Economia Aplicada
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Item Acordos comerciais e seus impactos no comércio dos países sul-americanos(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-22) Silva, Raphael Gomes da; Silva, Fernanda Aparecida; http://lattes.cnpq.br/5572343001011680Os acordos comerciais são ferramentas de fomento ao comércio internacional que vêm sendo utilizadas pelos países desde o fim da Segunda Guerra Mundial. A expansão dessas relações ocorreu durante as décadas de 1980 e 1990, em que várias relações bilaterais e multilaterais se mostraram eficazes em integrar e aproximar comercialmente os membros. Na América do Sul, os países seguiram políticas comerciais diferentes, alguns se organizaram em blocos regionais como MERCOSUL ou Comunidade Andina, enquanto outros buscaram abertura comercial através de relações bilaterais como Chile e Colômbia. Este estudo quantificou os efeitos gerados sobre o comércio pelos acordos formados pelos países sul-americanos. Utilizou-se como método uma versão estrutural do modelo gravitacional com efeitos fixos. Para verificar o impacto exercido, foi montado um painel com quarenta anos de comércio, abrangendo o período 1980 – 2020, para uma amostra de 86 países. Os resultados indicaram que Chile, Colômbia e Peru, que possuem política comercial direcionada a formação de mais acordos comerciais, principalmente com países de fora da região, apresentaram melhores resultados nos efeitos gerais e individuais. O Mercosul se mostrou eficiente no fomento ao comércio dos membros, com maiores benefícios para o Paraguai e Uruguai. O bloco segue exercendo impacto no comércio dos membros mesmo após 30 anos de seu início. Em relação à duração dos acordos, aqueles formados com outros países em desenvolvimento mostraram efeitos mais duradouros. Foi testada a possibilidade de criação ou desvio de comércio gerada pelos acordos da região e pode ser constatado que a maioria deles fomentou as relações a partir da criação de comércio. No que tange aos setores produtivos afetados pelos acordos, os que sofreram impacto positivo foram relacionados aos produtos agropecuários e minerais, confirmando a especialização dos países da região em produtos de menor valor agregado. Palavras-chave: Acordos Comerciais. América do Sul. Comércio Internacional.Item Análise econométrica da demanda de energia elétrica nos setores residencial- urbano e rural do Brasil, 1970-1999(Universidade Federal de Viçosa, 2001-05-29) Silva, Soraya Amaro da; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/3823967539102763A energia elétrica é um serviço à sociedade, podendo garantir melhor conforto e melhor qualidade de vida à população. Neste analisados o consumo residencial-urbano trabalho, são e rural de energia elétrica no Brasil no período de 1970-1999, bem como suas taxas de crescimento no intuito de analisar a evolução da quantidade demandada. Também é analisado o comportamento da quantidade consumida de energia elétrica dos consumidores residencial-urbano e rural frente às alterações nos preços das tarifas médias, preço do eletrodoméstico e renda. O instrumento metodológico utilizado baseia-se na estimação de equações de demanda por diferentes métodos econométricos, ressaltando a utilização de um modelo de correção de erros para se realizar previsões para os diferentes setores. Com base nos resultados, constata-se que as variáveis preço da tarifa média, preço do eletrodoméstico e renda determinaram alterações na quantidade demandada de energia elétrica. Nesse sentido, a utilização destas variáveis implica em alterações na quantidades demandadas. As previsões adotadas foram feitas por simulações, usando-se tarifas diferenciadas, sendo medido os efeitos que as alterações provocam na quantidade total consumida de energia elétrica, nos diferentes setores e as alterações no consumo médio. Logo, estas estruturas tarifárias são utilizadas para mostrar como o governo e investidores podem ajustar os preços da energia elétrica, atendendo assim as exigências dos consumidores, investidores e governo.Item Análise econômico-financeira do crédito fundiário no Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 1997-12-17) Bari, Mamadu Lamarana; Teixeira, Erly CardosoEste trabalho analisa a viabilidade econômica e financeira do crédito fundiário enquanto política pública específica para aquisição de parte das terras necessárias aos assentamentos de reforma agrária no Brasil atual. Estuda, especificamente, os custos financeiros dessa política e os seus impactos na viabilidade econômica dos empreendimentos e da renda dos assentados. Para realização da análise foram utilizadas informações do I Censo da Reforma Agrária de 1996. Este estudo utilizou o modelo de risco de Newbery e Stiglitz. A simulação de cenários alternativos foi realizada com auxílio dos softwares @RISK e Bestfit, a partir dos fluxos de caixa dos projetos de reforma agrária selecionados de alguns estados do Brasil. Realizou-se a análise sob condições de risco, considerando-se duas situações distintas: com e sem crédito fundiário. Foram construídos vários cenários, nos quais foram realizadas, para cada situação, várias simulações para identificar as variáveis (preço dos insumos, preço da terra e da mão-de-obra) que poderiam influenciar o conjunto dos resultados e, assim, inviabilizar os esforços tanto dos agricultores assentados quanto do governo federal. Os resultados encontrados foram, consideradas determinadas condições e restrições discutidas nesta pesquisa, favoráveis ao cenário com crédito fundiário, que apresentou menor valor do prêmio ao risco. O menor valor deste prêmio significa que, apesar de as duas situações se configurarem como arriscadas, na situação com crédito fundiário o risco é menor, pelas razões apontadas na análise. Esta conclusão é sustentada pelos valores do coeficiente R’ (coeficiente risco esforço) apresentados no trabalho. Concluiu-se, portanto, que, dentro das restrições constatadas, os resultados permitem sustentar a hipótese de que o crédito fundiário seja alternativa viável. Entretanto, persistem as questões da carência, dos acessos e das condições de qualidade de vida e da produção agrícola, as quais deverão ser analisadas caso a caso. O estudo demonstra, por outro lado, que, equacionados os aspectos restritivos apontados, o crédito fundiário poderá possibilitar, no médio e longo prazo, a inclusão crescente de novos beneficiários, podendo, assim, proporcionar a estruturação de novas condições para o aumento da renda e sustentabilidade dos agricultores assentados, incentivando, em última análise, a competitividade agrícola nos assentamentos.Item Análise socioeconômica do núcleo de colonização de Paracatu, Brasilândia de Minas -MG(Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-26) Borges, Helena de Jesus Varela Gomes; Cavalcanti, José Euclides AlhadasA implementação de núcleos de colonização no Brasil teve o seu início no final da década de 30, como uma das estratégias para o desenvolvimento agrícola. Muitos foram os programas estabelecidos com vistas a promover o desenvolvimento rural; dentre eles figura o núcleo de colonização de Paracatu, hoje município de Brasilândia de Minas, localizado no Estado de Minas Gerais, implementado pelo Governo em 1952 através da Comissão do Vale do São Francisco (CVSF), a quem foi conferida a administração do núcleo até a sua emancipação. Tem -se questionado bastante sobre a efetividade e viabilidade dos diversos núcleos de colonização dirigida implementados. Assim, o propósito deste trabalho (estudo de caso) foi o de fazer um diagnóstico da situação atual do núcleo de colonização de Paracatu, mais especificamente caracterizar o perfil dos produtores e das propriedades e os níveis da qualidade de vida dos produtores rurais, bem como identificar alguns dos aspectos relacionados com a produção agrícola, o sistema de comercialização, o crédito rural e o emprego. O trabalho teve como fundamento a teoria de modernização (considerado um dos modelos para o desenvolvimento agrícola) e a teoria de desenvolvimento econômico regional. A pesquisa de campo foi realizada na comunidade rural do município de Brasilândia de Minas, localizado no noroeste do Estado de Minas Gerais. Para a realização deste estudo foi determinada uma amostra constituída por 104 produtores rurais, selecionados de forma aleatória. A coleta de dados foi feita mediante aplicação de questionários em entrevista direta com os proprietários dos estabelecimentos visitados. Foram também coletados dados em algumas instituições, bem como na Prefeitura Municipal. A estimativa dos dados foi efetuada mediante análise tabular (considerando a freqüência relativa dos dados obtidos) e determinação da taxa geométrica de crescimento, de forma a identificar a evolução da produção leiteira na região. Os resultados obtidos permitiram concluir que, embora tenha sido registrado substancial desenvolvimento na região, com a expansão da atividade agropecuária e, conseqüentemente, a criação do município de Brasilândia de Minas, os níveis de educação e renda dos produtores são consideravelmente baixos (essa situação tem sido característica em núcleos de colonização onde se propõe o desenvolvimento rural através da implantação de pequenas propriedades). Parte dos produtores prevê o abandono da atividade agrícola caso a situação atual prevaleça, principalmente no caso daqueles cuja fonte de renda provém da produção do leite. Existe tendência de descapitalização no setor rural, devido à baixa lucratividade. Para expandir a atividade econômica, o município precisa buscar fontes alternativas de crescimento.Item Avaliação das transferências diretas e indiretas de excedentes agrícolas para as cadeias agroindustriais selecionadas, no período pós- plano real(Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-20) Ferreira, Adriana Vieira; Campos, Antônio Carvalho; http://lattes.cnpq.br/6112237819426615É inegável a importância da agricultura no processo de crescimento das nações, assim como no avanço do estágio de desenvolvimento. A despeito da redução relativa do setor agrícola na composição do Produto Interno Bruto (PIB), os efeitos em termos de transferências de excedentes ganham especial relevância na medida em que se admite uma visão sistêmica, adequada à noção de Complexo Agroindustrial (CAI). Assim, a solução dos problemas relacionados com a geração e transferência de recursos agrícolas excedentes torna-se fundamental para a garantia da estabilidade de preços, no período pós- Plano Real. Partindo dessa premissa, este estudo procura avaliar os impactos econômicos e sociais, decorrentes da elevação na produtividade total dos fatores (PTF) na agricultura e da valorização cambial sobre as transferências de excedentes do setor agrícola para as principais cadeias agroindustriais. Para atender ao objetivo proposto, adota-se, como instrumental analítico, um modelo computável de equilíbrio geral. Buscando avaliar a sensibilidade das transferências da agricultura para os demais setores, foram criados três sub- cenários: economia fechada, semi-aberta e aberta, que se constituem em alternativas em termos de elasticidades de substituição entre bens domésticos e importados. Os principais resultados obtidos no cenário 1 - Elevação da Produtividade Total dos Fatores - mostram que a abertura da economia reduz sensivelmente o impacto em termos de transferência de excedentes agropecuários via preços, para os demais setores analisados, reduzindo o bem- estar das famílias rurais e urbanas. Para o cenário 2 - Valorização Cambial -, a flexibilização das trocas entre produtos domésticos e importados gera efeitos positivos na produção doméstica agrícola e das principais cadeias agroindustriais, indicando o crescimento da produtividade interna. Assim, mesmo com a diminuição do valor das exportações e das importações, o efeito líquido sobre a utilidade das famílias brasileiras é positivo diante da abertura comercial. As principais conclusões do trabalho apontam para a necessidade de alterações estruturais e de longo prazo no setor agrícola, buscando uma inserção mais competitiva da agropecuária brasileira em um contexto de abertura comercial, de forma a reduzir os efeitos negativos em termos de redução da renda e destruição de capitais no setor agropecuário.Item Comparação de sistemas de produção de leite em Leopoldina- MG nos anos 1961 e 1994(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-28) Medeiros, Márcia Rezende de; Gomes, Sebastião TeixeiraPretendeu-se, neste trabalho, comparar os sistemas de produção de leite em Leopoldina-MG, nos anos de 1961 e 1994, em termos de recursos utilizados, tecnologia, produção e produtividade, assim como estimar os níveis ótimos de utilização dos fatores de produção, de forma a verificar as transformações na utilização destes, ocorridas de um período para o outro. Apoiou-se na Teoria da Modernização, acreditando-se que estas transformações ocorridas resultaram de investimentos realizados entre 1961 e 1994, destacando-se o crescimento da utilização de silagem e da alimentação do rebanho no período da seca. Observou- se que houve aumento significativo na produção e na produtividade de um período para o outro, em conseqüência de mudanças nas bases tecnológicas utilizadas pelos produtores de leite. Da análise dos resultados, chegou-se a uma série de conclusões, dentre as quais se destacam: houve modernização na pecuária leiteira da Zona da Mata mineira, nas últimas décadas, caracterizada por elevação do nível tecnológico, por acréscimos de produtividade do rebanho e uma concentração maior da produção entre os grandes produtores. Estes resultados podem retratar o que aconteceu em Minas Gerais e no restante do País, nas últimas décadas, em termos de transformações nos sistemas de produção de leite.Item Crescimento econômico e infra-estrutura: o impacto do ProAcesso em Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2016-10-04) Castro, Lucas Siqueira de; Lima, João Eustáquio de; http://lattes.cnpq.br/2614632226593533O papel de investimentos públicos e privados em infraestrutura, influenciando o crescimento econômico entre regiões e países, é um tema que tem recebido atenção nos últimos anos. Entre as modalidades de investimento em infraestrutura, a de transportes, principalmente a rodoviária, merece destaque no Brasil, país de dimensões continentais. Mudanças no sistema de transporte, como a construção de novas vias, impactam nas condições de acessibilidade e, consequentemente, no crescimento econômico local. Entre os Estados brasileiros, Minas Gerais é o que apresenta a maior malha rodoviária, contando com 269.546 quilômetros de rodovias, 16% do total nacional. Resultante de um processo histórico caracterizado pela convergência dos investimentos em áreas de maior dinamismo econômico, a construção da malha rodoviária de Minas Gerais criou extensões marcadas por desigualdades. No Estado, somente as rodovias federais são totalmente pavimentadas. Em relação às estaduais, apenas 59% delas são pavimentadas, já as municipais, em sua maioria, não contam com pavimentação. Visando a expandir a pavimentação das estradas no Estado, o Governo mineiro lançou na década de 2000 o Programa de Pavimentação de Ligações e Acessos aos Municípios – ProAcesso. Vigente entre os anos de 2003 e 2010, o Programa buscou expandir o grau de acessibilidade aos serviços sociais considerados básicos e aos mercados para habitantes de 225 municípios mineiros, até então com suas principais vias de acesso à rede rodoviária regional ou “rodovias-tronco” não pavimentadas. Neste contexto, a presente tese se propõe a avaliar o impacto do ProAcesso sobre o crescimento econômico dos municípios beneficiados pelo programa entre os anos de 2000 e 2010. Para tanto, procurou-se por modelos que estabelecessem a relação teórica desejada e controlassem problemas recorrentes na literatura como a dependência espacial, a ausência de controle para efeitos não- observados, a simultaneidade e o erro de medida na construção da variável de infraestrutura. Entre os modelos existentes, optou-se pela combinação entre o método de diferenças-em-diferenças espacial com técnicas de matching para identificar o efeito médio do tratamento na presença de transbordamentos espaciais. Alternativamente, também foi utilizado o procedimento denominado coding para estimar o modelo de diferenças-em-diferenças sem a influência da dependência espacial. Nos diferentes tipos de avaliações feitas, seja a geral, a setorial, a que compreendeu diferentes extensões de estradas pavimentadas ou mesmo a que apresentou diferentes condições de acessibilidade, pode ser visto como o fato de que um município ter pertencido ao grupo tratamento, ou seja, ter sua principal via de acesso pavimentada, em média, não contribuiu para seu crescimento econômico. Acredita-se que as externalidades, positivas e negativas, promovidas pelo acesso à rede estadual de transporte, neste caso, tenham sido anuladas, fazendo com que o impacto do ProAcesso sobre a taxa de crescimento econômicos dos municípios não fosse estatisticamente significativo.Item Determinação do padrão de produtividade e de eficiência técnica da agricultura brasileira, 1970-1995(Universidade Federal de Viçosa, 2000-10-24) Leão, Carlos; Lima, João Eustáquio deNo período imediatamente posterior à Segunda Guerra Mundial, o crescimento da produção agrícola brasileira era devido, principalmente, à incorporação dos fatores tradicionais, terra e trabalho, ao processo de produção. Entretanto, as sérias e recorrentes crises de abastecimento do mercado interno no decorrer das décadas de 50 e 60 e a crescente escassez de terras férteis e de mão- de-obra, principalmente nos Estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, no início da década de 60, contribuíram para reorientar o padrão de desenvolvimento da agricultura no País em direção à obtenção de níveis mais elevados de produtividade, estabelecendo-se, assim, a necessidade de acelerar a modernização da atividade agrícola, como forma de obter o necessário aumento de sua produção. Essa mudança de postura pressupõe o reconhecimento de que a agricultura desempenha papel estratégico no processo de desenvolvimento econômico e de que a relevância da sua contribuição depende,fundamentalmente, da taxa de crescimento da produtividade agrícola, razão da importância de se conhecer o padrão de produtividade e de eficiência com que os recursos foram utilizados, nas últimas décadas, nas várias regiões do País. Embora se possa constatar a existência de significativa literatura sobre o tema no Brasil, ressente-se a falta de uma abordagem baseada em indicadores de produtividade total que reflitam, efetivamente, a direção correta do comportamento da agricultura brasileira. Este estudo objetiva analisar o comportamento da produtividade agrícola no Brasil, durante o período 1970- 1995. Para isso, foram estimados índices de produtividade total de fatores para os anos censitários desse período e para as cinco regiões brasileiras, os quais permitiram estabelecer comparações intertemporais e interespaciais de produtividade agrícola para o Brasil. Noutra parte do estudo foram estimadas funções estocásticas de fronteira de produção para a agricultura brasileira, as quais permitiram estabelecer estimativas da eficiência produtiva para os vários Estados brasileiros, além de possibilitar a obtenção de um índice de mudança técnica para a agricultura no Brasil. Com base nos resultados, concluiu-se que a agricultura brasileira experimentou ganhos significativos de produtividade no período considerado, os quais foram mais expressivos nas regiões Sul e Sudeste, onde o processo de modernização da agricultura foi iniciado mais cedo e com maior intensidade. Ficou evidente que as regiões do Centro-sul apresentaram não apenas níveis de eficiência técnica mais elevados, mas também índices de mudança técnica maiores do que em outras regiões do Brasil.Item Determinantes da produtividade da pecuária de corte (fase de engorda) no município de Rondonópolis-MT(Universidade Federal de Viçosa, 2000-09-19) Bonjour, Sandra Cristina de Moura; Gomes, Sebastião Teixeira; http://lattes.cnpq.br/4226132616375051Com o objetivo de analisar os fatores que determinam a produtividade da pecuária de corte, fase de engorda, com ênfase nos aspectos gerenciais no município de Rondonópolis-MT, foram coletados dados que foram subdivididos em estratos segundo o Índice de Venda, como medida de produtividade da pecuária da região. A metodologia utilizada baseou-se na Teoria da Firma, que aborda a função de produção. Para determinar o gerenciamento das propriedades foi criado um Índice de Administração, mediante o julgamento das variáveis avaliadas por profissionais da área de pecuária de corte. Os dados foram obtidos no município de Rondonópolis por meio de entrevista direta com os pecuaristas. Os resultados são apresentados na forma tabular, com vistas em ressaltar as características do sistema produtivo da pecuária de corte. Entre os estratos não ocorreu diferença significativa em % de braquiária em relação à área total, vermífugo fornecido para os animais, valor em máquinas e equipamentos utilizados no processo produtivo e área total das propriedades. Com relação à estimação da função de produção da pecuária de corte, o Índice de Administração mostrou ser importante fator na determinação da produtividade. Em se tratando da correlação parcial entre as variáveis Índice de Venda e Índice de Administração, constatou-se que esta é alta e independente de outras variáveis. Conclui-se que a eficência gerencial é condição que deve ser buscada para o aumento da produtividade da pecuária de corte no município de Rondonópolis.Item Determinantes do uso de tecnologia em sistemas alternativos de produção rural familiar do Vale do Acre(Universidade Federal de Viçosa, 2001-12-10) Pontes, Frederico Silva Thé; Leite, Carlos Antônio Moreira; http://lattes.cnpq.br/2096150518408476O baixo nível de renda dos produtores rurais familiares do Vale do Acre, na Amazônia brasileira, traz como conseqüências dois grandes entraves ao desenvolvimento da região: a devastação da floresta, pela necessidade de se obterem ganhos a qualquer custo, e o êxodo rural dos que não conseguem subsistir no campo. Este problema é tratado pela literatura sob a perspectiva de alternativas tecnológicas aos sistemas de produção rural predominantes (agrícola e extrativista), apontando como alternativa principal o sistema agroflorestal, que busca conciliar aumento de renda do produtor com conservação dos recursos florestais. Este estudo objetiva investigar o processo de determinação do uso de tecnologia moderna e da participação de pequenos produtores rurais nos sistemas extrativista, agrícola e agroflorestal no Vale do Acre. A discussão aqui estabelecida busca comprovar a hipótese de que o estabelecimento e a predominância do sistema agroflorestal na região dependem do incentivo governamental, materializado, principalmente, em políticas de concessão de crédito, entre outras. Com base em dados sobre os sistemas extrativista, agrícola e agroflorestal, contata-se que o nível de adoção e disseminação de tecnologia entre os produtores estudados revela-se acentuadamente baixo, destacando o sistema agroflorestal como o que mais gasta com modernas práticas de produção. As variáveis que tiveram maior efeito positivo sobre a adoção de tecnologia foram o crédito e o índice de capitalização dos produtores, materializado na relação entre capital constante e valor total da força de trabalho empregada, enquanto a participação da força de trabalho familiar no total de trabalho empregado e a distância que separa a propriedade dos centros urbanos tiveram maior efeito negativo. Esses resultados foram ratificados em entrevistas feitas com produtores dos sistemas agrícola e extrativista. A análise dos determinantes da participação dos produtores nos sistemas de produção estudados permite concluir que quanto maior o volume de crédito concedido e a capitalização do produtor e quanto menores forem a distância que separa as propriedades dos centros urbanos e a força de trabalho familiar empregada, maior será a possibilidade de um produtor pertencer ao sistema agroflorestal. Desse modo, de acordo com as atuais características dos produtores e das propriedades rurais da região, o sistema agrícola é o que desperta maior interesse entre os produtores, com 95% de chance de um produtor optar por esse sistema de produção. Esta constatação demonstra que o empenho governamental em fazer prevalecer na região o sistema agroflorestal deve ser tão intenso quanto duradouro e baseado em políticas que influenciem o processo de tomada de decisão do produtor, evidenciando a ênfase nas variáveis crédito, índice de capitalização e, para futuros assentamentos de produtores, distância das propriedades aos centros urbanos, que foram as variáveis sujeitas à intervenção governamental que, na amostra estudada, mostraram maior associação com o uso do sistema agroflorestal.Item Distância máxima economicamente viável para o transporte de cana-de-açúcar da área de produção para a usina receptora: um estudo de caso(Universidade Federal de Viçosa, 1995-10-24) Brunoro, José Anísio Batestini; Leite, Carlos Antônio MoreiraAs despesas de transporte da cana-de-açúcar para as usinas é um dos itens mais importantes no custo total de produção desta cultura posta na esteira da usina, principalmente para distâncias maiores entre a zona de produção e a usina receptora. O produtor arca com as despesas de transporte, principalmente porque o preço da cana no campo é fixado pelo governo. O presente trabalho objetivou: a) determinar a distância máxima economicamente viável em relação à usina, para produzir cana-de-açúcar; b) determinar a renda locacional da terra em função da distância entre a área de produção e a usina receptora; c) verificar a influência do subsídio ao óleo combustível na rentabilidade da atividade canavieira; d) comparar a renda econômica obtida com o uso da colheita mecânica e da manual; e e) desenvolver um modelo de otimização que maximize o lucro dos produtores de cana, com base nos rendimentos e custos de produção da cana-de-açúcar posta na esteira da usina. O estudo foi realizado na área administrada pela Agropecuária Monte Sereno S/A, localizada na região de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, utilizando dados da safra de 93/94. Os quatro primeiros objetivos foram atendidos pela teoria da localização de Von Thünen. Para o quinto objetivo, utilizou-se um modelo de Programação Linear, que aloca a produção de cada variedade de cana-de-açúcar nas sub-regiões de cultivo. As variedades SP 71-6163, RB 72-454, SP 79-1011 e RB 80-6043 foram as que apresentaram melhores resultados, enquanto SP 70-3370 e SP71-1406 foram as que tiveram os piores. Destaca-se a importância da qualidade da cana- de-açúcar colhida na definição da renda final dos produtores, mostrando que a adoção do pagamento da cana-de-açúcar pela qualidade é uma medida que leva os produtores a introduzir modificações no seu sistema de produção, como a escolha das variedades e as épocas e os sistemas de colheitas. A colheita mecânica proporcionou a obtenção de rendas econômicas mais elevadas, em relação à colheita manual. A não-concessão de subsídio ao óleo combustível tem seu maior impacto nos custos totais de produção da cana-de-açúcar posta na esteira da usina quando esta é cultivada em locais mais distantes da usina receptora. Logo, deve-se considerar com atenção a retirada deste subsídio, dada a crescente necessidade de expansão da área cultivada para pontos mais distantes das usinas já instaladas. A solução ótima do modelo de Programação Linear proposto indica a superioridade da variedade RB 80-6043 e os maus resultados apresentados por SP 70-3370 e SP 71-1406. As análises de sensibilidade servem como indicadores de políticas de produção para as sub-regiões supridoras da usina com cana-de-açúcar.Item Efeitos da degradação de pastagens sobre a produção de leite no Estado de Goiás(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-31) Quintão, Cynara Magalhães Pinto Godói; Cavalcanti, José Euclides Alhadas; http://lattes.cnpq.br/9112176879073388A última década do século XX foi marcada como um período de grandes mudanças na pecuária do Brasil, sobretudo a leiteira. Essas mudanças, de caráter político, econômico e social tiveram início nos primeiros anos da década de 90 e desencadearam um processo de transformações em todos os segmentos da cadeia láctea, com destaque à redistribuição geográfica da produção, tendendo a concentrar-se na região Centro-Oeste, caracterizada pelo ecossistema cerrado. Nesta região, o estado que mais contribuiu para essa concentração foi Goiás. Como em todo Brasil, a pecuária leiteira neste estado é baseada na utilização de pastos como fonte alimentar do rebanho, o que implica em baixos custos. Assim, este recurso forrageiro deve ser a preocupação central da atividade leiteira que nele se baseia, devendo-se deter a degradação dos pastos, bem como permitir a reversão de seu processo. O ecossistema cerrado apresenta problemas quanto ao solo (baixa fertilidade e elevada acidez), à disponibilidade de água (regular alternância entre períodos marcados pela abundância e escassez de chuvas), e, por conseqüência, ao crescimento de pastagens plantadas, sem um manejo adequado, implicando em degradação de pastagens. Estima-se que 80% do total de pastagens cultivadas nos cerrados estão em algum grau de degradação. Portanto, para atender ao objetivo geral deste estudo que é analisar a perda social da pecuária leiteira causada pela degradação de pastagem, em Goiás, é necessário: a) descrever a pecuária leiteira no estado de Goiás; b) identificar a produção de leite e seu valor em Goiás, sob o efeito da degradação de pastagens, em dois cenários: CENÁRIO 1, que reflete a realidade, considerando a capacidade de suporte atual (0,8 UA/ha), e CENÁRIO 2, considerando uma situação pessimista, em que o processo de degradação é agravado, alcançando a capacidade de suporte de 0,5 UA/ha; c) determinar a produção de leite e seu valor em Goiás, considerando uma situação de pastagens não-degradadas cuja capacidade de suporte é 1,4 UA/ha, configurando o CENÁRIO 3; d) avaliar a perda relativa na produção física de leite em Goiás, em decorrência da degradação de pastagens; e) fazer uma avaliação “ex-ante” recuperação/renovação do impacto econômico do processo de de pastagens degradadas na região de cerrados, sendo considerados os efeitos da capacidade de suporte sobre a produção de leite, nos três níveis de produção, isto é, estrato I (produção de até 50 l/dia/estabelecimento), estrato II (produção de 51 a 250 l/dia/estabelecimento) e estrato III (acima de 250 l/dia/estabelecimento). Foi verificado que os efeitos da degradação de pastagem refletem-se na pecuária leiteira, diretamente, através da capacidade de suporte, mantendo-se constante a produtividade animal e a área destinada à pecuária de leite, e não considerando os efeitos do processo de recuperação sob estas variáveis, podendo-se inferir que aumentos na capacidade de suporte, proporcionados pela recuperação de pastagens, são seguidos de incrementos nos índices de desempenho da pecuária leiteira, tais como a produção diária e a produtividade por área. Diante de efeitos positivos do processo de renovação/recuperação de pastagem sobre a produção de leite, a uma capacidade de suporte de 1,4 UA/ha, foi realizada uma avaliação “ex-ante” do impacto econômico deste processo a fim de facilitar a tomada de decisão. Foram considerados dois sistemas de renovação/recuperação de pastagens: Sistema A, aquele que consiste em investimentos em recuperação com gastos anuais de manutenção, e o Sistema B em que o investimento consiste, apenas, na recuperação das pastagens. Ao analisar o fluxo de caixa dos três estratos de produção, verificou-se que os impactos da renovação/recuperação de pastagem do sistema A são maiores no estrato III, já que apresentou o maior saldo por hectare (R$ 3.108,39) e menor tempo de déficits no fluxo de caixa adicional, além de apresentar bons indicadores de investimento. Sob o ponto de vista financeiro, o investimento em renovação/recuperação de pastagens mostrou-se inviável para o estrato I e indiferente para o estrato II.Item Efeitos distributivos de projetos de irrigação: o caso do projeto Jaíba(Universidade Federal de Viçosa, 2001-07-26) Silva, Rosilene Maria de Castro; Silva Neto, Alfredo Lopes da; http://lattes.cnpq.br/1685974257449375Esta pesquisa procurou identificar como a implantação e funcionamento do projeto Jaíba provocou alterações na renda dos agentes econômicos envolvidos com este projeto, como irrigantes (pequenos e empresários), Governo Federal e Estadual, Banco Mundial, intermediários, etc. Buscou-se verificar quem foram os agentes econômicos que se beneficiaram com a implantação do projeto, bem como quem arcou com os custos. O modelo teórico utilizado para a determinação destes impactos distributivos fundamentou-se na Teoria do Bem- estar Social, enquanto o modelo analítico usado foi a Análise Custo Benefício (ACB), uma técnica muito utilizada na avaliação financeira e econômica de projetos, que se baseia na comparação dos custos e benefícios gerados por determinado investimento. Para facilitar a análise os efeitos distributivos foram separados em diretos (variação quantitativa na renda dada pelo valor da produção) e indiretos (dados pelas alterações no nível de bem-estar dos indivíduos em decorrência do maior acesso à tecnologia, à educação e saúde). Com relação aos efeitos distributivos diretos verificou-se que os irrigantes (pequenos produtores e empresários) foram os grandes beneficiários, tendo se apropriado de maior parte da renda gerada no projeto. Porém entre os beneficiários, estão ainda os intermediários que atuam no projeto. Em virtude das dificuldades de comercialização encontradas pelos pequenos irrigantes mais de 70% de toda produção é comercializada pelo atravessador. Por outro lado, o Governo Federal, o Governo Estadual e o Banco Mundial foram os agentes financiadores do projeto. Com relação aos benefícios indiretos, pode-se dizer que o grupo de pequenos irrigantes foi o grande beneficiário do projeto, uma vez que o investimento proporcionou acesso à tecnologia, à educação, ao crédito e a saúde, entre outros benefícios. Dos problemas encontrados no âmbito do projeto verificou-se que o baixo nível educacional é o principal ponto de estrangulamento do investimento. Conclui-se ainda que, até o momento, o projeto Jaíba não teve impacto expressivo a nível de desenvolvimento regional, porém produz grande quantidade de alimentos, sendo portanto importante instrumento de geração de empregos e renda na região.Item The effects of brazilian government policies on higher education(Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-24) Alvarenga, Camila Rafaela; Teixeira, Evandro Camargos; http://lattes.cnpq.br/2584503969099449The main goal of this paper is to develop a dynamic stochastic general equilibrium (DSGE) model that explains how governmental incentives for higher education impact on educational choices of young individuals. Human capital attainment through higher education gives poverty-trapped individuals a chance to escape poverty. In Brazil, incentives in the form of educational loans (FIES), college scholarships (ProUni) and expansion of public universities (REUNI) are some of the paths through which the government may affect human capital accumulation. Among other things, the analytical results indicate that agents who have enough resources to succeed in the selection process will further their studies in the public system, and that financially constrained individuals may prefer working and saving in detriment of their studies. The partial equilibrium analysis reveals that the FIES fund allows that some financially constrained individuals be given a chance to attend university, as does the ProUni scholarship. However, the analysis suggests that REUNI is the most effective educational incentive in the sense that it favors equality of opportunity in the higher education system.Item Eficiência de sistemas de produção de leite: uma aplicação da análise envoltória de dados na tomada de decisão(Universidade Federal de Viçosa, 2002-06-06) Ferreira, Adilson Hélio; Gomes, Sebastião Teixeira; http://lattes.cnpq.br/4557420049202974A modernização da agricultura é progressiva. Do ponto de vista econômico, produtores que não conseguem inovar ou ajustar as suas estruturas tecnológicas e de custo diante da redução dos preços recebidos estão fadados à inviabilização do seu negócio. Neste contexto, ferramentas que quantifiquem a atividade e facilitem o processo de tomada de decisão no gerenciamento da atividade, tornam-se relevantes nos dias atuais. Os usos eficientes dos fatores de produção e dos insumos são necessários para obtenção da eficiência econômica. Esta eficiência é fundamental para que o produtor maximize o lucro, seja competitivo e possa permanecer atuando na atividade leiteira. O número de produtores de leite vem se reduzindo em todos os tipos de sistemas de produção explorados (gado holandês, mestiço e zebu). Com base nesta realidade, pode-se inferir que há ineficiências técnicas em várias unidades de produção. A construção de fronteiras de eficiência técnica para os diferentes sistemas é possível e, a partir delas, os produtores menos eficientes poderão se orientar na busca da competitividade. A abordagem utilizada para determinação da fronteira de produção foi a análise envoltória de dados (DEA). O primeiro requisito para participar deste estudo foi a existência de registros zootécnicos e econômicos nas propriedades. Através da DEA, obtiveram-se as medidas de eficiência técnica para os modelos de fluxo monetário e estoque de capitais, objetivando análises de eficiência no curto e no longo prazo, respectivamente. Em cada análise, separaram-se os produtores (105) em dois grupos, eficientes e ineficientes. No modelo de fluxo, 51 são eficientes, com eficiência técnica igual a 100%. No modelo de estoque, 15 são eficientes, com eficiência técnica igual ou superior a 90,0% e os demais, em cada modelo, para completar o grupo de 105 produtores, foram considerados ineficientes. Os grupos de produtores, de acordo com os modelos e o padrão racial dos rebanhos, foram comparados, segundo alguns indicadores de desempenho favoráveis aos eficientes, técnico e legitimando econômico, tal os classificação. quais Nos se mostraram grupos de ineficientes, analisaram-se as possibilidades de reduções relativas das variáveis, insumos ou fatores de produção, em relação aos eficientes dos modelos de fluxo e estoque. Observou-se que a importância de cada uma correlaciona-se com a sua participação no custo operacional total ou do capital imobilizado na atividade. Através dos modelos de estoque, constatou-se a existência de investimentos indevidos na produção de leite. Apresentaram-se as fazendas referências ou benchmarks que mais influenciaram os resultados de eficiência, com os seus respectivos indicadores zootécnicos e econômicos. Os resultados obtidos pelos benchmarks indicam que a atividade é rentável e atrativa. Por fim, compararam- se os produtores eficientes e ineficientes dos sistemas de produção de gado holandês, mestiço e zebu, estratificados segundo a escala de produção, pela renda líquida disponível da atividade. Constatou-se que, para os produtores eficientes, maior escala significa maior renda. Há produtores ineficientes com renda líquida nula ou negativa, demonstrando que, para estes, é grande o risco de saída da atividade.Item Estratégias de comercialização em laticínios de pequeno e médio porte: uma abordagem de dinâmica de sistemas(Universidade Federal de Viçosa, 2002-07-11) Avellar, Sérgio Oswaldo de Carvalho; Silva, Carlos Arthur Barbosa daCom o deslocamento da distribuição dos produtos lácteos (leite longa vida, bebidas lácteas etc.) dos pequenos varejos e padarias para os grandes hipermercados, os laticínios passaram a ter de negociar o fornecimento de seus produtos para um segmento com maior poder de barganha. A concentração no setor varejista ao longo da década de 90 contribuiu para aumentar o poder de negociação desse segmento frente aos laticínios. Os grandes hipermercados, por comprarem elevados volumes, impõem prazos de pagamento muito dilatados, inovações na linha de produtos, margem reduzida, adequação da logística de entrega (normalmente just in time), gestão adequada da marca e da qualidade do produto, etc. As conseqüências para os laticínios são: pressão sobre a margem de lucro, necessidade de operar com elevados volumes de vendas e desenvolvimento de ampla e eficiente rede de distribuição. Os laticínios, para fugirem dessa situação, têm procurado abrir novos mercados e lançar novos produtos como forma de escapar da dependência de grande varejo. Mas estas novas estratégias nem sempre são bem avaliadas, podendo causar problemas (logísticos e financeiros) para as firmas. Com o intuito de se observar o comportamento de variáveis físicas e financeiras em um laticínio de pequeno porte que utiliza a estratégia de “vendas induzidas” como forma de comercialização de seus produtos juntos a pequenos e médios varejistas, foi utilizada a metodologia de Dinâmica de Sistemas. Após a construção e validação de um modelo de simulação pôde se observar, através dos dados de saída, que a capacidade produtiva da fábrica tende a ser subutilizada. Isto se deve ao fato de que as previsões de demanda futura feitas pelos vendedores, são incapazes de ter um grau de acerto elevado, gerando alta instabilidade nas variáveis de estoque de produtos e de resultados financeiros do laticínio. Contrastando com esse cenário básico elaborou- se um cenário alternativo onde houve um aumento na força de vendas. Este aumento permitiu a redução da subutilização da capacidade produtiva, mas o grau de instabilidade nas demais variáveis permaneceu constante. Conclui- se, portanto, que a estratégia de “vendas induzidas” tem limitações inerentes à sua estrutura (incapacidade de previsão da demanda futura com precisão) que não podem ser reduzidas via aumento do número de vendedores. Assim a busca por mecanismos mais estáveis de relacionamento comercial com o pequeno varejo, na forma de contratos ou alianças estratégicas, pode permitir uma maior regularidade nas vendas, possibilitando assim o melhor planejamento da produção e o melhor dimensionamento de estoques.Item Estratégias de hedge utilizando contratos futuros de boi gordo da BM&F(Universidade Federal de Viçosa, 2005-11-17) Baptista, Diana de Medeiros; Aguiar, Danilo Rolim Dias de; http://lattes.cnpq.br/3487465383824760O objetivo deste trabalho foi avaliar a gestão do risco de preço no mercado de boi gordo do Brasil através de estratégias de hedge, utilizando contratos futuros de boi gordo negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Foram avaliados os principais estados produtores de gado de corte no Brasil, representados pelas seguintes macrorregiões: Noroeste de São Paulo, Três Lagoas (MS), Sinop (MT), Sul de Goiás, Maringá (PR), Triângulo Mineiro (MG), Feira de Santana (BA), Porto Alegre (RS), Redenção (PA), Araguaína (TO) e Cacoal (RO). Para tanto, foram estimados os retornos brutos das estratégias de hedge em cada região produtora, através das variações das bases médias mensais, em um período de quatro anos, de outubro de 2000 a fevereiro de 2005, para os contratos de boi gordo cotados em reais, a partir do vencimento de março de 2001 a fevereiro de 2005. Foram calculados também os riscos de base para cada contrato em cada região estudada. Os principais resultados obtidos foram que os contratos futuros de boi gordo proporcionam melhores oportunidades de investimento e maiores retornos brutos para estratégias de hedge de venda que para hedge de compra, para as regiões analisadas, com exceção da região de Porto Alegre (RS). Os contratos que apresentaram maiores retornos para estratégias de hedge de venda para todas as regiões estudadas foram os de vencimento em janeiro, fevereiro e dezembro. Os melhores contratos para estratégias de hedge de compra foram de vencimentos diferentes para cada região analisada. Os maiores retornos com estratégias de hedge de venda, para períodos consecutivos, foram encontrados para a região do Triângulo Mineiro (MG) nos contrato de vencimento em janeiro e fevereiro. Em relação às estratégias de hedge de compra, maiores retornos foram obtidos na região de Porto Alegre (RS) utilizando os contratos de vencimento em agosto e setembro. Quanto ao risco de base, menores valores e menor variação desse risco, entre os diversos vencimentos, ocorreu entre os contratos avaliados para as regiões de Sinop (MT), Redenção (PA), Araguaína (TO) e Cacoal (RO). Os maiores retornos brutos, tanto em períodos consecutivos como para valores médios mensais, ocorreram para contratos que apresentaram menores riscos de base, ou seja, maior retorno não está associada a maior risco. Em suma, conclui-se que há oportunidades tanto para hedge de venda como para hedge de compra, sendo que maiores retornos tendem a ser obtidos em estratégias de hedge de venda.Item Exportações brasileiras: diversificação, estabilidade e seleção de portfólio eficiente(Universidade Federal de Viçosa, 2001-12-14) Oliveira, Gilca Garcia de; Carvalho, Fátima Marília Andrade de; http://lattes.cnpq.br/9141410273427555No ambiente globalizado em que se configuram as negociações de comércio internacional, busca-se a estabilidade das receitas de exportações para que seja possível planejar o crescimento e o desenvolvimento econômico de longo prazo com maior equilíbrio e eqüidade social. A composição da pauta de exportações em produtos adequados quanto a maiores receitas e menores riscos é fundamental para inicialmente, que que a se composição obtenham bons concentrada da resultados. Argumentava-se, pauta exportações de em produtos primários favoreceria a instabilidade das receitas de exportações, o que levou diversos países a empreenderem políticas de diversificação em produtos industrializados para maior estabilidade das receitas. No caso brasileiro, houve sucesso quanto às políticas de promoção de exportações implementadas pelo governo pós-64 e amparadas pelo desenvolvimento industrial ocorrido nos anos 30. Analisando a composição alcançada da pauta, em termos de produtos tradicionais e não-tradicionais, têm-se os anos 80 como o período de maior instabilidade para os retornos obtidos do comércio internacional. Já na década de 90, os produtos apresentam melhorias quanto à instabilidade individual das receitas. No entanto, os produtos tradicionais são aqueles que apresentam melhores medidas de estabilidade, indicando que um programa de diversificação por si só não promove maior estabilidade das receitas de exportações; é necessário que a diversificação busque produtos com estabilidade individual e correlação favorável das receitas. Para estruturar uma pauta de exportações eficiente, de acordo com maiores receitas e menores riscos, pode-se utilizar o modelo de portfólio de Markowitz, que otimiza a pauta de acordo com esses parâmetros. A partir dos resultados obtidos nesta modelagem, analisam-se, comparativamente, os produtos mais estáveis e aqueles selecionados para a pauta eficiente em termos de elasticidade-variância, para corroborar os resultados obtidos. Observa-se, assim, certa coincidência entre os produtos mais estáveis e aqueles selecionados nos moldes do modelo de portfólio de Markowitz. Verifica- se que as Seções Matérias Têxteis, Indústrias Alimentares e Metais Comuns e Suas Obras aparecem com importância em todos os períodos, indicando o potencial de seus produtos em estabilizar a conformação estrutural da pauta de exportações do país. No ambiente incerto de comércio, o uso de ferramentas que permitam orientar decisões para o setor exportador é de fundamental importância para se precaver quanto às adversidades. Assim, a Teoria de Markowitz auxilia o tomador de decisão na administração do risco e na definição de produtos a serem promovidos à exportação em razão do retorno e risco encontrados nas negociações internacionais.Item Extrativismo vegetal e condições sócio-econômicas do assentamento rural Gleba Riachuelo (MA)(Universidade Federal de Viçosa, 2001-06-18) Carvalho, Leandro Dias Cardoso; Carvalho, Fátima Marília Andrade de; http://lattes.cnpq.br/4445890068445250Esta dissertação objetivou analisar a influência do extrativismo vegetal do babaçu na Gleba Riachuelo, no Estado do Maranhão. Testou-se a hipótese de que o extrativismo do babaçu tem influência fundamental nas condições econômicas e sociais das famílias assentadas e ajuda a mantê-las vinculadas à terra. Essa hipótese foi trabalhada a partir do referencial teórico a respeito da geração de renda em áreas de assentamentos e da importância do extrativismo vegetal para a população extrativista. O referencial analítico fundamenta-se na técnica da análise fatorial e de análise descritiva e comparativa das variáveis levantadas na área do assentamento. Este trabalho, indicou que o extrativismo vegetal do babaçu constitui-se numa importante atividade geradora de renda e trabalho, melhorando as condições econômicas e sociais da Gleba Riachuelo, na medida em que possibilita um aumento na renda familiar e, por constituir-se numa poupança nos períodos de entressafra agrícola, favorece a permanência do assentado na área, a imigração de famílias e o reconhecimento dessa Gleba como um assentamento modelo para a região em que se encontra.Item Fatores internos associados à decisão de diversificação nas cooperativas agropecuárias(Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-05) Ferreira, Marco Aurélio Marques; Braga, Marcelo José; http://lattes.cnpq.br/5928812164923260A incorporação de estratégias competitivas tem sido uma das alternativas das cooperativas agropecuárias na busca de ganhos de eficiência e competitividade diante da mundialização dos mercados. Dentre as inúmeras estratégias por elas adotadas, a diversificação de negócios e produtos tem merecido destaque, pela proporção com que vem sendo utilizada. Assim, os objetivos deste trabalho foram avaliar os fatores associados à decisão de diversificar nas cooperativas agropecuárias e relacionar essa estratégia à melhoria da posição competitiva da organização. Como referencial teórico adotou-se a teoria do crescimento da firma, na qual o modelo de tomada de decisões na formulação de estratégias foi utilizado para descrever o processo de crescimento da empresa via diversificação. Para a coleta de dados utilizou-se a aplicação de questionários com base em uma amostra de 67 cooperativas distribuídas por diferentes regiões nos Estados de Minas Gerais e São Paulo. De posse dos resultados, verificou-se correlação positiva entre a diversificação e as medidas de resultado e desempenho. Foi possível observar, também, relação positiva entre competitividade e diversificação nas cooperativas da região. O modelo econométrico Logit, utilizado para determinar o impacto das variáveis associadas à decisão de diversificação nas cooperativas agropecuárias em estudo, apresentou alto poder de previsão, sendo possível identificar os fatores internos associados à decisão de diversificar nas cooperativas de MG e SP. Entre os fatores que se relacionam negativamente com a diversificação estão o resultado operacional por cooperado, o patrimônio total e o tipo de cooperativa. Por outro lado, aumentos na idade, no número de empregados e nas sobras operacionais influenciaram positivamente a diversificação nas cooperativas agropecuárias mineiras e paulistas. O elevado número de cooperativas diversificadas, bem como a maior relação dos novos negócios e produtos com a atividade principal da cooperativa, se revelou um importante instrumento a ser utilizado pelos formuladores das políticas de fomento ao setor, em razão de a maior freqüência de diversificação concêntrica representar uma vantagem competitiva à medida que, de modo geral, permite às cooperativas maior eficiência no aproveitamento dos recursos comuns.
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