Educação
URI permanente para esta coleçãohttps://locus.ufv.br/handle/123456789/204
Navegar
Item A atuação do poder público muriaeense na educação de 1871 a 1930(Universidade Federal de Viçosa, 2018-05-04) Bagli, Leidyleni Nolasco Rodrigues; Azevedo, Denilson Santos de; http://lattes.cnpq.br/6208721499419822Este trabalho teve por objetivo analisar a História da Educação no município de Muriaé de 1871 a 1930. Para tanto, buscamos investigar as principais mudanças políticas-ideológicas- educacionais no período de transição do Brasil Império para o Brasil República em Minas Gerais; sintetizar o processo histórico de fundação e consolidação de Muriaé; e analisar como o poder municipal atuou nesse período, para promover a educação em seu território. Para efeito de coleta de dados tomamos por fontes as Atas da Câmara Municipal Muriaeense e os periódicos circulantes na região nos anos finais do Império e nos primeiros decênios da República. Trata-se de um trabalho historiográfico e para análise dos dados optamos pela análise documental em seu processo investigativo. A classificação do recorte que define este estudo é a autonomia local, que busca a constituição de sua identidade, também através da educação. O local aqui demarcado se refere a uma esfera geográfica, social e política, que se ergue mediante a um contexto pedagógico, isto é, de promoção da instrução. A partir da proclamação da República, os municípios passaram a ser os responsáveis pela educação em seus domínios, o que também ocorre com o município de Muriaé. Portanto, o nosso empreendimento buscou responder a seguinte questão: de que forma a atuação do Poder Público Municipal da Muriaé de 1871 a 1930 administrou e organizou a educação local? A Muriaé de 1871 a 1930 era um território vasto, majoritariamente rural e analfabeto, liderado por uma elite cafeicultora, que buscava a crescente transformação do espaço público municipal nos anseios pela modernidade e pela constituição de sua identidade. Este estudo, portanto, é fruto, do reconhecimento do município como lócus de uma história a ser construída, como agente produtor de documentações que podem nos desvelar um passado ainda vívido que certamente influencia o presente. Assim sendo, identificou-se o desenvolvimento do aparelho burocrático municipal conforme se avançam os anos da era republicana, com o progressivo investimento na modernização do espaço urbano e na educação. Ao longo dos anos criaram-se cada vez mais escolas e grupos escolares, contudo o índice de analfabetismo era significativo até meados da década de 1920. O que se notou foi o empreendimento municipal na área da instrução, mas, em contrapartida, observaram-se as limitações financeiras e estruturais do município, tendo o Estado como financiador dos projetos de melhorias locais.Item A Circulação das ideias de Ling e a ginástica sueca em periódicos especializados da educação física (Brasil, 1932-1954)(Universidade Federal de Viçosa, 2023-06-23) Silva, Januína Lúcia da; Baía, Anderson da Cunha; http://lattes.cnpq.br/6277346614361376A Ginástica Sueca criada por Pehr Henrik Ling, no início do século XIX, na sua trajetória, foi reconfigurada pelos diferentes atores que deram continuidade a sua obra, firmando o entendimento que a ginástica criada por Ling, passou por processos de adaptações ao longo da sua existência e sua circulação aconteceu de variadas formas. Partindo do entendimento que há na história da Ginástica Sueca, diferentes versões desta ginástica, a pesquisa tem como propósito investigar a circulação das ideias de Ling e da Ginástica Sueca, no período de 1932 a 1954, tomando como lugar de difusão a Revista de Educação Física (REF) e Educação Física (REPhy). Esses dois periódicos foram as fontes centrais desse estudo e a mobilização dalas e seu trato metodológico foram orientados pelos pressupostos da História Cultural inspirando-se em Certeau (1982, 1994), Ginzburg (1989), Chartier (2002) e Bloch (2001). Ao dialogar com o contexto do processo de educação do corpo, tomando o lugar das práticas corporais como indicação na construção de um projeto de nação para o Brasil, percebeu-se que no clima cultural desenhado no período da Primeira República, as influências externas colocaram em circulação no país um tipo de cultura física na qual demandava uma nação de corpo enérgico e na qual se configurou na primeira metade do século XX em uma ambiência favorável para constituição dos dois primeiros periódicos especializados em Educação Física no Brasil, a REF e REPhy. Destacou-se, que ambos os periódicos ao emergir no cenário nacional colocaram em circulação um conjunto de práticas corporais, veiculando em suas páginas reportagens e sujeitos que remetiam como modelos de Educação Física/Ginástica de outros países. A concentração de matérias nas quais vulgarizavam variadas práticas seja esporte ou ginástica, demarcaram um espaço que ao se fazerem presente contribuíram para instalação de uma cultura física no país. Ao buscar identificar a presença de Ling e caracterizar a Ginástica Sueca, apresentando a forma como circularam nos periódicos, observou-se que Ling e seu método de ginástica, fizeram-se presente, entre os debates vigentes sobre um melhor método de educação do corpo em ambos os periódicos. Ling destacou-se nos dois impressos tanto na contribuição no início do século XIX na construção da Ginástica Sueca, na apresentação da sua trajetória, na criação do seu Instituto de ginástica e na presença dos seus colaboradores. Também encontrou-se a circulação de uma Ginástica Sueca modificada, que pode ser referenciada de Moderna Ginástica Sueca. Essas duas formas de propor a Ginástica Sueca encontraram nas páginas dos periódicos lugar de circulação, colocando-as no debate da constituição de Educação Física nacional. Palavras-chave: Ginástica sueca. Periódicos. Educação Física. História.Item A formação de professores na Revista de Educação Física (1932-1942)(Universidade Federal de Viçosa, 2020-05-28) Camilo, Paula Bárbara Miranda; Baía, Anderson da Cunha; http://lattes.cnpq.br/0569692803716936A pesquisa tem como objetivo investigar a formação de professores em Educação Física no Brasil, no que tange a constituição das instituições responsáveis pela formação, e os saberes e práticas que, partindo delas, encontravam a Revista de Educação Física como local de circulação. Considerada como o periódico oficial da Escola de Educação Física do Exército, trata-se uma das primeiras revistas de ensino especializadas em Educação Física que circulou em território nacional, iniciando suas atividades em 1932, sendo o periódico de maior longevidade da área, estando em atividade até os dias atuais. Parte-se da hipótese de que esta revista colocou em circulação um debate que marcou determinadas escolhas para o campo, fazendo circular “modos” de realizar o trabalho docente, bem como “modos” de se fazer Educação Física na escola e fora dela. Como recorte temporal, foi definido o período compreendido entre os anos de 1932 e 1942. Baseado neste contexto, algumas questões nortearam este estudo: O que significava, naqueles tempos, ser um professor de Educação Física? Como o periódico estimulou a discussão acerca da formação de professores de educação Física? Quais conhecimentos circulavam no periódico como necessários para alguém que fosse ensinar no campo da Educação Física? Como as instituições de formação estiveram envolvidas no processo de qualificação para atuar na escola e fora dela? Para dar conta de respondê-las, optou-se por realizar uma pesquisa qualitativa, utilizando a abordagem do periódico como fonte e objeto, através da análise das fontes que permitiram contar uma versão da história da formação de professores. A imprensa periódica como fonte para pesquisas históricas se legitima pelo seu amplo potencial interrogativo do momento em que foi produzida e nos possibilitou compreender o papel desempenhado pelo periódico frente a formação de professores de Educação Física no Brasil. Dessa forma, identificamos que a Revista foi porta voz de um investimento da Escola de Educação Física do Exército, no sentido de propagar seu modelo de formação para atuar na escola e fora dela, pelos Estados brasileiros, divulgando um “modo de fazer” Educação Física, a partir da sua perspectiva. Palavras-chave: Formação de professores. Educação Física. História. Periódico.Item A reforma universitária na Universidade Federal de Viçosa (1968-1978): elementos para a manutenção da ordem(Universidade Federal de Viçosa, 2019-06-24) Medina, Camila Andrade; Baía, Anderson da Cunha; http://lattes.cnpq.br/7670635651033408Essa dissertação de mestrado tem por finalidade discutir o processo de implantação da Reforma Universitária de 1968, configurada na Lei no 5.540, na Universidade Federal de Viçosa, entre os anos de 1968 e 1978. Pretendemos mostrar como as medidas prescritas pela lei fizeram parte de um projeto que foi, ao mesmo tempo, conservador e modernizador. O reflexo desse projeto na Universidade representou rupturas e continuidades em determinadas estruturas administrativas, curriculares e de cunho organizacional. Para isso, utilizamos fontes documentais do Arquivo Histórico e Central da UFV e da Secretaria de Órgãos Colegiados da mesma instituição, como matrizes curriculares, correspondências internas, jornais institucionais e outros. Além das fontes documentais, nos baseamos em renomados autores como Luiz Antônio Cunha, Dermeval Saviani, Rodrigo Patto Sá Motta, Maria de Lourdes Albuquerque Fávero, dentre tantos outros fundamentais para o entendimento da temática apresentada. Ainda, nos apoiamos em trabalhos de mestrado e doutorado que estudaram efeitos da Reforma Universitária de 1968 em nossa educação superior, como as teses de Alexandre Tavares do Nascimento Lira (2010), Macioniro Celeste Filho (2006), Rubeneide Oliveira Lima Fernandes (2014) e Flávia de Angelis Santana (2014). Durante nossas pesquisas, percebemos que a UFV incorporou distintivamente as alterações aqui analisadas, indicadas pela Lei no 5.540/1968. O novo modelo de exame vestibular, por exemplo, foi adotado pela Universidade logo após a promulgação da lei, o que constatamos através do Boletim Informativo da UFV, de 16 de outubro de 1970. Em contrapartida, conforme observamos no Relatório de Atividades da UFV de 1979, o sistema departamental só foi oficializado pela Universidade dez anos após a promulgação da lei. Com esse estudo, temos o intuito de mostrar à sociedade quais foram os efeitos de uma das principais medidas do governo militar no âmbito da educação, já que, atualmente, parte dela vem solicitando a volta da ditadura militar no Brasil. Ao longo do trabalho, percebemos que vivemos em ciclos em que a história constantemente se repete; assim, nos dias de hoje,no contexto político atual, estamos diante de muitos ideais enaltecidos no contexto da Reforma Universitária de 1968, que, provavelmente, culminarão em reformas educacionais com os mesmos objetivos de outrora.Item A Universidade Federal de Viçosa e a lei do boi (1968-1985): política de acesso ou política de exclusão?(Universidade Federal de Viçosa, 2021-12-09) Carvalho, Thaís Carneiro; Hollerbach, Joana D’Arc Germano; http://lattes.cnpq.br/4748641135055179Tendo em vista o contexto do Regime Civil-Militar (1964-1985) e as políticas públicas voltadas para o campo educacional implementadas durante o referido período histórico, esta pesquisa visa inserir a discussão sobre as políticas públicas voltadas para o ensino superior brasileiro, com enfoque sobre a Lei Federal nº 5.465, de 1968, no campo de pesquisa sobre a História da Educação, especialmente sobre a história da Universidade Federal de Viçosa (UFV). A lei, vulgarmente denominada como ‘Lei do boi’, previa a reserva de vagas nos estabelecimentos de ensino agrícola pertencentes à União, estabelecendo a destinação de 50% (cinquenta por cento) das vagas, dos cursos de agronomia e medicina veterinária, para os filhos de agricultores, proprietários ou não de terras, que residissem com suas famílias na zona rural e 30% (trinta por cento) para candidatos filhos de agricultores, proprietários ou não de terras, que residissem em cidades ou vilas que não possuíssem estabelecimentos de ensino médio. Partimos das seguintes questões: como se deu a implantação da Lei Federal nº 5.465/1968 na UFV? Quem foram os seus beneficiários? O objetivo desta investigação consistiu em verificar a efetividade de tal lei na UFV enquanto instrumento de ampliação do acesso dos jovens filhos de pequenos proprietários rurais ou de trabalhadores rurais ao ensino superior, no momento em que a sociedade e, em especial, o movimento estudantil, demandavam mais vagas para o ensino superior. Para tal, recorreremos ao Registro Escolar da instituição para identificar o perfil socioeconômico dos ingressantes via ‘lei do boi’, através da análise dos documentos apresentados pelos mesmos no ato da matrícula. Por fim, identificamos como perfil, estudantes vinculados a propriedades médias e grandes, vindos das regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul, mas principalmente Sudeste. Concluímos que nossos dados sugerem a prevalência de jovens filhos de grandes proprietários rurais dentre os que tiveram o acesso ao Ensino Superior facilitado pela Lei do Boi. A maioria desses jovens era proveniente do sudeste brasileiro e vinculados à propriedades de médio ou grande porte. Os dados indicam ainda a coerência da efetivação da referida Lei com a então política nacional de formação de técnicos agrícolas de nível superior. Palavras-chave: Lei Federal nº 5.465/1968. Lei do Boi. Ensino Superior. Regime Civil-Militar. UFV.Item Do Império à República: história e educação no município de Ubá-MG (1831-1930)(Universidade Federal de Viçosa, 2017-10-06) Pereira, Roberta Geraldo; Azevedo, Denilson Santos de; http://lattes.cnpq.br/7772556233652930O presente trabalho tem como objetivo geral conhecer as ações educacionais adotados no município de Ubá-MG durante o período de 1831 a 1930. A escolha por essa temática ocorreu devido à falta de estudos sobre a história da educação desse município e da necessidade de conhecer sua história a partir de uma dimensão regional e local, que utiliza o município como unidade de observação e análise histórica. A escolha pelo ano de 1831 como marco inicial da pesquisa ocorreu em razão desse ser o ano em que foi criada a primeira instituição escolar pública no território que posteriormente se configurou o município de Ubá. Já a demarcação do ano de 1930 como o limite da pesquisa ocorreu em razão da chamada Revolução de 1930, que traz uma repactuação das atribuições educativas entre os municípios, estados e governo nacional, marcando assim um novo tempo para a instrução pública. A fim de alcançar o objetivo proposto para esta pesquisa, foram realizadas uma pesquisa bibliográfica e uma pesquisa documental. Esta última foi realizada no Arquivo Público Mineiro, situado na cidade de Belo Horizonte, e no Arquivo Histórico da Cidade de Ubá. As fontes primárias utilizadas foram: livros de matrícula dos professores estaduais de Minas Gerais; registros de mapas da instrução primária de Minas Gerais; registros de nomeação de professores estaduais de Minas Gerais; correspondências referentes à instrução pública; livros de leis municipais de Ubá; folha de pagamento dos professores municipais; e orçamentos municipal e distritais. Na pesquisa, foi utilizado o método da triangulação de dados, assim como as abordagens qualitativas e quantitativas. O estudo demonstrou que a instrução pública em Ubá passou por diversas transformações no decorrer dos anos de 1831 a 1930. Todavia, algumas características permaneceram durante todo o período analisado. Verificou-se que o contexto nacional e, principalmente, o mineiro tiveram influência sobre a realidade de Ubá, porém, eles não a determinaram. A educação escolar no município de Ubá foi construída a partir das interpretações que os sujeitos tiveram sobre as normas vigentes na época, pelas possibilidades que a eles foram concedidas e pelos seus interesses.Item Em “pról dos destinos patrios”: a Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa e as marcas do higienismo no campo (1920-1935)(Universidade Federal de Viçosa, 2022-03-28) Milagres, Pedro de Oliveira; Baía, Anderson da Cunha; http://lattes.cnpq.br/1173015991766059Na década de 1910, os espaços rurais brasileiros ganharam notabilidade nos debates higienistas, tornando-se alvo de políticas sanitárias. Era sustentada uma imagem de atraso do campo que imobilizava o progresso nacional, levando ao apelo de higienistas em favor da difusão da higiene no interior para aprimorar os sujeitos rurais, levando-os a um trabalho produtivo. Na década seguinte, a ESAV veio a ser fundada no interior de Minas Gerais, na cidade de Viçosa, no intuito de promover o crescimento econômico do estado. Tendo em vista esse cenário, objetivou-se analisar a presença de saberes e práticas higienistas na concepção, na construção e no estabelecimento do projeto formador esaviano entre os anos de 1920 e 1935. Para isso, foram mobilizadas fontes referentes a relatórios institucionais, atas de reuniões, correspondências, questionários aos alunos, livro de visitas, inquéritos e outros documentos, que permitiram investigar o projeto formador da Instituição. O trato metodológico das fontes foi orientado pela História Cultural, especialmente pelo ofício do historiador em Certeau (2015), e da construção narrativa em Benjamin (2012) e Ginzburg (1989). Neste estudo, identificou-se que a ESAV foi concebida em meio a um bojo de ações sanitárias direcionadas aos espaços rurais. Com isso, propiciou-se que o projeto formador esaviano fosse impregnado por marcas higienistas, constituídas desde o período de construção, no trabalho com os operários rurais. Com o início das atividades de ensino em 1927, as primeiras ferramentas higiênicas foram ampliadas por investimentos institucionais e sofreram reestruturações, expandindo a difusão de saberes e práticas higiênicos entre o pessoal esaviano e seus familiares, no caso dos servidores. Destacaram-se, na constituição do projeto, atores como Belo Lisboa — que, em sua inserção institucional, instigou a criação de ferramentas e possibilitou o avanço das pretensões higienistas — e o médico dr. Raymundo Faria — o qual, ao entrar na Escola, tornou o Serviço de Saúde da ESAV um meio de difusão da higiene entre o pessoal, expandindo a presença da higiene e produzindo a atualização das ferramentas em conformidade com os pressupostos higienistas em voga. Assim, o projeto formador esaviano foi constituído por um conjunto de saberes e práticas higiênicos visando à limpeza dos sujeitos rurais, de forma a permitir a participação do poder médico-higiênico no estabelecimento da Instituição. Palavras-chave: Higienismo. Sanitarismo. ESAV. Campo. Sujeitos rurais.Item Entre as produções do feminino e a conquista de espaços: mulheres e educação na Universidade Federal de Viçosa (1931- 1956)(Universidade Federal de Viçosa, 2019-04-26) Carmo, Monalisa Aparecida do; Baia, Anderson da Cunha; http://lattes.cnpq.br/8799548834249767Este estudo aborda as ações das mulheres nos espaços educativos da Universidade Federal de Viçosa. Fundada em 1922, com o nome de Escola Superior de Agricultura e Veterinária (ESAV), foi planejada para ser uma referência, pautada no modelo estadunidense dos land grant colleges. Nas primeiras décadas da instituição percebe-se uma hegemonia masculina que colocaria as mulheres em ambientes restritos de atuação. Baseado nesse contexto, algumas questões orientam esse estudo: Quais espaços eram ocupados pelas mulheres na instituição? Como elas conseguiram se inserir? Qual sentido da criação do curso de Ciências Domésticas, no que tange a ocupação da vida pública por meio da educação? Como se constituíram as relações entre homens e mulheres? Com base nessas questões, tem-se como objetivo geral compreender a conquista das mulheres nos espaços educativos da Universidade Federal de Viçosa, no período de 1931 a 1956. Para dar conta desse objetivo, a pesquisa foi construída a partir da análise de documentos institucionais - jornais, estatutos e relatórios anuais - que nos apontaram a inserção feminina em diversos âmbitos ainda não manifestados em trabalhos anteriores. Neste estudo o curso de Ciências Domésticas aparece como uma conquista, resultado de um conjunto de reinvindicações e ações que vão marcar a participação das mulheres, partindo de outros meios de atuação feminina. Assim, as mulheres estiveram presentes na ESAV antes da criação da ESCD, foram funcionárias e, muito além de apenas esposas de professores, estiveram nos espaços de socialização e se organizaram para realização do Curso Profissional Feminino, Mês Feminino e Associação Feminina Effie Rolfs. A vida pública passou a contar com maior participação das mulheres nas ruas possibilitando o acesso à educação e à profissionalização, mas sem desconstruir um padrão feminino legitimado pelo discurso biológico socialmente construído.Item Ginásio Vera Cruz: criação e consolidação de uma instituição escolar em Teixeiras, Minas Gerais (1954-1965)(Universidade Federal de Viçosa, 2021-09-01) Ferreira, Laryssa Sampaio; Azevedo, Denilson Santos de; http://lattes.cnpq.br/7134791008661861Este trabalho tem como objetivo analisar o processo de criação e consolidação da instituição educacional fundada em 1954 com o nome Ginásio Vera Cruz de Teixeiras. O Ginásio particular, criado e mantido por uma sociedade anônima de mesmo nome, permaneceu ativo até o ano de 1965, quando foi criado o Ginásio estadual na cidade e, no ano seguinte, instalado no edifício construído pela sociedade. De forma a corresponder ao objetivo principal deste trabalho, esta pesquisa refletiu sobre a legislação pertinente ao período do estudo, o papel desempenhado pela sociedade anônima na criação e manutenção da instituição e sobre os procedimentos necessários para a instalação e regulamentação do estabelecimento e do seu corpo docente. Além disso, analisou como a iniciativa atendeu a uma parcela da demanda pelo ensino médio que se formava pelas maiores oportunidades de acesso ao ensino primário, bem como avaliou de que maneira a relação entre instituição, discentes e comunidade colaborou para construção de uma identidade institucional e, consequentemente, para sua consolidação. A pesquisa tem como objeto, portanto, a instituição, e ao inserir-se no campo da história das instituições educacionais, colabora para a compreensão de como se deu o acesso ao curso ginasial e ao ensino secundário e para entender qual foi a participação dos diversos atores e sujeitos históricos no desenvolvimento da educação a nível local e regional. Para tanto, foram utilizados documentos localizados no arquivo da escola, o Livro do Tombo da paróquia, atas, leis, decretos e portarias, fontes iconográficas e orais, além censos e anuários produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Palavras-chave: Ginásio. Ensino secundário. Instituições educacionais. Teixeiras. Minas Gerais.Item História da Educação: mapeando os espaços escolares do município de Viçosa, Minas Gerais (1930- 1964)(Universidade Federal de Viçosa, 2020-03-25) Cunha, Paulo Vitor do Vale; Azevedo, Denílson Santos deEssa pesquisa tem por objetivo mapear as trajetórias dos espaços escolares na região de Viçosa, estado de Minas Gerais, entre 1930 e 1964, abarcando os aspectos sociais, econômicos e políticos do município e seus possíveis impactos no setor educacional, com o enfoque na criação e funcionamento de escolas primárias, em núcleos rurais, mantidas pelo poder municipal. Logo, a tarefa de construir interpretações sobre o movimento histórico educacional local, se faz na tentativa de contribuir para a história da educação regional, considerando que o município de Viçosa, sedia atualmente uma das setes microrregiões integrantes da Zona da Mata mineira. A delimitação do espaço e do período de análise se fez em função da localização e do acesso às fontes primárias, disponíveis nos arquivos da Câmara Municipal e da Prefeitura Municipal de Viçosa, contendo diferentes registros em atas, resoluções, portarias, decretos e leis, assim como legislações do estado de Minas Gerais, bem como de Revistas de Estatística e Educação acessíveis digitalmente na plataforma do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além de publicações da imprensa periódica local. Diante a pluralidade de fontes analisadas, optou-se pela realização de uma pesquisa de caráter histórico documental, com o intuito de construir uma abordagem consistente sobre as fontes utilizadas. Dividido em três capítulos, o trabalho abrange as diferentes legislações, promulgadas entre 1930 e 1964, com intenções de proporcionar a classe popular, acesso à Educação Básica, mediante abertura de escolas de nível primário. Estas escolas, eram em maioria, localizadas em áreas rurais do município, constituídas por um ou mais grupos de alunos, de idades variadas, sob a responsabilidade de um único docente. A prefeitura, além de conceder a cadeira, assumia o encargo de prover o salário do professor nomeado, que seria o responsável pelo funcionamento da escola, além de arcar com o aluguel do espaço, fornecendo móveis e materiais didáticos. Contudo, esta era a principal e única responsabilidade do município com a educação, presumindo-se que a instrução primária era terminal para a maioria da população, que não tinha acesso ao ensino ginasial e médio, oferecido por instituições particulares, ficando, portanto, também excluídos do acesso ao nível superior. Palavras-chave: Educação. História. Viçosa (MG). Ensino primárioItem O Ginásio Santo Antônio em Cajuri - MG: constituição, organização e funcionamento (1961-1975)(Universidade Federal de Viçosa, 2021-06-29) Borges, Thayná Luana; Azevedo, Denilson Santos de; http://lattes.cnpq.br/3803255211862231Este trabalho se propôs a realizar uma investigação sobre o processo de constituição, organização e funcionamento do Ginásio Santo Antônio, primeira instituição de ensino ginasial da cidade de origem da pesquisadora, Cajuri, município este que integra a microrregião de Viçosa. Este Ginásio, foi reconhecido pela portaria n º 309, de 21 de março de 1962. Nessa perspectiva, o objetivo geral da pesquisa consiste em analisar o processo de constituição, organização e funcionamento do Ginásio Santo Antônio. Para o estudo desta instituição educativa utilizamos como base as fontes encontradas na Câmara Municipal e na Prefeitura Municipal de Cajuri, tais como atas, resoluções, portarias, decretos e leis (1961- 1975). Na atual Escola Estadual Capitão Arnaldo Dias de Andrade, antiga sede do Ginásio, encontramos documentos como os livros de matrícula (1961-1975). No acervo particular do educandário, tivemos acesso às atas de fundação da escola (1961), de reuniões (1961-1975), relatórios anuais (1962 e 1964), de exames de admissão (1962-1975), de matrícula (1962- 1975), de autorização para lecionar (1972) e correspondências oficiais para a Arquidiocese de Mariana (1961-1975), visto que, a origem desse estabelecimento pode estar relacionada à paróquia local. Para este estudo sobre o Ginásio Santo Antônio, caracterizamos sua origem, organização e funcionamento; identificamos os principais sujeitos envolvidos na criação das instituições, bem como as práticas pedagógicas e curriculares que ocorreram no interior da escola; investigamos mudanças, permanências, avanços e retrocessos desses ginásios no período em tela; e averiguamos as possíveis contribuições desse educandário para sua cidade local. Com esta pesquisa entendemos, com base nas fontes documentais e nas fontes orais, o significado e a motivação da fundação de um Ginásio na cidade de Cajuri, tratando-se de um projeto desenvolvido na década de 60, pelo então pároco da cidade, o padre Oswaldo Renato Cunha. Ademais, ao longo da investigação, identificamos os esforços mobilizados na pessoa do pároco e então diretor do estabelecimento de ensino para a manutenção da educação ginasial na cidade, através da oferta de bolsas para aqueles que não possuíam condições para arcar com os gastos deste ciclo escolar. Palavras-chave: Ginásio. Cajuri (MG). Educação. História das instituições.