Ciências Humanas, Letras e Artes

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    Representação de pessoas negras na publicidade: uma análise discursiva da campanha #AvonTáOn
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-03-30) Lourenço, Suéllen Stéfani Felício; Xavier, Mariana Ramalho Procópio; http://lattes.cnpq.br/2458338443815101
    Essa dissertação objetiva analisar discursivamente as representações concernentes às pessoas negras na campanha publicitária #AvonTáOn do ano de 2021. Notadamente, buscou-se com este trabalho: I. Caracterizar o contrato de comunicação que rege a campanha publicitária #AvonTáOn; II. Investigar os componentes linguísticos, sonoros e icônicos que sustentam as representações encontradas. A escolha da Avon como objeto de estudo deveu-se ao reposicionamento da empresa que fora apresentado ao público por meio da parceria inédita com o Big Brother Brasil no ano de 2021. O principal eixo teórico-metodológico utilizado foi a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau, que se mostrou relevante por levar em conta a linguagem e o contexto psicossocial que permite a sua manifestação (MACHADO, 1992), além de nos permitir observar como o discurso se concretiza no estrato verbal e no imagético. Para análise elencou-se quatro vídeos da campanha, sendo que em todos estão presentes pessoas negras, o que possibilitou inventariar interpretações para a investigação em torno da questão racial. Dentre os principais resultados, observou-se que a Avon realiza uma tentativa de se distanciar de representações cristalizadas acerca da pessoa negra. Para isso, a empresa buscou promover o enaltecimento das características fenotípicas negras como os narizes arredondados, lábios carnudos, a valorização dos cabelos crespos soltos e a apresentação de mulheres com cabelos bem curtos, através da adoção de procedimentos linguísticos e icônicos. Notou-se a presença de um único homem negro que se distancia de um padrão hegemônico de masculinidade, por apresentar vestimentas na cor rosa e esmalte (elementos atrelados à feminilidade). Por outro lado, apesar de haver uma tentativa da Avon de romper com algumas cristalizações, identificou-se a reprodução do imaginário da mulher negra atrelada ao Carnaval, além do uso de indumentárias e enquadramentos que expõem determinadas partes do corpo, denotando sensualidade. Outrossim, detectou-se uma representação recorrente das pessoas negras como dançarinas, corroborando o imaginário social de que possuem um “talento nato” para a dança. Concluiu-se, a partir das análises, que embora haja uma proposta de reposicionamento da Avon, ainda se observam resgates de construções que, de certo modo, estereotipam a pessoa negra. Palavras-Chave: Pessoas Negras. Avon. Análise do Discurso. Teoria Semiolinguística. Representações Sociais.
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    A guarda compartilhada e seus reflexos no funcionamento familiar sob a perspectiva de gênero
    (Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-19) Toledo, Roselaine Lopes; Loreto, Maria das Dores Saraiva de; http://lattes.cnpq.br/1167948792678070
    O incremento acentuado do número de separações/divórcios registrados no Brasil tem repercutido em novas configurações familiares e na disputa pela guarda dos filhos. A guarda compartilhada foi instituída e regulamentada pela primeira vez no Brasil em 2008, pela Lei n° 11.698. E em 2014, com o objetivo de priorizar essa modalidade em detrimento da guarda unilateral, a Lei 13.058 determinou sua aplicação nos casos em que não houvesse acordo entre os genitores, bastando que ambos estivessem aptos para o exercício da guarda. Nesse sentido, diante da sua relevância, buscou-se analisar a aplicabilidade desse instituto e seus reflexos no funcionamento familiar, bem como as influências que as representações sociais de gênero possuem em sua aplicação. A pesquisa teve como local de estudo a Comarca de Viçosa/MG, que possui um alto índice de aplicabilidade da guarda compartilhada. O público envolvido compreendeu os operadores do direito, além das famílias, que vivenciaram essa realidade e que foram atendidas pelo Laboratório de Prática Jurídica da Universidade Federal de Viçosa/MG. Para a coleta de dados, foi feito o uso da pesquisa bibliográfica e documental, além da entrevista semiestruturada. A análise dos dados qualitativos foi realizada com o auxílio do Software Iramuteq; enquanto os dados quantitativos foram analisados estatisticamente por meio do software SPSS. Os resultados evidenciaram que, em que pese a guarda compartilhada ser prevista legalmente como regra, a guarda unilateral materna persiste ao longo do tempo. Nesse sentido, considera-se que as representações sociais da maternidade (melhor cuidadora) e da paternidade (melhor provedor) se encontram muito arraigadas no imaginário popular. Na visão dos operadores de direito na comarca de Viçosa-MG, o significado da modalidade compartilhada é substancialmente o compartilhamento dos direitos e deveres, de forma igualitária, em relação a seus filhos, não sendo necessário, contudo, o compartilhamento da custódia física, remetendo essa igualdade, nomeadamente à conquista da mulher ao espaço público. Além disso, consideram que essa é a modalidade de guarda que melhor atende aos interesses dos menores, devendo ser aplicada como regra, ressalvados os casos em que houver violência doméstica, sendo desnecessária a oitiva da criança, o que contrapõe à Doutrina da Proteção Integral. No tocante ao funcionamento familiar após a dissolução do vínculo conjugal e adoção da guarda compartilhada, os resultados destacaram que os genitores têm dificuldades de manter uma boa comunicação e um vínculo afetivo entre eles, bem como de respeitar as regras impostas pelo outro genitor; existindo limitada flexibilidade nas relações e níveis de coesão desequilibrados (vínculos desengajados e enredados), o que inviabiliza o compartilhamento da custódia física dos filhos, prevalecendo, na prática, a guarda unilateral materna. Conclui-se que, de modo geral, ocorre um reflexo das representações sociais de gênero na efetividade do funcionamento da guarda compartilhada, considerando que os papéis paternais socialmente construídos ao longo dos anos persistem na sociedade, indicando que o dispositivo legal, com a imposição da guarda compartilhada como regra, encontra-se à frente da evolução cultural. Palavras-chaves: Guarda Compartilhada. Funcionamento Familiar. Representações Sociais de Gênero.
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    Compreensões da representação de interesses a partir da percepção dos representantes dos arranjos produtivos locais de turismo de Ouro Preto e Tiradentes, Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-19) Antero, Cecília Alves da Silva; Emmendoerfer, Magnus Luiz; http://lattes.cnpq.br/5093674007410060
    Assumiu-se como objetivo compreender a representação de interesses dos APLs de Turismo. Nesta pesquisa qualitativa, enquadrada no paradigma interpretativista (SCHWARTZ-SHEA; YANOW, 2013; FISCHER, 2016), foi adotado o estudo de caso de caráter descritivo- exploratório classificado como múltiplo e instrumental (YIN, 2015). Os dados foram obtidos por meio de entrevista e pesquisa documental. Os sujeitos participantes da pesquisa foram os atores dos APLs de turismo de Ouro Preto (Circuito do Ouro) e Tiradentes (Circuito Trilha dos Inconfidentes) em Minas Gerais, identificados por meio da técnica snowball. Na análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo (LAVILLE; DIONNE, 1999; BARDIN, 2009) com o suporte do software IRaMuTeq ® . Realizou-se um mapeamento das organizações que desempenham atividades relacionadas ao turismo bem como identificou-se as organizações que exercem representação de interesses: ACEOP, ASA, ABIH OP e C&VB, em Ouro Preto, e ASSET, AFAT e AMAT, em Tiradentes, as atividades dessas organizações e quem são seus representados. Compreendeu-se o relacionamento que os representantes estabelecem com os representados e com outras organizações nos níveis de atuação local, estadual e nacional. Percebeu-se que em Ouro Preto e Tiradentes, esse relacionamento é marcado pelo padrão de ligações ordenados, intensidade, densidade, sendo que no primeiro tem-se um relacionamento pluricêntrico (COMTUR E SECMTUR) e no último unicêntrico (COMTUR). Em ambas cidades o COMTUR é a organização com a qual os representantes têm maior interação. Também foi possível entender como ocorre a participação dos representados e dos representantes. Observou-se que a participação dos representados é mínima e que nem todos os representantes participam de forma frequente, deixando as atividades da organização de interesse a cargo de um grupo reduzido de representantes. Ainda se identificou a origem e destino das reinvindicações dos representados. Averiguou-se que os representantes têm diversos meios para interação por meio dos quais os representados podem apresentar as reinvindicações. As reuniões são o meio mais utilizado para esse fim. Tais reinvindicações, quando se referem a questões do cotidiano, em sua maioria são atendidas. Em caso contrário são apresentadas para a organização competente. Sobre as ações realizadas, constatou-se que os representantes estão concentrados em realizar ações relativas ao cotidiano em detrimento de ações referentes ao planejamento, deixando de cumprir parte importante de suas atribuições. Com base nessas informações foi possível analisar o grau do viés da representação de interesses. Constatou-se que tanto em Ouro Preto como em Tiradentes, o grau do viés da representação de interesses, em relação às reivindicações e ações de planejamento, é alto. De forma geral, a participação dos representados e a obtenção de benefícios pelos representantes são os principais fatores afetados pelo alto grau de viés da representação de interesses. Foram destacadas contribuições teóricas, práticas e sociais, bem como apontadas possibilidades para pesquisas futuras. Palavras-chave: Administração Pública. Arranjo Produtivo Local. Desenvolvimento. Representação de Interesses. Estrutura e Viés.
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    Paisagem universitária e a representação social do negro na Universidade Federal de Viçosa: caminhos percorridos de 1980 a 2015
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-22) Ferreira, Edimara Maria; Chrysostomo, Maria Isabel de Jesus; http://lattes.cnpq.br/9811056612626788
    Este estudo teve por objetivo principal entender os espaços de exclusão/inclusão do negro na Universidade Federal de Viçosa (UFV), isto é, analisar os locais de (in)visibilidade da população negra desde a década de 1980 até 2015, traçando um parâmetro de comparação dos dados encontrados com a vigência das políticas afirmativas. Partiu-se da premissa que a implementação de ações afirmativas contribuiu para o aumento da representatividade negra no quadro funcional e estudantil da UFV, apesar desta representação ainda ser frágil em determinados cargos e cursos. Nesse aspecto, o espaço temporal delimitado se justifica, dado que foi a partir da década de 1980 que iniciou, no cenário nacional, a discussão sobre a implementação de ações afirmativas para negros e o final o ano de 2015 a fim de analisarmos os primeiros anos de vigência da Lei n.º 12.711/2012 que instituiu as cotas para ingresso nas instituições de ensino federais e o primeiro ano da Lei n.º 12.990/2014, que reserva vagas para negros nos cargos e empregos públicos no âmbito da Administração Federal. A pesquisa possui enfoque quali-quantitativo e se caracteriza como um estudo descritivo, cujos métodos utilizados foram pesquisa de campo, complementados pela pesquisa documental e entrevista. A partir de um extenso levantamento de dados e informações em diferentes fontes cadastrais da Universidade Federal de Viçosa, entrevistas e pesquisa de campo em diversos órgãos, percebeu-se certa desigualdade racial na ocupação das vagas de determinados cargos e cursos da instituição. Esperamos que os resultados encontrados concorram para a valorização da história dos negros na instituição através da reativação do Centro de Referência e na utilização dos dados da Campanha de Autodeclaração Racial da UFV para a construção de políticas inclusivas na instituição, contribuindo assim para a diminuição do preconceito.
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    Sobre memória e história: D. Joaquina do Pompéu entre o passado e o presente – Pompéu/MG (1990-2015)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-08-19) Souza, Nayara de Oliveira; Araujo, Patrícia Vargas Lopes de; http://lattes.cnpq.br/3080679795820802
    Investigamos nessa pesquisa sobre a forma, a função e os usos dados à memória sobre Dona Joaquina do Pompéu nos anos finais do século XX e nos anos iniciais do século XXI na cidade de Pompéu-MG. Por meio de uma investigação participante no Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu e no Museu da Cidade, observamos que a trajetória da família de D. Joaquina de Pompéu se projeta na constituição do formato da memória sobre essa personalidade que tem a função de criar/(re)significar o imaginário social sobre o mito que deu origem à história da cidade afim de manter o compartilhamento de um mesmo conjunto de ideias e imagens que regem a sociedade pompeana. Percebemos que o uso que se faz dessa memória se concentra na construção de um estoque de bens materiais e imateriais que se ligam a essa memória e que possam ser empregados para o desenvolvimento político e econômico do município, tanto em via pública, quanto em via privada. A partir da análise desenvolvida, apontamos para a construção de um livro paradidático que possa ser utilizado em meio educativo sobre o uso da memória sobre D. Joaquina como fonte de um estudo de História crítico.
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    Instituição de educação infantil e família: limites e possibilidades de um projeto participativo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-05-31) Neves, Naise Valeria Guimarães; Barreto, Maria de Lourdes Mattos; http://lattes.cnpq.br/7002222306662004
    O tema tratado nesta dissertação é recorrente no cenário mais amplo da sociedade e está relacionado à forma como se constrói a relação da escola com a família. Historicamente, ambas se apresentam como instituições. À primeira vista, essas duas instituições - família e escola - poderiam se articular no sentido de somar esforços e interesses para garantir a continuidade da formação proposta aos indivíduos de determinada cultura. Entretanto, essa realidade se mostra com muitas facetas e, algumas vezes, ambígua e conflituosa. Buscou- se, nesta pesquisa, apreender como se configuram as relações entre a família e os profissionais do Laboratório de Desenvolvimento Infantil (LDI), a partir das representações sociais que ambas têm de si e do outro sobre participação e atribuição de papéis. Especificamente, os objetivos foram: apresentar um breve relato sobre a trajetória histórica da Creche UFV e do LDI no período de 1988 a 2003; descrever o programa de envolvimento da família proposto pelo LDI; identificar como ocorre a participação das famílias nesse laboratório e analisar aspectos dessa participação na perspectiva das famílias usuárias e da instituição de educação infantil; descrever as ações relativas ao envolvimento das famílias desenvolvidas pela instituição de educação infantil, analisando como essas ações são percebidas pelas famílias e pelo LDI; e confrontar as representações sociais das famílias e dos profissionais do LDI, levantando as convergências e divergências sobre a participação e atribuições de papéis, em relação a si mesmo e ao outro. Os fundamentos teóricos utilizados foram construídos diante da possibilidade de apreender como se dá a construção das relações de interação entre a instituição de educação infantil e a família. Utilizou-se como instrumento metodológico a entrevista semi-estruturada, realizada em dois blocos, durante a fase sistemática desta investigação. Inicialmente, a entrevista foi conduzida com a coordenadora, juntamente com a supervisora pedagógica do LDI. Posteriormente, foram feitas entrevistas individuais com as famílias e os profissionais do LDI selecionados. Para análise das informações obtidas, utilizou-se o método de análise de conteúdo proposto por Bardin. A descrição e a análise das representações sociais das profissionais do LDI e das famílias sobre a interação família/instituição possibilitaram a construção das seguintes categorias analíticas: atribuição de papéis e concepção de participação. No percurso desta pesquisa, teve-se a possibilidade de compreender os conceitos e explicações construídos pelos entrevistados, a partir de suas experiências cotidianas, revelando as representações sociais enquanto constituidoras de saberes que expressam determinada realidade social, com base nas estruturas cognitivas, afetivas e sociais desses indivíduos.
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    A representação de família e acolhimento para os adolescentes institucionalizados: um estudo de caso da Aldeia Infantil SOS
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-09-28) Firmino, Adriana Cristina; Barreto, Maria de Lourdes Mattos; http://lattes.cnpq.br/2914614356355561
    Nesta pesquisa, investigaram-se quais são a vivência e expectativa dos adolescentes em medida de proteção institucional na Aldeia Infantil SOS na perspectiva do direito à convivência familiar e comunitária. Especificamente, os objetivos foram: identificar as representações que os adolescentes têm sobre o cuidador/educador de referência (Mãe Social) e as relações entre os acolhidos e esse profissional; identificar as representações dos adolescentes em relação à convivência familiar e comunitária durante o período de institucionalização; delinear a trajetória dos adolescentes acolhidos na Aldeia Infantil SOS; e relacionar aos significados atribuídos ao acolhimento institucional. O campo empírico foi na Aldeia Infantil SOS, que atua na modalidade Casa Lar, devendo estar submetido a todas as determinações do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e às Orientações Técnicas de Serviço de Acolhimento para Crianças e Adolescente, atendendo a crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 18 anos. O profissional, denominado cuidador/residente (Mãe Social), é o responsável pelos cuidados e proteção de todos os acolhidos. A amostra foi constituída por 11 adolescentes entre 13 e 15 anos de idade. A metodologia utilizada foi o suporte teórico método clínico piagetiano proposto por Deval, que tem como proposta investigar as tendências do pensamento dos adolescentes, isto é, como pensam, sentem, agem e percebem o entorno à sua volta.Os resultados apontaram para o fato de que a vivência e expectativa dos sujeitos pesquisados mostraram que, mesmo tendo o cuidador/residente como referência de alguém que provê os cuidados, é para o seio familiar que desejam retornar, seja na família de origem, seja na família substituta. Assim, o ECA destaca que, quando esgotadas todas as possibilidades de inserir esse público na família de origem, todos os esforços devem ser mantidos para que o interesse das crianças e adolescentes tenha prevalência. Contudo, conclui-se: para que a convivência familiar e comunitária seja de fato garantida, os adolescentes pesquisados dependerão de vários fatores, entre eles um acompanhamento sistemático às famílias que têm seus filhos em serviço de acolhimento, uma vez que, para cuidar, precisam ser cuidadas, tendo acesso às políticas públicas e direito a voz, para que a história dosadolescentes não seja construída pelos valores, experiências e aprendizagem dos adultos nos processos de decisões dos procedimentos familiares e institucionais. Além disso, a convivência familiar é necessária, colocando-a como prioridade na luta contra o abandono, a negligência, buscando entender como as famílias desses adolescentes produzem os sentimentos de incompetências por não terem “condições” de cuidar dos seus filhos, vítimas da falta de acesso à moradia, saúde, emprego, entre outros. Por isso, torna-se necessário aprofundar os diferentes contextos da história dessas famílias, buscando entender como reproduzem a denominação de famílias “desestruturadas” e “incapazes” de prover os cuidados e proteção a seus filhos.
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    As representações da AIDS para a terceira idade, sob uma perspectiva de gênero: significados e repercussões nos domínios da vida do idoso e funcionamento familiar
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-19) Silva, Aline Oliveira; Loreto, Maria das Dores Saraiva de; http://lattes.cnpq.br/2225749737492474
    A contaminação pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é mundialmente prevalente e tem se intensificado nas últimas décadas, principalmente na população acima dos 60 anos, emergindo como um desafio para o Brasil, no sentido do estabelecimento de políticas públicas e estratégias que garantam o alcance das medidas preventivas e a melhoria da qualidade de vida dessas pessoas. Nesse sentido, as principais questões que essa pesquisa pretendeu responder foram: Qual é a realidade da infecção pelo vírus HIV/AIDS em população idosa no Brasil e, em especial, em Minas Gerais? Quais são as representações dos idosos sobre a AIDS? Quais são os motivos e reações dos idosos frente à aquisição da doença, sob uma perspectiva de gênero? Quais são as repercussões do HIV/AIDS sobre os domínios da vida do idoso (a) e o funcionamento familiar? Diante dessa realidade, o objetivo geral desse trabalho centrou-se em analisar as representações da AIDS para a população idosa, examinando seus significados e repercussões, sob uma perspectiva de gênero. Tratou-se de uma pesquisa de natureza quantitativa e qualitativa, uma vez que ambas as abordagens se complementam, com caráter exploratório-descritivo e do tipo estudo de caso. Para satisfazer os objetivos propostos, a população envolvida compreendeu homens e mulheres idosos (60 anos ou mais) com HIV/AIDS, que realizam o tratamento no Serviço de Assistência Especializada (SAE), em Juiz de Fora/MG. Procurou-se trabalhar com os pacientes idosos que abriram o prontuário no período de 2007 a 2013, e que se consultaram nos últimos 6 meses (anteriores a junho de 2015), sendo então considerados assíduos. Para a coleta de dados, foi utilizada a entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados, por meio da análise de conteúdo e através do uso do “Analyse Lexicale par Contexte d’un Ensemble de Segments de Texte” (ALCESTE), sendo posteriormente discutidos a partir da literatura relacionada. Os resultados mostraram que os idosos têm conhecimento sobre a AIDS, mas que, no entanto, acreditam que faltam mais informações direcionadas especialmente para a faixa etária, acima de 60. Assim, alguns ainda se sentem vulneráveis devido à falta de informações, bem como à crença errônea de que somente os jovens poderiam adquirir a doença, o que os leva, muitas vezes, a esconderem o diagnóstico de outras pessoas. Quanto às representações sobre a AIDS, a maioria dos idosos associa a doença com aspectos relacionados ao medo e falta de prevenção, mas também associam à cura e aos exames. Tais representações demonstram a possibilidade da convivência com a doença, apesar de remeter a palavras tristes, também leva os idosos a pensarem nos cuidados que precisam ter tanto com a saúde quanto com a questão da transmissão. No que se refere à categoria gênero, para a análise das representações dos idosos sobre a AIDS, pode-se observar que essa variável atributo se destacou nas classes referentes ao nível de conhecimento sobre as políticas públicas de controle e prevenção e na classe tratamento e mudanças ocorridas. Em relação às repercussões da AIDS nos domínios da vida dos entrevistados, para a maioria dos idosos não ocorreram mudanças significativas em seus domínios da vida. Nas questões relacionadas ao funcionamento familiar, destacou-se a questão de alguns idosos entrevistados manterem sigilo acerca da doença e, devido a isso, não vivenciarem mudanças em seu relacionamento com a família. Contudo, para os idosos que afirmaram terem contado para a família sobre a doença, a maior parte se sentiu acolhida, o que acarretou benefícios na vida dos entrevistados. Vale ressaltar que, para o portador do HIV, enfrentar a doença sozinho gera diversos sentimentos negativos, onde a falta de apoio da família e de amigos traz consequências negativas na adesão ao tratamento, no isolamento do paciente e na dificuldade em que o idoso tem em buscar ajuda. Nesse sentido, pode-se concluir que o aumento da incidência da AIDS na população idosa está ligado muitas vezes à falta de informações, considerando que a forma predominante de contágio é a sexual, bem como à crença errônea de que as pessoas idosas não possuem vida sexual ativa, o que conduz o grupo a não se prevenir. Dessa forma, diante do aumento de casos de HIV/AIDS na terceira idade, cabe aos familiares e aos profissionais de saúde informarem aos idosos que estes também fazem parte do grupo de risco, buscando alternativas, principalmente políticas e programas de prevenção, de forma a contrapor às situações de estigma e discriminação.
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    Percepções de crianças e adolescentes sobre o envelhecimento e estigmas ligados à velhice
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-17) Minó, Nádia Marota; Farias, Rita de Cássia Pereira; http://lattes.cnpq.br/3056170303009380
    O trabalho objetiva analisar as percepções de crianças e adolescentes sobre o processo de envelhecimento, uma vez que as representações podem variar conforme as idades e as influências recebidas. A motivação para o estudo surgiu da observação cotidiana do preconceito que subjaz aos discursos sobre os idosos, principalmente no que se refere a piadas e divulgações midiáticas. Os participantes da pesquisa foram estudantes do 5o ao 9o ano do ensino fundamental, de duas escolas de Viçosa-MG, uma pública e outra particular, sendo 180 estudantes da primeira e 55 da segunda. Em termos metodológicos, utilizou-se entrevistas grupais e, para fomentar o diálogo com os estudantes, foram apresentadas imagens sobre idosos em situações diversas. Os resultados dos dois contextos foram, em sua maioria, homogêneos. Os dados revelaram muitas percepções negativas sobre a velhice como uma etapa de vida marcada por limitações, dependência, ociosidade, inutilidade e incapacidade, além de uma corporalidade decadente. As percepções positivas, em menor proporção, estavam ligadas à experiência de vida, sabedoria e capacidade para dar bons conselhos. A longevidade como privilégio e a possibilidade de o idoso manter uma vida ativa e estabelecer relações intergeracionais também foram destacadas. Todos manifestaram uma não apreciação pela estética dos velhos, mas se mostraram desfavoráveis a intervenções cirúrgicas. Em termos gerais, a velhice é bastante estigmatizada pelos estudantes deste estudo, e isso talvez se deva a conhecimentos advindos do senso comum, bem como à falta de informação sobre o assunto. Infelizmente, as escolas em estudo, durante o período da coleta de dados, não desenvolviam qualquer trabalho que pudesse mudar essa realidade. Considerando o aumento do número de idosos na população brasileira, almeja-se com esta pesquisa contribuir para a construção de diferentes teorias e ações que motivem as relações intergeracionais nas famílias, escolas e demais instâncias da sociedade.
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    Intercâmbios e diálogos entre educação do campo e agroecologia
    (Universidade Federal de Viçosa, 2014-01-07) Miranda, Élida Lopes; Silva, Lourdes Helena da; http://lattes.cnpq.br/0451390906642122
    Nas últimas duas décadas, o movimento Nacional da Educação do Campo tem-se afirmado na sociedade brasileira por um conjunto de lutas sociais e práticas educativas em defesa de outro paradigma de educação, escola e projeto: desenvolvimento de campo e de sociedade. Um dos desafios do movimento tem sido o desenvolvimento de práticas educativas que rompam com os modelos de ciência e privilegia o modo de produção capitalista. Na Educação do Campo, a agroecologia enquanto matriz técnico-científica inovadora tem assumido dimensão central nas reflexões e práticas do movimento. Todavia, não foram identificados estudos que aprofundassem especificamente a temática da agroecologia no campo da Educação do Campo. Esta pesquisa teve como objetivo analisar as representações sociais e as práticas educativas dos Intercâmbios Agroecológicos enquanto experiência educativa de articulação da Educação do Campo e Agroecologia na Zona da Mata de Minas Gerais. Em termos metodológicos, assumiram-se os pressupostos da abordagem da pesquisa qualitativa, envolvendo a conjugação dos procedimentos técnicos da análise documental, observação participante, aplicação de questionário e realização de entrevistas. Este estudo encontra-se organizado em cinco capítulos. O primeiro capítulo aborda o Movimento Nacional da Educação do Campo, e o segundo capítulo versa sobre a constituição do campo agroecológico no Brasil. No terceiro capítulo, apresentam-se os Intercâmbios Agroecológicos em seus princípios, concepções e perspectiva metodológica e, posteriormente, a caracterização dos Intercâmbios Agroecológico na ótica das famílias agricultoras, com destaque para as suas avaliações/considerações sobre os Intercâmbios Agroecológicos. No último capítulo, buscou-se apresentar e analisar as representações sociais sobre agroecologia construídas pelos agricultores dos Intercâmbios Agroecológicos da Zona da Mata de Minas Gerais. No processo de análise das representações sociais, foram localizadas duas lógicas centrais, que orientam a compreensão dos agricultores sobre agroecologia. Uma está ancorada nas noções de diversidade, preservação e redução de insumos agrícolas, em que se identifica uma representação de agroecologia como agricultura sustentável, construída por uma relação agricultor-natureza orientada pelo respeito e cuidado, entre outros. E a representação de agroecologia, compreendida como estilo de vida, na qual, mais que a relação agricultor-natureza, se destaca uma dimensão que envolve as relações dos agricultores entre si e com a sociedade. Na especificidade das representações sociais dos agricultores sobre agroecologia, este estudo revela um conjunto de compreensões e significados que, por sua vez, traz contribuições para ações futuras do movimento agroecológico na região.