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Item Elsa surda em uma aventura da linguagem: a trajetória linguística de uma criança surda em processo de aquisição tardia da Libras(Universidade Federal de Viçosa, 2019-02-21) Alves, Sirlara Donato Assunção Wandenkolk; Valadão, Michelle Nave; http://lattes.cnpq.br/0750088925218692A necessidade de comunicar é inerente ao ser humano e é estabelecida por meio do contato com o outro em situações de interação social. Assim, desde que nascemos, e até mesmo antes disso, a criança está em processo de aquisição da linguagem, mediada principalmente pelo relacionamento com seus pais/familiares. Portanto, para que a criança desenvolva uma língua adequadamente, é essencial que a ela seja exposta precocemente à língua usada por sua comunidade. Em relação às crianças surdas nascidas em famílias ouvintes, a aquisição da linguagem pode ser prejudicada pela ausência de uma língua comum, uma vez que a maioria dos pais são ouvintes e desconhecem a língua de sinais, a língua da comunidade surda e a criança surda não acessa a linguagem oral, a língua da comunidade ouvinte. Nessa situação, as crianças surdas só terão contato com a língua de sinais tardiamente, geralmente quando vão à escola, e passam a conviver com língua de sinais, geralmente tendo contato com o tradutor/intérprete de Libras/Língua Portuguesa Diante dessas questões, este trabalho tem como objetivo investigar o desenvolvimento de linguagem de uma estudante surda entre 11 e 12 anos, em processo de aquisição da Libras (Língua Brasileira de Sinais), dentro de contexto educacional inclusivo, localizado na região da Zona da Mata Mineira, no estado de Minas Gerais, Brasil. Os instrumentos de coleta de dados foram: observação participante, diário de campo, pesquisa bibliográfica, entrevista semiestruturada, análise documental e filmagem. Os resultados demonstraram: 1) a apropriação da criança surda da língua de sinais, bem como a linguagem oral, assim como gestos e linguagem caseira enquanto estratégias de comunicativas; 2) a influência do intérprete de Libras/Língua Portuguesa como referência linguística da pessoa surda em processo de aquisição tardia; 3) a necessidade de contato entre surdos e/ou usuários de língua de sinais no processo de aquisição tardia de crianças surdas, entre outros. Portanto, é importante considerar todas as estratégias comunicativas utilizadas pela criança surda em momentos de interação social, seja por meio da língua, seja a Libras e/ou Português, seja por meio de gestos, linguagem corporal, linguagem caseira e desenhos, ainda que estas estratégias não asseguram eficiência na comunicação e para o desenvolvimento linguístico da criança surda.