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Item A memória coletiva como instauradora do processo identitário em Um Rio chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra, de Mia Couto(Universidade Federal de Viçosa, 2017-04-03) Andrade, Regina Costa Nunes; Roani, Gerson Luiz; http://lattes.cnpq.br/5393309432476103Este trabalho propõe discutir o processo de formação identitária de Marianinho, narrador-protagonista de Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra, do escritor moçambicano Mia couto, por meio da constituição da memória e sua busca pela rememoração do passado dos moradores da Ilha de Luar-do-Chão. Para isso, tem-se como base os estudos sobre a construção identitária realizados por Homi Bhabha, Stuart Hall, Zygmunt Bauman e Mircea Eliade, aliados à observação sobre o processo de formação da memória coletiva, a rememoração e o esquecimento, conceituados por Maurice Halbwachs, Paul Ricoeur, Jaques Le Goff e Peter Burke, dialogando com a Literatura e a inserção de elementos sociais, dos quais depreendemos os caminhos pelos quais perpassam a formação da identidade e da Literatura de uma nação, trazendo as abordagens de Kwame A. Appiah, Eduard W. Said, Antonie Compagnon, Nicolau Sevcenko e Antonio Candido. Dessa maneira, é exposto no primeiro capítulo teorias sobre o processo de formação identitária diante do pós-colonialismo e da relevância da constituição da memória coletiva para a formação do sujeito. No segundo capítulo, elencou-se os percursos históricos perpassados em Moçambique, a partir do imperialismo europeu no continente africano; as reflexões do narrador-protagonista, seu ponto de vista e sentimentos diante das (re)descobertas que realiza, reiterando que compreender aspectos da colonização portuguesa em Moçambique e os movimentos em prol da independência faz-se salutar para a análise do romance. No último capítulo, investigou-se as características das personagens a partir da fluidez do enredo, juntamente com a representatividade literária de Luar-do-Chão e o caminho de Marianinho, para a constituição da memória familiar e de sua identidade Malilane/Mariano, uma vez que a ausência de um passado abre o leque de possibilidades instáveis, pois para trilhar um futuro é necessário saber de onde se vem para a formação de uma identidade nacional e unidade familiar.