Ciências Biológicas e da Saúde
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Item A dieta influencia? Ultraestrutura das células digestivas do intestino médio de hemípteros (Insecta: Hemiptera) com diferentes hábitos alimentares(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-10) Santos, Helen Cristina Pinto; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/6530960479559622Os Hemiptera são insetos hemimetábolos distribuídos dentre quatro subordens monofiléticas, Sternorrhyncha, cujas relações Auchenorrhyncha filogenéticas e são Heteroptera. estudadas: Estes Coleorrhyncha, insetos apresentam diversificados hábitos alimentares que variam dentre a fitofagia, zoofagia, dentritivoria, hematofagia e onivoria. Devido a esta variedade de hábitos e o conhecimento da filogenia dos táxons superiores do grupo, os hemípteros tornam-se interessantes modelos de estudos comparativos do intestino. Analisando-se a compartimentalização da digestão e a produção de enzimas no intestino médio de insetos foi levantada a hipótese de que características deste órgão eram semelhantes entre espécies relacionadas filogeneticamente mesmo que estas apresentassem diferentes hábitos alimentares. Estudos comparativos visando investigar esta questão sob o viés morfológico ainda eram ausentes na literatura. Devido a isso, com o objetivo de testar, sob o ponto morfológico, a hipótese de que a evolução do intestino médio em insetos é mais relacionada à proximidade filogenética das espécies que ao hábito alimentar, analisamos a ultraestrutura das células digestivas do intestino médio em Hemiptera levando-se em conta seus diferentes hábitos alimentares e filogenia. Esta análise evidenciou que em Hemiptera as células digestivas do intestino médio são polifuncionais responsáveis pela produção e secreção de enzimas, absorção de nutrientes, reserva de nutrientes, neutralização de compostos tóxicos e osmorregulação. Além disso, as células digestivas são similares, apresentando em todas as espécies, membrana perimicrovilar, microvilosidades, núcleo bem desenvolvido e estruturas de reserva, apesar dos diferentes hábitos alimentares apresentados por estas. Portanto, a ultraestrutura das células digestivas em Hemiptera é mais relacionada à proximidade filogenética das espécies.Item Ação antioxidante do açaí (Euterpe oleracea MART.) frente ao estresse oxidativo induzido pelo cádmio no testículo de camundongos adultos(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-28) Mouro, Viviane Gorete Silveira; Matta, Sérgio Luis Pinto da; http://lattes.cnpq.br/9028464724155016O Cádmio (Cd) é um metal pesado, cuja contaminação na água e solo é bem conhecida. O Cd interfere no metabolismo de vários órgãos, particularmente nos testículos, onde é capaz de romper a barreira hematotesticular, com apoptose das células germinativas e perda do epitélio. Alteração nas células de Leydig e redução na concentração sérica de testosterona também refletem ação do Cd. O Cd pode competir com minerais essenciais e com isso causar o desbalanço destes elementos no testículo. Além disso, o estresse oxidativo é um dos mecanismos de toxicidade do metal. Dessa forma, vários estudos têm-se voltado para a descoberta de produtos naturais com ação antioxidante frente ao Cd. Dentre as plantas com potencial antioxidante destaca-se o açaí da Amazônia (Euterpe oleracea). Seu fruto é conhecido por sua atividade antioxidante devido a presença de compostos fenólicos, destacando-se as antocianinas, e de ácidos graxos presentes na fração lipídica. Assim, neste trabalho inicialmente foi comparada a toxicidade do Cd por diferentes vias e forma de administração, para posteriormente ser feita a escolha da via na avaliação dos efeitos do óleo e da polpa desengordurada rica em antocianinas (PDRA) de E. oleracea. Camundongos Swiss receberam CdCl 2 nos modos seguintes: 1,5 mg/Kg intraperitoneal (i.p.) dose única; 30 mg/Kg via oral dose única e 4,28 mg/Kg via oral durante 7 dias. No oitavo dia os animais foram eutanasiados. O Cd bioacumulou em todas as vias, sendo maior na oral fracionada. As concentrações de Ca e Cu testicular reduziram em todos os animais expostos ao Cd, enquanto que Zn e Mn reduziram apenas na via i.p.. A atividade de SOD reduziu em ambas formas de administração via oral, CAT aumentou na via i.p., Glutationa aumentou em todos os animais intoxicados. A concentração sérica de testosterona reduziu em ambas administrações via oral. Danos tubulares foram mais intensos naqueles que receberam o metal via oral fracionado. Assim, quanto o Cd é ofertado de forma fracionada via oral, as alterações no epitélio germinativo são mais intensas, sendo esta forma de administração escolhida para se testar os efeitos do fruto de E. oleracea. Camundongos Swiss receberam solução aquosa de CdCl 2 na concentração de 4,28 mg/Kg por via oral durante 7 dias. Após este tratamento, os animais foram separados em grupos e tratados com óleo de E. oleracea nas doses de 50, 100 e 150 mg/Kg e com PDRA nas doses de 100, 200 e 300 mg/Kg por 42 dias. Parâmetros morfométricos tubulares e de Leydig foram recuperados após o tratamento com o óleo associado a aumento na concentração sérica de testosterona e da viabilidade celular. O tratamento com PDRA levou melhoria nestes parâmetros. O tratamento com o óleo preveniu a progressão dos danos na morfologia tubular causados pelo Cd, enquanto que a PDRA apenas de danos leves. A concentração de Mn e Zn testiculares, aumentaram nos animais tratados com o óleo, além da estimulação na atividade de SOD e CAT. A PDRA causou aumento na concentração de Zn e Mg na concentração de 300 mg/Kg. Cu reduziu em todos os tratamentos e Fe naqueles que receberam 100 mg/Kg de PDRA. O tratamento com PDRA aumentou a atividade de SOD e a concentração de 300 mg/Kg reduziu a peroxidação lipídica. Assim, conclui- se que o tratamento com o óleo de E. oleracea apresentou atividade antioxidante curativa contra alterações testiculares induzidas pelo Cd, enquanto a PDRA, nas doses testadas, ameniza os danos testiculares causados pelo Cd, sendo considerada com potencial antioxidante.Item Ação da polpa e do óleo de juçara (Euterpe edulis Martius) nos testículos de camundongos Swiss expostos ao cádmio(Universidade Federal de Viçosa, 2023-12-11) Araujo, Diane Costa; Matta, Sérgio Luis Pinto da; http://lattes.cnpq.br/5935042252243288Item Ação de extratos vegetais no reparo de feridas cutâneas em ratos diabéticos(Universidade Federal de Viçosa, 2016-10-03) Souza, Mariáurea Matias Sarandy; Gonçalves, Reggiani Vilela; http://lattes.cnpq.br/0888940291566758Objetivo: Investigar o efeito da aplicação tópica da pomada à base de Strycnos pseudoquina nas concentrações 5 e 10% na cicatrização de feridas cutâneas em ratos diabéticos. Material e Método: Amostras de S. pseudoquina foram coletadas no Município de Rio Verde, Goiás, Brasil e em seguida submetido a prospecção fitoquímica. O extrato foi emulsificado em lanolina nas concetrações 5% e 10%. Foram utilizados trinta ratos Wistar que após a indução do diabetes com estreptozotocina, foram divididos em 5 grupos de 6 animais: Sal: feridas tratadas com 0,9% de solução salina; VH (veículo da pomada): feridas tratadas com 0,6 g de creme de lanolina; SS (Sulfadiazina de Prata): feridas tratadas com 0,6 g de creme de Sulfadiazina de Prata (0,01%); ES5: feridas tratadas com pomada a base de S. pseudoquina (5%); ES10: feridas tratadas com pomada a base de S. pseudoquina (10%). Três feridas circulares de 12 mm de diâmetro foram realizadas no dorso dos animais e fragmentos das feridas foram retirados para análises histológicas e bioquímicas a cada 7 dias durante 21 dias. Resultados: Os grupos que receberam o extrato de S. pseudoquina nas concentrações 5 e 10% apresentaram maior taxa de fechamento das feridas, maior quantidade de células, vasos sanguíneos e aumento do colágeno III e I. Os marcadores de estresse oxidativo foram menores nos grupos ES5 e ES10, e os níveis de enzimas antioxidantes foram maiores nestes mesmos grupos. Conclusão: Os resultados deste trabalho demonstraram que a aplicação tópica de pomada à base de S. pseudoquina promove um reparo cutâneo rápido e eficaz em ratos diabéticosItem Adaptação da metodologia de ensaio cometa para avaliação de genotoxicidade do glifosato em milho (Zea mays L.)(Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-28) Passamani, Paulo Zanchetta; Carvalho, Carlos Roberto de; http://lattes.cnpq.br/7745351198384911O milho (Zea mays L.), além de ser um dos grãos de maior importância econômica no mundo, é um importante modelo em diversos estudos com plantas. Em virtude da sua grande importância econômica, a minimização da perda na produtividade tem sido priorizada em pesquisas e em programas de melhoramento dessa cultura. O advento do uso de defensivos agrícolas é uma das alternativas adotadas mundialmente para assegurar aumento de produtividade, principalmente em plantações de milho. Os pesticidas são muito eficazes no controle das pragas e na manutenção do nível de produção, mas podem gerar danos a nível genético na planta. Uma forma de avaliar a ocorrência de danos na molécula de DNA tem sido pelo uso da técnica de ensaio cometa, ou eletroforese de célula única. A aplicação dessa metodologia é relativamente rápida, sensível e simples para quantificar danos e reparo no DNA, conforme verificado com sucesso em testes com células humanas e de diversos outros organismos. Portanto, torna-se imperativo e de grande importância a padronização desta técnica para a avaliação da genotoxicidade em plantas, principalmente em culturas de grande importância econômica. O presente trabalho adaptou a metodologia de ensaio cometa em milho, utilizando tanto folha como raízes. Nas adaptações envolvendo raízes, foram avaliados dois métodos de isolamento nuclear, utilizando protoplasto e chopping, incluindo testes para verificar o efeito da sincronização nuclear com hidroxiureia (HU) nas raízes. O uso de núcleos oriundos de protoplasto se mostrou mais eficiente nos ensaios, bem como o tratamento com HU gerou núcleos sincronizados sem danos detectáveis no DNA. Tal procedimento foi útil para padronização do tamanho dos núcleos analisados. Nas adaptações metodológicas envolvendo núcleos oriundos de folhas, o ensaio cometa foi utilizado para avaliar a genotoxicidade associada ao tratamento com Roundup®, herbicida a base de glifosato, em dois híbridos de milho, um resistente à aplicação do herbicida e ou suscetível ao mesmo. Ambos os híbridos apresentaram danos nas moléculas de DNA. A planta não-resistente apresentou sinais de genotoxicidade associado a todos os tratamentos com glifosato. Já o híbrido resistente só teve danos genotóxicos nos tratamentos com as doses mais altas, indicando que a dose recomendada para uso do herbicida não gera danos no DNA deste híbrido.Item Alterações morfofisiológicas em Cassia grandis L. (Fabaceae) cultivadas em rejeito de mineração de ferro(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-18) Matos, Letícia Paiva de; Oliveira, Juraci Alves de; http://lattes.cnpq.br/4458609451533689A atividade minerária gera impactos ambientais por diversos meios, como o acúmulo de metais pesados nos solos e na água. As técnicas de fitorremediação, são muito utilizadas e podem ter seu potencial ampliado com a associação a micro-organismos. Este trabalho avaliou o acúmulo de metais pesados e os efeitos sobre parâmetros morfofisiológicos de plântulas de Cassia grandis, associadas a fungos micorrízicos arbusculares (FMA), cultivadas em rejeito de mineração. Sementes de C. grandis foram germinadas em areia lavada e transplantadas para tubetes com substrato comercial, com ou sem FMA. Posteriormente, foram transferidas para vasos com rejeito de mineração e mantidas em casa de vegetação, por 4 meses, divididas em cinco grupos: substrato comercial sem inóculo (T 0 ), rejeito sem inóculo (T 1 ), rejeito e inóculo obtido de solo de floresta nativa (T 2 ), rejeito e inóculo obtido de área contaminada com rejeito (T 3 ), rejeito e inóculo obtido de área contaminada com rejeito com cultura de laboratório (T 4 ). Foram analisados os teores de metais e arsênio, atividade enzimática antioxidante, trocas gasosas, teores de pigmentos cloroplastídicos, de peróxido de hidrogênio, de malonaldeído e morfologia de folhas. Os elementos arsênio, cádmio e chumbo não foram detectados nos tecidos das plantas. Por outro lado, houve aumentos nas concentrações de ferro (Fe) e cobre (Cu) em folhas das plantas cultivadas com rejeitos de mineração em relação ao controle. O cultivo das plantas em substratos com rejeito de mineração resultou em aumento na atividade das enzimas antioxidantes e nos teores de antocianinas, e diminuição nos teores de clorofilas a, b e carotenoides. O aumento da atividade enzimática pode estar relacionado ao aumento da concentração de alguns metais pesados. Os parâmetros de trocas gasosas foram reduzidos e este fato está diretamente relacionado a alta compactação do rejeito, que impõe uma limitação hídrica as plantas. Nossos resultados indicam que o cultivo de C. grandis em rejeitos de mineração impõe danos fisiológicos e, a inoculação de FMA’s, não resultou em ganhos positivos para a maioria dos parâmetros analisados. A limitação física ao desenvolvimento radicular foi o principal problema nos tratamentos contendo rejeitos. Entretanto, com o manejo adequado do solo, esta espécie pode ser utilizada para revegetação de locais contaminados por rejeito de mineração de ferro. Palavras-chave: Fitorremediação. Metais Pesados. Fisiologia Vegetal. Revegetação.Item Alterações morfofisiológicas em morcegos frugívoros (Artibeus lituratus) expostos à formulação comercial do inseticida deltametrina(Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-14) Oliveira, Jerusa Maria de; Oliveira, Leandro Licursi de; http://lattes.cnpq.br/4598394373764781A Deltametrina (DTM) é um inseticida piretroide utilizado na agricultura e no controle de vetores de doenças. Resíduos desse pesticida são comumente encontrados no ambiente e podem trazer prejuízos para a saúde de organismos não-alvos, como os morcegos frugívoros. Durante o forrageio, estes animais entram em contato com esse inseticida por intermédio da água e alimentação. No entanto, a literatura científica apresenta escassez de dados que demonstram a toxicidade dos pesticidas em dos morcegos. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a toxicidade aguda de baixas concentrações do inseticida DTM no morcego frugívoro Artibeus lituratus (Olfers, 1818). Para isso, foram capturados 23 morcegos machos utilizando redes de neblina em fragmentos de Mata Atlântica - MG, Brasil. Os animais foram mantidos em gaiolas (3x3x2 m) no morcegário da Universidade Federal de Viçosa, e porções de mamão pulverizadas com solução do inseticida DTM (0; 0,02; 0,04 mg/kg de mamão), foram oferecidas diariamente aos animais, durante sete dias. Após o período de exposição, foram avaliadas as enzimas antioxidantes catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD), glutationa S-transferase (GST), a peroxidação lipídica e as proteínas carboniladas no fígado, músculo peitoral e testículos dos morcegos. Os níveis de peróxido de hidrogênio foram mensurados no fígado e músculo peitoral e o óxido nítrico (NO) no fígado, músculo peitoral, rins e testículos. No plasma, foram mensurados a atividade da alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), a glicemia e as proteínas totais. Foram mensurados o percentual de glicogênio hepático, os níveis de lipídios e proteínas totais do músculo peitoral e do fígado. A imunidade inata foi avaliada por intermédio da atividade bactericida do soro e da proliferação celular de esplenócitos. Foram realizadas também avaliações histopatológicas e histomorfométricas no fígado, rim, intestino e testículos. Os morcegos mostraram estresse oxidativo no fígado, no músculo peitoral e nos testículos. No plasma, os animais apresentaram hiperglicemia e aumento das transaminases AST e ALT. O fígado também mostrou redução da reserva de glicogênio, esteatose, e histopatologias pronunciadas. No intestino ocorreu hiperplasia de células caliciformes e maior evidência de células apoptóticas. Os rins mostraram aumento de glicogênio nos túbulos proximais, infiltrados inflamatórios, nefroesclerose vascular benigna e redução dos níveis de NO. Os testículos dos morcegos expostos mostraram aumento nos níveis de NO, apoptose das células germinativas e histopatologias severas. Os parâmetros imunológicos avaliados não apresentaram alterações entre os grupos, provavelmente devido ao tempo de exposição. Portanto, esses resultados nos mostram que a exposição oral de morcegos frugívoros à baixas concentrações da formulação comercial do inseticida DTM pode alterar o metabolismo de carboidratos, causar injúrias no fígado, músculo peitoral, rins, intestino e testículos. Portanto, a DTM pode ser tóxica para morcegos frugívoros, e comprometer a saúde desses animais.Item Análise citogenética de abelhas do gênero Trigona Jurine, 1807 (Hymenoptera: Meliponini)(Universidade Federal de Viçosa, 2015-07-28) Ferreira, Ríudo de Paiva; Lopes, Denilce Menezes; http://lattes.cnpq.br/9692779348110730O gênero Trigona é um dos maiores e mais amplamente distribuídos táxons de abelhas da tribo Meliponini. A citogenética comparativa permite através de suas técnicas de bandamento clássica e molecular entender sobre a evolução do cariótipo em diversos organismos. As informações citogenéticas disponíveis para o gênero Trigona mostram um número diplóide constante (2n=34), além disso, as espécies do gênero compartilham um cromossomo acrocêntrico totalmente eucromático (Ae). Este trabalho buscou (i) verificar se existem variações cromossômicas e como estas se distribuem entre as populações de espécies com ampla distribuição, Trigona spinipes (ii) descrever citogeneticamente algumas espécies do gênero e por fim, (iii) buscar alguns caracteres citogenéticos para entender a evolução cariotípica em Trigona. Os resultados obtidos neste trabalho reforçam a homogeneidade do número diploide entre as espécies do gênero Trigona. O mapeamento do microssatélite (GA)15 mostrou-se mais efetivo para separar populações de T. spinipes do que as espécies do mesmo gênero. O gene rDNA 18S apresentou variações interespecíficas, contudo não foram observadas diferenças numéricas e de posicção desse gene entre as popT. spinipes. Uma comparação usando os marcadores citogeneticos (quantidade de heterocromatina, rDNA 18S e cromossomo Ae) sugere um processo de eliminação da heterocromatina no gênero Trigona. Por fim, esse estudo ressalta a importância de se usar técnicas de citogenética molecular em estudos com populações, e de citogenética comparativa de espécies com baixo polimorfismo cromossômico, como as abelhas da tribo Meliponini.Item Análise de redes extracelulares de neutrófilos (NETs), autofagia e apoptose desencadeados por vírus Zika(Universidade Federal de Viçosa, 2019-10-21) Oliveira Neto, Mário José de; Paula, Sergio Oliveira de; http://lattes.cnpq.br/5214959393777074O vírus Zika (ZIKV) apresenta tendência de migrações para órgãos imuno privilegiados no qual tem a capacidade de se replicar e gerar doenças graves. O vírus nesses locais, sem a presença de neutrófilos, se replica e ativa vias de escape. A imunidade inata atua em resposta às doenças virais pela formação de redes extracelulares de neutrófilos (NETs) que usam as vias de autofagia para promover a destruição de vírus impedindo o escape viral por meio da apoptose. O objetivo desse trabalho foi mostrar a ação das redes extracelulares de neutrófilos em vírus Zika, avaliando se as mesmas são capazes de ativar as vias estresse oxidativo e autofagia necessária para a ativação e destruição viral e se apoptose interfere nesse processo. Foram coletados neutrófilos de nove doadores saudáveis, purificados e avaliados por imuno marcação, FACS (Citometria de fluxo), leitor de fluorescência para avaliar a presença de NETs, autofagia, estresse e vias de sinalização, e apoptose estimulados pelo vírus Zika ou não. Os resultados mostraram que ocorre formação de NETs pela formação de estruturas visíveis ao microscópio, com a presença de autofagia. A quantificação de estresse oxidativo e peroxidase também confirma a ocorrência de NETs ex vivo induzidas por ZIKV em neutrófilos humanos, e a sinalização de duas horas das proteínas p-ERK e p-AKT mostram que não ocorre escape viral. A via de apoptose foi observada apenas de forma basal no grupo controle e no grupo que recebeu ZIKV o que indica que não ocorre escape viral em neutrófilos. O presente estudo demonstra que em neutrófilos existe um eficiente sistema de resposta ao vírus, e pode-se concluir que o vírus zika estimula os neutrófilos a ativarem as vias de estresse, autofagia, e de NETs, pela sinalização p-Erk e que não ocorre vias de escape viral em neutrófilos humanos infectados com ZIKV. Palavras-chave: Zika. NETs (redes extracelulares de neutrófilos). Autofagia. Apoptose.Item Análise proteômica da glândula de Dufour em operárias nutridoras e campeiras de Apis mellifera L. (Hymenoptera: Apidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2016-03-04) Teixeira, Aparecida das Dores; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/0589444655432816Em abelhas eussociais, que inclui Apis mellifera, a colônia é constituída por uma rainha, com função reprodutiva, e de operárias estéreis ou semi-estéreis, que exercem as demais funções dentro da colônia como cuidados com a prole e busca por alimento. Associada ao aparelho do ferrão há a glândula de Dufour, que dentre outras funções, desempenha importante papel na comunicação entre os membros da colônia. Esta glândula libera substâncias químicas, mas a natureza e a função dos compostos variam em diferentes táxons. O objetivo deste estudo foi identificar proteínas com abundância diferencial nas glândulas de Dufour de operárias nutridoras e campeiras de A. mellifera. As glândulas de Dufour foram dissecadas, e as proteínas, extraídas. Os extratos proteicos foram submetidos à eletroforese bidimensional em gel. Spots diferencialmente abundantes foram digeridos e os peptídeos analisados no espectrômetro de massas MALDI/TOF- TOF. Os espectros de fragmentação (MS/MS) foram pesquisados em bancos de dados usando a ferramenta Mascot, e as proteínas identificadas foram validadas usando o software Scaffold. Um total de 131 spots apresentou abundância diferencial entre nutridoras e campeiras, sendo identificadas 28 proteínas distintas. Destas 28 proteínas identificadas, 21 foram mais abundantes em nutridoras e sete proteínas foram mais abundantes em campeiras. As proteínas identificadas pertencem a diferentes categorias funcionais envolvidas nos metabolismos proteico, energético, lipídico e de carboidratos, detoxificação, homeostase, comunicação celular, citoesqueleto, proteínas constitutivas e alergênicas. Os dados obtidos neste estudo trazem novas informações que contribuem para a compreensão das funções biológicas da glândula de Dufour e seu papel na organização social das abelhas.Item Análise proteômica e metabolômica da glândula mandibular de larvas de Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae)(Universidade Federal de Viçosa, 2019-11-28) Borges, Alex Rodrigues; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/7128546636744436A Diatraea saccharalis (Lepidoptera: Crambidae) é um dos insetos que no estágio larval apresentam alta capacidadede de herbivoria, sendo a cana-de-açucar a principal planta a a sofrer com as ações desse inseto. O dessas ações são injurias com a abertura de orifícios deixando-a vulnerável a entrada de microrganismos patogênicos que afetam a produção, resultando em prejuízos econômicos. Conectado ao par de mandíbulas das larvas, a glândula mandibular se dispõe adjacente ao tubo digestório e glândula labial estendendo se até os últimos segmentos abdominais, cuja a composição química da secreção é desconhecida. O objetivo desse trabalho é identificar diferentes compostos químicos da glândula mandibular de larvas de D. saccharalis. A primeira análise foi a identificação de proteínas do extrato total das glândulas mandibulares de larvas de D. saccharalis por espectrometria de massas do tipo MALDI-TOF/TOF, que constatou 22 proteínas preditas em 11 classes funcionais envolvidas principalmente no transporte e metabolismo de carboidratos, lipídios, aminoácidos e nucleotídeos, além de outras classes relacionadas à modificação pós-traducional, conversão de energia, tráfico intracelular, transcrição, tradução e citoesqueleto. A segunda análise foi para identificação de compostos não proteicos do extrato total das glândulas mandibulares de larvas D. saccharalis por cromatografia gasosa acoplado a um detector de massas. No extrato total das glândulas constatou uma mistura de hidrocarbonetos: C 4 , C 11 , C 12 , C 14 e C 18 , que correspondem a grupos funcionais álcoois, éter, alcano e éster. Em ambas as análises revelou diferentes compostos que sugerem potenciais elicitadores na interação inseto-planta, que podem contribuir para discussão do papel multifuncional da glândula mandibular de larvas de lepidópteros. Palavras-chave: Proteômica. Metabolômica. Glândula Mandibular. Diatraea saccharalisItem Análises molecular, cariotípica e morfométrica de abelhas sem ferrão do gênero Partamona (Schwarz, 1939)(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-15) Novaes, Camila Moura; Salomão, Tânia Maria Fernandes; http://lattes.cnpq.br/3274401985865525Partamona é um gênero de abelhas sem ferrão pertencente à tribo Meliponini que possui 33 espécies muito similares em sua morfologia. Considerando a uniformidade fenotípica de Partamona estudos utilizando outras ferramentas como a citogenética, filogenia molecular e morfometria geométrica podem ajudar por meio da identificação de marcadores, a sistemática e a taxonomia do grupo. Assim, o objetivo desse trabalho foi analisar espécies de Partamona utilizando essas três ferramentas. As espécies P. rustica, P. gregaria, P. auripennis, Partamona sp1 apresentaram 2n=34 confirmando a estabilidade numérica dos cariótipos do gênero. Com base em sequências parciais dos genes mitocondriais COI e CytB foi confirmado o monofileticismo do gênero e também a divisão das espécies de Partamona nos dois grupos previamente definidos pela citogenética. P. cupira e P. ailyae foram discriminadas pela morfometria geométrica sendo separadas entre si das demais espécies. P. chapadicola, P. gregaria P. helleri, P. rustica e P. auripennis não apresentaram uma discriminação completa entre si em relação à forma das asas, porém observou-se uma ligeira separação dessas espécies em dois grupos que corroboraram a divisão das espécies nos grupos baseados em marcadores citogenéticos e moleculares. A análise populacional de P. helleri indicou uma variabilidade da forma das asas da espécie, porém não indicou nenhuma estruturação de acordo com a localidade geográfica. Foi registrada a presença de cromossomos B em colônias de localidades que não haviam sido amostradas, ampliando o registro desses cromossomos para a espécie. A coloração com fluorocromo (CMA 3 ) e o rDNA18S indicaram a ocorrência de 11 citótipos em P. helleri. O microssatélite GA (15) se acumulou- se na região eucromática de todos os cromossomos do complemento A e não acumulou nos cromossomos B. O microssatélite TTAGG (6) revelou sinais positivos nas duas porções teloméricas dos dois braços cromossômicos com variação de intensidade de sinais. A citometria de imagem resolveu as diferenças entre os cromossomos B de P. helleri e sugerem fortemente uma diversidade desses cromossomos na espécie. Esses marcadores citogenéticos revelam uma diversidade cariotípica em P. helleri representando rearranjos que podem ter papel na evolução e divergência da espécie.Item Análises morfológicas de sensilas antenais de abelhas do gênero Tetragonisca (Hymenoptera: Meliponini)(Universidade Federal de Viçosa, 2018-12-14) Month Juris, Eydyeliana; Salomão, Tânia Maria FernandesAs antenas são apêndices móveis encontradas na cabeça dos insetos, constituídas por um escapo, pedicelo e flagelo, as quais funcionam como órgãos dos sentidos, receptores olfativos primários e também com função tátil. Em sua composição possuem estruturas chamadas sensilas, com várias modalidades sensoriais como: olfato, gustação, mecanorrecepção, termorrecepção e higrorrecepção, que desempenham um papel na percepção de estímulos ambientais e na comunicação. As abelhas sem ferrão possuem comportamento complexo, que depende da comunicação entre os indivíduos da colônia e do ambiente. A morfologia externa das sensilas antenais tem sido caracterizada em várias espécies de abelhas eusociais, incluído espécies da tribo Meliponini, porém há pouca informação sobre as sensilas em abelhas do gênero Tetragonisca. Com o objetivo de entender a morfologia das sensilas antenais no gênero Tetragonisca, foram conduzidas diferentes abordagens de análises morfométricas, mediante a utilização de imagens obtidas com microscopia eletrônica de varredura nas espécies T. fiebrigi, T. angustula e T. weyrauchi. Foram caracterizadas as sensilas antenais entre as castas e sexos de T. fiebrigi, sendo identificados onze tipos de sensilas antenais, classificadas como: sensilas tricoides (subtipos I ao VI), placoides, basicônicas, celocônicas, ampuláceas e campaniformes. Com diferenças na distribuição das sensilas entre as classes e castas. As análises morfométricas dos caracteres do comprimento e abundância permitiu verificar que existe diferenciação das sensilas antenais de acordo as funções que desempenham os indivíduos na colônia permitindo a separação entre as classes, castas e a subcasta soldado. Os resultados obtidos para as três espécies analisadas mostram a presença de onze tipos de sensilas entre as espécies, sensilas tricoides (seis subtipos), placoide, basicônica, celocônica, ampulácea e campaniformes, com distribuição conservada ao longo dos flagelômeros. As variações na morfometria das sensilas em T. angustula e T. fiebrigi são menores do que entre essas e T. weyrauchi, não permitindo a separação completa de T. angustula e T. fiebrigi em todas as análises, sugerindo que as duas espécies compartilham caracteres semelhantes nas sensilas, provavelmente por serem espécies recentemente divergentes.Item Atividade anticâncer de extratos de Passiflora edulis e Passiflora setacea e dos óleos essenciais de Cyanocephalus rugosus e Cantinoa carpinifolia in vitro(Universidade Federal de Viçosa, 2023-08-11) Valente, Patrícia Moreira; Santos, Anésia Aparecida dos; http://lattes.cnpq.br/1538533464613073As famílias Passifloraceae e Lamiaceae possuem uma grande diversidade natural, sobretudo no Brasil. Diversas espécies já foram relatadas como fonte de compostos bioativos contra diferentes células cancerosas. O objetivo deste foi avaliar o potencial anticâncer e a composição química de extratos de acetato de etila de Passiflora edulis (SPE) e Passiflora setacea (SPS), além dos óleos essenciais de Cyanocephalus rugosus (CR) e Cantinoa carpinifolia (CC), coletadas no Cerrado (MG). A atividade citotóxica foi avaliada através de ensaio de MTT nas linhagens B16F10, 4T1, melan-a, VERO, SW480, HEPG-2, para o cálculo dos valores de IC50 e os índices de seletividade (IS), enquanto o tipo de morte celular e as variações no ciclo celular foram avaliadas em diferentes linhagens por citometria de fluxo e microscopia de luz. Os extratos foram obtidos de sementes, folhas e cascas por extração líquido-líquido e os óleos essenciais foram obtidos de folhas e flores por hidrodestilação e analisados por cromatografia gasosa e espectrometria de massas (CG/EM). Nos extratos SPE e SPS foram identificados apenas ácidos graxos. O ácido linoléico foi o composto majoritário (CM) em ambos, com maiores concentrações em SPE (74,35 %), comparado a SPS (64,75 %), seguido pelos ÁO (ácido oleico) e ÁP (ácido palmítico), em menores concentrações. O ÁO e o ÁP também tiveram suas atividades citotóxicas avaliadas. Os CM no óleo de flores e folhas de CR foram: β-cariofileno (22,84 %), Germacreno D (19,97 %), δ-Acoradieno (11,71 %), Espatulenol (8,30 %) e Tau-cadinol (5,30 %); no óleo de folhas de CR foram: Germacreno D (16,11 %), β- cariofileno (12,51 %), Espatulenol (12,16 %), δ-Acoradieno (11,98 %) e Óxido de cariofileno (6,49 %); no óleo de flores de CC: α-Tujona (43,13 %), Sabineno (8,86 %), Espatulenol (7,92 %), Óxido de cariofileno (5,41 %) e β-Tujona (5,13 %) e no óleo de folhas de CC: α-Tujona (46,049 %), Espatulenol (6,72 %), Sabineno (6,062 %), Isocariofileno (5,093 %) e α-Copaeno (4,797 %). O IS de SPS foi de 2,64 para B16F10 e 8,03 para SW480, enquanto SPE exibiu IS de 10,91 para a mesma. O ÁP exibiu IS de 2,19 para 4T1. O IS do óleo de folhas e flores de CR foi de 4,72 para HEPG-2 e do óleo das flores de CC foi de 2,71 para SW480. O tipo de morte celular desencadeado pelo extrato SPS nas células B16F10 foi a apoptose e para SW480 foi observado um acúmulo de células na fase G2-M associado a um aumento de DNA fragmentado e células vacuolizadas. Nas células 4T1 o ÁP também levou ao acúmulo de células em G2-M e aumento de fragmentação do DNA. O mecanismo de ação identificado para o óleo de folhas de CR nas células HEPG-2 foi morte celular por apoptose com fragmentação do DNA. Enquanto os óleos de folhas e flores de CR e das flores de CC induziram a morte celular por apoptose, conforme foi identificado na análise de morfologia celular por microscopia de luz. Esses achados indicam que os extratos SPE e SPS e os óleos essenciais de CR e CC possuem atividade anticâncer com seletividades promissoras in vitro e podem ser considerados na busca por compostos naturais com atividade anticâncer. Palavras-chave: Câncer. Cerrado. Espatulenol. Hyptis. Maracujá. MTT. Rosmarinho.Item Atividade ectonucleotidásica e localização celular das NTPDases nos tripanosomatídeos Trypanosoma cruzi e Leishmania tarentolae(Universidade Federal de Viçosa, 2015-09-09) Valle, Myrian Augusta Araujo Neves; Fietto, Juliana Lopes Rangel; http://lattes.cnpq.br/4072728777790263Dentre as moléculas utilizadas pelos tripanosomatídeos para invadir a célula hospedeira estão as E-NTPDases, que são enzimas capazes de hidrolisar nucleotídeos tri e/ou difosfatados nos seus produtos monofosfatados. As propostas do presente trabalho foram avaliar a atividade ectonucleotidásica e a localização celular da NTPDase-1 nas cepas Berenice-62, Colombiana e nos clones CL-Brener e CL-14 de T. cruzi e das NTPDases em L. tarentolae, bem como a capacidade dessas enzimas em participar do processo de adesão. Além disto, avaliar o efeito da fase de crescimento, meio de cultura e choque térmico sobre a atividade e localização NTPDase-1 na cepa Colombiana. Os resultados deste trabalho mostraram de forma geral as atividades na fase logarítimica maiores que na fase estacionária. A NTPDase-1 participa da adesão dos parasitos da cepa Y. Pelas análises ultraestruturais da localização subcelular da NTPDase-1 foi possível observar marcações distribuídas em diversas regiões da célula. Quando se analisou a influência do meio de cultivo e choque térmico na atividade ectonucleotidásica de T. cruzi observou-se maior hidrólise dos nucleotídeos em meio Grace’s 20% SFB sem choque térmico, na fase exponencial. O choque térmico em meio LIT mostrou-se mais eficaz quando comparado à temperatura de 28°C e ao meio Grace’s 20% SFB. A inibição por suramina mostrou um perfil bem variado. A NTPDase-1 da cepa Colombiana participa da adesão celular. Em L. tarentolae os resultados confirmaram por microscopia eletrônica e confocal a presença das NTPDases em diversas organelas e na superfície celular, e mostraram uma preferência pela hidrólise de ATP tanto em formas procíclicas como metacíclicas. As NTPDases foram também parcialmente inibidas na presença de suramina. Além de participarem da adesão celular de L. tarentolae em macrófagos. Este trabalho mostrou a importância das E-NTPdases em tripanosomatídeos mesmo em espécie não patogênica para humanos.Item Atividade nematicida de proteases extracelulares do fungo nematófago Arthrobotrys cladodes(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-05) Silveira, Wendeo Ferreira da; Oliveira, Leandro Licursi de; http://lattes.cnpq.br/1018105953184978Fungos nematófagos são controladores naturais de nematoides parasitos de plantas e animais. São amplamente usados no controle biológico de nematoides parasitos gastrintestinais (NPG) de ruminantes por reduzir formas de vida livre nas pastagens. O processo de captura de nematoides segue uma ordem de eventos que envolve atração, adesão, penetração e degradação da cutícula do nematoide. As fases de penetração e degradação, envolvem a produção e secreção de enzimas extracelulares capazes de hidrolisar a cutícula dos nematoides, causando sua morte. Proteases de Arthrobotrys cladodes (CG719) foram purificadas por cromatografia de troca aniônica (Mono Q) e gel filtração em coluna Protein-Pak em sistema HPLC. A atividade nematicida das proteases foi testada em larvas infectantes (L 3 ) de nematoides parasitos gastrintestinais de ruminantes. O efeito sobre a bainha e cutícula das larvas foi observado por microscopia eletrônica de varredura e transmissão. As proteases purificadas chamadas de proteases de Arthrobotrys cladodes I (AcPI) e proteases de Arthrobotrys cladodes II (AcPII), têm massa molecular estimada de 56 e 39 kDa, respectivamente. A atividade enzimática dessas proteases foi maior em pH neutro a alcalino (7-8) e em temperaturas de 55 a 60°C. Ambas foram inativadas pelo inibidor fluoreto de fenilmetilsulfonilo (PMSF) sugerindo pertencerem ao grupo das serina proteases. As proteases apresentaram maior atividade enzimática na presença do íon metálico Ca +2 . A fração de protease, purificada por cromatografia de troca aniônica, apresentou atividade larvicida provocando a morte de 53% das L 3 de NPG após 24 h de exposição. As AcPI e AcPII causaram mortalidade de 31 e 27% das L 3 , respectivamente, após 24 h, sugerindo ação aditiva na degradação da cutícula dos nematoides. Na microscopia eletrônica de varredura e transmissão, foram observadas alterações morfológicas, descamações, danos na camada basal, epicutícula, “annulis”, “furrows”, “alae”, hipoderme, e musculatura. Em algumas regiões, a camada cortical foi inteiramente destruída. Lesões provocaram extravasamento de líquido intracelular e perda de tecido. Proteases extracelulares secretadas por A. cladodes foram eficientes na penetração e degradação da cutícula de nematoides. Estas enzimas romperam a integridade física e fisiológica da dupla cutícula de L 3 de NPG. Isto pode permitir o desenvolvimento de fármacos para agir, diretamente, sobre helmintos ou, de forma sinérgica, com medicamentos comerciais.Item Avaliação da atividade antimetastática em células de melanoma in vitro de compostos derivados do ácido cinâmico e de isobenzofuranonas(Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-16) Lima, Graziela Domingues de Almeida; Neves, Mariana Machado; http://lattes.cnpq.br/3626868535434928O melanoma cutâneo é um problema de saúde pública mundial, por ser um tumor sólido altamente metastático. Compostos sintéticos têm sido desenvolvidos no intuito de combater atividades das células tumorais, como migração, invasão, adesão e proliferação. Dentre eles, compostos derivados do ácido cinâmico e isobenzofuranonas têm apresentado importante atividade antimetastática. Por isso, o objetivo deste estudo foi avaliar a atividade antimetastática in vitro de dois grupos de compostos, 26 compostos derivados do ácido cinâmico e 25 isobenzofuranonas, frente ao comportamento metastático de células de melanoma cutâneo murino B16-F10. Inicialmente, determinou-se a concentração não citotóxica de derivados destes dois grupos químicos frente à linhagem B16-F10. Como a concentração de 100 μmol L −1 foi aquela considerada não citotóxica, todos os ensaios subsequentes foram realizados utilizando concentrações inferiores ou iguais a esta. Posteriormente, os compostos derivados do ácido cinâmico e as isobenzofuranonas foram avaliados quanto ao efeito antimigratório sobre células B16-F10. Os compostos 9a e 1f foram mais efetivos nas concentrações de 100 μmol L −1 e 50 μmol L −1 . Tanto o composto 9a, um derivado do ácido cinâmico com porção 1,2,3-triazólica contendo um grupo fenilo, quanto o composto 1f, uma isobenzofuranona funcionalizada na posição C3 contendo hidroxilas nas posições C-2' e C-6' do anel aromático, apresentaram atividade antimetastática e antiproliferativa significativa contra células B16-F10. No caso do composto 9a, seu efeito biológico foi atribuído à sua interação com o sítio ativo das metaloproteinases -9 e -2 pelo estudo de docking molecular. Já para o composto 1f, sugerimos que seu efeito inibidor é devido à sua interação com proteínas PKC. Os dois compostos derivados apresentam uma característica em comum, que é a presença de estruturas químicas heterocíclicas na sua composição. Em conclusão, nossos resultados mostraram que derivados do ácido cinâmico podem inibir o comportamento metastático de células B16-F10 in vitro, possivelmente por interferir na atividade de metaloproteinases de matriz. Adicionalmente, nossos resultados mostraram pela primeira vez que isobenzofuranonas sintéticas podem inibir a invasividade de células B16-F10 in vitro. Portanto, os compostos 9a e 1f apresentam potencial para o uso no desenvolvimento de novos candidatos para o tratamento do melanoma cutâneo.Item Avaliação da segurança da farinha de feijão branco comercial em modelo murino(Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-10) Coelho, Patrizia Mello; Oliveira, Leandro Licursi de; http://lattes.cnpq.br/2333658294552706A suplementação de feijão comum (Phaseolus vulgaris) “in natura” causa perda de peso corporal associado à deficiência na absorção de nutrientes e mudanças histopatológicas. Este efeito tem sido atribuído à fitohemaglutinina (PHA) presente em altas concentrações no feijão vermelho e branco. O objetivo principal deste trabalho visa avaliar a segurança da farinha de feijão branco comercial como suplemento dietético, devido a possíveis malefícios decorrentes, principalmente, da presença de fitohemaglutininas. Animais foram tratados por 14 dias com extrato da farinha de feijão branco (EFFB) nas doses de 2,65g/kg e 5,30g/kg. Após a suplementação com EFFB foi observado significativa redução no peso corporal acompanhado da redução dos valores médios de glicemia, de uma maneira dose dependente, em ambos os grupos em relação ao grupo controle. Também foram observadas mudanças estruturais significativas no epitélio intestinal, como redução na altura das vilosidades intestinais acompanhada pelo aumento da profundidade das criptas e índice mitótico em ambos os tratamentos. Adicionalmente, camundongos tratados com a 5,30g/kg do EFFB apresentaram infiltrado inflamatório mononuclear na lâmina própria da mucosa intestinal acompanhado do aumento dose dependente da dosagem da quimiocina MCP-1 e óxido nítrico, porém sem causar estresse e danos oxidativos intestinais. Os efeitos deletérios oriundos do uso do EFFB não são perenes, uma vez que os animais tratados, após 14 dias sem os estímulos da FFB apresentaram reparo da integridade da mucosa do jejuno intestinal e restabelecendo os valores de glicemia, minimizando o impacto dos tratamentos sobre a perda de peso corporal, visto que os camundongos voltaram a ganhar peso. Em conclusão, a farinha de feijão comercial não se apresentou segura como suplementação dietética por via oral nas dosagens utilizadas devido aos efeitos antinutricionais e imunomoduladores, possivelmente, causados pela presença de lectina nas doses dos EFFB.Item Avaliação da toxicidade de elementos metálicos no metabolismo de Cassia grandis L. (Fabaceae)(Universidade Federal de Viçosa, 2021-03-17) Marinato, Claudio Sergio; Oliveira, Juraci Alves de; http://lattes.cnpq.br/2368080839368903Áreas impactadas por rejeitos de mineração, apresentam-se contaminadas por misturas complexas de elementos metálicos, que podem reduzir a eficiência dos processos de fitorremediação. Este trabalho avaliou os efeitos da combinação de elementos metálicos sobre diferentes fases de desenvolvimento da espécie arbórea Cassia grandis. Sementes e mudas foram expostas aos elementos metálicos ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), chumbo (Pb), cádmio (Cd) e arsênio (As). A taxa de germinação, o índice de velocidade de germinação (IVG), as concentrações de elementos minerais, de peróxido de hidrogênio (H 2 O 2 ) e de malondialdeído (MDA), a atividade enzimática antioxidante, as trocas gasosas, a fluorescência da clorofila, as concentrações de pimentos e alterações nos tecidos foram analisadas. A combinação dos elementos metálicos não afetou a porcentagem de germinação, mas o IVG foi superior ao controle. A combinação de elementos metálicos promoveu efeitos sinérgicos e antagônicos sobre a absorção dos diferentes elementos, estimulando a produção de antocianinas e a atividade de enzimas antioxidantes. A presença de As, isolado e em mistura com os outros elementos metálicos promoveu a inibição da fotossíntese e aumento das concentrações de MDA, denotando incremento da peroxidação lipídica e danos aos tecidos. Nas plantas expostas a elementos metálicos sem a presença de As ocorreu incremento do sistema antioxidante que minimizou os danos antioxidantes. Palavras-chave: Fitoestabilização. Metais pesados. Mineração. Tolerância.Item Avaliação de danos teciduais após vacinação com proteína recombinante lipofosfoglicano-3 e revisão sistemática da associação de drogas visando o controle da leishmaniose visceral(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-14) Bastos, Daniel Silva Sena; Silva, Eduardo de Almeida Marques da; http://lattes.cnpq.br/8150411743371416Contextualização: Leishmaniose visceral (LV) é considerada uma doença tropical negligenciada causada por Leishmania infantum no norte da África, Europa e América Latina e no subcontinente da Índia e leste da África ocorre prevalência de Leishmania donovani. A doença é amplamente distribuída ao redor do mundo e se tornou um problema de saúde pública em 88 países. O tratamento atual para LV é limitado a quimioterapia utilizando antimônios pentavalentes seguido de pentamidina ou anfotericina B como segunda escolha. Entretanto estas drogas possuem efeitos adversos marcantes e apresentam baixa eficácia em alguns casos. Além disso, não existem vacinas disponíveis para programas de imunização em massa para o controle efetivo da doença. Objetivos: i) Avaliar efeito da infecção por Leishmania infantum chagasi no fígado de camundongos vacinados com a proteína recombinante lipofosfoglicano-3, considerando os parâmetros de dano tecidual e resposta inflamatório produzido pela vacina; ii) Verificar a efetividade da combinação de drogas para o tratamento da LV através de uma revisão sistemática. Métodos: i) Utilizamos a proteína recombinante LPG3 (rLPG3) como imunógeno em camundongos BALB/c antes do desafio com formas promastigotas de L. infantum chagasi. Os animais foram separados em 5 grupos: NI: animais não infectados; NV: não vacinados; SAP: imunizado com saponina; rLPG3: imunizado com rLPG3; rLPG3 + SAP: imunizado com rLPG3 mais SAP. A experimento foi conduzida em réplica e o protocolo de vacinação consistiu em três doses subcutâneas de rLPG3 (40 µg + dois reforços de 20 µg). Os camundongos foram desafiados três semanas após a última imunização; ii) As diretrizes do PRISMA (Principais Itens para Relatar Revisões sistemáticas e Meta-análises) foram adotadas para a realização da revisão sistemática. A plataforma SYRCLE’s Risk of Bias foi utilizada para análise da qualidade metodológica dos estudos. Resultados: i) Nossos resultados demostraram que a imunização com rLPG3 + SAP reduziu o parasitismo em 99%, conferindo proteção imunológica ao fígado dos animais infectados. A imunização aumentou as defesas oxidantes, aumentando a atividade de CAT e GST enquanto reduziu os marcadores de dano oxidativo como H2O2 e NO3/NO2 e proteína carbonilada. Como consequência, a imunização com rLPG3 + SAP preservou integridade tecidual e reduziu a formação de granuloma, infiltrado inflamatório, e as concentrações séricas de AST, ALT, ALP; ii) A combinação de drogas é efetiva, reduzindo o parasitismo, a dosagem e o tempo de tratamento fazendo com que o tratamento apresente menos efeitos adversos. Conclusão: Nossos resultados mostram que a vacina com rLPG3 confere proteção em camundongos desafiados com L. infantum chagasi, enquanto previne os efeitos prejudiciais causados pela vacina além da infecção. Nós acreditamos que a combinação de drogas para o tratamento da LV é eficiente, entretanto a heterogeneidade dos estudos torna difícil a obtenção de uma evidência clara. Palavras-chave: LPG3. Leishmaniose Visceral. Morfologia do Fígado. Estresse Oxidativo. Vacina.