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    Análise de atenuadores na seção introdução de artigos de pesquisa da área da administração pública das décadas de 1960 e 2010
    (Universidade Federal de Viçosa, 2020-05-12) Araújo, Roberto Carlos Ribeiro; Silva, Adriana da; http://lattes.cnpq.br/4315283362716032
    O presente trabalho se insere no debate sobre a importância do estudo do metadiscurso, empregado com fins retóricos, na produção textual acadêmico-profissional e se dedica basicamente a descrever e analisar a frequência de uso de recursos metadiscursivos de atenuação retórica na seção introdução de artigos de pesquisa da área da administração pública, contrastando 40 textos da década de 1960 com 40 textos da década de 2010. Para isso, adota-se a concepção e o modelo de metadiscurso propostos por Ken Hyland (1998, 2005), buscando entender a escrita como prática socialmente situada, os recursos interpessoais do texto como acesso à construção retórica, os gêneros como performadores de atividades sociais complexas e a academia-instituição pública como importante contexto de práticas discursivas. O estudo do metadiscurso se justifica ao revelar a atenuação como elemento essencial do discurso acadêmico-profissional e fundamental para a configuração do artigo de pesquisa como veículo de negociação e ratificação do conhecimento científico. Entende-se que dominar o processo de atenuação é essencial para que o escritor possa apresentar a si e seu trabalho de forma ponderada, precavida e persuasiva, especialmente em contexto acadêmico-profissional. O presente estudo se caracteriza como pesquisa descritiva de cunho qualitativo e quantitativo, apresentando a análise em uma perspectiva semântica e sociopragmática. Utilizando-se o instrumental da Linguística de Corpus para formação e análise do corpus constituído de 80 textos, comprovou-se – restringindo-se possíveis fatores ocasionadores de variação, como, por exemplo, o tipo de sujeito e a valência do atenuador e suas propriedades flexionais, ao fator “sistema de atividade” – hipótese de pesquisa acerca da existência de variação de frequência de uso de recursos metadiscursivos de atenuação retórica dentro de uma mesma comunidade, ou seja, dentro da área da administração pública, o que se observa fundamentalmente no uso preferido de estratégia de indeterminação (232 – 70%) por parte dos escritores da década de 1960, e no uso preferido de estratégia de desagentivização (218- 54%) por parte dos escritores da década de 2010. Tal possibilidade de intervenção flexível, ou seja, certa flexibilidade de escolhas linguístico-retóricas de atenuação se vê revelada nas diferenças acentuadas de frequência de uso entre décadas, especialmente no que concerne ao verbo epistêmico auxiliar modal poder, aos verbos epistêmicos lexicais e à construção ativa impessoal. Essa padronização ou tendência ou preferência linguístico- retórica, a qual busca reduzir, em alguma medida, o comprometimento autoral com o valor- verdade da proposição, construindo argumento ponderado e persuasivo, retórica engajadora e atitude deferente para com a comunidade discursiva, parece indicar a não aleatoriedade da variação da frequência de uso dos recursos de atenuação, uma vez que estaria condicionada pelo contexto de ocorrência, no qual se observaria marcas do tempo e do espaço. Palavras-chave: Análise do discurso. Atenuação. Publicações científicas.