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    A linguagem da periferia: construção de identidade por alunos de EJA de uma escola pública
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-03-02) Aniceto, Erica Alessandra Fernandes; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/3845753380051358; Alves, Daniela Alves de; http://lattes.cnpq.br/3278661220922086; Ladeira, Wânia Terezinha; http://lattes.cnpq.br/9290556901857709; http://lattes.cnpq.br/0265121538063215; Oliveira, Maria do Carmo Leite de; http://lattes.cnpq.br/3347341510113859; Souza, Rita de Cássia de; http://lattes.cnpq.br/7746547555939279
    Partindo da premissa básica de que a linguagem é uma forma de ação social, o objetivo central deste estudo é analisar como alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de uma escola pública localizada em um bairro periférico de uma cidade do interior de Minas Gerais constroem e assumem as suas identidades sociais. Embasados em teorias da Análise da Conversa Etnometodológica (ACE) e da Sociolinguística Interacional (SI), analisamos as escolhas linguístico-discursivas desses alunos, observadas a partir da fala-em-interação em grupos focais, para verificar como esses estudantes demonstram pertencimento a determinadas categorias sociais. Para coleta de dados, utilizamos a técnica do grupo focal, através da qual os discentes narram a experiência de morar em um bairro periférico. Após uma minuciosa transcrição dos dados gerados nos encontros com os estudantes, feita de acordo com a proposta da ACE, fizemos uma análise baseada no conceito de Categorização de Membros, de Sacks (1992). Uma vez que os processos de categorização estão em uso e negociações constantes, revelamos, assim, a ação discursiva dos estudantes, durante interações entre si, para a construção de suas identidades por meio de autocategorização e categorização. Os resultados desta pesquisa apontam a orientação dos participantes durante a interação, os quais constroem, através da fala, a identidade de outsiders, ratificando o rótulo que lhes é atribuído por aqueles que ocupam posições de prestígio e poder e que se reconhecem como a boa sociedade , os quais chamaremos de estabelecidos, assim como Elias e Scotson (2000). Ao se categorizarem como desviantes, os estudantes de EJA demonstram perceber o lugar deles na cidade pesquisada, mas, muitas vezes, não aceitam passivamente tal rótulo, o que gera relatos de uma relação conflituosa entre esses jovens e os estabelecidos. Assim, ao concluir que, através da categorização de membros, os estudantes constroem e assumem a identidade de outsiders, demonstramos que o trabalho de descrição e de categorização de membros é bastante pertinente para o estudo da construção de identidades sociais.