Economia Aplicada

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    Mudanças no perfil de pobreza no Brasil: uma análise multidimensional a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2002-2003 e 2008-2009
    (Universidade Federal de Viçosa, 2014-01-15) Rodrigues, Cristiana Tristão; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6; Helfand, Steven M.; http://lattes.cnpq.br/7500417981576662; http://lattes.cnpq.br/6589443552217993; Braga, Marcelo José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666D3; Salvato, Márcio Antônio; http://lattes.cnpq.br/2172044497745150; Neder, Henrique Dantas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728120U4; Coelho, Alexandre Bragança; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707938D3
    Durante muito tempo, houve uma controvérsia na literatura de pobreza sobre qual indicador seria o mais apropriado para mensurar o bem-estar das famílias. O consumo, por diversas razões, passou a ser apontado como uma medida de bem-estar mais acurada do que a renda. Diante destes fatos, surge a necessidade de definir uma medida que capte o bem-estar de forma mais consistente. Portanto, a primeira parte desta tese tem como objetivo principal definir um novo perfil de pobreza para o Brasil e analisar as mudanças ocorridas no período de 2003 a 2009, utilizando-se os dados de consumo, da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), como medida de bem-estar. São apresentadas as metodologia para estimação da linha de pobreza alimentar e linhas de pobreza ajustadas para itens não alimentares, bem como a metodologia para construção de medidas-resumo adequadas do agregado de pobreza. Além disto, apresenta-se metodologia de imputação para correção de erros de mensuração no consumo alimentar da POF. A conclusão que se chega sobre a incidência da pobreza no Brasil, é que, de fato, esta vem declinando ao longo da última década, o que corrobora com os resultados dos diversos estudos de pobreza que vem sendo realizados no Brasil. Porém, o grande diferencial, é que neste trabalho constata-se que a pobreza tem caído no Brasil, com base no consumo como medida de bem-estar, o que ainda não foi apresentado na literatura sobre o assunto. Ao se utilizar esta medida de bem-estar, nota-se que a incidência de pobreza é menor do que quando se considera a renda monetária como medida de bem-estar. Além disto, a queda na pobreza também foi menos expressiva ao se considerar o consumo como medida de bem-estar. Portanto, a utilização da renda monetária, além de superestimar a incidência da pobreza, tende a gerar quedas mais expressivas nas taxas de pobreza ao longo do tempo. Este resultado se torna pertinente, devido ao fato de que a renda monetária tem, xviitradicionalmente, sido utilizada, para calcular os índices de pobreza, apesar do consumo ser apontado na literatura como uma medida de bem-estar mais acurada do que esta última. É importante ainda destacar que as taxas de pobreza estimadas com base nas linhas de itens alimentícios e não alimentícios são maiores que as taxas estimadas com base nas linhas administrativas do governo. Sendo assim, o governo ao usar estas linhas administrativas pode estar deixando de atender importante parcela da população que precisa de auxílio. Por outro lado, estudos recentes têm enfatizado que apesar do consumo ser uma medida de bem-estar mais acurada do que a renda, este indicador, por si só, não é um indicador completo de pobreza. Ou seja, a substituição da renda pelo consumo na definição das linhas de pobreza não resolve o problema da insuficiência de indicadores unidimensionais, para a análise da qualidade de vida e, por conseguinte da pobreza. Diante destas considerações, a segunda parte deste trabalho tem como objetivo fornecer estimativas de pobreza para o Brasil que vão além da dimensão de renda e consumo, utilizando-se de uma abordagem mais sofisticada para a combinação de um conjunto mais amplo de variáveis que captam outras dimensões importantes da qualidade de vida, no intuito de propiciar assim a definição de um perfil multidimensional e subjetivo para o Brasil, bem como uma análise das mudanças ocorridas nestes perfis no período de 2003 a 2009, utilizando-se para tanto os microdados da Pesquisa de Orçamento Familiar. Apresenta-se a metodologia de Alkire e Foster (2011a) para mensuração da pobreza multidimensional. Esta metodologia consiste de um método de identificação que estende a tradicional abordagem da união e interseção, e de um método de agregação da pobreza. A etapa de identificação emprega a abordagem de "dual cutoff". A etapa da agregação emprega as tradicionais medidas FGT, apropriadamente ajustadas para considerar a multidimensionalidade do fenômeno da pobreza. A conclusão deste trabalho é que, em relação à pobreza de renda, que caiu drasticamente na última década, a pobreza multidimensional tem diminuído de forma mais gradual. Identificou-se que a Pobreza multidimensional é um problema mais grave nas áreas rurais e nas regiões Norte e Nordeste. Desta forma, o Índice de Pobreza Multidimensional pode contribuir para o planejamento das políticas sociais de enfrentamento da pobreza na medida em que revela a intensidade da pobreza em diferentes grupos populacionais, possibilitando melhor focalização. Isso é um avanço, pois permite que áreas com pobreza muito severa sejam priorizadas. Além disto, o Índice traz informações também sobre as dimensões que mais contribuem para a pobreza, o que pode ajudar a potencializar o efeito dos investimentos sociais e a orientar políticas públicas. A análise de decomposição mostra que privações em educação, consumo em necessidades básicas e condições de moradia são as que mais contribuem para o índice de pobreza xviiimultidimensional total. Sendo assim, as intervenções de políticas públicas deveriam ser direcionadas na intenção de garantir melhorias no acesso à estes três indicadores, o que levaria a menor grau de incidência da pobreza. Melhoria na percepção que as famílias têm de suas próprias condições de vida, por meio da queda nas taxas de pobreza subjetivas, corrobora o declínio na pobreza multidimensional, o que é um indicativo de melhoria nas condições de vida da população. As decomposições, no entanto, mostram um quadro um pouco diferente, com a insuficiência de renda, alimentação e saúde/acesso à serviços contribuindo mais para a pobreza multidimensional subjetiva. Embora a pobreza tenha diminuído, as taxas de pobreza multidimensional e subjetivas permanecem elevadas.
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    Demanda por nutrientes nas principais regiões metropolitanas do Brasil no período de 1995-2003
    (Universidade Federal de Viçosa, 2010-02-11) Rodrigues, Cristiana Tristão; Gomes, Adriano Provezano; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666H9; Braga, Marcelo José; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798666D3; Coelho, Alexandre Bragança; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4707938D3; http://lattes.cnpq.br/6589443552217993; Duarte, Maria Sônia Lopes; http://lattes.cnpq.br/0643907110512852; Lírio, Viviani Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763739E6; Lima, João Eustáquio de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783228J6
    No Brasil, nos últimos anos, percebe-se a ocorrência de alterações favoráveis à melhoria nos padrões de consumo alimentar da população. Além disso, diversas transformações sócio-econômicas têm ocorrido na estrutura da sociedade, as quais podem causar impactos significativos no consumo de nutrientes e, conseqüentemente, no estado de saúde da população. Diante desse quadro de mudanças, principalmente após a implantação do Plano Real em 1994, torna-se essencial conhecer o padrão de consumo de nutrientes das famílias brasileiras, bem como sua evolução ao longo do tempo, a partir da análise da sensibilidade do consumo de nutrientes frente a variações de preço e dispêndio, e ainda, considerando-se a influência de outras variáveis sócio-econômicas. Assim, este trabalho teve como objetivo principal analisar o padrão de consumo de nutrientes das famílias brasileiras no período de 1995 a 2003, com base nos dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) realizadas em 1995/1996 e 2002/2003, para as principais regiões metropolitanas do país. O referencial teórico utilizado baseou-se na teoria da demanda do consumidor, e na abordagem alternativa do problema do consumidor, considerando que a utilidade deste seja derivada das propriedades ou características intrínsecas dos bens. A forma funcional utilizada para especificar as funções de demanda estimadas neste trabalho foi o Almost Ideal Demand System (AIDS). Os resultados mostram que todas as variáveis sócio-econômicas consideradas neste estudo afetaram significativamente o consumo de pelo menos um nutriente. A análise da sensibilidade do consumo das famílias em relação aos preços mostrou que os preços influenciam negativamente o consumo de todos os nutrientes, tanto em 2003 quanto em 1995. Além disso, variações nos preços dos nutrientes, nos dois anos, não causam grandes efeitos na demanda dos mesmos. A conclusão para o ano de 2003 é que as famílias tendem a demandar relativamente mais gorduras, colesterol e carboidratos, do que vitaminas e minerais. Sendo assim, pode-se deduzir que políticas de redução de preços, com intuito de melhorar a qualidade nutricional, poderiam não alcançar o resultado pretendido. Constatou-se, conforme era esperado, que as relações de substitutibilidade entre os nutrientes, nos dois anos, são menores que as de complementariedade. Em relação às influências dos dispêndios para o consumo de nutrientes, constatou-se que para 1995, os dispêndios influenciam positivamente o consumo de todos os nutrientes. Já em 2003, variações no dispêndio não causam impactos no consumo do ferro, fósforo e vitamina C. No seu conjunto, os resultados apresentados mostram que os aumentos de dispêndio levarão a aumentos no consumo de nutrientes, porém, os impactos no consumo nutricional, devido às variações no dispêndio com nutrientes, serão menos que proporcionais às variações nos dispêndios. Por outro lado, pode-se dizer que políticas de renda, as quais possibilitam aumentos do dispêndio, podem ser mais eficazes na influência de padrões de consumo nutricional do que políticas de preço. Conclui-se que os consumidores, diante do quadro de mudanças favoráveis ao consumo, principalmente a partir da década de 90, não necessariamente irão consumir produtos mais nutritivos, o que por muitas vezes poderá resultar na deterioração do padrão de consumo de nutrientes.