Efeito de um protocolo de sprints repetidos na temperatura irradiada da pele, marcadores de dano muscular e de estado de fadiga

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Data

2024-08-21

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Universidade Federal de Viçosa

Resumo

Essa dissertação teve o objetivo de analisar os impactos de um protocolo de sprints repetidos na temperatura irradiada da pele (TIP) e na resposta de indicadores de dano muscular, estado de fadiga e desempenho neuromuscular em futebolistas, salonistas e em indivíduos sedentários. Para isso, foram desenvolvidos três estudos. No primeiro, foi apresentado, por meio de uma revisão narrativa, as ferramentas mais utilizadas no futebol e no futsal para avaliar o dano muscular, o estado de fadiga e a recuperação. O conteúdo tomou como referência uma busca na base de dados Pubmed e foi estruturado em seis tópicos: a) Biomarcadores sanguíneos; b) Circunferência dos membros c) Escalas psicométricas; d) Performance em Testes físicos; e) Termografia Infravermelha (TI) f) Variabilidade da Frequência cardíaca (VFC). Ao longo de cada tópico, foram debatidos a fundamentação teórica, o momento de avaliação e os valores de referência de cada um dos parâmetros. Os resultados nos permitem concluir que a avaliação de um conjunto de indicadores ajuda a caracterizar o dano muscular, a fadiga e qualidade de recuperação de forma mais abrangente, pois cada sintoma se relaciona a algum marcador fisiológico específico. Além disso, foi observado que algumas ferramentas apresentadas já possuem um certo de nível de evidência, o que torna sua aplicação no contexto prático bem estabelecida, como é caso de grande parte dos biomarcadores, da TI, do salto com contramovimento e da VFC. No entanto, outros parâmetros, como a análise da circunferência dos membros, alguns biomarcadores, como a relação testosterona/cortisol, e até mesmo alguns testes de desempenho físico como o sprint, exigem um maior nível de evidência científica, garantindo assim um maior grau de confiabilidade e assertividade das avaliações realizadas. No segundo estudo, o objetivo foi caracterizar o perfil termográfico de jovens universitários sedentários, bem como de futebolistas e salonistas universitários, auxiliando na investigação de como variações do perfil térmico podem estar associadas ou não a prática de atividades esportivas em nível recreativo. A amostra foi composta por 30 universitários homens divididos em três grupos, sendo eles, futebolistas, salonistas e sedentários. Através do software ThermoHuman® a TIP de 14 regiões corporais de interesse (RCI) localizadas nos membros inferiores foi analisada. Os valores médios de TIP de cada RCI foram utilizados na análise estatística. A anova two-way e o post-hoc de Bonferroni foram utilizados para verificar o efeito da dominância podal e do grupo nos valores de TIP de cada RCI. Para estabelecer um referencial de perfil térmico, foi proposta uma curva percentil com os percentis 5, 15, 50, 85 e 95. Os resultados indicam que não houve diferença significativa nos valores de TIP entre os lados dominante e não dominante em todas as RCI analisadas. Além disso, não foi observada interação significativa entre dominância e grupo. Foi observado efeito do fator grupo apenas para a RCI do gastrocnêmio externo; a análise de post-hoc mostrou que o grupo de salonista apresentou valor significativamente maior de TIP nesta RCI em comparação ao grupo futebolistas. Assim, pode-se concluir que os universitários avaliados apresentam respostas térmicas similares em repouso. Os níveis de simetria térmica contralateral são <0,4°C. O nível de atividade física, a especificidade do treinamento e a dominância não influenciaram as respostas termográficas. No terceiro estudo, analisou-se os impactos de um protocolo de sprints repetidos na TIP e na resposta de indicadores de dano muscular, estado de fadiga e desempenho neuromuscular em futebolistas, salonistas e em indivíduos sedentários. A amostra foi composta por 30 universitários homens divididos em três grupos, sendo eles, futebolistas, salonistas e sedentários. Os participantes realizaram um protocolo de intervenção constituído por 15 sprints máximos de 30m, com intervalo de recuperação de 1’ entre sprints (15x30m/1’). Tanto 48 horas e imediatamente antes da intervenção, quanto 24h e 48h após a intervenção, os avaliados passaram pelos seguintes procedimentos: avaliações termográficas de membros inferiores, coleta de biomarcadores sanguíneos (Creatina Quinase (CK), Proteína C reativa (PCR-us), e Ácido Úrico (AU)), classificação da percepção subjetiva da dor e estado de fadiga, avaliação do desempenho neuromuscular (CMJ) e análise da circunferência da coxa e da perna. Os valores médios de TIP de cada RCI foram utilizados na análise estatística. A anova de medidas repetidas de dois fatores (3 grupos vs. 4 momentos) com post hoc de Bonferroni, com ajuste para comparações múltiplas, foi utilizada para comparar a TIP, respostas bioquímicas, circunferência dos membros, CMJ, estado de fadiga e nível de dolorimento entre os grupos nos diferentes momentos analisados. Os resultados mostram que não foi observado um efeito significativo do fator grupo para nenhuma das variáveis analisadas. Com relação às análises do fator tempo, os resultados indicam que o protocolo de sprints repetidos ocasionou dano muscular e processo inflamatório, que pode ser observado através das respostas de CMJ, CK, AU, PCR-us, QTR, Dor, Circunferências e na TIP do tibial medial. Em conclusão, o protocolo 15x30m/1’ provocou dano muscular nos universitários avaliados. Os resultados nos permitem concluir que o nível de atividade física e a especificidade do treinamento não influenciaram as respostas dos marcadores avaliados, com exceção da QTR. Por fim, com relação à TI, os achados mostram que a TIP não foi um indicador sensível para detectar o dano muscular induzido pelo protocolo de sprints repetidos em atletas universitários de futebol e futsal, bem como, universitários sedentários. Palavras-chave: Temperatura Cutânea. Medicina Esportiva. Atletas universitários. Futebol. Futsal.
This dissertation aimed to analyze the impacts of a repeated sprints protocol on skin irradiated temperature (SIT) and the response of indicators of muscle damage, fatigue status, and neuromuscular performance in soccer players, futsal players, and sedentary individuals. To achieve this, three studies were conducted. In the first study, a narrative review presented the most commonly used tools in soccer and futsal to assess muscle damage, fatigue status, and recovery. The content was based on a search in the PubMed database and structured into six topics: a) Blood biomarkers; b) Limb circumference; c) Psychometric scales; d) Performance in physical tests; e) Infrared Thermography (IT); f) Heart Rate Variability (HRV). Throughout each topic, the theoretical foundation, evaluation timing, and reference values for each parameter were discussed. The results allow us to conclude that assessing a set of indicators helps to more comprehensively characterize muscle damage, fatigue, and recovery quality, as each symptom relates to a specific physiological marker. Additionally, it was observed that some of the tools presented already have a certain level of evidence, which makes their application in practical contexts well established, such as most biomarkers, IT, countermovement jump, and HRV. However, other parameters, such as limb circumference analysis, some biomarkers like the testosterone/cortisol ratio, and even some physical performance tests like sprints, require a higher level of scientific evidence to ensure greater reliability and accuracy of the assessments conducted. In the second study, the objective was to characterize the thermographic profile of sedentary university students, as well as university soccer and futsal players, aiding in the investigation of how variations in the thermal profile may or may not be associated with recreational sports activities. The sample consisted of 30 male university students divided into three groups: soccer players, futsal players, and sedentary individuals. Using ThermoHuman® software, the SIT of 14 regions of interest (ROI) located on the lower limbs was analyzed. The average SIT values of each ROI were used in the statistical analysis. Two-way ANOVA and Bonferroni post-hoc tests were employed to verify the effect of foot dominance and group on the SIT values of each ROI. To establish a thermal profile reference, a percentile curve was proposed with the 5th, 15th, 50th, 85th, and 95th percentiles. The results indicate that there was no significant difference in SIT values between the dominant and non-dominant sides in all analyzed ROIs. Furthermore, no significant interaction between dominance and group was observed. A group effect was observed only for the external gastrocnemius ROI; the post-hoc analysis showed that the futsal group had a significantly higher SIT value in this ROI compared to the soccer group. Thus, it can be concluded that the university students evaluated exhibit similar thermal responses at rest. The levels of contralateral thermal symmetry are <0.4°C. The level of physical activity, training specificity, and dominance did not influence the thermographic responses. In the third study, the impacts of a repeated sprints protocol on SIT and the response of indicators of muscle damage, fatigue status, and neuromuscular performance in soccer players, futsal players, and sedentary individuals were analyzed. The sample consisted of 30 male university students divided into three groups: soccer players, futsal players, and sedentary individuals. The participants underwent an intervention protocol consisting of 15 maximal 30m sprints, with a 1-minute recovery interval between sprints (15x30m/1’). Evaluations were conducted 48 hours and immediately before the intervention, as well as 24h and 48h after the intervention. The procedures included thermographic evaluations of the lower limbs, blood biomarker collection (Creatine Kinase (CK), C-reactive protein (CRP-us), and Uric Acid (UA)), subjective pain perception and fatigue status classification, neuromuscular performance evaluation (CMJ), and thigh and leg circumference analysis. The average SIT values of each ROI were used in the statistical analysis. A two-way repeated measures ANOVA (3 groups vs. 4 time points) with Bonferroni post-hoc, adjusted for multiple comparisons, was used to compare SIT, biochemical responses, limb circumference, CMJ, fatigue status, and pain level between groups at different time points. The results show that no significant group effect was observed for any of the analyzed variables. However, regarding the time factor, the results indicate that the repeated sprints protocol caused muscle damage and triggered an inflammatory process, which can be observed through the responses of CMJ, CK, UA, CRP-us, SIT, Pain, Circumference, and SIT of the medial tibia. No significant effect was observed in the other analyzed ROIs. In conclusion, the 15x30m/1’ protocol caused muscle damage in the university students evaluated. The results allow us to conclude that the level of physical activity and training specificity did not influence the responses of the evaluated markers, except for SIT. Finally, regarding IT, the findings show that SIT was not a sensitive indicator for detecting muscle damage induced by the repeated sprints protocol in university soccer and futsal athletes, as well as sedentary university students. Keywords: Skin Temperature. Sports Medicine. University Athletes. Soccer. Futsal.

Descrição

Palavras-chave

Temperatura corporal, Medicina esportiva, Atletas universitários, Futebol - Treinamento técnico, Futsal - Treinamento técnico

Citação

DIAS, Felipe Augusto Mattos Dias. Efeito de um protocolo de sprints repetidos na temperatura irradiada da pele, marcadores de dano muscular e de estado de fadiga. 2024. 164 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2024.

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