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    O ministério da polêmica: humor, representações sociais e a gestão da Saúde durante a pandemia
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-17) Barros, Camila Cardoso; Vale, Rony Petterson Gomes do; http://lattes.cnpq.br/1252433701459811
    No contexto brasileiro, os impactos da Covid-19 não se restringiram ao âmbito da saúde pública, tendo, assim, reflexos negativos nos aspectos econômicos, sociais e, principalmente, políticos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde, órgão em evidência em crises sanitárias, viu- se instaurado em meio a uma instabilidade de gestores: ao longo da pandemia, considerando-se 2020 e 2022, o comando foi alterado por quatro vezes, tendo como ministros Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga. Diante desse contexto, objetivamos, neste trabalho, analisar discursivamente as estratégias mobilizadas em charges para a representação do ministro da saúde durante a pandemia no Brasil. Assim, para o corpus, foram selecionadas 30 charges, a partir de pesquisa na plataforma Google, com a busca “charge + nome do ministro da saúde”, publicadas em mídias on-line, de abril de 2020 até fevereiro de 2022. Dentre essas, cerca de 5 charges são referentes a cada período de comando, além de 6 que fazem alusão aos períodos de troca e à situação do Ministério de maneira geral. No que concerne ao arcabouço teórico-metodológico, utilizamos, primordialmente, a Teoria Semiolinguística (TS) de Patrick Charaudeau, considerando-se a sua pertinência e aplicabilidade em referência ao estudo. Assim, percebemos que a análise das charges foi uma tarefa complexa que demanda a utilização de diferentes quadros da TS e que os resultados indicaram que a representação do ministro da saúde do período pandêmico consistiu em um gestor circunscrito por silenciamento, apatia e submissão, em um contexto predominantemente marcado por negacionismo, omissão e passividade, visto que em todas as charges que aparecem interlocução direta entre ex-ministros e ex-presidente, os antigos comandantes da Saúde não possuem fala. Palavras-chave: Análise do discurso. Teoria Semiolinguística. Covid-19. Charges.
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    Imaginários sociodiscursivos sobre guerra e feminilidades: uma análise discursiva “A guerra não tem rosto de mulher”, de Svetlana Aleksiévitch
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-08-11) Silva, Mariana Singulani; Xavier, Mariana Ramalho Procópio; http://lattes.cnpq.br/2973745899752319
    Esta dissertação tem como foco a análise discursiva do livro A guerra não tem rosto de mulher, da autora ucraniana Svetlana Aleksiévitch (2016). A obra em questão confere uma reconstrução da história da Segunda Guerra Mundial, a partir da perspectiva de mulheres soviéticas que vivenciaram este acontecimento. Desse modo, buscamos identificar e analisar os imaginários sociodiscursivos relativos à guerra e feminilidades, construídos segundo os relatos de mulheres, que contam suas histórias em um contexto pós-guerra, entrecruzados por comentários romanceados de Svetlana. Sendo assim, nos apoiamos nos pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Semiolinguística, de Patrick Charaudeau, de teorias do discurso que dialogam com esta e de contribuições da Literatura, a fim de prescrutar os principais temas evidenciados na obra e como as narrativas de vida encontradas naqueles relatos revelam indícios discursivos sobre a guerra e imaginários sobre mulheres. Nesse sentido, mobilizamos os conceitos de imaginários sociodiscursivos, contrato comunicacional e sujeitos da linguagem, além das categorias dos modos de organização do discurso (MOD) enunciativo e narrativo, que nos forneceram pistas para a realização da nossa análise tencionada. Desenvolvemos nossas investigações por meio de uma abordagem empírico-dedutiva, na qual realizamos fichamentos e tabelas de levantamento dos dados. Deste levantamento, executamos as análises e vimos a presença preponderante do comportamento enunciativo elocutivo, do tipo de conhecimento de experiência e do tipo de saber de crença de opinião comum. Finalmente identificamos que os imaginários referentes à guerra perpassam o domínio de um território de posse das masculinidades e os imaginários referentes às feminilidades são marcados por uma concepção enviesada do que é “ser mulher”, em um âmbito hegemônico, com imagens estereotipadas conforme atributos de sensibilidade, emotividade, delicadeza fragilidade e vaidade, por exemplo. Por fim, registramos que as vozes masculinas foram verificadas como constitutivas destes imaginários, que se fazem notar ao longo de toda a obra. Palavras-Chave: Análise do Discurso. Svetlana Aleksiévitch. Imaginários Sociodiscursivos. Guerra. Feminilidades.
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    Paisagens, animais e homens em Ana Paula Maia
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-09-22) Aguiar, Andre Luiz Godinho; Assis, Ângelo Adriano Faria de; http://lattes.cnpq.br/5817940241533035
    Este trabalho desdobra as narrativas em prosa da autora Ana Paula Maia, visando entender como seus personagens intitulados “homens-bestas” podem indicar tipos de humanidade e de masculinidade e como seus cenários podem criar um sentido de país. Para isso, articula-se um repertório interdisciplinar sobre o Brasil contemporâneo, a literatura brasileira, tendências da ficção e noções teóricas acerca de temas como animalidade, violência, crueldade e gênero. Conclui-se que estas histórias e personagens sinalizam para realidades extratextuais, como a exploração animal, a masculinidade tóxica e a prevalência do feminícidio, a partir da análise das relações interespécies, pelos cenários gerados pelo capitalismo industrial e pelas cenas de violência nas novelas e da leitura de autores como bell hooks, Judith Butler, Michel Foucault e Paul B. Preciado. Palavras-chave: Literatura contemporânea. Biopolítica. Zoopoética.
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    Representação de pessoas negras na publicidade: uma análise discursiva da campanha #AvonTáOn
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-03-30) Lourenço, Suéllen Stéfani Felício; Xavier, Mariana Ramalho Procópio; http://lattes.cnpq.br/2458338443815101
    Essa dissertação objetiva analisar discursivamente as representações concernentes às pessoas negras na campanha publicitária #AvonTáOn do ano de 2021. Notadamente, buscou-se com este trabalho: I. Caracterizar o contrato de comunicação que rege a campanha publicitária #AvonTáOn; II. Investigar os componentes linguísticos, sonoros e icônicos que sustentam as representações encontradas. A escolha da Avon como objeto de estudo deveu-se ao reposicionamento da empresa que fora apresentado ao público por meio da parceria inédita com o Big Brother Brasil no ano de 2021. O principal eixo teórico-metodológico utilizado foi a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau, que se mostrou relevante por levar em conta a linguagem e o contexto psicossocial que permite a sua manifestação (MACHADO, 1992), além de nos permitir observar como o discurso se concretiza no estrato verbal e no imagético. Para análise elencou-se quatro vídeos da campanha, sendo que em todos estão presentes pessoas negras, o que possibilitou inventariar interpretações para a investigação em torno da questão racial. Dentre os principais resultados, observou-se que a Avon realiza uma tentativa de se distanciar de representações cristalizadas acerca da pessoa negra. Para isso, a empresa buscou promover o enaltecimento das características fenotípicas negras como os narizes arredondados, lábios carnudos, a valorização dos cabelos crespos soltos e a apresentação de mulheres com cabelos bem curtos, através da adoção de procedimentos linguísticos e icônicos. Notou-se a presença de um único homem negro que se distancia de um padrão hegemônico de masculinidade, por apresentar vestimentas na cor rosa e esmalte (elementos atrelados à feminilidade). Por outro lado, apesar de haver uma tentativa da Avon de romper com algumas cristalizações, identificou-se a reprodução do imaginário da mulher negra atrelada ao Carnaval, além do uso de indumentárias e enquadramentos que expõem determinadas partes do corpo, denotando sensualidade. Outrossim, detectou-se uma representação recorrente das pessoas negras como dançarinas, corroborando o imaginário social de que possuem um “talento nato” para a dança. Concluiu-se, a partir das análises, que embora haja uma proposta de reposicionamento da Avon, ainda se observam resgates de construções que, de certo modo, estereotipam a pessoa negra. Palavras-Chave: Pessoas Negras. Avon. Análise do Discurso. Teoria Semiolinguística. Representações Sociais.
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    Evangélico também faz rir: uma análise discursiva do humor do canal “Desconfinados”
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-03-30) Borges, Vitor Simiquel; Vale, Rony Peterson Gomes do; http://lattes.cnpq.br/2044395028253063
    Significativamente, os evangélicos têm se aventurado no campo do humor a fim de produzir conteúdos na internet. Entre esses, muitos fazem parte de uma camada advinda do protestantismo: o pentecostalismo. Assim sendo, o que chama atenção é o canal do YouTube “Desconfinados”, do qual o principal idealizador e roteirista é o Jonathan Nemer, conhecido como humorista gospel e evangélico. À vista disso, visamos neste trabalho analisar as estratégias discursivas relacionadas ao humor nesse canal, partindo da hipótese de que o humor serve como uma estratégia de evangelização em “Desconfinados”. Para isso, a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau foi escolhida, pois ela oferece um aparato teórico- metodológico adequado para uma análise dos atos de comunicação humorísticos. Para investigarmos o nosso objetivo, partimos da exposição sobre os evangélicos e os pentecostais no Brasil, bem como elencamos algumas características do pentecostalismo. Após isso, discutimos sobre os evangélicos na contemporaneidade e a relação deles com o humor, para depois elencarmos algumas características dos esquetes que compõem o corpus de nosso trabalho. Da mesma forma, expomos sobre as técnicas relacionadas ao humor. Por fim, foi feita uma apresentação dos pressupostos teórico-metodológicos desta pesquisa, passando pelos conceitos gerais e centrais da Semiolinguística até às categorias relacionadas aos atos de comunicação humorísticos. Também foram realizadas exposições sobre a relação interdiscursiva entre o Discurso Humorístico e o Discurso Religioso, o campo discursivo e o riso no discurso para, enfim, executarmos as análises dos esquetes. Durante as análises realizadas, percebeu-se o desdobramento das instâncias que compõem a encenação dos vídeos, o que nos possibilitou vislumbrar um plano ficcional e um não ficcional. A observação atenta da instância do alvo, categoria fulcral para um estudo discursivo do humor, permitiu o desvendamento da natureza deste no canal: através das personagens em interação nas cenas ficcionais, é possível concluir que os esquetes do canal possuem certas tendências, a saber: i) atacar personagens que representam pessoas para gerar o riso, especialmente mulheres/moças do meio evangélico; ii) ter também como alvos os vícios e os pecados, o que nos levou a concluir que o canal, além de fazer humor, também faz religião; iii) buscar um aumento de alteridade com um público mais amplo, principalmente os não evangélicos. Palavras-chave: Semiolinguística. Humor. Evangélicos. Estratégias discursivas.
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    Religião e política: uma análise do discurso da CNBB sobre as eleições presidenciais de 2018
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-12-16) Luchi, Sissa Souza; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/1623601501396078
    A religião se apresenta de forma contundente em nossas relações sociais, contribuindo para a propagação de valores morais e éticos dentro da sociedade. Não obstante, mesmo nos meios considerados laicos como a política e o Estado, há relativa influência das instituições religiosas. O discurso religioso funciona como veículo de poder e contribui indiretamente para a transformação da sociedade por meio daquilo que é sagrado (PEREIRA, 2008). Pensando nessa importância e no contundente papel das mídias, no que se refere à alteração das instituições sociais e culturais e dos modos de interação, objetivamos, nesse trabalho, observar como os religiosos representantes da Igreja Católica construíram seu discurso em meio aos tensionamentos produzidos pelo contexto sócio-político em questão, visando à propagação de determinado posicionamento político e doutrinas. Nosso corpus é composto de cinco artigos veiculados no site da Conferência Nacional de Bispos do Brasil no período do segundo turno das eleições presidenciais de 2018, de 15 a 26 de outubro. A definição da CNBB como objeto de pesquisa, em detrimento de outras conferências religiosas, deve-se ao importante papel histórico que ela tem na luta pela mudança da realidade social, pautada em ideais católicos. Pretendemos analisar o discurso organizacional religioso e como ele se relaciona com o momento sócio-político do período em questão. Para tanto, fizemos a descrição da organização argumentativa desses artigos com a finalidade de identificar as estratégias argumentativas utilizadas e os imaginários sociodiscursivos construídos. Recorremos à Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau como aparato teórico-metodológico central. Porém, utilizamos também Orlandi (1987), Maingueneau (2008) e Melo (2016) para discutir sobre o discurso religioso; Charaudeau (2017), Bordieu (1989) e Osakabe (1999) ao contextualizar o discurso político e suas interseções e divergências com o discurso religioso; dentre outros autores igualmente relevantes que foram importantes para o desenvolvimento do trabalho. Percebemos, por meio de nossas análises, que, ao expressarem suas opiniões, os representantes da Igreja Católica deixaram transparecer, ainda que de maneira implícita, o seu posicionamento político em favor do candidato de esquerda, o que dialoga com os preceitos defendidos pela Doutrina Social da Igreja e com o posicionamento da CNBB desde sua criação. Notamos também que os imaginários sociodiscursivos ao longo do discurso contribuem para uma caracterização da necessidade de haver mudanças no Brasil como um todo, para que sejam superados os muitos desafios que permeiam a sociedade, porém essas só serão alcançadas através de um voto consciente alicerçado em princípios e valores católicos. Palavras-chave: Religião. Política. Discurso.
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    Prática de checagem de fatos no Brasil contemporâneo: uma análise de condições psicossociais de produção linguageira
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-07-23) Miranda, Leonne Sá Fortes de Castro; Melo, Monica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/4310037190741491
    Durante as eleições presidenciais brasileiras de 2018 pode ser observado empiricamente uma incidência significativa de narrativas falsas, pretensamente verdadeiras, que buscavam dar conta de fatos e acontecimentos políticos, sobretudo aqueles relacionados com o pleito. Em paralelo, também pode ser observado um grande fluxo de notícias de checagem de fatos, ou fact-checking, textos que incidiam sobre essas narrativas com o intuito de verificar dados fornecidos publicamente e fornecer um parecer em termos de verdadeiro e falso (GRAVES, 2016). Partindo da hipótese de que estes textos fazem parte de uma prática social recente e em ascensão e que, em consequência, estrutura um domínio de prática linguageira (CHARAUDEAU, 2004; 2005; 2016), esta pesquisa teve como objetivo descrever a configuração, analisar e interpretar a prática social de checagem de fatos em contexto brasileiro a partir da análise de seu gênero situacional (CHARAUDEAU, 2004). Para isso, foram selecionados 162 textos, publicados entre os períodos 16 de agosto e 28 de outubro, por duas equipes de checagem de fatos brasileiras, a Agência Lupa e o grupo Aos Fatos. Destes textos foram investigadas suas condições psicossociais de produção, a saber: o dispositivo sociolinguageiro, as identidades psicossociais e linguageiras dos parceiros da troca, suas finalidades e o objeto temático da troca, ou propósito (CHARAUDEAU, 2004). Nesse sentido, pudemos observar que a checagem de fatos está diretamente vinculada a um ambiente digital de produção, sob os efeitos da midiatização, fenômeno que assinala transformações profundas da sociedade a partir da configuração de um novo ambiente sociocultural, condicionado pelo aparecimento e consolidação dos meios digitais de comunicação em associação à prevalência da lógica financeira de mercado (SODRÉ, 2020; FRANÇA, 2020). Palavras-chave: Checagem de fatos. Teoria semiolinguística do discurso. Midiatização. Fake news. Jornalismo
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    Intolerância verbal na internet: uma análise das respostas a um tuíte do Papa Francisco
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-07-22) Nunes, Karina Zandonadi; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/2321956905374170
    As pesquisas realizadas na área da linguagem contribuem para que fenômenos sociais se tornem cada vez mais evidentes. Na contemporaneidade, aprofundar os conhecimentos sobre as estruturas e relações na internet é aprofundar também os estudos sobre a sociedade em si. E como o anonimato e a liberdade de expressão se tornaram bases constituintes deste espaço, muitos usuários acreditam poder dizer tudo aquilo que desejam sem que sejam punidos por seus atos. O ciberespaço deu superpoderes à violência simbólica, mas isso não significa que a intolerância verbal tenha sido originada na internet. Neste estudo, a intolerância se mostra como consequência de uma polêmica causada a partir da publicação de um vídeo no Twitter do Papa Francisco que pede pela imparcialidade dos juízes. Em decorrência de acontecimentos políticos, da progressiva midiatização do discurso religioso e da popularização dos sites de redes sociais, diversos comentários intolerantes foram realizados em tal postagem. No discurso intolerante é possível notar, então, que há um sentimento exacerbado de repulsa em relação ao eles porque este rompe os pactos sociais aceitos e partilhados pelo nós. Dentre os 5639 comentários coletados, encontramos 289 respostas contendo intolerância verbal, classificados a partir de Barros (2011, 2016, 2014), e Amossy (2017a). Para analisar o conteúdo linguístico-discursivo e os imaginários sociodiscursivos dos comentários, nos apoiamos em Charaudeau (2001, 2005, 2007a, 2007b, 2008, 2009, 2014, 2015, 2017), além de Barros (2011) e Melo (2020) para investigar as temáticas mais recorrentes presentes nos discursos intolerantes. Diante de nossas investigações, notamos que a intolerância verbal presente nas respostas é apenas um dos indicadores de que estamos vivendo em uma sociedade intolerante que usa da linguagem para se manifestar em momentos de crises. Palavras-chave: Intolerância verbal. Internet. Twitter. Liberdade de expressão. Análise do Discurso.
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    A representação de francofalantes a partir de livros didáticos de francês língua estrangeira em uma perspectiva dos estudos discursivos críticos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2020-03-20) Mucci, Samira Baião Pereira e; Gomes, Maria Carmen Aires; http://lattes.cnpq.br/6696804895324073
    Neste trabalho, investigamos como falantes de francês são identificados e representados nos três livros didáticos de Francês língua estrangeira (LDFLE) utilizados no curso de Licenciatura em Letras Português/Francês da Universidade Federal de Viçosa, sendo eles: Alter Ego +1, AlterEgo +2 e Le Nouvel Édito B1, compreendendo-os enquanto um gênero discursivo (BAKHTIN, 1997; BUNZEN, 2005; 2007; BUNZEN; ROJO, 2005; SOUZA; VIANA, 2011). O estudo se configura como uma pesquisa de cunho documental e qualitativo, uma vez que a análise englobou um processo complexo de observação de textos multimodais desses livros didáticos. Em um primeiro momento, buscamos temáticas recorrentes nos três LDFLEs e, consequentemente, em todos os períodos dos estudantes de Letras Português/Francês da UFV. A partir disso, nos deparamos com as relações afetivas que, além de estarem presentes em todos os níveis de ensino-aprendizagem desses alunos, também salientavam identificações de sujeitos francofalantes, visto que essas relações são interpessoais. Assim, definimos três grandes categorias macrossemânticas de análise: relações amorosas, relações de amizade e relações familiares. A partir dessa divisão, a pesquisa se desenvolveu partindo da análise de imagens das páginas que tocavam as temáticas em questão, através do aporte teórico metodológico da Gramática do Design Visual (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006). Para compreender ainda a que as imagens se prestavam nas páginas dos LDFLEs e de que forma realizavam efeitos de sentido, foram analisados os enunciados das atividades e os textos que se relacionavam com essas figuras, nos apoiando, inicialmente, na Teoria Social do Discurso (FAIRCLOUGH, 2001 [1992]), operacionalizando ainda com categorias da Análise do Discurso Textualmente Orientada (FAIRCLOUGH, 2003; CHOULIARAKI e FAIRCLOUGH, 1999). Através dos resultados encontrados nas análises, articulamos nossos dados com teorias e pesquisas que nos dessem suporte para a realização de discussões acerca de gênero, sexualidade, raça/etnia, tamanho e faixa etária de falantes de francês. Os resultados indicam pouca representatividade de pessoas francofalantes que não fazem parte de grupos dominantes no que concerne às características analisadas. Observou-se uma ampla maioria de pessoas brancas, magras e jovens. No que tange à especificidade de cada categoria, encontramos o marco epistemológico heteronormativo nas categorias relações amorosas e familiares. No que tange às relações de amizade, há baixa modalidade de pessoas negras, gordas, velhas e, quando retratadas, não são nomeadas e não têm acesso à autonarrativa, como acontece com algumas pessoas brancas, magras e jovens. A partir dos obstáculos encontrados e da função do problema na prática, e com base no raciocínio dialético faircloughiano por ações que incentivem mudanças sociais, apresentamos atividades que podem contribuir para uma prática socioescolar mais crítica, questionadora e emancipatória. Palavras-chave: Livro didático. Francês língua estrangeira. Multimodalidade. Estudos críticos.
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    A polêmica sobre a mudança climática: encenação midiática nas notícias relativas à saída dos EUA do Acordo de Paris
    (Universidade Federal de Viçosa, 2020-12-04) Moura, Jairo Bruno Gomes de; Vale, Rony Petterson Gomes do; http://lattes.cnpq.br/9823438464981928
    A mudança climática é um dos grandes temas de debate do século XXI (GIDDENS, 2010). Observando nosso contexto histórico de desenvolvimento do mundo globalizado, um dos modos mais importantes de construção do debate sobre esse tema é o meio midiático. Para analisar o tema da mudança climática na mídia, elegemos o acontecimento: a saída dos EUA do Acordo de Paris. Foram selecionadas para o corpus nove notícias disponíveis na mídia digital nacional, especificamente os sites G1, El País Brasil e Veja online, publicadas no período de maio a junho de 2017. Dito isto, analisamos a encenação da argumentação mobilizada pela mídia digital brasileira em notícias relativas à saída dos EUA do Acordo de Paris, explorando a polêmica em torno da mudança climática. As considerações sobre as Mídias e o Modo de Organização Argumentativo, assim como outras contribuições foram baseadas em Charaudeau (2001, 2004, 2005, 2014, 2015). Como fundamentação à análise da argumentação, também recorremos a Amossy (2017a, 2017b) no que tange ao discurso polêmico. Constatamos que a polêmica sobre a mudança climática se apoia principalmente no dissenso advindo do mundo da política. A mídia explora esse dissenso evidenciando uma dicotomia representada em dois polos. No primeiro polo estariam os favoráveis à responsabilização humana pela mudança climática, enquanto no outro polo estariam os que duvidam ou questionam a responsabilidade humana na mudança do clima terrestre. A polarização atende uma disposição em explorar acentuadamente a visada de incitação e com isso gerar maior repercussão das notícias na busca de maiores benefícios econômicos. A desqualificação ao adversário não é tão intensa. Nesse cenário, o tema da mudança climática perde importância. O importante é a encenação produzida em torno de uma disputa política. Palavras-chave: Polêmica. Mídia. Argumentação. Mudança climática