Ciências Biológicas e da Saúde
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Item Anatomia foliar de Chamaecrista Moench. (Leguminosae-Caesalpinioideae) como subdídio à taxonomia e à filogenia(Universidade Federal de Viçosa, 2010-12-20) Francino, Dayana Maria Teodoro; Azevedo, Aristéa Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787822Y7; Meira, Renata Maria Strozi Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706996Y7; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4773385A2; Garcia, Flávia Cristina Pinto; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785078H2; Santos, Bruno Francisco Sant'anna dos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4764362Z1; Conceição, Adilva de Souza; http://lattes.cnpq.br/0187404140153844Chamaecrista (ca. 330 espécies) é um dos maiores gêneros de Caesalpinioideae-Leguminosae, com centro de diversidade na região leste e centro-oeste do Brasil. Tradicionalmente o gênero é dividido em seis seções: Apoucouita, Absus, Grimaldia, Chamaecrista, Caliciopsis e Xerocalyx, sendo Absus a maior seção com ca. 170 espécies. Esta seção é dividida em 4 subseções: Adenophyllum, Baseophyllum, Otophyllum e Absus, sendo a última a maior com cerca de 160 espécies divididas em 31 séries, pouco sustentada com base nos caracteres morfológicos. Estudos moleculares suportam a monofilia para Chamaecrista, todavia as seções são parafiléticas. Atualmente na busca por ferramentas complementares à filogenia molecular, os estudos anatômicos tem-se mostrado promissores auxiliando na taxonomia e filogenia. O presente estudo teve como objetivo caracterizar anatomicamente as folhas de 55 espécies de Chamaecrista e avaliar a importância destes caracteres como subsídio a taxonomia e filogenia do gênero. Objetivou-se ainda caracterizar a morfoanatomia e o desenvolvimento dos nectários extraflorais de Chamaecrista desvauxii var. langsdorfii e Ch. debilis, bem como, detectar a presença de glicose no exsudado. Para caracterização estrutural as amostras foram processadas conforme metodologia usual em anatomia vegetal. Para descrição dos estádios de desenvolvimento dos nectários extraflorais amostras de pecíolo em diferentes fases de desenvolvimento foram selecionadas. Métodos estatísticos multivariados como análises de componentes principais (PCA) e de agrupamento (cluster análises) foram aplicadas na interpretação dos caracteres anatômicos. Análise de máxima parcimônia com base nos caracteres anatômicos foram conduzidas para 24 das 55 espécies estudadas sendo que tais espécies já haviam sido incluídas em estudos anteriores de filogenia molecular. Os clados obtidos com base nos caracteres anatômicos foram comparados aos obtidos na filogenia molecular. Caracteres xeromórficos como isobilateralidade, mesofilo compacto, presença de indumento, intensa vascularização, tecido de sustentação abundante e parede periclinal externa das células epidérmicas espessadas são comuns entre as Chamaecrista diferindo em quantidade e distribuição entre as espécies. Todas essas características representam adaptações das espécies ao ambiente de campo rupestre. A análise fenética corrobora em parte a classificação para o gênero Chamaecrista, principalmente ao nível de seção e subseções. Os caracteres anatômicos que se destacaram na delimitação dos subgrupos foram: distribuição dos tricomas secretores, diâmetro da cabeça secretora do tricoma, morfologia da nervura mediana, células mucilaginosas, distribuição dos tricomas tectores, distribuição dos estômatos, presença e tipo de estruturas secretoras e padrão de venação. Os resultados obtidos confirmam a filogenia molecular que sugere a elevação do status taxonômico da subseção Baseophyllum à seção Baseophyllum e a inserção da seção Grimaldia na seção Absus. Os dados anatômicos mostram também que a classificação em séries da subseção Absus é artificial e destaca que são necessários estudos adicionais, aliando pesquisas taxonômicas e filogenéticas, morfológicas ou moleculares, para melhor delimitação e compreensão das relações ao nível infragenérico. As estruturas secretoras peciolares de Ch. desvauxii var. langsdorfii e de Ch. debilis são nectários extraflorais como demonstrado pela estrutura anatômica, pela presença de glicose na secreção e pela constatação histoquímica da presença de carboidratos nas células secretoras. Os NEFs de ambas as espécies apresentam epiderme unisseriada e três regiões internas: porção secretora subepidérmica; vascularização constituída por floema e xilema e região parenquimática ao redor da vascularização. Os NEFs originam- se da atividade da protoderme, do meristema fundamental e do procâmbio, e entram em atividade secretora precocemente, antes da completa expansão da folha. O início do desenvolvimento é marcado pelo aumento do volume das células protodérmicas e por intensa atividade mitótica da protoderme e do meristema fundamental subjacente. Estruturalmente os NEFs de ambas as espécies se assemelham ao descrito na literatura para outras espécies de Caesalpinioideae. A descrição do desenvolvimento de nectários para o gênero Chamaecrista é inédita e os resultados obtidos constituem-se em importante informação para trabalhos de taxonomia em Chamaecrista.Item Anatomia foliar, ontogenia e histoquímica das estruturas secretoras em órgãos vegetativos de Bixa orellana L. (Bixaceae)(Universidade Federal de Viçosa, 2009-05-08) Freitas, Patrícia França de; Otoni, Wagner Campos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786133Y6; Leite, João Paulo Viana; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763897U8; Ventrella, Marília Contin; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763436A2; http://lattes.cnpq.br/4070545561520200; Paiva, élder Antonio Sousa e; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790601A9; Azevedo, Aristéa Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787822Y7; Silva, Luzimar Campos da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4799707J8Bixa orellana L., conhecida como colorau ou urucum, é nativa da América do Sul e se destaca pela importância econômica, principalmente na indústria alimentícia, como fornecedora de um corante natural avermelhado retirado do tegumento das sementes. Este trabalho teve como objetivos caracterizar a anatomia da folha de B. orellana, o desenvolvimento das estruturas secretoras e análise histoquímica da secreção. Porções de ápices de parte aérea, folhas, caules e raízes, em diferentes fases de desenvolvimento, foram fixadas em glutaraldeído 2,5% ou FAA50, estocadas em etanol 70% e incluídas em metacrilato, seguindo o processamento usual para microscopia de luz. A diafanização foi conduzida para o estudo da venação. Para a análise histoquímica, material fresco foi seccionado em micrótomo de mesa e submetido a diversos corantes e reagentes. Para a caracterização micromorfológica, o material foi submetido às técnicas usuais para microscopia eletrônica de varredura. A análise anatômica da folha indica que B. orellana segue os padrões anatômicos gerais já relatados para Bixaceae, mas apresenta detalhadamente a distribuição de estruturas secretoras. Tricomas peltados são abundantes nos ápices caulinares, mas se tornam senescentes e esparsos em órgãos em expansão. A ontogenia dos tricomas peltados segue o padrão encontrado em tricomas secretores, mas a secreção (terpenos e flavonóides) fica acumulada nas células da cabeça, sem a formação de um espaço subcuticular típico. Estruturas secretoras de bixina ocorrem em todos os órgãos vegetativos e têm origem e desenvolvimento pluricelulares. Há incorporação gradativa de células que têm paredes comuns degradadas, formando uma estrutura pluricelular delimitada pelas paredes externas remanescentes, que progride com a formação de um espaço central, degradação de núcleos e acúmulo de secreção lipídica. Os canais, que secretam mucilagem e ocorrem apenas na parte aérea, têm desenvolvimento lisígeno. Células taníferas ocorrem associadas ao tecido vascular em todos os órgãos vegetativos. Análises ultra-estruturais são necessárias para o esclarecimento de questões relacionadas ao desenvolvimento das estruturas secretoras de B. orellana, como a confirmação da origem e desenvolvimento pluricelular das estruturas secretoras de bixina, o processo de síntese da bixina e a compartimentalização da secreção nos tricomas peltados.Item Atividade das bacteriocinas bovicina HC5 e nisina sobre o crescimento e a resistência térmica de Alicyclobacillus acidoterrestris em sucos de frutas(Universidade Federal de Viçosa, 2008-06-19) Souza, Aryádina Mara Ribeiro de; Vanetti, Maria Cristina Dantas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783874H3; Moraes, Célia Alencar de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781007D6; Mantovani, Hilário Cuquetto; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727026Z7; Passos, Flávia Maria Lopes; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781817D3; Bazzolli, Denise Mara Soares; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761710D6; Ferreira, Sukarno Olavo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786429E5Aguardando liberação do SIGILOItem Os caminhos da memória: trajetórias de mulheres no esporte universitário viçosense na década de 1970(Universidade Federal de Viçosa, 2010-12-13) Zeferino, Jaqueline Cardoso; Pereira, Eveline Torres; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797481T0; Barletto, Marisa; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763744U6; Salles, José Geraldo do Carmo; http://lattes.cnpq.br/9840214095117786; http://lattes.cnpq.br/5585472929311467; Ferreira, Maria Elisa Caputo; http://lattes.cnpq.br/5946302960721307; Bevilacqua, Paula Dias; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727999P6Este trabalho tematiza a participação feminina no esporte universitário viçosense na década de 1970. O objetivo central desta pesquisa é analisar a participação de mulheres no espaço esportivo universitário a partir da memória construída nas narrativas de nove mulheres sobre suas trajetórias esportivas. Mais especificamente buscamos compreender os processos de iniciação, inserção e atuação nos esportes universitários; identificar os fatores que possibilitaram ou dificultaram estes processos; registrar trajetórias particulares que construíram a história do esporte universitário na cidade de Viçosa; identificar os contextos apresentados nas narrativas, identificar e analisar como o gênero marca o discurso, as experiências e a memória das mulheres entrevistadas. Para tanto, nos apoiamos no método da história oral e nos estudos de gênero. Constituem-se fontes primárias as narrativas obtidas por meio de entrevistas em torno de três eixos temáticos: iniciação às práticas esportivas; inserção e atuação nas práticas esportivas universitárias viçosenses; ser mulher esportista universitária. As narrativas foram transcritas, textualizadas e agrupadas em categorias de análise. Entrevistei mulheres que tinham em comum um espaço social dominante em suas trajetórias de vida: o esporte universitário. Desta maneira, identificamos fios condutores das narrativas e importantes pontos de referência que estruturaram a memória pessoal das entrevistadas, inserindo-a na memória do grupo. As brincadeiras de rua, a figura paterna, a prática do voleibol na escola e a opção pelo esporte são alguns elementos que compõem o mapa de memória das entrevistadas. As lembranças da antiga Praça de Esportes, da Liga Universitária Viçosense de Esportes/LUVE e dos Jogos Universitários constituem-se verdadeiros lugares de memória que sinalizam e demarcam os caminhos percorridos, tanto para a estruturação das narrativas quanto para a conquista do espaço esportivo nos anos de 1970. Foi possível identificar que a participação de mulheres no esporte universitário viçosense se fez por um processo lento de infiltração, disputas e negociações.Item Caracterização das reservas de carbono e metabolismo de lipídeos em Pisolithus(Universidade Federal de Viçosa, 2008-10-17) Campos, André Narvaes da Rocha; Borges, Arnaldo Chaer; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783573Z8; Queiroz, Marisa Vieira de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785812Z5; Costa, Maurício Dutra; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728228J5; http://lattes.cnpq.br/4718389161844570; Pereira, Olinto Liparini; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767879D4; Paula Júnior, Trazilbo José de; http://lattes.cnpq.br/7899276097018876; Ferreira, Célia Lúcia de Luces Fortes; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4793681U9A mobilização de reservas de carbono é passo metabólico importante para a basidiosporogênese, a germinação de esporos e o estabelecimento das associações ectomicorrízicas. O objetivo deste trabalho foi o de estudar a composição das reservas de carbono durante as etapas de desenvolvimento do basidiocarpo de Pisolithus sp. e de investigar as vias de mobilização destes compostos no micélio, nas micorrizas e nos corpos de frutificação. As análises histoquímicas realizadas revelaram a presença de glicogênio no interior dos basídios e ao longo do desenvolvimento dos esporos. O RNA e as proteínas totais foram detectados nos basídios jovens, enquanto nos esporos maduros detectou-se apenas o RNA. Demonstrou-se a presença e a importância de diferentes biomoléculas no basidiocarpo, confirmando que os lipídeos são o tipo de reserva mais abundante. A análise dos ácidos graxos nas fases de desenvolvimento do basidiocarpo revelou que a composição em lipídeos não varia com a morfologia ou origem geográfica dos corpos de frutificação, sendo o 18:2w6,9 o mais abundante no início do desenvolvimento e o 18:1w9 o predominante nos esporos maduros. A análise de bancos de ESTs, construídos a partir de ectomicorrizas maduras de Pisolithus, permitiu a identificação de genes que codificam as enzimas de diferentes etapas do metabolismo lipídico, além dos que codificam enzimas da glicólise e da gliconeogênese. Os genes que codificam isocitrato liase e malato sintase foram identificados por meio de primers de seqüência degenerada, sendo as seqüências completas obtidas por meio da técnica de Genome Walking. Os genes da isocitrato liase, em ORF de 1897 pb, e o da malato sintase, de 1880 pb, apresentam ambos 5 íntrons e proteínas de 540 aa. A localização deduzida da isocitrato liase é peroxissomal, enquanto a da malato sintase não pôde ser inferida com base na seqüência protéica. Os padrões de expressão gênica para as micorrizas funcionais estabelecidas entre Pisolithus e Eucalyptus globulus e Populus trichocarpa são similares, como revelado pela análise de expressão dos genes do metabolismo lipídico, do ciclo do glioxilato e da gliconeogênese, em PCR em Tempo Real. A exceção foi a regulação positiva dos genes de enzimas de síntese e modificação de ácidos graxos na micorriza P. microcarpus-E. globulus. Os padrões de expressão gênica de peridíolos indiferenciados e jovens foram similares, sendo as principais alterações observadas nos peridíolos maduros e esporos internos. A regulação positiva dos genes relacionados à β-oxidação e ao ciclo do glioxilato nos peridíolos maduros evidencia a utilização de lipídeos durante a formação dos esporos. Da mesma forma, o aumento das taxas de expressão dos genes relacionados à síntese de ácidos graxos nos esporos internos sugere que a síntese das reservas lipídicas ocorre no interior desses propágulos. Os genes que codificam enzimas do ciclo do glioxilato e gliconeogênese no micélio vegetativo são regulados positivamente na presença de acetato e reprimidos por glicose. No entanto, o micélio não foi capaz de metabolizar o [2-13C] acetato de sódio extracelular, acumulando-o nas hifas fúngicas. Após 72 horas de carência de glicose, ocorreu a indução da expressão das enzimas da β-oxidação, do ciclo do glioxilato e da gliconeogênese. Nestas condições, demonstrou-se a ocorrência do consumo das reservas lipídicas nas hifas por meio da coloração com Vermelho do Nilo. A importância do controle transcricional no metabolismo de ácidos graxos de Pisolithus foi demonstrada pela análise conjunta dos dados de expressão gênica com as observações de microscopia e cromatografia gasosa. Os resultados obtidos neste trabalho representam importante avanço na compreensão do metabolismo lipídico em Pisolithus sp.Item Caracterização de cristais em ectomicorrizas de eucalipto, acúmulo de cálcio e produção de ácidos orgânicos pelo micélio(Universidade Federal de Viçosa, 2010-07-07) Pylro, Victor Satler; Silva, Ivo Ribeiro da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4799432D0; Otoni, Wagner Campos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786133Y6; Costa, Maurício Dutra; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728228J5; http://lattes.cnpq.br/8806800138164566; Nascimento, Antonio Galvão do; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797432E8; Neves, Júlio César Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076D4; Campos, André Narvaes da Rocha; http://lattes.cnpq.br/4718389161844570; Borges, Arnaldo Chaer; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783573Z8Fungos ectomicorrízicos associados à raízes de eucalipto podem induzir o armazenamento de cálcio sob a forma de cristais de oxalato de cálcio no sistema radicular da planta hospedeira. Apesar da grande demanda por cálcio pelas plantas desse gênero e a baixa disponibilidade em solos brasileiros, pouco se sabe sobre as capacidades de armazenamento de cálcio e efluxo de ácidos orgânicos exibidas por fungos ectomicorrízicos em função da disponibilidade do elemento. Sendo assim, este trabalho teve por objetivo caracterizar cristais de cálcio presentes em ectomicorrizas de Eucalyptus sp., quanto a sua distribuição, morfologia e composição química, além de avaliar a capacidade de fungos ectomicorrízicos em acumular cálcio e produzir ácidos orgânicos quando cultivados sob diferentes concentrações do elemento. Nas ectomicorrizas de Eucalyptus sp., os cristais foram evidenciados no interior de células corticais radiculares. Três diferentes padrões de distribuição foram observados e classificados como regular, irregular ou homogêneo. A Microscopia Eletrônica de Varredura associada a microssonda de análise de energia dispersiva de raios-X permitiu classificar as morfologias predominantes dos cristais como grânulos e concreções, embora outros tipos morfológicos também tenham sido evidenciados. Cálcio, oxigênio e carbono são os principais elementos constituintes desses cristais, que diante de todos os resultados obtidos foram seguramente caracterizados como cristais de oxalato de cálcio. De modo geral, fungos ectomicorrízicos exibiram um padrão de acúmulo de cálcio no micélio respondendo positivamente ao aumento da concentração do elemento no meio de cultivo. Contudo, a dose de cálcio no meio parece não influenciar a produção de biomassa fúngica. Sob condições de menor concentração de cálcio no meio, os isolados apresentaram maior eficiência de utilização de cálcio. Os ácidos acético/glucônico, butírico, oxálico e cítrico foram detectados no meio de cultivo dos isolados ectomicorrízicos avaliados. A dose de cálcio no meio de cultivo influenciou a exsudação dos ácidos acético/glucônico, butírico e oxálico pelo isolado Pisolithus sp. PT06, que também apresentou a maior produção desses compostos em comparação aos demais e isso pode estar relacionado ao menor acúmulo de biomassa fúngica exibido por esse isolado. A concentração do ácido butírico no meio do isolado Pisolithus tinctorius PTFRA foi influenciada pela dose de cálcio, sendo maior onde a concentração de cálcio era menor, padrão semelhante ao do isolado Pisolithus sp. PT06. Este é o primeiro relato sobre a morfologia detalhada e constituição química de cristais predominantes em ectomicorrizas de eucalipto. Além disso, os resultados apresentados corroboram o papel de fungos ectomicorrízicos na aquisição de cálcio do solo e sugerem que diferentes isolados podem apresentar capacidades distintas de atuação nos processos envolvendo a ciclagem do cálcio, seja pelo efluxo de ácidos orgânicos e/ou acúmulo na biomassa.Item Caracterização do mecanismo de sinalização por quorum sensing em Salmonella enterica sorovar Enteritidis(Universidade Federal de Viçosa, 2012-06-25) Campos-galvão, Maria Emilene Martino; Araujo, Elza Fernandes de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783675E2; Ribon, Andréa de Oliveira Barros; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727026E6; Vanetti, Maria Cristina Dantas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783874H3; http://lattes.cnpq.br/0138653182683527; Fantuzzi, Elisabete; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761222A8; Santos, Miriam Teresinha dos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786872Z0; Pinto, Uelinton Manoel; http://lattes.cnpq.br/4416935405600300Quorum sensing (QS) é um sistema de comunicação entre bactérias dependente da densidade populacional, no qual as bactérias produzem, detectam e respondem a compostos sinalizadores de baixa massa molecular, os autoindutores (AIs). Salmonella apresenta sistemas de QS regulados por três diferentes AIs; AI-1, AI-2 e AI-3, que têm função ainda pouco elucidada. Neste trabalho foram identificados e caracterizados os sistemas de QS mediados pelos AIs 1 e 2 no patógeno humano Salmonella enterica sorovar Enteritidis PT4 578, isolado de carcaça de frango. As análises foram feitas in silico e in vitro. Foi acompanhado o crescimento de Salmonella Enteritidis na presença dos AIs-1sintéticos, as N-acil homoserina lactonas (AHLs): C6-HSL (homoserina lactona), C8-HSL, C10-HSL e C12-HSL e verificou-se que esses AIs não interferiram no crescimento deste patógeno. A confirmação de que Salmonella Enteritidis não sintetiza AI-1 foi feita por análise em cromatografia em camada fina. A partir do genoma de Salmonella Enteritidis PT4, previamente depositado no GenBank, foi confirmado que a regulação do QS mediado pelo AI-2 segue o modelo proposto para Salmonella enterica sorovar Typhimurium. A análise da sequência de nucleotídeos codificadora da proteína SdiA, reguladora do QS mediado pelo AI-1, demonstrou a conservação do gene sdiA neste sorovar. O conhecimento de fenótipos regulados pelo sistema QS pode contribuir para a elucidação de processos importantes na microbiologia de alimentos e permitir a elaboração de estratégias de controle deste patógeno. Portanto, foi avaliada a formação de biofilmes em microplaca de poliestireno por Salmonella na presença de AIs-1 (C6- HSL, C8-HSL, C10-HSL e C12-HSL) na concentração final de 50 nM no meio de cultivo. Foi constatado que, na presença de Ais e, em condições de cultivo em anaerobiose, Salmonella Enteritidis apresentou formação de biofilme mais denso e compacto em superfícies de poliestireno. A C12-HSL foi, dentre as AHLs analisadas, a que apresentou maior interferência nesse fenótipo. A formação de biofilme mais intensa na presença de C12-HSL em superfície de poliestireno também foi constatada por microscopia de varredura e microscopia confocal. Para comprovar a regulação do fenótipo de formação de biofilme pelo AI-1, o experimento foi repetido na presença de uma mistura de diferentes furanonas, inibidores de QS. A redução substancial de células aderidas na presença de furanonas confirma o efeito estimulador dos AIs-1 na formação de biofilmes por Salmonella Enteritidis PT4. Por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real, foi comprovado que C12-HSL promoveu maior expressão dos genes lpfA, fimF, fliF e glgC, de importância para a formação de biofilmes, assim como, dos genes de virulência hilA, invA e invF. Estes resultados evidenciam, pela primeira vez, a função da SdiA na detecção de moléculas sinais produzidas por outras bactérias gram-negativas na modulação de fenótipos importantes para a sobrevivência e virulência de Salmonella Enteritidis.Item Caracterização microbiológica e nutricional, aceitação sensorial e estabilidade de ácido fólico e tiamina em arroz fortificado (Ultra Rice®) após diferentes técnicas de cocção(Universidade Federal de Viçosa, 2012-08-01) Silveira, Carlos Mário Martins; Moreira, Ana Vládia Bandeira; http://lattes.cnpq.br/6652079503230619; Sant ana, Helena Maria Pinheiro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791293J1; http://lattes.cnpq.br/3151690646439858; Duarte, Maria Sônia Lopes; http://lattes.cnpq.br/0643907110512852; Chaves, José Benício Paes; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787754A9; Pirozi, Mônica Ribeiro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782511T6O presente estudo teve como objetivo realizar a caracterização microbiológica e nutricional de grãos crus de UR® fortificados com ferro, zinco, tiamina e ácido fólico e avaliar a aceitação sensorial, o conteúdo e a estabilidade de ácido fólico e tiamina em preparações de UR® adicionado ao arroz polido após diferentes técnicas de cocção. Foram realizadas análises microbiológicas nos grãos de UR® crus para a enumeração de coliformes a 45ºC, Salmonella, Bacillus cereus, fungos e leveduras, segundo metodologia preconizada por DOWNES e ITO (2001). A análise da composição nutricional dos grãos de UR® crus foi realizada por meio das técnicas recomendadas pela AOAC (2002). Foram otimizados métodos para análise do conteúdo de ácido fólico e tiamina por cromatografia líquida de alta eficiência de fase reversa acoplada a detector de arranjos de diodos (CLAE-FR-DAD) nos grãos de UR® crus e no UR® adicionado ao arroz polido antes e após cocção. O conteúdo de ferro e zinco foi determinado por espectrofotometria de absorção atômica. O conteúdo e estabilidade de tiamina e ácido fólico foram avaliados após cocção em escala laboratorial (refogado em óleo de soja e cozido em água, cozido em água, e cozido em água em forno de micro-ondas) e em Unidade de Alimentação e Nutrição-UAN (cozido em água), utilizando o UR® adicionado ao arroz polido numa proporção de 1:100, totalizando 4 tratamentos e 5 repetições para extração de tiamina e ácido fólico. A análise estatística dos dados foi realizada com os tratamentos dispostos no delineamento inteiramente casualizado, utilizando-se a análise de variância seguida do teste de Duncan ( = 5%) para comparação entre as médias. Para análise da aceitabilidade sensorial das preparações foi utilizada a escala hedônica de nove pontos, sendo avaliados os atributos odor, sabor, textura e impressão global. Os dados da aceitação foram avaliados por meio da análise de variância, seguida pelo teste de Tukey ( = 5%), para comparação entre as médias e da técnica de mapa de preferência interno, baseado no modelo de análise de componentes principais. O UR® cru apresentou contagem de micro-organismos ausente ou inferior ao permitido pela legislação sanitária. Em relação à composição nutricional do UR® cru foram encontrados (em 100g) 0,12 g de lipídios; 7,26 g de proteínas; 0,96 g de fibra alimentar total; 79,75 g de carboidratos; 821,24 mg de ferro; 142,15 mg de zinco, 161,72 mg de tiamina e 20, 95 mg de ácido fólico. Os métodos otimizados apresentaram boa resolução dos picos das vitaminas pesquisadas e excelente recuperação para tiamina e ácido fólico (82,6 a 104% e 87,5 a 96% respectivamente), repetibilidade com desvio padrão relativo das áreas dos picos e dos tempos de retenção menor que 10% e altos coeficientes de determinação (0,9998 para tiamina e 0,9997 para ácido fólico). Os limites de detecção e quantificação foram baixos (0,00193μg e 0,0193μg para tiamina e 0,000934μg e 0,00934μg para ácido fólico, respectivamente), demonstrando alta sensibilidade. A preparação cozida em forno de micro-ondas apresentou conteúdo de tiamina estatisticamente maior (0,3627 mg/100g) que as demais preparações, enquanto que, para ácido fólico, não houve diferença significativa entre as preparações (conteúdo médio de 0,0759 mg/100g). Após as diferentes técnicas de cocção, as preparações de UR® adicionado ao arroz polido apresentaram retenção bem mais elevada do ácido fólico (entre 75,69 a 96,11%) quando comparada àquela obtida para tiamina (entre 49,66 a 65,41%). A retenção de tiamina foi maior quando se utilizou a cocção em forno de micro-ondas (65,4%), enquanto que para as demais técnicas de cocção a retenção foi estatisticamente igual (média de 52,1%). Para ácido fólico, a maior retenção foi obtida com a preparação refogada em óleo e cozida em água (96,1%), sendo que para as outras técnicas de cocção não houve diferença significativa (p > 0,05). Considerando-se uma porção de arroz, a preparação cozida em forno de micro-ondas pode contribuir com 37,5 a 64,2% das recomendações diárias de tiamina e 31 a 50,5% de ácido fólico, enquanto que a preparação refogada em óleo e cozida em água pode contribuir com 26 a 34,7% das recomendações diárias de tiamina e 32,5 a 52,8% das recomendações de ácido fólico para diferentes grupos etários. A aceitação sensorial das preparações foi satisfatória, sendo que em média, 83,9% dos escores situaram-se entre 6 e 9 (gostei ligeiramente a gostei extremamente) para todos os atributos avaliados. Em conclusão, os grãos de UR® apresentaram adequado padrão microbiológico e composição nutricional similares ao arroz polido em termos de proteínas, lipídios e carboidratos, além de elevado conteúdo de ferro, zinco, tiamina e ácido fólico. Os métodos otimizados demonstraram confiabilidade e sensibilidade na detecção e quantificação de tiamina e ácido fólico em grãos crus de UR® e na mistura destes grãos com arroz polido, antes e após diferentes técnicas de cocção. Houve aceitação sensorial satisfatória e alta estabilidade do ácido fólico nas preparações, sendo que a cocção em forno de micro-ondas e aquela com refogamento em óleo seguida de cocção em água se destacaram, permitindo maior estabilidade das vitaminas. As preparações contendo UR® e arroz polido apresentaram bom conteúdo de ácido fólico e tiamina, sendo que uma porção pode contribuir de forma importante para o atendimento das recomendações diárias das vitaminas.Item Compostos de reserva e permeabilização de basidiósporos de Pisolithus microcarpus(Universidade Federal de Viçosa, 2011-08-23) Godinho, Carla Soares; Borges, Arnaldo Chaer; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783573Z8; Kasuya, Maria Catarina Megumi; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721444T5; Costa, Maurício Dutra; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728228J5; http://lattes.cnpq.br/3157448451994987; Campos, André Narvaes da Rocha; http://lattes.cnpq.br/4718389161844570Os basidiósporos Pisolithus apresentam baixas percentagens de germinação, embora disponham de compostos de reserva para a provisão de carbono e energia durante o crescimento inicial das hifas. Neles, a parede celular altamente hidrofóbica e resistente pode contribuir para a recalcitrância à germinação. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo demonstrar a presença de glicogênio, polissacarídeo, lipídeos, RNA e proteínas em basidiósporos maduros de Pisolithus microcarpus, determinar o perfil de ácidos graxos de basidiósporos de fungos ectomicorrízicos e avaliar métodos de permeabilização da parede celular dos basidiósporos. As técnicas histoquímicas utilizadas na detecção de diferentes compostos de reserva nos basidiósporos evidenciaram a presença de glicogênio, polissacarídeos, proteínas, RNA, lipídeos totais, lipoproteínas, lipídeos neutros e lipídeos ácidos. Detectou-se a presença de onze ácidos graxos distintos nos basidiósporos de P. microcarpus, nove nos de Scleroderma sp. e dezesseis nos de Suillus sp. Os ácidos graxos mais abundantes nas estruturas fúngicas analisadas foram o 18:1w9c e o 16:0. Além do ácido oléico e ácido palmítico, destacaram-se os seguintes ácidos graxos: 16:1w5c, 18:1w5c para P. microcarpus; 12:1at11-12 e 18:00 para Scleroderma sp.; 18:00 e 15:00 para Suillus sp. O perfil de ácidos graxos dos basidiósporos de P. microcarpus apresentou similaridade de 36,8 % com o de Scleroderma sp. O perfil de ácidos graxos dessas duas espécies apresentou similaridade de somente 5,2 % em relação àquele de Suillus sp. O uso de quitinase, liticase e celulase por 1, 2, 3, 4, 6, 8, 12 e 24 h, sob agitação a 80 rpm e a 30 °C, não resultou na permeabilização da parede celular dos basidiósporos. O tratamento dos basidiósporos com ácido sulfúrico nas concentrações de 5, 10, 25, 50 % (v/v), por 5, 10, 25, 50 ou 80 s, também não resultou na permeabilização dos basidiósporos. Os tratamentos com hipoclorito de sódio em concentrações de 5, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70, 90 e 100 % da concentração original de cloro ativo (20 g L- 1) e tempos de contato de 5, 10, 20, 30, 40, 50, 60, 70 e 80 s promoveram a permeabilização da parede celular dos basidiósporos avaliada pela penetração do corante Negro Sudão B. A maior percentagem de basidiósporos permeabilizados, 97 %, foi obtida com o tratamento com hipoclorito a 100 % pelo tempo de 80 s. No entanto, os testes de viabilidade e a observação dos basidiósporos por microscopia eletrônica de varredura evidenciaram a perda da integridade da parede celular e da viabilidade dos esporos quando submetidos a esse tratamento. A exposição dos basidiósporos ao hipoclorito de sódio a 5 % pelo tempo de 40 s foi o tratamento que resultou em maiores percentagens (83 %) de basidiósporos permeabilizados, sem prejuízos na viabilidade e da morfologia desses propágulos. Os resultados obtidos contribuem para a compreensão das variáveis que atuam no processo de germinação dos basidiósporos de P. microcarpus e permitirão o desenvolvimento de estratégias visando melhorar a obtenção de monocários in vitro.Item Diversidade de bactérias endofíticas em frutos de café(Universidade Federal de Viçosa, 2008-03-14) Cordero, Alexander Francisco Perez; Moraes, Célia Alencar de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781007D6; Costa, Maurício Dutra; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728228J5; Borges, Arnaldo Chaer; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783573Z8; Queiroz, Daniel Marçal de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783625P5; Pereira, Antonio Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780579Y1O objetivo do presente trabalho foi estudar a diversidade de bactérias endofíticas associadas aos frutos em quatro cultivares de Coffea arabica L., em diferentes altitudes na Zona da Mata Norte, Minas Gerais, Brasil. As amostras de frutos sadios, no estádio cereja, foram coletadas em lavouras de Catuaí Amarelo, Catuaí Vermelho, Bourbon Amarelo e Bourbon Vermelho. O isolamento e a quantificação de bactérias dos frutos foram realizados em meio de cultura R2A, estabelecendo-se uma coleção de culturas de bactérias endofíticas e epifíticas de frutos de café no Laboratório de Ecologia Microbiana (LEM) do Departamento de Microbiologia com 381 isolados, dos quais 134 de endofíticas. Entre essas foram identificados e descritos 48 morfotipos, que constituíram o universo-base para o presente estudo. A identificação fenotípica foi por características culturais e análises de ésteres metílicos de ácidos graxos (FAME) pelo sistema de identificação Sherlock®(MIDI). O estudo das endofíticas cultiváveis foi realizado com dados do seqüenciamento direto de amplicons obtidos por PCR, enquanto que para o das não-cultiváveis foram utilizados primer específicos para grupos de bactérias de três filos, Proteobacteria classes, α, β e γ, Firmicutes e Actinobacteria, sendo os produtos do Nested-PCR analisados por eletroforese em gel de gradiente desnaturante (DGGE). Nas amostras de café cereja a altitudes entre 676 até 1.187 m, as densidades de endofíticas variaram, em UFC.fruto-1, de 2,93 x 104 a 6,2 x 106 em Catuaí Amarelo; 7,6 x 104 a 6,0 x 106 em Catuaí Vermelho; 1,24 x 104 a 1,35 x 106 em Bourbon Amarelo e 4,6 x 104 a 2,69 x 106 em Bourbon Vermelho. As médias de densidades populacionais de bactérias endofíticas, em relação a cultivares e à altitude, diferiram (p<0,05) entre si. Os maiores valores das médias a altitudes superiores a 1.000 m, em Catuaí Vermelho e Bourbon Vermelho, diferiram (p<0,05) das de Catuaí, Amarelo e Vermelho à 676 m . A correlação simples por Pearson mostrou relação positiva (p<0,05) entre as contagens e altitude. As endofíticas cultiváveis foram identificadas com base no perfil FAME/MIDI como sendo de isolados de Curtubacterium flaccumfaciens betae/oortii (LEM CA16, LEM CV20, LEM CA25 e LEM CA28), Brevibacterium epidermis/oidium (LEM BV41), Microbacterium barkeri (LEM CA26 e LEM BV37), Microbacterium luteolum (LEM CA01), Pectinobacterium carotovorum/carotovorum (LEM CA30, LEM CV35, LEM BV38, LEM BA43 e LEM BA45), Pseudomonas putida biótipo A (LEM BA47), Salmonella typhymurium GC grupo B (LEM CV19), Staphylococcus simulans (LEM CV23) e Bacillus sp. (LEM CV24). A análise filogenética com uso de seqüências de rDNA 16S mostrou, para o isolado LEM CV24 uma maior identidade com Bacillus niacini AJ21160.1, enquanto o LEM BV39 correspondeu a Enterobacter amnigenus EU340927.1, e os isolados LEM CA01 e BV37 a Microbacterium sp. Das bactérias endofíticas associadas a cultivares de café, P. carotovorum/carotovorum, S. typhymurium, B. epidermis/oidium, S. simulans, B. niacini e E. amnigenus, são relatadas pela primeira vez como endofíticas em frutos de cafeeiros arábica. As análises de diversidade de bactérias totais, endofíticas e epifíticas, por PCR-DGGE utilizando o primer universal (F948GC/R1378), revelaram a presença de 80 unidades taxonômicas operacionais (UTOs), enquanto a riqueza de endofíticas correspondeu a 64 UTOs. Entretanto, com a utilização de grupos de primer específicos, Nested PCR, a diversidade de bactérias endofíticas correspondeu a uma riqueza de 110 UTOS para o filo Firmicutes, 71 para γ- Proteobacteria e 50 UTOs para Actinobacteria. A constatação da existência de diversidade de endofíticas em C. arábica evidencia a urgência de estudos funcionais desta microbiota, especialmente com relação a compostos precursores de aroma, sabor e acidez, de interesse para produção comercial de cafés de qualidade superior.Item Diversidade de bactérias endofíticas em frutos de Coffea canephora em três estádios de maturação(Universidade Federal de Viçosa, 2011-02-21) Miguel, Paulo Sérgio Balbino; Moraes, Célia Alencar de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781007D6; Costa, Maurício Dutra; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728228J5; Borges, Arnaldo Chaer; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783573Z8; http://lattes.cnpq.br/8644923911722035; Silva, Daniele Ferreira da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4764366H6; Zerbini, Poliane Alfenas; http://lattes.cnpq.br/8632328159533071Bactérias endofíticas em frutos são as que habitam partes internas sem causar danos ou sintomas aparentes. Entretanto, a presença e diversidade delas em frutos de Coffea canephora não foram ainda relatadas na literatura. Assim, o presente trabalho objetivou determinar a existência e diversidade de bactérias endofíticas cultiváveis nos frutos dessa espécie em três estádios de maturação. O isolamento e a quantificação foram realizados em meio R2A, sendo obtidos 140 isolados que, pelas características morfológicas das colônias, foram agrupadas em 21 morfotipos, sendo 55 % de Gram-positivas. Na comunidade foram identificadas representantes de Actinobacteria, Firmicutes, Bacteroidetes, Alpha- e Gamma-Proteobacteria, com 14 gêneros e 18 espécies. Kocuria turfanensis e Pantoea vagans são pela primeira vez identificadas como espécies endofíticas. Sete das 18 espécies identificadas como endofíticas em frutos de C. canephora não são espécies descritas como endofíticas em frutos, a saber: Bacillus thuringiensis, Bacillus licheniformis, Agrobacterium tumefaciens, Escherichia coli, Enterobacter hormaechei, Chryseobacterium sp. e Ochrobactrum sp.. A diversidade das bactérias endofíticas cultiváveis mostrou-se distinta nos três estádios de maturação de frutos de C. canephora, sendo maior nos frutos verdes, nos quais a predominância foi de Bacillus subtilis. Nos dois primeiros estádios de desenvolvimento o número de isolados de Gram-positivas foi maior que o de Gram-negativas, enquanto nos frutos maduros o número de colônias de Gram-positivas e Gram-negativas foi similar. No último estádio de maturação a diversidade de espécies de bactérias endofíticas foi menor e a Klebsiella oxytoca foi a espécie dominante, fato atribuído a prováveis efeitos da maior concentração de cafeína e açúcares nos frutos.Item Diversidade e especificidade micorrízica em orquídeas do gênero Epidendrum(Universidade Federal de Viçosa, 2009-09-28) Pereira, Marlon Corrêa; Araujo, Elza Fernandes de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783675E2; Tótola, Marcos Rogério; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727020U4; Kasuya, Maria Catarina Megumi; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721444T5; http://lattes.cnpq.br/7445661585742204; Pereira, Olinto Liparini; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767879D4; Dias, Eustáquio Souza; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4769445U0As orquídeas associam-se comumente a fungos micorrízicos rizoctonióides pertencentes aos gêneros Ceratorhiza, Epulorhiza e Rhizoctonia. Esses simbiontes fúngicos têm mostrado eficiência em promover a germinação de sementes e o desenvolvimento de protocórmios e plântulas. Epidendrum é um dos gêneros de orquídea com o maior número de espécies, as quais são comuns em fragmentos de Mata Atlântica e associam-se com fungos do gênero Epulorhiza. Deste modo, os objetivos deste trabalho foram: (i) comparar a utilização das características morfológicas e moleculares na análise da diversidade de fungos rizoctonióides; (ii) aplicar essas características no estudo da diversidade e especificidade micorrízica em Epidendrum secundum, natural do Parque Estadual da Serra do Brigadeiro MG (PESB), e em diferentes espécies de Epidendrum, de fragmentos de Mata Atlântica, localizados nos Estados do Espírito Santo, de Minas Gerais e do Rio de Janeiro; e (iii) caracterizar fungos micorrízicos de orquídea com base na composição de ácidos graxos. Características morfológicas qualitativas e quantitativas foram analisadas por técnicas multivariadas, possibilitando distinguir os gêneros Ceratorhiza, Epulorhiza e Rhizoctonia e as diferentes espécies de fungos micorrízicos Epulorhiza spp., o que foi confirmado pelas análises dos resultados do RAPD e ITS-RFLP e da seqüência da região ITS do rDNA. Uma grande diversidade de fungos do gênero Epulorhiza e dois isolados de Opadorhiza foram observados em onze populações de E. secundum localizadas em diferentes regiões de campo de altitude do PESB. Entretanto, a distinção entre Epulorhiza e Opadorhiza, e também entre algumas espécies de Epulorhiza spp., só foi possível pela análise da seqüência da região ITS do rDNA. Fungos Sebacina spp. e Tulasnella spp., teleomorfos dos gêneros Opadorhiza e Epulorhiza, respectivamente, foram isolados das diferentes espécies de Epidendrum estudadas. Foi observada uma grande variabilidade na seqüência da região ITS nos isolados de Tulasnella spp., os quais formaram nove clados. Contudo, os isolados de Sebacina spp. apresentaram uma menor variabilidade na seqüência dessa região, formando apenas três clados. A análise da composição de ácidos graxos, utilizando a distância de Mahalanobis e o método UPGMA, possibilitou a distinção entre os gêneros Epulorhiza e Ceratorhiza e entre os isolados de Epulorhiza spp. pertencentes a três diferentes clados observados pela análise da região ITS, demonstrando que a análise da composição de ácidos graxos é uma ferramenta útil na caracterização e identificação de fungos rizoctonióides micorrízicos de orquídea. As características morfológicas são importantes ferramentas para distinção de gêneros de fungos rizoctonióides, mas as análises moleculares, seja pela seqüência da região ITS ou pela composição de ácidos graxos, são ferramentas úteis na distinção de algumas espécies e gêneros estudados. Sugere-se que as orquídeas do gênero Epidendrum, mesmo apresentando preferência a fungos Tulasnella/Epulorhiza, não possuem especificidade a esse gênero de fungo, pois também se associam a fungos do gênero Sebacina/Opadorhiza. Este é o primeiro relatado da associação micorrízica entre as orquídeas do gênero Epidendrum e os fungos do gênero Sebacina/Opadorhiza.Item Efeito ambiental e genotípico no teor de nutrientes acumulados em sementes de arroz, Oryza sativa(Universidade Federal de Viçosa, 2009-03-20) Mendes, Giselle Camargo; Oliveira, Antonio Costa de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780819H4; Cano, Marco Antonio Oliva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787546T4; Almeida, Andréa Miyasaka de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4792501H4; http://lattes.cnpq.br/4507854638255402; Loureiro, Marcelo Ehlers; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780851Y3; Cambraia, José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783868U6; Cruz, Cosme Damião; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788274A6As plantas adquiriram estratégias I e II de absorção do ferro. A estratégia I ocorre em plantas terrestres e inclui a redução do ferro da forma férrica (Fe+3) para a forma ferrosa (Fe+2). A estratégia II de absorção de ferro está presente nas gramíneas e é caracterizada pela liberação de fitosiderósforos no ambiente que se complexam ao íon férrico. O processo de enchimento do grão em cereais envolve a transferência de assimilados diretamente do xilema para o grão e também a remobilização de assimilados de órgãos vegetativos, através do floema. O objetivo do presente trabalho foi estudar o padrão de nutrientes acumulados nas sementes de genótipos de arroz cultivados em duas regiões do Brasil e estudar o padrão e as correlações entre os nutrientes acumulados no grão. Além disso, foi verificada a ocorrência de transcritos homólogos a famílias gênicas de arroz (Oryza sativa) conhecidamente relacionadas com homeostase de ferro em bancos de ESTs de Sorghum bicolor, Zea mays, Triticum aestivum e Saccharum officinalis e em um banco contendo apenas ESTs de endosperma de milho (Z. mays). Estas análises permitiram prever quais famílias gênicas são funcionalmente expressas nestas espécies e especificamente durante a formação do grão de milho. Para as analises de acúmulo de nutrientes no grão foi utilizado o ICP-MS e os dados foram submetidos às analises estatísticas: ANOVA, correlação de Pearson e análise de trilha. Os resultados de correlação de Pearson dos nutrientes acumulados no grão não evidenciaram os efeitos diretos e indiretos dos nutrientes acumulados. Por outro lado a análise de trilha destes mesmos resultados demonstrou efeitos de correlação direta do Fe com P, S e Ca no experimento realizado em MG e correlação direta do Fe com P no experimento realizado no RS. Os dados de correlação entre teor de ferro acumulado nas folhas bandeiras de arroz e nas panículas nos diferentes estádios de desenvolvimento tiveram correlação positiva. Além disso, os teores de Fe acumulado no grão dos genótipos cultivados em MG foram superiores comparados aos cultivados no RS. Para verificar a ocorrência de homologia, as seqüências de aminoácidos referentes aos transcritos em arroz foram obtidas a partir do banco de dados NCBI e KOME. As seqüências de ESTs de banco de dados das espécies de gramíneas foram obtidas a partir do programa TIGRPlant transcripts assemblies e do banco de endosperma de milho foi obtido do NCBI. Os genes foram alinhados utilizando o programa BLAST2 com a ferramenta TBLASTN com e-value de 1e-10 e identidade mínima de 40%. Foram encontrados homólogos das famílias gênicas estudadas em todas as espécies avaliadas. A família gênica NAS, relacionada com a síntese de fitosideróforos, possui alta conservação (cerca 70%) entre os genes da família Poaceae estudada, com exceção do trigo e endosperma de milho. O gene OsFER1 apresentou alta conservação (cerca de 80%) entre todos os genes de Poaceae. Isto indica a importância dessas famílias gênicas no transporte e acúmulo de ferro entre as espécies de Poaceae. Foram encontradas representantes de cada uma das famílias IRT1, YSL e ZIP no endosperma de milho o que sugere que esses genes possam ser funcionalmente expressos durante a formação de grãos em milho.Item Efeitos da infecção experimental com Trypanosoma cruzi sobre a morfologia do miocárdio, propriedades mecânicas de cardiomiócitos isolados e tolerância ao exercício físico de ratos Wistar(Universidade Federal de Viçosa, 2010-07-08) Novaes, Rômulo Dias; Natali, Antônio José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795725H4; Neves, Clóvis Andrade; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785611E1; Maldonado, Izabel Regina dos Santos Costa; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780778U6; http://lattes.cnpq.br/3517990416969519; Silva, André Talvani Pedrosa da; http://lattes.cnpq.br/3103088504501213; Fonseca, Cláudio César; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780777E6; Gomes, Thales Nicolau Primola; http://lattes.cnpq.br/6712970905641144O Trypanosoma cruzi (T. cruzi), um protozoário parasita intracelular, é o agente causador da doença de Chagas. Esse parasito é capaz de induzir modificações patológicas na morfologia e hemodinâmica do coração, alterações que têm sido implicadas na redução da tolerância ao exercício em indivíduos portadores da doença de Chagas. Modificações na mecânica de cardiomiócitos nessa doença têm sido raramente relatadas e o papel dessas alterações na tolerância ao exercício permanece desconhecido. Assim, o presente estudo investigou os efeitos da infecção experimental com Trypanosoma cruzi sobre a morfologia do miocárdio, propriedades mecânicas de cardiomiócitos isolados e tolerância ao exercício físico de ratos Wistar. Vinte e oito ratos Wistar machos foram divididos em um grupo não infectado (n=14) e um grupo infectado (n=14). Após nove semanas da inoculação com T. cruzi, os animais foram submetidos a um protocolo incremental de corrida para avaliação do desempenho físico. Em seguida, os corações foram removidos para a análise histopatológica e morfométrica e cardiomiócitos foram isolados por dispersão enzimática para análise das propriedades mecânicas. Os resultados encontrados demonstraram que a infecção com T. cruzi prejudicou a tolerância ao exercício resultando em redução significativa da distância percorrida, tempo total até a fadiga e carga de trabalho. Nos animais infectados observou-se a presença de infiltrado inflamatório, hipertrofia dos ventrículos e de cardiomiócitos do ventrículo esquerdo, além do aumento da quantidade de colágeno, vasos sanguíneos e prejuízos na mecânica celular. Miócitos atriais e ventriculares dos animais infectados mostraram redução significativa da amplitude de contração, máxima velocidade de contração e relaxamento, e aumento no tempo para metade do relaxamento. Ainda, miócitos ventriculares desses animais infectados também apresentaram aumento do tempo para o pico de contração. De acordo com esses resultados, foi possível concluir que a disfunção da contratilidade dos cardiomiócitos induzida pela infecção com T. cruzi ocorre em um ambiente morfologicamente alterado e que essas alterações podem estar associadas com a redução da tolerância ao exercício físico nos ratos infectados.Item Escherichia coli Shiga-Toxigênica (STEC) em abatedouro de bovinos no Estado de Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2008-10-03) Gomes, Andressa Pinheiro; Teixeira, Magdala Alencar; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787866Y1; Borges, Arnaldo Chaer; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783573Z8; Moraes, Célia Alencar de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781007D6; http://lattes.cnpq.br/5822691880756911; Vanetti, Maria Cristina Dantas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783874H3; Pinto, Cláudia Lúcia de Oliveira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783521J6Escherichia coli Shiga-toxigênica, STEC, tem emergido como patógeno que pode causar infecções de origem alimentar e doenças severas e potencialmente fatais, como Colite Hemorrágica (CH) e Síndrome Urêmico Hemolítica (SUH). A maioria dos surtos de CH e SUH tem sido atribuída a estirpes do sorotipo entero-hemorrágico O157:H7, entretanto existe interesse crescente sobre o risco à saúde humana associado com os sorotipos STEC não-O157 veiculados em produtos de carne bovina, contaminados por fezes de ruminantes. Este trabalho teve como objetivos determinar a ocorrência de STEC em bovinos em matadouro frigorífico, localizado no Estado de Minas Gerais. A amostragem foi realizada em dois lotes, lote A com 75 bovinos e lote B com 51 bovinos, em três etapas da linha de abate: pele, após a sangria; carcaça, após a serragem; e fezes, durante a evisceração. Dez animais de cada lote foram amostrados. As amostras foram enriquecidas em caldo EC modificado, mEC e EC modificado acrescido de Novobiocina, mECn, seguindo-se o isolamento de colônias típicas em meio MacConkey sorbitol. Duzentos e quarenta e um isolados bacterianos obtidos nos dois lotes foram identificados como E. coli. Desses, 104 foram provenientes da pele, 93 do material fecal e 44 das carcaças. Por reação em cadeia de polimerase, foi detectado o gene stx em 18 isolados de E. coli. Esses isolados foram provenientes de seis bovinos, sendo quatro do lote A (origem fecal) e dois do lote B (carcaça). O enriquecimento em meio mECn resultou em isolados originados de um bovino, enquanto no mEC os isolados se originaram de cinco bovinos. Os isolados stx positivos foram posteriormente analisados para o gene hlyA, codificador de entero-hemolisina. Quatro isolados, positivos para o gene hlyA, foram provenientes de dois bovinos, um do lote A (origem fecal) e outro do lote B (carcaça). Desses, dois isolados da carcaça apresentaram fenótipo entero-hemolítico. Dez dos 18 isolados potencialmente STEC demonstraram ter efeito citotóxico em células Vero. Oito isolados, provenientes de três bovinos distintos, tiveram os amplicons stx seqüenciados. As seqüências traduzidas de três isolados da carcaça e de um das fezes corresponderam a Stx2, com 98% a 99% de identidade, com referências no GeneBank (NCBI). As seqüências inferidas de quatro amplicons, de origem fecal, corresponderam, com 94% a 96% de identidade, a Stx1. A presença de STEC nas fezes e carcaça de bovinos em matadouro frigorífico no Estado de Minas Gerais enfatiza a importância de implementação do sistema HACCP, e a necessidade de implementar, avaliar e validar medidas de controle que minimizem os riscos de contaminação cruzada durante o processo de abate.Item Estruturas secretoras nos órgãos vegetativos aéreos de Paullinia rubiginosa Cambess.(Sapindaceae)(Universidade Federal de Viçosa, 2010-02-23) Souza, Lucimara Amélia de; Azevedo, Aristéa Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787822Y7; Silva, Luzimar Campos da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4799707J8; Meira, Renata Maria Strozi Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706996Y7; http://lattes.cnpq.br/9301822577162184; Martins, Fabiano Machado; http://lattes.cnpq.br/6991570777399775; Araújo, João Marcos de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794558T1Paullinia pertence à família Sapindaceae e é constituído por lianas. P. rubiginosa ocorre em vários países da América do Sul, apresenta folhas compostas, com cinco folíolos oblongos de ápice acuminado e margem denteada. Na descrição da espécie, foi mencionada a ocorrência de tricomas secretores e a produção de secreção semelhante a látex. Em observações realizadas em campo, foi visualizada uma pequena quantidade de secreção exsudando nos dentes da margem dos folíolos jovens, sugerindo uma natureza secretora para estas estruturas. O presente trabalho tem por objetivo investigar a ocorrência de estruturas secretoras nos órgãos vegetativos aéreos de P. rubiginosa, descrevendo-as e identificando as principais classes de metabólitos produzidos por estas estruturas. Os laticíferos de P. rubiginosa são do tipo articulado e são originados da atividade do meristema fundamental e/ou do procâmbio. A atividade secretora dos laticíferos é precoce, entretanto as células laticíferas mantêm capacidade de divisão celular mesmo em fase de diferenciação, em conseqüência destas divisões, o laticífero se alonga pelo aumento no número de células. Os laticíferos possuem paredes primárias e pectocelulósicas e a secreção produzida é complexa e tem caráter lipofílico, tendo sido evidenciado lipídios neutros, óleo essencial, esteróides, borracha, além de alcalóides. Idioblastos taníferos ocorrem em todos os órgãos aéreos analisados. Os tricomas secretores se desenvolvem muito cedo e em folíolos jovens e primórdios foliolares, os tricomas se encontram totalmente diferenciados e em atividade secretora. Ontogeneticamente os tricomas iniciam seu desenvolvimento formando uma fileira unisseriada de células, e posteriormente tornam-se bisseriados, graças a divisões anticlinais ou assimétricas em algumas células desta série. A secreção produzida é exclusivamente polissacarídica e aliada a atividade precoce indica que os tricomas apresentam função de coléteres. As glândulas presentes na margem dos folíolos se desenvolvem muito precocemente, mantendo a aparência secretora inclusive em folhas maduras. São vascularizadas por xilema e floema, que é envolvido por uma bainha de células com compostos fenólicos e por laticíferos. A porção secretora da estrutura reagiu positivamente ao teste para polissacarídeos e foi evidenciada a presença de glicose na secreção eliminada. Estas estruturas correspondem, portanto, a nectários extraflorais (NEFs). A presença de NEFs e a confirmação da ocorrência de laticíferos em P. rubiginosa são resultados promissores para os estudos de taxonomia e filogenia que devem ser considerados nas análises em nível genérico, de família e até da ordem Sapindales.Item Estudo bioquímico, biológico e busca por inibidores da nucleosídeo trifosfato difosfohidrolase-2 (LicNTPDase-2) de Leishmania infantum chagasi como estratégia para o desenho racional de drogas(Universidade Federal de Viçosa, 2014-09-08) Vasconcellos, Raphael de Souza; Silva Júnior, Abelardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4771645P8; Bressan, Gustavo Costa; http://lattes.cnpq.br/1153853218347720; Fietto, Juliana Lopes Rangel; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790238D0; http://lattes.cnpq.br/3865196131906417; Afonso, Luis Carlos Crocco; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4789739U0; Leite, João Paulo Viana; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763897U8; Oliveira, Leandro Licursi de; http://lattes.cnpq.br/0578231392218162; Teixeira, Róbson Ricardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723796H8A leishmaniose visceral é uma doença grave, responsável por cerca de 57 mil mortes por ano em todo o mundo. Os parasitos do gênero Leishmania se mostram incapazes de sintetizar purinas, e acredita-se que as nucleotideo trifosfato difosfohidrolases (NTPDases) participem desse processo, e até mesmo o sistema imune, pela hidrólise de nucleotídeos extracelulares. Neste trabalho a NTPDase de Leishmania infantum chagasi (LicNTPDase-2) foi estudada. A enzima mostrou uma utilização de nucleotídeos tri e difosfatados na presença de cálcio ou magnésio (GTP > GDP = UDP > ADP > UTP = ATP). A enzima também mostrou-se ativa em uma ampla faixa de pH (6,0 a 9,0) e foi inibida parcialmente por ARL67156 e suramina. A análise microscópica revelou a presença da enzima na superfície celular em diversas organelas e foi capaz de diminuir a infecção em macrófagos. Também foi avaliado a importância da padronização da renaturação de enzimas purificadas a partir de corpos de inclusão. A renaturação da LicNTPDase-2 em tampão otimizado foi capaz de aumentar a atividade enzimática em até dezesseis vezes. Devido a importância do desenvolvimento de novas drogas para o tratamento da leishmaniose visceral, foi feita a busca por inibidores. Alguns compostos, como as isobenzofuranonas WLP8 e WLP9, mesmo não sendo inibidores da LicNTPDase- 2, foram capazes de diminuir a viabilidade celular dos promastigotas de L. infantum chagasi sem afetar o crescimento de macrófagos, na concentração de 75 M. Mais estudos são necessários sobre, mas os trabalhos mostram a importância da enzima para o parasito e destaca novos compostos com potenciais para fármacos.Item Evaluation of kefir consumption on metabolic, immune, hormonal and histological parameters in spontaneously hipertensive rats with induced metabolic syndrome(Universidade Federal de Viçosa, 2014-03-19) Rosa, Damiana Diniz; Ferreira, Célia Lúcia de Luces Fortes; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4793681U9; Peluzio, Maria do Carmo Gouveia; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723914H4; http://lattes.cnpq.br/1145163296557852; Gomides, Antônio Frederico de Freitas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4768675U0; Greszkowiak, Lukasz Marcin; Neves, Clóvis Andrade; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785611E1O interesse por bebidas lácteas enriquecidas com probióticos tem aumentado nos últimos anos, decorrente da crescente demanda por alimentos seguros e com potencial de reduzir o risco de doenças crônicas. O kefir é uma bebida fermentada produzida a partir de uma cultura inicial produzida principalmente a partir do leite. Esta é amplamente conhecida e traz consigo uma longa história de propriedades benéficas à saúde. O kefir pronto para o consumo apresenta aspecto viscoso, ácido e levemente alcoólico, com uma mistura única de microorganismos que exerce ação probiótica com efeitos benéficos na prevenção de doenças. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito da suplementação de kefir em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) induzidos à síndrome metabólica (MetS) com glutamato monossódico (MSG) e avaliar o efeito protetor do kefir sobre os parâmetros metabólicos, hormonais, imunes e histológicos. Para a indução da MetS, 20 ratos com 2 dias de vida receberam cinco injeções intradérmicas de MSG (MSG, 4 mg/g peso corporal). Para o controle negativo, 10 animais receberam cinco injeções intradérmicas de solução salina (0,9% NaCl). Os animais foram mantidos em gaiolas coletivas por 100 dias com água e dieta add libitum para o desenvolvimento da MetS. Após este período, os animais com MetS foram divididos em dois grupos experimentais: PC, controle positivo (1mL 0,9% NaCl/ dia) e grupo kefir (1mL kefir/dia). O grupo NC, composto pelos 10 animais sem indução da MetS, receberam 1mL 0,9% NaCl/ dia, durante o período experimental. Os tratamentos foi realizado via gavagem. Os animais foram alojados em gaiolas individuais e mantidos em condições padronizadas por 10 semanas. Foram avaliados os seguintes parâmetros: peso corporal, ingestão alimentar, marcadores da obesidade, pressão arterial, parâmetros metabólicos, teste de tolerância oral à glicose, resistência à insulina e níveis plasmáticos de lipopolissacarídeos. No tecido adiposo intra-abdominal, foram avaliadas citocinas inflamatórias e as análises histológicas foram realizadas para investigar a hipertrofia e hiperplasia dos adipócitos. No fígado, foram realizadas análises do teor lipídico, quantificação de enzimas antioxidantes e produtos de oxidação. No intestino delgado e colon, as análises histológicas foram realizadas para avaliar a integridade da mucosa intestinal. Nas fezes, foram extraídos os ácidos graxos de cadeia curta e mensurado o pH fecal. A permeabilidade intestinal foi avaliada por meio do teste lactulose-manitol antes e após as 10 semanas de consumo do kefir. Adicionalmente, um outro ensaio experimental foi realizado para avaliar a toxicidade subcrônica do kefir, utilizando ratos Wistar. Os animais foram distribuídos em três grupos experimentais (n = 6 grupo) e receberam via gavagem: Grupo Controle (0,7 mL de água); Grupo Kefir (0,7 mL de kefir /dia, normodose) e Grupo HKefir (grupo sobredose que recebeu 3,5ml/dia de kefir, dose 5 vezes maior). Os animais foram mantidos em gaiolas individuais e em condições padronizadas durante 4 semanas. Os animais foram avaliados quanto ao crescimento, parâmetros metabólicos, potencial de infectividade e patogenicidade. Os animais induzidos a MetS e suplementados com kefir apresentaram redução dos níveis de triglicerídeos plasmáticos, lipídios e triglicerídeos hepáticos, redução da resistência à insulina, glicemia e insulina de jejum, além da redução nos marcadores da obesidade (circunferência torácica e abdominal). No tecido adiposo, houve redução da citocina pró-inflamatória IL1-β e aumento da citocina anti-inflamatória IL-10. A ação antioxidante do kefir foi verificada no tecido hepático dos animais, devido aos menores níveis de malondialdeído (MDA) e hidroperóxidos. Menor permeabilidade intestinal e níveis plasmáticos de lipopolissacarídeos foram verificados nos animais que receberam kefir. Maiores níveis de ácidos graxos de cadeia curta foram encontrados nas fezes dos animais suplementados com kefir. A administração neonatal de MSG foi capaz de aumentar a área dos adipócitos no tecido adiposo e reduzir a área das ilhotas, no tecido pancreático. O consumo de Kefir não foi capaz de reduzir a pressão arterial dos animais. O ensaio de toxicidade mostrou que a normodose e alta dose do kefir não influenciou no crescimento, parâmetros metabólicos, potencial de patogenicidade e infectividade, demonstrando que o consumo de kefir é seguro. Diante dos resultados encontrados, o kefir é um alimento potencial no controle da MetS, pois foi capaz de reduzir importantes parâmetros determinantes para a ocorrência de síndrome metabólica: resistência a insulina, triglicerídeos plasmáticos, adiposidade central, estresse oxidativo e marcadores inflamatórios. Estes achados indicam que o kefir é um alimento seguro e constitui um alimento potencial no controle/ prevenção da MetS.Item Fotossíntese em Clusia hilariana Schlechtendal (Clusiaceae): respostas ao estresse salino e à alta irradiância(Universidade Federal de Viçosa, 2010-02-22) Godoy, Alice Gontijo de; Kuki, Kacilda Naomi; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784674P6; Silva, Luzimar Campos da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4799707J8; Cano, Marco Antonio Oliva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787546T4; http://lattes.cnpq.br/8018711455042075; Pereira, Eduardo Gusmão; http://lattes.cnpq.br/5808479722023755; Ribas, Rogério Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777511A8Clusia hilariana é uma espécie com fotossíntese estritamente CAM que ocorre em áreas de restinga, onde se acredita que sejam importantes no processo de sucessão. Pouco se sabe a respeito das estratégias adaptativas utilizadas por C. hilariana para tolerar as condições adversas a que se encontra exposta no seu ambiente natural, e a respeito de como a fotossíntese CAM atuaria nesses processos. O objetivo deste trabalho foi caracterizar e compreender as respostas da maquinaria fotossintética de C. hilariana a ambientes luminosos contrastantes, bem como ao excesso de NaCl na solução em contato com as raízes, através de um experimento em esquema fatorial com três condições de luminosidade e duas de salinidade. Plantas de C. hilariana foram cultivadas em solução nutritiva de Hoagland meia-força sob condições de pleno sol e 70% de sombreamento. Aplicou-se 400mM de NaCl na solução nutritiva de metade das plantas em cada condição de sombreamento, transferindo-se metade das plantas desenvolvidas à sombra para pleno sol. Os indivíduos em solução nutritiva controle apresentaram padrão diário de trocas gasosas típico de plantas CAM. Os valores de taxa fotossintética (A), condutância estomática (gs), razão entre CO2 interno e atmosférico (Ci/Ca) e transpiração (E) variaram em função das diferentes condições de luminosidade, assim como a duração das fases da fotossíntese CAM. As plantas em solução salina apresentaram alterações em todas as variáveis de trocas gasosas quando comparadas às plantas em solução controle, com A, gs, E, e Ci/Ca próximos de zero. Dentre as plantas em solução nutritiva controle, os maiores valores de rendimento quântico potencial do fotossistema II (Fv/Fm) foram observados nas plantas sombreadas e de sol, com pouca oscilação ao longo do dia. A transferência da sombra para o sol acarretou em redução de Fv/Fm, assim como o tratamento com NaCl, que resultou em aumento na fluorescência inicial e redução na fluorescência máxima e na taxa de transporte de elétrons, principalmente nas plantas transferidas. Os teores de Na e Cl observados nas folhas das plantas sob todos os tratamentos não provocaram efeitos tóxicos, não havendo também deficiência de K, Ca e Mg. Os efeitos do NaCl foram de caráter osmótico, sendo os valores de potencial osmótico das plantas em solução salina menos negativos que o potencial osmótico da solução acrescida de NaCl. A aplicação de NaCl levou à degradação de clorofila a nas plantas transferidas, não observando-se alterações na clorofila b. Maiores níveis de carotenóides foram observados nas plantas sob estresse osmótico ou luminoso. As plantas com maiores A apresentaram também maior suculência. As diferenças no padrão fotossintético de C. hilariana mostraram que esta espécie exibiu grande plasticidade como resposta às variações nas condições de luminosidade e salinidade, através de alterações na duração e intensidade de cada fase do ciclo CAM. Constatou-se também a existência de interação entre os efeitos dos estresses osmótico e luminoso no metabolismo de C. hilariana, resultando em potencialização dos danos fotoinibitórios quando comparados aos efeitos dos estresses isolados. As plantas desenvolvidas a pleno sol apresentaram alterações metabólicas que permitiram maior tolerância às condições de alta irradiância e salinidade que as plantas desenvolvidas à sombra e expostas a esses estresses. Embora as plantas de C. hilariana lancem mão de estratégias que poderiam levar à aclimatação sob situação estressante, para os estresses combinados estas estratégias não se mostraram tão eficientes quanto para estresses individuais.Item Fungo micorrízico arbuscular e glicina betaína aumentam a tolerância de pinhão- manso em condições de estresse abiótico(Universidade Federal de Viçosa, 2012-06-28) Folli, Muriel da Silva; Otoni, Wagner Campos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786133Y6; Bazzolli, Denise Mara Soares; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761710D6; Kasuya, Maria Catarina Megumi; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721444T5; http://lattes.cnpq.br/2599172587377127; Teixeira, Janaina Aparecida; http://lattes.cnpq.br/7776451670494630; Ramos, Alessandro Coutinho; http://lattes.cnpq.br/8921776090757789; Fonseca Júnior, élcio Meira da; http://lattes.cnpq.br/6643016343021337As associações micorrízicas arbusculares (MA) promovem melhorias no crescimento e desenvolvimento das plantas sob condições de baixa umidade, por possivelmente aumentarem as respostas das plantas ao déficit hídrico, podendo ser a glicina betaína (GB) um dos compostos induzidos relacionados à maior tolerância das plantas ao estresse hídrico. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial da MA e da aplicação exógena de GB no aumento de tolerância das mudas de Jatropha curcas ao estresse abiótico. Sementes de Jatropha curcas L. (Euphorbiaceae) foram lavadas em água destilada esterilizada e desinfestadas superficialmente em solução de hipoclorito de sódio (NaOCl) 4 % (v/v) por 15 min. Em seguida foram lavadas três vezes em água destilada esterilizada e tiveram o tegumento removido. Após a retirada do tegumento, as mesmas foram imersas em solução de NaOCl 4 % (v/v) por 15 min, seguidas de três lavagens sucessivas em água destilada esterilizada. Posteriormente, foram colocadas para germinar em bandejas contendo areia esterilizada, e mantidas em casa de vegetação, sendo irrigadas diariamente. Quinze dias após a germinação, as plântulas obtidas foram transplantadas para vasos contendo substrato constituído de uma mistura de solo e areia (1:1, v/v) e inoculado com cubos de meio de cultura contendo hifas, raízes de cenoura transformada e 100 esporos do FMA Glomus clarum. Após 60 dias da inoculação, metade das plantas recebeu aplicação foliar de GB, durante quatro dias, e em seguida foram submetidas ou não ao estresse hídrico pela suspensão da irrigação durante dois dias. O estresse salino foi induzido pela aplicação de solução de NaCl 600mM ao substrato de crescimento das plantas por sete dias e o estresse térmico pela exposição das plantas à temperatura de 50 °C por 36 h. G. clarum e GB alteraram as respostas das plantas ao déficit hídrico. A alocação de biomassa para as raízes (ABR) foi maior, cerca de 26 %, em plantas com déficit hídrico, tratadas com GB e inoculadas com G. clarum e naquelas bem irrigadas e tratadas com GB, enquanto que naquelas sem deficiência hídrica, tratadas com GB e inoculadas com G. clarum esse valor foi menor que aproximadamente 19 %. As plantas inoculadas com G. clarum apresentaram alta eficiência em assimilar nutrientes, sendo este efeito mais acentuado sob condição de estresse hídrico. A colonização com G. clarum e a adição de GB aumentou o conteúdo de potássio (K) em plantas sob déficit hídrico. Plantas inoculadas com G. clarum exibiram maior eficiência no uso da água quando submetidas ao estresse hídrico, diferentemente das plantas tratadas com GB, que apresentaram menor potencial hídrico foliar e foram menos eficientes no uso da água. Plantas tratadas com GB e colonizadas por G. clarum durante déficit hídrico exibiram ajustamentos significativos na captação e dissipação da luz e alta concentração de clorofila. Nas raízes, a colonização micorrízica reduziu acentuadamente a atividade da superóxido dismutase (SOD) em plantas sob estresse hídrico. A atividade das enzimas antioxidativas foi maior em plantas não micorrizadas do que em plantas micorrizadas (APX-ascorbato peroxidades e CAT- catalase), quando submetidas ao estresse hídrico. Reduções na atividade das enzimas POX (peroxidase), CAT e APX, em plantas micorrizadas não foram acompanhados por aumento nos teores de H2O2. Plantas de J. curcas mostraram-se, naturalmente, altamente tolerantes ao estresse hídrico, apresentando teores de espécies reativas de oxigênio (EROS) similares aos encontrados nas plantas bem irrigadas, tanto nas folhas quanto nas raízes. A inoculação micorrízica diminuiu os teores de H2O2 nas raízes e folhas das plantas sob estresse hídrico, indicando um menor acúmulo de EROS em mudas micorrizadas. A inoculação com G. clarum modificou a peroxidação de lipídeos nas raízes das plantas submetidas ao estresse hídrico. Nas folhas, o tratamento com GB aumentou a peroxidação de lipídeos nas plantas sob estresse hídrico que foram previamente inoculadas com G. clarum. Associação micorrízica arbuscular induziu ao aumento da expressão do gene JcBD1, que codifica a enzima betaína aldeído desidrogenase (uma importante enzima envolvida na biossíntese da glicina betaína), apenas quando as plantas foram submetidas ao estresse hídrico e salino e não quando as plantas foram expostas ao estresse térmico. Estas plantas que tiveram a expressão do gene JcBD1 aumentada, acumularam mais GB nas células. Em conclusão, G. clarum pode amenizar e, simultaneamente, compensar as limitações de crescimento impostas por condições de déficit hídrico, pela influência que exerce sobre a expressão do gene envolvido na biossíntese da GB, desempenhando, portanto, um papel essencial na tolerância ao estresse e na produção de biomassa por J. curcas, podendo ser utilizado como fator de atenuação das consequências do estresse hídrico em plantas de J. curcas.