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    Do sonho ao pertencimento: a realidade da permanência de estudantes indígenas e quilombolas atendidos/as pelo Programa Bolsa Permanência da Universidade Federal de Viçosa-campus/UFV
    (Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-05) Vianna, Geralda Aparecida dos Santos; Euclides, Maria Simone; http://lattes.cnpq.br/0464825486608342
    Este estudo analisa as condições de permanência e as vivências acadêmicas de estudantes indígenas e quilombolas atendidos pelo Programa Bolsa Permanência (PBP) na Universidade Federal de Viçosa, campus Viçosa/MG, nos anos de 2022 e 2023. Com abordagem quali-quantitativa, utilizou dados do Sisbp/MEC e entrevistas semiestruturadas. Os resultados mostram desafios como baixo número de matrículas em cursos elitizados e racismo institucional. O PBP foi reconhecido como apoio essencial para garantir a permanência material, mas a ausência de representatividade compromete a permanência simbólica. A pesquisa reforça a urgência de políticas que garantam a permanência desses estudantes, valorizando suas identidades, saberes e promovendo um ambiente acadêmico verdadeiramente inclusivo e acolhedor. Palavras-chave: estudantes indígenas; estudantes quilombolas ; educação superior; programa bolsa permanência.
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    Trilhando caminhos: presenças e agências negras nos programas de pós - graduações da Universidade Federal de Viçosa - MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-04) Barreto, Lidiane Cesário; Euclides, Maria Simone
    Nessa pesquisa de mestrado, buscou-se investigar o perfil de cotistas negros/as ingressantes nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu dos Centros de Ciências Humanas (CCH) e Ciências Exatas (CCE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), entre 2022 e 2023, e compreender, a partir das narrativas desses/as discentes, como tem se efetivado a presença desses sujeitos/as nos programas de pós-graduação, tanto em nível pessoal quanto acadêmico. A relevância desta pesquisa consiste na obtenção de informações detalhadas sobre a realidade dos/as estudantes cotistas dos Centros de Ciências Humanas (CCH) e Ciências Exatas (CCE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no âmbito do acesso, da permanência e da produção do conhecimento. Tais dados são de suma importância para compreender e reavaliar as políticas de ações afirmativas e inclusivas de gênero, raça e classe, bem como para pensar em ações e estratégias de curto e longo prazo que garantam a assistência estudantil, diminuam a evasão acadêmica e contribuam para repensar as políticas públicas na e para a Universidade Federal de Viçosa. Nesse sentido, partimos da seguinte pergunta: a política de ações afirmativas no ensino superior, por meio das cotas raciais nos programas de pós- graduação, tem alterado, quantitativa e qualitativamente, o perfil discente das instituições de ensino superior, bem como o conhecimento científico produzido nesses espaços acadêmicos? O aporte teórico da pesquisa foi construído com base em autoras e autores como Nilma Gomes (2017), Simone Euclides (2017), Silvio Almeida (2019), Kabengele Munanga (2003), Amélia Artes (2015), Anna Venturini e João Feres Júnior (2020), entre outros/as estudiosos/as da temática. Metodologicamente, a pesquisa adotou a abordagem qualitativa, fundamentada em Minayo (2001; 2014). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os/as estudantes cotistas participantes da pesquisa. Os resultados apontaram que a UFV implementa a política de cotas raciais em todos os programas de pós-graduação stricto sensu do CCH e CCE. No entanto, como a reserva de vagas ocorre com o percentual mínimo, observa-se uma presença mais significativa de estudantes negros/as cotistas no CCE. Verificou-se também que esses/as estudantes não estão livres de vivências de discriminação por raça, gênero e classe durante a pós- graduação. Há uma diferenciação nas experiências entre os/as estudantes dos Centros de Ciências Exatas e de Ciências Humanas. No CCE, há maior incidência de sexismo, e o desenvolvimento das pesquisas exige altos investimentos para a aquisição de equipamentos, que, por vezes, esses/as estudantes não conseguem custear. Já nas Ciências Humanas, as experiências relacionadas ao sexismo são menos recorrentes, e não foram relatadas dificuldades para a realização de pesquisas ou pela falta de equipamentos. Por fim, a política de cotas raciais impacta diretamente a vida dos/as discentes participantes da pesquisa, nos âmbitos pessoal, coletivo e familiar. No que se refere às presenças negras e às produções epistêmicas desses/as discentes, observou-se que muitos trabalhos abordam, de forma direta ou transversal, as questões de raça, gênero e classe, contribuindo para o surgimento de novas temáticas nas agendas de pesquisa acadêmica. Palavras-chave: Políticas de Ações Afirmativas; Cotas Raciais na Pós-Graduação; Presenças Negras; Agências Negras.
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    Conflitos no ambiente escolar na perspectiva dos educadores de uma escola de ensino médio em tempo integral
    (Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-25) Lima, Patricia de Souza Faria; Souza, Rita de Cassia de; http://lattes.cnpq.br/7133652658655154
    Esta dissertação, apresentada por meio de artigos científicos, investiga os conflitos escolares no contexto do Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), com base na experiência de professores de uma escola pública estadual localizada em Viçosa, Minas Gerais. A pesquisa parte da compreensão de que o conflito é um componente inerente à convivência humana e, portanto, também ao ambiente escolar, onde se manifesta de formas diversas, exigindo estratégias de gestão adequadas e contextualizadas. O problema de pesquisa que norteia o estudo é: como educadores do EMTI gerenciam os conflitos no ambiente escolar e quais estratégias são mais eficazes nesse contexto? A investigação tem como objetivos compreender as percepções dos professores sobre os conflitos escolares, identificar as abordagens e práticas adotadas para sua gestão e refletir sobre os limites e possibilidades dessas estratégias no cotidiano escolar. A pesquisa é qualitativa, de natureza exploratória e fundamenta-se no referencial do Construcionismo Social, que compreende o conhecimento e as relações como construções processuais, baseadas no diálogo e na interação. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com 11 professores de diferentes áreas do conhecimento, atuantes no EMTI. A análise dos dados seguiu os princípios da análise temática. O primeiro artigo da pesquisa aborda a gestão de conflitos escolares e seu impacto no ambiente educacional, utilizando mediação de conflitos e justiça restaurativa como ferramentas. Já o segundo artigo revisa a literatura acadêmica sobre estratégias de mediação e gestão de conflitos nas escolas, destacando a mediação escolar, justiça restaurativa e atividades artísticas como métodos eficazes. Por fim, o terceiro artigo investiga a percepção dos educadores sobre a gestão de conflitos em uma escola que oferece Ensino Médio em Tempo Integral ( EMTI) , identificando a mediação como eficaz, mas apontando para os desafios como falta de capacitação dos professores e necessidade de formação contínua. A pesquisa sugere diálogo, mediação, justiça restaurativa e participação comunitária como essenciais para um ambiente escolar harmonioso. Os resultados revelam que o diálogo é amplamente valorizado pelos docentes como estratégia de resolução de conflitos, mas que essa prática se manifesta, em muitos casos, desprovida de mediação estruturada, apoio institucional ou fundamentação teórica. Os professores demonstram sensibilidade para lidar com os conflitos, mas também expressam sentimentos de despreparo e ausência de formação específica, especialmente para lidar com situações complexas. Práticas como a escuta, aconselhamento individual e envolvimento da equipe escolar são recorrentes, embora pouco sistematizadas. A discussão dos resultados, à luz do referencial teórico e do Construcionismo Social, evidencia uma discrepância entre o que a literatura aponta como estratégias eficazes como mediação de conflitos e justiça restaurativa e o que é efetivamente praticado no cotidiano escolar. Conclui-se que, embora existam esforços por parte dos educadores para gerir os conflitos de forma construtiva, ainda há desafios estruturais e formativos a serem superados. A pesquisa reforça a importância de investir em políticas de formação docente, fomentar práticas dialógicas mais qualificadas e promover uma cultura de paz nas escolas, especialmente em modelos de tempo integral, onde a convivência é intensificada e os conflitos, mais frequentes e complexos. Palavras-chave: Palavras-chave: Conflitos escolares; Ensino Médio em Tempo Integral; Gestão de conflitos; Formação docente; Justiça restaurativa; Mediação de conflito.
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    O componente curricular Projeto de Vida: percepções de estudantes e educadores do Ensino Médio em tempo integral
    (Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-05) Rodrigues, Elaine Aparecida Arruda; Souza, Rita de Cassia de
    A inserção do componente curricular Projeto de Vida no Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) foi impulsionada pela Lei nº 13.415/2017 e pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), visando alinhar as práticas escolares às demandas contemporâneas de formação integral dos jovens. Em Minas Gerais, o Projeto de Vida foi integrado ao currículo do EMTI em 2019, sendo definido como elemento central do projeto pedagógico escolar, com o propósito de estimular os estudantes a refletirem sobre seus sonhos, ambições e planos de vida. O presente estudo teve como objetivo principal investigar como os significados do componente curricular Projeto de Vida são construídos coletivamente no contexto de uma escola pública estadual. Fundamentado no Construcionismo Social, o estudo buscou compreender os sentidos atribuídos ao componente por estudantes, professores e a coordenadora pedagógica, partindo da premissa de que a realidade é uma construção social, moldada por interações e práticas culturais. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, com a coleta de dados realizada por meio de entrevistas reflexivas com 15 estudantes, três professores da disciplina e a coordenadora pedagógica do EMTI. A análise dos dados foi conduzida por meio da Análise Temática Reflexiva, conforme proposta por Braun e Clarke (2006), permitindo a identificação de temas e padrões significativos nos discursos dos participantes. Os temas emergentes foram: (1) Concepções de educadores e estudantes do Ensino Médio em Tempo Integral sobre o componente curricular Projeto de Vida; (2) Desafios do componente curricular Projeto de Vida: do planejamento ao possível para educadores e estudantes do EMTI; e (3) A formação continuada e a experiência dos professores de Projeto de Vida. Os resultados revelaram uma diversidade de significados atribuídos ao Projeto de Vida, destacando percepções que variaram entre a reflexão sobre aspirações individuais e os desafios institucionais enfrentados para a implementação eficaz do componente. Evidenciou-se a necessidade de uma abordagem pedagógica mais colaborativa e contextualizada, que contemple as realidades, os interesses e as aspirações dos jovens, assim como a relevância de uma formação docente continuada que responda às demandas específicas da disciplina. Este estudo contribui ao apontar a necessidade de políticas educacionais mais sensíveis às realidades escolares e ao potencial do Projeto de Vida como instrumento de transformação e desenvolvimento. Ressalta-se o papel dos educadores como agentes ativos na construção dos significados atribuídos ao componente curricular. Conclui-se que o Projeto de Vida pode constituir um espaço significativo de formação integral, desde que seja fruto de uma construção coletiva e que respeite a diversidade de contextos educacionais. Palavras-chave: Projeto de Vida; Ensino Médio; Tempo Integral
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    Entre contos e conversas: experiências com as Rodas Literárias
    (Universidade Federal de Viçosa, 2025-01-29) Tavares, Lílian Patrícia Ribeiro; Lopes, Eduardo Simonini; http://lattes.cnpq.br/0753927566747369
    Este estudo é um convite a pensar a leitura literária como um gesto vivo, um sopro que atravessa palavras e corpos, entrelaçando-se às conversas que ecoam, mesmo à distância, na delicadeza do online. Com o grupo Rodas Literárias, projeto coordenado por Mozi Neri, acompanhamos o tecido sutil da subjetividade se refazendo no encontro com os outros, com outras realidades e com os silêncios que também falam. Inspirado por Andruetto, Larrosa, Deleuze, Guattari e outros (as), este texto se move entre os contos lidos e as vozes que se entrecruzam, abrindo-se ao imprevisto, ao que não se pode medir, mas que se sente — como um vento que desloca e transforma. Relato aqui três encontros, três espaços de presença e partilha, onde a leitura não é um ato solitário, mas uma travessia em companhia. Acompanhei esses movimentos com um olhar cartográfico, atenta aos fluxos que se desenhavam na intensidade das trocas. E como capturar o que escapa? Como traduzir o que pulsa e se espalha? Talvez apenas acolhendo, registrando em diário aquilo que reverbera antes, durante e depois — fragmentos de impressões, palavras que ressoam, pensamentos que encontram novas margens onde desembocar. Assim, a leitura nesse estudo não é só uma experiência de apreensão, mas de criação. Os encontros na roda desafiam, desestabilizam certezas, convidam ao jogo das múltiplas perspectivas. Entre uma página e outra, entre um dizer e um silêncio, a subjetividade se desenha sem contornos fixos, como um rio que nunca é o mesmo, ainda que siga seu fluxo. E se perguntamos: seria possível, nesses gestos tão simples — ler, conversar, ouvir — ampliar a potência de existir, de resistir aos moldes que nos querem rígidos? Talvez não haja resposta exata. Mas há o movimento, há o risco do encontro, há o que se cria no acontecimento entre um olhar e outro. Na roda, a subjetividade não é um ponto, mas um percurso em uma produção contínua. Ela se tece no contato, na escuta, no inesperado. E assim, no sopro das palavras e no calor dos diálogos, descobrimos novas formas de ser e de habitar um mundo. Palavras-chave: Grupo de leitura; Leitura literária; Experiência; Produção de subjetividade.
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    A implementação da Reforma do Ensino Médio em escolas da rede pública do Estado de Tocantins (2017-2022)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-11-21) Amorim, Anna Thércia José Carvalho de; Hollerbach, Joana Darc Germano; http://lattes.cnpq.br/1205152054758748
    Esta dissertação tem como objetivo analisar a implementação da Reforma do Ensino Médio (Lei n. 13.415/2017) na rede pública do estado do Tocantins. A pesquisa é de cunho qualitativo, tendo como base o materialismo histórico-dialético e está vinculada à Linha de Pesquisa 3: Formação Humana, Políticas e Práxis Sociais do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa (PPGE-UFV). Quanto aos instrumentos para a coleta de dados, utilizamos: pesquisa bibliográfica (Severino, 2013); pesquisa documental (Bardin, 1977) e realização de entrevistas (Ludke; André, 1986). O referencial teórico é subsidiado por autores como Palacín (1990), Kuenzer (2007), Cury (2009), Dallabrida (2009), Frigotto (2016), Libâneo (2016), Feitas (2014; 2018), Motta e Frigotto (2017), Laval (2019), Ramos (2019). As indagações que nortearam a escrita desta dissertação foram: Quais são as reformulações da rede estadual do Tocantins para atender às exigências da Reforma do Ensino Médio? Quais foram os documentos orientadores da reforma? Como os educadores e gestores perceberam esse processo e quais contradições foram identificadas na implementação da Reforma? A estrutura desta dissertação conta com cinco artigos, onde todos tratam do nosso objeto de estudo, a Lei n. 13.415/2017. A referida pesquisa nos possibilitou perceber que o ensino público no Brasil é atacado por reformadores que veem a educação como mercadoria, muito antes da reforma de 2017, já que o ensino secundário sofreu alterações ao passar dos anos para conseguir acompanhar o desenvolvimento da sociedade, mais precisamente, das demandas do mundo do trabalho. Desta forma, a etapa da educação que forma os jovens, sofre historicamente, com reformas enviesadas advindas de fora dos muros da escola. Além disso, esta pesquisa contribuiu para entendermos como a divisão territorial Goiás-Tocantins foi importante para alavancar o desenvolvimento na antiga região Norte de Goiás, hoje, estado do Tocantins, conforme a Constituição Federal de 1988. Nesse contexto, a educação constitui um dos campos que mais demorou a desenvolver-se, visto que, ainda na década de 1930, não existiam instituições de ensino secundário na região Norte de Goiás, atualmente, Tocantins. Outro fator relevante é a homogeneização curricular e a exclusão da identidade tocantinense nos currículos das escolas públicas do estado após a Reforma, além de como as reformas curriculares estãodiretamente ligadas às políticas neoliberais, sendo orientadas pelos organismos internacionais. Enfim, a pesquisa apresentou as insatisfações e frustrações dos profissionais da educação em relação à Reforma, ao afirmarem que as escolas não estão preparadas para a implementação do que está nos documentos, bem como os professores não estão preparados para lidar com as mudanças impostas. Palavras-chave: lei n. 13.415/2017; ensino médio; educação pública; tocantins; política educacional.
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    As políticas de cotas para pós-graduação e a formação dos/das intelectuais negros e negras: uma análise do PPGE em educação da UFV
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-26) Teixeira, Elisângela de Fátima; Mari, Cezar Luiz de; http://lattes.cnpq.br/6051270323890626
    A presente pesquisa, desenvolvida no Programas de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa MG, buscou conhecer o percurso formativo de discentes negros/negras que chegaram ao programa a partir da introdução da política de cotas para estudantes negros na pós-graduação. A pesquisa teve como objetivo estudar as desigualdades raciais e o acesso via políticas de cotas ao Programa de Pós - graduação em Educação- PPGE/UFV; Analisar as políticas de ações afirmativas voltadas para a população negra na pós-graduação em Educação da UFV- MG e, descrever as razões e necessidades de sua implementação; Discutir os regulamentos e aspectos da implementação das ações afirmativas na Pós graduação no âmbito do sistema educacional brasileiro; analisar as desigualdades das populações negras no acesso à formação em pós-graduação e as consequências para a formação intelectual desses grupos no Brasil. Assim sendo, analisou-se o espaço da pós-graduação no enfrentamento dos padrões hegemônicos existentes nas relações raciais no espaço universitário. No entanto, por hegemonia compreende-se todas as formas de relações de consenso e coerção entre o Estado e a sociedade civil (Gramsci, 2002). Entendemos que essas ações interferem de maneira objetiva na formação dos discente e docentes negros, incidindo em sua autonomia, liberdade, dignidade, autoestima e visibilidade e representação social. As condições de afastamento dos espaços formais de formação os colocam à margem do direito à educação. Reconhecemos a diversidade dos sistemas de controle e condicionamentos que reforçam e lançam sobre os grupos subalternos mecanismos que bloqueiam direitos e processos de lutas emancipatórias. Assim sendo, esta pesquisa justificou-se pelos reduzidos números de discentes negros neste espaço, além de denunciar as múltiplas facetas nas quais o racismo, preconceito e a discriminação racial que enviesam as trajetórias profissionais, tanto no âmbito institucional quanto nas relações interpessoais. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi de natureza qualitativa mediante a realização de entrevistas semiestruturadas junto aos estudantes negros e membros da comissão de heteroidentificação da UFV. Os critérios utilizados para selecionar os entrevistados foram os mesmo estabelecidos pelo sistema de heteroidentificação instituída pela resolução CEPE/UFV, nº 10/2018 para entrada dos candidatos negros na graduação. A análise dos sujeitos pesquisados deu foco aos que ingressaram no PPGE/UFV desde 2018, período de vigência da comissão de validação. As entrevistas foram divididas em três etapas: perfil identitário; dados socioeconômicos e história de vida. Os dados coletados apontam como a inserção das políticas de cotas na pós-graduação indica a possibilidade de avanços rumo a democratização do espaço acadêmico com o ingresso de estudantes negros. Isto poderá promover um enriquecimento dos conhecimentos produzidos neste espaço. Na UFV, em específico o PPGE necessita-se de melhorias no texto lei das políticas de ações afirmativas no contexto de identidade de gênero. As comissões de heteroidentificação atua como controladores das ações afirmativas na pós graduação não invalida as autoidentificações raciais. Ademais, espera se com essa pesquisa mobilizar reflexões quanto aos limites e possibilidades da produção de conhecimentos construídas por intelectuais negros no campo cultural e acadêmico. Palavras-chave: educação; formação intelectual; políticas de cotas; pós-graduação; docentes e discentes negros.
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    Acesso e permanência das pessoas com deficiência na pós-graduação stricto sensu em instituições superiores federais no estado de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-09-27) Camilo, Samara Uellem Martins; Ferenc, Alvanize Valente Fernandes; http://lattes.cnpq.br/6208844211656654
    A inclusão das Pessoas com Deficiência (PcD) em todos os níveis de ensino, da Educação Básica ao Ensino Superior, tem aumentado no Brasil ao longo dos anos, conforme os censos escolares e do ensino superior divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). No contexto da Educação Superior, o crescimento do número de PcD em diversos cursos reflete o esforço e as mudanças promovidas pela criação de legislações. Podemos citar, como exemplo, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), implementada pelo Ministério da Educação (MEC), e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n.º 13.146/2015). Essas iniciativas visam criar ambientes mais acessíveis, adaptados e inclusivos, para que as PcD possam não apenas ingressar, mas também permanecer e progredir nos estudos. Diversas ações contribuíram para esse cenário nas Instituições de Ensino Superior (IES), como exemplo, a criação de políticas de reserva de vagas para PcD nos processos seletivos e a implementação de núcleos de acessibilidade que oferecem suportes específicos. Diante desse contexto, esta pesquisa teve como objetivo compreender o acesso e a permanência das Pessoas com Deficiência (PcD) nos programas de pós-graduação stricto sensu nas Instituições de Ensino Superior (IES) do estado de Minas Gerais. Buscamos estudar como as políticas públicas adotadas por essas instituições possibilitam que os estudantes concluam o curso e obtenham o título almejado. Para a fundamentação teórica desta pesquisa, apoiamo-nos em autores como Jannuzzi (2004), Mantoan (2017), Venturini (2021), Leite (2021), Picada (2022) e Petten, Tehabilitar e Rocha (2022), entre outros. Para o desenvolvimento da pesquisa, optamos pela abordagem qualitativa como metodologia, utilizando como instrumentos de coleta de dados: análises documentais, mapeamento e entrevistas narrativas. A análise dos dados, com base em Ludke e André (1986, 2013), partiu de um nível macro das entrevistas realizadas, buscando padrões, tendências e relacionando com a literatura. Em seguida, realizamos a Análise Temática (Riessman, 2008) com a descrição dos temas analisados. O mapeamento das IES mineiras e sua seleção ocorreu com base em critérios pré-estabelecidos: maior porcentagem nos editais reservados para PcD, presença de núcleos de acessibilidade e existência de alunos com deficiência nos cursos de pós-graduação stricto sensu com matrículas ativas. As instituições que aceitaram participar da pesquisa foram duas: uma da Zona da Mata Mineira e outra do Sul de Minas. Nestas instituições, foram realizadas entrevistas narrativas com os pró-reitores, coordenadoras dos núcleos de acessibilidade e as estudantes com deficiência matriculadas nos cursos de pós-graduação stricto sensu. Os dados produzidos na pesquisa, por meio das entrevistas, evidenciaram que as IES estão em estágios diferenciados nas adequações para possibilitar o acesso dos alunos com deficiência na pós-graduação. Na instituição da Zona da Mata Mineira, esse processo teve início em 2018, enquanto na instituição do Sul de Minas, em 2022. Ambas mostraram-se interessadas em possibilitar o acesso e a permanência desse público na pós-graduação. Fomos informados de que a realização de mudanças institucionais ocorrem, muitas vezes, apenas quando algum estudante com uma deficiência específica ingressa na instituição. Por outro lado, há casos de estudantes com deficiência que entram na pós-graduação sem informar sua condição. Sobre essa situação, uma das estudantes entrevistadas apontou que o motivo é o medo e o estigma que essa informação poderia causar, além da falta de conhecimento sobre seus direitos. Há, ainda, estudantes que, mesmo ingressando pela reserva de vagas, não buscam suporte no núcleo de acessibilidade; novamente, a falta de informação pode ser um empecilho, ou mesmo o aluno, apesar da dificuldade, prefere não ser atendido. Assim, por meio desta pesquisa, evidenciamos diferentes desafios para que se efetive o acesso e a permanência de estudantes com deficiência na pós-graduação stricto sensu nas IES selecionadas. Embora a instituição, em conjunto com o núcleo de acessibilidade, tenha desenvolvido mudanças e ações de apoio para que esses estudantes concluam os cursos, essas iniciativas podem não alcançar os alunos devido ao estigma ou à falta de informação. Palavras-chave: Ensino superior; inclusão, mestrado, doutorado, estudantes com deficiência.
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    Os percursos de socialização profissional e a mobilização de saberes: um estudo sobre os professores universitários em estágio probatório
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-30) Castoldi, Mariana Bezerra; Ferenc, Alvanize Valente Fernandes; http://lattes.cnpq.br/9985988355462054
    Esta pesquisa teve como objetivo compreender como ocorre o processo de socialização profissional dos professores universitários durante o estágio probatório, de forma a identificar os saberes mobilizados durante esse processo, os desafios e as perspectivas constituídas. Mais especificamente, buscamos caracterizar os participantes da pesquisa: os professores universitários; identificar os agentes socializadores que têm maior força no processo de socialização profissional; identificar se e como o processo de socialização profissional influencia no desenvolvimento profissional docente; descrever os saberes docentes mobilizados no percurso. Para tanto, definimos como lócus de pesquisa a Universidade Federal de Viçosa e como participantes, os professores universitários da instituição que finalizaram o estágio probatório em 2023. Optamos por adotar a abordagem metodológica qualitativa, com o uso do formulário online e da entrevista narrativa (Jovchelovitch; Bauer, 2008). Para analisar os dados produzidos, nos apoiamos em Ludke e André (1986) e Creswell (2014). Inicialmente, trabalhamos o conjunto de dados, organizando, relacionando e identificando as semelhanças e as diferenças entre eles. A partir disso, começamos o processo de “reestoriar” as narrativas e as dividimos em dois grandes blocos temáticos: socialização profissional e saberes docentes. Mobilizamos autores como Dubar (2005) e Ferenc (2005), para compreender os processos de socialização dos professores participantes. Tardif (2014) foi a principal referência para analisar os saberes docentes construídos e mobilizados durante o percurso. A partir dos dados da pesquisa temos que os participantes da pesquisa possuem idades, formação e experiências profissionais diferentes, o que, consequentemente, os coloca em momentos de vida profissional distintos e reflete diferenças em suas narrativas. Ainda que diferentes entre si, todos têm um ponto em comum: ingressaram na UFV no ano de 2020, em plena pandemia, para ocupar o cargo de professor do magistério superior, por meio do concurso público. Todo esse processo de chegada à instituição até o último ano de estágio probatório foi abordado nas entrevistas. Sobre os aspectos da socialização profissional, foi possível observar, por meio das narrativas, descobertas sobre o novo espaço de trabalho, adaptações, relações conflituosas e amigáveis, sentimentos de pertencimento, desafios impostos pela pandemia, condições de trabalho diversas, contradições e possibilidades de desenvolvimento profissional dentro da instituição. Sobre os saberes docentes, notou-se a ampliação do repertório de saberes, com destaque para os saberes experienciais e disciplinares e a influência da família, dos pares e da própria experiência como estudante para o exercício docente. Esperamos assim, não somente responder à pergunta que orienta esse trabalho, mas contribuir com os estudos sobre formação de professores universitários e socialização profissional, além de apontar perspectivas e possibilidades para a área. Palavras-chave: Docência Universitária; Socialização Profissional; Saberes Docentes; Iniciação à Docência; Pandemia.
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    Perspectivas dos docentes e estudantes universitários sobre a formação pedagógica em temáticas inclusivas nos cursos de Educação Física em Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-08) Silva, Márcio José Rodrigues da; Santos, Soraya Dayanna Guimarães; http://lattes.cnpq.br/5996232721438432
    A presente pesquisa teve como objetivo compreender as perspectivas dos docentes e estudantes universitários sobre a formação pedagógica em temáticas inclusivas nos cursos de Educação Física das Instituições de Educação Superior Públicas de Minas Gerais.De forma a alçar esse objetivo, foram realizados três estudos em que se procurou: I) Identificar e analisar as disciplinas relacionadas à Educação Física Inclusiva nas matrizes curriculares dos cursos de Educação Física de IES públicas (estaduais e federais) de Minas Gerais; II) Perceber, a partir da ótica dos estudantes em formação dos cursos de Educação Física, os conhecimentos relacionados às temáticas inclusivas provenientes da (s) disciplina (s) cursada(s); III) Compreender a formação inicial e continuada dos docentes e como eles trabalham a disciplina de temática inclusiva nos cursos de Educação Física das Instituições de Educação Superior Pública da Zona da Mata Mineira/ MG e Campo das Vertentes/ MG. Para o desenvolvimento dos estudos adotamos uma metodologia de abordagem qualitativa. Participaram desta pesquisa 41 estudantes matriculados no curso de Licenciatura em Educação Física das Instituições de Ensino Superior de Minas Gerais localizadas na Zona da Mata Mineira e Campo das Vertentes, além disso, 4 docentes que atuavam à frente das disciplinas de temáticas inclusivas nos cursos de Licenciatura em Educação Física das regiões supracitadas. Como procedimento e instrumentos de coleta de dados foram utilizados: análise documental, questionário semiestruturado online e entrevista semiestruturada online. A análise dos dados nos apropriamos de Bardin (2011) onde foi empregado as etapas de pré-análise, exploração do material e tratamento dos dados. Os resultados apontaram que há uma oferta reduzida de disciplinas de temática inclusiva, tanto obrigatórias quanto optativas/eletivas, nos cursos de licenciatura em Educação Física das Instituições de Ensino Superior de Minas Gerais localizadas na Zona da Mata Mineira/MG e Campo das Vertentes/MG. Nossas análises também indicaram que a carga horária destinada a essas disciplinas era baixa, além de que as discussões e referências estão intrinsecamente relacionadas a questões biofisiológicas, ainda ancoradas nos modelos médicos da deficiência. Em relação à percepção dos estudantes, os dados nos revelaram que eles consideraram a carga horária dessas disciplinas como insuficiente, além de perceberem aspectos relacionados ao viés biomédico no desenvolvimento das mesmas. Notamos também, que a pandemia da Covid- 19 acarretou no impedimento das experiências práticas previstas na disciplina de temática inclusiva, onde muitos estudantes apontaram como importantes, ademais, notou- se o interesse na busca de uma formação complementar/especialização a fim de aprimoramento da formação. Por fim, percebemos que os dados coletados apontaram fragilidades na formação inicial e continuada das docentes que ministravam essas disciplinas de temáticas inclusivas nos cursos de licenciatura em Educação Física. Emerge, portanto, a necessidade de mudanças curriculares e a busca por abordagens mais abrangentes e especializadas na formação inicial e continuada. Além disso, é crucial a ampliação da carga horária e promoção de uma discussão interdisciplinar sobre as temáticas inclusivas nos currículos de formação. Palavras-chave: Formação de professores; Educação Física; Inclusão; Currículo; Docência.