Bioquímica Agrícola
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Item Alfa-amilase em frangos de corte: efeitos do balanço eletrolítico e do nível protéico da dieta(Universidade Federal de Viçosa, 2004-07-16) Monteiro, Marcela Piedade; Moraes, George Henrique Kling de; http://lattes.cnpq.br/7257201572851464O desenvolvimento do aparelho digestório, a produção de enzimas digestivas e o balanço eletrolítico da dieta são importantes fatores para o crescimento animal. Assim, objetivou-se o estudo dos efeitos dos níveis de 20 e 23% de proteína bruta (PB) combinados com zero, 50, 100, 150, 200, 250 mEq/kg de balanço eletrolítico (BE) sobre a atividade da α-amilase pancreática em frangos de corte de 1 a 21 dias. O experimento foi conduzido com pintos de um dia, machos, da linhagem comercial Ross, por 21 dias, num delineamento inteiramente casualizado. As dietas experimentais continham 20% e 23% de PB, suplementadas com sais para obter os BE de zero, 50, 100, 150, 200 e 250 mEq/kg. Dietas e água foram fornecidos ad libitum. Aos um, 7, 14 e 21 dias, três aves de cada tratamento foram sacrificadas por deslocamento cervical e tiveram o pâncreas removido, homogeneizado, congelado em nitrogênio líquido e liofilizado. Uma alíquota de cada amostra foi solubilizada em água deionizada e centrifugada a 7500 x g por 3 minutos a 4 0 C. A atividade da α-amilase pancreática foi determinada no sobrenadante com kit da In Vitro Diagnóstica. A concentração de proteína do homogenato foi determinada pelo método de WARBURG e CHRISTIAN (1941). Aves alimentadas com 20% de PB apresentaram atividades específicas (U/mg de proteína) maiores do que aquelas que receberam 23% de PB aos 7 e 21 dias de idade. Aves alimentadas com níveis de BE de 100 a 200 mEq/kg e 23% de PB tiveram maiores atividades do que aquelas alimentadas com 20% de PB aos 14 dias. Observou-se tendência a aumento da atividade específica dos 7 aos 14 dias e redução dos 14 aos 21 dias de idade. Sendo assim, para maior atividade específica de α-amilase pancreática, propõe-se dietas com 20% de PB e 200 mEq/kg de BE na fase pré-inicial, dietas com 20% de PB e 135 a 250 mEq/kg de BE dos 8 aos 21 dias de idade.Item Aspectos físicos, químicos e mecânicos de tíbias de frangos de corte(Universidade Federal de Viçosa, 2005-02-21) Reis, Denise Torres da Cruz; Moraes, George Henrique Kling de; http://lattes.cnpq.br/1762050916005262Foi realizado um experimento com o objetivo de determinar aspectos físicos, químicos e mecânicos das tíbias de frangos de corte. Foram avaliados o peso vivo das aves e peso, comprimento, densidade, porosidade, teores de cinzas e minerais das tíbias. Também foram estudadas a área da seção transversal, momento de inércia, carga máxima na flexão, resistência à flexão, rigidez e tenacidade dos referidos ossos. Os dados foram coletados no período de 21 a 42 dias de idade. Foram utilizados 600 pintos de um dia de idade, machos e fêmeas, oriundos de três cruzamentos, dois da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e um comercial, alojados em boxes de piso de cimento cobertos com cepilho de maravalha. Todos receberam as mesmas rações, inicial (1 a 21 dias), crescimento (22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias), calculadas para atender as exigências nutricionais das aves em cada período. Foi utilizado delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 2 (três cruzamentos e os dois sexos), cinco repetições e 10 aves por unidade experimental (boxe). Semanalmente, aos 21, 28, 35 e 42 dias de idade, foram amostrados aleatoriamente um macho e uma fêmea por boxe, num total de 5 boxes por cruzamento, sendo que a cada idade os boxes amostrados não se repetiam. O cruzamento comercial apresentou taxa de crescimento superior aos cruzamentos da UFV, causando respostas adaptativas das tíbias, que alteraram, principalmente, aspectos relacionados à sua geometria. Apesar do maior peso das aves, a resistência óssea do cruzamento comercial não foi superior à dos demais. Desta forma, a continuidade do processo de melhoramento para ganho de peso pode resultar no aumento da ocorrência de problemas estruturais. Um dos cruzamentos da UFV (C1), além de apresentar pior desempenho no crescimento, apresentou ossos menos densos e menos resistentes aos 42 dias de idade, o que pode aumentar o risco de deformações e fraturas e, em conjunto, o torna menos interessante economicamente. Entre os sexos, as fêmeas, por apresentarem taxa de crescimento inferior aos machos (dimorfismo sexual), tenderam a desenvolver ossos de melhor qualidade, ou seja, mais densos, mais rígidos e mais resistentes, o que explica, em parte, porque a incidência de deformidades ósseas é menor neste sexo.Item Aspectos químicos, bioquímicos, físicos e mecânicos de fêmures de frangos de corte(Universidade Federal de Viçosa, 2005-07-29) Barbosa, Anderson de Almeida; Moraes, George Henrique Kling de; http://lattes.cnpq.br/8619157845179908Foi realizado um experimento com o objetivo de determinar aspectos bioquímicos, químicos, físicos e mecânicos dos fêmures de frangos de corte oriundos de três cruzamentos, dois da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e um comercial. Foi avaliado o peso vivo das aves, e dos fêmures foram avaliados o peso, comprimento, densidade, porosidade, teores de cinzas e minerais. Também foram avaliados a área da seção transversal, momento de inércia, carga máxima na flexão, resistência à flexão e tenacidade dos referidos ossos. O período abrangeu de 21 a 42 dias de idade. Foram utilizados 600 pintos de um dia de idade, machos e fêmeas, alojados em boxes de piso de cimento forrado com cepilho de maravalha. Os três cruzamentos receberam as mesmas rações dentro dos períodos: inicial (1 a 21 dias), crescimento (22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias), calculadas para atender as exigências nutricionais das aves. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 2 (três cruzamentos e dois sexos), 10 aves por unidade experimental (boxe) com cinco repetições para cada sexo. Aos 21, 28, 35 e 42 dias de idade, foram amostrados aleatoriamente um macho e uma fêmea por boxes, num total de 5 boxes por cruzamento. O cruzamento comercial apresentou taxa de crescimento superior aos cruzamentos da UFV, e seus fêmures sofreram alterações em sua geometria (área da seção transversal) como forma de adaptação ao maior peso das aves. Mas quando comparamos as propriedades químicas, bioquímicas e mecânicas com os cruzamentos da UFV, verificamos que a resistência óssea deste cruzamento não foi superior à dos demais cruzamentos e, caso sejam incorporados novos incrementos de ganho de peso sem a devida preocupação com a resistência óssea, os problemas de pernas poderão se agravar. Os machos mostraram taxa de crescimento superior as fêmeas, mas tiveram propriedades químicas e físicas semelhantes e, principalmente, tiveram propriedades mecânicas inferiores (MOR) que representa uma propriedade intrínseca do osso correndo mais riscos de desenvolver problemas de pernas que as fêmeas. Sendo assim, a continuidade do processo de melhoramento genético para ganho de peso sem se correlacionar sexo com características ósseas, pode resultar no aumento da ocorrência de problemas ósseos estruturais, principalmente em machos.Item Atividade antimelanótica de compostos fenólicos e extratos hidroalcoólicos de Inga subnuda e Rollinia dolabripetala e ação antibacteriana e antioxidante(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-31) Campos, Mateus Gandra; Oliveira, Tânia Toledo de; http://lattes.cnpq.br/5760087499859906Diante do contínuo aumento mundial de doenças como o câncer do tipo melanoma e infecções causadas por Staphylococus aureus resistentes à meticilina, a pesquisa por novos fármacos tem ganhado importância cada vez maior no mundo científico. O Brasil é um dos países com maior biodiversidade vegetal no mundo. Entretanto, muito pouco ainda se sabe sobre as propriedades terapêuticas desse patrimônio vegetal. O objetivo desse estudo foi avaliar, in vitro, o potencial citotóxico dos extratos hidroalcoólcios de Inga subnuda subsp. Luschnathiana (Benth.) T.D.Penn. (ingá) e Rollinia dolabripetala (Raddi) R.E. Fr. (araticum, marolo), dos flavonóides naringina e morina e de xantonas, sobre o câncer de pele do tipo melanoma, realizando um comparativo com a atividade do fármaco comercial 5-Fluoracil (5-FU). Os extratos também tiveram sua eficácia testada, in vitro, quanto ao seu potencial antioxidativo e potencial bactericida principalmente em cepas Gram-positivas. A avaliação da citotoxicidade foi baseada na linhagem B16F10 submetida ao ensaio colorimétrico do MTT. O extrato de I. subnuda apresentou ação bactericida contra todas as cepas bacterianas testadas, enquanto o extrato de R. dolabripetala apresentou atividade apenas contra S. aureus ATCC 29213. O extrato de I. subnuda desempenhou atividade antioxidante estatísticamente maior (p < 0,05) que os extratos de Gingko biloba (controle) e R. dolabripetala, tanto no teste do DPPH quanto no de peroxidação lipídica. No teste de citotoxicidade, a naringina foi considerada uma substância inativa para este tipo de câncerpatologia e a morina promoveu maior citotoxicidade no período de 72 horas (98,48% ± 0,71) com diferença significativa em relação ao controle (α < 0,05). Contudo, assim como a 1,7- dihidroxixantona, o potencial uso terapêutico da morina dificilmente será considerado devido a alta concentração necessária para desempenhar atividade citotóxica relevante (1,25x103 μg/mL). Assim, o extrato de ingá foi considerado o mais efetivo por, no tempo de 24, 48 e 72 horas, desencadear mais de 80% de citotoxicidade com a menor concentração (78,13 μg/mL). Os resultados indicam que ambos os extratos apresentam atividade antioxidante, antibacteriana e citotóxica, mas estudos posteriores são necessários para uma melhor compreensão das promissoras atividades biológicas dos extratos.Item Avaliação da atividade antiinflamatória e antiulcerativa do medicamento Kraftol , flavonóide Ipriflavona e dos extratos de Cinchona calisaya, Cola acuminata e Paullinia cupana(Universidade Federal de Viçosa, 2007-07-31) Viana, Eliene da Silva Martins; Oliveira, Tania Toledo de; http://lattes.cnpq.br/1777227015890781A utilização de plantas medicinais com fins terapêuticos, para tratamento, cura e prevenção de doenças, é uma das mais antigas formas de prática medicinal da humanidade. É cada vez mais freqüente o uso de plantas medicinais, mas muitas vezes as supostas propriedades farmacológicas anunciadas não possuem a validade científica, por não terem sido investigadas, ou por não tido suas ações farmacológicas comprovadas em testes científicos pré-clínicos e clínicos. O medicamento Kraftol é uma associação de extratos fluidos de Cinhona calisaya (Quina amarela), Cola acuminata (noz de cola), Paullinia cupana (guaraná), Iodo, Ácido tânico, Formato de sódio, Glicerofosfato de cálcio, Iodeto de potássio. É um medicamento indicado para o tratamento de convalescenças e nos estados de desnutrição, nas amgdalites, faringites e adenopatias. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a ação antiedematogênica e antiulcerativa do medicamento Kraftol e do flavonóide Ipriflavona (7-isopropoxi-isoflavona), em processos inflamatórios como edema e ulcera gástrica em ratos machos da linhagem Wistar; e avaliar a atividade antiulcerativa dos extratos presentes no medicamento Kraftol de forma isoladamente e associados sem os sintéticos. Realizou-se também um estudo de toxicologia oral aguda e subcrônica (doses repetidas) do medicamento Kraftol, tendo como base a resolução No 90, de 16 de março de 2004 da ANVISA. Para o teste nos processos inflamatórios induziu-se edema na pata em ratos com a injeção de 0,02 ml da substância capsaicina (12,5 mg-1) e ácido araquidônico (2 mg/pata) e receberam o tratamento por via oral. As lesões gástricas foram induzidas com administração oral de ácido acetil salicílico (150mg/Kg em 1,5 ml de 0,2N HCl). Para avaliação da toxicidade pré-clínica os animais foram tratados por via oral com doses de acordo com Guia para realização de estudos de toxicidade pré-clínica de fitoterápicos, conforme a resolução vingente. Foram realizadas também análises bioquímicas complementares (leucograma, colesterol total, triglicerídeos, glicose , fosfatase alcalina, TGP, TGO, creatinina, uréia, potássio,ácido úrico, Gama GT) e análise macroscópica e microscópica dos órgãos quando necessário.Item Avaliação de extratos vegetais para obtenção de sabonetes com atividade antimicrobiana(Universidade Federal de Viçosa, 2015-06-25) Maia, Thalita de Faria; Diaz, Marisa Alves Nogueira; http://lattes.cnpq.br/3741425625234448O anúncio de novas linhagens resistentes a antibióticos sempre preocuparam a comunidade científica. O estudo de produtos naturais ativos representa uma alternativa para a diminuição de infecções bacterianas através da busca por novas moléculas capazes de inibir o crescimento bacteriano. Neste trabalho foi testado e comparado o efeito antibacteriano de extratos vegetais sobre três cepas de Staphylococcus aureus, um dos principais agentes etiológicos causadores da mastite bovina. A atividade de seis extratos vegetais (Salvia officinalis, Psychotria vellosiana, Baccharis dracunculifolia, Alternanthera brasiliana, Senna macranthera, Miconia latecrenata) foi testada sobre as cepas 3828, 4125 e 4158 de S. aureus. As melhores atividades de inibição do crescimento bacteriano nas condições apresentadas foram dos extratos de Senna macranthera, Salvia officinalis e Psychotria vellosiana Benth. Posteriormente, esses extratos foram submetidos às inferências de Concentração Inibitória Mínima (CIM), Ensaio de Redução de Viabilidade Celular e determinação da Concentração Inibitória Mínima de Biofilme. A partir daí, foram produzidos sabonetes contendo os extratos vegetais para teste de campo. Foram realizados também testes em campo na Divisão de Gado de Leite da Universidade Federal de Viçosa com as luvas contaminadas de ordenhadores, que manipularam animais com mastite. Os sabonetes produzidos com os extratos de S. macranthera, P. vellosiana Benth e S. officinalis tiveram grande impacto sobre a microbiota da luva, já que não foi possível visualizar crescimento bacteriano após a lavagem da mesma com os sabonetes. Os resultados deste estudo sugerem a utilização dos sabonetes contendo os extratos de S. macranthera e S. officinalis no controle da população bacteriana para reduzir agentes causadores de mastite bovina.Item Caracterização bioquímica de proteases do intestino de Anticarsia gemmatalis envolvidas no mecanismo de interação planta-inseto(Universidade Federal de Viçosa, 2002-08-06) Xavier, Luciana Pereira; Oliveira, Maria Goreti de Almeida; http://lattes.cnpq.br/6207860145204571A identificação e caracterização de proteases de intestino médio de insetos são importantes para o desenvolvimento de cultivares resistentes ao ataque de insetos. Neste estudo, a atividade proteolítica em intestino médio de larvas de A. gemmatalis foi investigada. O extrato enzimático foi obtido após ciclos de congelamento e descongelamento dos intestinos e posterior centrifugação do homogenato a 100,000 g, e o sobrenadante resultante (Fração I) foi utilizado como fonte de proteína solúvel. Como parte de nossos estudos, envolvendo a identificação de proteases do intestino médio de larvas de of A. gemmatalis, a presença de enzimas ligadas a membrana foi avaliada. Para este propósito, o precipitado do homogenato de intestino médio centrifugado a 100,000 g. foi ressuspendido em tampão com Triton X-100, centrifugado como anteriormente e o sobrenadante (Fração II) usado como fonte de proteases ligadas à membrana. A Fração I foi capaz de hidrolisar a caseína, e o substratos sintéticos L -BApNA e TAME. Usando L - BApNA como substrato, a atividade da Fração I foi investigada na presença de vários inibidores de proteases. Assim, EDTA, PMSF, TLCK, benzamidina e aprotinina, foram todos capazes de inibir a atividade da Fração I, com maior inibição observada com TLCK e benzamidina. De acordo com este resultados, conclui-se que o intestino médio de larvas de A. gemmatalis possui uma serino protease trpsina-like. Com o propósito de caracterizar melhor a atividade tripsina-like, foi determinada a atividade ótima para a Fração I. O pH ótimo foi de 8.5 e à temperatura ótima foi a 35 o C, sobre L -BApNA. O pH ótimo e temperatura foi de 8.0 e 30 o C, sobre TAME. O efeito de cálcio na atividade da Fração I foi investigado usando L -BApNA como substrato. A atividade máxima foi obtida na concentração de 20 mM de cálcio. Valores de K Mapp para L -BApNA e TAME foram de 0.32mM e 52.5μM, respectivamente. A Fração II foi capaz de hidrolisar a caseína, e os substratos sintéticos, L -BApNA e TAME. O efeito de vários inibidores de proteases também foi avaliado, usando L -BApNA como substrato. EDTA, PMSF, TLCK, benzamidina e aprotinina foram capazes de inibir a atividade da Fração II, com TLCK e benzamidina exibindo forte inibição. Estes resultados mostram que o intestino médio de larvas de A. gemmatalis possui proteases tripsin-like ligadas a membrana. Esta atividade tripsina-like foi melhor caracterizada. O pH ótimo para a Fração II usando L -BApNA e TAME foi 8.5 e 8.0, respectivamente. A atividade ótima exibida foi a 50 o C para ambos substratos, L-BApNA e TAME. Na concentração de 20 mM de cálcio, a Fração II mostrou um aumento na atividade sobre o L -BApNA. Os valores de K Mapp para L -BApNA e TAME foram de 0.23mM e 95.4 μM, respectivamente.Item Caracterização cinético - bioquímica e aplicações biotecnológicas de α-galactosidases de Debaryomyces hansenii UFV-1(Universidade Federal de Viçosa, 2005-02-01) Viana, Pollyanna Amaral; Guimarães, Valéria Monteze; http://lattes.cnpq.br/5442738991535153Diversas pesquisas têm demonstrado o potencial de α-galactosidases para o processamento de produtos alimentícios à base de leguminosas. A soja, uma fonte concentrada de isoflavonas, tem sido utilizada na prevenção e tratamento de câncer e osteoporose. Além disso, o leite de soja é considerado um substituto de baixo custo para o leite de vaca, como suplemento nutritivo para crianças intolerantes à lactose. Em contrapartida, leguminosas contêm muitos fatores antinutricionais, sendo um deles os oligossacarídeos de rafinose (RO), que são os principais fatores responsáveis por distúrbios gastrintestinais relacionados com a ingestão de produtos derivados de soja. As mucosas intestinais de humanos e de animais monogástricos não possuem a enzima α-galactosidase, essencial para a hidrólise de ligações α-1,6 nos RO. Portanto, a eliminação dos RO dos produtos de soja contribui para melhorar o seu valor nutritivo. Esses galacto- oligossacarídeos são extremamente termoestáveis e, práticas tradicionais como embebição, cozimento e germinação são incapazes de eliminá-los completamente. O objetivo deste trabalho foi avaliar a hidrólise de RO presente no extrato desengordurado de soja e nos produtos de soja, melaços leve e pesado utilizando α-galactosidases extra e intracelulares purificadas de Debaryomyces hansenii, além da enzima extracelular imobilizada. Debaryomyces hansenii foi cultivada em meio mineral com extrato de levedura (MME), contendo galactose como fonte de carbono, por 36 h a 30 o C. Após este período, o meio de cultura foi centrifugado, o sobrenadante foi utilizado como fonte da enzima extracelular e as células como fonte da enzima intracelular. Os extratos enzimáticos foram submetidos à cromatografia de filtração em gel Sephadex G- 150 e posteriormente, à cromatografia de troca iônica DEAE-Sepharose, pH 5,5. As frações protéicas com atividade de α-galactosidase foram eluídas com um gradiente de NaCl de 0 a 1 M. As enzimas extra e intracelulares apresentaram fatores de purificação de 16,7 e 289 vezes, respectivamente, com um rendimento de 58 e 45 %, respectivamente. Atividades máximas das α-galactosidases extra e intracelulares foram detectadas em pH 5,0, a 60 e 55 o C, respectivamente. A enzima extracelular manteve 80 % da atividade original após pré-incubação por 3 h a 60 o C, enquanto que, a enzima intracelular manteve 85 % da atividade original por 6 h a 55 o C. Os valores da K M para ρ-NP-αGal, melibiose, estaquiose e rafinose para a enzima extracelular foram 0,30, 2,01, 9,66 e 16,0 mM, respectivamente, e para a enzima intracelular foram 0,32, 2,12, 10,8 e 32,8 mM, respectivamente. As α-galactosidases apresentaram especificidade absoluta para galactose em posição α, hidrolisando ρ-NP-αGal, estaquiose, rafinose, melibiose e os polímeros goma de alfarroba e goma guar. As α-galactosidases foram completamente inibidas por sulfato de cobre. A enzima extracelular foi completamente inibida por nitrato de prata, enquanto que, a atividade da enzima intracelular foi reduzida em 70 %. Na presença do substrato ρ-NP-αGal a enzima extracelular apresentou inibição não-competitiva por galactose (Ki 2,7 mM) e melibiose (Ki 1,2 mM). A enzima intracelular apresentou inibição do tipo acompetitiva por galactose (Ki 0,70 mM) e inibição competitiva por melibiose (Ki 0,98 mM). O N-terminal da α-galactosidase extracelular foi determinado por seqüenciamento automático (YENGLNLVPQMGWN), apresentando similaridade com α-galactosidases de outros microrganismos. A α-galactosidase extracelular foi imobilizada em suporte insolúvel (sílica modificada) e apresentou maior estabilidade comparada à enzima livre, mantendo 94 % de sua atividade original por 16 h a 70 o C. Os resultados dos tratamentos do leite de soja a 60 o C com a α- galactosidase extracelular purificada, com as células permeabilizadas contendo a enzima intracelular e com a enzima extracelular imobilizada, por 2, 2 e 4 h, respectivamente, mostraram redução de 100 % de estaquiose. Houve 100 % de redução de rafinose, com a enzima extracelular e com as células permeabilizadas, após 2 e 4 h, respectivamente. O tratamento do leite de soja com a enzima extracelular imobilizada por 10 h, promoveu redução de 63 % de rafinose. Após tratamento com a α-galactosidase extracelular a 60 o C, os produtos melaços leve e pesado, mostraram 100 % de redução de estaquiose após 2 h de incubação e rafinose foi reduzida em 60 e 50 %, respectivamente. Portanto, observa-se que as α-galactosidases de Debaryomyces hansenii foram eficientes na redução dos RO presentes em produtos derivados de soja, sendo indicadas para a utilização industrial no processamento desses açúcares.Item Caracterização de α -galactosidase de soja para hidrólise de oligossacarídeos de rafinose(Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-28) Viana, Simone de Fátima; Rezende, Sebastião Tavares de; http://lattes.cnpq.br/4767669584583840A ingestão de grãos de leguminosas, como a soja e derivados, resulta no aparecimento de sintomas desagradáveis, o que limita o seu consumo. Dentre os sintomas desagradáveis, destaca-se a flatulência, que é resultante do metabolismo anaeróbico de α-1,6-galactosídeos de rafinose (RO: oligossacarídeos de rafinose) presentes nos grãos das leguminosas em geral. A remoção desses açúcares das sementes ou do extrato hidrossolúvel poderia aumentar o consumo de alimentos derivados de soja. Vários processos para redução do conteúdo de RO em derivados de soja já foram descritos; entretanto, a hidrólise enzimática dos RO, catalisada por α-galactosidases, parece ser o mais promissor. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficiência da α-galactosidase de sementes de soja em germinação para hidrolisar os RO presentes no extrato de soja. Sementes de soja (Glycine max , vr. CAC-1) foram germinadas por 60 h, a 27 °C. O extrato enzimático foi obtido pela trituração das sementes em tampão citrato/fosfato de sódio, pH 5,0. A suspensão foi filtrada e centrifugada, e o extrato enzimático resultante, utilizado para a purificação da α-galactosidase. Em uma primeira abordagem, o extrato enzimático foi fracionado em um sistema de duas fases aquosas (SDFA), formado por uma mistura de 16% (p/p) de PEG 1500, 16% (p/p) de fosfato de sódio pH 5,0 e 12% (p/p) de NaCl. A enzima presente na fase superior do SDFA foi dialisada e submetida à cromatografia de troca iônica em coluna de CM-Sepharose, pH 4,0. As frações com atividade de α-galactosidase, eluídas com um gradiente de NaCl (0-0,8M), foram reunidas, concentradas por ultrafiltração, originando a α-galactosidase semi-purificada. A α-galactosidase foi purificada 12,4 vezes e o rendimento do processo de purificação foi de 13,5%. Atividade máxima de α-galactosidase foi detectada em pH 5-6 a 50 °C. A enzima manteve-se em torno de 100% da atividade original após pré- incubação por 3 h, a 35 e 40 °C, mas somente 50% da atividade original foi mantida após pré-incubação a 45 °C. K M ap para ρNPGal, melibiose e rafinose determinados pelo método do duplo-recíproco foram de 0,30 mM, 0,63 mM e 6,16 mM, respectivamente. A enzima hidrolisou com maior intensidade rafinose, seguido de ρNPGal, estaquiose e melibiose. Galactose, rafinose, melibiose, CuSO 4 , SDS e CAC-1l 2 atuaram como inibidores da atividade da enzima parcialmente purificada. Resultados do tratamento do leite de soja com a enzima mostraram redução de 72,3% de estaquiose e 89,2% de rafinose após um período de incubação de 6h, a 40 °C. Com o objetivo de aumentar o rendimento do processo de purificação, visando futuras aplicações em ensaios biológicos, um segundo protocolo foi estabelecido. O extrato enzimático obtido, como já descrito, foi submetido à crioprecipitação, precipitação ácida, fracionamento com sulfato de amônio (20-50% de saturação) e cromatografia de filtração gélica em Sephadex G-100. A α-galactosidase foi semi purificada em quatro etapas, com índice de purificação de 21,33 vezes e recuperação de 44% da atividade enzimática. Em conclusão, observamos que a adição de α -galactosidase ao extrato de soja hidrolisou uma fração significativa dos carboidratos não digeríveis, estaquiose e rafinose, podendo diminuir a flatulência causada por esses oligossacarídeos e assim aumentar o uso desta fonte protéica vegetal na alimentação humana e animal. Além disso, essa enzima apresenta características cinéticas compatíveis com as exigências para sua utilização em processos industriais, visando a diminuição nos teores dos oligossacarídeos de rafinose.Item Caracterização funcional do fator de transcrição GmbZIPE2 de soja (Glycine max)(Universidade Federal de Viçosa, 2014-07-23) Gonçalves, Amanda Bonoto; Fietto, Luciano Gomes; http://lattes.cnpq.br/9080276580537208Na interação planta/patógeno, a modulação da transcrição gênica é fundamental para montar uma resposta de defesa eficaz nas células do hospedeiro.Os fatores de transcrição estão entre os principais alvos em plantas para o aumento da tolerância a estresses, uma vez que estas proteínas controlam a expressão de vários genes ao mesmo tempo. Membros da família de fatores de transcrição bZIP podem atuar na defesa contra patógenos. Apesar da função de bZIPs na defesa contra patógenos ser conhecida, poucos trabalhos caracterizaram bioquimicamente membros dessa família que participam de vias de defesa. O GmbZIPE2 (Glyma05g30170.1) é um membro do grupo E da família bZIP de soja, que é responsivo à infecção por Phakopsora pachyrhizi. Esse trabalho teve como objetivo principal caracterizar funcionalmente o transfator GmbZIPE2, mapeando cis-elementos que ele se liga, bem como genes responsivos a GmbZIPE2. A proteína GmbZIPE2 foi capaz de se ligar ao H-box, cis-elemento que é relacionado a patógenos. GmbZIPE2 induz genes de vias importantes para a defesa da planta, como CHS15-6 e PR-1. GmbZIPE2 reprime ANK1, um regulador negativo de morte celular. Os resultados desse trabalho indicam uma relação do fator de transcrição GmbZIPE2 na defesa da planta contra o ataque de patógenos. Maiores conhecimentos sobre o GmbZIPE2 pode contribuir com o conhecimento acerca da resposta da planta a estresse biótico e poderá ser útil para a obtenção de novos alvos para a modificação genética de cultivares.Item Caracterização molecular e biológica do begomovírus Soybean chlorotic spot virus e construção de um vetor de silenciamento baseado na modificação de seu genoma(Universidade Federal de Viçosa, 2012-02-24) Côco, Daniela; Fontes, Elizabeth Pacheco Batista; http://lattes.cnpq.br/9172176806887950O gênero Begomovirus (família Geminiviridae) inclui vírus com genoma composto por uma ou duas moléculas de DNA fita simples, transmitidos a espécies de plantas dicotiledôneas pela mosca-branca Bemisia tabaci. No Brasil, os begomovírus são um dos principais entraves para a produtividade do feijoeiro e tomateiro. Entretanto, begomovírus infectando soja (Glycine max) tem sido apenas esporadicamente relatados. Neste trabalho, foi isolado uma espécie do gênero Begomovirus infectando soja na região de Jaiba-MG e designado Soybean chlorotic spot virus (SoCSV). Para a caracterização da espécie, foi feita a clonagem de seu genoma completo seguida de análise molecular, e da obtenção de clones infecciosos para a determinação de sua gama de hospedeiros. Extratos de DNA total de plantas infectadas foram utilizados para a amplificação do genoma viral completo utilizando-se a DNA polimerase do fago ф29. Os produtos da amplificação foram clonados em plasmídeos, completamente sequenciados e submetidas a análise filogenética. O DNA-A de SoCSV apresentou maior identidade de sequência com o vírus Macroptilium yellow spot virus (85% de identidade), enquanto o DNA-B apresentou maior identidade com o Bean golden mosaic virus (67% de identidade). Este nível de conservação de sequências de SoCSV é suficientemente dissimilar (menos que 89%) para ser considerado uma nova espécie de begomovírus. Nos testes de gama de hospedeiros, dentre as espécies testadas foi constatada a infecção viral nas espécies Nicotiana clevelandii, N. tabacum e N. glutinosa, entretanto nenhum sintoma macroscópico foi observado. As plantas das espécies Capsicum annuum, N. benthamiana, N. debneyi, N. rustica e Glycine max, apresentaram sintomas leves. Os sintomas mais severos foram observados nas espécies Phaseolus vulgaris ‘Pérola’ e ‘Ouro Negro’, consistindo em deformação foliar, bolhosidade, clorose entre as nervuras, mosaico e mosaico dourado. Com o objetivo de induzir o silenciamento de genes em plantas de soja, foi construído um vetor de silenciamento viral baseado no DNA-A do SoCSV, denominado pUFV1713, através da substituição da maior parte da sequência que codifica a proteína capsidial (CP) por um sítio múltiplo de clonagem. Assim como os outros begomovírus, o SoCSV demonstrou não necessitar da proteína capsidial para causar infecção sistêmica. A construção do vetor viral foi confirmada por PCR, clivagem enzimática e sequenciamento. A capacidade de pUFV1713 induzir o silenciamento gênico foi testada com a inserção de um fragmento do gene magnesium chelatase subunit I (ChlI) no seu sítio múltiplo de clonagem, seguido por inoculação em plantas de soja. A infecção viral foi confirmada via PCR aos 21 dias pós-inoculação (dpi). O decaimento dos transcritos do gene endógeno ChlI foi avaliado por PCR em tempo real. Os dados do qRT-PCR confirmam a diminuição dos níveis de expressão do mRNA do gene ChlI nas plantas infectadas mas não nas plantas controles. Coletivamente, estes resultados indicam que o vetor VIGS derivado de SoCSV tem o potencial para aplicações em análises de genômica funcional de soja.Item Correlação entre as concentrações de BiP e de proteínas de reserva em sementes de soja(Universidade Federal de Viçosa, 2004-07-30) Valente, Maria Anete Santana; Fontes, Elizabeth Pacheco Batista; http://lattes.cnpq.br/7809094025770798O dobramento de proteínas secretórias no lúmen do retículo endoplasmático é altamente facilitado por chaperones moleculares. A proteína BiP é um dos chaperones mais bem caracterizados residentes do RE. BiP tem demonstrado ser um modulador multifuncional de vários processos que ocorrem no retículo endoplasmático. Essa proteína auxilia no dobramento e enovelamento das cadeias polipeptídicas nascentes e exerce papel no controle de qualidade do RE, reconhecendo e direcionando proteínas incorretamente dobradas para degradação. Também funciona como um sensor da via de resposta a proteínas incorretamente enovelada (UPR), regulando indiretamente a atividade da cinase eIF-2 e a sua própria expressão. As proteínas de reserva são sintetizadas em ribossomos associados à membrana do retículo endoplasmático, sendo co-traducionalmente translocadas para o lúmen do RE, onde podem permanecer associadas em corpos protéicos ou ser transportadas, via complexo de Golgi, para vacúolos de proteínas de reserva. Evidências na literatura indicam que BiP associa-se com proteínas de reserva in vitro, e seu acúmulo nas sementes está coordenado com a síntese de proteínas de reserva. Nesta investigação, foram analisados o nível de BiP nos diferentes estádios de desenvolvimento de sementes de soja e a correlação entre as concentrações de BiP e de proteínas de reserva de sementes. Para isso, utilizaram-se sementes de soja das variedades CAC-1 e CC3 com diferentes teores de proteína, determinados pelo método Kjeldahl. BiP acumulou-se predominantemente nos estádios iniciais de desenvolvimento das sementes, coincidindo com a síntese ativa de proteínas de reserva. O acúmulo temporal de BiP foi significativamente superior nas sementes CC3 que apresentam maior teor protéico. A capacidade de BiP associar-se a proteínas de reserva foi funcionalmente avaliada por meio do sistema duplo híbrido. Este ensaio demonstrou que BiP interage eficientemente com a subunidade de - conglicinina em leveduras. A partir desses resultados, surgiu a hipótese de que um aumento da expressão de BiP poderia resultar em elevação do teor de proteína das sementes. O efeito da superexpressão da proteína BiP no teor de proteína total foi diretamente avaliado em sementes de Nicotiana tabacum transgênicas (geração T4) superexpressando o gene BiP da soja. Embora o nível de BiP nas sementes transgênicas, detectado por immunoblotting e quantificado por densitometria, tenha sido maior nas linhagens transgênicas senso em relação às controle e anti-senso, a superprodução constitutiva de BiP não foi correlacionada diretamente com o aumento do teor protéico, determinado pelo método Kjeldahl. Esses resultados sugerem que a capacidade de processamento do retículo endoplasmático em tabaco durante o desenvolvimento da semente não constitui o fator limitante do processo de síntese e acúmulo de proteínas de reserva.Item Desenvolvimento de técnicas biomoleculares para diagnóstico de circovírus suíno(Universidade Federal de Viçosa, 2003-04-04) Monnerat, Filipe Silva; Almeida, Márcia Rogéria de; http://lattes.cnpq.br/9048502123818522O circovírus suíno (PCV) é um agente amplamente distribuído na Europa, América do Norte e sul da Ásia. O PCV é um pequeno vírus de cadeia simples de DNA (17 nm) que foi reconhecido, a partir da década de 90, como um patógeno de suíno. Dois tipos de PCV tem sido caracterizados e designados PCV tipo 1 (PCV1) e PCV tipo 2 (PCV2). O PCV1 foi primeiramente isolado em 1974 como um contaminante persistente da linhagem de células PK-15 de rim de suíno (ATCC CCL 31) e a cepa de PCV isolada de células PK-15 tem sido bem caracterizada. O PCV1 é considerado como um vírus não patogênico, enquanto que a infecção de um suíno pelo PCV2 é normalmente associada ao desenvolvimento de Síndrome Multissistêmica Pós-Desmame (PMWS), em animais de 5 a 12 semanas de idade, e ao tremor congênito (CT), que acomete animais no período neonatal. A PMWS é uma nova doença emergente de suínos, caracterizada clinicamente por dispnéia progressiva, aumento dos nódulos linfáticos e patologicamente caracterizada por uma ampla extensão de lesões inflamatórias. Recentemente, pesquisadores da EMBRAPA iniciaram um estudo da PMWS em leitões, mas no Brasil a presença do PCV ainda não é reconhecida oficialmente. O objetivo desse trabalho foi (1) padronizar técnicas de diagnóstico para o genoma e antígeno do PCV, assim como anticorpos contra o agente; (2) avaliar a susceptibilidade de diferentes linhagens celulares ao PCV; (3) diagnosticar a infecção do PCV em suínos da Zona da Mata de Minas Gerais; (4) isolar o PCV de amostras positivas. O PCV, proveniente de tecidos de animais normais e com diagnóstico de CT, foi isolado em células SK6 e analisadas por PCR. O padrão de bandas foi o mesmo encontrado em células PK15 contaminadas com PCV2, gentilmente cedidas pela EMBRAPA. Os oligos usados diferenciavam o PCV1 do PCV2. Todos os leitões de maternidade testados por PCR foram positivos para o PCV2. Porém, em 59 animais de abate testados por PCR não foi observada a presença do PCV. No teste de susceptibilidade as células PK15, SK6, VERO e MDCK foram susceptíveis ao PCV, mas somente as PK-15 estavam persistentemente infectadas. No ensaio de imunofluorescência indireta, foi utilizado um conjugado anti-IgG suína previamente padronizado e anticorpos contra PCV foram identificados em soros de 24 em 44 animais de abate testados e nenhum anticorpo foi encontrado nos animais com diagnóstico de CT positivos para PCV2 por PCR. Com esses resultados podemos concluir que os 24 suínos de abate soropositivos entraram em contato com o agente e desenvolveram a infecção em alguma fase durante o estagio de produção. A ausência de soropositivos entre os leitões recém nascidos, aliada a presença de infecção, pode ser explicada pela incapacidade de produção de anticorpos por esses animais neste estágio de desenvolvimento. Estudos adicionais da epidemiologia e da imunologia de infecções pelo PCV são necessários para o melhor entendimento e efetivo controle das doenças associadas a esse vírus.Item Efeito de formulação fitoterápica contendo Calendula officinalis no metabolismo lipídico em ratos Wistar alimentados com dieta de cafeteria(Universidade Federal de Viçosa, 2015-03-26) Fontes, Gleide Gatti; Oliveira, Tânia Toledo de; http://lattes.cnpq.br/4835974327797331Calendula officinalis (Asteraceae) é uma planta medicinal popularmente conhecida como malmequer. O extrato de suas flores é fonte de flavonoides, compostos que apresentam propriedades principalmente antioxidantes. Há indícios da atividade hipolipidêmica desta planta na literatura, mas sem estudos de comprovação. Fármacos utilizados atualmente nas dislipidemias apresentam muitos efeitos adversos e alto custo de aquisição, justificando a busca de novos medicamentos dentro deste contexto. O estudo teve como objetivo avaliar o efeito hipolipidêmico de uma formulação fitoterápica contendo extrato de Calendula officinalis, na forma de ensaio biológico, utilizando Rattus norvegicus linhagem Wistar albina alimentados com dieta de cafeteria. O extrato liofilizado da planta foi obtido por processo de maceração com etanol. A partir deste extrato foi realizada a quantificação de flavonoides totais por espectrofotometria (415nm), atividade antioxidante pelo método colorimétrico de redução do ABTS+ (734nm) e o perfil cromatográfico qualitativo através da CLAE. Ratos Wistar com aproximadamente quarenta dias de idade foram divididos em sete grupos de acordo com o tratamento recebido: G1 (Controle basal): Ração comercial; G2: Dieta cafeteria (CAF), sem tratamento; G3: CAF+ Atorvastatina (10 mg/Kg); G4: CAF+ veículo formulação; G5, G6 e G7: CAF+ tratamento com formulação fitoterápica contendo o extrato liofilizado nas doses 50, 100 e 150 mg/Kg respectivamente. O tempo total do experimento foi de setenta e sete dias, sendo doze dias de adaptação, quarenta e cinco dias de indução e vinte dias de tratamento. Foi realizado controle da massa corporal dos animais, assim como do consumo alimentar e os parâmetros bioquímicos séricos foram dosados utilizando-se kits comerciais. Foi realizada também a avaliação histopatológica qualitativa do fígado dos animais, através da coloração com hematoxilina/eosina. Para as análises estatísticas utilizou-se ANOVA com pós-teste de Tukey para múltiplas comparações (p<0.05). O extrato das flores de C. officinalis apresentou teor de flavonoides de 0,42% e no ensaio do ABTS, o extrato apresentou um valor de atividade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) de 0,011. O perfil cromatográfico qualitativo, através da comparação com padrões, sugeriu a presença dos flavonoides rutina, quercetina e morina. No ensaio biológico, os tratamentos com a formulação contendo o extrato não afetaram estatisticamente os níveis sanguíneos de glicose, colesterol total, triacilgliceróis e VLDL, no entanto impactou positivamente nos níveis de LDL e HDL, bem como na relação LDL/HDL, sendo este um índice de risco cardiovascular mensurado. O tratamento, aparentemente, promoveu a redução da quantidade das gotículas de lipídios no tecido hepático. Concluiu-se que o tratamento com a formulação contendo extrato de C. officinalis, na presente condição experimental, foi eficaz na modulação do perfil lipídico e a planta medicinal estudada apresenta possibilidade de utilização no controle e prevenção das dislipidemias e doenças associadas, podendo atuar positivamente na redução do risco cardiovascular, sendo os resultados obtidos bastante vantajosos. Esta planta medicinal está contida no RENISUS (Relação nacional de plantas medicinais de interesse ao SUS), havendo grande valorização de seu potencial no Brasil.Item Efeito hipolipidêmico e toxicológico do arroz fermentado por Monascus ruber , CCT 1236, em coelhos(Universidade Federal de Viçosa, 2002-08-05) Fonseca, Cristiane Sampaio; Queiroz, José Humberto de; http://lattes.cnpq.br/3313502292176385Produtos fermentados por fungos, em especial o “ang-kak” (arroz fermentado por fungos do gênero Monascus) são tradicionalmente usados na culinária asiática como corantes e condimentos. Estes fungos produzem uma substância denominada mevinolina, utilizada na redução da concentração do colesterol sérico. Essa substância inibe a enzima hidroximetilglutaril coenzima A redutase (HMG-CoA redutase), enzima chave na biossíntese do colesterol. Foi realizada a caracterização do arroz fermentado analisando as concentrações de proteínas, lipídios, carboidratos, cinzas e umidade. Posteriormente, foram realizados dois ensaios biológicos com o objetivo de avaliar os efeitos hipolipidêmicos e toxicológicos do arroz fermentado pelo fungo Monascus ruber. Utilizaram-se 36 coelhos machos da raça Nova Zelândia Branco, com hiperlipidemia induzida por colesterol 1% administrado na ração juntamente com o arroz fermentado que foi seco e triturado e adicionado nas concentrações de 1, 5 e 10%. Da análise do arroz fermentado verificou-se que houve um aumento nas concentrações de proteínas, lipídios e redução na concentração de carboidratos. O arroz fermentado na concentração de 10% foi mais eficaz no controle da hiperlipidemia, promovendo redução de colesterol total (37,14%), LDL-c (37,73%), VLDL-c (51,44%), triacilgliceróis (51,44%). O arroz fermentado a 10% promoveu aumento da lipoproteína HDL em 33,85% . O segundo ensaio foi realizado com a finalidade de avaliar a toxicologia aguda deste produto. Foram dosados as concentrações de creatinina, proteínas totais, albumina, bilirrubina total, bilirrubina direta, ácido úrico, fosfato, ferro, cloro, cálcio, e as atividades de gama glutamil-transferase (gama-GT), transaminase glutâmico- pirúvica (TGP), transaminase glutâmico-oxaloacética (TGO) e fosfatase alcalina no 1 o , 15 o , 30 o dias do experimento. No estudo toxicológico não foi observada variação significativa nos parâmetros bioquímicos analisados. No estudo histopatológico constatou-se que a adição de arroz fermentado na dieta dos animais não alterou a morfologia das células do coração. Quando adicionou-se o arroz fermentado juntamente com o colesterol, verificou-se que esse arroz impediu a formação de áreas extensas de lesões decorrentes da adição de colesterol. Quanto ao fígado, devido às características inerentes desse órgão em coelhos, o efeito da adição do arroz fermentado na dieta dos animais não levou a resultados conclusivos. O arroz fermentado por Monascus ruber se mostrou, promissor na modulação dietética de lipídios sanguíneos, embora estudos em outros modelos animais e humanos sejam necessários para resultados mais conclusivos.Item Efeitos do flavonóide crisina, xantona e das proteínas de soja e caseína no peso corporal e nos lipídeos sanguíneos e hepáticos de coelhos(Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-25) Percegoni, Nathércia; Oliveira, Tânia Toledo de; http://lattes.cnpq.br/2603277277832046As anormalidades lipídicas são de grande importância, devido a sua ligação com a doença vascular aterosclerótica e com a doença cardíaca coronariana. Assim, objetivou-se comparar os efeitos da ingestão do flavonóide crisina, xantona, caseína e proteína de soja sobre a diminuição do colesterol e suas frações, triglicerídeos e glicose, sorológicos, deposição lipídica no tecido hepático e redução do peso corporal total. Coelhos da raça albino foram divididos durante 30 dias nos seguintes grupos: colesterol + ácido cólico + ração (hipercolesterolêmicos) e ração pura (controle), em todos os três experimentos, sendo que no primeiro experimento houveram mais 2 grupos, um para colestiramina e outro para crisina, no segundo experimento, um para caseína, um para proteimax e outro para colestiramina e, no terceiro experimento, um para xantona, além daqueles mencionados anteriormente. Os níveis de colesterol plasmático, triglicerídeos, LDL-c e HDL-c foram medidos, no 16° e 31° dias de experimento, utilizando kits enzimáticos e os resultados foram expressos em mg/dL. Foram analisadas amostras de tecido hepático, sendo os cortes fixados em historesina e paraplast. Observou-se a indução significativa de hipercolesterolemia nos animais que receberam ração + colesterol + acido cólico. Foi verificada redução nas taxas de colesterol, LDL-c, HDL-c, triacilgliceróis e glicose, menor deposição de gotículas de gordura nos hepatócitos bem como uma redução no peso corporal nos animais que receberam crisina. Conclui-se que a ingestão do flavonóide crisina exerceu proteção contra o aumento do colesterol plasmático e a deposição de triacilgliceróis nos hepatócitos evitando a esteatose e, conseqüente, degeneração hepática. Ainda, exerceu um efeito preventivo no ganho de peso corporal total. No segundo experimento, verificou-se maior aumento de colesterol, LDL-c e triglicerídeos no grupo que recebeu caseína, bem como maior deposição de gotículas de gordura nos hepatócitos, em comparação com o grupo que recebeu proteimax. Em contrapartida, houve aumento proporcional aos níveis de colesterol total nos níveis de HDL para o grupo que recebeu proteimax. Observou-se ainda redução no peso corporal total desencadeado pela proteína de soja. Verificou-se que a ingestão de maior quantidade de proteína vegetal na dieta em substituição a proteína animal, pode ser um fator de prevenção ao ganho de peso corporal, aumento do colesterol plasmático e a deposição de triacilgliceróis nos hepatócitos, levando à esteatose e a conseqüente degeneração hepática. No terceiro experimento, verificou-se um acréscimo nas taxas de colesterol, LDL- c, HDL-c e glicose no grupo que recebeu xantona, e decréscimo nas taxas de triacilgliceróis para este grupo. Não se verificou acúmulo de gotículas de gordura nos hepatócitos para este grupo, mas observou-se a ocorrência de múltiplas lesões focais nestas células. A xantona provocou redução no peso corporal total. Conclui-se que a ingestão de xantonas exerce proteção contra a elevação do peso corpóreo e da concentração de triacilgliceróis sanguíneosItem Efeitos do tratamento térmico na qualidade protéica de farinhas de soja convencional e isenta de lectina e inibidor Kunitz(Universidade Federal de Viçosa, 2005-07-29) Machado, Fabiano de Paula Pereira; Queiroz, José Humberto de; http://lattes.cnpq.br/7944588251441000Nesse trabalho foi avaliado o efeito do tratamento térmico em autoclave na qualidade protéica de farinhas integrais de soja, obtidas de uma linhagem contendo KTI e lectina (KTI+Lec+) e de uma isolinha isenta desses antinutrientes (KTI-Lec-). Para isso, foram avaliadas as composições centesimais dessas farinhas in natura assim como a inibição de tripsina, a atividade hemaglutinante, o índice de urease e a solubilidade protéica nas farinhas in natura e processadas termicamente. Realizou-se também um ensaio com ratos Wistar para a avaliação do ganho de peso, da digestibilidade verdadeira in vivo, do quociente de eficiência protéica (PER), do quociente de eficiência líquida protéica (NPR) e da utilização líquida protéica (NPU). O tratamento térmico foi efetivo na inativação de urease, lectina e inibidores de tripsina, sendo que 15 minutos de tratamento térmico foram suficientes para reduzir em mais de 90% o efeito desses compostos. Simultaneamente, as farinhas obtidas nesse tempo de processamento apresentaram um adequado valor de solubilidade protéica. Os resultados obtidos de PER, NPR e ganho de peso mostraram que o tratamento térmico melhorou igualmente a qualidade nutricional das duas farinhas, embora a farinha da isolinha KTI-Lec- tenha necessitado de um maior tempo de processamento térmico. Por outro lado, não foi observado um aumento significativo nos valores de NPU e de digestibilidade verdadeira in vivo para dietas contendo farinhas da linhagem de soja KTI-Lec-, embora os valores tenham sido estatisticamente iguais aos das dietas contendo farinha da linhagem de soja KTI+Lec+.Item Estudo biomonitorado do extrato acetato de etila do fungo Fusarium oxysporum(Universidade Federal de Viçosa, 2011-07-18) Mendonça, Vitor Romito de; Diaz, Marisa Alves Nogueira; http://lattes.cnpq.br/3652068457679482Fusarium oxysporum é um fungo fitoparasita facultativo, encontrado na rizosfera de várias plantas. Essa espécie é responsável por atacar diversas plantas do agronegócio brasileiro, causando grandes perdas devido à produção de micotoxinas. Contudo, ele pode produzir outros metabólitos que possam ser de interesse humano. O presente trabalho procurou investigar a ação antibacteriana de metabólitos produzidos por Fusarium oxysporum. Para isso, o fungo foi crescido em meio líquido, caldo de batata e dextrose, durante 10 dias. Extratos orgânicos foram obtidos tanto do micélio quanto do meio líquido e atividade antibacteriana foi avaliada. Os extratos que apresentaram atividade foram purificados por biomonitoramento. Do extrato do micélio foi isolada uma substância de intensa coloração vermelha em forma de cristais de agulha que apresentou atividade antibacteriana (31,25 µg.mL -1 ). Através da cromatografia líquida acoplada a espectrometria de massas determinou-se sua massa molecular [M+H] de 419,2646. Varredura de espectroscopia no ultravioleta-visível mostrou que a substância apresenta absorção máxima em 259 e 520 nm, respectivamente. Contudo, espectros de RMN de hidrogênio e de carbono não puderam ser obtidos com precisão devido à baixa solubilidade da substância em solventes deuterados. O ensaio de partição demonstrou que o composto apresenta solubilidade em solvente orgânico quando em meio ácido e forma uma emulsão quando em meio básico, sugerindo que o mesmo sofre ionização na presença de base. Técnicas de cristalografia serão posteriormente efetuadas para se determinar a estrutura da substância. Os resultados obtidos sugerem uma potencial utilização da substância como biosensor devido a mudança de pH e a sua atividade antibacteriana, assim como corante devido a sua intensa coloração.Item Estudo in vitro do potencial antiviral de ácido trans- cinâmico, flavonóides, corante monascus e extratos vegetais sobre o Herpesvirus equino 1(Universidade Federal de Viçosa, 2008-08-29) Gravina, Humberto Doriguêtto; Lamêgo, Márcia Rogéria de Almeida; http://lattes.cnpq.br/7232663422938540O Herpesvirus equino 1 (EHV-1), um importante patógeno de cavalos, foi escolhido como vírus alvo, pois representa uma família altamente patogênica e apesar de já haver vacinas contra ele, elas são pouco eficientes. Assim, um novo tratamento que evite perdas financeiras irreparáveis em criações de cavalos é bastante relevante. Por outro lado, os produtos naturais são alvos das mais diversas pesquisas para formulação de novos medicamentos, dentre eles os antivirais por possuírem um elevado potencial terapêutico. Neste trabalho, realizamos ensaios biológicos em cultivo celular com células Vero para determinar o efeito citotóxico e os potenciais antivirais de 8 compostos (quatro substâncias puras, um extrato de microrganismo e três extratos vegetais de uma mesma espécie). As citotoxicidades foram determinadas por microscopia óptica e confirmadas usando uma variação do método colorimétrico baseado na redução do sal MTT. Com o objetivo de investigar in vitro o potencial antiviral de cada tratamento sobre o EHV-1, foi feita a avaliação da redução de título viral por visualização do efeito citopático seguida de titulação viral em três ensaios antivirais, o de “Inativação Direta”, o “End Point” e o “Timing of Addition”. O primeiro teve como objetivo determinar se os tratamentos possuem ação sobre as partículas virais desestabilizando-as ou se ligando a elas de forma irreversível. O segundo tem como objetivo determinar se as substâncias puras ou presentes nos extratos se ligam aos receptores celulares ou a outras estruturas moleculares causando modificações celulares duradouras. O terceiro foi realizado com o objetivo de determinar a ação dos compostos sobre quatro etapas do ciclo infectivo viral, avaliando se apresentam ação antiviral em fases específicas da infecção. Os resultados dos testes demonstraram que as concentrações máximas não tóxicas obtidas foram respectivamente, 70, 100, 120, 110 e 70 μg/mL para a quercetina, morina, rutina, ácido trans-cinâmico e monascus; 40, 40 e 90 μg/mL para os extratos E1, E2, E3, respectivamente e 3,0% (v/v) para o DMSO. Nas concentrações testadas, o DMSO não causou variação significativa no título viral em nenhum dos testes, sendo, portanto, um composto inerte. A rutina não demonstrou ação antiviral significativa em nenhum dos testes. Os extratos apresentaram maior potencial antiviral contra o EHV-1 in vitro, seguidos das substâncias quercetina e morina. Nos resultados do teste de inativação direta, foi observada a ação dos três extratos, da quercetina e da morina. O E3 foi o único a apresentar ação no teste “End Point”. No “Timing of Addition”, todos os compostos apresentaram ação antiviral em pelo menos uma etapa de infecção, com exceção da rutina. A morina e o monascus sobre a adsorção, o ácido trans- cinâmico sobre os receptores celulares e na adsorção, a quercetina e o E2 nas fases de adsorção e penetração viral, e o E1 e o E3 em todas as fases. O processo de adsorção foi o mais afetado pelos compostos, sugerindo ação principalmente sobre as partículas virais e receptores celulares, impedindo momentos iniciais da infecção. Possivelmente, há nos extratos um efeito sinérgico decorrente da ação de mais de um composto. Com os resultados encontrados neste trabalho, concluímos que estes compostos poderão ser de grande importância nas medicinas veterinária e humana para prevenção e tratamento de infecções virais e para formulação de novos medicamentos.Item Herdabilidades e correlações entre concentrações de proteína em soja avaliadas por diferentes metodologias(Universidade Federal de Viçosa, 2003-07-31) Teixeira, Arlindo Inês; Moreira, Maurílio Alves; http://lattes.cnpq.br/2334788531499774Os principais objetivos deste trabalho foram estimar a herdabilidade no sentido amplo e restrito da concentração de proteína em soja, avaliada pelas metodologias do ácido bicinconínico (BCA) e pelo método de Kjeldahl, estimar a herdabilidade da concentração das proteínas de reserva da soja (frações 7S e 11S), avaliadas por eletroforese em gel de poliacrilamida em condição desnaturante (SDS- PAGE) seguida de densitometria e estimar as correlações entre as concentrações de proteína obtidas pelas diferentes metodologias. Para isso, cortou-se com o auxílio de uma lâmina uma parte do cotilédone das sementes originadas da população F 2 derivada do cruzamento entre uma linhagem de alto teor protéico com a variedade comercial Elite, e dos dois progenitores, tomando-se o cuidado para não danificar o embrião, o que prejudicaria o poder germinativo da semente. Esta parte da semente foi utilizada nas análises para determinação da concentração de proteínas totais pelos métodos de Kjeldahl, adaptado para pequenas quantidades de semente (15 mg), e do Ácido Bicinconínico; e também na análise da concentração das proteínas de reserva por SDS-PAGE/densitometria. A outra parte da semente foi cultivada em casa de vegetação, obtendo-se por auto-fecundação a população F 3 . Após a colheita, 10 sementes de cada planta obtida foram moídas e utilizadas na análise da concentração de proteínas totais pelo método de Kjeldahl e na análise da concentração das subunidades das proteínas de reserva por SDS-PAGE/densitometria. A análise dos resultados permitiu concluir que a maior estimativa de herdabilidade no sentido amplo para teor de proteínas na geração F 2 foi obtida pelo método de Kjeldahl (56,2%). Para as concentrações das proteínas de reserva estes valores foram de 62,1% para a concentração de 7S, 43,4% para a concentração de 11S e 50,5% para a soma da concentração das duas frações, indicando que a quantificação da concentração das proteínas de reserva por SDS- PAGE/densitometria pode ser útil em programas de melhoramento para qualidade protéica em soja. As herdabilidades no sentido restrito apresentaram baixos valores para todas metodologias, variando de 1,87 a 7,14%. Os efeitos do ambiente e da interação genótipo x ambiente sobre o teor de proteína das populações foram significativos. Os coeficientes de correlação de Spearman entre as concentrações das proteínas de reserva 7S e 11S com a concentração de proteínas totais determinada pelo método de Kjeldahl e entre as concentrações de 7S e 11S foram positivos e significativos nas duas gerações, F 2 e F 3 . Os coeficientes de correlação de Pearson e de Spearman entre as concentrações de proteína na população F 2 determinadas pelos métodos BCA e Kjeldahl foi de 0,131 e 0,385 respectivamente, indicando baixa correlação e baixa coincidência entre os métodos. Os coeficientes de correlação de Spearman entre as concentrações das proteínas 7S e 11S da população F 2 com as concentrações destas proteínas na população F 3 foram pequenos e negativos. O coeficiente de correlação de Spearman entre as concentrações de proteínas totais na população F 2 e na população F 3 determinada pelo método de Kjeldahl foi de 0,16, indicando também que aqueles indivíduos que apresentaram altas concentrações de proteína em F 2 não geraram indivíduos com o mesmo desempenho em F 3 , indicando que a seleção precoce não seria eficiente no cruzamento estudado.