Educação
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Item Aqui tem intelectual preta, sim!: trajetórias e vivências de docentes pretas em programas de pós- graduação nas áreas ciências exatas e da terra em Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2024-07-01) Jesus, Jaime Augusto de; Euclides, Maria Simone; http://lattes.cnpq.br/0682307293654094Este trabalho tem por objetivo analisar e entender as trajetórias, vivências acadêmicas e profissionais de mulheres pretas docentes pesquisadoras credenciadas nos PPGs nas duas grandes áreas das Ciências Exatas e da Terra, nas 11 universidades federais do estado de Minas Gerais. Ademais, foram apontadas as epistemologias antirracistas e antissexistas implementadas em suas práticas docentes, de modo a identificar se o racismo influencia em suas presenças nestes espaços. Como caminhos metodológicos, busquei informações junto aos programas de pós-graduações das 8 universidades sobre a quantidade de docentes negros (as) e não negros (as). Foi utilizado o processo de exame de retrato dos (as) docentes. Neste primeiro levantamento, verifica-se a ausência expressiva de docentes pretas credenciadas nos programas de mestrado e doutorado, quando comparada aos demais docentes. No segundo momento, foram realizadas as entrevistas semiestruturadas de modo a compreender as trajetórias e vivências de cada docente, os desafios postos em suas travessias, as dimensões do racismo estrutural, interpessoal e institucional em suas trajetórias educacionais e profissionais. Por fim, foram analisados os agenciamentos delas perante os seus fazeres docentes nos PPGs e as contribuições no campo da pesquisa na área das Ciências Exatas e da Terra. A partir das análises dos quatro Currículos Lattes, foram realizados levantamentos de informações dos últimos 5 anos sobre as publicações em projetos de pesquisa concluídos, artigos publicados, participações em bancas de conclusão do curso de mestrado, participações em bancas de conclusão doutorado, autorias de livros, autorias de capítulos de livros, orientações concluídas de mestrado, orientações concluídas de doutorado, qualificações de mestrado, qualificações de doutorado e publicações com temáticas raciais. A pesquisa mostrou que há sub-representação de mulheres docentes na área química e quase ausência de mulheres docentes pretas. Há pontos convergentes dentre as 4 entrevistadas, já que todas atuam na área de Química. No entanto, há relatos sobre a resiliência e as intelectualidades ganharam escopo em boa parte das entrevistas, evidenciando que, embora sejam poucas nas áreas das ciências ditas “duras”, tais mulheres agenciam saberes, multiplicam representatividades pretas de modo consciente de suas ações perante a sociedade e em seus respectivos campos de atuações científicas. Palavras-chave: Mulheres Pretas. Pós-graduação. Racismo Estrutural. Racismo Institucional. Racismo Individual.Item A reforma do ensino médio e sua implementação em escolas da rede estadual no estado de Minas Gerais (2017-2022)(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-14) Silva, Rayane Oliveira da; Hollerbach, Joana D Arc Germano; http://lattes.cnpq.br/3346145439738527A dissertação intitulada A Reforma do Ensino Médio e sua Implementação em Escolas da Rede Estadual no Estado de Minas Gerais (2017-2022) investiga a aplicação da Lei Federal nº 13.415/2017 no contexto da rede pública de Minas Gerais. Adotando uma abordagem metodológica fundamentada na teoria crítica, a pesquisa utiliza revisão bibliográfica, análise documental e entrevistas semiestruturadas com professores, diretores e coordenadores de duas escolas de dois municípios da Zona da Mata Mineira. A dissertação foi organizada em quatro artigos que exploram aspectos distintos da reforma. O primeiro artigo revisita o histórico das reformas educacionais no Brasil, desde o período imperial até as reformas neoliberais dos anos 1990, demonstrando como as políticas educacionais atuais refletem a exclusão social e o ajuste ao neoliberalismo. O segundo analisa documentos oficiais da implementação da reforma, evidenciando que Minas Gerais segue de maneira rigorosa as diretrizes federais, com algumas adaptações. O terceiro investiga, a partir de entrevistas, o processo de implementação da reforma em duas escolas estaduais. As disparidades na oferta de itinerários formativos, associadas à falta de diálogo com a comunidade escolar, são destacadas como fatores que acentuam desigualdades educacionais. O último artigo explora as percepções de professores, coordenadores e diretores sobre a reforma, revelando a complexidade e os desafios enfrentados durante sua implementação. A dissertação conclui que a Reforma do Ensino Médio reforça a fragilização da formação escolar nas escolas investigadas, comprometendo a possibilidade de um ensino emancipador, que deveria atender às reais necessidades dos trabalhadores e poderia ser um dos fatores contribuintes para a transformação social. Palavras-chave: Educação na Zona da Mata Mineira; Lei nº 13.415/2017; Rede Pública Estadual de Minas Gerais.Item Do sonho ao pertencimento: a realidade da permanência de estudantes indígenas e quilombolas atendidos/as pelo Programa Bolsa Permanência da Universidade Federal de Viçosa-campus/UFV(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-05) Vianna, Geralda Aparecida dos Santos; Euclides, Maria Simone; http://lattes.cnpq.br/0464825486608342Este estudo analisa as condições de permanência e as vivências acadêmicas de estudantes indígenas e quilombolas atendidos pelo Programa Bolsa Permanência (PBP) na Universidade Federal de Viçosa, campus Viçosa/MG, nos anos de 2022 e 2023. Com abordagem quali-quantitativa, utilizou dados do Sisbp/MEC e entrevistas semiestruturadas. Os resultados mostram desafios como baixo número de matrículas em cursos elitizados e racismo institucional. O PBP foi reconhecido como apoio essencial para garantir a permanência material, mas a ausência de representatividade compromete a permanência simbólica. A pesquisa reforça a urgência de políticas que garantam a permanência desses estudantes, valorizando suas identidades, saberes e promovendo um ambiente acadêmico verdadeiramente inclusivo e acolhedor. Palavras-chave: estudantes indígenas; estudantes quilombolas ; educação superior; programa bolsa permanência.Item Trilhando caminhos: presenças e agências negras nos programas de pós - graduações da Universidade Federal de Viçosa - MG(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-04) Barreto, Lidiane Cesário; Euclides, Maria SimoneNessa pesquisa de mestrado, buscou-se investigar o perfil de cotistas negros/as ingressantes nos Programas de Pós-Graduação stricto sensu dos Centros de Ciências Humanas (CCH) e Ciências Exatas (CCE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), entre 2022 e 2023, e compreender, a partir das narrativas desses/as discentes, como tem se efetivado a presença desses sujeitos/as nos programas de pós-graduação, tanto em nível pessoal quanto acadêmico. A relevância desta pesquisa consiste na obtenção de informações detalhadas sobre a realidade dos/as estudantes cotistas dos Centros de Ciências Humanas (CCH) e Ciências Exatas (CCE) da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no âmbito do acesso, da permanência e da produção do conhecimento. Tais dados são de suma importância para compreender e reavaliar as políticas de ações afirmativas e inclusivas de gênero, raça e classe, bem como para pensar em ações e estratégias de curto e longo prazo que garantam a assistência estudantil, diminuam a evasão acadêmica e contribuam para repensar as políticas públicas na e para a Universidade Federal de Viçosa. Nesse sentido, partimos da seguinte pergunta: a política de ações afirmativas no ensino superior, por meio das cotas raciais nos programas de pós- graduação, tem alterado, quantitativa e qualitativamente, o perfil discente das instituições de ensino superior, bem como o conhecimento científico produzido nesses espaços acadêmicos? O aporte teórico da pesquisa foi construído com base em autoras e autores como Nilma Gomes (2017), Simone Euclides (2017), Silvio Almeida (2019), Kabengele Munanga (2003), Amélia Artes (2015), Anna Venturini e João Feres Júnior (2020), entre outros/as estudiosos/as da temática. Metodologicamente, a pesquisa adotou a abordagem qualitativa, fundamentada em Minayo (2001; 2014). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os/as estudantes cotistas participantes da pesquisa. Os resultados apontaram que a UFV implementa a política de cotas raciais em todos os programas de pós-graduação stricto sensu do CCH e CCE. No entanto, como a reserva de vagas ocorre com o percentual mínimo, observa-se uma presença mais significativa de estudantes negros/as cotistas no CCE. Verificou-se também que esses/as estudantes não estão livres de vivências de discriminação por raça, gênero e classe durante a pós- graduação. Há uma diferenciação nas experiências entre os/as estudantes dos Centros de Ciências Exatas e de Ciências Humanas. No CCE, há maior incidência de sexismo, e o desenvolvimento das pesquisas exige altos investimentos para a aquisição de equipamentos, que, por vezes, esses/as estudantes não conseguem custear. Já nas Ciências Humanas, as experiências relacionadas ao sexismo são menos recorrentes, e não foram relatadas dificuldades para a realização de pesquisas ou pela falta de equipamentos. Por fim, a política de cotas raciais impacta diretamente a vida dos/as discentes participantes da pesquisa, nos âmbitos pessoal, coletivo e familiar. No que se refere às presenças negras e às produções epistêmicas desses/as discentes, observou-se que muitos trabalhos abordam, de forma direta ou transversal, as questões de raça, gênero e classe, contribuindo para o surgimento de novas temáticas nas agendas de pesquisa acadêmica. Palavras-chave: Políticas de Ações Afirmativas; Cotas Raciais na Pós-Graduação; Presenças Negras; Agências Negras.Item Conflitos no ambiente escolar na perspectiva dos educadores de uma escola de ensino médio em tempo integral(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-25) Lima, Patricia de Souza Faria; Souza, Rita de Cassia de; http://lattes.cnpq.br/7133652658655154Esta dissertação, apresentada por meio de artigos científicos, investiga os conflitos escolares no contexto do Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI), com base na experiência de professores de uma escola pública estadual localizada em Viçosa, Minas Gerais. A pesquisa parte da compreensão de que o conflito é um componente inerente à convivência humana e, portanto, também ao ambiente escolar, onde se manifesta de formas diversas, exigindo estratégias de gestão adequadas e contextualizadas. O problema de pesquisa que norteia o estudo é: como educadores do EMTI gerenciam os conflitos no ambiente escolar e quais estratégias são mais eficazes nesse contexto? A investigação tem como objetivos compreender as percepções dos professores sobre os conflitos escolares, identificar as abordagens e práticas adotadas para sua gestão e refletir sobre os limites e possibilidades dessas estratégias no cotidiano escolar. A pesquisa é qualitativa, de natureza exploratória e fundamenta-se no referencial do Construcionismo Social, que compreende o conhecimento e as relações como construções processuais, baseadas no diálogo e na interação. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com 11 professores de diferentes áreas do conhecimento, atuantes no EMTI. A análise dos dados seguiu os princípios da análise temática. O primeiro artigo da pesquisa aborda a gestão de conflitos escolares e seu impacto no ambiente educacional, utilizando mediação de conflitos e justiça restaurativa como ferramentas. Já o segundo artigo revisa a literatura acadêmica sobre estratégias de mediação e gestão de conflitos nas escolas, destacando a mediação escolar, justiça restaurativa e atividades artísticas como métodos eficazes. Por fim, o terceiro artigo investiga a percepção dos educadores sobre a gestão de conflitos em uma escola que oferece Ensino Médio em Tempo Integral ( EMTI) , identificando a mediação como eficaz, mas apontando para os desafios como falta de capacitação dos professores e necessidade de formação contínua. A pesquisa sugere diálogo, mediação, justiça restaurativa e participação comunitária como essenciais para um ambiente escolar harmonioso. Os resultados revelam que o diálogo é amplamente valorizado pelos docentes como estratégia de resolução de conflitos, mas que essa prática se manifesta, em muitos casos, desprovida de mediação estruturada, apoio institucional ou fundamentação teórica. Os professores demonstram sensibilidade para lidar com os conflitos, mas também expressam sentimentos de despreparo e ausência de formação específica, especialmente para lidar com situações complexas. Práticas como a escuta, aconselhamento individual e envolvimento da equipe escolar são recorrentes, embora pouco sistematizadas. A discussão dos resultados, à luz do referencial teórico e do Construcionismo Social, evidencia uma discrepância entre o que a literatura aponta como estratégias eficazes como mediação de conflitos e justiça restaurativa e o que é efetivamente praticado no cotidiano escolar. Conclui-se que, embora existam esforços por parte dos educadores para gerir os conflitos de forma construtiva, ainda há desafios estruturais e formativos a serem superados. A pesquisa reforça a importância de investir em políticas de formação docente, fomentar práticas dialógicas mais qualificadas e promover uma cultura de paz nas escolas, especialmente em modelos de tempo integral, onde a convivência é intensificada e os conflitos, mais frequentes e complexos. Palavras-chave: Palavras-chave: Conflitos escolares; Ensino Médio em Tempo Integral; Gestão de conflitos; Formação docente; Justiça restaurativa; Mediação de conflito.Item O componente curricular Projeto de Vida: percepções de estudantes e educadores do Ensino Médio em tempo integral(Universidade Federal de Viçosa, 2025-02-05) Rodrigues, Elaine Aparecida Arruda; Souza, Rita de Cassia deA inserção do componente curricular Projeto de Vida no Ensino Médio em Tempo Integral (EMTI) foi impulsionada pela Lei nº 13.415/2017 e pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), visando alinhar as práticas escolares às demandas contemporâneas de formação integral dos jovens. Em Minas Gerais, o Projeto de Vida foi integrado ao currículo do EMTI em 2019, sendo definido como elemento central do projeto pedagógico escolar, com o propósito de estimular os estudantes a refletirem sobre seus sonhos, ambições e planos de vida. O presente estudo teve como objetivo principal investigar como os significados do componente curricular Projeto de Vida são construídos coletivamente no contexto de uma escola pública estadual. Fundamentado no Construcionismo Social, o estudo buscou compreender os sentidos atribuídos ao componente por estudantes, professores e a coordenadora pedagógica, partindo da premissa de que a realidade é uma construção social, moldada por interações e práticas culturais. A pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, com a coleta de dados realizada por meio de entrevistas reflexivas com 15 estudantes, três professores da disciplina e a coordenadora pedagógica do EMTI. A análise dos dados foi conduzida por meio da Análise Temática Reflexiva, conforme proposta por Braun e Clarke (2006), permitindo a identificação de temas e padrões significativos nos discursos dos participantes. Os temas emergentes foram: (1) Concepções de educadores e estudantes do Ensino Médio em Tempo Integral sobre o componente curricular Projeto de Vida; (2) Desafios do componente curricular Projeto de Vida: do planejamento ao possível para educadores e estudantes do EMTI; e (3) A formação continuada e a experiência dos professores de Projeto de Vida. Os resultados revelaram uma diversidade de significados atribuídos ao Projeto de Vida, destacando percepções que variaram entre a reflexão sobre aspirações individuais e os desafios institucionais enfrentados para a implementação eficaz do componente. Evidenciou-se a necessidade de uma abordagem pedagógica mais colaborativa e contextualizada, que contemple as realidades, os interesses e as aspirações dos jovens, assim como a relevância de uma formação docente continuada que responda às demandas específicas da disciplina. Este estudo contribui ao apontar a necessidade de políticas educacionais mais sensíveis às realidades escolares e ao potencial do Projeto de Vida como instrumento de transformação e desenvolvimento. Ressalta-se o papel dos educadores como agentes ativos na construção dos significados atribuídos ao componente curricular. Conclui-se que o Projeto de Vida pode constituir um espaço significativo de formação integral, desde que seja fruto de uma construção coletiva e que respeite a diversidade de contextos educacionais. Palavras-chave: Projeto de Vida; Ensino Médio; Tempo IntegralItem Entre contos e conversas: experiências com as Rodas Literárias(Universidade Federal de Viçosa, 2025-01-29) Tavares, Lílian Patrícia Ribeiro; Lopes, Eduardo Simonini; http://lattes.cnpq.br/0753927566747369Este estudo é um convite a pensar a leitura literária como um gesto vivo, um sopro que atravessa palavras e corpos, entrelaçando-se às conversas que ecoam, mesmo à distância, na delicadeza do online. Com o grupo Rodas Literárias, projeto coordenado por Mozi Neri, acompanhamos o tecido sutil da subjetividade se refazendo no encontro com os outros, com outras realidades e com os silêncios que também falam. Inspirado por Andruetto, Larrosa, Deleuze, Guattari e outros (as), este texto se move entre os contos lidos e as vozes que se entrecruzam, abrindo-se ao imprevisto, ao que não se pode medir, mas que se sente — como um vento que desloca e transforma. Relato aqui três encontros, três espaços de presença e partilha, onde a leitura não é um ato solitário, mas uma travessia em companhia. Acompanhei esses movimentos com um olhar cartográfico, atenta aos fluxos que se desenhavam na intensidade das trocas. E como capturar o que escapa? Como traduzir o que pulsa e se espalha? Talvez apenas acolhendo, registrando em diário aquilo que reverbera antes, durante e depois — fragmentos de impressões, palavras que ressoam, pensamentos que encontram novas margens onde desembocar. Assim, a leitura nesse estudo não é só uma experiência de apreensão, mas de criação. Os encontros na roda desafiam, desestabilizam certezas, convidam ao jogo das múltiplas perspectivas. Entre uma página e outra, entre um dizer e um silêncio, a subjetividade se desenha sem contornos fixos, como um rio que nunca é o mesmo, ainda que siga seu fluxo. E se perguntamos: seria possível, nesses gestos tão simples — ler, conversar, ouvir — ampliar a potência de existir, de resistir aos moldes que nos querem rígidos? Talvez não haja resposta exata. Mas há o movimento, há o risco do encontro, há o que se cria no acontecimento entre um olhar e outro. Na roda, a subjetividade não é um ponto, mas um percurso em uma produção contínua. Ela se tece no contato, na escuta, no inesperado. E assim, no sopro das palavras e no calor dos diálogos, descobrimos novas formas de ser e de habitar um mundo. Palavras-chave: Grupo de leitura; Leitura literária; Experiência; Produção de subjetividade.Item A implementação da Reforma do Ensino Médio em escolas da rede pública do Estado de Tocantins (2017-2022)(Universidade Federal de Viçosa, 2024-11-21) Amorim, Anna Thércia José Carvalho de; Hollerbach, Joana Darc Germano; http://lattes.cnpq.br/1205152054758748Esta dissertação tem como objetivo analisar a implementação da Reforma do Ensino Médio (Lei n. 13.415/2017) na rede pública do estado do Tocantins. A pesquisa é de cunho qualitativo, tendo como base o materialismo histórico-dialético e está vinculada à Linha de Pesquisa 3: Formação Humana, Políticas e Práxis Sociais do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa (PPGE-UFV). Quanto aos instrumentos para a coleta de dados, utilizamos: pesquisa bibliográfica (Severino, 2013); pesquisa documental (Bardin, 1977) e realização de entrevistas (Ludke; André, 1986). O referencial teórico é subsidiado por autores como Palacín (1990), Kuenzer (2007), Cury (2009), Dallabrida (2009), Frigotto (2016), Libâneo (2016), Feitas (2014; 2018), Motta e Frigotto (2017), Laval (2019), Ramos (2019). As indagações que nortearam a escrita desta dissertação foram: Quais são as reformulações da rede estadual do Tocantins para atender às exigências da Reforma do Ensino Médio? Quais foram os documentos orientadores da reforma? Como os educadores e gestores perceberam esse processo e quais contradições foram identificadas na implementação da Reforma? A estrutura desta dissertação conta com cinco artigos, onde todos tratam do nosso objeto de estudo, a Lei n. 13.415/2017. A referida pesquisa nos possibilitou perceber que o ensino público no Brasil é atacado por reformadores que veem a educação como mercadoria, muito antes da reforma de 2017, já que o ensino secundário sofreu alterações ao passar dos anos para conseguir acompanhar o desenvolvimento da sociedade, mais precisamente, das demandas do mundo do trabalho. Desta forma, a etapa da educação que forma os jovens, sofre historicamente, com reformas enviesadas advindas de fora dos muros da escola. Além disso, esta pesquisa contribuiu para entendermos como a divisão territorial Goiás-Tocantins foi importante para alavancar o desenvolvimento na antiga região Norte de Goiás, hoje, estado do Tocantins, conforme a Constituição Federal de 1988. Nesse contexto, a educação constitui um dos campos que mais demorou a desenvolver-se, visto que, ainda na década de 1930, não existiam instituições de ensino secundário na região Norte de Goiás, atualmente, Tocantins. Outro fator relevante é a homogeneização curricular e a exclusão da identidade tocantinense nos currículos das escolas públicas do estado após a Reforma, além de como as reformas curriculares estãodiretamente ligadas às políticas neoliberais, sendo orientadas pelos organismos internacionais. Enfim, a pesquisa apresentou as insatisfações e frustrações dos profissionais da educação em relação à Reforma, ao afirmarem que as escolas não estão preparadas para a implementação do que está nos documentos, bem como os professores não estão preparados para lidar com as mudanças impostas. Palavras-chave: lei n. 13.415/2017; ensino médio; educação pública; tocantins; política educacional.Item As políticas de cotas para pós-graduação e a formação dos/das intelectuais negros e negras: uma análise do PPGE em educação da UFV(Universidade Federal de Viçosa, 2024-08-26) Teixeira, Elisângela de Fátima; Mari, Cezar Luiz de; http://lattes.cnpq.br/6051270323890626A presente pesquisa, desenvolvida no Programas de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa MG, buscou conhecer o percurso formativo de discentes negros/negras que chegaram ao programa a partir da introdução da política de cotas para estudantes negros na pós-graduação. A pesquisa teve como objetivo estudar as desigualdades raciais e o acesso via políticas de cotas ao Programa de Pós - graduação em Educação- PPGE/UFV; Analisar as políticas de ações afirmativas voltadas para a população negra na pós-graduação em Educação da UFV- MG e, descrever as razões e necessidades de sua implementação; Discutir os regulamentos e aspectos da implementação das ações afirmativas na Pós graduação no âmbito do sistema educacional brasileiro; analisar as desigualdades das populações negras no acesso à formação em pós-graduação e as consequências para a formação intelectual desses grupos no Brasil. Assim sendo, analisou-se o espaço da pós-graduação no enfrentamento dos padrões hegemônicos existentes nas relações raciais no espaço universitário. No entanto, por hegemonia compreende-se todas as formas de relações de consenso e coerção entre o Estado e a sociedade civil (Gramsci, 2002). Entendemos que essas ações interferem de maneira objetiva na formação dos discente e docentes negros, incidindo em sua autonomia, liberdade, dignidade, autoestima e visibilidade e representação social. As condições de afastamento dos espaços formais de formação os colocam à margem do direito à educação. Reconhecemos a diversidade dos sistemas de controle e condicionamentos que reforçam e lançam sobre os grupos subalternos mecanismos que bloqueiam direitos e processos de lutas emancipatórias. Assim sendo, esta pesquisa justificou-se pelos reduzidos números de discentes negros neste espaço, além de denunciar as múltiplas facetas nas quais o racismo, preconceito e a discriminação racial que enviesam as trajetórias profissionais, tanto no âmbito institucional quanto nas relações interpessoais. A metodologia utilizada nesta pesquisa foi de natureza qualitativa mediante a realização de entrevistas semiestruturadas junto aos estudantes negros e membros da comissão de heteroidentificação da UFV. Os critérios utilizados para selecionar os entrevistados foram os mesmo estabelecidos pelo sistema de heteroidentificação instituída pela resolução CEPE/UFV, nº 10/2018 para entrada dos candidatos negros na graduação. A análise dos sujeitos pesquisados deu foco aos que ingressaram no PPGE/UFV desde 2018, período de vigência da comissão de validação. As entrevistas foram divididas em três etapas: perfil identitário; dados socioeconômicos e história de vida. Os dados coletados apontam como a inserção das políticas de cotas na pós-graduação indica a possibilidade de avanços rumo a democratização do espaço acadêmico com o ingresso de estudantes negros. Isto poderá promover um enriquecimento dos conhecimentos produzidos neste espaço. Na UFV, em específico o PPGE necessita-se de melhorias no texto lei das políticas de ações afirmativas no contexto de identidade de gênero. As comissões de heteroidentificação atua como controladores das ações afirmativas na pós graduação não invalida as autoidentificações raciais. Ademais, espera se com essa pesquisa mobilizar reflexões quanto aos limites e possibilidades da produção de conhecimentos construídas por intelectuais negros no campo cultural e acadêmico. Palavras-chave: educação; formação intelectual; políticas de cotas; pós-graduação; docentes e discentes negros.Item Acesso e permanência das pessoas com deficiência na pós-graduação stricto sensu em instituições superiores federais no estado de Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2024-09-27) Camilo, Samara Uellem Martins; Ferenc, Alvanize Valente Fernandes; http://lattes.cnpq.br/6208844211656654A inclusão das Pessoas com Deficiência (PcD) em todos os níveis de ensino, da Educação Básica ao Ensino Superior, tem aumentado no Brasil ao longo dos anos, conforme os censos escolares e do ensino superior divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). No contexto da Educação Superior, o crescimento do número de PcD em diversos cursos reflete o esforço e as mudanças promovidas pela criação de legislações. Podemos citar, como exemplo, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008), implementada pelo Ministério da Educação (MEC), e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n.º 13.146/2015). Essas iniciativas visam criar ambientes mais acessíveis, adaptados e inclusivos, para que as PcD possam não apenas ingressar, mas também permanecer e progredir nos estudos. Diversas ações contribuíram para esse cenário nas Instituições de Ensino Superior (IES), como exemplo, a criação de políticas de reserva de vagas para PcD nos processos seletivos e a implementação de núcleos de acessibilidade que oferecem suportes específicos. Diante desse contexto, esta pesquisa teve como objetivo compreender o acesso e a permanência das Pessoas com Deficiência (PcD) nos programas de pós-graduação stricto sensu nas Instituições de Ensino Superior (IES) do estado de Minas Gerais. Buscamos estudar como as políticas públicas adotadas por essas instituições possibilitam que os estudantes concluam o curso e obtenham o título almejado. Para a fundamentação teórica desta pesquisa, apoiamo-nos em autores como Jannuzzi (2004), Mantoan (2017), Venturini (2021), Leite (2021), Picada (2022) e Petten, Tehabilitar e Rocha (2022), entre outros. Para o desenvolvimento da pesquisa, optamos pela abordagem qualitativa como metodologia, utilizando como instrumentos de coleta de dados: análises documentais, mapeamento e entrevistas narrativas. A análise dos dados, com base em Ludke e André (1986, 2013), partiu de um nível macro das entrevistas realizadas, buscando padrões, tendências e relacionando com a literatura. Em seguida, realizamos a Análise Temática (Riessman, 2008) com a descrição dos temas analisados. O mapeamento das IES mineiras e sua seleção ocorreu com base em critérios pré-estabelecidos: maior porcentagem nos editais reservados para PcD, presença de núcleos de acessibilidade e existência de alunos com deficiência nos cursos de pós-graduação stricto sensu com matrículas ativas. As instituições que aceitaram participar da pesquisa foram duas: uma da Zona da Mata Mineira e outra do Sul de Minas. Nestas instituições, foram realizadas entrevistas narrativas com os pró-reitores, coordenadoras dos núcleos de acessibilidade e as estudantes com deficiência matriculadas nos cursos de pós-graduação stricto sensu. Os dados produzidos na pesquisa, por meio das entrevistas, evidenciaram que as IES estão em estágios diferenciados nas adequações para possibilitar o acesso dos alunos com deficiência na pós-graduação. Na instituição da Zona da Mata Mineira, esse processo teve início em 2018, enquanto na instituição do Sul de Minas, em 2022. Ambas mostraram-se interessadas em possibilitar o acesso e a permanência desse público na pós-graduação. Fomos informados de que a realização de mudanças institucionais ocorrem, muitas vezes, apenas quando algum estudante com uma deficiência específica ingressa na instituição. Por outro lado, há casos de estudantes com deficiência que entram na pós-graduação sem informar sua condição. Sobre essa situação, uma das estudantes entrevistadas apontou que o motivo é o medo e o estigma que essa informação poderia causar, além da falta de conhecimento sobre seus direitos. Há, ainda, estudantes que, mesmo ingressando pela reserva de vagas, não buscam suporte no núcleo de acessibilidade; novamente, a falta de informação pode ser um empecilho, ou mesmo o aluno, apesar da dificuldade, prefere não ser atendido. Assim, por meio desta pesquisa, evidenciamos diferentes desafios para que se efetive o acesso e a permanência de estudantes com deficiência na pós-graduação stricto sensu nas IES selecionadas. Embora a instituição, em conjunto com o núcleo de acessibilidade, tenha desenvolvido mudanças e ações de apoio para que esses estudantes concluam os cursos, essas iniciativas podem não alcançar os alunos devido ao estigma ou à falta de informação. Palavras-chave: Ensino superior; inclusão, mestrado, doutorado, estudantes com deficiência.