Economia Aplicada

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    Ensaios econômicos sobre ondas de calor e seus impactos sobre a saúde no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-02-22) Araújo, Paulo Henrique Cirino; Feres, José Gustavo; http://lattes.cnpq.br/5611371794712864
    Ondas de calor são eventos de tempo excessivamente quente, nos quais os registros de temperatura média de um município são elevadas e extremas por dias consecutivos. Dentre as suas principais consequências, destacam-se os seus efeitos sobre a saúde humana, em especial sobre as taxas de morbidade e mortalidade. Nesse contexto, o objetivo central desta tese e avaliar os efeitos desses extremos consecutivos de temperatura sobre a saúde humana no Brasil. Os objetivos específicos desta tese foram seccionados em três capítulos, conforme três temáticas diferentes. Primeiramente, buscou-se definir esses eventos de ondas de calor e identifica-los nos municípios brasileiros, durante o período de 1998 a 2015. A metodologia utilizada baseou em indicadores de calor excessivo e limiares de calor extremo. Dessa forma, identificou-se a incidência desses eventos e realizou-se suas caracterizações em termos de suas durações, frequências e amplitudes. Os resultados revelaram que os municípios brasileiros enfrentam esses eventos de forma heterogênea. Em específico, os municípios da região Centro-oeste, do estado do Rio de Janeiro e do Tocantins foram aqueles com maior número de notificações de ondas de calor. Exatamente nesses municípios, esses eventos foram mais frequentes, duradouros e mais severos. Aproximadamente um quarto das ondas de calor notificadas no Brasil podem ser classificadas como severas. Em média, em um município brasileiro e registrado 1 evento de onda de calor com duração média de cerca de 5 dias. A se- gunda abordagem desta tese procurou relacionar esses eventos de ondas de calor com o bem-estar relacionado a saúde. A metodologia foi segregada em três etapas: uma primeira seção que analisou os efeitos das ondas de calor sobre as taxas de mortalidade de doenças infecciosas e parasitárias, do aparelho circulatório e respiratório, por meio de modelos de regressão com variáveis dependentes censuradas ou truncadas; uma se- gunda seção que buscava estimar o Valor Estatístico da Vida (VSL) como estratégia de valoração dos efeitos das ondas de calor, em termos de vida humana; e, uma última seção que apresentava os custos governamentais ou sociais para contornar as consequências para a saúde humana desses fenômenos. Os resultados revelam que a mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias é a mais afetada por eventos de ondas de calor, principalmente em crianças e idosos. Os custos médios para contornar os efeitos das ondas de calor sobre a mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias e do aparelho circulatório são 50 reais e 2,24 centavos por habitante, respectivamente. Ao contrario desses resultados, as doenças respiratórias são influenciadas negativamente pelas ondas de calor, deixando de se gastar cerca de 7 reais por habitante para contornar seus efeitos. A última análise realizada por essa tese foi sobre a saúde infantil no Brasil. A finalidade deste capítulo foi avaliar os efeitos das ondas de calor sobre a internação hospitalar infantil por 12 tipos de doenças. Utilizou-se como metodologia modelos de contagem para dados em painel. Os resultados foram gerados para todas as capitais estaduais brasileiras. Dentre eles, as principais causas de hospitalizações por crianças durante ocorrências de ondas de calor são por desidratação, desnutrição e doenças diarreicas. Além disso, ondas de calor tendem a reduzir o número de internações infantis por doenças respiratórias. Fatores intervenientes como número de médicos, gastos hospitalares, idade dos pais, renda familiar e saneamento básico foram significativos para explicar as taxas de internações hospitalares infantis. A saúde infantil foi mais afetada por ondas de calor em Goiânia, São Paulo, Palmas e Rio de Janeiro. No caso de doenças diarreicas, os efeitos das ondas de calor são particularmente maiores em crianças recém-nascidas e com idade entre 1 e 4 anos. Os principais resultados deste trabalho revelam que a saúde e comprometida por ondas de calor, bem como e significativo o efeito de alguns fatores intervenientes, tais como saneamento, renda familiar e a escolaridade dos pais. Os efeitos são especialmente maiores nas capitais situadas na região Centro-oeste. Em muitas circunstâncias, mediante um aumento na duração desses eventos, os efeitos são tão perniciosos quanto um aumento na intensidade da onda de calor mais severa. Dentre os grupos demográficos mais vulneráveis estão as crianças, os idosos e os residentes de municípios extremamente pobres.