Ciências Biológicas e da Saúde
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Item A produção de tecnologias educacionais emancipatórias em interface com as tecnologias de informação e comunicação: potencializando os processos de ensinagem na formação profissional no contexto do Sistema Unico de Saúde(Universidade Federal de Viçosa, 2014-12-05) Mendonça, Erica Toledo de; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/8544279062722921O estudo aqui apresentado refere-se ao desenvolvimento de um processo de ensino, aprendizagem e avaliação inovador, que privilegiou a utilização da Educação a Distancia aliada às metodologias ativas e Tecnologias de Informação e Comunicação visando a interação e integração de estudantes de graduação de diferentes áreas do conhecimento e de distintos campi de uma universidade pública, tendo como eixo central da formação o desenvolvimento de competências relacionadas ao profissionalismo, com discussão de temas transversais à formação universitária, como políticas de saúde e cidadania. Objetivo geral: Desenvolver, aplicar e avaliar Tecnologias Educacionais Emancipatórias em interface com Tecnologias de Informação e Comunicação que facilitem os processos de ensinagem na formação de profissionais sobre as políticas de saúde brasileiras, com destaque ao Sistema Único de Saúde e cidadania. Métodos: estudo de natureza qualitativa, com características de produção tecnológica, viabilizado a partir da criação da disciplina Tópicos Especiais em Políticas de Saúde e Cidadania. O desenho metodológico utilizado ancorou-se nos pressupostos dª pesquisa-ação. Participaram do estudo 29 estudantes matriculados na referida disciplina, além de ll docentes e estudantes de pós-graduação que atuaram como tutores da disciplina. Empregou-se para análise dos dados a técnica de análise de conteúdo e avaliação das escalas Likert por métodos estatísticos. Resultados: Os dados foram apresentados na forma de três artigos originais. Os resultados gerais revelaram: integração entre os estudantes de diferentes áreas do conhecimento dos campi de Rio Paranaíba e Viçosa; capacitação de docentes e estudantes de pós-graduação para o exercício da tutoria; a aplicação de metodologias ativas de ensino, aprendizagem e avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem e em momentos presenciais; o desenvolvimento de competências pelos docentes, estudantes de pós-graduação e estudantes de graduação (habilidades de análise, crítica e reflexão de textos científicos em interface com os acontecimentos da sociedade contemporânea; trabalho em equipe; manejo de ferramentas virtuais; solidariedade; alteridade; ética; comunicação, dentre outras). Conclusões: Os elementos de sucesso na implementação de capacitações de tutores foram: sensibilização quanto a necessidade de (re)conf1guração e mudança dos processos de ensino- aprendizagem na atualidade; exercício de metodologias ativas de ensino, aprendizagem e avaliação; desenvolvimento de competências importantes para o trabalho docente, como aperfeiçoamento da comunicação, conscientização sobre prática docente e suas fragilidades; capacitação e empoderamento na utilização de novos métodos de ensino e aprendizagem, além de uma motivação para o trabalho. O desenho de ensino implementado foi eficaz ao aliar as Tecnologias de Informação e Comunicação (educação a distância, ambiente virtual de aprendizagem, videoconferências, dentre outros) às metodologias ativas de ensino, aprendizagem e avaliação. As competências ligadas ao profissionalismo desenvolvidas pelos estudantes evidenciaram que a experiência de oferecimento das disciplinas semipresenciais, intercampi e transdisciplinares, estimulou o desenvolvimento das competências relativas ao “Aprender a ser”, centrando o processo de aprendizagem e ensino em valores e princípios humanísticos indispensáveis ao trabalho em equipe, ao relacionamento interpessoal e ao autoconhecimento, contemplando assim, as diretrizes universitárias nacionais e internacionais. O desenho de ensino apresentado mostrou ser efetivo e aplicável à nova configuração da educação universitária brasileira de expansão e interiorização de unidades de ensino.Item A trajetória da doença renal crônica em portadores de hipertensão arterial no contexto da atenção primária à saúde(Universidade Federal de Viçosa, 2017-09-29) Silva, Luciana Saraiva da; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/0289479620415641A prevalência de doença renal crônica (DRC) vem aumentando mundialmente, com um incremento anual de 8 a 16%, que é maior do que o crescimento populacional geral. No Brasil, 10 milhões de indivíduos possuem algum grau de alteração renal, tendo como agravante, o fato de ser uma enfermidade desconhecida por muitos portadores. Além disso, 52 milhões correm risco de desenvolver a doença por serem idosos, obesos, portadores de hipertensão arterial (HA) ou diabetes mellitus (DM), os grupos mais propensos a problemas renais. É importante destacar que a DRC frequentemente cursa de forma silenciosa até os seus estágios mais avançados e, quando o indivíduo procura cuidados em saúde, já apresenta uma ou mais complicações da enfermidade, tais como anemia, distúrbio mineral e ósseo, acidose metabólica, desnutrição e alterações cardiovasculares. Infelizmente, a DRC tem sido subdiagnosticada e tratada de forma inadequada, resultando em evolução desfavorável e alto custo do tratamento. Neste contexto, destaca-se que os profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) têm papel importante no diagnóstico precoce, acompanhamento e encaminhamento dos pacientes a especialistas, quando necessário. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a trajetória da DRC em portadores de HA cadastrados na APS do município de Porto Firme, Minas Gerais, com ênfase na evolução da taxa de filtração glomerular (TFG) e complicações desta enfermidade. Trata-se de um estudo observacional, longitudinal, prospectivo, com enfoque no prognóstico da DRC. Em estudo anterior, realizado em 2012, 293 portadores de HA foram rastreados para o diagnóstico de DRC por meio da TFG estimada pela fórmula CKD-EPI e da análise de proteinúria e albuminúria em urina de 24 horas. Destes, 113 indivíduos foram diagnosticados com DRC. No presente estudo, os indivíduos diagnosticados com DRC foram avaliados a cada três meses, durante o período de 12 meses (maio/2015 a maio/2016). Para análise da função renal, foram avaliadas creatinina sérica e relação albumina/creatinina urinária. Quanto às complicações, para anemia avaliou-se hemoglobina, ferritina, capacidade total de ligação do Ferro, capacidade latente de ligação do Ferro e índice de saturação de transferrina. Para o distúrbio mineral e ósseo, avaliou-se cálcio, fósforo, PTH intacto, vitamina D - 1,25 dihidroxi e fosfatase alcalina. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob número de parecer 044/2012 e 1.139.717/2015. Como resultados, a fórmula CKD-EPI apresentou maior acurácia para estimar a TFG, podendo ser utilizada de forma simples e com baixo custo no diagnóstico precoce da DRC e na prevenção de agravos e enfermidades. Encontrou-se associação da DRC com idade, escolaridade, ureia e ácido úrico, sendo que a cada aumento de 1 ano na idade, o indivíduo tem 9% mais chances de apresentar a DRC; o aumento de 1 mg/dL na ureia e no ácido úrico eleva em 17% e em 29%, respectivamente, a chance do indivíduo apresentar a DRC. Em relação à progressão da DRC, avaliada durante o período de três anos (2012-2015), evidenciou-se uma redução estatisticamente significativa da TFG estimada em aproximadamente 2 mL/min/1,73m2 e aumento de 75,35 mg/g na albuminúria. Quando se avaliou os indivíduos com macroalbuminúria, a TFG estimada teve uma redução mais acentuada, equivalente a 7,53 mL/min/1,73m2, evidenciando que pacientes com marcadores de lesão renal apresentam risco aumentado para evolução da DRC. Em relação às complicações da DRC, os parâmetros indicadores de anemia e distúrbio mineral e ósseo tendem a progredir negativamente com o avanço de cada estágio da doença e ao longo do tempo. Observou-se redução estatisticamente significante para hemoglobina, hematócrito, capacidade total de ligação do Ferro, índice de saturação de transferrina, cálcio e TFG. Observou-se também aumento do PTH e creatinina. Quanto à trajetória da DRC, encontrou-se uma redução média de 4,34 (±13,03) mL/min/1,73m2 na TFG durante um ano (2015-2016). Dos indivíduos acompanhados, 44,7% apresentaram uma rápida progressão da DRC (redução na TFG maior que 5 mL/min/1,73m2 em um ano). Outro achado importante do presente estudo foi a variação não linear nos valores da TFG encontrados ao longo do tempo, ora com aumento, ora com redução da TFG, o que indica a necessidade de mais estudos para uma compreensão mais precisa da trajetória da DRC, a fim de orientar a tomada de decisões clínicas. Por fim, destaca-se o importante papel dos profissionais que atuam na APS para o diagnóstico precoce, acompanhamento e encaminhamento dos pacientes a especialistas, além da identificação e correção das principais complicações e comorbidades da DRC, que são fundamentais para o retardo na progressão da doença e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.Item Adiposidade corporal e concentrações de adipocinas em crianças: relação com o risco cardiometabólico e o ambiente obesogênico no entorno das escolas e dos domicílios(Universidade Federal de Viçosa, 2021-07-13) Filgueiras, Mariana De Santis; Novaes, Juliana Farias de; http://lattes.cnpq.br/1960232091154229A obesidade infantil é um problema de saúde pública global e sua fenotipagem deve considerar métodos de referência, como exames de imagem (ex. dual energy x-ray absorptiometry - DXA) e marcadores bioquímicos (ex. adipocinas). A adiposidade corporal está relacionada a maior secreção de adipocinas pró-inflamatórias, como leptina, retinol- binding protein 4 (RBP4) e quemerina, e a menor secreção de adipocinas anti-inflamatórias, como adiponectina. Essas adipocinas são potenciais mediadoras da relação entre a adiposidade corporal e o risco cardiometabólico, entretanto a sua relação com esse risco deve ser melhor investigada na infância. A partir da compreensão de que a obesidade e suas comorbidades são multicausais e do reconhecimento do papel de fatores ambientais em sua gênese, ressalta-se a importância do estudo desses fatores na população infantil. Esses ambientes têm se destacado como fatores determinantes para a elaboração de estratégias no cuidado e na prevenção da obesidade infantil, uma vez que ambientes urbanos podem ter características “obesogênicas” quando promovem escolhas alimentares e de estilo de vida não saudáveis, ou “leptogênicas”, quando promovem escolhas saudáveis. Sendo assim, o objetivo geral deste estudo foi avaliar a adiposidade e as concentrações de adipocinas em crianças e suas relações com o risco cardiometabólico e o ambiente obesogênico no entorno das escolas e dos domicílios. Este estudo é proveniente de duas pesquisas. A primeira, Pesquisa de Avaliação da Saúde do Escolar (PASE), trata-se de um estudo transversal realizado com 378 crianças de 8 e 9 anos de idade matriculadas em todas as escolas públicas e privadas da área urbana de Viçosa, Minas Gerais. Por meio de um questionário foram obtidas as informações das crianças: idade, sexo, renda per capita, anos de estudo da mãe, beneficiário de programa governamental, tempo de tela e atividade física fora da escola. Também foram aferidos o peso e a estatura para o cálculo do índice de massa corporal (IMC), inclusive da mãe, bem como a gordura corporal total e na região androide por meio do DXA. Foram dosadas as adipocinas (leptina, RBP4, adiponectina e quemerina), marcadores do perfil glicídico (glicemia e insulina de jejum para o cálculo do homeostatic model assessment – HOMA-IR) e lipídico (colesteroltotal, high-density lipoprotein – HDL-c, low-density lipoprotein – LDL-c e triglicerídeo), bem como aferida a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) das crianças. A segunda pesquisa forneceu dados ambientais da área urbana do município de Viçosa, tais como os estabelecimentos de venda de alimentos predominantemente ultraprocessados, espaços públicos para prática de atividade física e/ou lazer, criminalidade, acidentes de trânsito, presença de áreas arborizadas, caminhabilidade e renda da vizinhança. Com base dos endereços das escolas e dos domicílios das crianças, foram criados buffers network de 400 m e obtida a densidade de todas as características ambientais por 1000 habitantes. Foram conduzidas análises descritivas, geoespaciais, regressão linear, generalized estimating equations (GEE) e modelagem de equações estruturais (MEE). As duas pesquisas foram aprovadas pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Os principais resultados desta tese apontaram: 1) Associação direta da leptina com a PAD e o HOMA-IR, e da RBP4 com o colesterol total, além da associação inversa da adiponectina com a PAD e o HOMA-IR, e da quemerina com a glicemia de jejum; 2) No entorno das escolas, os estabelecimentos de venda de alimentos ultraprocessados, caminhabilidade, acidentes de trânsito e criminalidade estiveram diretamente associados à gordura corporal total e androide, bem como a RBP4. Espaços públicos para atividade física e/ou lazer e espaços arborizados estiveram inversamente associados à gordura total e androide, RBP4 e quemerina; 3) No entorno dos domicílios, o ambiente obesogênico teve um efeito direto no IMC materno e na gordura corporal total da criança. O IMC materno e a gordura corporal total da criança mediaram o efeito do ambiente obesogênico na leptina. A complexidade dos determinantes da obesidade na infância, bem como o risco cardiometabólico relacionado à inflamação subclínica, levam à necessidade de ações intersetoriais para que as estratégias de prevenção e cuidado sejam efetivas, tendo o ambiente urbano como um dos meios para promoção da saúde de gerações futuras. Palavras-chave: Adiposidade. Ambiente e saúde. Criança. Inflamação. Obesidade infantil. Saúde urbana.Item Ambiente obesogênico e leptogênico no entorno das escolas e domicílios e associação com risco cardiometabólico em crianças (estudo PASE)(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-25) Albuquerque, Fernanda Martins de; Novaes, Juliana Farias deO agrupamento de fatores de risco cardiometabólico pode ter origem na infância, favorecendo o risco de doenças cardiovasculares na vida adulta. Nos últimos anos, diversos modelos ecológicos têm sido propostos para avaliar de forma complexa os determinantes de saúde da população. Nesses modelos, a modificação do ambiente é apresentada como uma ação estratégica de prevenção e cuidado da obesidade infantil e suas comorbidades, uma vez que este pode apresentar características “obesogênicas” quando promove escolhas alimentares e de estilo de vida não saudáveis, ou “leptogênicas”, quando promove escolhas saudáveis. Apesar do crescimento de pesquisas que abordam a relação entre o ambiente e saúde, nenhum estudo de revisão sistemática publicado até o momento reuniu informações sobre a relação do ambiente alimentar comunitário com o risco cardiometabólico. Além disso, nenhum estudo avaliou a associação entre o ambiente obesogênico/leptogênico e o agrupamento de fatores risco cardiometabólico em crianças considerando o efeito simultâneo de diferentes determinantes ambientais e individuais para essa condição. Sendo assim, o objetivo deste estudo é avaliar a associação do ambiente obesogênico e leptogênico no entorno das escolas e dos domicílios com o risco cardiometabólico em crianças. Este estudo faz parte de dois projetos maiores, sendo o primeiro um estudo transversal realizado com crianças de 8 e 9 anos matriculadas em escolas públicas e privadas da área urbana de Viçosa, Minas Gerais (Pesquisa de Avaliação da Saúde do Escolar). Nesta pesquisa foram obtidas as informações individuais das crianças. A condição socioeconômica e o consumo alimentar de alimentos ultraprocessados foram avaliados por meio de questionário semi-estruturado e três recordatórios de 24 horas aplicados em dias não consecutivos, respectivamente. Foram aferidos perímetro da cintura e pressão arterial das crianças, além do peso e estatura materna para o cálculo do Índice de Massa Corporal. Os marcadores bioquímicos das crianças foram analisados, tais como glicose e insulina para o cálculo do Homeostasis Model Assessment – Insulin Resistance, lipoproteína de altadensidade de colesterol e triglicerídeos. O segundo projeto possui delineamento ecológico, realizado para obtenção dos dados ambientais. Foram analisados os locais públicos para a prática de atividade física e/ou lazer, estabelecimentos comerciais de venda de alimentos, crimes violentos, acidentes de trânsito, índice de caminhabilidade, percentual de arborização e a renda média da vizinhança. Tomando como ponto central cada escola e domicílio, foram construídos buffers network de 400 metros. A análise de componentes principais foi utilizada para elaboração das variáveis latentes de exposição “ambiente obesogênico” e “leptogênico”, e desfecho “risco cardiometabólico”. Para verificar a associação dos ambientes obesogênico/leptogênico com o risco cardiometabólico no entorno dos domicílios e escolas, foram utilizadas a modelagem de equações estruturais e as equações de estimativa generalizadas, respectivamente. O nível de significância adotado foi de 5% para todas as análises. Os dois projetos foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (números dos pareceres: 663.171/2014 e 1.821.618/2016). A revisão sistemática foi reportada com base nas recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Dois pesquisadores realizaram a identificação e a seleção dos artigos nas bases de dados Medline, Scopus, Embase, Web of Science, PubMed, Scielo e Lilacs, sem restrições de idiomas ou período de publicação. A escala Newcastle- Ottawa foi utilizada para avaliar a qualidade dos estudos incluídos. Os principais resultados desta pesquisa demonstraram: 1) Dos dezoito estudos longitudinais incluídos no artigo de revisão sistemática, apenas três foram realizados com crianças e adolescentes e encontraram associações significativas entre os estabelecimentos de venda de alimentos e o risco cardiometabólico; 2) No entorno dos domicílios, o ambiente obesogênico foi indiretamente associado ao agrupamento de fatores de risco cardiometabólico da criança, mediado pelo Índice de Massa Corporal materno; 3) No entorno das escolas, o ambiente obesogênico foi positivamente associado ao agrupamento de fatores de risco cardiometabólico em crianças. A complexidade dos determinantes do risco cardiometabólico na infância leva à necessidade de ações intersetoriais articuladas, bem como abordagens voltadas para a promoção e o cuidado da saúde infantil que sejam baseadas nos seus multicomponentes. Palavras-chave: cardiometabólico. Ambiente. Saúde urbana. Criança. Adiposidade. RiscoItem Análise do perfil técnico, representativo e do potencial das estratégias inovadoras de ensino e aprendizagem no desenvolvimento de competências para a participação social no contexto do Sistema Único de Saúde(Universidade Federal de Viçosa, 2014-03-12) Siqueira, Renata Lopes de; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/1421602762344130A participação social na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é resultante de um processo histórico de luta da sociedade civil organizada, e que culminou com a instituição legal dos Conselhos de Saúde como instâncias formais de participação social e com as atribuições de atuar na formulação de estratégias e no controle da execução das políticas de saúde. Entretanto, inúmeras evidências científicas revelaram uma limitação de competências por parte dos Conselheiros de Saúde para exercer estas atribuições, gerando uma demanda crescente por capacitações contínuas por meio de metodologias ativas de Ensino-Aprendizagem (E-A). Não obstante, ainda há poucos estudos no Brasil que analisam os fatores condicionantes, limitações, e vantagens da adoção destas metodologias na construção das competências necessárias para participação social no âmbito das políticas públicas de saúde. O objetivo do presente estudo é avaliar o perfil técnico e representativo dos Conselheiros de Saúde e o potencial das metodologias ativas de Ensino e Aprendizagem na formação de competências necessárias a participação social no SUS. Trata-se um estudo qualitativo, do tipo pesquisa-ação, cujas técnicas de coleta de dados foram: análise documental, observação participante, entrevistas individuais e grupos focais. Os sujeitos de estudo foram os membros do Conselho Municipal de Saúde de Viçosa, Minas Gerais. Na primeira etapa do estudo, de caráter diagnóstico situacional, foi realizada observação não participante e participante, análise documental e entrevistas semi-estruturadas junto aos conselheiros. Na segunda etapa, efetuou-se o planejamento do Curso de Capacitação dos Conselheiros de saúde. Na etapa seguinte, de caráter interventivo, implementou-se a Capacitação dos Conselheiros de Saúde por meio da conjugação de diversas metodologias ativas de ensino e aprendizagem, a saber: exposições dialogadas, documentários, dramatização, árvore das soluções, panorama “sobe e desce”, nuvem de palavras e o mapa conceitual (MC), sendo eleito este última a técnica inovadora na qual focou-se a investigação. A avaliação da experiência de construção do Mapa Conceitual pelos conselheiros foi efetuada por meio de grupo focal. Empregou-se para análise dos dados subjetivos a técnica de análise de conteúdo. Os dados de objetivos foram analisados por meio de estatística descritiva adotando-se como ferramenta o software Epi Info, versão 3.5.2. Participaram do estudo 56, 28 titulares e 28 suplentes, conselheiros com mandato oficialmente vigente de agosto de 2010 a agosto de 2013. Os dados foram apresentados e analisados na forma de cinco artigos originais. O primeiro artigo analisa a noção de representação política que orienta a atuação nos Conselhos de Saúde, privilegiando a noção que orienta a prática dos próprios conselheiros. Nessa perspectiva, para além da análise da trajetória histórica acerca do conceito de representação política, propôs-se compreender como as formulações teóricas mais recentes conformam-se à atuação dos conselheiros de saúde, sujeitos dessa representação. O segundo artigo traz uma reflexão sobre a dimensão técnica da atuação conselhista. A partir do levantamento do leque de informações de natureza jurídica e técnico-administrativas detidas pelos Conselheiros de Saúde, analisam-se estas informações que possibilitam a formação de competências técnicas necessárias ao cumprimento das suas atribuições propositivas e fiscalizatórias. O terceiro e quarto artigos originais apresentam reflexões sobre o potencial do MC na formação de competências necessárias a participação social no âmbito do SUS. Ambos apresentam uma análise estrutural e processual dos MC(s) construídos pelos conselheiros durante o Curso de Capacitação de Conselheiros. Distintamente, o terceiro artigo privilegiou a análise em relação a forma de configuração, número e domínio semântico dos conceitos empregados, enquanto o quarto artigo focou-se na análise sobre o número de proposições e a coerência proposicional. Na análise da dimensão processual, em ambos os artigos, destacam-se aspectos relativos a experiência de aprendizagem via MC, sob a ótica dos próprios conselheiros de saúde. O quinto artigo apresenta uma análise do primeiro contato empírico da pesquisadora com conselhos gestores, que despertou o interesse em investigar o tema da participação social na gestão de políticas públicas. Parte do seu referencial teórico deste artigo a construção do projeto deste estudo. Esta primeira experiência ocorreu no contexto do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), responsável por zelar pelo Direito Humano a Alimentação Adequada (DHAA) e permitiu observar que, não desconsiderando as peculiaridades inerentes a cada setor, nos CONSEA(s) prevalecem muitos dos problemas e desafios enfrentados no contexto dos Conselhos de Saúde. Os resultados relativos à etapa de diagnóstico prévio situacional revelaram uma desigualdade de informação entre conselheiros e a coexistência de diversas modalidades de representação políticas dificultando identificar mecanismos precisos de acountability e responsabilização. Os resultados relativos ao uso do MC na capacitação dos Conselheiros de Saúde revelaram que condições fundamentais ao aprendizado significativo, como: a) o uso de material potencialmente significativo; b) a disposição para aprendizagem; e c) a motivação do aprendiz pareceu restringida por fatores inerentes ao ambiente não-formal de ensino e aprendizagem do próprio Conselho de Saúde. Estes fatores estão representados pela sua composição eclética, ausência de normas e critérios de desempenho e participação, disponibilidade de tempo, trabalho voluntário e infra-estrutura precária. Tais limitações, entretanto, não impediram a observação dos benefícios do aprendizado por meio do Mapa Conceitual observado em outros estudos, dentre eles, o caráter dinâmico, autônomo, reflexivo, e colaborativo do aprendizado. Conclui-se que o MC de fato amplia a possibilidade de aprendizagem significativa, capaz de promover a consciência crítica e o empoderamento dos sujeitos sociais de forma a transformar a realidade, mas que a sua adoção não pode ocorrer por simples transposição destas estratégias de um contexto a outro, sendo recomendável ampliar estudos sobre vantagens, fragilidades e adequações pertinentes as suas aplicações no processo de educação permanente de conselheiros de saúde.Item Análise multidimensional da insegurança alimentar e nutricional da população urbana do estado do Tocantins(Universidade Federal de Viçosa, 2019-10-11) Schott, Eloise; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/6771700731084418O desenvolvimento de pesquisas que analisam fatores associados à insegurança alimentar e nutricional são imprescindíveis para o planejamento de ações e políticas públicas de promoção da saúde, bem como, para o direcionamento adequado e prioridades para aplicação de recursos materiais, financeiros e humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência e fatores associados a insegurança alimentar e nutricional da população urbana do estado do Tocantins. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, inserido no projeto de Fortalecimento do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional nos Estados do Amapá, Pará e Tocantins, realizado na área urbana de 22 municípios divididos nas 08 microrregiões do Estado do Tocantins. Foi utilizado um plano de amostragem complexa por conglomerados, dividido em três estágios. Para o cálculo amostral considerou-se o tamanho da população (N), o total de domicílios da zona urbana do estado do Tocantins; a prevalência (p) de insegurança alimentar no estado; erro tolerável (d) de 5%; efeito do desenho do estudo (EDFF) de 1,5 e nível de confiança de 95% (α=5%). Foram adicionados 10% para controle de fatores de confusão, perfazendo um total de 595 domicílios estudados. Os dados foram coletados em duas etapas: primeiramente obtiveram-se informações sobre os municípios e dados relacionados a diferentes determinantes locais/regionais da (in)segurança alimentar e nutricional. Posteriormente realizou-se avaliação da insegurança alimentar e nutricional e seus determinantes nos níveis domiciliar/individual, a partir de visitas domiciliares. Foi realizada dupla digitação dos dados no programa Microsoft Excel 2010 ® e o tratamento estatístico foi conduzido com auxílio do Software Stata® versão 14.0. Foram realizadas análises de regressão logística multinomial, teste de Qui-quadrado de Pearson, teste de tendência linear e teste de Mann-Whitney, e para todos considerou-se como nível de significância estatística α =0,05. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Viçosa sob parecer no 1.561.102, e todos os participantes assinaram previamente o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os 7 resultados apontam que a insegurança alimentar atinge 63,4% da população do estado do Tocantins, e as microrregiões com maiores prevalências de insegurança alimentar também apresentam condições preocupantes em relação aos indicadores sociais, saneamento básico e estado nutricional. Observou-se que a baixa escolaridade do chefe de família, baixa renda per capita, recebimento de benefício de programa socioassistencial e falta de água potável no domicílio foram associados à insegurança alimentar (p<0,05). Em relação à disponibilidade de alimentos, verificou-se que a maior contribuição calórica disponível nos domicílios foi de alimentos in natura e minimamente processados. Além disso, a disponibilidade de alimentos foi reduzida tanto pela vulnerabilidade socioeconômica das famílias quanto pela situação de insegurança alimentar dos domicílios. Constatou-se a partir deste estudo elevada prevalência de insegurança alimentar e seus determinantes, mostrando a necessidade de políticas públicas locais, para melhoria das condições de saúde, educação e renda da população, além de ações multisetoriais para aperfeiçoar a disponibilidade e acesso aos alimentos, melhorando assim o cenário da insegurança alimentar e nutricional no estado. Palavras-chave: Segurança alimentar e nutricional. Estado nutricional. Políticas públicas. Inquérito populacional. Fatores socioeconômicos.Item Arroz fortificado com ferro, zinco, tiamina e folato: impacto sobre o estado nutricional de pré-escolares e biodisponibilidade de ferro e zinco em ratos Wistar(Universidade Federal de Viçosa, 2013-03-20) Della Lucia, Ceres Mattos; Sant’Ana, Helena Maria Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/1260265650354485As deficiências de micronutrientes configuram-se como um importante problema de saúde pública emergente e de caráter mundial, sendo alvo de preocupação das autoridades e profissionais de saúde. O arroz fortificado com micronutrientes por meio da tecnologia Ultra Rice ® (UR®) pode ser uma importante estratégia na prevenção e controle dessas carências nutricionais. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da utilização de um arroz fortificado (Ultra Rice®) com ferro, zinco, tiamina e folato sobre o estado nutricional de pré-escolares e a biodisponibilidade de ferro e zinco em ratos Wistar. Foi realizado um estudo de intervenção com crianças em duas creches filantrópicas de Viçosa, MG, em que as mesmas foram submetidas a avaliações antropométricas e bioquímicas, no início e ao final do período de intervenção, bem como à avaliação dietética. As crianças de uma creche receberam arroz polido e as crianças da outra creche receberam UR® misturado ao arroz polido, numa proporção de 1:100, como parte da alimentação escolar. A aceitação do arroz foi avaliada pela análise do resto- ingestão. A biodisponibilidade de ferro em dietas contendo UR® e UR® adicionado de farinha de yacon foi avaliada em ratos pelo método de depleção/repleção de hemoglobina. Foram monitorados o peso corporal e o consumo alimentar dos animais e calculados o ferro hemoglobínico (Hb-Fe), a eficiência de regeneração da hemoglobina (HRE) e o valor biológico relativo (RBV). Após eutanásia, determinou-se o conteúdo de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) (ácidos acético, butírico e propiônico) a partir das fezes do conteúdo cecal dos animais e realizou-se a contagem de reticulócitos por meio da técnica do esfregaço. No ensaio sobre biodisponibilidade de zinco, ratos foram alimentados com dietas contendo duas diferentes fontes de zinco (UR® fortificado com óxido de zinco - dieta teste ou carbonato de zinco (ZnCO3) – dieta controle), suprindo 50 ou 100 % da recomendação desse mineral para esses animais. Foram avaliados o ganho de peso, a ingestão alimentar, o coeficiente de eficiência alimentar, o peso, a espessura e o comprimento do fêmur, a retenção de zinco, cálcio e magnésio no fêmur e as concentrações de zinco no fêmur, plasma e eritrócitos. No estudo de intervenção, observou-se que o UR® melhorou o estado nutricional dos pré-escolares em relação às concentrações de zinco, tiamina, ácido fólico, hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM). Não foram detectadas diferenças entre o início e o final do período de intervenção quanto aos valores de hematócrito, hemoglobina e eritrócitos. Os pré-escolares apresentaram ganho de peso após os 4 meses de intervenção, sendo que, na creche teste, as medianas de escore-z para os índices peso por estatura (P/E) e índice de massa corporal por idade (IMC/idade) também foram significativamente maiores. O UR® apresentou excelente aceitação sensorial por parte das crianças. A ingestão de energia e de proteínas por crianças da faixa etária de 4 a 6 anos foi significativamente maior na creche teste, assim como foi maior o consumo de vitamina B1, folato e ferro por crianças de 2 a 3 e de 4 a 6 anos. A média da pontuação total do Índice de Qualidade da Dieta (IQD) foi baixa em ambas as creches, indicando que a alimentação dos pré-escolares necessita de mudanças. No ensaio sobre biodisponibilidade de ferro, observou-se que a dieta contendo UR® apresentou alta biodisponibilidade, sendo observado um RBV de 84,6 %. Todavia, a adição de farinha de yacon à dieta contendo UR® promoveu redução significativa no valor de RBV (63,1 %). Houve diferença no conteúdo de AGCC sendo que, para o ácido acético, os grupos que receberam farinha de yacon apresentaram maiores valores comparados aos que não receberam. No ensaio sobre biodisponibilidade de zinco, a dieta controle proporcionou maior ganho de peso, coeficiente de eficiência alimentar, retenção de zinco e concentração de zinco no fêmur quando comparada à dieta teste. Entretanto, a ingestão alimentar, o comprimento e a espessura do fêmur, o zinco plasmático e o zinco eritrocitário não diferiram entre os grupos. O UR® mostrou-se como uma alternativa viável a ser utilizada na alimentação escolar, uma vez que os resultados dos estudos de biodisponibilidade de minerais e de intervenção foram promissores, indicando a eficácia de sua utilização. Palavras-chave: Deficiência de micronutrientes; fortificação de alimentos; vitaminas; minerais; crianças.Item Associação do comportamento sedentário com fatores de risco cardiometabólico em indivíduos de meia idade, funcionários públicos do município de Palmas - TO(Universidade Federal de Viçosa, 2020-07-13) Marin, Kliver Antonio; Natali, Antônio José; http://lattes.cnpq.br/6098705367805349O objetivo deste estudo foi investigar a associação do tempo diário em comportamento sedentário (CS) autorrelatado com fatores de risco cardiometabólico em adultos de meia idade, funcionários públicos, residentes no município de Palmas - TO, Brasil. Os participantes foram selecionados via amostragem por conveniência. Participaram do estudo 64 adultos (34 homens e 30 mulheres) com média (desvio padrão) de idade de 43,67 (3,87) anos. O tempo em CS autorrelatado foi obtido pelo International Physical Activity Questionnaire (IPAQ) e pelo Longitudinal Aging Study Amsterdam - Sedentary Behavior Questionnaire (LASA-SBQ) e o nível de atividade física habitual foi avaliado pelo IPAQ e por pedometria. Foram avaliadas as perimetrias do pescoço, da cintura e do quadril e foram calculadas as razões cintura-quadril e cintura-estatura corporal, assim como os índices de adiposidade corporal e de conicidade. Avaliou-se, no sangue, os perfis lipídico e glicídico, concentrações de apolipoproteínas A-1 e B, homocisteína plasmática total e ácidos graxos livres e a microalbuminúria urinária. Utilizando o software Stata® (StataCorp, LC, versão 11.0), foram realizados: teste de correlação de Spearman para análise da associação do tempo diário total em CS autorrelatado no IPAQ e no LASA-SBQ e variáveis quantitativas; regressão interquartílica para análise da associação entre o tempo diário total em CS mensurado pelo IPAQ e as variáveis estudadas; e regressão linear ou regressão interquartílica, de acordo com a distribuição dos dados observada para cada variável de desfecho, para análise da associação entre o tempo diário total em CS, tempo de tela e tempo em transporte passivo mensurados pelo LASA-SBQ e as variáveis estudadas. Adotou-se o nível de significância de até 5%. A média (desvio padrão) de tempo diário total em CS foi de 5,3 (2,6) e 11,1 (4,0) horas/dia, obtido pelo IPAQ e LASA-SBQ, respectivamente. Avaliados pelo LASA-SBQ, a média diária de tempo em transporte passivo foi de 0,8 (0,5) horas/dia e a de tempo de tela foi de 7,2 (3,7) horas/dia. A média de atividade física habitual em intensidade moderada-à-vigorosa obtida pelo IPAQ foi de 7 (4,4)horas/semana e a média do número de passos diários obtida por pedometria foi de 7.771 (2.326) passos. Observou-se a associação positiva do tempo diário total em CS, avaliado pelo IPAQ, com a razão cintura/estatura corporal (p=0,023) e com o índice de adiposidade corporal (p=0,016). O tempo diário em transporte passivo associou-se positivamente com a perimetria do pescoço (p=0,005), a perimetria da cintura (p=0,001), a razão cintura/quadril (p=0,001), o índice de conicidade (p=0,002) e as concentrações séricas de triglicerídeos (p=0,019) e insulina em jejum (p=0,001). O tempo diário de tela associou-se negativamente com a concentração urinária de microalbuminúria (p=0,026). Os tempos, diário total em CS, em transporte passivo e de tela autorrelatados, associam-se com fatores de risco cardiometabólico avaliados por indicadores antropométricos e biomarcadores bioquímicos na amostra estudada, composta de indivíduos adultos de meia idade, funcionários públicos, residentes no município de Palmas - TO, Brasil. Palavras-chave: Comportamento sedentário. Transporte passivo. Perimetria do pescoço. Adiposidade corporal. Índice de conicidade. Triglicerídeos. Insulina.Item Associação do tempo de aleitamento materno exclusivo e do comportamento sedentário no consumo de frutas, hortaliças e ultraprocessados na infância(Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-29) Fonseca, Poliana Cristina de Almeida; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/5614190872397840E notória a mudança nos padrões alimentares da população, onde a alimentação tradicional tem sido substituída pelo consumo de alimentos processados e ultraprocessados. Esse comportamento alimentar é um fator de risco para doenças crônicas não transmissíveis na população, inclusive entre as crianças. O objetivo desse estudo foi avaliar os fatores associados ao consumo de frutas, hortaliças e ultraprocessados na infância com ênfase no tempo de aleitamento materno exclusivo e comportamento sedentário de crianças de 4 a 7 anos. Trata-se de uma coorte retrospectiva com crianças de 4 a 7 anos, que foram acompanhadas nos primeiros seis meses de vida pelo Programa de Apoio à Lactação (PROLAC). A prática do aleitamento materno exclusivo (AME) foi avaliada nos prontuários do PROLAC. Um questionário semiestruturado foi aplicado com as mães para a investigação de variáveis sociodemográficas e de hábitos de vida das crianças. O consumo alimentar foi avaliado pelo registro alimentar de 3 dias. Os alimentos foram agrupados em frutas e hortaliças e de acordo com a classificação NOVA em alimentos in natura ou minimamente processados, alimentos processados e ultraprocessados. Modelos de regressão linear e logística multinomial ajustados foram propostos para avaliar as associações. Foram avaliadas 403 crianças de 4 a 7 anos, sendo 55,1% do sexo masculino, com idade média de 71,8 112,0 meses. A mediana de escolaridade das mães foi de 11 (2 - 18) anos e da renda per capita de 340,0 (67,7 - 2500,0) reais. A prática do AME por 4 meses ou mais foi de 60,9%. A prevalência de excesso de peso entre as crianças foi de 25,6%. O percentual de contribuição de ultraprocessados na dieta foi de 38% e 43% de alimentos processados e ultraprocessados. O AME com tempo inferior a 4 meses esteve associado com o menor consumo de frutas e hortaliças (OR: 1,8; IC 95%: 1,1 - 3,0; p valor: 0,030) e maior participação de ultraprocessados (OR: 1,7; IC 95%: 1,1 - 2,9; p valor: 0,040) na dieta de crianças de 4 a 7 anos. O tempo de tela excessivo se associou a ingestão de frutas e hortaliças no 2º tercil (OR:1,8; IC95%: 1,1 - 3,1; p valor: 0,037) e o menor tempo de permanência na escola se associou com o consumo no lº tercil (OR:2,0; IC95%: 1,1 - 3,9; p valor: 0,043) e 2º tercil (OR:2,0; IC95%: 1,1 - 3,9; p valor: 0,031). Apenas o tempo de tela excessivo se associou com a maior participação de ultraprocessados na dieta das crianças (OR:1,8; IC95%: 1,1 - 3,2; p valor: 0,040). Em conclusão, as crianças brasileiras de 4 a 7 anos com tempo inferior a 4 meses de AME apresentaram menor consumo de frutas e hortaliças e maior contribuição de ultraprocessados na dieta. A menor permanência no ambiente escolar se associou ao menor consumo de frutas e hortaliças. O comportamento sedentário das crianças se associou à baixa ingestão de frutas e hortaliças e o elevado consumo de ultraprocessados.Item Associação entre cárie dentária, fatores individuais e contextuais de adolescentes e do ambiente escolar: uma análise multinível na Amazônia Legal do Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2020-12-11) Cavalcante, Nilton Vale; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/2793507932433984A cárie dentária é uma doença multifatorial, determinada por aspectos biológicos, comportamentais e socioeconômicos. É, também, a doença bucal mais prevalente no mundo e a maior causa de perda de dentes em adolescentes. Na adolescência, comportamentos individuais e contextuais relacionados à saúde se consolidam; entre eles, destaca-se a higiene bucal. Objetivo: Investigar características socioeconômicas e hábitos de vida de adolescentes estudantes da rede municipal pública de um município da Amazônia Legal brasileira, bem como os fatores estruturais e de funcionamento de suas respectivas escolas, associados à experiência de cárie dentária. Materiais e Métodos: Tratou-se de um estudo censitário transversal, realizado entre 2017 e 2019 com 1.128 adolescentes de 12 a 19 anos de idade, adolescentes estudantes do 9o ano de escolas da rede pública municipal de educação de Palmas, Tocantins, na Amazônia Legal do Brasil. A cárie dentária foi diagnosticada por 21 cirurgiões-dentistas treinados segundo critérios recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A confiabilidade entre os examinadores foi aferida pelo teste Kappa (mínimo de 0,65). Dados socioeconômicos, demográficos e comportamentais dos adolescentes foram coletados usando-se um questionário, adaptado de outro usado na PenSE 2015. Os dados sociodemográficos e de funcionamento das escolas foram obtidos por meio de um questionário respondido pelos diretores. Na análise dos dados realizou-se regressão logística múltipla multinível. Resultados: Entre os participantes, 50% apresentou experiência de cárie dentária. O risco dessa experiência diminuiu com o aumento da escolaridade materna. A prevalência de cárie foi maior entre os adolescentes que receberam Bolsa Família, relataram dor de dente nos últimos seis meses e fizeram refeições na escola todos os dias. Em relação às escolas, o risco de desenvolver cárie foi maior nas da região rural e nas de tempo integral. A MOR foi igual a 1,75, indicando que as diferenças entre as escolas podem aumentar em 75,0% as chances individuais de experiência de cárie. O Modelo II demonstrou que algumas variáveis individuais permaneceram independentemente associadas ao aumento da chance de relatar experiência de cárie: sexo feminino, não receber Bolsa Família e não relatar dor de dente. Em relação às variáveis de nível contextual, incluídas no modelo (Modelo III), a chance de relatar experiência de cárie foi maior nas escolas sem vestiários (OR: 2,24; IC95%: 1,50-3,34) e que não têm comitê para orientar as ações de saúde na escola (OR: 1,68; IC95%: 1,14-2,49), e foi menor nas escolas que disponibilizaram escovas dentais (OR: 0,40; IC95%: 0,21-0,75) e que não aderiram ao PSE (OR: 0,60; IC95%: 0,38-0,92). O segundo artigo expressa, nos resultados, o desenvolvimento e desempenho satisfatórios de um software denominado NutriOdonto, um aplicativo móvel que permitiu a coleta e análise exploratória dos dados epidemiológicos obtidos no levantamento epidemiológico de cárie dentária. Ademais, o NutriOdonto ofereceu um conjunto de recursos para o gerenciamento de informações epidemiológicas por meio de um portal da Web, que pode ser acessado por diversos usuários, podendo, ainda, coletar dados em locais remotos, inclusive sem conexão imediata com a Internet, e armazenar, temporariamente, estes dados. Conclusões: No grupo pesquisado, a prevalência de cárie dentária foi baixa. Algumas variáveis individuais, como sexo feminino e não relatar dor de dente, permaneceram independentemente associadas ao aumento da chance de ter cárie dentária, mas, o estudo, ao demonstrar que o CPO-D foi mais elevado na região rural e em estudantes socialmente vulneráveis, não só corroborou com as nossas hipóteses de pesquisa como demonstrou a associação negativa da prevalência de cárie com fatores socioeconômicos e sociodemográficos dos adolescentes, destacando-se a importância de investimento, por parte do poder público, em políticas direcionadas à saúde de populações mais vulneráveis, salientando-se os escolares. Os achados deste estudo apontam para a importância do planejamento de políticas públicas para melhorar a saúde bucal dos adolescentes brasileiros. Quanto ao desenvolvimento do Nutriodonto, pode se constituir numa importante ferramenta na gestão dos serviços públicos de saúde bucal, especialmente porque será disponibilizado gratuitamente para tais serviços. Trata-se, portanto, de um aplicativo fundamental para a utilização dos profissionais e gestores de saúde, visando o conhecimento da realidade epidemiológica e a atenção ao cuidado individual e ao atendimento das necessidades de saúde da população. Palavras-Chave: Epidemiologia. Cárie Dentária. Inquéritos de Saúde Bucal. Crianças. Adolescentes. Regressão Logística. Software.Item Associação entre o estilo de vida e a composição corporal com os fatores de risco para as doenças cardiometabólicas, microbiota intestinal e imagem corporal de adolescentes do sexo feminino(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-29) Miranda, Valter Paulo Neves; Priore, Silvia Eloiza; http://lattes.cnpq.br/2507870178829886A inatividade física e o comportamento sedentário têm sido cada vez mais observado nos adolescentes, sendo mais evidente no sexo feminino. Estes fatores aliados à alimentação inadequada e desbalanceada podem resultar em sobrepeso e obesidade, bem como na manifestação dos fatores de risco para doenças cardiometabólicas, além de alteração da microbiota intestinal e seus metabólitos. Além disso, tais aspectos comportamentais e o excesso de peso podem estar relacionados à avaliação negativa da imagem corporal, que é mais evidente nas meninas. Visto isso, o objetivo do estudo foi avaliar a associação do estilo de vida e composição corporal com os fatores de risco para as doenças cardiometabólicas, microbiota intestinal e imagem corporal de adolescentes do sexo feminino. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico; com adolescentes de 14 a 19 anos, do sexo feminino, residentes no município de Viçosa-MG, Brasil. O estilo de vida foi analisado pelo Recordatório de Atividade Física de 24h, número de passos, tempo de tela (TT), celular (TC), tempo sentado, questionário de frequência alimentar, consumo de álcool e tabaco. A análise de classes latentes (ACL) foi selecionada para avaliação do estilo de vida, sendo realizada no pacote poLCA da biblioteca do software R. Aferiu-se o peso, estatura, perímetro da cintura (PC), pescoço (PP) e percentual de gordura corporal (%GC), este avaliado pelo equipamento de Absortometria de raios-X de Dupla Energia (DXA). Avaliou-se a pressão arterial, parâmetros bioquímicos e proteína C reativa ultrassensível (PCR-us). Os marcadores pró e anti inflamatórios Interleucina 6 (IL-6), Fator de Necrose Tumoral α (TNF-α), leptina e interleucina 10 (IL-10) foram analisados pela tecnologia Luminex. A análise dos filos Firmicutes, Bacteroidetes e Proteobactérias foi realizada pela técnica de Reação em Cadeia da Polimerase em tempo real e os ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) (acético, butírico e propiônico) no aparelho de Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC). A insatisfação, distorção e aspecto cognitivo da imagem corporal foram avaliados, respectivamente, pelo Body Shape Questionnaire (BSQ), escala de xvisilhuetas e Sociocultural Attitudes Towards Appearance Questionnaire – 3 (SATAQ-3). Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa, sob o número de parecer 700.976.2014. Participaram da pesquisa 405 adolescentes, no entanto, ACL foi realizada com 325, sendo definido um modelo com três classes latentes do estilo de vida: classe 1 inativo e sedentário (n = 252, 77,5%), classe 2 inativo e não sedentário (n = 52, 16,71%) e classe 3 ativo e sedentário (n = 21, 6,5%). Mais da metade apresentou nível de atividade física baixo e elevado TT e TC, principalmente no final de semana. Também, observou-se que o consumo de álcool e exposição ao tabaco foi relatado pelo menos uma vez por quase 60% das participantes. O estilo de vida e o %GC influenciaram nos níveis de pressão arterial, alteração do perfil lipídico e aumento do ácido úrico. As classes latentes do estilo de vida, %GC, resistência à insulina e PCR-us associaram-se com as concentrações dos marcadores cardiometabólicos. O perímetro da cintura (PC), do pescoço (PP) e frequência do consumo de óleos e gorduras mostraram relação com a abundância de Firmicutes e AGCC. Novamente o PC, associou-se com os marcadores cardiometabólicos. As adolescentes da classe do estilo de vida inativo e sedentário apresentaram 1,71 (IC95%: 1,08 - 2,90, p = 0,047) mais chances de se sentirem insatisfeitas com a aparência física, que aquelas nas classes 2 e 3. As adolescentes que praticavam mais atividade física moderada e vigorosa, tempo de tela elevado, consumo de álcool e com excesso de peso e %GC elevado tiveram associação com diferentes distúrbios da imagem corporal. Concluímos com este estudo que o estilo de vida inativo e sedentário, excesso de peso, gordura corporal total e central elevada mostraram associação com fatores de risco para doenças cardiometabólicas, abundância do filo Firmicutes, concentrações dos AGCC e avaliação negativa da imagem corporal das adolescentes do sexo feminino. Avaliação conjunta de comportamentos relacionados com estilo de vida, juntamente com a análise mais completa da composição corporal dos adolescentes é importante e deve ser praticada frequentemente por educadores e profissionais da saúde. Desta forma, atitudes mais eficazes poderão ser tomadas visando a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis e distúrbios da imagem corporal, os quais podem se manifestar nas idades mais jovens e se agravarem na vida adulta.Item Avaliação e validação do portfólio coletivo e crítico-reflexivo como método de ensino, aprendizagem e avaliação no âmbito da formação por competências(Universidade Federal de Viçosa, 2013-11-13) Costa, Glauce Dias da; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/4885112865047487O portfólio reflexivo tem sido cada vez mais utilizado, em vários países, como prática pedagógica ativa no processo de formação dos estudantes da área de saúde. Sua utilização se dá a partir de uma transformação paradigmática na formação universitária, transcendendo o modelo tradicional, baseado essencialmente na transmissão de conhecimentos e na memorização, para um modelo educacional ativo baseado na formação por competências (incluindo conhecimentos, habilidades e atitudes), o que coloca no centro da ação educativa os próprios estudantes. No entanto, a evidência científica aponta para uma fragilidade de instrumentos e estudos de avaliação desse método. Tal fragilidade se refere, essencialmente, na identificação de conteúdos e critérios relevantes na formação por competências dos estudantes, bem como sobre a percepção dos estudantes quanto à aplicabilidade e pertinência desse método didático no processo de aprendizagem, no âmbito universitário. Objetivos: avaliar e validar o portfólio coletivo reflexivo como método de ensino, aprendizagem e avaliação no âmbito da formação por competências dos estudantes de nutrição e enfermagem da Universidade Federal de Viçosa. Métodos: pesquisa descritiva e exploratória quanti-qualitativa, realizada por meio da triangulação de métodos, cujas técnicas de coleta de dados foram: análise documental, observação participante, entrevistas individuais e grupos focais. Foram analisados 70 portfólios (anos 2008 a 2012), por três avaliadores independentes, tendo como instrumento um Inventário de Análise de Qualidade do portfólio formulado a partir de critérios desenvolvidos pelos pesquisadores a partir de estudos presentes na literatura científica e experiência da práxis dos docentes. Participaram do estudo 114 estudantes dos cursos de graduação em Nutrição e Enfermagem que cursaram a disciplina Políticas de Saúde nos anos 2012 (I e II semestres) e 2013 (I semestre). Nas análises quantitativas foi utilizado o alpha de Cronbact, para avaliação da confiabilidade dos constructos do inventário. O Kappa foi empregado para testar a concordância entre os avaliadores, analise descritiva e teste t de médias para outras análises estatísticas relevantes. Já nas análises qualitativas, utilizaram-se a Análise de Conteúdo e a Teoria de Representações Sociais como base teórica de análise. Resultados: os dados foram apresentados e analisados em forma de artigo: dois de revisão e cinco originais, sendo dois que já foram publicados. O primeiro artigo traz elementos de reflexão para uma construção conceitual do portfólio, apresentando apontamentos importantes que o caracterizam e o determinam como método inovador de ensino, aprendizagem e avaliação, abordando subsídios de compreensão conceitual para um bom uso do portfólio. O segundo artigo apresenta as condições e elementos de sucesso na construção do portfólio. Respaldado pela literatura científica, quatro critérios de sucesso na construção do portfólio foram identificados: necessidade de capacitação e treinamento, estrutura e orientações adequadas, experiências e materiais relevantes e uma avaliação formativa. O terceiro artigo retrata a percepção dos estudantes quanto à utilização de dois instrumentos criados pela equipe como facilitadores do processo de construção do portfólio: o Planejamento de Aprendizagem do Processo de construção do Portfólio (PAPP) e o Relatório de Trabalho em Equipe (RTE). Os dados foram analisados, dos quais se extraíram três dimensões: a dimensão instrumental, a dimensão de aprendizagem e a dimensão do trabalho em equipe, trazendo características importantes que retratam a necessidade de significação desses intrumentos, com vistas ao auxílio dos estudantes na construçao do portfólio reflexivo. O quarto artigo apresenta o processo de avaliação do portfólio por meio da análise documental, em que se verificou que os constructos (layout e organização e pensamento compreensivo, reflexivo, crítico e criativo) apresentaram valores de Alpha Cronbach acima de 0,7, determinando alta confiabilidade do instrumento. A utilização do teste Kappa ponderado determinou elevada e significativa concordância entre os avaliadores (concordância média > 90%). Destaca-se que alguns itens e constructos atingiram valores maiores do que 4, com diferença significativa no decorrer dos anos, indicando que todos os constructos foram mais bem avaliados a partir do ano 2011, o que pode ser justificado pela implantação do instrumento de avaliação e autoavaliação, demonstrando, assim, um aperfeiçoamento do uso do portfólio como método de ensino, aprendizagem e avaliação. O quinto artigo aborda as representações sociais dos estudantes do fenômeno de aprendizagem dado pela construção do portfólio. Respaldados pela Teoria das Representações Sociais, os achados revelaram os seguintes núcleos de sentido a partir da apreensão dos estudantes sobre o portfólio como método de aprendizagem: facilidades na compreensão do conteúdo, autonomia, liberdade, postura crítico-reflexiva. Como método de avaliação, foram considerados os seguintes núcleos de sentidos: o erro como oportunidade, a interação com o professor e o ambiente diferenciado pela transparência de critérios de avaliação não punitiva. Alguns pontos de convergência e, ou, conflito também foram identificados, sendo eles: o tempo como fator dificultador na construção das atividades e no trabalho em equipe, a reflexão ora como descoberta, ora como incômodo e o portfólio como método inovador em um contexto de ensino tradicional. Os dois últimos artigos enfocaram as seguintes competências, exercitadas durante o processo de construção do portfólio “Aprender a Conhecer”: “Aprender a Fazer”, “Aprender a Ser” e “Aprender a Conviver e a Trabalhar Juntos, com base nas proposições do informe da UNESCO para Educação. Conclusões: o portfólio coletivo reflexivo se mostrou método coerente com sua proposta de inovação nas formas de se ensinar, aprender e avaliar. A capacitação dos docentes para utilização do portfólio como método ativo e inovador é condição-chave de sucesso do processo de ensino, aprendizagem e avaliação. O portfólio reflexivo estimula nos estudantes a autonomia, liberdade, crítica, reflexão e criatividade, possibilitando a formação de profissionais de saúde preparados para a tomada de decisões e soluções de problemas complexos da sociedade contemporânea.Item Biodisponibilidade in vitro e in vivo de ferro e zinco do feijão com potencial para a biofortificação e efeitos da batata yacon no estado nutricional e na resposta imunológica de pré-escolares(Universidade Federal de Viçosa, 2014-08-01) Tostes, Maria das Graças Vaz; Costa, Neuza Maria Brunoro; http://lattes.cnpq.br/0165198840665094O presente trabalho teve como objetivo avaliar biodisponibilidade de ferro e zinco de feijão com potencial para a biofortificação usando técnicas in vivo e in vitro e estudos em humanos (Artigo 1) e avaliar o efeito da batata yacon no estado nutricional de ferro e zinco e resposta imunológica de pré-escolares (Artigo 2). No artigo 1, a biodisponibilidade de ferro e zinco do feijão com potencial para a biofortificação Pontal (PO) e do feijão convencional Pérola (PE) foram avaliadas utilizando células Caco-2 e como índices de captação de ferro e zinco os níveis de ferritina/proteína e zinco/proteína produzidos pelas células; a biodisponibilidade de ferro foi avaliada em estudos com ratos usando a metodologia de depleção-repleção; e os efeitos da ingestão dos feijões no estado nutricional de ferro e zinco de pré- escolares avaliados após 18 semanas de consumo destes alimentos. Não houve diferença nos níveis de ferritina e na captação de zinco pelas células Caco-2 comparando-se o feijão com potencial para a biofortificação ao convencional. No estudo com animais, ambos os feijões apresentaram alta biodisponibilidade de ferro, sem diferença entre os dois. Em pré-escolares, não foram observadas mudanças no estado nutricional de ferro e zinco após 18 semanas de consumo do feijão PO. A biodisponibilidade de ferro e zinco não foi diferente entre o PO e PE, utilizando diferentes metodologias como culturas de células, animais ou estudos em humanos, mostrando que mais esforços deveriam focar no aumento dos níveis de minerais mais biodisponíveis. No artigo 2, crianças de 2 a 5 anos de idade foram selecionadas de duas creches municipais: grupo controle (C) e grupo Yacon. O grupo Y recebeu yacon por 18 semanas e o estado nutricional de ferro e zinco (eritrograma, ferro séricos, ferritina e zinco plasmático e eritrocitário) e resposta imune (IL-4, IL-10, IL- 6, TNF-α e IgA secretória) foram avaliados antes e após a intervenção alimentar. Foi observado que as crianças do grupo Y apresentaram baixos níveis de hemoglobina, o zinco eritrocitário estava reduzido tanto no grupo C quanto no grupo Y ao final do estudo e que a ingestão de yacon aumentou os níveis séricos de IL-4 e sIgA fecal. A yacon melhorou a resposta imune intestinal, mas não apresentou efeitos positivos no estado nutricional de ferro e zinco em pré-escolares.Item Biomarcadores inflamatórios e epigenéticos precoces de componentes da síndrome metabólica e sua associação com a dieta habitual(Universidade Federal de Viçosa, 2015-12-18) Carraro, Júlia Cristina Cardoso; Bressan, Josefina; http://lattes.cnpq.br/6230558580585949A Síndrome Metabólica (SM) é caracterizada como um conjunto de alterações metabólicas relacionadas ao maior risco de doenças cardiovasculares, diabetes, e morte prematura. Seu desenvolvimento pode estar relacionado a vários fatores, como o estresse oxidativo, a inflamação, fatores ambientais (ex. dieta) e (epi)genéticos, sendo a obesidade e a resistência à insulina fatores centrais em sua fisiopatologia. Uma vez que a SM possui importantes repercussões na qualidade e expectativa de vida, torna-se importante o diagnóstico e intervenção precoce no intuito do aumento da sobrevida destes indivíduos. Assim, este estudo teve como objetivo determinar biomarcadores inflamatórios e epigenéticos precoces da SM, bem como avaliar a associação de componentes da dieta habitual com os componentes da SM, com as concentrações de marcadores inflamatórios e com modificações epigenéticas. Dois estudos transversais foram conduzidos, sendo um composto por profissionais de saúde aparentemente saudáveis do município de Viçosa – MG (n=226; 74% do sexo feminino; idade média de 28,9 ± 7,0 anos e média de IMC de 22,4 ± 3,4 kg/m2), e o segundo por estudantes das universidades de Navarra (UNAV) e Pública de Navarra (UPNA), da cidade de Pamplona, Espanha (n=153; 67% do sexo feminino; idade média de 21,0 ± 3,0 anos e média de IMC de 22,1 ± 2,5 kg/m2). Foram avaliados indicadores antropométricos, de composição corporal, marcadores metabólicos e inflamatórios e a metilação global do DNA e de promotores de genes codificadores de marcadores inflamatórios. Os marcadores epigenéticos foram avaliados por diferentes métodos (High Resolution Melting - HRM e MALDI-TOF-Sequenon). Em relação ao primeiro estudo, a hipermetilação global do DNA e a de promotores de genes inflamatórios (IL-6, SERPINE1 e PCR) esteve associada a marcadores de adiposidade, como o perímetro da cintura - PC e índice de massa corporal - IMC. Indivíduos com maior metilação global também apresentaram aumento da pressão arterial sistólica e de marcadores do metabolismo glicídico, maiores concentrações de TNF-α e menores de adiponectina, bem como pior qualidade da dieta. A hipermetilação dos genes inflamatórios, embora não relacionada a concentrações circulantes das respectivas citocinas, esteve relacionada a componentes específicos da dieta, como o maior consumo de calorias, de carboidratos ou de lipídios totais. No segundo estudo, as concentrações séricas de interleucina-6 (IL- 6) estiveram associadas a indicadores de adiposidade (PC, razão cintura quadril - RCQ, IMC e percentual de gordura corporal), assim como ao maior risco de ocorrência da resistência à insulina e maiores concentrações séricas de PCR, mostrando-se melhor biomarcador precoce de desordens metabólicas que a interleucina-18 (IL-18). As concentrações destas interleucinas podem ser influenciadas pelo hábito de fumar, uma vez que o maior número de cigarros fumados ao dia esteve associado a maiores concentrações de IL-6 e IL-18. A melhor qualidade da dieta, bem como o maior consumo de frutas totais, laranja, maçã, vitamina C e fibra da fruta estiveram associadas à hipometilação do promotor de TNF-α. Em conjunto, os resultados dos dois estudos sugerem que as concentrações de citocinas inflamatórias e marcadores epigenéticos (metilação de DNA) podem ser bons preditores precoces de alterações metabólicas, podendo ser influenciados pela qualidade da dieta e ingestão de nutrientes e,ou grupos alimentares específicos, como o de frutas.Item Biomarcadores metabólicos e consumo alimentar de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica do tipo Bypass gástrico em Y de Roux(Universidade Federal de Viçosa, 2019-09-20) Pinto, Sônia Lopes; Bressan, Josefina; http://lattes.cnpq.br/8054062405156154Objetivo: Investigar a influência do Bypass Gástrico em Y de Roux (RYGB) no consumo alimentar e nos biomarcadores metabólicos em pacientes adultos após 3 e 12 meses de cirurgia. Métodos: Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, no qual foram acompanhados por 12 meses, 58 pacientes submetidos a cirurgia RYGB, de fevereiro de 2017 a setembro de 2018, na cidade de Palmas, Tocantins. Todos os dados foram coletados em três momentos: pré-operatório, após 3 e 12 meses de cirurgia. Foram coletadas informações acerca do consumo alimentar, por meio da aplicação de três recordatórios de 24 horas, e a partir desses, foi avaliada a qualidade da alimentação pela classificação NOVA, assim como consumo calórico, macro e micronutrientes com auxílio do software Brasil Nutri®. O índice inflamatório da dieta (IID®) e a capacidade antioxidante da dieta (CATd) também foram determinados. Foram coletados dados bioquímicos, antropométricos, e de composição. Foram determinados HOMA-IR e TyG para resistência insulínica e o índice FLI (Fatty Liver Index) para esteatose hepática. A ocorrência de síndrome metabólica (SM) foi avaliada conforme a International Diabetes Federation. O estresse oxidativo foi avaliado por meio dos marcadores: óxido nítrico (ON), malondialdeído (MDA), proteína carbonilada, capacidade antioxidante total (FRAP), superóxido dismutase (SOD) e catalase (CAT). Foi investigada a deficiência nutricional das vitaminas B12 e D, assim como de ácido fólico, ferro e cálcio. Resultados: A idade média dos pacientes no pré-operatório foi de 39,3± 9,38 anos, 72,4% eram mulheres, 62% apresentavam obesidade grau III e 48,3% SM. Após 3 meses de cirurgia, os pacientes tiveram 47% de perda de excesso de peso (PEP), e, após 12 meses, 83%. O consumo de alimentos ultraprocessados contribuiu para 27,2%, 19,7% e 18,5% do valor calórico total, no pré-operatório, 3 e 12 meses, respectivamente. Já os alimentos in natura ou minimamente processados apresentaram aumento na contribuição calórica após cirurgia, passando de 55,7% para 70,2% (3 meses) e 63,7% (12 meses). A CATd apresentou associação inversa com o consumo de alimentos ultraprocessados aos 3 meses de cirurgia. A média do IID no pré-operatório foi de 0,39±1,49, com característica mais pró-inflamatória, mas houve redução significativa após 3 meses de cirurgia (-1,52±1,27), sendo mais anti-inflamatório, e posterior aumento aos 12 meses (-0,88±1,49). Na análise de regressão linear ajustada, o IID no pré-operatório foi inversamente associado às variações no perímetro do pescoço, razão cintura-quadril, colesterol total e LDL após 12 meses de cirurgia. A Regressão de Cox foi feita para avaliar os fatores preditores da reversão da obesidade em até 12 meses após RYGB. O IMC pré-operatório (HR: 0.78; IC95%: 0.69-0.88) e a idade (HR: 0.94; IC95%:0.89-0.99) apresentaram associação inversa, e o Δ proteína (valor com 3 meses – valor no baseline) associação positiva (HR:1.06; IC95%:1.01-1.12) com a remissão da obesidade. Houve mudanças significativas em todas as variáveis antropométricas estudadas, perfil lipídico, glicêmico, insulina, resistência à insulina e SM, após 3 e 12 meses de cirurgia. Em relação ao estresse oxidativo, observamos redução em todos os tempos somente para o óxido nítrico. Aos 3 e 12 meses em relação ao baseline, houve redução do MDA e SOD. O FRAP apresentou redução somente com 3 meses de cirurgia. Observamos também correlação positiva do óxido nítrico com TG, % PEP, CT/HDL e TyG. A prevalência de hipovitaminose D foi baixa tanto no pré-operatório, quanto após cirurgia, fato esse que pode estar relacionado com a baixa latitude da cidade de Palmas (10° 10 8 S). Já a deficiência de vitamina B12 aumentou após 3 e 12 meses de RYGB. O aumento da vitamina D após 12 meses prediz a perda de peso e de gordura corporal. Conclusões: O RYGB foi capaz de provocar mudanças significativas no consumo alimentar após 3 e 12 meses. Os pacientes com pior perfil alimentar foram os mais beneficiados com a cirurgia bariátrica. Além disso, menor IMC pré-operatório, menor idade e maior consumo de proteínas após 3 meses de cirurgia em relação ao baseline podem favorecer a remissão da obesidade em até 12 meses. Houve redução no estresse oxidativo, e correlação da mudança do ON com a perda de peso e fatores de risco cardiometabólicos. O RYGB melhorou o estado nutricional da vitamina D, porém piorou de vitamina B12. A localização geográfica de Palmas colabora com a baixa prevalência de hipovitaminose D. A cirurgia bariátrica foi capaz de promover alterações significativas nos pacientes, em diversos aspectos, o que, por sua vez, interfere em sua evolução a longo prazo. Palavras-chave: Obesidade. Cirurgia bariátrica. RYGB. Consumo alimentar. Fatores de risco cardiometabólico. Estresse oxidativo. Deficiências nutricionais.Item Capacidade preditiva e associação de indicadores antropométricos com diabetes mellitus, hipertensão arterial e comprometimento da capacidade funcional em idosos(Universidade Federal de Viçosa, 2016-08-01) Rezende, Fabiane Aparecida Canaan; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/8917482210608448Medidas e índices antropométricos de adiposidade são ferramentas simples e de baixo custo úteis para identificar indivíduos com maior risco de incapacidades e morbidades, principalmente aquelas relacionadas a alterações cardiometabólicas. No entanto, ainda há lacunas de conhecimentos e controvérsias sobre os indicadores antropométricos mais apropriados para a avaliação do idoso. O objetivo deste estudo foi investigar a capacidade preditiva e a associação de indicadores antropométricos com diabetes mellitus (DM), hipertensão arterial (HA) e comprometimento da capacidade funcional em idosos. Trata-se de um estudo transversal em que se avaliou uma amostra representativa de 621 idosos de Viçosa, Minas Gerais, selecionados por amostragem aleatória simples sem reposição. As variáveis dependentes foram HA e DM autorreferidos e comprometimento da capacidade funcional como variável latente obtida a partir de atividades básicas e instrumentais da vida diária. Foram aferidas as seguintes medidas antropométricas: peso, estatura, perímetros da cintura, quadril, braço e panturrilha e calculados os seguintes índices antropométricos: a body shape index (ABSI), body roundness index (BRI), índice de conicidade (IC), índice de adiposidade corporal (IAC), índice de massa corporal (IMC), relação cintura-estatura (RCE), relação cintura- panturrilha (RCP), relação cintura-quadril (RCQ), e relação cintura-quadril- estatura (RCQE). As seguintes covariáveis foram obtidas: idade, sexo, escolaridade, renda, prática de exercícios físicos, tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas e qualidade da dieta. Em relação às características antropométricas, verificou-se que as mulheres apresentaram médias mais elevadas de IMC, RCE, IAC e perímetro do braço (p < 0,001) e homens de peso, estatura e RCQ (p < 0,001). Peso, perímetro da panturrilha e do braço foram menores nos grupos etários mais velhos (p < 0,001) e o mesmo ocorreu para o IMC e estatura entre os homens (p < 0,05). Os índices antropométricos com associação mais forte, positiva e estatisticamente significante com HA foram a RCQE em homens e o IAC e IMC em mulheres. Para o desfecho DM, o índice com associação mais forte, positiva e estatisticamente significante nos homens foi a RCQ e nas mulheres a RCP. O perímetro do quadril apresentou associação inversa e estatisticamente significante com HA nos homens e com DM em ambos os sexos. Em relação à capacidade preditiva, ABSI, BRI, IAC e RCQE não mostraram desempenho superior aos índices antropométricos tradicionais (IMC, PC, RCQ, RCE) para discriminar DM e HA em ambos os sexos, exceto a RCP que apresentou desempenho significantemente superior aos índices tradicionais para predizer DM em mulheres. Foram identificados pontos de corte para as medidas antropométricas por sexo para discriminar HA e DM, porém os valores de sensibilidade e especificidade foram baixos. Por meio da análise fatorial por componentes principais identificou-se dois padrões antropométricos: adiposidade global e adiposidade central. Após ajuste por fatores de confusão, a análise de regressão de Poisson, com variância robusta, mostrou que a única associação que se manteve significante foi aquela entre o padrão antropométrico de adiposidade central e DM em mulheres. Em relação ao comprometimento da capacidade funcional, a análise ajustada por fatores de confusão demonstrou associação positiva e estatisticamente significante do mesmo com IMC (coeficiente padronizado: 0,211; p < 0,001) e perímetro da cintura (coeficiente padronizado: 0,163; p < 0,001). O presente estudo demonstrou que HA, DM e compromentimento da capacidade funcional foram associados positivamente com adiposidade global e distribuição central da gordura corporal em idosos e que os indicadores IMC, perímetro da cintura, RCQ e RCP são os mais apropriados para a avaliação antropométrica do idoso.Item Children’s Dietary Inflammatory Index: Association with sociodemographic and behavioral factors, cardiometabolic risk, and inflammatory markers (PASE study)(Universidade Federal de Viçosa, 2021-08-11) Suhett, Lara Gomes; Novaes, Juliana Farias de; http://lattes.cnpq.br/8065841202460925The Children’s Dietary Inflammatory Index (C-DII) is a novel method of estimating the quality and the inflammatory properties of pediatric population’s diet. The possible determinants of the dietary inflammatory potential, as well as the health consequences of the pro-inflammatory diet in childhood remains unclear. Thus, we aimed to evaluate the association of the C-DII scores with sociodemographic and behavioral factors, cardiometabolic risk, and inflammatory markers in schoolchildren. The systematic review was performed according to the recommendations of Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyzes (PRISMA) guidelines and registered in PROSPERO (CRD42019123939). This is a cross-sectional representative study carried out with participants from the Schoolchildren Health Assessment Survey (PASE - 2015), which was approved by the Ethics Committee on Human Research of the Universidade Federal de Viçosa (UFV), process no. 663,171/2014. The sample consisted of 378 children between the ages of 8 and 9 years enrolled in all public and private schools from the urban area of Viçosa, Minas Gerais, Brazil. The parents’ participants signed the Informed Consent Terms. To evaluate food consumption, breakfast habit, and to calculate C-DII scores, three 24-hour recall were applied on non-consecutive days, including one day of weekend. Sixteen food- parameters were used for the C-DII calculation and the index was adjusted per 1000 kcal consumed. A semi-structured questionnaire was applied to obtain sociodemographic and screen time information. Anthropometric measures (weight and height), body fat distributions (total, truncal, gynoid, android), body mass index (BMI) calculation, and biochemical analysis were performed to assess the cardiometabolic risk. The body composition was evaluated by dual energy X-ray absorptiometry (DXA). Blood samples were collected after 12h of fasting for the analysis of lipid profile (total cholesterol and fractions, triglycerides) and inflammation markers (serum adipokines). The atherogenic indexes (Castelli risk index I, Castelli index risk II, lipoprotein combine index (LCI), atherogenic index of plasma (AIP), and atherogenic coefficient (AC)) of the sample were calculated. At the end of the study, all children received the results of their tests and individual nutritional guidance. The statistical analyses were realized in the Social Package Statistical Science (SPSS) program version 23.0 and Stata®8 version 14. Multivariable linear regression models were proposed to establish the relationship of C-DII with the dependent and independent variables and possible interactions. For all hypotheses, the level of statistical significance considered was α=5%. In the systematic review, all included papers found a positive association of the DII or C-DII with cardiometabolic and inflammatory markers in children and adolescents. The mean ± standard deviation (SD) of C- DII score was 0.60 ± 0.94 and ranged from −2.16 (maximum anti-inflammatory diet) to 2.75 (maximum pro-inflammatory diet). Breakfast skipping was associated to a higher intake of lipids, monounsaturated fat, and polyunsaturated fat, and lower intake of carbohydrate, calcium, and magnesium. Children skipping breakfast at least one day of the three 24HR had higher C- DII scores. We did not identified interaction between breakfast skipping and sociodemographic factors (sex, age, race, and household per capita income) in relation to C-DII scores. However, the association between breakfast skipping and C-DII was more pronounced in children with sedentary behavior. Children with hypercholesterolemia and hypertriglyceridemia had higher C-DII scores. The C-DII was directly associated with atherogenic indexes and with the accumulation of altered dyslipidemia markers (high TC + high LDL-cholesterol + high TAG + low HDL-cholesterol). Non-White children and students from public schools were more likely to have a pro-inflammatory diet. Additionally, the C-DII was inversely associated with household per capita income. The C-DII was not associated with central and total body fat. However, the index was modestly inversely associated with adiponectin and RBP4, and modestly directly associated with chemerin. We conclude that breakfast skipping was associated with C-DII scores with significant interaction with sedentary behavior. A pro- inflammatory diet was positively associated with sociodemographic characteristics (non-white children, residents in poorer communities) and unhealthy outcomes (cardiometabolic and inflammatory markers) in Brazilian schoolchildren. These results reinforce the importance of effective public health policies and nutritional interventions targeting individuals with unhealthy behaviors and in social vulnerability to promote healthy eating and lifestyle habits since childhood. Keywords: Child. Food intake. Adiposity. Inflammation. Cardiovascular diseases. Socioeconomic factors. Nutritional Epidemiology.Item Competências profissionais para o trabalho do nutricionista em atenção primária no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2013-12-12) Junqueira, Túlio da Silva; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/6006471195125070A discussão sobre a formação dos nutricionistas diante das necessidades impostas ao cotidiano profissional no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá primar por um processo de ensino e aprendizagem capaz de colocar no mercado de trabalho, profissionais que, além da competência técnica, estejam preparados para compreender, analisar e intervir nos problemas sociossanitários dos locais e cenários onde atuam, tendo como referência a formação cidadã e a busca da justiça social. Destaca-se a necessidade de se implementar mudanças paradigmáticas nas instituições de ensino, orientando os currículos para a formação por competências – aprendizagem com base nos conhecimentos, atitudes e habilidades – necessária para que os estudantes e profissionais atuem de maneira ativa, responsável e criativa na construção de seu projeto de vida, tanto pessoal e social como profissional. Os objetivos deste estudo foram identificar e delinear as competências (gerais e específicas) necessárias aos nutricionistas que atuam na Atenção Primária em Saúde (APS), visando classificar e categorizar essas competências, contribuindo assim, para a concretização das reformas pedagógicas no âmbito das universidades brasileiras, nos marcos das orientações internacionais e das Diretrizes Curriculares Nacionais. Foi utilizada a técnica Delphi em três momentos distintos (rounds), a fim de alcançar um nível de consenso esperado entre os experts. Foram consultados 52 sujeitos que foram divididos em dois grupos: nutricionistas docentes e nutricionistas atuantes na APS de diversas regiões do país. O padrão arbitrário inicial de concordância foi de 85% (pela maioria) para todas as rodadas. Ou seja, adotou-se como consenso o escore igual ou superior a 85% para cada competência, considerando os itens correspondentes a muita importância e extrema importância, da escala de Likert, depois de duas rodadas. A análise descritiva ocorreu por meio das distribuições de frequências das respostas separadas segundo as etapas do estudo. Realizou-se o teste do qui-quadrado para verificar a associação entre a existência de consenso nas competências avaliadas e a forma de atuação do profissional. O teste de Fisher foi empregado quando as diferenças nas distribuições esperadas foram ≤ 5. O nível de significância considerado foi de p < 0,05. Realizou-se o teste de normalidade Kolmogorov Sminorv para verificar a distribuição das variáveis que mensuraram o grau de importância das competências segundo a escala Likert. Posteriormente, procedeu-se o teste de Mann-Whitney para comparar os valores da escala entre o grupo de atuantes em docência e na rede da APS. A confiabilidade interna do questionário em relação aos constructos propostos, ou seja, se cada item tem relação com o conceito sobre o qual ele está inserido foi verificada a partir do alfa de Cronbach; valores do índice acima de 0,70 indicam um bom constructo. As opiniões dos participantes do painel apresentaram consenso sobre as competências gerais e específicas dos nutricionistas que atuam na APS. O processo de rodadas resultou em 133 competências consideradas essenciais para a formação do nutricionista. Destas, 80 (60,1%) foram consideradas competências gerais e 53 (39,9%) competências específicas. Além disso, 22 (14,7%) competências foram consideradas como não essenciais para a formação do nutricionista. Das 29 competências relacionadas à gestão das ações de Alimentação e Nutrição, 23 (79,3%) atingiram consenso (sete planejamentos, onze organizações, três direções e dois controles). Em relação às competências sobre o cuidado nutricional, tendo como os sujeitos das ações indivíduos, família e comunidade, 110 competências foram consensuadas, sendo que destas, 27 relacionadas ao diagnóstico, 29 relacionadas à promoção da saúde, 22 relacionadas à prevenção de doenças e 32 relacionadas ao tratamento. O presente estudo pode ser considerado pioneiro na avaliação das competências do nutricionista na área de APS no Brasil e contemplou a participação de voluntários de diferentes localizações do Brasil. Um aspecto que ficou evidente nesta investigação foi que os conhecimentos, tanto conceitual, procedimental e contextual, quanto de planejamento, organização, direção e controle são componentes importantes da competência profissional na área de atuação do nutricionista. Estas competências foram consideradas imprescindíveis para a solução dos problemas enfrentados, bem como constituem fatores limitantes do desempenho profissional do indivíduo. A convergência de opiniões entre os profissionais da rede e os docentes é um importante achado para a formação no consenso e pode ser o passo inicial para diminuir o hiato entre a formação e atuação profissional nos contexto do SUS, visando a superação da lacuna existente entre a universidade e atuação nos diferentes cenários de práticas, destacando-se a APS. Sendo assim, este estudo constitui-se em um importante passo para estimular o processo de construção e reflexão sobre a (re)forma universitária e curricular do profissional nutricionista.Item Comportamento alimentar de mães com vivência em perda de filho(a)(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-22) Campos, Maria Teresa Fialho de Sousa; Araújo, Raquel Maria Amaral; http://lattes.cnpq.br/2680484261707665A morte de um(a) filho(a) provoca reações afetivo-emocionais de longa duração que têm implicações no comportamento alimentar e no estado de nutrição dos pais. Com a supressão do convívio com o(a) filho(a) falecido(a), muito há por compreender em atitudes alimentares manifestadas no luto. O presente trabalho teve como objetivo investigar o comportamento alimentar de mães com vivência em perda de filho(a). Trata-se de um estudo transversal, com amostra por conveniência, realizado com mães frequentadoras de Organizações não- governamentais de apoio ao luto do Estado de Minas Gerais. Para atender a abordagem qualitativa e quantitativa deste estudo, foi desenvolvido um protocolo de condutas como um instrumento de acesso específico para conduzir inquéritos alimentares com enlutados. Para análise compreensiva das múltiplas dimensões que o fenômeno do luto materno envolve, a abordagem qualitativa foi ancorada na entrevista alimentar não-diretiva, adotando-se a perspectiva teórico-metodológica da fenomenologia existencial Heideggeriana. Para a abordagem quantitativa foi aplicado um questionário contemplando variáveis antropométricas, clínicas, socioeconômicas, causa do óbito, dor da perda, e caracterização do enlutamento. A ingestão foi documentada por meio de Questionário de Frequência Alimentar – QFA e para identificar tendências alimentares no luto materno, procedeu-se a análise de marcadores do consumo alimentar. Solicitou-se o registro das sensações hedônicas (fome, apetite, saciação, saciedade e refeição apetitosa) em datas críticas de tributo ao(a) filho(a) falecido(a) – de nascimento ou falecimento. O protocolo de condutas desenvolvido foi uma ferramenta que atendeu de forma satisfatória à necessidade de obtenção de informações de qualidade e de minimizar reações emocionais por parte da mãe. Participaram deste estudo 33 mães com idade entre 40 a 61 anos, com predominância de dois anos ou mais de vivência em perda de filho. Por meio da pesquisa foi possível delinear as práticas alimentares de mães com vivência em perda de filho(a) em seu contexto existencial e na sua relação com o alimento. A influência que o luto exerceu na relação de mães com a alimentação foi evidenciada de diversas maneiras, seja na ausência de fome, na alteração do peso e na falta do(a) filho(a) nas refeições, representando os desafios da mãe perante uma “mesa que encolheu” e exigindo das mesmas novas significações frente à alimentação. A condição existencial da mãe em ser-com os demais filhos possibilitou reações mais contundentes de enfrentamento ao luto no contexto da dimensão existencial do espaço do culinário. Os resultados da análise quantitativa também evidenciaram que a condição de ter mais filhos impôs às mães reações proativas frente aos alimentos, mesmo diante do luto recente. Verificou-se que a intensidade da dor da perda se correlacionou, de forma significativa, com ausência da fome, saciação rápida e saciedade prolongada; enquanto, o tempo maior de óbito do(a) filho(a) teve correlação com as escalas de sensação de fome e de menor saciação e saciedade. Os marcadores do consumo alimentar indicaram que o hábito alimentar da mãe tende a se restabelecer com o tempo. Ao se estudar a relação das mães com o alimento diante do luto materno, o seu modo de ser presente revelou que esta relação estava permeada por conflitos que implicaram em alterações nas práticas alimentares, levando a riscos nutricionais. O trauma decorrido da morte de um filho exerce fortes influências no sistema de regulação da fome e da saciedade, resultando, de início, na ausência da fome, na saciação rápida e na saciedade prolongada; e posteriormente, na busca por alimentos de resíduos adocicados e na persistência de determinadas restrições alimentares. Essas reações resultam em desgastes físicos com implicações no estado nutricional.Item Comportamento sedentário e saúde cardiovascular ideal em adultos - um estudo de base populacional em Viçosa (MG), Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2016-08-12) Silva, Meirele Rodrigues Inácio da; Ribeiro, Andréia Queiroz; http://lattes.cnpq.br/8847339602105493Introdução: O comportamento sedentário (CS) emerge como grave problema de saúde pública, em parte à sua associação com o aumento na prevalência de doenças crônicas e agravos não transmissíveis, em especial as doenças cardiometabólicas, em distintos grupos populacionais. No Brasil, pouco se conhece sobre a distribuição do CS e sua relação com o processo saúde doença em estudos de base populacional Objetivo: O objetivo deste estudo foi descrever a distribuição de fatores sociodemográficos, comportamentais e de conhecimento em saúde de acordo o tempo em CS e avaliar a associação entre o CS e saúde cardiovascular ideal em adultos. Metodologia: Estudo transversal, com amostragem por conglomerados. Variáveis sociodemográficos, comportamentais e de conhecimento em saúde foram avaliadas por entrevista estruturada e os componentes da saúde cardiovascular segundo orientação da AHA. Utilizou-se análise descritiva, bivariada e modelagem linear generalizada. Resultados: Foram entrevistados 970 adultos, de 20 a 59 anos. Gastavam, em média, 329 min/dia sentados (IC 95% 317,61-340,26) e 147 assistindo TV (IC 95% 140,07-153,41). Os participantes do estudo gastavam, em média, 329 min/dia sentados (IC 95% 317,61-340,26) e 147 min/dia assistindo TV (IC 95% 140,07-153,41). Indivíduos mais jovens, estudantes, que viviam sem companheiro, que tinham maior escolaridade e maior nível socioeconômico, bem como aqueles que atendem recomendações de atividade física, consumiam mais energia e faziam refeições em frente à TV foram os que despenderam maior tempo sentado. Em relação ao tempo de TV, indivíduos trabalhadores, que viviam com companheiro, conheciam recomendações de atividade física bem como a relação entre comportamento sedentário e doença cardiovascular, que tinham maior consumo de energia e faziam refeições em frente à TV foram os que despenderam mais tempo nesse tipo de comportamento. A prevalência de saúde cardiovascular ideal foi de 0.07% e o escore ideal médio foi de 3,76 +1,30. Para cada hora de tempo sentado observou- se redução em 0,9% (β: -0,009 IC: 95%: -0,017 -0,001) no escore de saúde cardiovascular ideal e para cada hora assistindo TV uma redução em 1,9% (β:-0,019 IC 95%: -0,035 - 0,003) no escore. Conclusão: Conhecer como as características estudadas se distribuem de acordo com o tempo em comportamento sedentário, poderá auxiliar no planejamento de ações efetivas para redução do sedentarismo. Aumentar o fenótipo de saúde cardiovascular ideal pode representar um grande desafio, pois demanda esforços para ampliar o acesso a cuidados de saúde de qualidade e ambientes favoráveis a saúde, em especial que promovam alimentação saudável e estilo de vida ativo e reduzam o tempo em comportamento sedentário.