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    Religião e política: uma análise do discurso da CNBB sobre as eleições presidenciais de 2018
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-12-16) Luchi, Sissa Souza; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/1623601501396078
    A religião se apresenta de forma contundente em nossas relações sociais, contribuindo para a propagação de valores morais e éticos dentro da sociedade. Não obstante, mesmo nos meios considerados laicos como a política e o Estado, há relativa influência das instituições religiosas. O discurso religioso funciona como veículo de poder e contribui indiretamente para a transformação da sociedade por meio daquilo que é sagrado (PEREIRA, 2008). Pensando nessa importância e no contundente papel das mídias, no que se refere à alteração das instituições sociais e culturais e dos modos de interação, objetivamos, nesse trabalho, observar como os religiosos representantes da Igreja Católica construíram seu discurso em meio aos tensionamentos produzidos pelo contexto sócio-político em questão, visando à propagação de determinado posicionamento político e doutrinas. Nosso corpus é composto de cinco artigos veiculados no site da Conferência Nacional de Bispos do Brasil no período do segundo turno das eleições presidenciais de 2018, de 15 a 26 de outubro. A definição da CNBB como objeto de pesquisa, em detrimento de outras conferências religiosas, deve-se ao importante papel histórico que ela tem na luta pela mudança da realidade social, pautada em ideais católicos. Pretendemos analisar o discurso organizacional religioso e como ele se relaciona com o momento sócio-político do período em questão. Para tanto, fizemos a descrição da organização argumentativa desses artigos com a finalidade de identificar as estratégias argumentativas utilizadas e os imaginários sociodiscursivos construídos. Recorremos à Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau como aparato teórico-metodológico central. Porém, utilizamos também Orlandi (1987), Maingueneau (2008) e Melo (2016) para discutir sobre o discurso religioso; Charaudeau (2017), Bordieu (1989) e Osakabe (1999) ao contextualizar o discurso político e suas interseções e divergências com o discurso religioso; dentre outros autores igualmente relevantes que foram importantes para o desenvolvimento do trabalho. Percebemos, por meio de nossas análises, que, ao expressarem suas opiniões, os representantes da Igreja Católica deixaram transparecer, ainda que de maneira implícita, o seu posicionamento político em favor do candidato de esquerda, o que dialoga com os preceitos defendidos pela Doutrina Social da Igreja e com o posicionamento da CNBB desde sua criação. Notamos também que os imaginários sociodiscursivos ao longo do discurso contribuem para uma caracterização da necessidade de haver mudanças no Brasil como um todo, para que sejam superados os muitos desafios que permeiam a sociedade, porém essas só serão alcançadas através de um voto consciente alicerçado em princípios e valores católicos. Palavras-chave: Religião. Política. Discurso.
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    Representações da cultura do estupro atravessadas pelos marcadores sociais da diferença em uma perspectiva discursiva e crítica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-17) Machado, Thalita Rody; Gomes, Maria Carmen Aires; http://lattes.cnpq.br/0589942893332764
    Historicamente, arranjos de violências são articulados e rearticulados de forma a agredir mulheres sistematicamente. Amparadas por instituições diversas, essas violências encontram terreno fértil de disseminação. A um conjunto difuso dessas violências, especialistas de diferentes domínios do conhecimento, assim como organizações e movimentos sociais, têm denominado cultura do estupro, a qual tem a violência sexual como um dos pontos de materialidade. Partindo de uma percepção que compreende a cultura do estupro como um ciclo composto por distintas formas de violências – concretas e presumidas – que afetam de maneiras específicas diferentes mulheres, essa dissertação visa compreender, a partir de um conjunto de textos produzidos por mulheres em práticas midiáticas digitais, de que formas a cultura do estupro é representada. Conceitualmente, é realizada uma discussão teórica que, primeiro, evidencia a dimensão antropológica que envolve o conceito de cultura; em seguida, apresenta o aspecto jurídico-legal conformador da definição do crime de estupro; e, posteriormente, articula as formas pelas quais o conceito de patriarcado perpassa tanto o arranjo cultural quanto o da interpretação de casos jurídicos relacionados ao estupro. A análise dos textos ocorreu a partir das contribuições teórico-metodológicas da Análise do Discurso Crítica Faircloughiana (FAIRCLOUGH, 1992 [2001]; CHOULIARAKI; FAIRCLOUGH, 1999, FAIRCLOUGH, 2003), articuladas às contribuições de Crenshaw (2002), que se referem à Interseccionalidade, e aos Dispositivos do Patriarcado, propostos por Swain (2014). A partir da análise, foi possível evidenciar quais violências específicas são produzidas a partir da articulação dos marcadores sociais e de que forma operam. Estabelecemos, a partir do percurso metodológico proposto por Chouliaraki e Fairclough (1999), de que forma o fenômeno da cultura do estupro serve a um arranjo ainda patriarcal, garantindo uma pretensa ordem social a partir da materialização de violências que operam sobre as mulheres. Evidenciamos que, quanto maior a articulação dos marcadores sociais, mais distantes essas mulheres se encontram de uma matriz de inteligibilidade, o que, consequentemente, as tornam mais suscetíveis a violências. Isso nos permitiu, por fim, propor movimentos de combate à cultura do estupro que se referem a mudanças discursivas, as quais, por sua vez, dialogam com mudanças culturais e sociais.
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    Surdos, “SURDOS” ou deficientes auditivos?: ideologias linguísticas em conteúdos veiculados em blogues sobre a surdez e os surdos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-10) Almeida, Silvio Geraldo de; Valadão, Michelle Nave; http://lattes.cnpq.br/3941909230546380
    Estes nossos tempos guardam características singulares. Vivemos uma revolução tecnológica e outra nos costumes. Os paradigmas que estruturaram nossas visões de mundo, se não são superados, são continuamente questionados. Neste cenário todos buscam seus espaços de expressão e reconhecimento. Grupos antes sujeitos à toda sorte de discriminação, preconceito e alijamento histórico, buscam e por vezes, conquistam espaço, visibilidade e reconhecimento de direitos outrora negados. É neste contexto que o presente trabalho traz, à discussão, aspectos das construções identitárias e ideológicas, do ponto de vista linguístico, de um grupo social historicamente marcado pela exclusão. Trata-se dos surdos em suas diversas alteridades. Neste trabalho discutiu-se como as identidades surdas são atravessadas, tanto pelas dimensões medicalizadas e antropologicizadas da Surdez, quanto pela questão do estigma social (particularmente como estudado em Goffman, 2008). O presente trabalho analisou conteúdos postados em blogues voltados para a temática da surdez, articulando os conceitos de identidades e identidades surdas, estigma social e deficiência. A análise foi sustentada pela perspectiva das Ideologias Linguísticas, particularmente como apresentado pela Antropologia Linguística. Esta perspectiva, relativamente pouco explorada nas pesquisas em Linguística Aplicada no Brasil, se mostrou extremamente profícua, quando adotadas nos estudos que circunscreveram os objetivos deste trabalho. Tais objetivos, em linhas gerais, buscavam alcançar e determinar quais as Ideologias Linguísticas circulavam naqueles blogues disponíveis na internet voltados para surdos e a surdez. Aspectos que podem contribuir para naturalização e reafirmação de crenças sobre surdos e surdez estão presentes nos conteúdos dos blogues. A pesquisa nos levou a considerar que os surdos, enquanto indivíduos sujeitos aos efeitos da estigmatização social, buscam uma manipulação deste estigma. Esta manipulação é expressa nos esforços de lexicalização dos termos SURDOS (com todas as letras em maiúsculas) e Deficiente Auditivo, isto da parte dos surdos oralizados e implantados, conquanto o termo surdo com “S”, maiúsculo esteja mais associado aos surdos sinalizadores. Este trabalho buscou resgatar questões relativas à surdez e aos surdos, à luz de uma contemporaneidade inerente ao fenômeno das redes sociais e dos blogues, a partir do emprego de alguns dos instrumentais de análise desenvolvidos por uma das vertentes mais ativas dos estudiosos em Ideologias Linguísticas na América do Norte. Dentre esses, Duranti (1997) e seu conceito de Indicialidade, Irvine e Gal (2000) e suas noções semióticas de Iconização, Recursividade Fractal e Apagamento, Silvertein (2003) e o conceito de Ordem Indexical e Kroskrity (2004) com sua definição de Ideologias Linguísticas. Na presente pesquisa, os blogues, enquanto mídias e veículos de expressão da produção dos indivíduos, reiteram, recriam ou fazem circular as ideologias nas comunidades que eles representam. A pesquisa sinalizou, também, uma disputa em termos ideológicos-linguísticos, entre surdos oralizados e surdos sinalizantes.
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    Entre a tradição e a modernidade: as crônicas de Alphonsus de Guimaraens no Jornal Conceição do Serro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-12-02) Morais, Mariana Apolinário de; Assis, Angelo Adriano Faria de; http://lattes.cnpq.br/1773204691721886
    O escritor mineiro Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) é comumente lembrado pela história e crítica literária devido à qualidade de seus poemas simbolistas, responsáveis por ter elevado o autor ao patamar de cânone das letras brasileiras. Além de poeta, Alphonsus de Guimaraens desempenhou por aproximadamente 30 anos, de 1890 a 1921, a função de cronista, contribuindo com a publicação de jornais. De 1904 a 1905, especificamente, Guimaraens dirigiu e produziu o jornal Conceição do Serro, além de ter publicado crônicas de sua autoria em praticamente todas as 45 edições do periódico. As crônicas de Alphonsus de Guimaraens, sobretudo as publicadas em jornais, correspondem a parte considerável da produção literária desse autor que se encontra em esquecimento. Dessa forma, ao voltar-se para o cânone sobre a perspectiva do esquecimento, com vistas a resgatar parte da história e da memória literária que não foi institucionalizada, este trabalho pretende investigar as crônicas de Alphonsus de Guimaraens publicadas no jornal mineiro Conceição do Serro. Para tanto, após levantamento e transcrição das crônicas, serão discutidas, primeiramente, a profícua relação da literatura com o jornal, assim como a relação do escritor mineiro com os jornais. Posteriormente, este trabalho discute aproximações e distanciamentos entre a poesia de Guimaraens e as crônicas do Conceição do Serro, com ênfase nas temáticas lua / luar e religião / religiosidade. Apesar do diálogo das crônicas com temas fortemente desenvolvidos na poesia do autor, os textos em prosa não se restringem aos parâmetros da estética simbolista. Por fim, este trabalho discute como as crônicas de Alphonsus de Guimaraens, partindo do pressuposto de que Minas Gerais é o lugar da tradição, parecem evidenciar um projeto de manutenção dessa, condenando, desse modo, as transformações sociais provocadas pela modernidade. Esse projeto será evidenciado, principalmente, nas crônicas que abordam o papel social da mulher e o seu direito ao voto. Os cronistas de Alphonsus reafirmam o papel da mulher enquanto mãe, esposa e dona do lar, restrita ao espaço privado, rechaçando, consequentemente, a luta pelo direito ao voto feminino e ao espaço público. Por conseguinte, as crônicas evidenciam Alphonsus de Guimaraens cronista um observador atento às transformações de seu tempo. Palavras-chave: Literatura brasileira. História Literária. Alphonsus de Guimaraens. Crônicas. Jornal. Tradição.
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    Investir, imaginar (-se) e identificar (-se): um estudo de caso de aprendizes de francês em um curso de extensão
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-09-23) Masala, Marcela de Azevedo; Coelho, Hilda Simone Henriques; http://lattes.cnpq.br/7177296545186921
    Inserido em diversas áreas do conhecimento, o construto de identidade se faz cada vez mais presente e relevante nos estudos onde o foco é a maneira como os sujeitos se compreendem e são compreendidos por outrem, sobretudo, no âmbito da sala de aula. Embora nos deparemos com uma gama de definições, a identidade aqui é concebida, sob o viés pós-estruturalista, como "múltipla, um local de luta e sujeita a alterações ao longo do tempo e do espaço" (NORTON, 1995). Com base nos estudos sobre identidade, investimento e comunidade imaginada de alunos (as) de língua estrangeira em processo de aprendizagem no campo da Linguística Aplicada (NORTON, 1995; KANNO; NORTON, 2003; PAVLENKO; NORTON, 2007; DARVIN; NORTON, 2007; SACKLIN, 2015; WU, 2017), esta pesquisa, caracterizada como qualitativa do tipo estudo de caso, teve como objetivo identificar como os (as) aprendizes de língua francesa em contexto de um curso de extensão vêm construindo suas identidades de alunos (as) de francês em sala de aula. Outro interesse foi identificar como esses (as) alunos (as) investem na língua-alvo e como o seu vislumbre em certas comunidades imaginadas impactam em seu processo de aprendizagem de língua francesa. Para a realização deste estudo, contamos com a participação de duas turmas do Curso de Extensão em Língua Francesa (CELIF), de uma universidade federal, da Zona da Mata, do estado de Minas Gerais. Os dados desta pesquisa foram gerados mediante à três instrumentos: um questionário perfil, uma narrativa escrita e uma narrativa visual, sendo este último analisado sob a perspectiva da Gramática do Design Visual (KRESS; van LEWEEN, 2006). Os dados analisados sugerem que, enquanto alguns alunos aprendem a língua francesa pelo desejo de aprender uma outra língua estrangeira (REVUZ, 1998), outros a aprendem pois almejam alcançar sua comunidade imaginada. Ademais, os resultados também apontam que as identidades de aprendizes e de falantes vem sendo construídas tanto por meio de práticas em sala de aula, quanto fora dela. Acreditamos que esta pesquisa possa contribuir para reflexões sobre o papel do ensino e do aprendizado de línguas estrangeiras e, sobretudo, de FLE, no contexto de extensão universitária,bem como sobre a importância de se investir em políticas de formação docente, dentre outras questões de extrema relevância para a LA. Palavras-chave: Identidade. Investimento. Comunidades imaginadas. FLE.
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    Cultura e identidade brasileiras na animação: um estudo sobre Irmão do Jorel
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-27) Antunes, Cleonice Alves de Castro; Siqueira, Joelma Santana; http://lattes.cnpq.br/0370862109807708
    Os artefatos produzidos pela indústria cultural contemporânea são frequentemente simbólicos, de natureza linguística. Transmitidos pelos meios de comunicação de massa, se tornam repositórios das referências culturais de uma sociedade e estimulam uma disciplina de consumo – não somente de bens, mas também dos próprios símbolos e das culturas a eles agregadas. Dentre os objetos de maior destaque dessa indústria está o desenho animado. Historicamente dominado por produções estrangeiras, o cenário da animação no Brasil permite recordar conceitos como o de alienação cultural, a introjeção de uma cultura que serve a interesses alheios em outra. Quando se assume que cultura nacional é um discurso conscientemente construído a fim de orientar as ações e percepções de um povo a respeito de si, os discursos massivos têm sido interpretados na América Latina como parte de um sistema globalizado homogenizador, que apagaria manifestações culturais locais e, assim, suas identidades. Diferentemente da tendência à difusão da produção estrangeira, Irmão do Jorel (2014) é uma série animada brasileira, assumidamente inspirada em famílias suburbanas do país no fim do século XX, que representa a própria cultura em que se insere. O foco dessa pesquisa é identificar na narrativa de Irmão do Jorel elementos constituintes de uma cultura e identidade brasileiras – cotidianas, popular e não academicizadas – a fim de discutir seu papel na representatividade do Brasil. Para a contextualização adequada da pesquisa na perspectiva dos estudos literários, são revisadas, em seus dois primeiros capítulos, a situação dos estudos em literatura na contemporaneidade e as relações entre o texto literário e o audiovisual. Analisando-se em sequência um corpus de episódios levantados, nota-se a recorrência de um caráter memorial na narrativa, que aborda a transição da organização social brasileira entre as décadas de 1980 e 1990, ao mesmo tempo em que se destaca a influência dos meios massivos e da sociedade de consumo, consequentes do processo de globalização. Observa-se, assim, a representação da própria nação em uma narrativa do tipo massificado que, anteriormente, era acusada de promover o apagamento das identidades nacionais. O diálogo com o local, entretanto, não é imprescindível para a construção do sentido em nenhum dos episódios analisados, nos quais se evidencia o caráter sincrético – local e global, presente e passado – que parece ser central em Irmão do Jorel.
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    A relação entre motivação e emoções de uma professora de inglês em formação inicial e de seus alunos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-05) Arcanjo, Simôni Cristina; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/7543968598253279
    Motivação e emoções são aspectos inseparáveis do ensino e aprendizagem de línguas (DÖRNYEI e USHIODA, 2011; HARGREAVES, 2000). A fim de ensinar e / ou aprender, um professor de línguas estrangeiras e seus alunos precisam estar minimamente motivados em seus objetivos, uma vez que, sem motivação suficiente nem mesmo as pessoas mais talentosas podem alcançar suas metas (DÖRNYEI, 2005). As emoções são um fenômeno sociocultural, político e histórico presente na área da educação e em todas as organizações em geral (HARGREAVES, 2000). Elas emergem a partir das nossas interações com outras pessoas e dos contextos nos quais nos inserimos (ZEMBYLAS, 2002, 2003, 2005, 2007). Na Linguística Aplicada, a motivação do professor tem sido pouco pesquisada, assim como sua relação com as emoções (SUSLU, 2006; DÖRNYEI e USHIODA, 2011). Assim, o objetivo geral deste estudo foi investigar a motivação e as emoções de uma professora em formação inicial e de seus alunos para ensinar e aprender a língua inglesa, respectivamente; atentando- se para a relação entre a dinâmica motivacional entre docente e aprendizes e para a maneira como motivação e emoções interagem. Para isso, esta pesquisa foi baseada, principalmente, nos pressupostos de Dörnyei e Ushioda (2011) sobre motivação, nos estudos de Zembylas (2002, 2003, 2005, 2007) sobre emoções, e na relação entre esses dois construtos de acordo com Meyer e Tuner (2006) e Dörnyei e Ushioda (2011). Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: um questionário aberto, uma entrevista semiestruturada e observação de aulas, com notas de campo. Os dados foram analisados de acordo com padrões de análise da pesquisa qualitativa (PATTON, 2002; RICHARDS, 2003; HOLLIDAY, 2007). Os resultados evidenciaram que a motivação da professora para ensinar era alicerçada no relacionamento com os seus alunos, no interesse e participação deles em sala de aula e no ambiente colaborativo que proporcionavam. Os alunos foram motivados por razões profissionais, pela professora, pelos colegas e pelo desenvolvimento linguístico percebido em inglês. A professora experienciou emoções de amor, felicidade, medo/ insegurança, insatisfação e tristeza, enquanto os alunos vivenciaram emoções de satisfação, bem-estar, medo, insegurança e vergonha. A motivação da professora e a motivação dos aprendizes interagiram de maneira recíproca, assim como as emoções e motivação dos participantes se relacionaram dinamicamente.
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    A formação da identidade do professor de línguas: experiências, comunidades imaginadas e investimento
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-27) Silva, Denize Dinamarque da; Coelho, Hilda Simone Henriques; http://lattes.cnpq.br/0639829206837083
    A identidade de professores de línguas tem sido o foco de estudos de vários pesquisadores (BOHN, 2005; BEIJAARD; MEIJER; VERLOOP, 2011; REIS; van VEEN; GIMENEZ, 2011; NORTON, 2013). Esses estudos nos permitem compreender como as identidades são (re)construídas, percebendo a identidade como um processo contínuo. O investimento para se tornar professor também é parte importante na constituição das identidades dos professores e influencia a escolha das comunidades imaginadas (NORTON, 2000, 2013; MURPHEY; JIN; LI-CHI, 2005; KHARCHENKO, 2014). Os estudos sobre experiências de professores e estudantes, por sua vez, auxiliam-nos a compreender a complexidade que envolve o ensino e a aprendizagem de uma segunda língua (MICCOLI, 2010, 2014). A relação entre experiências e identidades nos mostra como as experiências modulam as identidades ao longo do tempo (PADULA; COELHO, 2014). A fim de investigar a construção identitária de professores em formação inicial de Letras, habilitação português-inglês, e as possíveis influências de experiências que perpassaram a sua formação para as escolhas profissionais futuras, foram analisados o investimento feito para se tornarem professores (NORTON, 2013), as experiências que contribuíram para sua formação docente (MICCOLI, 2010, 2014) e as comunidades imaginadas (NORTON, 2000) almejadas de sete professores em formação inicial, concluintes do curso de Letras. Os instrumentos para a coleta de dados foram um questionário semiaberto, uma narrativa escrita e uma entrevista semiestruturada. Os dados obtidos foram triangulados e condensados em um texto que traçou o perfil dos participantes. Contemplando a metodologia pós-estruturalista de Norton (2000, 2013) de situar os indivíduos em seus contextos sociais, as histórias dos participantes foram expostas em forma de narrativas de modo a dar voz a cada um deles ao expor as experiências ao longo de suas trajetórias, o investimento para se tornarem professores e as comunidades imaginadas almejadas. Os resultados indicam que as experiências dos professores em formação inicial no PIBIC, no PIBID, no CELIN, no NUCLI-IsF e em outros contextos de ensino contribuíram para a (re)construção da identidade docente. Em alguns casos, a proficiência linguística restrita foi um dos entraves para que os participantes iniciassem suas experiências como docentes. Além disso, os professores em formação inicial apontaram as disciplinas de línguas como uma importante oportunidade para melhorarem as habilidades linguísticas. Foi possível concluir que os futuros professores escolhem suas comunidades imaginadas tomando por base as experiências que cada um teve nos variados contextos de ensino. As comunidades imaginadas almejadas para atuação profissional foram, majoritariamente, a universidade e a escola pública. Constatou-se, também, que os professores formadores podem auxiliar os professores em formação inicial a identificarem suas comunidades imaginadas, a fim de traçarem o investimento necessário para alcançá-las. Além disso, os professores em formação inicial devem ser estimulados a se ver como futuros docentes, para que façam um forte investimento ao longo do processo de formação inicial.
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    O Remexer dos lugares: espaços na obra Grande Sertão: Veredas
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-28) Magalhães, Clovis França; Assis, Angelo Adriano Faria de; http://lattes.cnpq.br/3495064950527746
    Este trabalho pretende estabelecer relações entre história, geografia e as teorias do espaço literário na obra Grande Sertão: Veredas (1956) de João Guimarães Rosa. Para se lançar uma visão holística sobre a composição rosiana, o espaço é abordado a partir de quatro categorias literárias: i) representação do espaço para tratar dos aspectos físicos e de organizações sociais revelados pelo sertão; ii) espaço como focalização no qual Riobaldo é apresentado como um espaço de memória e de reconstrução do passado, ou seja, espaço visto (jovem jagunço em aventuras físicas e amorosas), e espaço vidente (ex-jagunço, narrador, rico, velho a reconstruir sua vida pela narração); iii) espaço como linguagem, categoria de maior elaboração formal na qual a linguagem é o espaço dela mesma, autorreferencial e reveladora; iv) espaço como forma de estruturação textual no qual a grande extensão da obra se torna um lugar de criação e de perdição do leitor. Assim, conclui-se que essas categorias colaboram para uma leitura mais ampliada da obra, como partes de um quebra- cabeça que só fazem sentido no todo. Logo, o leitor deve reconhecer o espaço do narrador, o da linguagem, o representando e a sua estruturação em obra para ampliar sua leitura e se tornar um organizador dessas categorias, pois, ao descobrir seu espaço, ele não se torna um sujeito passivo que é conduzido pelo narrador e enganado pelas ocultações da estrutura e da linguagem, porém, um agente que aprende que a geografia do sertão é imprecisa e constantemente modificada por quem se localiza; que o ponto de vista do narrador pode ser ampliado pelas lacunas daquilo que ele não diz; que a linguagem só trata da realidade quando não é documental e se reinventa no fazer artístico; e, por fim, que uma obra pode ser um espaço desmontado sempre e à espera de uma reconstrução. Enfim, trata-se de um romance de aprendizagem, no qual o leitor interage com as incertezas e dúvidas do narrador e faz uma travessia autônoma, sempre esclarecedora e de conhecimento dos dilemas humanos. Palavras-chave: Espaço. Sertão. Narrador. Linguagem. Espaço-obra. Leitor.
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    O território do Rio Doce: uma análise discursiva de notícias sobre o rompimento da Barragem da Samarco/Vale/BHP Billiton em jornais impressos de Mariana (MG), Governador Valadares (MG) e Linhares (ES)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-26) Bueno, Lúcia Magalhães Torres; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/0321631111922945
    O presente trabalho tem como tema a representação na mídia dos fatos relacionados ao rompimento da Barragem de Fundão, da empresa Samarco, em Mariana (MG), ocorrido no dia 5 de novembro de 2015. O objetivo geral foi descrever e analisar os imaginários sociodiscursivos sobre o rompimento da Barragem da Samarco em notícias jornalísticas, com base na Teoria Semiolinguística de Charaudeau (2008); apoiando-se em reflexões de Van Dijk (2008) sobre mídia, gênero notícia e poder; e em Joly (2007) para análise das imagens. Para alcançar este objetivo, fez-se: uma contextualização sobre o rompimento da barragem, considerando-se o referencial teórico da Geografia, principalmente, de acordo com o conceito de território, na concepção de Santos (2009); a descrição da situação de comunicação; a descrição dos modos de organização do discurso (Enunciativo, Descritivo, Narrativo e Dissertativo); a descrição das imagens; e o levantamento dos imaginários sociodiscursivos. O corpus se constituiu de notícias publicadas nos jornais impressos O Liberal (Mariana-MG), Diário do Rio Doce (Governador Valadares-MG) e O Pioneiro (Linhares-ES), em novembro de 2015, em novembro de 2016 e em novembro de 2017. A seguir, são destacados alguns resultados da pesquisa. Quanto ao tema, o rompimento da barragem reflete o modelo de desenvolvimento econômico extrativista, predatório, que prestigia os interesses econômicos de grandes corporações nacionais e internacionais em detrimento das necessidades, interesses e qualidade de vida das pessoas das comunidades locais no território do Rio Doce, desde os tempos coloniais. Quanto à representação do fato, as notícias mostram que, após três anos, não houve reparação devida em relação às consequências para os atingidos e ao meio ambiente; e predominaram os recortes temáticos relacionados às consequências: em Mariana/MG (sociais e econômicas); em Governador Valadares/MG e em Linhares/ES (socioambientais). E quanto aos imaginários sociodiscursivos, foram utilizadas estratégias que produzem efeitos possíveis na construção de imagem positiva da Samarco e Renova; e o foco nas consequências destacou pouco as causas e a responsabilização da Samarco/Vale/BHP Billiton, podendo com isso, ter repercutido pouco na sociedade a importância de resolver os problemas que provocaram o rompimento e evitar novos desastres.