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Item O Alienista, de Fábio Moon e Gabriel Bá: uma análise do discurso quadrinístico(Universidade Federal de Viçosa, 2013-03-19) Costa, Lucas Piter Alves; Mello, Renato de; http://lattes.cnpq.br/6166198796507432; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; http://lattes.cnpq.br/3077056123162500; Santos, João Bôsco Cabral dos; http://lattes.cnpq.br/6085136620424551; Xavier, Mariana Ramalho Procópio; http://lattes.cnpq.br/4738042665488506Em 2007, Fábio Moon e Gabriel Bá publicaram uma tradução intersemiótica em quadrinhos d O Alienista, conto de Machado de Assis. O Alienista de Moon e Bá se mostra como um livro de quadrinhos, não uma revista de quadrinhos. Trata-se de uma obra autoral. O reconhecimento do quadrinho com o status de livro e a concepção de que a tradução intersemiótica é um meio de acesso à obra original evidenciam o interdiscurso da literatura com os quadrinhos, e suscitam questionamentos sobre a identidade discursiva da obra de Moon e Bá. Diante disso, o objetivo deste trabalho é descrever e explicar o processo de inscrição d O Alienista em quadrinhos na instituição discursiva quadrinística, a fim de evidenciar sua identidade discursiva. Trata-se de mostrar como o texto da história em quadrinhos foi elaborado e quais os efeitos de sentido que tal elaboração proporcionou. A base teórica deste trabalho se encontra na Análise do Discurso, proeminentemente na Teoria Semiolinguística, de Charaudeau (2008). O presente trabalho aborda pontos como a instituição discursiva, com base em Maingueneau (2006); as instâncias enunciativas de sujeitos, com base em Charaudeau (2008) e Peytard (2007 [1983]); a semiótica da história em quadrinhos d O Alienista, a partir de Barthes (1964) e McCloud (1995); algumas questões sobre narrativa em quadrinhos, a partir do trabalho de Costa (2010); a caracterização do personagem Simão Bacamarte, trazendo novamente Charaudeau (2007, 2008); e a heterogeneidade enunciativa na história em quadrinhos de Moon e Bá, partindo de pressupostos de Maingueneau (1997) e Mello (2002a), como forma de buscar uma identidade discursiva para O Alienista em quadrinhos. Os resultados apontam como Moon e Bá engendram uma obra nova através do trabalho com a linguagem dos quadrinhos, e como a identidade d O Alienista se forma a partir da relação interdiscursiva, numa relação de alteridade. Conclui-se que as histórias em quadrinhos oferecem muitas possibilidades de pesquisa nos estudos discursivos, sendo um objeto de estudo diversificado.Item Uma análise comparativa do logos e do pathos no discurso religioso: a missa católica e o culto assembleiano(Universidade Federal de Viçosa, 2011-03-01) Gonçalves, Rachel Camilla Rodrigues de Castro; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; http://lattes.cnpq.br/9441521301974327; Lysardo-dias, Dylia; http://lattes.cnpq.br/0265474404891154Acreditamos que o sujeito argumentante pode se valer da razão e da emoção para persuadir o outro. Assim, neste trabalho, pretendemos identificar, analisar e comparar as estratégias discursivas em duas celebrações religiosas, uma missa (Homilia) e um culto da Assembleia de Deus (Pregação da Palavra), tendo como foco a argumentação pela razão (logos) e a argumentação pela emoção (pathos). No âmbito da razão, investigaremos as modalidades delocutiva, alocutiva e elocutiva; os modos de raciocínio; os procedimentos discursivos; a nomeação; a qualificação; as identidades; os estatutos e os pontos de vista do narrador; já no âmbito da emoção, o tom de voz, aseleção lexical; as inversões; as exclamações; as interjeições; as expressões metafóricas e também as três modalidades referidas acima. Ao final do trabalho, percebemos que poucas são as diferenças entre a Homilia e a Pregação no que tangem à razão. No entanto, o pregador faz um apelo maior à emoção. Então, o pregador, além de se valer da razão, recorre à emoção de um modo mais intenso do que o padre, parecendo deixar o fiel mais predisposto a aceitar as teses, promovendo, consequentemente, uma maior captação de fieis.Item Análise das estratégias linguístico-discursivas na divulgação de temas tabu na revista Superinteressante(Universidade Federal de Viçosa, 2010-12-20) Noccioli, Carlos Alexandre Molina; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; http://lattes.cnpq.br/5506567548614242; Menezes, William Augusto; http://lattes.cnpq.br/1817247565060943; Rabelo, Ernane Correa; http://lattes.cnpq.br/8619877480026800Este trabalho, inserido no quadro teórico-metodológico da Análise do Discurso da Divulgação Científica, associado à Teoria das Representações Sociais, busca analisar o tratamento linguístico-discursivo das informações acerca de tópicos temáticos tradicionalmente vistos como tabu relacionados a questões sexuais que representam o homem e a mulher, publicados durante o ano de 2008, na revista brasileira de divulgação científica, a Superinteressante, destacando-se como o conhecimento em questão é representado socialmente ao se considerar a linha editorial da revista. Os resultados de nossa análise comprovam que a Superinteressante promove a aproximação entre a informação técnica-científica e as concepções típicas das relações sociais habituais, divulgando e, ao mesmo tempo, fomentando a curiosidade em relação ao conhecimento que envolve os aspectos sexuais humanos. Entretanto, a revista em análise não parece ser apenas um veículo de difusão de conhecimento cujo único escopo seja tornar a informação mais acessível; ao contrário, demonstra ter como propósito comunicativo ironizar temas de caráter científico considerados tabu, em vista de uma maior identificação com seu público leitor. Assim, a linguagem da Superinteressante não é simplesmente constituída de um registro divulgativo destinado ao público geral, mas de uma linguagem chistosa que (in)forma o leitor sobre certos conhecimentos de caráter científico, por meio de anedotas e jogos de linguagem jocosos.Item Aprendizagem da agonia em Os cus de Judas, de António Lobo Antunes(Universidade Federal de Viçosa, 2012-05-04) Silva, Ana Paula; Assis, ângelo Adriano Faria de; http://lattes.cnpq.br/4758858392951831; http://lattes.cnpq.br/4862200988495298; Faria, ângela Beatriz de Carvalho; http://lattes.cnpq.br/0451881349456167; Roani, Gerson Luiz; http://lattes.cnpq.br/4615421443869964O estudo da escrita da memória no romance Os cus de Judas, do português António Lobo Antunes, publicado em 1979, insere-se numa busca de compreensão da constituição do sujeito na sociedade contemporânea. No romance estudado, um médico relata suas memórias tendo como eixo central a própria vivência nos campos de batalha no exército português. O narrador se refere à participação na Guerra Colonial como uma aprendizagem da agonia . No entanto, a aprendizagem não se efetiva como a iniciação esperada pela família, mas como uma metamorfose que leva o narrador a questionar as concepções até então tomadas como verdade em sua vida. A agonia cuja aprendizagem foi iniciada pelo narrador de Os cus de Judas na Guerra é também aprendida pelo ser humano em outras batalhas impostas pela sociedade contemporânea, em que as identidades fixas calcadas no pertencimento a coletividades promotoras de segurança e conforto estão sendo estilhaçadas. Assim, a reconfiguração da identidade nacional se desdobra na reconfiguração da identidade individual, na busca agônica pela configuração de uma resposta à pergunta: Quem sou eu? . Nesse sentido, este trabalho se propõe a estudar como é configurada a identidade do narrador-protagonista no romance contemporâneo português Os cus de Judas, apoiando-se, especialmente, nas teorizações de Paul Ricoeur acerca da escrita da memória, de Walter Benjamin sobre o narrador e de Zygmunt Bauman a respeito das condições sociais desta era chamada por ele de modernidade líquida , além da apreciação da fortuna crítica do autor e da obra.Item Argumentação e emoção no discurso jornalístico: análise comparativa entre os jornais Tribuna Livre e Folha da Mata(Universidade Federal de Viçosa, 2011-02-23) Souza, Paulo César de; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; Silva, Adriana da; http://lattes.cnpq.br/7733749861812383; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; http://lattes.cnpq.br/5224848304714703; Menezes, William Augusto; http://lattes.cnpq.br/1817247565060943Neste trabalho, propomos a análise das estratégias discursivas utilizadas pela mídia impressa. São observados os vários recursos argumentativos empregados na construção das notícias visando tocar afetivamente o público. Trata-se de uma pesquisa que tem como corpus um conjunto de 10 notícias veiculadas pelos jornais Tribuna Livre e Folha da Mata, ambos da cidade de Viçosa-MG, no período compreendido entre 05/07 e 04/10/2008, por ocasião da campanha eleitoral municipal. As notícias em questão se referem às ações administrativas realizadas na gestão 2005/2008, bem como aos fatos que, de alguma forma, envolveram integrantes da administração municipal. Trata-se, portanto, de uma análise comparativa entre os discursos produzidos por essas duas instâncias de produção midiáticas. Partimos da hipótese de que haveria divergência de opiniões dos semanários quanto ao candidato à reeleição. Tal hipótese foi confirmada pela seleção temática, pelas estratégias argumentativas e reforçada pelos critérios de localização das notícias na página e no jornal. Nesta pesquisa, discutiram-se, ainda, questões em torno da objetividade jornalística e da articulação entre emoção e razão no processo argumentativo. Em relação ao primeiro aspecto, confirmaram-se os posicionamentos de profissionais da Comunicação e da Análise do Discurso segundo os quais a isenção total na veiculação dos fatos seria ilusória. Confirmou-se, também, a tese defendida em estudos recentes sobre a argumentação de que haveria um natural entrecruzamento entre as dimensões do logos e do pathos, ou seja, de que razão e emoção seriam inseparáveis na argumentação. Dentre as várias teorias discursivas sobre argumentação e emoção que serviram de apoio à nossa pesquisa, elegemos como norteadora do nosso trabalho a Semiolinguística, de Patrick Charaudeau.Item A configuração de gêneros multimodais: um estudo sobre a relação gênero-suporte nos gêneros discursivos tira cômica, cartum, charge e caricatura(Universidade Federal de Viçosa, 2010-12-20) Simões, Alex Caldas; Silva, Adriana da; http://lattes.cnpq.br/7733749861812383; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; http://lattes.cnpq.br/2757065561066716; Vian Júnior, Orlando; http://lattes.cnpq.br/5463585749303495; Ramos, Paulo Eduardo; http://lattes.cnpq.br/6622602721067546Como reconhecer, caracterizar e diferenciar os gêneros multimodais tira cômica, cartum, charge e caricatura? Como se estabelecem as relações gênero-suporte nesses gêneros? Pautados no aporte teórico-metodológico dos estudos de gêneros vinculada à Lingüística Sistêmico-Funcional – LSF – (HALLIDAY; HASAN, 1989) e aos quadrinhos (RAMOS, 2009; MCCLOUD, 1995; EISNER, 1999), procuramos refletir essas questões de forma a: (1) descrever a Estrutura Potencial do Gênero (EPG) dos gêneros multimodais tira cômica, cartum, charge e caricatura; (2) caracterizar o suporte dos gêneros multimodais em foco a partir da perspectiva da LSF; e (3) investigar a relação gênero-suporte nos gêneros supracitados. A fim de cumprirmos estes objetivos de pesquisa, procuramos, por meio da pesquisa qualitativa, a partir da análise de textos e imagens, estudar os seguintes suportes livro e seus gêneros: (a) Aline (I, II, III), de Adão Iturrusgarai (2007, 2009a, 2009b), com as tiras cômicas; (b) Assim Rasteja a Humanidade, de Allan Sieber (2006), com os cartuns; (c) Fatores de Risco, de Júlio Erthal (1998), com as charges; e (d) Caricaturas e Caricaturados, de Mário Mendez, com as caricaturas. De nossa pesquisa, concluímos que há dificuldade de se diferenciar os gêneros tira cômica, cartum, charge e caricatura, pois estes apresentam a mesma variável modo (escrito/multimodal) e relações (autor versus leitor) de registro; já a variável campo de registro ocorre de maneira diferente, o que, portanto, elege estágios de realização específicos para cada gênero, o que os diferencia. Quanto à relação gênero-suporte, podemos dizer que o suporte – como organização material da linguagem, inscrita no registro – elege elementos de realização material que o qualificam como suporte pretendido em uma dada cultura e o individualiza perante seus pares, a esses elementos chamamos de elementos gráficos que se realizam em função da relação autor versus editor(a).Item Construção de corpos: análise de capas das revistas dirigidas aos homoeróticos masculinos(Universidade Federal de Viçosa, 2011-03-03) Silva, Lilian Arruda; Lopes, Maria de Fátima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4793922P1; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; http://lattes.cnpq.br/5051998685681388; Pimenta, Sônia Maria de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/4591671845944351A imagem tem se tornado um dos principais elementos persuasivos. Kress (1997) argumenta que a sociedade assiste a uma mudança significativa da relativa valoração dos modos semióticos, principalmente, uma mudança da forma verbal para a visual de representação e comunicação. Nesse sentido, estudar imagens faz-se necessário, pois está relacionada não só à veiculação de valores, mas também à constituição de identidades sociais. Relegada a importância das imagens no mundo pósmoderno, discutiremos neste trabalho a relação entre imagem-gênero social-corpo, à luz dos estudos que tratam da Semiótica Visual e das pesquisas em Multimodalidade, uma vez que procuramos analisar a construção do Corpo, através das imagens das Capas das Revistas: G Magazine, Junior, Dom e Aimé dirigidas a um público particular: os homoeróticos masculinos. Para tanto, utilizaremos como aporte teórico a Gramática do Design Visual cunhada por Kress e van Leeuwen (1996) que tem por premissa básica a Linguística Sistêmico-Funcional de Halliday (1994). Utilizaremos também estudos acerca do gênero social como categoria de analítica (FOUCAULT, 1985; SCOTT, 1990; LOURO, 1997, 2005, 2007; LAQUEUR, 2001; WEEKS, 2007; BUTLER, 2008, dentre outros). Na perspectiva pós-estruturalista, as identidades e as diferenças se definem a partir da cultura e da história, são criações sociais e culturais, portanto, não são inatas aos seres humanos, mas são ativamente produzidas e construídas através das relações de poder e através da/na linguagem. Nessa vertente, a categoria corpo também é entendida e assumida como uma realidade histórica, sendo assim, o corpo torna-se um espaço de debates e reflexões a respeito da sua construção em relação ao gênero e sexo. A análise aponta para uma promoção/fortalecimento de um corpo viril que, consequentemente, refuta uma imagem afeminada facilitando, portanto, a aceitação social dos homoeróticos, já que sua aparência exterior está dentro dos padrões tidos como modelos de masculinidade. Sendo assim, podemos postular que estes corpos são submetidos constantemente a regimes de verdade normalizadores regulados a partir de uma representação hegemônica, com corpos malhados, jovem, branco, sem pelos e sem barba, que, invariavelmente, supervalorizam a masculinidade, dissipando o discurso da heteronormatividade como norma e referência de comportamento.Item Da redoma para o público: análise do processo de recontextualização do discurso científico em divulgativo no Jornal da UFV(Universidade Federal de Viçosa, 2013-02-22) Teixeira, Sabrina Areias; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; http://lattes.cnpq.br/4993402022092688; Rabelo, Ernane Correa; http://lattes.cnpq.br/8619877480026800; Rodrigues Júnior, Adail Sebastião; http://lattes.cnpq.br/2088498267748957Neste trabalho, buscamos identificar de que forma ocorre o processo de recontextualização do discurso científico para o divulgativo no Jornal da UFV. Para isso, realizamos a análise de cinco reportagens de divulgação científica publicadas entre outubro de 2010 e outubro de 2011 que foram chamadas de capa do Jornal da UFV. Foram também analisados os artigos científicos e as entrevistas que precederam as reportagens na recontextualização. O processo analítico foi estruturado tendo como suporte teórico-metodológico os estudos discursivos críticos (FAIRCLOUGH, 2001, 2003; VAN LEEUWEN, 2008), usando a Gramática Sistêmico-Funcional (HALLIDAY e MATTHIESSEN, 2004), como ferramenta de investigação, em interface com os estudos desenvolvidos pela Análise do Discurso da Divulgação Científica (CALSAMIGLIA et. al., 2001; CASSANY, LÓPEZ e MARTÍ, 2000; CIAPUSCIO, 1997). Verificamos, a partir da discussão teórica e das análises, que há duas comunidades discursivas envolvidas no processo de recontextualização da reportagem de divulgação científica no Jornal da UFV, são elas: a de pesquisadores, inseridos na prática de disseminação do conhecimento científico, e que têm como propósitos comunicativos apresentar a pesquisa e validá-la; e a de jornalistas, inseridos na prática de divulgação do conhecimento científico, como propósito informar sobre a pesquisa e exaltá-la. Entre essas duas comunidades distintas, situa-se a entrevista que, como representante da prática de apuração do conhecimento científico, possibilita a aproximação entre pesquisadores e jornalistas. Nesse sentido, o processo de recontextualização das reportagens analisadas é influenciado pelas práticas sociais, pelas comunidades discursivas e pelos propósitos comunicativos envolvidos. A partir deles, a jornalista utiliza procedimentos discursivos, dentre os quais, predomina o uso da redução para se destacar os benefícios e as finalidades das pesquisas. Também foi possível notar a recorrência de processos materiais para representar a pesquisa, o pesquisador e a UFV, nas reportagens, demonstrando a eficácia dos trabalhos nessa Universidade; e o uso de pressuposições e de atributos para se destacar as potencialidades da pesquisa e junto com elas exaltar o pesquisador e a UFV.Item Desmatamento na Amazônia Causas e Consequências: Uma Análise da Construção do Discurso Ambiental nos Jornais O Liberal e A Crítica(Universidade Federal de Viçosa, 2014-03-13) Ribeiro, Gilmara dos Reis; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; http://lattes.cnpq.br/5041853015939122; Mendes, Simone de Paula dos Santos; http://lattes.cnpq.br/0697972547607328; Rabelo, Ernane Correa; http://lattes.cnpq.br/8619877480026800Neste trabalho, propusemos analisar a construção do discurso ambiental, veiculado pelos jornais O Liberal e A Crítica, sobre o desmatamento na Amazônia, suas causas e consequências, a fim de contribuir para a reflexão sobre o fenômeno da formação dos discursos públicos na mídia impressa brasileira. O corpus da pesquisa é formado por 38 matérias publicadas no ano de 2011, sendo 26 do jornal O Liberal e 12 do A Crítica (abarcando os gêneros notícia, reportagem, entrevista, nota e artigos de opinião). Baseando- nos na perspectiva teórico-metodológica da Análise do Discurso da Divulgação Científica (CALSAMIGLIA, 1997; 1996; CASSANY; MARTÍ, 1998; CASSANY; LÓPEZ; MARTÍ, 2000; CATALDI, 2011; 2009; 2008; 2003; CIAPUSCIO, 1997; FERRERO, 2011), identificamos e analisamos os posicionamentos dos atores sociais procedentes dos diversos âmbitos e as estratégias divulgativas utilizadas no discurso de divulgação científica pelos âmbitos científico e ambiental. Relacionando o elemento do controle do poder (VAN DIJK, 2012) e os modos de operação da ideologia (THOMPSON, 2002), analisamos algumas estratégias discursivas para verificar o papel das ideologias (mediadas pelos atores sociais da divulgação debate) no controle de poder. Verificamos, a partir da discussão teórica e das análises que: 1) A divulgação debate no jornal O Liberal foi a que mais favoreceu o debate social, pois, diferentemente do A Crítica, contou com a participação dos âmbitos social e jurídico; 2) As consequências do desmatamento divulgadas pelo A Crítica sempre se relacionaram com o Código Florestal, o que não aconteceu em O Liberal; 3) Em relação aos posicionamentos, muitas vezes, a problemática ̳desmatamento é atenuada; 4) Quanto às estratégias divulgativas, a abordagem divulgada do evento, por se tratar de suas causas, resultou no emprego de linguagem acessível, por ser uma questão mais própria da realidade social do grande público; 5) Quanto ao papel das ideologias nas relações de controle de poder, a divulgação é influenciada pelos diversos atores que participam dela, já que percebemos que o enfrentamento da problemática aparece atrelado a questões de ordem econômica, inclusive no discurso ―ecológico‖. Com base nessas constatações, entendemos que a divulgação debate é um instrumento que pode ajudar na construção de perspectivas mais democráticas a respeito de questões ambientais tão importantes na atualidade.Item A emoção no discurso da música gospel como estratégia na captação de fiéis(Universidade Federal de Viçosa, 2012-03-07) Gonçalves, Gisele Siqueira; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; http://lattes.cnpq.br/3268137264131751; Lopes, Emília Mendes; http://lattes.cnpq.br/3915885677241734; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7Atualmente podemos observar um novo e crescente tratamento dado à emoção. É a emoção vista sobre o viés discursivo. Esta concepção tem permitido várias análises de efeitos de sentidos que o locutor pretende causar através do discurso em seus interlocutores. Assim, baseados nessa perspectiva, esta pesquisa se propôs a verificar o caráter patêmico contido nos discursos da música gospel evangélica, levando em consideração a sua evidência na mídia bem como no mercado fonográfico, nos últimos anos. Desta forma, nosso objetivo foi descrever as letras das canções evangélicas e relacionar sua organização discursiva ao efeito patêmico que estas visam causar no ouvinte, como estratégia de captação do fiel ao protestantismo. A análise focalizou as canções e testemunhos do cantor e compositor gospel evangélico Lázaro que estão inseridos no disco Testemunho e louvor , vencedor em várias categorias do maior evento da música gospel de 2009, o Troféu Talento. Como aporte teórico e metodológico foi utilizada a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau, por meio dos Modos de organização do discurso que nos permitiu descrever a organização das canções. Associada a esta teoria, utilizamos algumas teorias que abordaram a emoção no discurso e o discurso religioso.Item As estratégias argumentativas em Petição Inicial que envolve ação de indenização por danos morais(Universidade Federal de Viçosa, 2014-03-24) Carvalho, Ariana de; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; http://lattes.cnpq.br/0589882794496670; Lima, Helcira Maria Rodrigues de; http://lattes.cnpq.br/2109410145220432; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7Pautando-se na perspectiva da Teoria Semiolinguística articulada a teorias argumentativas, esse trabalho se propôs a investigar petições iniciais que envolvem ação de indenização por danos morais nas relações de consumo, verificando e descrevendo como os recursos das dimensões do logos e do pathos foram empregados pelos advogados na tentativa de persuadir a juíza de que o pedido de indenização por danos morais é válido. Esse estudo objetivou também averiguar quais imaginários sociodiscursivos foram expressos nos discursos das petições. Para alcançar os objetivos pretendidos, as seguintes etapas foram desenvolvidas: contextualização da pesquisa; exposição dos principais pressupostos da teoria semiolinguística e da teoria da argumentação; explanações sobre a argumentação jurídica e sobre os recursos do logos e do pathos enquanto dimensões do discurso argumentativo; descrição do gênero Petição Inicial a partir do arcabouço teórico exposto em Charaudeau (2004); descrição da organização argumentativa das petições; análise pautada na verificação, descrição e explicação do emprego das técnicas das dimensões do logos e do pathos pelos advogados que visavam alcançar a adesão da juíza; identificação e descrição dos imaginários sociodiscursivos presentes nas petições. Ao final da análise, chegou-se à conclusão de que a noção de contrato de comunicação é realmente muito marcante e norteadora dos discursos peticionais. Verificou-se a predominância da dimensão do logos nesses discursos e, ainda, uma regularidade no uso das técnicas dessa dimensão. Essa regularidade confirmou a peculiaridade inerente ao discurso jurídico. Averiguou-se que os argumentos de ordem patêmica também tiveram grande importância para fortalecer a argumentação, pois estando o dano moral ligado diretamente ao abalo emocional do requerente pela violação de seus direitos de personalidade, a argumentação baseada apenas no logos seria pouco consistente. Foi constatado também certa regularidade no emprego das técnicas do pathos, de modo que três movimentos discursivos foram desenvolvidos pelos advogados para tocar emocionalmente a juíza: os requeridos foram qualificados de maneira pejorativa; os requerentes foram representados como pessoas honestas, vítimas dos requeridos e, por fim, os abalos emocionais sofridos pelos requerentes foram evidenciados. Ficou claro que a voz dos advogados é oriunda da coletividade com a qual compartilham valores e princípios, o que foi confirmado pela verificação dos imaginários sociodiscursivos da noção de tempo como algo valioso, do bom nome como requisito para que um sujeito tenha boa imagem perante a sociedade e do contrato como indispensável às relações humanas.Item Interação em sala de aula: a atividade pedagógica de contar e recontar histórias(Universidade Federal de Viçosa, 2012-05-24) Silva, Rosimi Maria da; Ladeira, Wânia Terezinha; http://lattes.cnpq.br/9290556901857709; http://lattes.cnpq.br/6786167072874399; Gediel, Ana Luisa Borba; http://lattes.cnpq.br/4847726396513108; Vieira, Amitza Torres; http://lattes.cnpq.br/1496238532596726Considerando que é através da linguagem que o ser humano se organiza em sociedade, temos o objetivo central de, neste estudo, analisar como os participantes de uma aula de contação de histórias de uma escola pública municipal de Minas Gerais, localizada na zona urbana, interagem. Ancorados em preceitos da Análise da Conversa Etnometodológica (ACE) e da Sociolinguística Interacional (SI), procuramos identificar e analisar as seleções linguísticas e discursivas de alunos e professores de uma turma da Educação Infantil em tempo real para verificar e comparar como acontecem a fala institucional e a cotidiana. A coleta de dados foi feita através da gravação em áudio e vídeo de aulas em que a professora contava uma história e os alunos recontavam. A partir dessas gravações, foi feita uma transcrição detalhada das interações de acordo com os preceitos da ACE. Na sequência, fizemos a análise pautada nos conceitos de Fala em Interação Institucional e Fala em Interação Cotidiana. Cientes de que as conversas institucional e cotidiana são construídas de forma a marcar e afirmar papéis sociais e características específicas, colocamos em evidência a fala de uma professora (Márcia) e de seus alunos durante uma aula cujo objetivo era contar e recontar uma história (O balãozinho teimoso) e traçamos linhas de contraste com histórias contadas em situação espontânea (retiradas de periódicos disponíveis no meio acadêmico). Tal como em Sacks (1974), notamos etapas existentes tanto no discurso em sala de aula quanto no discurso presente na vida cotidiana em comum, mas que revelam características e projeções diferentes no que diz respeito à linguagem utilizada pelos participantes.Item A linguagem da periferia: construção de identidade por alunos de EJA de uma escola pública(Universidade Federal de Viçosa, 2011-03-02) Aniceto, Erica Alessandra Fernandes; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/3845753380051358; Alves, Daniela Alves de; http://lattes.cnpq.br/3278661220922086; Ladeira, Wânia Terezinha; http://lattes.cnpq.br/9290556901857709; http://lattes.cnpq.br/0265121538063215; Oliveira, Maria do Carmo Leite de; http://lattes.cnpq.br/3347341510113859; Souza, Rita de Cássia de; http://lattes.cnpq.br/7746547555939279Partindo da premissa básica de que a linguagem é uma forma de ação social, o objetivo central deste estudo é analisar como alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) de uma escola pública localizada em um bairro periférico de uma cidade do interior de Minas Gerais constroem e assumem as suas identidades sociais. Embasados em teorias da Análise da Conversa Etnometodológica (ACE) e da Sociolinguística Interacional (SI), analisamos as escolhas linguístico-discursivas desses alunos, observadas a partir da fala-em-interação em grupos focais, para verificar como esses estudantes demonstram pertencimento a determinadas categorias sociais. Para coleta de dados, utilizamos a técnica do grupo focal, através da qual os discentes narram a experiência de morar em um bairro periférico. Após uma minuciosa transcrição dos dados gerados nos encontros com os estudantes, feita de acordo com a proposta da ACE, fizemos uma análise baseada no conceito de Categorização de Membros, de Sacks (1992). Uma vez que os processos de categorização estão em uso e negociações constantes, revelamos, assim, a ação discursiva dos estudantes, durante interações entre si, para a construção de suas identidades por meio de autocategorização e categorização. Os resultados desta pesquisa apontam a orientação dos participantes durante a interação, os quais constroem, através da fala, a identidade de outsiders, ratificando o rótulo que lhes é atribuído por aqueles que ocupam posições de prestígio e poder e que se reconhecem como a boa sociedade , os quais chamaremos de estabelecidos, assim como Elias e Scotson (2000). Ao se categorizarem como desviantes, os estudantes de EJA demonstram perceber o lugar deles na cidade pesquisada, mas, muitas vezes, não aceitam passivamente tal rótulo, o que gera relatos de uma relação conflituosa entre esses jovens e os estabelecidos. Assim, ao concluir que, através da categorização de membros, os estudantes constroem e assumem a identidade de outsiders, demonstramos que o trabalho de descrição e de categorização de membros é bastante pertinente para o estudo da construção de identidades sociais.Item Mais Brasil para Mais Brasileiros : campanha ou marketing político? Um estudo discursivo crítico(Universidade Federal de Viçosa, 2012-02-02) Souza, Rosália Beber de; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; http://lattes.cnpq.br/9590797713277225; Carmo, Cláudio Márcio do; http://lattes.cnpq.br/3999334958306911Estudar as questões ideológicas que constituem os discursos do governo federal a partir de uma campanha nos propicia refletir sobre o atravessamento cada vez mais latente da marquetização em Instituições antes impensáveis. Neste sentido, nos propomos a investigar as novas práticas contemporâneas do Governo Federal para divulgar seus programas sociais e suas relações com a mídia e o marketing político. A campanha Mais Brasil para Mais Brasileiros é composta por 3 vídeos e 17 programas de rádio. Contudo, para esta pesquisa, nos pautaremos às análises dos vídeos, intitulados Escada Luz , Escada Família e Escada Impostos , veiculados pela mídia televisiva e pelo site da Presidência da República no link da Secretaria de Comunicação Social (SECOM). O que se pretendeu investigar foi se os vídeos contribuem para a manutenção/reforço do sistema hegemônico capitalista e, caso isso ocorresse, como se daria esta manutenção através do discurso. Como pressupostos teóricometodológicos, utilizamos a Gramática do Design Visual (GDV), proposta por Kress e van Leeuwen (2006), e a Teoria Social do Discurso (TSD) como cunhada por Norman Fairclough (2001, 2003). Para a análise e descrição dos filmes, foi adotado o programa Windows Movie Maker que possibilitou o recorte das cenas (frames), facilitando, não só a visualização, mas também, a análise das ações dos atores sociais envolvidos na narrativa. Entendendo o discurso como prática social, este estudo justifica-se pela relevância em entender de que forma a sociedade se organiza em estruturas de poder, produzindo/reproduzindo seus valores e ideologias através da linguagem.Item A origem e o fim do mundo: análise discursiva de textos de divulgação científica na Superinteressante(Universidade Federal de Viçosa, 2014-04-11) Sant'ana, Maíra Ferreira; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; http://lattes.cnpq.br/1792594276285816; Rabelo, Ernane Correa; http://lattes.cnpq.br/8619877480026800; Xavier, Mariana Ramalho Procópio; http://lattes.cnpq.br/4738042665488506Esse trabalho se propôs a investigar o tratamento linguístico-discursivo conferido às informações sobre a origem e o fim do mundo nas reportagens publicadas na revista Superinteressante, edição especial de novembro de 2012, durante a polêmica suscitada em função do calendário maia, considerando a linha editorial da mídia em questão. Para isso, contextualizou, a partir dos pressupostos da Teoria Semiolinguística, a situação de comunicação dos textos analisados. Ademais, descreveu e analisou como ocorre o processo de recontextualização da informação científica em informação divulgativa por meio dos procedimentos linguístico-discursivos de expansão, redução e variação e das estratégias divulgativas. A fim de alcançar o objetivo geral pretendido, as seguintes etapas foram desenvolvidas: contextualização da pesquisa; discussão acerca da origem e do fim do mundo, ressaltando a abordagem do fim do mundo maia; exposição dos principais pressupostos da Teoria Semiolinguística (CHARAUDEAU, 2009, 2012) e da Análise do Discurso de Divulgação Científica (CALSAMIGLIA, 1997; CATALDI, 2003, 2007, 2008, 2011; CIAPUSCIO, 1997; VAN DIJK, 2011); descrição da revista Superinteressante; discussão sobre o discurso de divulgação científica na perspectiva da Semiolinguística e análise pautada na identificação dos procedimentos linguístico-discursivos e das estratégias divulgativas presentes nas reportagens analisadas. Ao final da análise, chegou-se à conclusão de que a situação de comunicação é norteadora dos discursos veiculados nas reportagens. Verificou -se que foram utilizadas estratégias divulgativas voltadas para um público leitor jovem, assim como uma linguagem informal a fim de interagir com esse público. Percebeu -se que a revista informa e, como estratégia de captação, deixa o leitor preocupado e curioso. O procedimento linguístico-discursivo mais recorrente nas reportagens foi a expansão e a estratégia divulgativa mais utilizada foi a explicação. Dessa forma, os textos divulgativos sobre a temática em questão publicados nessa edição especial da Superinteressante são mais explicativos do que conceituais.Item Prática social da escrita: um estudo envolvendo a educação de adultos(Universidade Federal de Viçosa, 2013-04-23) Oliveira, Leilane Morais; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; http://lattes.cnpq.br/5352556560815097; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/3845753380051358; Silva, Jane Quintiliano Guimarães; http://lattes.cnpq.br/4548190891694709O Brasil vivencia, na contemporaneidade, um momento em que as oportunidades de acesso à educação passam por amplas modificações: observa-se uma expansão relativa às tentativas governamentais de garantir, em Lei, os direitos de acesso à educação e uma elevação dos índices de alfabetização, os quais demonstram haver uma democratização do ensino. Porém, outros dados de pesquisas demonstram que um número alarmante de pessoas permanecem analfabetas e que os índices de analfabetismo funcional ampliaram, isto é, subiu o número de pessoas que, apesar de reconhecerem o sistema linguístico (por meio da alfabetização), não são capazes de praticar a leitura e a escrita com eficiência. Sendo assim, esse estudo filiase às bases teóricas dos Novos Estudos de Letramento (COOK-GUMPERZ, 2002; KLEIMAN, 1995, 2007, 2008; ROJO, 2008; SIGNORINI 2007; SOARES, 2004), que visam compreender e promover meios para que práticas e eventos de letramento sejam capazes de tornar os sujeitos usuários compententes dos recursos de leitura e de escrita em determinada língua e, além disso, utiliza a metodologia das Sequências Didáticas, proposta por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2007), como meio para, em uma sala de língua portuguesa referente ao segundo ciclo da educação básica de um núcleo voltado para a educação de jovens e adultos promover eventos e práticas de letramento em língua materna padrão. Isso ocorreu por meio do estudo do gênero e atividades de escrita que se relacionavam à transformação de um texto proveniente do discurso didático, que versava sobre as doenças sexualmente transmissíveis, em um texto de discurso divulgativo (o qual deveria direcionar-se aos leitores de um jornal popular da cidade em que o núcleo está localizado). Sobre o estabelecimento dessa Sequência Didática, tem-se que ele ocorreu por meio de dados coletados através de uma pesquisa de base etnográfica e participante, realizada entre os meses de março e junho de 2012, e também por meio da prática de escrita que os próprios alunos apresentaram em sala de aula. O estudo se relaciona à escrita de cinco sujeitos (dois homens e três mulheres) e os resultados mostram que a Sequência Didática foi eficaz para auxiliar os alunos em questões relacionadas, principalmente, à textualidade, à adequação de sua escrita ao gênero discursivo estudado e à utilização de procedimentos discursivos relacionados à recontextualização do discurso didático em discurso de divulgação científica; o que foi analisado através das bases teóricas da Análise do Discurso relacionada à Divulgação Científica (CIAPUSCIO, 1997; CASSANY, LÓPEZ, MARTÍ, 2000; CALSAMIGLIA et al., 2001 e CATALDI, 2003, 2007ª, 2007b, 2008). Em contrapartida, constatou-se que alguns movimentos linguísticos que demonstravam inadequações relativas à língua materna tida como padrão, em termos morfossintáticos e fonológicos, permaneceram na prática de escrita dos alunos, mesmo após a realização da Sequência Didática.Item Rei Lear: da Tragédia de William Shakespeare à Adaptação de Nahum Tate(Universidade Federal de Viçosa, 2014-03-20) Rosi, Vinícius Zorzal; Dudalski, Sirlei Santos; http://lattes.cnpq.br/5589206381205301; http://lattes.cnpq.br/2847114216975599; Diniz, Thaís Flores Nogueira; http://lattes.cnpq.br/2891259327805135; Cruz, Adélcio de SousaO presente trabalho faz um estudo comparativo entre a tragédia Rei Lear, de William Shakespeare, e sua adaptação intitulada The History of King Lear, do poeta irlandês Nahum Tate. Para viabilizar este estudo comparativo, faz-se necessário compreender concepções de tragédia, desde a Antiguidade Clássica até a tragédia concebida por Shakespeare, os contextos sócio-históricos das eras elisabetana (período em que a dramaturgia shakespeariana surgiu e desenvolveu-se) e da Restauração (período em que a adaptação de Tate foi escrita) e teorias de adaptação literária, tendo em vista que adaptações são escritas à luz de determinado contexto e dos gostos do público-leitor de seu tempo. Os teóricos norteadores deste trabalho são Gerard Genette (2006), Julie Sanders (2006), Linda Hutcheon (2006), Aristóteles (1995), Friedrich Nietzsche (2007), Anatol Rosenfeld (1993), Albin Leski (2006), A.C. Bradley (1992), Frank Kermode (2006), Bárbara Heliodora (2001), Marjorie Garber (2004), Marlene Soares dos Santos (2008), James Black (1975), entre outros.Item A seção Ciência no Estado de Minas e na Folha de S. Paulo: um estudo comparativo sob a ótica da Análise do Discurso da Divulgação Científica e da Gramática do Design Visual(Universidade Federal de Viçosa, 2011-03-03) Dias, Luciene da Silva; Gomes, Maria Carmen Aires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791838E8; Silva, Adriana da; http://lattes.cnpq.br/7733749861812383; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; http://lattes.cnpq.br/8914855987702313; Pimenta, Sônia Maria de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/4591671845944351; Rabelo, Ernane Correa; http://lattes.cnpq.br/8619877480026800Partimos do pressuposto de que o discurso de Divulgação Científica – entendido como o conjunto de informações midiáticas que são produzidas em situações comunicativas distintas das estabelecidas entre os cientistas e seus pares, sendo, pois, um texto reformulado por um jornalista, ou mesmo por um cientista, para um leitor não especializado no assunto que está sendo tratado – deve ser caracterizado como multimodal e, por isso, objetivamos estudá-lo considerando a conjugação entre os modos semióticos utilizados, sejam verbais ou não-verbais. Assim, questionamos: como o discurso sobre ciência é apropriado pelos jornais Estado de Minas e Folha de S. Paulo no espaço concreto e ideológico desses periódicos? O encontro do âmbito científico com a experiência social cotidiana obriga uma troca de registros e uma nova relação discursiva entre enunciado, enunciatário e enunciador. A partir dessas considerações, as perguntas de pesquisa que norteiam este estudo são: i) Que estratégias divulgativas são utilizadas no processo de recontextualização das informações publicadas na seção Ciência dos jornais Estado de Minas e Folha de S. Paulo?; ii) Que significados sociais são representados na estrutura da seção Ciência desses dois jornais de grande circulação nacional, considerando-se tanto os aspectos verbais como os não-verbais?; iii) De que forma as representações visuais veiculadas na seção Ciência dos jornais analisados podem contribuir para ampliar os significados das notícias divulgadas, seja reproduzindo, contestando ou transformando valores? Nossa análise em relação ao texto verbal, a partir do procedimento discursivo de expansão, procurou demonstrar como as estratégias divulgativas utilizadas para apresentar o conhecimento científico na mídia impressa contribuíram, ou não, para a efetiva compreensão do público leitor em relação ao assunto divulgado. A análise do aspecto não verbal realizada em nosso corpus de pesquisa revelou que a representação da ciência nesses textos está bastante voltada para uma tentativa de se concretizar a abstração com que as temáticas tratadas são vistas pelo leitor, por meio da utilização de infográficos e outras imagens que não apresentaram funções apenas ilustrativas. Assim, os jornais Estado de Minas e Folha de S. Paulo, dentro do recorte temporal selecionado para esta pesquisa, caracterizam-se como veículos de comunicação importantes para o estudo da divulgação científica na mídia impressa, revelando seu valor para a sociedade civil, bem como suas limitações que ainda impedem uma efetiva participação cidadã no que concerne às decisões tomadas em relação à divulgação do conhecimento científico no Brasil.Item Signs of Change in Adolescents Beliefs about learning English in Public School: a Sociocultural Perspective(Universidade Federal de Viçosa, 2012-03-16) Lima, Fernando Silvério de; Barcelos, Ana Maria Ferreira; http://lattes.cnpq.br/3845753380051358; http://lattes.cnpq.br/5547417672168272; Coelho, Hilda Simone Henriques; http://lattes.cnpq.br/5771180375483519; Abrahão, Maria Helena Vieira; http://lattes.cnpq.br/8417792775638251Esta pesquisa teve por objetivo a investigação das crenças de alunos adolescentes de uma escola pública sobre a impossibilidade de aprendizagem da língua inglesa nesse contexto. O estudo de natureza interventiva foi realizado em uma turma de 32 alunos adolescentes com idade entre 13 e 15 anos em uma escola pública do estado de Minas Gerais (Brasil). O referencial teórico foi baseado em estudos da teoria sociocultural (Gallimore & Tharp, 1996; Johnson, 2006; John-Steiner & Mahn, 1996; Kinginger, 2002; Kozulin, 2003, 2004; Kozulin et al, 2003; Lantolf, 1994, 2007; Lantolf & Appel, 1994; Lantolf & Thorne, 2006; Moll, 1996; van der Veer & Valsiner, 1993, 1994, Vygotsky, 1978, 1986), crenças e mudança de crenças (Alanen, 2003; Barcelos, 2000, 2001, 2003, 2006; Barcelos & Kalaja, 2011; Basso, 2006; Conley et al, 2004; Johnson, 1999; Negueruela-Azarola, 2011; Pajares, 1992; Pintrich, Marx & Boyle, 1993; Richards & Lockhart, 1996; Richards, 1998; Tanaka & Ellis, 2003; Taylor, 2009; Tobin et al, 1994; Vieira-Abrahão, 2006; Wilkins & Ma, 2003; Yang & Kim, 2011), assim como características da adolescência (Arnett, 1999, 2006; Bandura, 2006; Basso, 2008; Buchanan, 1990, 1992; Macowski, 1993; Schunk & Meece, 2006; Pajares, 2006; Tiba, 1985; Vygotsky, 1994a, 1994b, 1998a, 1998b, 1998c). Para a metodologia, foram utilizados dois questionários semi-estruturados, uma narrativa da professora, feedback cards dos alunos, gravações de aulas em áudio, notas de campo e um grupo focal. Os resultados apontaram uma descrença dos alunos por cinco razões: indisciplina dos colegas, poucas aulas, material insuficiente, excesso de alunos por turma e a falta de um conhecimento básico na língua inglesa. Após a intervenção com o grupo, com a implementação de diferentes atividades para envolver os alunos na aprendizagem em sala de aula, suas crenças foram comparadas em termos de mudança. Os sinais de mudança nas crenças dos alunos sobre aprender inglês na escola pública foram observados como resultado de experiências positivas de aprendizagem na intervenção. Embora alguns fatores contextuais ainda influenciaram o grupo, o estudo mostrou que a mudança de crenças, apesar de difícil, é um processo que envolve prontidão, tempo e novas experiências de aprendizagem, que neste caso, foram oferecidas nas novas atividades propostas e as contínuas interpretações positivas dos alunos sobre elas.Item Sorrir ou chorar? A patemização na telenovela brasileira, um estudo de O Astro(Universidade Federal de Viçosa, 2013-05-27) Rosado, Leonardo Coelho Corrêa; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/5603442663409183; http://lattes.cnpq.br/3226088534749579; Paes, Cristiane Cataldi dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4228566A7; Machado, Ida Lúcia; http://lattes.cnpq.br/2114135234349130O presente trabalho objetiva descrever e analisar as estratégias de patemização em um plot, isto é, em uma trajetória de ação narrativa, na telenovela O Astro, a partir de 10 sequências audiovisuais que representem este plot. A novela foi exibida pela Rede Globo em duas épocas distintas, sendo a primeira entre 6 de dezembro de 1977 a 8 de julho de 1978, e a segunda entre 12 de julho a 28 de outubro de 2011 no horário das 23 horas, constituindo esta última versão um remake da primeira. Para essa pesquisa, selecionamos a segunda versão, uma vez que a coleta de dados foi realizada diretamente da televisão por meio de um hardware e software adequados para gravações desse tipo. No âmbito desse trabalho, a patemização é compreendida, de forma geral, como uma categoria discursiva de estudo das emoções, isto é, a patemização constitui, para nós, um efeito discursivo, uma vez que a Análise do Discurso tem por objeto a linguagem enquanto produtora de efeitos de sentido em uma relação de troca. A pesquisa foi realizada a partir do arcabouço teórico-metodológico da Teoria Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau, conjugada ao conceito de pathos, advindo da Retórica. Para a análise da patemização, procuramos decompor o nosso corpus nos modos de organização do discurso enunciativo e descritivo, bem como estratificamos as substâncias linguageiras no estrato verbal e visual-fílmico, seguindo a proposta de Melo (2003) e de Charaudeau (1995). Os nossos resultados evidenciaram que, do ponto de vista do estrato verbal, a patemização se dá a partir de duas estratégias recorrentes: a descrição dos estados emocionais experimentados pelas personagens e a qualificação atribuída a certas personagens. Já do ponto de vista do estrato visual-fílmico, os signos visuais auxiliam a engendrar efeitos patêmicos no discurso. O que observamos é que não existe uma categoria visual-fílmica mais patêmica do que outra, mas sim que há categorias potencialmente patêmicas na medida em que elas possibilitam um maior acesso aos estados emocionais vivenciados pelas personagens. Além do mais, observamos que a patemização, em nosso corpus, ocorre em função daquilo que é encenado no âmbito da história, ou seja, dos processos narrativos que configuram a história, já que tais processos estão atrelados a imaginários sociodiscursivos patêmicos. Como estratégia discursiva, a patemização toca o plano da captação: a instância midiática deseja emocionar o telespectador com o intuito de mantê-lo cativo durante a exibição da telenovela. Em outras palavras, a instância midiática deseja suscitar emoções no destinatário de forma a se criar uma espécie de vinculo com a telenovela e, com isso, garantir a audiência. Portanto, captar, por meio da emoção, também está ligado à lógica econômica em que a telenovela está vinculada.