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    Surdos, “SURDOS” ou deficientes auditivos?: ideologias linguísticas em conteúdos veiculados em blogues sobre a surdez e os surdos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-10) Almeida, Silvio Geraldo de; Valadão, Michelle Nave; http://lattes.cnpq.br/3941909230546380
    Estes nossos tempos guardam características singulares. Vivemos uma revolução tecnológica e outra nos costumes. Os paradigmas que estruturaram nossas visões de mundo, se não são superados, são continuamente questionados. Neste cenário todos buscam seus espaços de expressão e reconhecimento. Grupos antes sujeitos à toda sorte de discriminação, preconceito e alijamento histórico, buscam e por vezes, conquistam espaço, visibilidade e reconhecimento de direitos outrora negados. É neste contexto que o presente trabalho traz, à discussão, aspectos das construções identitárias e ideológicas, do ponto de vista linguístico, de um grupo social historicamente marcado pela exclusão. Trata-se dos surdos em suas diversas alteridades. Neste trabalho discutiu-se como as identidades surdas são atravessadas, tanto pelas dimensões medicalizadas e antropologicizadas da Surdez, quanto pela questão do estigma social (particularmente como estudado em Goffman, 2008). O presente trabalho analisou conteúdos postados em blogues voltados para a temática da surdez, articulando os conceitos de identidades e identidades surdas, estigma social e deficiência. A análise foi sustentada pela perspectiva das Ideologias Linguísticas, particularmente como apresentado pela Antropologia Linguística. Esta perspectiva, relativamente pouco explorada nas pesquisas em Linguística Aplicada no Brasil, se mostrou extremamente profícua, quando adotadas nos estudos que circunscreveram os objetivos deste trabalho. Tais objetivos, em linhas gerais, buscavam alcançar e determinar quais as Ideologias Linguísticas circulavam naqueles blogues disponíveis na internet voltados para surdos e a surdez. Aspectos que podem contribuir para naturalização e reafirmação de crenças sobre surdos e surdez estão presentes nos conteúdos dos blogues. A pesquisa nos levou a considerar que os surdos, enquanto indivíduos sujeitos aos efeitos da estigmatização social, buscam uma manipulação deste estigma. Esta manipulação é expressa nos esforços de lexicalização dos termos SURDOS (com todas as letras em maiúsculas) e Deficiente Auditivo, isto da parte dos surdos oralizados e implantados, conquanto o termo surdo com “S”, maiúsculo esteja mais associado aos surdos sinalizadores. Este trabalho buscou resgatar questões relativas à surdez e aos surdos, à luz de uma contemporaneidade inerente ao fenômeno das redes sociais e dos blogues, a partir do emprego de alguns dos instrumentais de análise desenvolvidos por uma das vertentes mais ativas dos estudiosos em Ideologias Linguísticas na América do Norte. Dentre esses, Duranti (1997) e seu conceito de Indicialidade, Irvine e Gal (2000) e suas noções semióticas de Iconização, Recursividade Fractal e Apagamento, Silvertein (2003) e o conceito de Ordem Indexical e Kroskrity (2004) com sua definição de Ideologias Linguísticas. Na presente pesquisa, os blogues, enquanto mídias e veículos de expressão da produção dos indivíduos, reiteram, recriam ou fazem circular as ideologias nas comunidades que eles representam. A pesquisa sinalizou, também, uma disputa em termos ideológicos-linguísticos, entre surdos oralizados e surdos sinalizantes.
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    Investir, imaginar (-se) e identificar (-se): um estudo de caso de aprendizes de francês em um curso de extensão
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-09-23) Masala, Marcela de Azevedo; Coelho, Hilda Simone Henriques; http://lattes.cnpq.br/7177296545186921
    Inserido em diversas áreas do conhecimento, o construto de identidade se faz cada vez mais presente e relevante nos estudos onde o foco é a maneira como os sujeitos se compreendem e são compreendidos por outrem, sobretudo, no âmbito da sala de aula. Embora nos deparemos com uma gama de definições, a identidade aqui é concebida, sob o viés pós-estruturalista, como "múltipla, um local de luta e sujeita a alterações ao longo do tempo e do espaço" (NORTON, 1995). Com base nos estudos sobre identidade, investimento e comunidade imaginada de alunos (as) de língua estrangeira em processo de aprendizagem no campo da Linguística Aplicada (NORTON, 1995; KANNO; NORTON, 2003; PAVLENKO; NORTON, 2007; DARVIN; NORTON, 2007; SACKLIN, 2015; WU, 2017), esta pesquisa, caracterizada como qualitativa do tipo estudo de caso, teve como objetivo identificar como os (as) aprendizes de língua francesa em contexto de um curso de extensão vêm construindo suas identidades de alunos (as) de francês em sala de aula. Outro interesse foi identificar como esses (as) alunos (as) investem na língua-alvo e como o seu vislumbre em certas comunidades imaginadas impactam em seu processo de aprendizagem de língua francesa. Para a realização deste estudo, contamos com a participação de duas turmas do Curso de Extensão em Língua Francesa (CELIF), de uma universidade federal, da Zona da Mata, do estado de Minas Gerais. Os dados desta pesquisa foram gerados mediante à três instrumentos: um questionário perfil, uma narrativa escrita e uma narrativa visual, sendo este último analisado sob a perspectiva da Gramática do Design Visual (KRESS; van LEWEEN, 2006). Os dados analisados sugerem que, enquanto alguns alunos aprendem a língua francesa pelo desejo de aprender uma outra língua estrangeira (REVUZ, 1998), outros a aprendem pois almejam alcançar sua comunidade imaginada. Ademais, os resultados também apontam que as identidades de aprendizes e de falantes vem sendo construídas tanto por meio de práticas em sala de aula, quanto fora dela. Acreditamos que esta pesquisa possa contribuir para reflexões sobre o papel do ensino e do aprendizado de línguas estrangeiras e, sobretudo, de FLE, no contexto de extensão universitária,bem como sobre a importância de se investir em políticas de formação docente, dentre outras questões de extrema relevância para a LA. Palavras-chave: Identidade. Investimento. Comunidades imaginadas. FLE.
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    A relação entre motivação e emoções de uma professora de inglês em formação inicial e de seus alunos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-05) Arcanjo, Simôni Cristina; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/7543968598253279
    Motivação e emoções são aspectos inseparáveis do ensino e aprendizagem de línguas (DÖRNYEI e USHIODA, 2011; HARGREAVES, 2000). A fim de ensinar e / ou aprender, um professor de línguas estrangeiras e seus alunos precisam estar minimamente motivados em seus objetivos, uma vez que, sem motivação suficiente nem mesmo as pessoas mais talentosas podem alcançar suas metas (DÖRNYEI, 2005). As emoções são um fenômeno sociocultural, político e histórico presente na área da educação e em todas as organizações em geral (HARGREAVES, 2000). Elas emergem a partir das nossas interações com outras pessoas e dos contextos nos quais nos inserimos (ZEMBYLAS, 2002, 2003, 2005, 2007). Na Linguística Aplicada, a motivação do professor tem sido pouco pesquisada, assim como sua relação com as emoções (SUSLU, 2006; DÖRNYEI e USHIODA, 2011). Assim, o objetivo geral deste estudo foi investigar a motivação e as emoções de uma professora em formação inicial e de seus alunos para ensinar e aprender a língua inglesa, respectivamente; atentando- se para a relação entre a dinâmica motivacional entre docente e aprendizes e para a maneira como motivação e emoções interagem. Para isso, esta pesquisa foi baseada, principalmente, nos pressupostos de Dörnyei e Ushioda (2011) sobre motivação, nos estudos de Zembylas (2002, 2003, 2005, 2007) sobre emoções, e na relação entre esses dois construtos de acordo com Meyer e Tuner (2006) e Dörnyei e Ushioda (2011). Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: um questionário aberto, uma entrevista semiestruturada e observação de aulas, com notas de campo. Os dados foram analisados de acordo com padrões de análise da pesquisa qualitativa (PATTON, 2002; RICHARDS, 2003; HOLLIDAY, 2007). Os resultados evidenciaram que a motivação da professora para ensinar era alicerçada no relacionamento com os seus alunos, no interesse e participação deles em sala de aula e no ambiente colaborativo que proporcionavam. Os alunos foram motivados por razões profissionais, pela professora, pelos colegas e pelo desenvolvimento linguístico percebido em inglês. A professora experienciou emoções de amor, felicidade, medo/ insegurança, insatisfação e tristeza, enquanto os alunos vivenciaram emoções de satisfação, bem-estar, medo, insegurança e vergonha. A motivação da professora e a motivação dos aprendizes interagiram de maneira recíproca, assim como as emoções e motivação dos participantes se relacionaram dinamicamente.
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    A formação da identidade do professor de línguas: experiências, comunidades imaginadas e investimento
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-27) Silva, Denize Dinamarque da; Coelho, Hilda Simone Henriques; http://lattes.cnpq.br/0639829206837083
    A identidade de professores de línguas tem sido o foco de estudos de vários pesquisadores (BOHN, 2005; BEIJAARD; MEIJER; VERLOOP, 2011; REIS; van VEEN; GIMENEZ, 2011; NORTON, 2013). Esses estudos nos permitem compreender como as identidades são (re)construídas, percebendo a identidade como um processo contínuo. O investimento para se tornar professor também é parte importante na constituição das identidades dos professores e influencia a escolha das comunidades imaginadas (NORTON, 2000, 2013; MURPHEY; JIN; LI-CHI, 2005; KHARCHENKO, 2014). Os estudos sobre experiências de professores e estudantes, por sua vez, auxiliam-nos a compreender a complexidade que envolve o ensino e a aprendizagem de uma segunda língua (MICCOLI, 2010, 2014). A relação entre experiências e identidades nos mostra como as experiências modulam as identidades ao longo do tempo (PADULA; COELHO, 2014). A fim de investigar a construção identitária de professores em formação inicial de Letras, habilitação português-inglês, e as possíveis influências de experiências que perpassaram a sua formação para as escolhas profissionais futuras, foram analisados o investimento feito para se tornarem professores (NORTON, 2013), as experiências que contribuíram para sua formação docente (MICCOLI, 2010, 2014) e as comunidades imaginadas (NORTON, 2000) almejadas de sete professores em formação inicial, concluintes do curso de Letras. Os instrumentos para a coleta de dados foram um questionário semiaberto, uma narrativa escrita e uma entrevista semiestruturada. Os dados obtidos foram triangulados e condensados em um texto que traçou o perfil dos participantes. Contemplando a metodologia pós-estruturalista de Norton (2000, 2013) de situar os indivíduos em seus contextos sociais, as histórias dos participantes foram expostas em forma de narrativas de modo a dar voz a cada um deles ao expor as experiências ao longo de suas trajetórias, o investimento para se tornarem professores e as comunidades imaginadas almejadas. Os resultados indicam que as experiências dos professores em formação inicial no PIBIC, no PIBID, no CELIN, no NUCLI-IsF e em outros contextos de ensino contribuíram para a (re)construção da identidade docente. Em alguns casos, a proficiência linguística restrita foi um dos entraves para que os participantes iniciassem suas experiências como docentes. Além disso, os professores em formação inicial apontaram as disciplinas de línguas como uma importante oportunidade para melhorarem as habilidades linguísticas. Foi possível concluir que os futuros professores escolhem suas comunidades imaginadas tomando por base as experiências que cada um teve nos variados contextos de ensino. As comunidades imaginadas almejadas para atuação profissional foram, majoritariamente, a universidade e a escola pública. Constatou-se, também, que os professores formadores podem auxiliar os professores em formação inicial a identificarem suas comunidades imaginadas, a fim de traçarem o investimento necessário para alcançá-las. Além disso, os professores em formação inicial devem ser estimulados a se ver como futuros docentes, para que façam um forte investimento ao longo do processo de formação inicial.
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    Atividades de leitura e escrita de gêneros digitais em uma coleção didática de Língua Portuguesa: um caminho para o letramento digital?
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-03-27) Fagundes, Érica Silva; Silva, Adriana da; http://lattes.cnpq.br/6396286870748822
    O presente estudo teve como objetivo verificar a contribuição de atividades de leitura e escrita de gêneros digitais para o letramento digital, a partir da análise das seções Produção de texto e Intervalo, da coleção didática Português Linguagens (Ensino Fundamental), de autoria de Willian Cereja e Thereza Cochar Magalhães. Para tanto, no que se refere às atividades de leitura, avaliamos se os aspectos linguísticos: estilo e grafia; os composicionais: formato textual e multissemiose; e o propósito comunicativo foram trabalhados. No que concerne às atividades de escrita, visamos observar se o suporte, os interlocutores e a situação comunicativa permitiram aos estudantes produzirem textos que se aproximassem de situações reais. Além disso, analisamos se as atividades de escrita e de leitura de textos digitais foram tratadas de forma sequencial nas obras constitutivas de nosso corpus. O resultado do estudo nos permitiu confirmar a hipótese de que encontraríamos um número pouco expressivo de atividades que contribuiriam para a formação de alunos letrados digitalmente. No universo de quatro obras, localizamos apenas três atividades cujo objetivo era abordar gêneros digitais: duas sobre o e-mail, uma de escrita e outra de leitura, e uma de escrita sobre o blog. A partir da análise das três atividades, verificamos que apenas as que tratam do e-mail contribuíram para o letramento digital dos estudantes. Diante desse dado, foi possível constatarmos que ainda há um longo caminho a percorrer para que se possa formar, satisfatoriamente, alunos letrados o suficiente para se inserirem na sociedade tecnológica e digital. Apesar disso, consideramos que a iniciativa dos autores da coleção de incluir os gêneros digitais nas obras é um passo importante, na medida em que essa atitude pode levar muitos professores a refletirem sobre a necessidade de se considerar, no contexto escolar, a comunicação mediada por computador.
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    Crenças de alunos sobre ensino e aprendizagem de espanhol
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-02) Santos, Sílvia Letícia Cupertino dos; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/5369183347516702
    A investigação das crenças a respeito do ensino e aprendizagem de línguas é um campo de estudos consolidado (BARCELOS, 2015) que ajuda a compreender o processo de aprendizagem de línguas estrangeiras (BARCELOS, 2017). É crescente o número de trabalhos publicados na área (BARCELOS, 2006, 2007, 2015, 2017; COELHO, 2005; ZOLNIER, 2007, 2012), principalmente sobre línguas estrangeiras. Os trabalhos a respeito de crenças sobre ensino e aprendizagem de espanhol também tem crescido os últimos anos (ZOLIN-VESZ, 2012, 2013a, 2013b; SCHUSTER,2009; RODRIGUES, 2011,). Entretanto, ainda são poucos em vista da complexidade da oferta do espanhol aos estudantes brasileiros, o que parece exigir mais compreensão de como essa língua é vista pelos brasileiros. A recente revogação da lei 11.161/2005 pela lei 13415/17 trata de um dos reflexos dessa complexidade. Além disso, ainda são poucos os trabalhos que investigam as crenças de alunos (BARCELOS, 1995; COELHO, 2005; ZOLNIER, 2007; MACIEL, 2014). Esta pesquisa procura trabalhar nessas lacunas, ao investigar as crenças dos alunos, pois elas revelam informações importantes que podem auxiliar o trabalho do professor. O objetivo geral foi investigar e identificar e comparar as crenças de alunos de espanhol de duas escolas da região metropolitana de Belo Horizonte. O referencial teórico desta pesquisa se baseou nos estudos relativos a crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas (BARCELOS 2004, 2006, 2015; COELHO, 2005; KALAJA, 1995; KALAJA et al, 2008; ZOLNIER, 2007, 2012) e sobre o ensino de espanhol no Brasil (CELADA, 2002, ZOLIN-VESZ, 2012, 2013a, 2013b; PARAQUETT, 2009, 2012). relativos a crenças sobre ensino e aprendizagem de línguas) e sobre o ensino de espanhol no Brasil (CELADA, 2002, ZOLIN-VESZ, 2012; PARAQUETT, 2009, 2012), além dos documentos oficiais que tratam da ofertade LE no Brasil (PCN, 1999; OCEM, 2006; Lei 11.161/2005; Lei 13415/17. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram dois questionários abertos sobre crenças, uma narrativa visual e uma entrevista. A análise dos dados seguiu os parâmetros de análise da pesquisa qualitativa (Patton (1990; Vieira Abrahão, 2006) a partir da redução e codificação dos dados, e agrupamentos em unidades significativas similares em categorias maiores. Os resultados sugerem crenças já detectadas em outros trabalhos, tais como a crença na facilidade do espanhol em relação a outras línguas, principalmente em relação a inglês e português, bem como a semelhança entre espanhol e português. Entretanto, os alunos também demonstraram curiosidade para estudar o espanhol e admiração pela cultura hispânica. Além disso, os resultados também sugeriram que que as crenças apresentaram relação com fatores contextuais tais como idade, classe social e objetivos dos alunos.
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    “Mais que uma menina que se veste de menino” – Uma análise discursivo-crítica das representações de Tereza Brant
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-20) Souza, Daniela Márcia de; Gomes, Maria Carmen Aires; http://lattes.cnpq.br/7956049397720527
    As representações sócio discursivas sobre Tereza Brant configuram-se como um problema social, pois ela se identifica como uma mulher; no entanto se apresenta em um corpo masculinizado: cabelo curto, barba, ombros largos, braços fortes, viril. Nossos objetivos foram compreender como esse corpo “diferente” seria representado e identificado pelas práticas midiáticas digitais, como os/as leitores/as destes textos midiáticos reagiriam discursivamente à temática e às questões de gênero/corpo/sexualidade nela envolvidas. Este estudo apresenta um modelo metodológico qualitativo e interpretativo que tem como principal material empírico textos, é, portanto, uma pesquisa de cunho documental. Esse modelo dialoga com outras teorias e métodos sociais para analisar textos como elementos do processo social, sendo, deste modo, transdisciplinar. Dessa forma, as discussões partiram das contribuições Queer e dos debates sociológicos sobre o corpo e as mídias. Essa investigação se vincula à Análise de Discurso Textualmente Orientada (FAIRCLOUGH, 2001, 2003) como forma de crítica explanatória. O corpus se constitui de nove textos jornalísticos digitais, os quais abordam a performatização do corpo de Tereza Brant, no período entre 2013 e 2014, sem autoria identificada. Estes textos foram resultado de uma pesquisa online, localizada mediante a procura das palavras-chave “Tereza Brant”. A delimitação do recorte temporal se deveu pela busca de práticas midiáticas que contemplassem o momento em que Tereza surgiu nas mídias. Para a análise discursiva textualmente orientada foram aplicadas as categorias dos Significados Identificacional e Representacional (FAIRCLOUGH, 2003). Em todos os textos é notável a tentativa de enquadrar Tereza em algum modelo, para assim ser possível uma normalização desse corpo, sobre o qual o status de celebridade direciona as representações. Há, nos discursos das práticas midiáticas, uma tentativa de enquadrá-la em um padrão de gênero heterossexual. De outra forma, as identidades de Tereza são representadas por ela como um processo, um movimento de transformação contínuo, que não está aplicado essencialmente ao corpo físico. A sua identificação de si está muito menos relacionada ao olhar do/a outro/a e à aparência, mas às questões afetivas. As reações discursivas dizem muito sobre a relação entre a sociedade e as questões de gênero e LGBT como um todo, as amostras analisadas apontaram para uma visão intolerante e preconceituosa, pautada principalmente em discursos conservadores. Acreditamos que cabe às práticas midiáticas relativizar as hegemonias, possibilitar novos olhares para esse corpo marginalizado, tratar desse tema sensível de modo a fomentar o respeito e a inclusão de forma mais solidária.
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    Estrutura de participação da fala-em-interação em uma aula de química para surdos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-04-28) Souza, Isabelle de Araujo Lima e; Ladeira, Wania Terezinha; http://lattes.cnpq.br/7457661067170964
    O presente trabalho tem por objetivo compreender como os estudantes surdos e a professora ouvinte constroem conhecimento conjuntamente por meio da interação em LIBRAS. Assim, procuraremos descrever a estrutura de participação desses atores sociais, pois através da conversa é possível entendermos como os indivíduos organizam- se em sociedade. A fim de investigarmos essa ação, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa, na qual fizemos gravações das aulas de química do projeto de extensão da Universidade Federal de Viçosa, Ensino Aprendizagem e Metodologias de Ensino para Estudantes Surdos (EAMES), as quais ocorriam semanalmente. Além desse recurso metodológico para a coleta de dados, utilizamos a observação participante, em que a pesquisadora fazia o registro de suas impressões em um caderno de notas. Para a análise de dados foi necessário recorrer as transcrições do vídeo, no intuito de percebermos a sequencialidade e a adjacência dos turnos construídos pelos participantes, pois através da microanálise da conversa investigamos como os indivíduos agem em coo presença dos outros. Ademais, os diários de campo também auxiliaram na análise dos dados, haja vista que esses dados etnográficos fornecem as informações extralinguísticas, que são necessárias para a compreensão dos sentidos sociais atribuídos a sua fala. Através da análise dos dados percebemos diferente situações em que os atores constroem conhecimento conjuntamente. Destacamos algumas situações de construção conjunta do conhecimento, sendo estas a inversão dos papéis institucionais, em que os aprendizes se tornam explicadores e vice-versa; as narrativas em sala de aula, que se apresentaram como uma maneira em que os estudantes trazem uma experiência da vida cotidiana para a sala de aula, a fim de mostrar que conseguem aplicar os conhecimentos científicos apresentados pela professora. Durante a observação das aulas notamos a relevância da gestualidade em LIBRAS para a interação entre os atores sociais. A espacialidade, a gestualidade da LIBRAS, os movimentos corporais e faciais assumiram significados interacionais em determinadas situações de fala-em-interação. Destacamos a relevância desses aspectos não verbais da LIBRAS, uma vez que as expressões faciais e corporais também podem ser um aspecto verbal. Assim, procuramos demonstrar através dos dados que a gestualidade presente na comunicação intercultural em LIBRAS.
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    As atividades do portal do professor e o desenvolvimento do letramento digital: uma análise de sugestões de aulas de gêneros digitais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-29) Lins, Moniki Andrade Costa; Silva, Adriana da; http://lattes.cnpq.br/7262389004969610
    Esse estudo realizou uma análise de onze roteiros de aulas, de uma coleção intitulada “Gêneros Textuais da Internet”, publicados no Espaço da Aula, no Portal do Professor do MEC, cujo objetivo foi analisar as contribuições que essas sugestões de aulas formuladas por professores da Educação Básica podem oferecer para o desenvolvimento do letramento digital dos alunos. Para proceder à interpretação foram considerados os enfoques dados aos gêneros digitais em cada sugestão de aula, as atividades de leitura e de escrita propostas para o ensino de cada gênero e como as atividades presentes em cada aula desenvolvem habilidades ao serem confrontadas com a matriz de letramento digital elaborada por Dias e Novais (2009). A escolha do Portal do Professor do MEC ocorreu, principalmente, por ser um ambiente criado para fomentar, nos professores da Educação Básica, a utilização das tecnologias digitais e por ser instituído pelo poder público federal, o que, de certo modo, lhe garante legitimidade e confiabilidade. O resultado das análises mostrou que, apesar de serem sugestões de aulas destinadas ao domínio de um gênero digital, muitas atividades propostas ainda estão impregnadas de experiências que os professores têm com os textos impressos. Os roteiros das aulas revelam que as atividades apresentadas para o domínio de cada gênero algumas vezes não são realizadas em seu suporte original, mas propõem o conhecimento de seus aspectos composicionais e sociodiscursivos. Além disso, a maior parte das atividades de leitura e de escrita contempla habilidades fundamentais da Matriz proposta por Dias e Novais (2009), possibilitando o desenvolvimento do letramento digital.
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    Imaginários sociodiscursivos da mulher em situação de rua na mídia: uma análise discursiva de notícias de jornais impressos de Minas Gerais e Rio de Janeiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-31) Silva, Marta Aguiar da; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/9208940592175959
    A presente pesquisa procura analisar os imaginários sociodiscursivos sobre a mulher em situação de rua em notícias de jornais impressos de Minas Gerais e Rio de Janeiro ao mesmo tempo em que procura entender como a mídia constrói e reproduz esses imaginários. Para isso nos baseamos, principalmente, na Teoria Semiolinguística de Charaudeau, considerando o sentido implícito na mensagem verbal e nas imagens. Para analisar as imagens utilizamos o trabalho de Barthes (1990 e 1996) e o trabalho de Joly (2007), por considerarem que as imagens também são argumentativas e que podem ser assumidas em duas possibilidades: a imagem como elemento denotativo e como elemento conotativo. Por fim, indicamos e analisamos os imaginários sociodiscursivos. O corpus da pesquisa consiste em doze notícias publicadas nos jornais impressos, adquiridas por meio de arquivo online. A descrição e análise das notícias indica que os jornais de Minas Gerais constroem e reproduzem imaginários sociodiscursivos distintos sobre a mulher em situação de rua, o que pode estar relacionado a interesses comerciais e políticos divergentes. O jornal Estado de Minas apresenta uma representação muito mais negativa do que o jornal O Tempo. Os jornais do Rio de Janeiro ao contrário dos de Minas Gerais apresentam um equilíbrio nos imaginários sociodiscursivos sobre a mulher em situação de rua. Tanto o jornal O Globo quanto o jornal O Dia apresentam imaginários ambíguos, ou seja, negativos e positivos. A análise das imagens reforça esses resultados. Portanto, os imaginários sociodiscursivos sobre as mulheres em situação de rua nos jornais impressos de Minas Gerais e Rio de Janeiro são em sua maioria negativos e construídos e reproduzidos nesses jornais por meio da organização discursiva das notícias (narrativa, descritiva, argumentativa e enunciativa) associadas às imagens publicadas que também exprimem significados.