Solos e Nutrição de Plantas
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Item Adsorção e dessorção de arsênio em solos e substratos de mineração de ouro e práticas de mitigação de drenagem ácida em colunas de lixiviação(Universidade Federal de Viçosa, 2002-12-20) Ribeiro Júnior, Emerson Silva; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723716E1; Mello, Jaime Wilson Vargas de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4789445D2; Pompéia, Sergio Luiz; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Abrahão, Walter Antônio Pereira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798343H6Esse trabalho foi desenvolvido em duas partes. A primeira parte teve como objetivos: adaptar metodologias que pudessem auxiliar na compreensão da dinâmica de As em solos e substratos; avaliar a adsorção e dessorção de As em diferentes solos e substratos da região de Paracatu MG; e obter, para esses mesmos solos e substratos, um valor máximo de As disponível letal para a planta de sorgo. A segunda parte teve como objetivo avaliar o efeito do uso de diferentes camadas selantes e da formação de barreira geoquímica como práticas mitigadoras de drenagem ácida em amostras de um substrato sulfetado de mineração de ouro provenientes de Paracatu MG. Para os diferentes estudos, amostras de três solos foram coletadas, secas ao ar e peneiradas (2mm): um Latossolo Vermelho Amarelo de João Pinheiro (JP); um Latossolo Vermelho (LAT) e um Cambissolo (LIT) de Paracatu. Foram coletadas também amostras de dois substratos (minérios) sulfetados (B1- bastante intemperizado e B2 pouco intemperizado) dos quais se extraem o ouro. Após caracterização física e química, avaliou-se a capacidade de adsorção de P e As (CMAP e CMAAs) dos diferentes materiais. Avaliou-se também a disponibilidade de As dos solos e substratos após a aplicação de doses crescentes de As nos materiais, usando Mehlich III e resina de troca aniônica. A adaptação de metodologias foi satisfatória para o estudo de As em solos e substrato. O extrator Mehlich III mostrou-se adequado na determinação do As disponível, sendo inclusive sensível a capacidade tampão dos solos. A resina também se revelou uma alternativa promissora. A CMAAs variou entre solos e também entre substratos, variando de 1,5778 até 0,7453 mg/cm3. Foi baixa para o substrato B1 (0,1453 mg/cm3) e não foi possível determiná-la no B2. A CMAAs foi sempre maior que a CMAP; no entanto, o valor de a que representa a energia de ligação, mostrou-se sempre menor para o As que a energia de ligação do P nos solos estudados. Este fato refletiu em maior dessorção de As quando da utilização do Mehlich III como extrator, o que evidencia a maior labilidade de As em relação ao P. Utilizando-se Mehlich III como extrator foi possível determinar os teores máximos de As que aplicados aos solos conduziram as plantas de sorgo à morte após 30 dias. Os teores variaram de 0,52 mg/cm3 para o LAT a 0,24 e 0,12 mg/cm3 para o LIT e JP respectivamente. Foi possível determinar o teor capaz de reduzir em 50 % do crescimento das plantas (TC(50)) que mostrou-se uma boa referência de toxicidade de As disponível. Os valores variaram de 1,34 mg/dm3 para o LAT a 5,05 e 12,31 mg/dm3 para o LIT e JP respectivamente. Na segunda parte foi montado um experimento em colunas de lixiviação (tratamentos) contendo uma camada de cobertura, uma camada intermediária denominada camada selante e uma última camada contendo o minério B2 rico em sulfetos. Os tratamentos constituíram-se de diferentes camadas selantes formadas pela compactação do substrato B1, adensamento do solo LAT pela aplicação de NaOH ou CaCO3 e adensamento do solo JP pela aplicação de ácido oxálico. Foi montado um tratamento adicional, com a adição de KCl no topo do substrato B2 visando a formação de uma barreira geoquímica pela síntese de jarosita. Lixiviações mensais foram realizadas, determinando-se no lixiviado as quantidades de Fe, S e As, bem como os valores de pH e condutividade elétrica. Avaliou-se ainda os teores de K no tratamento que recebeu KCl e no tratamento testemunha. O uso do substrato B1 compactado como camada selante mostrou-se viável, pois apresentou redução significativa nos teores de Fe, S e As no lixiviado com aumento de pH e redução na condutividade elétrica. No entanto, o uso do mesmo substrato como camada de cobertura apresenta restrições, devido aos altos teores de As disponíveis que este material apresenta. O uso de barreira geoquímica foi eficiente, para diminuir a mobilização de As, Fe e S. Observou-se problemas de ascensão de K ao longo da coluna. Como a camada selante utilizada neste tratamento pareceu inadequada para limitar a oxidação dos minerais sulfetados, a associação da técnica de aplicação de K com alguma outra camada selante mais eficiente, seria indicado. Por avaliação indireta sugere-se a síntese de jarosita. Embora o raio X não tenha detectado, vários resultados sugerem, indiretamente, a síntese de jarosita neste tratamento. O uso de ácido oxálico foi eficiente, para induzir o adensamento e formação da camada selante, aumentando em cerca de 20 % a densidade do solo. Este tratamento parece apresentar como vantagem adicional a capacidade de complexação e retirada do As da solução do solo. Embora a utilização de hidróxido de sódio e carbonato de cálcio tenha aumentado o adensamento da camada usada como selante, este adensamento não foi suficiente para minimizar o processo de geração de drenagem ácida. Os resultados mostraram que uma camada selante ineficiente deve ser preterida à sua ausência. Camadas selantes ineficientes apenas mantêm a umidade no sistema, favorecendo o processo de oxidação dos minerais sulfetados.Item Adsorção e disponibilidade de arsênio em solos com diferentes composições mineralógicas(Universidade Federal de Viçosa, 2010-02-03) Assis, Igor Rodrigues de; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Abrahão, Walter Antônio Pereira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798343H6; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778546P9; Euclydes, Rosane Maria de Aguiar; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786094T9; Silva, Juscimar da; http://lattes.cnpq.br/1823571141094864A presença de metais pesados e metalóides tóxicos nas diferentes esferas (ar, água, solo, etc.) tem causado constante preocupação no âmbito da saúde pública e ambiental. O arsênio (As) é um metalóide com grande potencial de toxicidade e seu teor médio global em solos não contaminados é de 5 a 6 mg kg-1. No entanto, características físicas, químicas e mineralógicas do solo governam sua mobilidade e transferência para a cadeia trófica. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a adsorção de As e avaliar diferentes extratores químicos quanto à capacidade de predizer a disponibilidade de As em solos com diferentes composições mineralógicas. Foram selecionados cinco solos, sendo três Latossolos, um Argissolo e um Cambissolo. Estes solos, com textura variando de argilosa a muito argilosa, receberam aplicação de cinco doses de As que variaram de 0 a 1.060 mg dm-3. As doses aplicadas foram equivalentes a 0; 0,05; 0,1; 0,2 e 0,4 vezes a capacidade máxima de adsorção de As (CMAAs). Os solos foram cultivados com Sorgo (Sorghum bicolor) e Crotalária (Crotalaria spectabilis). Estas espécies foram selecionadas buscando-se contrastar espécie sensível com espécie tolerante ao As, sendo o sorgo tolerante e a crotalária sensível. A disponibilidade de As no solo foi avaliada por meio de cinco extratores químicos: Mehlich 1, Mehlich 3, Ca(H2PO4)2 (7,43 mmol L-1 de Ca(H2PO4)2 em ácido acético), DTPA e resina trocadora de ânions (AR 103-QDP). Amostras da fração argila de cada solo foram submetidas à análise de difração de Raios-X e análise termogravimétrica (ATG), possibilitando, juntamente com os dados da caracterização química, estimar a composição mineralógica dos solos. A capacidade máxima de adsorção de arsênio (CMAAs) foi estimada com auxílio das isotermas de Langmuir. Antes do cultivo foi realizada correção do pH e aplicado As na forma de As2O3, devidamente preparado para se obter As exclusivamente de valência +5. Após um período de três meses de cultivo foi coletado todo o material vegetal existente em cada vaso (raiz, caule e folha) para determinação de biomassa produzida e dos teores de As (ICP-OES). Os solos apresentaram grande variação na proporção de argila, refletindo na CMAAs, que variou de 1,21 a 2,65 g kg-1, com valores superiores para os Latossolos. Houve também grande variação nas quantidades de hematita (Hm), goethita (Gt), gibbsita (Gb) e caulinita (Ct). A CMAAs correlacionou-se significativamente com as quantidades de Gb e Ct, sendo positiva para o primeiro mineral e negativa para o segundo. Os minerais Hm e Gt, isoladamente, não apresentaram correlação significativa, mas a soma destes minerais apresentou a melhor correlação com a CMAAs. No entanto, o atributo do solo que melhor prediz a CMAAs foi o Fe extraído por ditionito-citrato-bicarbonato. Na avaliação dos extratores químicos para estimativa do As biodisponível, foi verificada correlação significativa entre o teor disponível pelos diferentes extratores e o conteúdo de As apenas para as plantas de sorgo. Para esta espécie, todos os extratores químicos apresentaram correlação significativa, sendo o maior coeficiente de correlação obtido com Ca(H2PO4)2 e o menor com a resina. No entanto, o teor disponível de As pelos extratores DTPA e resina foram próximos a zero mesmo nas maiores doses de As aplicado, onde foram observados conteúdos expressivos de As na planta. Portanto, estes extratores não apresentaram capacidade preditiva da biodisponibilidade de As nos solos estudados. Ajustando as equações de regressão do teor disponível em função das doses aplicadas foi possível observar maior sensibilidade às diferenças químicas, físicas e mineralógicas dos solos pelo extrator Ca(H2PO4)2, possuindo portanto maior sensibilidade à capacidade tampão de arsenato dos solos. Assim, a capacidade preditiva da disponibilidade de As nos solos estudados segue a seguinte ordem decrescente: Ca(H2PO4)2 > Mehlich 3 > Mehlich 1. O teor total de As no solo que condicionou a redução de 50 % da produção de biomasssa (T50) foi em média igual a 420 mg dm-3 para a crotalária e 634 mg dm-3 para o sorgo. Estes valores equivalem ao teor disponível pelo extrator Ca(H2PO4)2 de 29,05 e 51,27 mg dm-3 para a crotalária e o sorgo, respectivamente. Portanto, o teor disponível de As que leva a redução de 50 % da biomassa produzida representa aproximadamente 7,5 % do As total do solo. Isto mostra que a utilização de teores totais, adotado pela legislação brasileira, é bastante conservadora, prezando pelo princípio da precaução.Item Atributos físicos de um substrato formado pela disposição de rejeito de beneficiamento de bauxita após uma década de recuperação ambiental(Universidade Federal de Viçosa, 2010-07-27) Guimarães, Lorena Abdalla de Oliveira Prata; Rocha, Genelício Crusoé; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4796777Y9; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://lattes.cnpq.br/0879888234877795; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Passos, Renato Ribeiro; http://lattes.cnpq.br/3882320619443256O rejeito da lavagem de bauxita apresenta características químicas, físicas e biológicas inadequadas para a revegetação, o que dificulta a recuperação ambiental dos tanques de deposição. Este trabalho foi realizado na Floresta Nacional Saracá-Taquera (ICMBio), Porto Trombetas, Oriximiná - PA, e teve como objetivo avaliar as alterações físicas, o teor de matéria orgânica e a respiração microbiana de um substrato formado pela disposição de rejeito de lavagem de bauxita em Porto Trombetas - PA, após dez anos de recuperação ambiental. O experimento foi instalado no ano de 1999, em delineamento experimental em blocos casualizados, com três repetições. Três tratamentos foram avaliados: T1 - sem plantio e sem aplicação de calcário e fertilizantes; T2 - com plantio de espécies nativas e menor nível de adubação; T3 - com plantio de espécies nativas e maior nível de adubação. Em campo foram determinados a resistência à penetração (RP) e a umidade do substrato (θ), até 60 cm de profundidade. Foram determinados em laboratório: Intervalo Hídrico Ótimo (IHO); índice S; distribuição de poros por classes de diâmetro, cujas classes foram: > 50, 50 a 10, 10 a 0,2 e < 0,2 μm; densidade do substrato (Ds); macro (Pma) e microporosidade (Pmi); porosidade total (Pt), argila dispersa em água (ADA), matéria orgânica (MO) e respiração microbiana (RM). Os resultados foram analisados estatisticamente por meio de contrastes ortogonais e correlação linear simples. Os valores de RP para os tratamentos T1, T2 e T3 variaram de 2,15 a 4,61, 2,29 a 4,15 e 2,79 a 4,02 MPa, respectivamente. Apenas na profundidade de 55 a 60 cm é que houve efeito significativo dos tratamentos, em que o tratamento T3 apresentou maior valor médio de RP. Os tratamentos T2 e T3 apresentaram maiores θ nas profundidades de 0 a 10, 20 a 30 e 30 a 40 cm. Não houve diferença significativa de θ entre os tratamentos T2 e T3 para essas profundidades. O coeficiente de correlação entre θ e RP foi de -0,73, o que demonstra o importante papel da água como atenuadora da RP. Partindo do tratamento T1 para o tratamento T3, nota-se deslocamento dos IHO para a esquerda, ou seja, os menores valores de Ds foram obtidos no tratamento T3. O valor de RP utilizado como limitante no cálculo do IHO (3,5 MPa) mostrou-se adequado para o presente estudo, sendo recomendado não apenas para substratos formados de rejeito de beneficiamento de bauxita, mas também para áreas em processo de recuperação ambiental. Os valores do índice S para os tratamentos T1, T2 e T3 foram de 0,059, 0,053 e 0,044, respectivamente. Os resultados das demais análises físicas mostraram que o substrato no tratamento T3 apresentou melhor qualidade física, sobretudo quando comparado ao tratamento T1, contestando os resultados do índice S. Dessa forma, o índice S não foi eficiente para representar as alterações físicas que ocorreram no substrato após dez anos de revegetação. No estudo da distribuição de poros por classes de diâmetro, a maior contribuição foi decorrente de poros com diâmetros inferiores a 0,2 μm, nos quais a água é fortemente retida. O efeito dos tratamentos T2 e T3 resultou em aumento do volume de poros na classe de diâmetro > 50 μm. Esses tratamentos diferiram significativamente apenas para a classe de diâmetro > 50 μm, em que o tratamento T2 apresentou maior volume. Os valores médios de Ds para o substrato nos tratamentos T1, T2 e T3 foram de 1,38, 1,31 e 1,13 kg dm-3, respectivamente. Os tratamentos T2 e T3, em relação ao tratamento T1, favoreceram o aumento de Pmi, Pt, RM e MO, e a redução da Ds e da ADA no substrato. Comparado ao tratamento T2, o tratamento T3 apresentou significativo aumento na Pmi e redução na Ds e a Pma. Foi observado efeito significativo do tratamento T3 sobre a redução da Ds e aumento da Pmi, Pt, RM e MO, comparado ao tratamento T1. Os menores valores de ADA obtidos para os tratamentos T2 e T3 podem estar associados aos maiores teores de cátions de caráter floculante, associados ao efeito da MO sobre a estabilização de agregados, reduzindo a dispersão da argila. A MO apresentou correlação significativa com a Pmi (r = 0,80), Pt (r = 0,85) e Ds (r = -0,74). A RM apresentou correlação significativa com a Pmi (r = 0,73), Pt (r = 0,81), MO (r = 0,96) e Ds (r = -0,63). A correção química do substrato e o plantio de espécies arbóreas foram fundamentais para o estabelecimento de vegetação e recuperação ambiental dos tanques de rejeito em Porto Trombetas. O plantio de espécies nativas e a aplicação de calcário e fertilizantes proporcionaram maior produção de biomassa, resultando em melhoria dos atributos físicos do substrato, sobretudo no que recebeu o maior nível de adubação. Novas caracterizações deverão ser realizadas a fim de identificar o nível de equilíbrio ecológico que pode ser alcançado nessas áreas.Item Caracterização química e decomposição de folhas de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica(Universidade Federal de Viçosa, 2006-10-11) Arato, Helga Dias; Barros, Nairam Félix de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783694P8; Neves, Júlio César Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076D4; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4764365H9; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Meira Neto, João Augusto Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728376H9Em ambientes degradados a ciclagem biogeoquímica promovida pela serapilheira é de fundamental importância para o estabelecimento e manutenção de uma comunidade vegetal e animal na área. Estudar o potencial de retorno dos nutrientes por meio do folhedo de espécies aptas a serem utilizadas em programas de revegetação é essencial para o entendimento do processo de ciclagem de nutrientes nestas áreas, e sua sustentabilidade. Materiais que apresentam rápida decomposição atuam diretamente como fonte de nutrientes e energia para a biota, enquanto aqueles materiais mais recalcitrantes permanecem sobre o solo, conferindo-lhe proteção física. A velocidade de decomposição dos materiais vegetais, em geral, se correlaciona negativamente com os teores de lignina, celulose e as relações lignina/nitrogênio (Lig/N), carbono/nitrogênio (C/N) e carbono/fósforo (C/P), e positivamente com os teores de nitrogênio (N) e fósforo (P). Desta forma, trabalhando com a hipótese de que a cinética de decomposição e liberação de nutrientes de folhas das espécies é função de sua composição química e das condições ambientais, este estudo teve como objetivo caracterizar quimicamente as folhas de 10 espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica na região de Viçosa MG; avaliar a decomposição das folhas destas espécies em condições de campo e em casa de vegetação, relacionando-a com a composição química das folhas e avaliar o potencial de liberação de nutrientes destas folhas. A caracterização química consistiu da determinação dos teores de carbono (C), nitrogênio (N), lignina, celulose, fósforo (P), enxofre (S), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e potássio (K) das folhas de 10 espécies. Estas espécies foram, então, classificadas em três grupos de acordo com a velocidade de decomposição prevista (rápida, intermediária e lenta) de seus materiais foliares, com base nos teores de C, N, lignina e celulose, e relações C/N e Lig/N. Esta classificação foi relativa entre as espécies estudadas, considerando de forma conjunta os fatores citados, sendo quatro espécies classificadas no grupo de rápida decomposição (Senna macranthera, Trema micrantha, Bauhinia forficata, Croton floribundus), três no grupo das intermediárias (Cassia ferruginea, Zeyheria tuberculosa e Luehea grandiflora) e três de decomposição lenta (Aegiphila sellowiana, Schinus terebenthifolius e Mabea fistulifera). Foi feita uma nova caracterização química com os materiais das espécies selecionadas coletados para os ensaios de decomposição. Nos ensaios de decomposição foram utilizados 18 litter bags contendo folhas frescas, para cada espécie em cada ambiente. Os litter bags foram colocados em vasos com solo de uma mata secundária em casa de vegetação, e diretamente no solo de uma mata secundária, sendo retirados três de cada espécie e ambiente a cada 30 dias durante seis meses, para serem pesados e analisados quanto aos teores de C, N, P, S, K, Ca e Mg dos materiais vegetais. Os teores de C, N, S, Ca e Mg, bem como as relações C/N das folhas das diferentes espécies apresentaram variações significativas entre as duas caracterizações. Já os de K mantiveram-se semelhantes e os teores de P apresentaram aumentos significativos. As variações observadas provavelmente se devem ao estágio de maturação dos materiais vegetais coletados, aos ambientes de coleta destes materiais, à variabilidade genética entre os indivíduos da mesma espécie (fragmentos florestais distintos) e à época de coleta (estação do ano). A decomposição acumulada dos materiais foliares em casa de vegetação e no campo variou com a espécie, com sua composição química e com o ambiente. No ensaio em casa de vegetação formaram-se apenas dois grupos, pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. As folhas de A. sellowiana, S. terebenthifolius e B. forficata apresentaram velocidade de decomposição rápida. Os materiais foliares das demais espécies (T. micrantha, S. macranthera, M. fistulifera, C. floribundus, Z. tuberculosa, C. ferruginea e L. grandiflora) apresentaram decomposição intermediária. No ensaio de campo, as espécies foram alocadas em três grupos. As espécies cujos materiais foliares apresentaram rápida decomposição foram M. fistulifera, B. forficata, Z. tuberculosa, C. ferruginea, S. macranthera e S. terebenthifolius. As folhas do C. floribundus apresentaram decomposição intermediária e as das demais espécies apresentaram decomposição lenta. As características químicas utilizadas para predizer a velocidade de decomposição relativa dos materiais foliares estudados não foram suficientes para explicar o comportamento destes, indicando que características físicas, bem como químicas não determinadas, também influem na decomposição destes materiais. A influência da biota na decomposição dos materiais foliares em campo foi evidenciada pelo aumento observado na sua decomposição em relação aos valores encontrados em casa de vegetação. A liberação de nutrientes dos materiais vegetais das espécies variou em função das condições ambientais, sendo mais efetiva em condições de campo, devido à ação da biota mais diversa. No ensaio de casa de vegetação, o período de decomposição dos materiais vegetais possibilitou significativa mineralização de K, Mg, Ca e P para a totalidade das espécies e de S para a maioria destas. Já no ensaio de campo, houve ocorrência de liberação de K, Mg, Ca, P e S para todos os materiais vegetais. Para o material foliar das espécies estudadas, o S seria o nutriente mais limitante do processo de decomposição.Item Crescimento e composição mineral de mudas de três espécies arbóreas nativas em resposta a macronutrientes(Universidade Federal de Viçosa, 2008-12-05) Oliveira, Fernanda Ataide de; Neves, Júlio César Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076D4; Barros, Nairam Félix de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783694P8; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://lattes.cnpq.br/8924295917311081; Fernandes, Luiz Arnaldo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797463J9; Paiva, Haroldo Nogueira de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788177J6O bioma da Mata Atlântica tem sofrido um processo contínuo de devastação, com grandes consequências ecológicas e ambientais, e a principal forma de recomposição florestal é o plantio de mudas. A produção de mudas de espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica, na Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional tem o objetivo de reflorestar a mata ciliar do lago de Itaipu, e constituir o Corredor Biológico que interligará grandes áreas de mata protegida no Brasil, Paraguai e Argentina. Este empreendimento é considerado pela UNESCO um dos maiores projetos de conservação ambiental do mundo e inclui o Parque Estadual do Morro do Diabo, no extremo oeste de São Paulo; o Parque Nacional de Iguaçu, entre Paraná e Mato Grosso do Sul; as faixas verdes em torno do reservatório da usina de Itaipu; o Parque Nacional do Iguaçu e o de Iguazú, na Argentina; e o Parque Estadual do Turvo, no Rio Grande do Sul. Na produção de mudas, os hortos da empresa utilizam substrato comercial e tubete de 115 cm3 de capacidade. Os experimentos conduzidos em casa de vegetação do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa objetivaram avaliar os efeitos de doses dos macronutrientes (N, P, K, Ca, Mg e S). sobre o crescimento de Cedrella fissilis Vellozo (Cedro), Peltophorum dubium (Spreng.) Taub (Canafístula) e Tabebuia serratifolia (Vahl) Níchols. (lpê-amarelo), produzidas em tubete e substrato. As plântulas após aproximadamente 90 dias de emergência receberam cinco doses de cada macronutriente via aplicação em cobertura. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, sendo três espécies, cinco doses, seis nutrientes, com cinco repetições com quatro plantas cada, totalizando 90 tratamentos e 1800 plantas. Após 140 dias, foi avaliado para cada espécie o número de folhas, hastes, diâmetro do colo e altura, e determinado a matéria seca total e subdividida em folha, caule, parte aérea (MSPA), de raízes, a relação da massa seca da parte aérea com a raiz. Foram avaliados ainda os teores de N, P, K. Ca. Mg e S nas folhas e raízes. O aumento das doses de N proporcionou o crescimento significativo para as três espécies avaliadas. O aumento das doses de Mg influenciou as características de crescimento significativamente nas plantas de canafístula e Ipê-amarelo. O aumento das doses de S favoreceu os incrementos nas características de crescimento das plantas de Ipê-amarelo, para a produção máxima foram da ordem de 200 mg dm-3 de N, 240 mg dm-3 de Mg e 100 mg de de S. Em relação a dose zero, o N na máxima dose aplicada (200 mg dm-3), para as plantas de Cedro, Canafístula e Ipê-amarelo, proporcionou um incremento de 6,4, 20,5 e 20,8 % na MSPAA respectivamente; 0 Mg na dose máxima avaliada (24O mg dm-3), para as mudas de Canafístula e Ipê-amarelo proporcionou um incremento de 7,7 e 8,3 % na MSPA, respectivamente e o S para as mudas de Ipê-amarelo, na dose máxima avaliada (100 mg dm-3 ), proporcionou um incremento de 5.5 % na MSPA. Os teores críticos de N nos tecidos foliares nas plantas de Cedro, Canafístula e Ipé-amarelo, foram de 23,07, 20,61 e 22,68 g kg-1, e nas raízes 10,83, 9,8 e 14,19 g kg-1, respectivamente. Os teores críticos de Mg nos tecidos foliares nas plantas de Canafístula e Ipê-amarelo, foram de 0.96 e I,76 g kg-1, e nas raízes 0,57 e l,l9 g kg-1, respectivamente. Os teores críticos de S nas plantas de Ipê-amarelo, nos tecidos foliares, foram de 0,49 g kg-1 e 0.52 g kg-1 nas raízes. Os demais nutrientes não apresentaram as doses recomendadas para a produção máxima, justificado, provavelmente pela presença destes nutrientes no substrato, próximo ou acima do nível crítico. Em geral a resposta de crescimento significativo com o aumento da disponibilidade de N, possivelmente está ligada as condições favoráveis de lixiviação na produção de espécies florestais produzidas cm tubetes. Para o favorecimento do equilíbrio e disponibilidade de nutrientes no substrato comercial utilizado, é recomendado o uso de adubação complementar em substrato de Mg, para a Canafístula e Ipê-amarelo, de S para o Ipê-amarelo e de N para as três espécies.Item Mitigação da lixiviação de arsênio, ferro e enxofre e revegetação de substratos minerados em área de ocorrência de drenagem ácida(Universidade Federal de Viçosa, 2006-09-29) Assis, Igor Rodrigues de; Abrahão, Walter Antônio Pereira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798343H6; Ribeiro Júnior, Emerson Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723716E1; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778546P9; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9A exploração de minerais sulfetados apresenta grande risco ao ambiente quando estes são expostos à superfície. Nestas condições estes minerais são oxidados produzindo águas ácidas, que no caso da mineração, principal forma de exposição destes minerais, é conhecida como drenagem ácida de mina. Estas águas podem atingir o lençol freático e cursos d água, com teores elevados de metais pesados (Pb, Cd, Ni, etc) e metalóides (As, B, etc) solubilizados pelo processo e deletérios para toda a cadeia trófica. Este trabalho teve como objetivo avaliar diferentes práticas mitigadoras de drenagem ácida e de revegetação por meio de experimentos em laboratório e em condições de campo. Para o experimento em laboratório, foram montados lisímetros com diferentes combinações de camadas de cobertura, de selamento e de quebra de capilaridade. Esta última com tratamentos adicionais, como uso de oxalato de sódio (selamento) e indução de formação de barreira geoquímica (neoformação de jarosita e, ou, natrojarosita). As camadas foram compostas por diferentes materiais, todos dispostos acima de uma camada do substrato sulfetado pouco intemperizado (B2), formando doze tratamentos mais testemunha (apenas o substrato B2), num esquema fatorial incompleto e delineamento em blocos casualisados. Foram aplicadas quantidades de água desionizada de acordo com o dobro da precipitação média mensal do município de Paracatu/MG. Este experimento teve duração de 24 meses, sendo obtidas, portanto, 24 amostras de lixiviado por unidade experimental, nas quais foram dosados os teores de As, Fe, S, Na e K, leitura do pH e quantificação do volume total lixiviado a cada mês. Após término, os lisímetros foram desmontados, coletadas amostras do substrato B2 para verificação da neoformação de jarosita e, ou, natrojarosita e amostras da camada de cobertura para análises químicas no intuito de se avaliar o potencial para revegetação. Os melhores resultados, onde a lixiviação de As, Fe e S foram significativamente menores, foram obtidos nos tratamentos com a indução da barreira geoquímica, sendo constatada a presença de jarosita pelas técnicas de difração de raios-X e espectroscopia Mössbauer. Embora tenham se obtido menores lixiviações de As, Fe e S com alguns tratamentos, nenhum destes foram eficazes em inibir a geração de acidez, ficando os valores de pH próximo a 3,0. A camada de cobertura teve pouca influência na lixiviação destes elementos, sendo o uso de argila mais indicado para revegetação, por apresentar menores teores de As. O uso de argila como camada selante propiciou melhores resultados (menores lixiviações), possivelmente pela sua capacidade em adsorver arsênio. A presença da camada de quebra de capilaridade foi de fundamental importância, por possivelmente promover um gradiente de umidade, pela diferença de textura, diminuindo significativamente as quantidades lixiviadas de As, Fe e S, mas o uso de oxalato de sódio nesta camada não teve efeito significativo, não apresentando diferença no volume lixiviado para todos os tratamentos analisados. As maiores lixiviações de Na e K foram para os tratamentos que receberam estes elementos para indução da formação da barreira geoquímica, sendo maior a lixiviação de Na, o que parece ter favorecido a formação de jarosita em detrimento a natrojarosita. O experimento de campo foi montado em março de 2000 com o objetivo de avaliar o efeito do substrato B1 (minério com baixo teor de sulfetos) e da argila como camadas selantes e camadas de cobertura para o crescimento de plantas. Foram montados quatro tratamentos com diferentes materiais compondo as camadas selante e superficial, nos quais foram plantadas mudas de nove espécies arbóreas e arbustivas. As avaliações consistiram de medições do diâmetro de colo e da altura das plantas. Foi determinado, ainda, o teor de arsênio disponível na camada de 0 a 20 cm de cada tratamento. A utilização da argila em ambas as camadas propiciou os melhores resultados, favorecendo o maior crescimento e a maior sobrevivência das plantas. A ausência deste material, também em ambas as camadas, propiciou a morte de todas as plantas, além de maior teor de arsênio disponível. Entre as espécies, destaca-se a Acacia holosericea com maior produção de biomassa e boa percentagem de sobrevivência. As espécies Flemingia sp., Enterolobium timbauva e Acacia polyphylla apresentaram as menores produções de biomassa.Item Potencial de espécies vegetais para fitorremediação de um solo contaminado por arsênio(Universidade Federal de Viçosa, 2006-09-04) Melo, Roseli Freire de; Oliveira, Juraci Alves de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782512D8; Mello, Jaime Wilson Vargas de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4789445D2; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766132U1; Abrahão, Walter Antônio Pereira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798343H6; Ribeiro Júnior, Emerson Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723716E1O arsênio (As) é encontrado na natureza associado aos minérios de prata, ouro, antimônio, cobalto e de níquel. Existem vários casos de intoxicação e morte de milhares de pessoas contaminadas por arsênio em diversos países do mundo. No Brasil existem ocorrências de áreas com elevadas concentrações deste metalóide no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais, no delta do rio Amazonas e Santana no Amapá, entre outras. Tendo em vista o impacto que o arsênio pode causar no ambiente é de grande importância o desenvolvimento de técnicas para a descontaminação de áreas com elevadas concentrações deste metalóide. O presente estudo teve como finalidade avaliar o potencial de diferentes espécies de leguminosas herbáceas - crotálaria (Crotalaria spectabilis Roth.), feijão de porco (Canavalia ensiformis L.), mucuna preta (Stilozobium aterrinum Piper & Tracy), forrageiras herbáceas - estilosante (Stylosanthes humilis HBK), amendoim forrageiro (Arachis pintoi Krapov. & Gregory), azevém (Lolium multiflorum L.) aveia preta (Avena sativa L.), leguminosas arbustivas - feijão guandu (Cajanus cajan L.), sesbania (Sesbania virgata Cav.), leucena (Leucaena leucocephala L.) e espécies de eucaliptos - Eucaliptus grandis Hill, E. cloeziana (F. Muell), E. urophylla (S.T. Black), Corymbia citriodora (Hill & Johnson) (Eucalyptus citriodora Hook) para programas de fitorremediação de áreas contaminadas por arsênio. Os ensaios foram conduzidos em casa de vegetação em blocos casualizados com três repetições. Amostras de Latossolo Vermelho Amarelo foram incubadas por 15 dias com diferentes doses de As 0,0; 50; 100 e 200 mg dm-3 para as espécies herbáceas e arbustivas e de 0,0; 50; 100; 200 e 400 mg dm-3 para as espécies de eucaliptos, as quais resultaram em teores recuperados (Mehlich 3) de 0,0; 12,9; 26,8; 58,7 e 128,8 mg dm-3, respectivamente. Como fonte de As foi utilizado o arsenato de sódio (Na2HAsO4+7H2O). Após o período de incubação, realizou-se a semeadura das espécies herbáceas e arbustivas, sendo que para as espécies de eucaliptos realizou-se o transplantio de mudas com aproximadamente dois meses de idade, e após a germinação e transplantio, realizou-se as adubações com macro e micronutrientes. Aos 65 (herbáceas) e 90 (arbustivas e eucaliptos) dias após a semeadura e/ou transplantio as plantas foram avaliadas quanto à altura, diâmetro, matéria seca de raízes e parte aérea. As plantas foram separadas em folhas jovens, intermediárias e basais, caule, ramos, pecíolo e raízes, de acordo com as espécies. Determinaram-se os teores de arsênio nas diferentes partes das plantas, bem como, o conteúdo e índice de translocação de As para cada espécie. Por meio de análises de regressão foram estimados os teores críticos (TC) de As disponíveis no solo que proporcionaram redução de 50 % da matéria seca produzida em relação às plantas testemunhas. As espécies avaliadas mostraram comportamento diferenciado quanto à tolerância ao As. As plantas de mucuna preta, sesbania, leucena, azevém e E. grandis não manifestaram sintomas morfológicos visuais de toxicidade e apresentaram valores de TC no solo significativamente superiores aos observados para as demais espécies no período de tempo estudado. Os elevados conteúdos de arsênio nas raízes dessas espécies sugerem a atuação de mecanismo diferenciado de acumulação e translocação do metalóide aos tecidos da parte aérea. As espécies feijão guandu, feijão de porco, aveia forrageira e E. cloeziana apresentaram-se sensíveis exibindo lesões em suas folhas basais na maior dose de arsênio testada, mostrando potencial para serem utilizadas como plantas bioindicadores de efeitos em solos contaminados por arsênio. Por outro lado, as espécies mucuna preta, azevém, amendoim, estilosante e E. urophylla apresentam alta tolerância com potencial para fitoestabilização. Por último, as plantas de E. grandis, crotalária e Corymbia citriodora mostratam-se com potencial para serem utilizadas na fitoextração, no entanto, trabalhos mais conclusivos são necessários em condições de campo para verificar a potencialidade dessas espécies por maior período de exposição.Item Reabilitação de campos ferruginosos degradados pela atividade minerária no Quadrilátero Ferrífero(Universidade Federal de Viçosa, 2010-02-19) Rezende, Lina Andrade Lobo de; Barros, Nairam Félix de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783694P8; Griffith, James Jackson; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787063H6; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://lattes.cnpq.br/7132995654361065; Neves, Júlio César Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076D4; Fernandes, Geraldo Wilson Afonso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4781072Y0As áreas de canga apresentam uma série de restrições ao estabelecimento das espécies vegetais, tais como solos rasos, com baixo teor de umidade e nutrientes, estrutura deficiente, além de uma grande amplitude térmica diária. A alta especialização da vegetação contribui com a elevada taxa de endemismo que caracteriza a flora dos campos ferruginosos. Os campos rupestres ferruginosos estão entre os ecossistemas com maior perda de habitat, menor área de ocorrência e de representatividade em unidades de conservação. A estreita associação entre a lavra de minério de ferro e esses campos levou esta formação a uma condição especial de vulnerabilidade. Esse trabalho teve como objetivo propor abordagens para a reabilitação de campos ferruginosos no Quadrilátero Ferrífero (QF) considerando aspectos técnicos relacionados à aplicação do topsoil associado à canga, reintrodução de plantas provenientes de operações de resgate e regeneração natural. Pretende-se com isso, propor práticas de manejo que conciliem a exploração mineral no QF e a conservação da biodiversidade desses ambientes. Para isso, montou-se experimento em pilha de estéril da mina Capão Xavier localizada em Nova Lima, (QF) - MG. Foram estabelecidas 32 parcelas experimentais de 50 m2, referentes a oito tratamentos com quatro repetições. Os tratamentos foram compostos a partir de combinações de duas espessuras de canga e topsoil associado (20 e 40 cm) e quatro níveis de adubação. O experimento foi montado em esquema de parcelas subdivididas, sendo o efeito de camadas nas parcelas e de doses nas subparcelas, distribuídas em um delineamento em blocos casualizados. As mudas provenientes do resgate permaneceram por dois anos em condições de céu aberto no viveiro. Em cada parcela foi feito o plantio do mesmo número de mudas seguindo o mesmo arranjo espacial. A avaliação dos tratamentos foi feita aos dez meses após o plantio pelo índice de cobertura vegetal e sobrevivência das espécies plantadas e da regeneração natural. Paralelamente, foi feita avaliação da biomassa da parte aérea de Melinis multiflora uma vez que, instalado o experimento, houve a suspeita de que a utilização de fertilizantes poderia favorecer o desenvolvimento desta espécie invasora em detrimento das demais. Não houve diferença significativa entre as médias de sobrevivência das mudas plantadas para as diferentes espessuras de substrato. A sobrevivência das plantas também não respondeu significativamente ao aumento de doses de fertilizantes. Isso pode indicar que o resgate de flora é uma estratégia eficaz de reabilitação. O curto período de avaliação, porém, não permite dizer que a adubação não terá efeito sobre a sobrevivência destas plantas ao longo do tempo. As espécies que apresentaram índices de sobrevivência superiores a 70% foram Laelia crispata, Artdrocereus glaziovii, Vrisea minarum, Bilbergia elegans, Clusia sp, e Cupania sp. Houve diferença significativa entres as médias de cobertura vegetal para as camadas de 20 e 40 cm e foi possível ajustar modelos de regressão relacionando cobertura vegetal com doses. A aplicação das mesmas doses de fertilizantes em ambas as camadas, não fez com que as parcelas com camadas de 20 cm alcançassem índices de cobertura vegetal semelhantes aos índices das parcelas com 40 cm, evidenciando que o efeito das doses não elimina as diferenças causadas pelo efeito das espessuras. Vale ressaltar que não existe evidência de que maior cobertura vegetal irá implicar em reabilitação mais adequada, visto que poderá implicar em competição indesejável pelo aumento de espécies ruderais invasoras. Houve aumento linear da produção da biomassa da parte aérea de Melinis multiflora em resposta aos níveis de adubação. Os substratos expostos nos taludes apresentam características químicas limitantes ao desenvolvimento da vegetação e a aplicação de fertilizantes no material de canga, originalmente pobre, favoreceu a colonização dessa espécie invasora nas parcelas. As médias da produção da biomassa da parte aérea de Melinis multiflora em função da espessura da camada de cobertura (canga + topsoil) apresentaram diferença significativa a partir da dose correspondente ao uso de 60% da quantidade de fertilizantes recomendada. A partir dessa dosagem, a maior produção de biomassa do capim gordura, pode ser atribuída ao favorecimento do crescimento do sistema radicular das plantas devido à maior disponibilidade de água e nutrientes em um volume maior de substrato. Ainda que os resultados apontem maior desenvolvimento de regeneração natural e cobertura vegetal para o uso de capeamento de 40 cm de espessura utilizando 908 kg/ha de termofostato, 554 kg/ha de sulfato magnesiano e 2.000 kg/ha de N-P-K, deve-se entender que os demais tratamentos testados favoreceram o desenvolvimento de outros arranjos ambientais estabelecendo uma situação de mosaico muito comum nos campos naturais. Além disso, a definição do programa de reabilitação deverá levar em consideração a disponibilidade de material de canga e o custo associado a esta operação.Item Respostas morfofisiológicas de plantas de Acacia magium Willd. e Mimosa caesalpiniaefolia Benth., inoculadas com rizóbio e micorriza arbuscular, sob efeito de arsênio(Universidade Federal de Viçosa, 2011-04-25) Cipriani, Henrique Nery; Costa, Maurício Dutra; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728228J5; Mello, Jaime Wilson Vargas de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4789445D2; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://lattes.cnpq.br/0356208518720458; Azevedo, Aristéa Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787822Y7; Assis, Igor Rodrigues de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778546P9Embora o As possa ser encontrado naturalmente no solo e em rochas, atividades humanas, como a mineração e o uso indiscriminado de agrotóxicos, podem levar ao aumento da concentração de As na superfície. A fitorremediação pode ser uma alternativa para descontaminar solos com elevadas concentrações de As, contudo, sua eficácia depende do estabelecimento, sobre o substrato, de plantas com alta capacidade de absorção do elemento. As leguminosas Acacia mangium Willd. e a Mimosa caesalpiniaefolia Benth., por sua rusticidade e rápido crescimento, possuem grande potencial para fitorremediação, que pode ser melhor aproveitado com o uso de bactérias fixadoras de nitrogênio (rizóbio) e fungos micorrízicos arbusculares (FMAs). Além do crescimento, respostas morfofiosiológicas à toxidez de As podem auxiliar na identificação de espécies tolerantes. Destarte, o objetivo deste estudo foi avaliar as respostas morfofisiológicas de plantas de A. mangium e M. caesalpiniaefolia, inoculadas com rizóbio e micorriza arbuscular, sob efeito de As. O experimento foi conduzido em casa-de-vegetação, utilizando-se vasos com 2,5 kg de um substrato esterilizado por autoclavegem composto de três partes de um Latossolo Vermelho distrófico e uma parte de areia lavada (v/v) forrados com sacos plásticos. Devido à sua elevada acidez e baixíssimo teor de P, o substrato recebeu calagem (30 dias antes da semeadura) e 0,30 g kg-1 CaHPO4 (nove dias antes da semeadura). O experimento foi montado em esquema fatorial 2 x 2 x 2 x 5 completo, com quatro blocos, sendo duas espécies de plantas, dois tratamentos com rizóbio (sem rizóbio e com rizóbio), dois tratamentos com FMAs (sem FMA e com FMA) e cinco doses de arsênio (0, 50, 100, 200 e 400 mg kg-1). As estirpes de rizóbio foram adquiridas do CNPAB/Embrapa e inoculadas por imersão da imersão das sementes em água contendo o inoculante. Os FMAs foram extraídos de solo de mata nativa e inoculados por pipetagem de suspensão (±400 esporos por vaso). O As foi fornecido na forma de solução de As2O3 com KOH e peróxido de hidrogênio. Aos 90 dias de cultivo, não sendo detetados indícios de nodulação, descartou-se o tratamento com rizóbio e sem micorriza. No mesmo momento, o tratamento rizóbio + micorriza foi coletado para confecção de lâminas com cortes de fragmentos das raízes para avaliação da anatomia radicular. Aos 120 dias de cultivo as plantas restantes foram coletadas, fotografadas e avaliadas quanto ao comprimento de raiz, parte aérea e total. Em seguida, foram secas em estufa para avaliação da matéria seca de raiz, de parte aérea e total, e moídas para avaliação dos teores de P, S e As na raiz e na parte aérea. As trocas gasosas foram avalidas por IRGA uma semana antes da coleta do experimento, somente nas plantas de A. mangium. O índice SPAD foi avaliado em ambas as espécies no dia da coleta. Os dados foram submetidos à ANOVA e a análise de regressão. Foram observados danos morfofisiológicos às plantas de A. mangium e M. caesalpiniaefolia, como morte do meristema apical e de primórdios de raízes; mudanças no desenvolvimento das células do sistema vascular; redução do teor de clorofila, evidenciada pelo aparecimento de clorose (em M. caesalpiniaefolia) e redução do índice SPAD (em ambas as espécies); e redução de crescimento. Na A. mangium, também foi observada redução da taxa fotossintética e da eficiência instantânea do uso da água. De maneira geral, foi observado que, quanto maior a dose de As, menor o teor de P na raiz e na parte aérea e maior o teor de S na raiz. Os teores elevados de As nas raízes de ambas as espécies indicam que elas podem ser eficazes no processo de fitoestabilização de áreas contaminadas com As. Os FMAs reduziram a absorção e o acúmulo de As pelas plantas de ambas as espécies, o que poderia aliviar a toxicidade do elemento, permitindo maior crescimento. Estudos de longa duração são necessários para verificar essa hipótese.Item Revegetação de Áreas de Mineração com Presença de Substratos Sulfetados(Universidade Federal de Viçosa, 2013-03-22) Silva, Silmara Costa; Assis, Igor Rodrigues de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778546P9; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://lattes.cnpq.br/6091472455741403; Abrahão, Walter Antônio Pereira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798343H6; Azevedo, Roberto Francisco de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727725A7A constante preocupação com a contaminação de áreas de exploração mineral e a pressão por parte da sociedade e de órgãos ambientais promove a busca por técnicas eficientes de recuperação ambiental destes locais. A extração de determinados minerais como ouro pode estar associada à geração de drenagem ácida, promovendo a contaminação de áreas adjacentes, sendo nessários planos de recuperação mais complexos e de elevado custo. Além disso, é marcante a ocorrência de mobilização de metais pesados e metaloides, como arsênio (As) decorrentes da drenagem ácida. Uma vez que as técnicas de recuperação de áreas degradadas pela mineração normalmente estão relacionadas à revegetação, este trabalho teve como objetivo avaliar diferentes materiais e formas de cobertura de substrato sulfetado remanescente de exploração de ouro com a finalidade de fornecer condições para o estabelecimento e crescimento de vegetação. O experimento foi instalado em campo com treze tratamentos, em esquema fatorial (1 x 1 x 1) + (2 x 3 x 2), com um modelo de três camadas acima do substrato sulfetado pouco intemperizado (B2). A primeira, denominada camada de quebra de capilaridade (CQC), que possui a função de evitar a ascensão de água por capiliriade, foi constituida por brita calcária ou laterita. A segunda, denominada camada selante (CS), que possui a função de minimizar a drenagem de água e o fluxo de gases, quando presente, foi constituída por solo (horizontes A e B de um Latossolo vermelho amarelo LVA) ou substrato sulfetado muito intemperizado (B1). A última camada, denominada camada de cobertura (CC), cuja função é dar suporte ao crescimento das plantas, foi constituída de solo ou B1. As espécies utilizadas para a revegetação foram Melinis minutiflora P. Beauv (capim gordura), Stizolobium aterrimum Piper & Tracy (mucuna preta), Lolium multiflorum Lam. (azevém), Crotalaria spectabilis Roth. (crotalária) e Stylosanthes spp. Stylosanthes capitata Vogel e S. macrocephala M. B. Ferr. et S. Costa (estilosante). Realizou-se a caracterização química, física e mineralógica dos diferentes materiais aos cinco meses após o plantio; e avaliação da atividade microbiana e matéria orgânica do solo (MOS) dez e treze meses após o plantio. Foram avaliadas também matéria seca produzida e teores foliares de As por tratamento. O solo apresenta textura muito argilosa (72 % de argila), enquanto o substrato B1 possui textura franco siltosa (65 % de silte). A umidade dos materiais na CC foi em média de 0,11 kg kg-1 para o solo e 0,03 kg kg-1 para o substrato B1 (período seco), e de 0,30 kg kg-1 para o solo e 0,06 kg kg-1 para o B1 (período chuvoso). Após treze meses, tratamentos que apresentavam laterita na CQC produziram em média 0,98 t ha-1 (p < 0,01) a mais de material vegetal do que os tratamentos que continham brita calcária, e os teores foliares médios de As nos tratamentos com brita calcária na CQC apresentaram 6,12 mg kg-1 (p < 0,05) a mais do que naqueles que possuíam lateria na CQC. A diferença da biomassa produzida para os tratamentos com solo ou B1 na CS foi significativa apenas para tratamentos com brita calcária na CQC. Tratamentos que possuíam solo na CS produziram em média 5,16 t ha-1 (p < 0,01) a mais de biomassa do que aqueles que possuíam B1 na CS. A média dos teores disponíveis de arsênio para o solo foi significativamente menor do que para o substrato B1. Sendo assim, a presença de solo na CC ocasionou produção de biomassa significativamente maior do que nos tratamentos com B1 naquela camada. O carbono na biomassa microbiana (BMSC) foi significativamente maior nas parcelas que receberam solo na CC em relação ao B1. O quociente microbiano (qCO2), relação entre a quantidade de CO2 produzido por unidade de carbono da biomassa microbiana por unidade de tempo, apresentou valores altos, sendo estes relativamente maiores para o B1. Dentre as espécies utilizadas, o capim gordura e a crotalária se mostraram mais tolerantes às condições do B1 e o azevém não se estabeleceu neste material. O uso de solo como constituinte da camada selante e da camada de cobertura resultou em melhores condições para o estabelecimento das plantas. No entanto, dependendo da combinação das camadas, é possível a utilização de B1 nas CS e CC, exercendo menor pressão sobre o uso dos solos de outras áreas, representando assim, considerável redução de custo de recuperação da área.Item Uso de sensoriamento remoto e reconhecimento pedológico para identificação de ambientes na sub-bacia do rio Pacuí, submédio São Francisco(Universidade Federal de Viçosa, 2013-03-26) Carlini, Belquior Scalzer; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Assis, Igor Rodrigues de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4778546P9; Dias, Luiz Eduardo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788182U8; http://lattes.cnpq.br/0041680008991752; Medeiros, Nilcilene das Graças; http://lattes.cnpq.br/4951769618025579; Brites, Ricardo Seixas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788592U7A necessidade de reconhecimento do vasto território da bacia do rio São Francisco para a definição de áreas prioritárias para a aplicação de ações de recuperação e preservação ambiental motivou a proposição deste trabalho.Buscou-se encontrar métodos de baixo custo para a execução desta tarefa no trecho submédio, que engloba a drenagem que verte para a calha entre os municípios baianos de Pilão Arcado e Paulo Afonso. A sub-bacia do rio Pacuí foi tomada como área piloto para este trabalho. Localiza-se no norte da Bahia, possui 1010,1 km² e está totalmente inserida no município de Campo Formoso. É afluente do rio Salitre, o qual nasce na Chapada Diamantina norte e deságua no rio São Francisco em Juazeiro, 20 km a montante da sede. A sub-bacia tem pouco mais de 10.000 habitantes e o principal povoado existente é Laje dos Negros, que dista 96 km da sede municipal. A região possui temperatura média anual de 23,7 ºC, evapotranspiração de 1000 a 1400 mm e precipitação anual entre 475 e 700 mm, de acordo com a influência do relevo, caracterizando o clima como semiárido, do tipo BSh pela classificação de Koppen-Geiger. As serras que delimitam os divisores topográficos norte e oeste atingem cota máxima de 1275 m. O centro, sul e leste da bacia possuem relevo suave e a cota da foz é 465 m. Foi testado o uso de imagens TM/Landsat 5 para encontrar as melhores combinações de bandas para a distinção de classes de uso e ocupação dos solos no Submédio São Francisco por meio do classificador Máxima Verossimilhança. Foram utilizadas as bandas naturais do sensor TM, exceto a 6, que trata do infravermelho termal. Foram produzidas quatro bandas artificiais para participar das combinações: as três primeiras bandas da análise de componentes principais (PCAs) e o índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI). Foram analisadas 1023 diferentes combinações. Percebeu-se que a PCA3 não agrega bons resultados devido à sua baixa quantidade de informação. A banda 2 também tem mal desempenho frequentemente, mas há alguns casos em que traz benefícios. Quanto às demais, o ideal é utilizar todas ou no máximo remover algumas da região do visível. A combinação entre as bandas naturais e artificiais é o ideal. NDVI, PCA1, bandas 4, 5 e 7 são as que agregam melhores resultados. Com as bandas escolhidas, foi reconhecida a evolução do uso do solo na sub-bacia do rio Pacuí por meio de imagens TM/Lansat-5 atuais e históricas. O resultado foi a existência de mais de 28.000 ha de áreas fortemente antropizadas na sub-bacia, sendo que 45 % do vale e 8 % das serras estão com a cobertura vegetal degradada. Foram utilizados ainda os NDVIs de quatro imagens TM/Landsat-5 para investigar desmatamento e regeneração da cobertura vegetal nas duas últimas décadas. Foi empregado o método de subtração dos índices de vegetação. As imagens utilizadas foram de agosto de 1992, maio de 2001, outubro de 2001 e junho de 2011. Para a produção dos NDVIs foram feitas calibração radiométrica, geração de reflectância de superfície e uniformização de médias e variâncias. As imagens de subtração foram divididas segundo as doze classes de uso e ocupação definidas para a imagem mais antiga do par de comparação. Cada setor foi analisado enquadrando pixels de imagens diferença segundo nove diferentes intervalos: alto, médio, baixo e muito baixo desmatamento; inalteração; e muito baixa, baixa, média e alta regeneração. Os intervalos foram calculados a partir da média somando-se ou diminuindo-se uma, uma e meia, duas ou três vezes o desvio padrão respectivamente. Foram desconsideradas como desmatamento aquelas áreas que no passado eram agricultura ou solos expostos. Só foram consideradas regeneração áreas que na imagem mais recente não foram classificadas como agricultura e na do passado eram pastagens ou solos expostos. O resultado foi mais de 1000 ha de desmatamento acumulado no período 1992 a 2011. Analisou-se também as características dos solos da sub-bacia por meio de onze perfís de solo e foram determinados 10 diferentes ambientes de ocorrência. Realizaram-se análises físicas, químicas e morfológicas de rotina. Foram encontradas as seguintes classes: Neossolo Litólico Eutrófico típico, Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico típico (2 perfis), Neossolo Litólico Distrófico típico, Neossolo Quartzarênico Hidromórfico típico, Cambissolo Háplico Tb Eutrófico latossólico (2 perfís), Cambissolo Háplico Tb Eutrófico léptico, Cambissolo Háplico Carbonático saprolítico e Neossolo Quartzarênico Órtico latossólico. Percebeu-se que o relevo é um dos fatores principais para a diferenciação dos pedoambientes, ocorrendo nas partes mais declivosas os Neossolos litólicos, nas partes intermediárias Cambissolos e nas partes mais planas Latossolos. Solos que ocorrem sobre calcário resultam eutróficos e sobre arenito e cobertura detríticas, distróficos. As porções da paisagem sob influencia da Formação Bebedouro possuem solos ricos em silte, fortemente alcalinos e com alta suscetibilidade à erosão. Quaisquer áreas dentro da bacia onde se promova perda da permeabilidade apresenta fortes sinais de erosão. A região serrana da sub-bacia e algumas áreas de solos arenosos de baixada apresentam bom estado de conservação da cobertura vegetal e constituem uma das últimas partes preservadas da região, e podem responder por grande parte da recarga dos mananciais subterrâneos que mantém o rio Pacuí perene. Devem ser preservadas, juntamente com o enorme patrimônio espeleológico local. Se faz necessária a mudança dos meios de produção baseados na exploração desregrada dos recursos naturais, para atividades que se aproximem da sustentabilidade ambiental. A atividade mais impactante é a caprino-ovinocultura extensiva. É preciso que seja recuperada a cobertura vegetal das encostas do rio Pacuí, principal foco de processos erosivos. Deve-se ainda controlar o escoamento superficial em estradas, povoados e em áreas com cobertura vegetal empobrecida que vertem para locais de maior declividade.