Solos e Nutrição de Plantas
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Item A influência das mudanças de uso e ocupação da terra nas métricas da paisagem do Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2023-02-28) Gomes, Gabriel Carvalho Moraes; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://lattes.cnpq.br/9398430261152029Estudos sobre a evolução das mudanças de uso e cobertura da terra, realizados através da classificação de imagens de satélites e aplicação de conhecimentos de ecologia da paisagem, possibilitam o estabelecimento de programas adequados de conservação da biodiversidade e de controle dos usos dos recursos naturais. Em função das modificações na estrutura da paisagem natural provocadas pela expansão da atividade agrícola, as vegetações nativas vêm sendo fragmentadas e descaracterizadas de forma consistente. O objetivo geral deste trabalho é analisar a influência da mudança do uso e cobertura da terra na dinâmica temporal das métricas da paisagem brasileira, considerando diferentes tipos de solos, áreas protegidas, incluindo as Unidades de Conservação e Terras Indígenas, e em diferentes extensões de propriedades rurais de 1985 até 2020. O estudo objetivou responder quatro perguntas: Capítulo 1: 1) Como a vegetação nativa foi afetada de acordo com os diferentes tamanhos de propriedades rurais? 2) Como o solo influencia na dinâmica de vegetação nativa e quais classes de solo possuem melhor resposta de regeneração? 3) Como as UCs afetaram as transformações de vegetação nativa? Capítulo 2: 4) Como ocorreram as mudanças nas métricas da paisagem nos diferentes biomas entre 1985 e 2020? Os dados espaciais de cobertura e uso do solo dos mapas foram obtidos do Projeto MapBiomas em dois períodos (1985 e 2020), e os limites das propriedades rurais do Cadastro Ambiental Rural (CAR). A plataforma Google Earth Engine (GEE), e os softwares R, ArcGis e QGIS foram utilizados para download de dados, cálculo das métricas, processamento, manipulação e análise dos dados, a fim de investigar os processos de conversão do uso do solo, matrizes de transição e métricas da paisagem. Em relação à análise nas propriedades rurais, a maior perda de vegetação nativa ocorreu nas grandes propriedades e a maior perda percentual ocorreu nas médias propriedades. Áreas com predominância de Latossolo Vermelho Distrófico, Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico, Planossolo Háplico Eutrófico e Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico apresentaram ocorrências do processo regenerativo de vegetação nativa com maior intensidade e consequente contenção do avanço da fragmentação na paisagem brasileira. Nas UCs, os resultados indicam uma tendência de redução na área de vegetação nativa em alguns biomas, especialmente no Cerrado, e ganho nas UCs do Pantanal. A nível nacional, foi perceptível a manutenção e a capacidade de proteção da vegetação nativa nas áreas protegidas do Brasil entre 1985 e 2020, e uma conservação ainda maior nas Terras Indígenas. A paisagem brasileira foi intensamente afetada por essa dinâmica, visto que a área total da paisagem natural diminuiu em 12,72%, com aumento do número de fragmentos de vegetação nativa e diminuição da área média destes remanescentes. Resultados por biomas, tamanhos de propriedades e áreas protegidas identificaram áreas mais propícias a perdas, ganhos ou estabilidade de vegetação nativa, permitindo aos governos e organizações ambientais concentrarem esforços em medidas de proteção e preservação da biodiversidade e estratégias para manejo sustentável dos recursos naturais. A conservação dos recursos naturais e a sustentabilidade da produção agrícola permitem que a sociedade compreenda a importância da preservação ambiental e proteja o patrimônio natural e cultural do país. Palavras-chave: Vegetação nativa. Métricas de paisagem. Propriedades rurais. Áreas protegidas.Item A planta e a forma de nitrogênio na solubilização de fosfato natural(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-17) Silva, Lucas de Ávila; Mattiello, Edson Marcio; http://lattes.cnpq.br/7672057527975724Na maioria dos solos brasileiros, a adsorção específica de P em óxidos e a precipitação como diferentes formas de fosfatos de Fe e Al dificultam a absorção e utilização de fosfato pelas plantas. Nessas condições, a utilização de espécies vegetais com sistema radicular desenvolvido e a combinação de fertilizantes podem favorecer a recuperação do P adicionado. Para avaliar a influência da planta e a combinação de fertilizantes na solubilização de fosfatos naturais e disponibilidade de P, plantas pré-germinadas de milheto (Pennisetum glaucum (L.) Leeke) foram cultivadas em câmara com luz e temperatura controlada. As plantas cresceram em rizotubos, estrutura cilíndrica oca que favorece uma maior densidade de raiz. Foram aplicadas fontes de P combinadas com fontes de N em amostras de um Latossolo Vermelho-Amarelo com baixa (Pbaixo) e média (Pmédio) disponibilidade inicial de P. As fontes de P utilizadas foram os fosfatos naturais (FNs) de Bayóvar e de Araxá e o superfosfato triplo (ST), e as de N, (NH4)2SO4 e Mg(NO3)2.6H2O. Rizotubos sem a planta foram mantidos como controle. Após 46 d de cultivo, as plantas foram coletadas e separadas em parte aérea e raiz, para determinação da massa de matéria seca e do conteúdo de P, Ca, Mg e N. O solo foi seco e peneirado para a análise de P- resina, Ca2+, Mg2+, NO3-, NH4+ e pH. Os resultados indicaram maior nitrificação em Pmédio (na ausência de planta). A presença da planta favoreceu a solubilização dos FNs. Observou-se que a resposta à adubação fosfatada combinada com N depende dos teores iniciais de P no solo. De maneira geral, o fornecimento de N-NH4+ proporcionou maior produção de matéria seca em Pbaixo, maior conteúdo de P e aumento da recuperação pela planta do FN Araxá em Pbaixo e do FN Bayóvar em Pmédio. Na presença de planta, houve aumento da eficiência agronômica dos FNs em relação ao ST quando o solo apresentava média disponibilidade de P.Item A predisposição ambiental e antrópica controla mudanças no verdor da vegetação: um novo paradigma?(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-24) Pereira, Luís Flávio; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://lattes.cnpq.br/5305322322985726Processos de aumento (greening) e perda (browning) do verdor da vegetação relacionados a mudanças climáticas e antrópicas são processos bem documentados na literatura, mas o controle da fatores de predisposição sobre a resposta das vegetações a essas mudanças foi pouco estudado, e aparenta ser especialmente importante em regiões antropizadas. O presente estudo teve como objetivo definir e mapear processos de greening e browning, bem como caracterizar e analisar a distribuição espacial e ambiental desses processos em regiões fortemente antropizadas. Parra isso, o Semiárido Brasileiro foi usado como área modelo, e duas novas abordagens metodológicas foram apresentadas: metodologia double proxy e multicritério de mapeamento de mudanças consistentes do verdor, baseada em computação em nuvem e código aberto; e metodologia de desagregação ambiental de greening e browning baseada em variáveis- chave. Os resultados mostraram que apesar do predomínio de áreas com verdor estável no Semiárido Brasileiro, browning é mais frequente e intenso que greening, e parece estar relacionado a processos de desertificação sobre áreas nativas e antropizadas. A distribuição das mudanças de verdor é zonal e heterogênea, devido ao controle espacialmente escalonado por fatores de predisposição ambiental e antrópica. Fatores de predisposição ambiental, principalmente a aridez, controlam a distribuição regional das mudanças do verdor, enquanto a interação sociedade-ambiente regula a intensidade e distribuição espacial desses processos localmente. Esses resultados confirmam a necessidade de uma mudança de paradigma nos estudos de modelagem de greening e browning. Novos estudos deveriam considerar o uso simultâneo e equilibrado de preditores relacionados à predisposição e mudança. Também é evidente a necessidade de avanços na interpretabilidade desses modelos, tendo em vista que as abordagens atuais falham em elucidar os mecanismos de regulação das mudanças de verdor. Palavras-chave: Greening. Browning. Semiárido Brasileiro. Google Earth Engine. Aridez. Desertificação.Item Absorção e assimilação da ureia por plantas de metabolismo fotossintético C3 e C4(Universidade Federal de Viçosa, 2015-06-30) Martins, Lucíola Ellen Calió; Cantarutti, Reinaldo Bertola; http://lattes.cnpq.br/1371139129836985Embora a ureia possa ser absorvida por certas espécies de plantas, sua eficiência de utilização se mostrou limitada e, frequentemente, tem-se reportado efeitos negativos no desenvolvimento das plantas nutridas com ureia em solução nutritiva. A assimilação da ureia difere entre as espécies porém, o suprimento de NO 3- tem sido benéfico a este processo em todas as espécies investigadas. Para verificar as hipóteses de que as plantas de soja (Glycine max L.), milho (Zea mays L.), trigo (Triticum aestivum L.), Brachiaria brizantha cv. Marandu e Panicum maximum cv. Tanzânia são capazes de absorver e assimilar a ureia e que esta assimilação é diferente entre plantas de metabolismo C3 e C4 e aumentada pelo suprimento de NO 3- , as espécies foram cultivadas em solução nutritiva contendo NH 4 NO 3 (NA), CO(NH 2 ) 2 (U), NA+U e em solução com ausência de N e aspectos fisiológicos e metabólicos foram investigados. A nutrição com ureia resultou em menor produção de matéria seca, alto conteúdo de aminoácidos, aminoaçúcares, açúcares e amido e redução da síntese de proteínas e clorofila, taxa de assimilação de CO 2 e condutância estomática das plantas. O suprimento de NA+U proporcionou o maior acúmulo de matéria seca das plantas, absorção e assimilação da ureia e atividade fotossintética. As espécies foram eficientes em absorvem a ureia e sua assimilação ocorreu nas raízes das plantas de milho, Marandu e Tanzânia e na parte vaérea das plantas de soja e trigo. As espécies C4 apresentaram maior eficiência de assimilação da ureia e a absorção e assimilação da ureia e a capacidade fotossintética das plantas foram beneficiadas pelo suprimento de NO 3- .Item Adsorção de arsênio (V) em matrizes minerais: síntese, capacidade máxima individual e planejamento de misturas ternárias para otimização do processo(Universidade Federal de Viçosa, 2016-04-18) Dias, Adriana Cristina; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/4428428988156685O arsênio é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o segundo contaminante mais importante em matéria de saúde pública global, atrás, somente, da contaminação microbiológica da água (WHO, 2001). Segundo a OMS, a concentração de arsênio em água potável não deve exceder 10 μg L -1 , já que a principal via de contaminação por arsênio é a ingestão de água contaminada. Embora os minerais e os compostos de arsênio sejam solúveis, sua mobilidade pode ser condicionada pela adsorção do elemento por óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio, dentre outros. O objetivo deste trabalho foi estudar a adsorção de arsênio utilizando matrizes minerais sintéticas. Os óxidos de ferro (ferridrita 2-linhas, hematita e goethita) foram sintetizados de acordo com a metodologia de SCHWERTMANN & CORNELL (2008). Para a síntese do hidróxido de alumínio mal cristalizado foi utilizada metodologia desenvolvida por FONTES & DIAS (2016). Hidrotalcita foi sintetizada seguindo-se recomendações de REICHLE (1986). A hidrotalcita sintetizada foi calcinada conforme descrito em TOLEDO, et al. (2011). A capacidade máxima de adsorção de arsênio (V) pelas matrizes minerais foi determinada a partir de ensaios de adsorção e ajuste dos dados à isoterma de Langmuir. Conhecidas as capacidades máximas de adsorção de arsênio em cada matriz mineral, três destas(hidróxido de alumínio mal cristalizado, hidrotalcita calcinada e ferridrita 2-linhas), foram utilizadas em experimentos de adsorção, segundo planejamento experimental simplex-centroide. Além da determinação da capacidade máxima de adsorção de arsênio (V) pelas matrizes minerais, os níveis de arsênio (V) remanescentes na solução de equilíbrio foram avaliados, a fim de se determinar qual(s) matriz (s) individual (s) e/ou misturas entre os minerais são mais eficientes na remoção do contaminante das soluções aquosas, em função da concentração inicial de arsênio (V).Item Adsorção individual de Cd, Cr, Cu e Pb em solos da bacia sedimentar Amazônica(Universidade Federal de Viçosa, 2016-07-08) Mendes, Izabela Aparecida da Silva; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/5715109136155230O solo, a depender de suas características físicas, químicas e mineralógicas, pode apresentar uma elevada capacidade de reter íons e moléculas e pode assim funcionar como um excelente meio para adsorver metais pesados. No bioma Amazônia encontra-se a maior floresta tropical do mundo, e o solo é um dos responsáveis pela sustentação da vegetação nessa região. A interação solo-vegetação nesta região confere comportamento diferente de outros solos do Brasil. Entende-se que estudos de adsorção de metais pesados em solos do Amazonas contribuirão para a compreensão do comportamento destes elementos naqueles solos. Parte-se do pressuposto que solos mais oxídicos e de textura mais argilosa, ricos em minerais 1:1, apresentarão grande capacidade para adsorver metais pesados, enquanto que a adsorção destes metais será menor em solos ricos em minerais 2:1. Assim, o presente trabalho tem como objetivos: conduzir ensaios de adsorção individual para os metais pesados Cd, Cr, Cu e Pb em solos representativos da bacia sedimentar Amazônica com composições mineralógicas distintas; avaliar o comportamento individual dos metais pesados frente aos solos estudados; avaliar qual dos modelos de isotermas de Langmuir e Freundlich melhor descreve a adsorção de metais pesados nos solos estudados; determinar a capacidade máxima de adsorção (CMA) dos metais pesados nos solos e; identificar a relação entre os parâmetros das isotermas e os atributos dos solos. Os pontos de amostragem foram selecionados de acordo com a representatividade e distribuição dos solos na bacia sedimentar Amazônica, sendo as amostras coletadas em áreas não antropizadas. As classes de solo Latossolo Amarelo; Argissolo Amarelo; Neossolo Quartzarênico Hidromórfico; Neossolo Quartzarênico Órtico; Neossolo Flúvico; Gleissolo; Terra Preta de Índio; Plintossolo e Espodossolo. Os ensaios de adsorção foram baseados no princípio de que quantidades conhecidas de solo e de soluto em solução são colocadas em contato sob agitação até que o sistema alcance o equilíbrio. A concentração dos metais em solução, após o equilíbrio, foi realizada por Espectrofotometro de Absorção Atômica. Os dados foram ajustados aos modelos de regressão não linear de Langmuir e Freundlich, de forma a obter os parâmetros, CMA, EL, Kf e n, relacionados aos fenômenos de adsorção. No estudo de correlação linear foram relacionados os parâmetros de adsorção obtidos e alguns atributos do solo, para verificar quais dentre esses atributos melhor se relacionam com o fenômeno de adsorção para os solos estudados. O grau de ajuste obtido pelas equações de Langmuir e Freundlich foi semelhante, para os elementos e para os solos, com valores de R2, em torno de 0,96. A isoterma do tipo L foi predominante para todos os metais e solos analisados, no entanto foram obtidas isotermas do tipo H para adsorção de Cd e Pb na amostra Terra Preta de Índio (A1). Todos os metais apresentaram correlação negativa entre a CMA e a fração areia do solo, para o grupo I. Cd, Cr, Cu e Pb também apresentaram correlação positiva entre EL, CMA e Kf com CTCef, P, Fed e Feo. A diversidade de características físicas, químicas e mineralógicas encontrada nos solos da bacia sedimentar Amazônica resultou na diferenciação quanto à capacidade máxima de adsorção de Cd, Cr, Cu e Pb. Os atributos do solo atuam favorecendo ou não a maior ou menor adsorção de metais, e isto controla a disponibilidade dos metais no meio. Assim, é imprescindível conhecer a dinâmica dos metais no solo, de forma a prever os riscos ambientais, com uso agrário ou industrial.Item Adubação orgânica e emissões de gases de efeito estufa na recuperação de barragem de rejeito de beneficiamento de minério de ferro(Universidade Federal de Viçosa, 2014-03-28) Oliveira, Paula Afonso de; Dias, Luiz Eduardo; http://lattes.cnpq.br/5903553906294712O minério de ferro é o principal produto mineral exportado pelo Brasil. Entretanto, inerente ao processo de beneficiamento do minério está a geração de rejeitos, que são depositados em barragens. Ocorre, porém, que tais rejeitos comumente não apresentam características físicas e químicas adequadas para o crescimento de plantas, daí a importância da realização de experimentos para definir práticas adequadas de recuperação dessas barragens. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos da adubação orgânica (lodo de esgoto e composto de lixo) no processo de revegetação de rejeito de beneficiamento de minério de ferro com a Crotalaria juncea (crotalária). O rejeito foi coletado na barragem Forquilha III da Unidade de Fábrica - VALE, localizada no município de Ouro Preto - MG. As unidades experimentais foram colunas constituídas por quatro anéis sobrepostos de PVC. A quantidade de rejeito utilizada foi a suficiente para se obter uma coluna de 30 cm de altura. Todos os tratamentos receberam uma camada de 10 cm de topsoil na parte superior da coluna. A quantidade de lodo de esgoto (5,24 t ha-1) e de composto de lixo (30 t ha-1) aplicada foi baseada no teor de nitrogênio desses compostos. Foram determinadas as taxas de crescimento absoluto de altura da planta, de diâmetro caulinar e de matéria seca de parte aérea e de raízes. Além disso, foram determinados os fluxos de C-CO2 e C-CH4 dos tratamentos e a contribuição direta das fontes de adubação orgânica e da planta nas emissões de C- CO2, pelo particionamento do C-CO2, como também, suas contribuições indiretas, por meio do efeito priming. A adubação orgânica mostrou-se efetiva para proporcionar maior crescimento das plantas na ausência de fertilização química, embora o uso de lodo de esgoto (5,24 t ha-1) e de composto de lixo (30 t ha-1) não tenha diferido quanto ao efeito sobre o crescimento das plantas. Quanto às emissões de gases de efeito estufa, os tratamentos com adubação orgânica apresentaram incremento nas emissões de C- CO2, por efeitos diretos e indiretos. A adubação orgânica desencadeou o efeito priming positivo ocasionando perdas de C nativo. Por sua vez, a presença da planta nos tratamentos com adubação orgânica e fertilização química inverteu esse cenário, contribuindo para a manutenção do C nativo através do efeito priming negativo. Além disso, os tratamentos apresentaram absorção de C-CH4, atuando como dreno de metano.Item Água nos solos de pastagens e de florestas em unidades de produção familiares(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-19) Lopes, Vanessa Schiavon; Cardoso, Irene Maria; http://lattes.cnpq.br/6161628383925417O desmatamento das florestas tropicais para expansão das áreas agrícolas e pastagens, tem modificado drasticamente extensas áreas ao redor do mundo, o que altera o funcionamento dos processos biogeoquímicos e hidrológicos em bacias hidrográficas. A implementação de práticas de manejo e de conservação do solo em pastagens, como a construção de terraços, arborização e revegetação do terço superior dos morros, podem aumentar os serviços ecossistêmicos, como por exemplo, a provisão de água. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Viçosa-MG (SAAE-Viçosa), em parceria com a Agência Nacional das Águas (ANA) e a Caixa Econômica Federal, implantou várias práticas de manejo de conservação do solo para a recuperação da bacia do rio Turvo Sujo, importante manancial de água que abastece municípios da microregião de Viçosa, na Zona da Mata mineira. Dentre as práticas, encontra-se a revegetação do terço superior dos morros, o que leva ao aumento da floresta secundária e que pode contribuir para mitigar os efeitos do desmatamento. Entretanto, os benefícios desta floresta para a recuperação das propriedades hidráulicas do solo, em especial onde o solo foi degradado por pastagens, ainda são pouco compreendidos e precisam ser melhor analisados. As práticas implementadas pelo SAAE nas bacia do Turvo Sujo foram avaliadas, a partir da opinião dos agricultores beneficiários diretos do projeto. A tese foi organizada em três capítulos, além da introdução geral e considerações finais. Os objetivos da tese foram: a) avaliar os impactos dos terraços em pastagens na umidade do solo; b) avaliar os efeitos da floresta secundária estabelecida em área de pastagem degradada sobre as propriedades hidráulicas dos solos e relaciona-las às faces de exposição solar e; c) identificar a percepção dos agricultores sobre as práticas de manejo do solo e água efetuadas em suas propriedades. O Capítulo 1 utilizou o método “Ground Penetrating Radar” (GPR) para estimar a umidade do solo nas áreas de pastagens terraceadas e não terraceadas e comparou com o método tradicional gravimétrico. Este estudo mostrou que o armazenamento de água em profundidade foi maior e mais uniforme em pastagem terraceada do que em pastagem não terraceada e que o método GPR pode ser utilizado para estimar o conteúdo de água no solo em bases volumétricas no campo de forma não invasiva. Os resultados do Capítulo 2 mostraram que a qualidade dos solos em ambas as áreas de floresta foi melhor do que nas áreas de pastagem e que diferentes faces alteram a qualidade do solo. A menor radiação (face leste) proporcionou maiores valores de macroporosidade, estoque de carbono e infiltração de água no solo que a face oeste (maior radiação). O Capítulo 3 utilizou entrevista semiestruturada para identificar a percepção dos agricultores sobre as práticas de manejo de solo e água implementadas em suas propriedades pelo SAAE e parceiros. A maioria dos agricultores mostrou consciência da importância das práticas de manejo do solo para reduzir a erosão e aumentar o volume de água nas nascentes. Eles avaliaram positivamente as práticas implantadas pelo SAAE, mas criticaram a falta de acompanhamento das mesmas após implatanção. Alguns agricultores indicaram a necessidade de arborização das pastagens e cobertura do terço superior dos morros como técnicas para melhorar a dinâmica da água no solo. A opinião dos agricultores é importante para a efetividade das ações públicas e devem ser consideradas pelos órgãos públicos na busca de soluções mais integradas para que a agricultura se torne sustentável e resiliente.Item Alterações de longo prazo dos estoques e qualidade da matéria orgânica em latossolo sob olericultura intensiva(Universidade Federal de Viçosa, 2016-03-30) Figuerêdo, Karolline Sena; Oliveira, Teógenes Senna de; http://lattes.cnpq.br/8005414664116204As mudanças nas reservas de C e N refletem os impactos do uso e manejo do solo. Objetivou-se avaliar as mudanças nos estoques e na qualidade da matéria orgânica em Latossolo Vermelho-Amarelo cultivado com olerícolas na região dos Cerrados no Sudeste brasileiro. Quatro áreas foram selecionadas, sendo uma sob vegetação de Cerrado (CE) e três sob produção olerícola com 15 (HT15), 20 (HT20) e 30 (HT30) anos de cultivo. Amostras de solo foram coletadas nas profundidades 0-30, 30-40 e 70-100 cm, realizando-se análises físicas (densidade e textura), químicas (complexo sortivo, pH, C extraído com água, C e N totais, C lábil, C e N nas frações MOP e MAM, lignina, carboidratos, lipídeos e ataque sulfúrico), biológicas (C e N microbianos) e mineralógica (difratometria de raio-X). Os estoques de C e N totais, os teores de C não lábil, o índice de manejo de carbono (IMC), o quociente microbiano (qMic) e as relações C:N total, microbiana e da MOP e MAM foram calculados. Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado e o esquema de parcelas subdivididas, sendo os resultados avaliados, individualmente, por comparações de médias pelo teste Tukey e, em conjunto, por componentes principais. Houveram semelhanças entre usos quanto aos estoques de NT e, na área cultivada por 30 anos (HT30) foram observados os menores estoques de CT, tendo o Cerrado (CE) os maiores resultados. Constatou-se que, com o maior tempo de cultivo, houve diminuição nos teores de C lábil. Na composição bioquímica da MOS, ocorreu aumento e redução nas proporções de carboidratos e lignina na MOP e MAM, respectivamente, nos usos HT15 e HT20. A MOP apresentou-se mais sensível às mudanças de uso. Na análise de agrupamento, os resultados mostraram maior similaridade entre HT15 e HT20, assim como a distinção entre CE e HT30. Há uma maior relação de reservas lábeis (CL, carboidratos) com as áreas de menor tempo de atividade e de Cmic com o uso de 30 anos. Pode-se observar, também, a correlação negativa entre nutrientes no solo e os teores de C e N totais e da MAM e de carboidratos da MAM, como também entre Cmic e CT. A olericultura em Latossolo oxídico promove a redução dos estoques de matéria orgânica do solo e altera sua qualidade. Contudo, com 15 e 20 anos pode-se observar incrementos suficientes de C para a manutenção da MOS e obtenção de IMCs maiores que CE e HT30.Item Alterações de longo prazo em propriedades físicas de latossolos oxídicos com cultivo intensivo de olerícolas(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-15) Pessoa, Thaís Nascimento; Oliveira, Teogenes Senna de; http://lattes.cnpq.br/9426638085973475A estrutura do solo é propriedade que influencia diretamente o crescimento, o suprimento de água e a disponibilidade de nutrientes e oxigênio às plantas. O objetivo deste trabalho foi avaliar possíveis alterações estruturais causadas pelo sistema intensivo de cultivo de olerícolas em Latossolos Vermelho-Amarelo por longos períodos de uso. Amostras de solo deformadas, nas camadas de 0-30, 30-40 e 70-100 cm e indeformadas, nas camadas de 0-10, 10-30, 30-40, 40-70 e 70-100 cm de profundidade, foram coletadas em área de cerrado nativo e em três propriedades comerciais que cultivam olerícolas em diferentes tempos de implantação (15, 20 e 30 anos) na região de Rio Paranaíba, Minas Gerais. Nestas amostras avaliaram-se: carbono orgânico total, argila dispersa em água, grau de floculação, densidade do solo, grau de compactação, resistência do solo à penetração, porosidade, condutividade hidráulica em solo saturado, curva de retenção de água no solo e estabilidade de agregados via úmida e ultrassom. Os resultados demonstraram que o preparo intensivo e o longo tempo de uso do solo com cultivo de olerícolas promoveram alterações nas propriedades físicas dos Latossolos estudados. Constatou-se aumento da retenção de água no solo em todas as áreas cultivadas e o solo com maior tempo de uso (30 anos) mostrou-se o mais impactado, porém a estrutura fortemente desenvolvida e a elevada friabilidade minimizam os impactos do efeito do uso prolongado com agricultura altamente intensiva devido à grande capacidade de resistência/resiliência física que estes solos apresentam.Item Análise da paisagem e áreas prioritárias para restauração florestal em uma microbacia da Zona da Mata Mineira(Universidade Federal de Viçosa, 2015-05-29) Pinheiro, Joana Angélica Cavalcanti; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://lattes.cnpq.br/6488631671665647A floresta natural, além da manutenção da biodiversidade, é capaz de retardar o escoamento superficial da água da chuva, atenuando os picos de vazão nos cursos d’água e amenizando as baixas vazões no período de estiagem. A bacia do ribeirão São Bartolomeu, em Viçosa-MG, é de primordial importância para o abastecimento de água do município, além de manter fragmentos florestais importantes para a conservação da biodiversidade. Dessa forma, procurou-se realizar análises da bacia hidrográfica em diferentes perspectivas, sendo composta por três artigos, onde se considera a análise da estrutura da paisagem, do Código Florestal e a definição de áreas prioritárias para restauração florestal. O primeiro artigo objetivou caracterizar a estrutura dos fragmentos florestais remanescentes na paisagem e avaliar a sua representatividade quanto aos aspectos da compartimentação geomorfológica, das faces de orientação e das classes de solos. A floresta natural, comparando-se aos demais usos do solo, possui elevado tamanho médio e número de fragmentos, resultando assim em grande ocupação na bacia estudada. A ocupação florestal na paisagem é não aleatória, sendo dependentes de características fisiográficas e pedológicas da paisagem. O segundo artigo teve como objetivo analisar as áreas legalmente protegidas e os conflitos de uso existentes na bacia de captação. As delimitações das áreas protegidas e as análises de sobreposição de uso foram realizadas por meio do uso de técnicas de geoprocessamento. Os resultados demonstraram que a pastagem é o principal conflito de uso existente nas APPs e AURs. A área protegida por AURs foi superior à soma de todas as categorias de APP, revelando que esta categoria possui grande potencial para conservação dos fragmentos florestais. Já o total de área destinada à RL reduziu em 5,2% a sua ocorrência na bacia ao se considerar as áreas consolidadas. As propriedades com dimensão inferior a um módulo fiscal apresentaram as maiores proporções de conflitos de uso do solo nas APPs e AURs, apesar de possuírem a maior quantidade absoluta de áreas com cobertura florestal. No terceiro artigo, objetivou-se identificar as áreas prioritárias para restauração florestal na bacia de captação do ribeirão São Bartolomeu, visando primordialmente à conservação dos recursos hídricos e da biodiversidade. Foram analisados cenários com diferentes graus de risco, através da Média Ponderada Ordenada (MPO), considerando os critérios avaliados como os mais importantes para a definição dessas áreas prioritárias. Foram utilizadas duas metodologias pra determinar as áreas prioritárias nos mapas finais, denominadas como análise com intervalos iguais (tradicional) e análise gráfica do histograma acumulado. Comparando os cenários melhores avaliados de cada método, nota-se uma consideração mais eficiente das classes prioritárias dos fatores no método do histograma acumulado. A definição do mapa de prioridade a ser executada na restauração deve ser realizada a partir da consideração da disponibilidade financeira e da viabilidade operacional do projeto. Espera-se que este estudo possa ser levado em consideração por estudos acadêmicos subsequentes e pelos órgãos públicos que visem à ordenação do uso e ocupação na bacia do ribeirão São Bartolomeu.Item Análise dos parâmetros sedimentológicos e caracterização de solos desenvolvidos de sedimentos Pós-Barreiras, Ilhéus-BA(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-27) Souza, Cristiano Marcelo Pereira de; Costa, Liovando Marciano da; http://lattes.cnpq.br/3795848668647630Ao longo do litoral de Ilhéus é verificada a ocorrência de sedimentos Pós- Barreiras que cobrem a unidade geomorfológica tabuleiros costeiros. Embora haja alguns trabalhos pioneiros a partir da década de 80 com enfoque para estes sedimentos em outras regiões do Brasil, todavia, alguns assuntos relacionados a Pós-Barreiras ainda não foram suficientemente estudados. Assim, este estudo objetiva realizar a análise de sedimentos Pós-Barreiras baseado no enfoque para dinâmica sedimentar e pedologia. No primeiro caso, foram analisados os parâmetros sedimentológicos nos sedimentos Pós-Barreiras para fração areia, com a finalidade de obter diâmetro médio dos grãos, mediana, desvio-padrão, assimetria, e curtose gráfica. Na fração areia média, foi analisada a morfologia dos grãos com uso de microscópio ótico.Foram também coletadas três amostras nas camadas dos sedimentos com uso de tubos de PVC, para realizar procedimento de datação com uso do método de Luminescência Opticamente Estimulada(LOE), seguindo-se o protocolo SAR (Single Aliquot Regeneration). Foi observada a paisagem de ocorrência dos sedimentos Pós-Barreiras,por meio da elaboração do mapa geomorfológico e análise de variáveis geomorfométricas. Para o enfoque pedológico foram coletadas amostras de solos, descrição de perfis e reconhecimento da paisagem. Para as amostras coletadas foram realizadas análises físicas e químicas, como a determinação do pH em H2O e em KCl, Ca2+, Mg2+, K+, Na+, Al3+, H+Al, P, C-orgânico, fracionamento de matéria orgânica, análise de textura do solo e fusão alcalina para determinaçãodos teores totais de Si, Al, Fe, Ti, e Zr. Realizou-se também análise mineralógica para as frações areia, silte+argila e argila.Foi observado que a paisagem de ocorrência dos sedimentos Pós-Barreiras é restrita ao litoral, ao máximo de 5 km distante de linha de costa e altitude máxima de 139 m. Os resultados dos parâmetros sedimentológicos, com base principalmente nos valores obtidos de curtose, assimetria e seleção, revelaram que a maioria dos sedimentos coletados tem padrões de sedimentos transportados por processos marinhos, aliado ao fato da morfologia dos grãos que apresentaram baixo grau de arredondamento, típico de sedimentos de origem marinha, todavia estes dados não são conclusivos, são necessários estudosmais específicos. As áreas de ocorrência destes sedimentos foram submetidas a soerguimentos pela ação da neotectônica e encontravam-se na época de deposição sedimentar em cotas altimétricas mais baixas. A época de deposição das amostras dos sedimentos Pós-Barreiras foi do Pleistoceno tardio até o Holoceno, sendo que as idades variaram de 6.000 a 85.000 AP. Os solos desenvolvidos do Pós-Barreiras, são os Neossolos Quartzarênicos,com baixa saturação por bases e CTC. Foram também registrados cinco solos com morfologia de Espodossolos, porém os resultados dos teoresdos elementos Ti, Zrbem como as suas relações (Zr/Ti), valor de uniformidade, e fracionamento de MO revelaram a presença de descontinuidade para alguns perfis com morfologia espódica, sendo classificado como Neossolos. Os principais componentes minerais identificados nos perfis de solos são o quartzo e feldspato na fração areia; e na fração silte+argila principalmente caulinita e quartzo. A gênese dos solos dos sedimentos Pós- Barreiras está relacionado a processos pedogenéticos e processos de deposição sedimentar gerando,por vezes,solos alóctones.Item Aprendizado de máquinas aplicado ao mapeamento digital de solos na Antártica: modelagem e predição espacial de classes e atributos do solo(Universidade Federal de Viçosa, 2023-05-10) Siqueira, Rafael Gomes; Filho, Elpídio Inácio Fernandes; http://lattes.cnpq.br/9254221584773247O mapeamento convencional de solos baseado em modelos mentais é uma abordagem comum para compreensão da distribuição dos solos na Antártica. No entanto, o Mapeamento Digital de Solos baseado em modelos empíricos e quantitativos tem sido escassamente aplicado no continente. As vantagens do mapeamento digital são de grande relevância em paisagens remotas como as áreas livres de gelo da Antártica, onde coletas de solos são muito limitadas. Além disso, existe uma necessidade de dados precisos de solos para a Antártica, especialmente sob as pressões impostas atualmente pelas mudanças climáticas e distúrbios antrópicos no continente. Neste trabalho foram preditas as distribuições espaciais, nas regiões da Antártica Marítima e Península Antártica, de importantes atributos físico-químicos do solo: areia, silte, argila, soma de bases, H+Al, pH, carbono orgânico total, P, Na e P remanescente; e de classes de solos identificadas com os sistemas Soil Taxonomy and World Reference Base – FAO. Para isso, foi utilizada a base de dados de solos do Grupo Terrantar da Universidade Federal de Viçosa - Brasil, compilada a partir de trabalhos de campo realizados durante 20 anos na Antártica. Também foi usado um grande conjunto de covariáveis preditoras representando os fatores do modelo scorpan: atributos do terreno gerados a partir de Modelo Digital de Elevação, dados multiespectrais Sentinel representando covariáveis de vegetação, distâncias euclidianas para geleiras, costa e pinguineiras, geologia, coordenadas e outros atributos do solo. Para a modelagem e mapeamento, técnicas de Aprendizado de Máquinas foram aplicadas e diferentes modelos foram testados, destacando-se o modelo Random Forest. Este estudo mostra o potencial da aplicação da metodologia do Mapeamento Digital de Solos para produção de mapas detalhados na Antártica, um continente geralmente negligenciado para mapeamentos devido à ausência de dados de solos robustos. Com nossos resultados, pretendemos subsidiar a tomada de decisão sobre solos na Antártica, além de fornecer dados pioneiros que podem ser incorporados em modelos ecológicos globais. Palavras-chave: Antártica. Aprendizado de Máquinas. Mapeamento Digital de Solos. Modelagem. Predição espacial.Item Arsenite and arsenate removal from contaminated water by precipitation of aluminum, ferrous and ferric (hydr)oxides(Universidade Federal de Viçosa, 2017-06-30) Vasques, Isabela Cristina Filardi; Mello, Jaime Wilson Vargas de; http://lattes.cnpq.br/5528585258437076Arsenic is a metalloid commonly found in mining sites and can be mobilized in water following acid mine drainage. Due to severe consequences of As contamination, the World Health Organization (WHO) recommended 10 µg L -1 as a threshold concentration for As in drinking water. To face As toxicity, several methods to remove it from water have been considered, including co-precipitation with Fe and Al (hydr)oxides. Such compounds have been considered a good alternative to remove As from contaminated water due to strong bindings between them. However, not only the water needs to be efficiently clean, but also the waste generated must be safe to disposal. In this study three Fe:Al molar ratio (100:0, 80:20 and 60:40) were used to synthesize ferrous and ferric (hydr)oxides by precipitation in water containing high concentrations (50 and 500 mg L -1 ) of As (III) and As (V). Mineralogical phases detected by XRD were goethite, lepidocrocite, magnetite, maghemite, gibbsite and bayerite for precipitates from Fe (II) and ferrihydrite, hematite and gibbsite for synthesis with Fe (III). BCR extractants were used in order to evaluate As remobilization from precipitates, including acid soluble, reducible and oxidizable phases. Arsenic associated to Al and adsorbed phases were also assessed by extractions with NH 4 F and KH 2 PO 4 , respectively. Arsenic adsorbed to iron (hydr)oxides represented the major phase among all other extracted phases. It was found that the method was highly efficient for all treatments (> 93 %) in the beginning of the experiment, but efficiency was somewhat lower for treatments in which lepidocrocite and gibbsite were identified in the precipitated phases. In spite of the high efficiency, however, the threshold for drinking water was not attained to the higher concentration of As (III and V). At this high concentration, even the required threshold for effluent discharge was not attained for arsenite in some treatments. In general, the sludges resulting from treatments were considered safe for disposal, except for treatments with arsenite, which were considered hazardous by leaching test. In general, the presence of Al increased the efficiency as well as the stability of the sludge resulting from treatments with Fe (II), but was unfavorable for treatments with Fe (III). In summary, precipitation of Fe (III) in the absence of Al was more efficient to remove As, therefore, treatments in which precipitation of hematite is favored are the most effective to treat As contaminated water ensuring a safe sludge disposal.Item Assessing the role of texture and mineralogy on organic matter protection and cycling in oxisols(Universidade Federal de Viçosa, 2016-04-20) Souza, Ivan Francisco de; Silva, Ivo Ribeiro da; http://lattes.cnpq.br/7816282944245576Worldwide, the soil organic carbon (SOC) stock accounts for more C in the form of organic matter (SOM) than the total C in the atmosphere and in the biomass combined. Therefore, in a context of increasing levels of atmospheric CO 2 and its possible impacts on the average global temperature, understanding the factors controlling SOC stocks is key. Despite the large number of factors regulating SOM stocks , managing soil C sequestration is thought to be critical for offsetting the excess of atmospheric CO 2 . Otherwise, soils also could further contribut e to increase the concentration of CO 2 in the atmosphere if faster decomposition rates of SOM is to become an important climate feedback. Up to now, the scientific communit y has not complete answers for these questions. However, important conceptual and technological developments over the last 20 years have boosted our understanding on SOM dynamics. As a result, rather than rel ying on intrinsic resistance of SOM against decomposers, it seems that physical occlusion and chemical reactions within the mineral matrix play a much more significant role on the persistence of reduced C in soils. In addition, these mechanisms can be soil-specific and as such, we addressed the occurrence of these processes in Oxisols. These are the predominant soils in tropical ecosystems and are dominated by low -activit y clays. The specific objectives of this research were to infer (i) the capacit y for SOC storage as a function of soil texture and C -saturation (i.e. lower conversion efficiency of plant litter -C into mineral -organic associations with increasing C additions ; (ii) infer the influence of reactive minerals within the clay+silt fraction of Oxisols on the formation and persist ence of mineral -organic associations in these soils. incorporation of a labeled plant litter (containing mineral-organic associations in Oxisols by We 13 assessed C and performing 15 the N) into incubation experiments conducted throughout 12 months. In the first chapter, we address the incorporation of the 13 C label into mineral -organic associations as related to soil texture and C -saturation. In this chapter, we deomontrate that soil texture has a strong influence on the capacit y for SOC storage and the C -saturation of the fraction <53 m. Additionall y, we observed evidence of higher the contribution of physical protection of SOM within microaggregates pore-space area, with increasing content of the fine fraction . In the second chapter, we address the incorporation of the labeled plant litter ( 1 3 C and 15 N) into mineral-organic associations as affected by the mineralogy of the mineral mat rix. In this chapter, we demonstrate that amorphous Al -/Fe- (hydr)oxides are the main components within the fine fraction of Oxisols involved in the formation and the persistence of SOM. Given the relativel y low concentration of amorphous Al -/Fe-(hydr)oxides within the fine fraction and their contribution for the protection of SOM , suggests that SOC stocks in the tropics could be very sensitive to environmental changes. Therefore, further resear ch on this subject would evaluate the composition of mineral -organic associations in tropical soils. This would help to predict the possible impacts of climate change on SOM cycling in tropical ecosystems. In the third chapter, we used scanning transmission electron microscopy (STEM) and thermal anal ysis to probe the c hemical composition of mineral -organic associations in a C-rich Oxisol (not included in the incubation experiment). In this chapter, we used elemental mapping to demonstrate that SOM is closel y associated to Al-/Fe-(hydr)oxides. Furthermore, we submitted t he sample to thermal anal ysis to relate mineral dehydroxylation to the oxidation of SOM. Indeed, we observed strong oxidation reactions to overlap with dehydrox ylation of gibbsite, short -range order Al species and goethite. Our results contribute to improv e the current understanding on the minerals and the mechanisms by which these components interact and ultimatel y protect SOM against decomposition in Oxisols.Item Avaliação da contaminação dos solos nas imediações de um refúgio antártico, Ilha Robert, Antártica Marítima(Universidade Federal de Viçosa, 2015-06-25) Lima Neto, Elias de; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://lattes.cnpq.br/4147301153953310A Antártica é uma das regiões mais remotas e conservadas do planeta, porém não está livre dos efeitos negativos das atividades humanas. Atualmente, as atividades científicas e turísticas são as principais responsáveis pela contaminação local. Acidentes em estações científicas, derrames de combustíveis fósseis, despejo de esgotos domésticos, são algumas das causas de contaminação local. Com isso, o monitoramento ambiental é uma parte fundamental da estrutura de gerenciamento ambiental previsto pelo Protocolo de Madri. Uma das estratégias do monitoramento ambiental é a determinação das concentrações de elementos traço no solo. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi realizar a caracterização geoquímica dos solos próximos ao Refúgio Luis Risopatrón, Península Coppermine, Ilha Robert, Antártica Marítima, por meio da determinação das concentrações dos metais potencialmente tóxicos (Cd, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, V e Zn), a fim de avaliar os efeitos antrópicos e subsidiar valores de background para estudos futuros. Para tal, foram coletadas 42 amostras de solo nas profundidades de 0-10 cm e 10-20 cm, nas imediações do Refúgio. A caracterização química preliminar do solo foi realizada por meio da análise por microfluorescência de raios X. Posteriormente, foi usada a fusão alcalina para a posterior determinação das concentrações totais dos elementos Al, Ca, Fe, K, Mg, Si, Ti e Zr, e digestão pseudototal com água régia, para a determinação dos elementos potencialmente tóxicos Cd, Cr, Cu, Mn, Ni, Pb, V e Zn, e a quantificação dos elementos foi realizada por ICP OES. Na avaliação do grau de contaminação do solo foram calculados os seguintes índices: Fatores de Enriquecimento (FE) e Índice de Geoacumulação (Igeo). Os principais elementos contaminantes verificados foram Pb e Zn, cujos valores de FE e Igeo, nas amostras mais contaminadas, variaram respectivamente, entre 2,6 - 17 e 1,76 - 3,21 para o Pb. Por meio da Análise de Componentes Principais, constatou-se que 2 componentes explicavam 83,61 % da variância dos dados, a primeira associada a elementos de origem geogênica (Cr, Ni e V) e a segunda associada a potenciais contaminantes do solo (Cu, Pb e Zn) Tais resultados evidenciam uma potencial contaminação ambiental variando de baixa a moderada, com poucos pontos intensamente contaminados.Item Avaliação da contaminação em solos e sedimentos da bacia hidrográfica do rio Doce por metais pesados e sua relação com o fundo geoquímico natural(Universidade Federal de Viçosa, 2015-03-31) Pacheco, Anderson Almeida; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/8256689484263496Esta bacia, possui uma área de drenagem de aproximadamente 86.715 km2, dos quais 86 % pertencem ao Estado de Minas Gerais e o restante ao Espírito Santo, abrangendo um total de 230 municípios. É uma área de grande importância econômica, política e social que necessita de pesquisas que contribuam para a gestão de recursos ambientais em prol do desenvolvimento sustentável. Ao longo do curso do rio Doce a atividade predominante é a agrícola, entretanto, é possível também observar diversas cidades e regiões industriais importantes, como é o caso do Vale do Aço mineiro. Neste contexto a bacia do rio Doce se insere em uma preocupação mundial sobre a contaminação por metais pesados e seus efeitos na degradação ambiental e impactos na saúde humana. Os objetivos deste estudo foram testar se as atividades humanas estabelecidas na bacia do rio Doce são responsáveis por altos níveis de metais pesados neste ambiente, e obter melhor compreensão dos processos de contaminação da bacia, a fim de melhorar a gestão dos recursos hídricos para o desenvolvimento sustentável desta bacia. Para se alcançar tais objetivos, a coleta foi realizada ao longo dos 853 km da calha principal do rio Doce. Foram coletados solos da parte alta da paisagem, Neossolos Flúvicos e sedimentos fluviais das margens esquerda e direita do canal do rio. Nestes materiais foram realizados caracterizações físicas e químicas de fertilidade, dissolução seletiva dos óxidos de ferro pelos métodos do ditionito-citrato-bicarbonato de sódio (DCB) e oxalato ácido de amônio (OAA), teores totais de óxidos de Fe, Al, Si, Ti, Mn e os metais pesados V, Cr, Co, Ni, Cu, Zn, As, Se, Mo, Cd, Ba, Hg e Pb pela fluorescência de raios-X, difratometria de raios-X da fração argila, microscopia eletrônica de transmissão, suscetibilidade magnética e espectroscopia de absorção de raios-X pela radiação síncrotron. Ao se analisar os compartimentos coletados da bacia do rio Doce estes apresentaram alto grau de intemperismo com pH ácidos, baixa CTC, na sua maioria distróficos e presença de argila de baixa atividade. Os baixos teores de Fe extraídos pelo OAA dos solos resultaram em uma baixa relação Feo/Fed, indicando a presença de formas cristalinas dos óxidos de ferro, característico do elevado grau de intemperismo sofrido por estes materiais. Os teores totais dos metais pesados para os solos se apresentaram distintos ao longo da bacia do rio Doce. Os teores de As apresentaram concentrações muito baixas a nulas, com exceção do Cambissolo Háplico da região de Conselheiro Pena (MG) que apresentou teores variando de 50,4 a 119,1 μg g-1 em superfície e subsuperfície respectivamente. A suscetibilidade magnética (χBF) e a frequência dependente (χFD) da suscetibilidade magnética por unidade de massa apresentaram grande variação entre as classes de solos e principalmente destas com os Neossolos Flúvicos da bacia do rio Doce. Nos Neossolos Flúvicos esta apresentou valores relativamente superiores aos dos solos da bacia do rio Doce, variando de 27,84 a 659,61 10-8 m3 kg-1 para a fração TFSA. Correlação linear positiva foi observada entre a χBF da fração TFSA e Areia com os teores de Fe, V, Cr, Co, Ni e Cu e da fração argila com Fe, V, Co e Cu. Também se observou correlação positiva entre o Fe e o V, Cr, Co, Ni, Cu e Zn. Pela difratometria de raios-X da fração argila dos solos, solos aluvias e sedimentos da bacia do rio Doce foi possível observar similaridades na mineralogia destes materiais, sendo constituída basicamente por vermiculita, vermiculita com hidróxi-entrecamada, ilita, caulinita, gibbsita, goethita e hematita. O fundo geoquímico natural foi determinado neste trabalho para a Bacia do Rio Doce, com destaque para os metais pesados V, Cr, Co, Ni, Cu, Zn, As, Se, Mo, Cd, Ba e Pb, que apresentaram valores acima da referência de qualidade (VRQs) para os solos de Minas Gerais. Os teores dos metais pesados analisados nos sedimentos do rio Doce não indicaram incremento expressivos nos pontos avaliados, quando se compara a coleta antes e depois de cidades e afluentes deste rio. Avaliando o Cr pela X-ray absorption near edge structure spectroscopy (XANES), utilizando a radiação síncrotron nos solos, Neossolos Flúvicos e sedimentos, tal elemento apresentou-se como Cr(III) e não se encontrou o Cr(VI), sua forma tóxica.Item Avaliação de fontes de boro e zinco na sucessão milho-soja-milheto(Universidade Federal de Viçosa, 2018-05-18) Aquino, Priscila Maria de; Mattiello, Edson Márcio; http://lattes.cnpq.br/3986455235005191A presente dissertação trata de estudos relacionados à solubilidade de fertilizantes que contenham B e Zn e suas respectivas performances agronômicas em cultivos em sucessão de milho-soja-milheto. No capítulo 1, conduziu-se ensaio em casa de vegetação no esquema fatorial 2 × (3 × 3 + 1). Foram utilizadas amostras de solo arenoso e argiloso, três fontes de B (H 3 BO 3 , Boráx e ES-B), três doses do nutriente (0,5, 1,0; e 2,0 mg dm -3 de B) e um tratamento controle, sem aplicação de B. Após cada cultivo, foi determinada a matéria seca da parte aérea (MS), o teor foliar de B, o conteúdo foliar de B, a taxa de recuperação de B e a eficiência relativa de absorção de B. O conteúdo de B na planta aumentou linearmente com aplicação do nutriente, para todas as fontes utilizadas. As fontes de B foram igualmente eficiente no suprimento de B para as plantas, não havendo diferenças estatísticas entre elas. A produção de MS foi maior no solo argiloso. No capítulo 2, conduziu-se ensaio em casa de vegetação no esquema fatorial 2 × (3 × 3 + 1). Foram utilizadas amostras de solo arenoso e argiloso, três fontes de Zn (ZnSO 4 , ZnO e ES-Zn), três doses do nutriente (1,5; 3 e 6 mg dm -3 de Zn) e um tratamento controle, sem aplicação de Zn. Não houve efeito das fontes na produção de matéria seca. Houve efeito no teor e conteúdo quando o fertilizante utilizado foi o ZnSO 4. A taxa de recuperação de Zn pelos cultivos foi afetada pelos diferentes fertilizantes, de forma diferenciada nos cultivos. O ZnSO 4 foi mais eficiente que demais fontes no fornecimento de Zn para os cultivos de soja e milho. O ZnO e ES-Zn nos dois primeiros cultivos não incrementaram o conteúdo de Zn com o aumento de suas doses, indicando não ter havido solubilização expressiva destes compostos no solo durante estes cultivos. Por outro lado, no milheto, houve resposta ao aumento da dose de Zn para todos os fertilizantes. Os valores de eficiência relativa de absorção (ERA), considerando a fonte solúvel ZnSO 4 como 100 %, mostram que ao longo do tempo, houve um aumento progressivo na ERA para o fertilizante ES-Zn, em ambos os solos. O uso de fontes de baixa solubulidade mostram-se potencial para o suprimento de Zn a médio e longo prazo, porém a fonte solúvel foi mais eficiente no periodo avaliado .Item Avanços no uso da espectroscopia no infravermelho-próximo para o monitoramento da matéria orgânica do solo e suas frações(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-22) Fonseca, Aymbiré Angeletti da; Soares, Emanuelle Mercês Barros; http://lattes.cnpq.br/2591123120941587A espectroscopia na região do infravermelho-próximo – NIR (Near-infrared) é uma técnica analítica rápida, não destrutiva, de fácil uso, altamente reprodutiva e ambientalmente correta, que pode ser utilizada para o monitoramento da matéria orgânica do solo, um atributo que pode beneficiar diversos serviços ecossistêmicos providos pelo solo. No presente trabalho, aspectos metodológicos que envolvem o uso de espectrofotômetros NIR compactos para determinação de carbono orgânico do solo (COS) foram avaliados, assim como o potencial do uso da espectroscopia NIR (NIRS) para a determinação de C, N, δ 13 C e δ 15 N em frações da matéria orgânica do solo (matéria orgânica particulada e matéria orgânica associada aos minerais). Os resultados indicaram que o aumento da área da amostra sondada pelo espectrofotômetro NIR compacto afeta positivamente a representatividade dos espectros de amostras de solo e proporciona ganhos na acurácia dos modelos de determinação de COS. O uso de um sistema de movimentação automático programado para mover, axial e radialmente, os frascos contendo as amostras de solo sobre o feixe de sondagem ótica de um instrumento compacto aumentou a representatividade dos espectros do solo e resultou em ganhos de até 400 % na acurácia dos modelos. Constatou-se ainda que a performance dos modelos de determinação de COS, desenvolvidos com instrumentos compactos e usando conjuntos de dados amplos e heterogêneos, pode ser beneficiada pela moagem do solo. Contudo, nestas condições, o uso de modelos de regressão local, construídos utilizando apenas as amostras do conjunto de calibração consideradas semelhantes à amostra que se deseja avaliar usando a NIRS, se mostrou uma melhor alternativa. Quando os modelos locais foram construídos utilizando amostras de solo secas em estufa e finamente moídas, foram obtidos os melhores resultados, sendo observada redução no erro de predição de até 15 %. Os resultados demonstraram também que a NIRS pode ser utilizada para caracterização rápida e não-destrutiva da matéria orgânica do solo. Além de fornecer informações sobre os teores totais de C e N, foi possível inferir os teores de C, N e δ 13 C na matéria orgânica particulada e na matéria orgânica associada aos minerais. Palavras-chave: Espectrofotômetros NIR compactos. Modelos de regressão local. Pré- processamento de amostras de solo. Matéria orgânica particulada. Matéria orgânica associada aos minerais.Item Biocarvão associado a fertilizante e sua influência no aproveitamento de fósforo pela planta(Universidade Federal de Viçosa, 2015-10-29) Santos, Sara Ramos dos; Melo, Leônidas Carrijo Azevedo; http://lattes.cnpq.br/4234219298594068A adubação fosfatada tem sua eficiência diminuída devido à fixação de fósforo (P) em solos tropicais intemperizados. Assim, o uso de fertilizantes com alguma proteção aos íons fosfato pode diminuir sua adsorção pelo solo e aumentar a absorção pela cultura, o que aumenta a eficiência da adubação. O biocarvão, produto da pirólise de biomassa em condições limitadas de oxigênio, pode ser uma alternativa para produzir fertilizantes de eficiência aumentada por potencialmente interagir com o P, diminuindo sua sorção ao solo. As características do biocarvão dependem do tipo de biomassa e temperatura de pirólise empregada. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e avaliar a eficiência agronômica de fertilizantes fosfatados associados ao biocarvão. O biocarvão foi produzido a partir duas fontes de biomassa: bagaço de cana-de-açúcar e serragem de madeira, as quais foram pirolisadas em duas temperaturas (350 °C e 700 °C). Os biocarvões obtidos foram denominados: SM350 – serragem de madeira pirolisada a 350 oC; SM700 – serragem de madeira pirolisada a 700 oC; BC350 – bagaço de cana-de- açúcar pirolisado a 350 oC e BC700 – bagaço de cana-de-açúcar pirolisado a 700 oC. Após a caracterização química e física, os biocarvões foram granulados com superfosfato triplo (ST) na proporção 3:1 mais a adição de quatro por cento de fécula de mandioca como agente aglutinante. A avaliação agronômica dos fertilizantes foi realizada pelo cultivo de milho em casa de vegetação em Latossolo argiloso, o qual teve sua acidez corrigida com CaO + MgO (3:1). Foram realizados dois cultivos sucessivos para avaliar o efeito residual da adubação fosfatada. Os fertilizantes fosfatados a base de biocarvão foram comparados com a fonte convencional (ST), num esquema fatorial (5x2)+1, sendo cinco fertilizantes (SFT; ST-BC350; ST-BC700; ST-SM350; ST- SM700) e duas doses de P (100 e 400 mg dm-3 de P), além do tratamento controle (sem P). O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repetições, totalizando 44 unidades experimentais. Foram avaliados a produção de massa de matéria seca, acúmulo de P no milho, além do P disponível no solo após os cultivos. Os resultados indicam que em termos de produção de matéria seca, conteúdo de P na planta e P disponível no solo, a dose de 400 mg dm-3 apresentou resultados superiores em ambos os cultivos. O tratamento ST-BC350 apresentou maior teor de massa de matéria seca (no segundo cultivo), conteúdo de P e taxa de recuperação em relação aplicação do ST sozinho. Isto se deve a algumas caraterísticas deste biocarvão que o torna superior, como, por exemplo, maior CTC. A taxa de recuperação em ambos os cultivos e a eficiência agronômica no segundo cultivo ocorreu de maneira inversa, ou seja, quanto maior a dose menor a taxa de recuperação. De maneira geral, a simples associação de biocarvão com fertilizante fosfatado solúvel não aumentou a eficiência de uso de P pelo milho, quando cultivado em solo argiloso com elevada capacidade de fixação de P.