestruturais e de imunofluorescência mostraram que as células dos túbulos de Malpighi de larvas degeneraram por apoptose e autofagia (larva L5S e pré-pupa) e novos túbulos de Malpigui são formados por proliferação celular. (larva L5S e pupa de olhos castanhos). A ultraestrutura das células dos túbulos de Malpigui sugere que uma remodelação celular ocorra a partir de pupa de olhos marrons, indicando o inicio de uma atividade de excreção nos túbulos de Malpigui pupais. Em abelhas adultas (recém-emergida e forrageira), dois tipos celulares ocorrem nos túbulos de Malpigui, um com características ultraestruturais de produção da urina primária e outro tipo de célula com características que sugerem um papel na reabsorção da urina primária. Este estudo sugere que, durante a metamorfose, os túbulos de Malpigui não são funcionais até pupa de olhos castanhos, indicando que A. mellifera pode ser vulnerável a compostos tóxicos nas primeiras nas fases pupais. Além disso, a ultraestrutura celular sugere que os túbulos Malpigui podem ser funcionais a partir de pupa de olhos marrons e adquirem maior complexidade na abelha operária forrageira. Nos insetos, o intestino posterior é um órgão homeostático, sendo este dividido em piloro, íleo e reto, que reabsorvem água, íons e pequenas moléculas produzidas na filtragem da hemolinfa e nas fezes. Esse estudo reporta as mudanças morfológicas e os eventos celulares que ocorrem no intestino posterior durante a metamorfose da abelha A. mellifera. No intestino posterior, a imunolocalização de autofagossomos e a ultraestrutura as células epiteliais e do revestimento cuticular sugerem que em pré-pupa tem início a degradação cuticular, que em pupas de olhos brancos e rosas é reabsorvida e reciclada por autofagossomos, sendo a deposição da nova cutícula em pupa de olhos castanhos. Em larva L5S e pré-pupa, o intestino posterior apresenta proliferação celular em suas extremidades anterior e posterior. Na pupa, as regiões do piloro, íleo e reto estão evidentes e com proliferações celulares que cessam a partir de pupa de olhos marrons. Apoptose ocorre de larva L5S até pupa de olhos rosas. Em pupas de olhos castanhos e marrons, o epitélio do íleo muda de pseudoestratificado para simples somente após a produção da lâmina basal e o epitélio retal é achatado. Nas células do íleo de pupa de olhos pretos ocorrem grandes vacúolos e espaços subcuticulares, enquanto que na operária adulta forrageira, ocorrem invaginações apicais longas e muitas mitocôndrias, sugerindo uma atividade no transporte de compostos. Os resultados mostram que a morfogênese do intestino posterior é dinâmica, com remodelações teciduais e eventos celulares para a formação de diferentes regiões do órgão, reconstrução de uma nova cutícula e remodelação dos músculos viscerais.
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    Efeito de Apis mellifera Linnaeus, 1758 (Hymenoptera, Apidae) sobre a utilização de fontes de pólen por Melipona quadrifasciata Lepeletier, 1836 (Hymenoptera, Apidae) na região de Viçosa, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-02-11) Melo, Mariana de Araújo; Campos, Lucio Antonio de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/9533080991631694
    O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos do aumento na abundância de Apis mellifera, espécie exótica, sobre a coleta de pólen por Melipona quadrifasciata, espécie nativa, em Viçosa, MG. Para isso, foi estudado o padrão diário de atividade de coleta de pólen por M. quadrifasciata em áreas de pastagem abandonada e em áreas de fragmentos de mata secundária, com a finalidade de testar a hipótese de que a abundância aumentada de A. mellifera causa alterações neste padrão. Também foram identificadas as espécies de plantas que são fontes de pólen para ambas as espécies nas mesmas áreas, a fim de testar a hipótese de que a abundância aumentada de A. mellifera causa alterações na quantidade e na qualidade do pólen coletado por M. quadrifasciata. A atividade de coleta de pólen por M. quadrifasciata se iniciava ainda durante o nascer do sol e se concentrava nas primeiras horas da manhã. Cerca de 69.40% de todas as cargas de pólen foram coletadas até as 10 horas da manhã. A abundância aumentada de A. mellifera não causou alterações sobre o padrão diário de coleta de pólen por M. quadrifasciata. Para a coleta de pólen, M. quadrifasciata visitou, nas áreas de pastagem abandonada, 23 espécies de plantas pertencentes a 9 famílias de Angiospermae e, nos fragmentos de mata, foram coletadas cargas de pólen de 20 espécies pertencentes a 10 famílias. M. quadrifasciata visitou, para a coleta de pólen, principalmente plantas de porte arbóreo, com floração massal, e flores que oferecem o pólen como recurso. Embora seja generalista, M. quadrifasciata é mais restritiva que outras abelhas eussociais para a coleta de pólen e apresenta uma oligolecia temporal. As abelhas dos ninhos de A. mellifera instalados nas áreas de pastagem visitaram 25 espécies de plantas, pertencentes a 16 famílias. Nos ninhos instalados na mata, foram encontradas 33 espécies pertencentes a 21 famílias. A. mellifera também é generalista e utilizou plantas com floradas abundantes, embora não tenha utilizado apenas plantas de porte arbóreo para a coleta de pólen. Embora houvesse uma sobreposição de nicho relativamente alta, a abundância aumentada de A. mellifera não apresentou efeitos sobre a largura de nicho e sobre a quantidade e a qualidade do pólen coletado por M. quadrifasciata. A não detecção de efeitos da abundância aumentada de A. mellifera pode acontecer em decorrência do fato de que pólen não é um fator limitante ou do fato de que o sistema já está estável, moldado à presença de A. mellifera. É possível, também, que a não detecção de efeitos seja decorrente do número de colônias de A. mellifera utilizadas em cada experimento não ser suficiente para significativamente aumentar a abundância nas áreas estudadas, embora seja útil para se medir efeitos da introdução de ninhos de abelhas africanizadas para a produção apícola. Embora os dados desse trabalho apontem para uma ausência de efeitos sobre as abelhas eussociais, a presença da A. mellifera nas regiões Neotropicais ainda tem muitos aspectos a serem estudados.
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    Análise dos constituintes químicos do pólen e da inflorescência de Stryphnodendron polyphyllum, em relação à cria-ensacada brasileira em Apis mellifera
    (Universidade Federal de Viçosa, 1999-08-18) Santos, Mara Lúcia de Azevedo; Message, Dejair; http://lattes.cnpq.br/4346386170135221
    O objetivo deste trabalho foi analisar os constituintes químicos do pólen de Stryphnodendron polyphyllum (barbatimão), causador da doença cria-ensacada brasileira (CEB) em Apis mellifera. Para isso, coletaram-se pólen e inflorescência de barbatimão para serem submetidos a extrações sucessivas com hexano e, posteriormente, com etanol. Com os extratos hexânico e etanólico do pólen e da inflorescência obtidos, foram realizados ensaios biológicos, nos quais se verificaram pré-pupas com sintomas da doença nos tratamentos em que as larvas eram alimentadas com dieta de operária mais extrato etanólico. Observou-se a presença de taninos nos extratos etanólicos, tendo sido determinado nestes 7,91 e 21,43% de taninos no pólen e na inflorescência, respectivamente. Com o fracionamento do extrato etanólico do pólen, isolaram-se ainda ácidos graxos e frutose, que foram submetidos a ensaios biológicos. Essas frações não determinaram o aparecimento de sintoma da CEB nas abelhas tratadas. Como várias espécies de barbatimão são conhecidas por possuírem altas concentrações de tanino, realizaram-se ensaios biológicos com concentrações diferentes de ácido tânico para verificar o seu efeito no desenvolvimento das crias de abelhas. Observou-se a presença de sintomas da doença e de alta mortalidade das crias tratadas a partir da terceira alimentação com dieta contendo diferentes concentrações de ácido tânico, tendo sido estimada uma CL50 de 0,012% no referido composto. Diante desses resultados, concluiu-se que o constituinte químico responsável pelos sintomas da cria-ensacada brasileira está presente na fração etanólica do pólen, podendo pertencer ao grupo dos taninos. Os resultados dos ensaios biológicos obtidos com a inflorescência foram semelhantes àqueles conseguidos com o pólen.
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    Origem da própolis verde e preta produzidas no Estado de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2000-09-29) Freire, Ulysses Costa; Message, Dejair
    O presente trabalho procurou avaliar a origem da diferença da cor e outras características organolépticas (maleabilidade e aroma), de dois tipos de própolis (verde e preta), produzidas por abelhas Apis mellifera L., africanizadas, em duas diferentes localidades, Itapecerica e Virginópolis, no Estado de Minas Gerais. Para isso, foram avaliadas a influência do efeito de local e a possibilidade da interferência da abelha nas características organolépticas da própolis. A estratégia adotada foi a introdução de colônias originárias de uma região, com produção de um tipo característico de própolis, em outra região, com produção de outro tipo característico de própolis, ao mesmo tempo em que, colônias-irmãs correspondentes àquelas permaneceram na sua própria região de origem. Esta permuta foi feita, simultaneamente, para os dois locais e para as duas origens geográficas das abelhas utilizadas no experimento. Foram avaliados a cor, o aroma e o aspecto da própolis, produzida por cada uma das colônias, na sua região de origem e na região na qual foi introduzida. Numa outra fase do trabalho, avaliou-se a origem botânica da própolis, pela identificação das espécies vegetais presentes nas amostras, por meio do estudo morfo-anatômico de suas estruturas secretoras de resinas. Os resultados obtidos neste trabalho permitiram concluir que: a cor e as características organolépticas da própolis dependem da espécie vegetal que se constitui em sua origem botânica. A presença de Baccharis dracunculifolia L. no sedimento sólido, obtido das amostras de própolis, está fortemente relacionada com a cor verde na própolis. Existe relação entre a própolis de cor preta e a presença de Vernonia rubriramea no sedimento da amostra. Existem linhagens de abelhas que poderiam interferir na cor da própolis produzida, por apresentarem preferência por uma determinada espécie vegetal no forrageamento, em detrimento de outra espécie, mesmo que esta segunda ocorra em maior abundância. No experimento, uma linhagem de abelhas apresentou preferência por B. dracunculifolia, o que sugere que haja possibilidade de se realizar melhoramento genético nas abelhas, para se obter produção de tipos diferentes de própolis em uma mesma região.
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    Levantamento florístico e polínico e estudo melissopalinológico durante a principal safra da Microrregião Homogênea da Zona da Mata de Viçosa, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 1999-04-23) Barreto, Lídia Maria Ruv Carelli; Message, Dejair; http://lattes.cnpq.br/5054377756107281
    O presente trabalho procurou avaliar, no período de maior produção apícola da Microrregião Homogênea da Zona da Mata de Viçosa (de abril a junho), quais são as plantas que realmente contribuem com o néctar que origina o excedente de mel característico do principal período de safra. Para isto, identificou-se e caracterizou-se a flora desta região a partir dos diversos métodos de avaliação. Na primeira parte do trabalho, foi feito um levantamento das plantas em floração no período da safra principal da região, além de terem sido estudadas quais eram as plantas visitadas por Apis mellifera e quais os tipos de recursos que elas recolhiam. Na segunda parte, foram caracterizados os fluxos nectarífero e polinífero da região, além de terem sido estudados os espectros polínicos dos méis e sua correlação com o pólen coletado na safra. Finalmente, na terceira parte, foi estudado o perfil melissopalinológico dos méis de diferentes municípios da Microrregião Homogênea da Zona da Mata de Viçosa, para servir de base na discussão dos métodos indiretos de tipificação. Os resultados obtidos neste trabalho permitem concluir que: 1) a relação existente entre a quantidade de pólen encontrada nos coletores de pólen e os grãos de pólen encontrados nas amostras de méis é altamente significativa, o que evidencia que as análises melissopalinológicas refletem mais a contaminação pelo pólen coletado que a origem botânica do néctar, uma vez que alguns desses polens foram de plantas que não forneceram néctar; 2) nos estudos para caracterização de méis de uma dada região, não devem ser utilizados parâmetros isolados para obtenção de dados referentes à origem botânica do mel. Para maior credibilidade, é fundamental dispor de diferentes métodos de avaliação, não devendo, principalmente, excluir os métodos que envolvam marcadores químicos; 3) as fontes polínicas de importância apícola em uma dada área de estudo são mais bem estimadas pelo sistema de coletores de pólen; 4) para que os apicultores evitem perdas de aproximadamente 20,75% de sua produção de pólen, o que representa o percentual de produção do período vespertino constatado neste trabalho, bem como para que eles colham a maior diversidade de espécies botânicas presentes na área do apiário, os coletores de pólen devem estar em funcionamento durante todo o dia; e 5) Hyptis suaveolens, possivelmente, foi a planta com maior contribuição nectarífera na safra do apiário experimental; já Mabea fistulifera foi a principal fornecedora de pólen no período da safra, seguida pelos representantes das Asteraceae.
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    Análise proteômica da glândula de Dufour em operárias nutridoras e campeiras de Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-03-04) Teixeira, Aparecida das Dores; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/0589444655432816
    Em abelhas eussociais, que inclui Apis mellifera, a colônia é constituída por uma rainha, com função reprodutiva, e de operárias estéreis ou semi-estéreis, que exercem as demais funções dentro da colônia como cuidados com a prole e busca por alimento. Associada ao aparelho do ferrão há a glândula de Dufour, que dentre outras funções, desempenha importante papel na comunicação entre os membros da colônia. Esta glândula libera substâncias químicas, mas a natureza e a função dos compostos variam em diferentes táxons. O objetivo deste estudo foi identificar proteínas com abundância diferencial nas glândulas de Dufour de operárias nutridoras e campeiras de A. mellifera. As glândulas de Dufour foram dissecadas, e as proteínas, extraídas. Os extratos proteicos foram submetidos à eletroforese bidimensional em gel. Spots diferencialmente abundantes foram digeridos e os peptídeos analisados no espectrômetro de massas MALDI/TOF- TOF. Os espectros de fragmentação (MS/MS) foram pesquisados em bancos de dados usando a ferramenta Mascot, e as proteínas identificadas foram validadas usando o software Scaffold. Um total de 131 spots apresentou abundância diferencial entre nutridoras e campeiras, sendo identificadas 28 proteínas distintas. Destas 28 proteínas identificadas, 21 foram mais abundantes em nutridoras e sete proteínas foram mais abundantes em campeiras. As proteínas identificadas pertencem a diferentes categorias funcionais envolvidas nos metabolismos proteico, energético, lipídico e de carboidratos, detoxificação, homeostase, comunicação celular, citoesqueleto, proteínas constitutivas e alergênicas. Os dados obtidos neste estudo trazem novas informações que contribuem para a compreensão das funções biológicas da glândula de Dufour e seu papel na organização social das abelhas.