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    Política de segurança pública no município de Viçosa-Mg: um estudo sobre agenda
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-09-04) Galinari, Karinne Nogueira; Silveira, Suely de Fátima Ramos; http://lattes.cnpq.br/4530761545010865
    A Segurança Pública é tradicionalmente compreendida, por atores governamentais e não governamentais, como função restrita dos Estados, indicando que, aos municípios caberia o papel de atores coadjuvantes nesse processo. O que se verifica é que hodiernamente, as Prefeituras precisam assumir o papel de corresponsáveis nas ações relacionadas à segurança, buscando apoio das diversas entidades públicas e privadas, para que os problemas que ocorrem em âmbito municipal, sejam solucionados de forma planejada, integrada e eficaz. Tendo em vista a importância deste debate e da atuação municipal nesta área, buscou-se verificar como esse assunto é tratado no Município de Viçosa – MG, que, se segundo dados do Indice Mineiro de Responsabilidade Social apresenta os piores indicadores de criminalidade da região em que está situado. Dessa forma, torna-se relevante observar como as articulações, o trânsito e o debate sobre o papel dos entes federativos – no caso da presente pesquisa, os municípios – e sociedade civil contribuem para construção e inserção de temas na agenda política local e como as políticas de segurança passam a ser formuladas, se existirem políticas sendo formuladas e implementadas. Para isso, propôs-se as seguintes questões de pesquisa: Como as questões relacionadas à segurança pública são tratadas em âmbito local? Existe uma agenda pública local de segurança? De modo a responder tais questionamentos, a presente pesquisa teve como objetivo geral analisar se existe e como se dá o processo de formação de agenda local de segurança pública. Especificamente buscou-se: (i) investigar como a segurança pública é compreendida por atores governamentais e não governamentais, como eles se articulam e qual é o papel de cada um; (ii) identificar as principais demandas relacionadas à temática segurança pública, bem como a forma de atuação do governo local sobre elas (como são solucionadas); (iii) identificar quais as condições locais e a percepção da população que chamam a atenção para construção de uma agenda de política de segurança; (iv) identificar se há uma agenda política, ou agenda de decisão, voltada para a segurança pública local. A análise foi conduzida numa abordagem mista - qualitativa e quantitativa. Foram realizadas 13 entrevistas em profundidade com atores governamentais do Legislativo, do Executivo e do Judiciário; representantes das Polícias Civil e Militar; representante do Presídio de Viçosa; representantes dos Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, Tutelar, da Mulher, Antidrogas e de Segurança Pública, além de membros de duas entidades representativas da cidade. A análise documental foi realizada por meio da analise das Atas Ordinárias e Extraordinárias da Câmara Municipal de Viçosa (Atas), entre os anos de 2005 a 2015; notícias sobre Segurança Pública, violência e criminalidade em Jornal impresso da cidade, no período de 2009 a 2015, além de consulta aos registros dos indicadores de criminalidade da Polícia Militar no período de 2009 a 2016. Realizou-se, ainda, pesquisa sobre percepção e vitimização junto aos munícipes de Viçosa-MG, quando foram aplicados 220 questionários. No tratamento dos dados foi utilizada metodologia qualitativa - método de análise de conteúdo - para analisar os documentos e entrevistas; e metodologia quantitativa - Modelagem de Equações Estruturais para tratar dos dados coletados através dos questionários. Os resultados da análise dos dados sugeriram que não existe uma agenda governamental para tratar de segurança pública na cidade, embora a questão seja discutida e sejam adotadas ações emergenciais a partir da ocorrência de algum evento que chame a atenção e gere comoção na população. Tanto na análise das Atas, quanto nas declarações dos entrevistados, fica clara a percepção de problemas pelos atores, com muitas discussões e realização de Audiências Públicas na cidade, que, entretanto, não resultam em planejamento, formulação e implementação de políticas públicas de segurança. Observou-se, a partir das declarações dos atores governamentais que, esses atores compreendem que a função de zelar pela segurança é do Estado, cabendo ao município realizar o atendimento de demandas emergenciais, não atendidas pelo governo estadual. Em relação à percepção da população verificou-se que existe a preocupação com a segurança, com a estrutura da polícia e a necessidade de estabelecimento de uma agenda de segurança pública na cidade. Palavras Chaves: Agenda; Políticas Públicas; Segurança Pública; Município.
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    Entraves à implementação da política de responsabilidade social empresarial da indústria extrativa de mineração em Moçambique, AF.
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-09-23) Utuji, Cecília Arnaldo; Cunha, Nina Rosa da Silveira; http://lattes.cnpq.br/5644719701320098
    O presente estudo teve como objetivo geral analisar os entraves para implementação da Política de Responsabilidade Social Empresarial pela indústria extrativa minerária em Moçambique, AF. Para efeito da pesquisa, escolheu-se o modelo de análise proposto por Sabatier e Mazmanian, com foco na identificação das variáveis que podem dificultar o alcance dos objetivos estabelecidos pelos formuladores da política. Os autores propõem uma estrutura de implementação de políticas, ou a Policy Implementation Framework, como direção a ser seguida por pesquisadores na análise da implementação de políticas. Não obstante, foi necessária a adaptação de algumas variáveis desse modelo às apresentadas por Rua (2014), dada a clareza com que as apresenta, o que viabilizou a análise da política em pauta. Estes autores propõem um modelo de análise cujo critério é a identificação de variáveis que afetam a consecução dos objetivos prescritos no decorrer da implementação de políticas públicas e compreende três categorias: tratabilidade do problema, capacidade do estatuto em estruturar o processo de implementação da política e efeitos de contexto no apoio aos objetivos da política. Dessa forma, o modelo possibilitou a identificação das variáveis (jurídicas e de contexto) que afetam a implementação da política de Responsabilidade Social Empresarial em Moçambique. De natureza qualitativa, a pesquisa possibilitou uma análise de cunho interpretativo, decifrando as variáveis que influenciam na conformação do grupo-alvo ante as diretrizes prescritas para o alcance de metas estabelecidas. Também de cunho exploratório, permitiu evidenciar possíveis entraves que influenciaram negativamente na implementação da política pública, explorando analiticamente os dispositivos legais que a regulamentam. Metodologicamente, procedeu-se à pesquisa documental e bibliográfica, identificando-se dispositivos legais (Resolução e Diploma Ministerial), relatórios, artigos, livros, teses e dissertações. Para análise de dados, adotou-se a técnica de análise de conteúdo, utilizando a técnica de análise categorial em grade fechada, embasada no modelo proposto por Sabatier e Mazmanian (1980). De modo geral, a pesquisa indicou entraves jurídicos e de contexto, como a coordenação centralizada nos atores soberanos (governo central e as concessionárias) detentores de recursos legais e financeiros. Esse entrave evidencia a falta de interesse em incentivar a participação social (entrave de contexto), o que, por conseguinte, condiciona a implementação discricionária de programas sociais de Responsabilidade Social Empresarial pelas concessionárias. Em razão de não existir tecnologia de mensuração da conformidade das concessionárias às disposições desses instrumentos legais em prol do desenvolvimento das comunidades abrangidas (entrave jurídico), agravado pela omissão de informações sobre a relação entre o governo e as concessionárias e sobre as contribuições para implementação de programas sociais no âmbito da RSE (entrave de contexto), não há como conhecer a real contribuição das concessionárias em benefício das comunidades locais. Além disso, os sindicatos, que poderiam influenciar positivamente a posição do Estado, não estão incluídos no processo, o que gera intrigante entrave de contexto. Observou-se, ainda, mais um importante entrave de contexto, do próprio arranjo político-institucional, para implementação da política em pauta, porque ele foi desenhado conferindo a responsabilidade de criar políticas, procedimentos e sistemas de gestão de investimento social no âmbito da RSE às concessionárias. Portanto, o baixo alcance dos resultados da política não é influenciado pelo poderio econômico das concessionárias, mas pelos entraves inerentes à formulação da política e do Guia de Implementação da Política Pública, que se manifestam durante a implementação, dada a complexidade do processo. Por se tratar de uma política concebida de cima para baixo, abordagem top-down, recomenda-se para futuros estudos que seja considerado o modelo de análise adotado nesta pesquisa para a interpretação de outras políticas públicas moçambicanas e africanas. Ainda, sugere-se que a comunidade acadêmica estude o processo de formulação da política e verifique se a construção de seus objetivos e metas condiz com a realidade moçambicana e, em especial, das comunidades beneficiárias, tendo em conta a diversidade de demandas e circunstâncias nesses locais, visando ao desenvolvimento social, cultural e econômico da sociedade moçambicana em geral. Palavras-chave: política pública. Entraves à implementação de política pública. Respnsabilidade Social Empresarial. Moçambique, AF.
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    Representações de crianças e adolescentes participantes de um projeto social sobre consumo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-08-07) Cesarino, Rita de Cassia; Barreto, Maria de Lourdes Mattos; http://lattes.cnpq.br/9238806912409528
    Representações de crianças e adolescentes participantes de um projeto social sobre consumo. Orientadora: Maria de Lourdes Mattos Barreto. Coorientadores: Rennan Lanna Martins Mafra e Lilian Perdigão Caixeta Reis. A discussão sobre o consumo é um tema amplamente trabalhado nos diversos campos do conhecimento, em decorrência dos avanços tecnológicos, da ampliação dos meios de comunicação e do fenômeno da midiatização. Entretanto, é um tema recorrente entre os ambientalistas e áreas afins quando se trata do consumo consciente versus consumo compulsório. Nesta pesquisa, buscamos responder ao seguinte problema: Quais as representações sobre consumo e vivências de crianças e adolescentes da Fundação Menino Jesus em situação de vulnerabilidades social e econômica? Para tal, foram abordados os temas referentes ao consumo na infância e na adolescência, a pobreza, o conceito da “Dádiva” e O “Bem Viver”, com o propósito de estabelecer interlocução entre a escassez monetária, as privações do consumo e as novas possibilidades de consumo. Ao abordar os temas mídia e midiatização, procuramos estabelecer um diálogo que convergiu para a ineficácia da legislação brasileira, no que diz respeito à infância e à adolescência e aos indivíduos em desenvolvimento bombardeados, precocemente, pelo estímulo ao consumo. O recorte que propomos nesta pesquisa refere-se à escuta de crianças e adolescentes que frequentam as atividades na Fundação Menino Jesus, em Ponte Nova, MG. Trabalhamos com a hipótese de que crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidades social e econômica estão expostos às estratégias de marketing para o consumo como todos os outros e, apesar de não possuírem poder de compra, permanecem com o desejo de consumo, buscando outras estratégias para aquisição do objeto desejado. O objetivo desta pesquisa foi analisar e descrever as representações de crianças e adolescentes de 7 a 15 anos de idade, em situação de vulnerabilidades econômica e social, sobre a inter-relação mídia e consumo. O estudo foi ancorado na pesquisa qualitativa, e a metodologia utilizada teve como base o método Clínico Piagetiano, adaptado por Delval (2002). A amostra foi composta por 16 participantes que frequentam o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos da Fundação Menino Jesus de Ponte Nova, MG. Para a coleta dos dados, utilizamos a entrevista clínica piagetiana, constituída por perguntas básicas e complementares. A análise dos dados partiu de categorias descritas por Delval (2002) e Denegri (2002). As representações dos sujeitos indicaram o conhecimento que eles estabelecem entre o consumo e as vivências na Fundação Menino Jesus. Na categoria “consumo”, foram analisadas as subcategorias mídia, compras em geral, compras na entidade, direitos e doações. Na categoria "vivências na Fundação Menino Jesus", trabalhou-se com a subcategoria que conceituava a entidade, o contexto de onde vêm os usuários, a caracterização do projeto e, finalmente, como é o "cuidado"na entidade. A partir das respostas das crianças e dos adolescentes, esclareceu-se a importância da escuta em pesquisas sobre consumo, principalmente quando se faz o recorte social, o que confirmou a hipótese do estudo. Com isso, reforçou-se a importância da presença dos pais e educadores no processo de desenvolvimento de crianças e adolescentes para a promoção do diálogo e da partilha sobre o tema consumo e para que aconteça, de fato, a educação para as novas formas de consumir. Palavras-chave: Consumo. Mídia. Infância-Adolescência. Vulnerabilidade Social.
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    Comportamento financeiro do brasileiro: um estudo a partir das variáveis da POF
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-06-07) Silva, Raquel Gomes Ramos; Rodrigues, Cristiana Tristão; http://lattes.cnpq.br/1347369514359352
    Frente a desafios financeiros cada vez maiores, a importância de se formar indivíduos conscientes financeiramente tornou-se pauta de discussão em diversos países e organizações no mundo todo, ao mesmo tempo em que mais pesquisas surgem na direção de se investigar as motivações por trás do comportamento financeiro dos agentes. No Brasil, tais discussões mostram-se pertinentes se considerados os resultados insatisfatórios apresentados pela sua população em termos de finanças - principalmente em relação a planejamento futuro - somados às consequências econômicas associadas às mudanças demográficas em curso no país, mais especificamente, à crescente taxa de envelhecimento populacional. Nesse sentido, a fim de se contribuir com um maior entendimento acerca do comportamento financeiro dos brasileiros, mais especificamente, sobre os fatores que regem alguns de seus principais hábitos, o presente estudo examinou a influência das características socioeconômicas nos resultados financeiros demonstrados por esses. Para tanto, foi desenvolvido um indicador – o Indicador de Comportamento Financeiro, regredido a partir de um modelo de escolha qualitativa ordenado - o Logit ordenado generalizado (MLOG), pelo qual foram dadas as probabilidades de pertencimento às categorias comportamentais estipuladas, a partir do conjunto de características selecionadas. Os resultados encontrados apontaram cerca de 87% da amostra de domicílios estando classificada dentre os piores níveis de comportamento do indicador, tendo o planejamento de longo prazo mostrando-se o principal gargalo no resultado comportamental do brasileiro. Quanto às características analisadas, verificou-se uma correlação positiva entre o comportamento financeiro médio apresentado pelo brasileiro, e os indivíduos mais suscetíveis a se encontrarem em condições de vulnerabilidade social e econômica no país. Esses perfis carregam consigo os efeitos dos altos níveis de desigualdade econômica e social no Brasil, assim como da deficiência do ensino e demais formas de capacitação, indicando a necessidade de um trabalho conjunto na disseminação de uma cultura financeira mais consciente, com incentivos a mudanças de hábitos e a práticas financeiras mais saudáveis em termos de consumo, planejamento e poupança- principalmente de longo prazo – com foco na elaboração de ações direcionadas e personalizadas aos grupos mais fragilizados, e na construção de uma conjuntura mais inclusiva e igualitária em termos econômicos e sociais.
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    O uso de TICs entre crianças: interações sociais e o sentido de infância em diferentes contextos socioculturais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-08-30) Ribeiro, Fernanda Miquelão; Pinto, Neide Maria de Almeida; http://lattes.cnpq.br/3669239461062861
    A vida moderna está ligada às relações articuladas em uma lógica de consumo de tecnologias, bastante presente no cotidiano das crianças. Segundo dados coletados pelo TIC Crianças dos anos de 2009 e 2010, que tomou como amostra crianças de 5 a 9 anos de idade de todo o Brasil de áreas urbanas e rurais, esse segmento está imerso no uso das tecnologias, com probabilidades de crescimento. Essa questão se manifesta em uma complexa discussão, sobretudo no que diz respeito à busca do aprimoramento dessa realidade, a partir da cultura da infância, das suas práticas cotidianas diferenciadas de consumo e apropriação de tecnologias das crianças e a suas interações com seus pares, a família e a sociedade. Nesse contexto, a proposta desse estudo se baseia na ideia que as mudanças nas concepções da infância e das crianças foram provocadas por transformações ocorridas por novas ordens modernas que interferiam em todos os aspectos da vida econômica, social, política e cultural desses sujeitos. Além disso, percebemos uma lacuna nas pesquisas que invisibilizam as crianças mais novas e não abarca o uso das TICs relacionado ao contexto cultural inerente aos diferentes segmentos sociais aos quais essas diversas infâncias se manifestam. Nesse cenário a pergunta de investigação desse estudo foi: De que maneira o uso das TICs por crianças e suas famílias, de diferentes contextos sociais, se manifesta nos processos de construção das Culturas Infantis? O problema de pesquisa se inseriu a partir da construção da perspectiva de que é preciso conhecer o lugar social que a criança ocupa na sociedade moderna, somada à cultura na qual esses sujeitos estão inseridos. A partir da contribuição teórica da Sociologia da Infância, pudemos perceber que os acessos e os usos das TICs pelas crianças não são homogêneos devido às suas condições sociais e também dos referenciais culturais que estão disponíveis para a produção das culturas infantis. Apontamos, de forma geral, que a partir dos resultados desta pesquisa foi possível perceber no acesso e no uso das tecnologias pelas crianças, as diferenças entre o que é ser criança e ter uma pluralidade de infâncias, desvelada pelas vozes das próprias crianças e o que é ter uma infância, por meio dos olhares adultocêntricos. Palavras-chave: Crianças. Cultura Infantil. TICs.
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    Religião e política: uma análise do discurso da CNBB sobre as eleições presidenciais de 2018
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-12-16) Luchi, Sissa Souza; Melo, Mônica Santos de Souza; http://lattes.cnpq.br/1623601501396078
    A religião se apresenta de forma contundente em nossas relações sociais, contribuindo para a propagação de valores morais e éticos dentro da sociedade. Não obstante, mesmo nos meios considerados laicos como a política e o Estado, há relativa influência das instituições religiosas. O discurso religioso funciona como veículo de poder e contribui indiretamente para a transformação da sociedade por meio daquilo que é sagrado (PEREIRA, 2008). Pensando nessa importância e no contundente papel das mídias, no que se refere à alteração das instituições sociais e culturais e dos modos de interação, objetivamos, nesse trabalho, observar como os religiosos representantes da Igreja Católica construíram seu discurso em meio aos tensionamentos produzidos pelo contexto sócio-político em questão, visando à propagação de determinado posicionamento político e doutrinas. Nosso corpus é composto de cinco artigos veiculados no site da Conferência Nacional de Bispos do Brasil no período do segundo turno das eleições presidenciais de 2018, de 15 a 26 de outubro. A definição da CNBB como objeto de pesquisa, em detrimento de outras conferências religiosas, deve-se ao importante papel histórico que ela tem na luta pela mudança da realidade social, pautada em ideais católicos. Pretendemos analisar o discurso organizacional religioso e como ele se relaciona com o momento sócio-político do período em questão. Para tanto, fizemos a descrição da organização argumentativa desses artigos com a finalidade de identificar as estratégias argumentativas utilizadas e os imaginários sociodiscursivos construídos. Recorremos à Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau como aparato teórico-metodológico central. Porém, utilizamos também Orlandi (1987), Maingueneau (2008) e Melo (2016) para discutir sobre o discurso religioso; Charaudeau (2017), Bordieu (1989) e Osakabe (1999) ao contextualizar o discurso político e suas interseções e divergências com o discurso religioso; dentre outros autores igualmente relevantes que foram importantes para o desenvolvimento do trabalho. Percebemos, por meio de nossas análises, que, ao expressarem suas opiniões, os representantes da Igreja Católica deixaram transparecer, ainda que de maneira implícita, o seu posicionamento político em favor do candidato de esquerda, o que dialoga com os preceitos defendidos pela Doutrina Social da Igreja e com o posicionamento da CNBB desde sua criação. Notamos também que os imaginários sociodiscursivos ao longo do discurso contribuem para uma caracterização da necessidade de haver mudanças no Brasil como um todo, para que sejam superados os muitos desafios que permeiam a sociedade, porém essas só serão alcançadas através de um voto consciente alicerçado em princípios e valores católicos. Palavras-chave: Religião. Política. Discurso.
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    A velhice na revista Claudia: uma análise de 1997 a 2010
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-12-06) Teixeira, Débora Pires; Farias, Rita de Cássia Pereira; http://lattes.cnpq.br/2910697556921693
    O objetivo geral deste estudo é analisar as representações midiáticas da velhice na revista Claudia (1997-2010), desvelando como ocorrem e quais os seus significados. A pesquisa assumiu uma abordagem qualitativa, documental e interpretativa tendo como fonte de dados a revista Claudia, com recorte temporal de Janeiro de 1997 a Dezembro de 2010. Os dados foram distribuídos em categorias analíticas (representações midiáticas da velhice, gênero, corpo e sexo) e tratados pela proposta metodológica de Mendes (2013) para análise de imagens fixas em textos multimodais. Adicionalmente, as obras de Butler, Goldenberg e Debert ofereceram ferramentas analíticas capazes de contribuir para a compreensão das imagens selecionadas, tais como os conceitos de velhice, corpo, abjeção, gênero, sexo, enquadramento, dentre outros. Entre os principais resultados da pesquisa, considera-se que as representações da velhice na revista Claudia, durante o período analisado, assumiram duas macrotendências, tendo como marco divisório o ano de 2004. Na década de 1990, o velho era invisibilizado, sub- representado e a velhice era uma temática censurada em Claudia. A partir de Março de 2004, o corpo velho foi reposicionado e a velhice passou a ser tematizada, se fazendo presente como o “novo velho”. Os perfis representacionais da velhice em Claudia diferiam pelos significados acionados por eles. Quando os corpos velhos estavam associados a fatos culturais, tinham sua materialidade limitada a figuras públicas (celebridades midiáticas, artistas e políticos). Quando acionavam atividade, eram representados por aqueles que apresentavam capacidade financeira, saúde e disposição para incorporar o estilo de vida imposto pelo “novo velho”. Quando incorporavam a dependência, as imagens estavam associadas ao perfil do “velho velho”: desvalidos da sorte, doentes, decrépitos, deficientes, pobres e institucionalizados. Por último, quando acionavam questões envolvidas com corpo, beleza e sexualidade, as diferenças de gênero se fizeram presentes, indicando, como uma pedagogia cultural, os comportamentos adequados e contrastantes entre homens e mulheres. Para elas, o conceito de beleza esteve condicionado à manutenção de uma estética jovem, mediante investimentos que visavam “combater o envelhecimento”. Na configuração dessas representações, recursos sócio-linguísticos foram acionados, como as metáforas, os marcadores, os modalizadores, os verbos dicendis, os pressupostos, a introdução de vozes de autoridade, os saberes, as variações denominativas, dentre outros. O conjunto de informações permite concluir que Claudia compreende à velhice pelo seu viés biológico, como um problema, sobretudo para as mulheres. O perfil do “novo velho” refere-se à incorporação da ideologia da terceira idade, ao mesmo tempo em que a revista mantém um posicionamento tradicional quanto ao gênero, ligado ao padrão heteronormativo. Por fim, a percepção de beleza na revista vincula-se a manutenção da estética jovem. Palavras-chave: Mídia. Revista Claudia. Velhice. Corpo. Gênero.
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    Enquanto muitos me convidaram para um café, ele me convidou para uma tarde de vinho com queijo:a longevidade nas organizações de trabalho contada por meio de uma história de vida.
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-15) Zanuncio, Sharinna Venturim; Mafra, Simone Caldas Tavares; http://lattes.cnpq.br/1851917830712672
    O envelhecimento da população já é considerado um fenômeno mundial, uma conquista alcançada. Vive-se mais e com maior qualidade, graças aos avanços nas áreas da saúde e tecnologia, principalmente. O Brasil também segue neste mesmo caminho, vive sua transição demográfica, com taxas de natalidade cada vez menores e pessoas vivendo cada vez mais. Com menos jovens e mais pessoas idosas integrando a população, o trabalhador idoso será presença constante no mercado de trabalho, impactando diretamente a População Economicamente Ativa (PEA). No entanto, envelhecer está por vezes associado a estigmas negativos, assim como envelhecer no mercado de trabalho também está, desmerecendo a pessoa idosa, principalmente nos países ocidentais, onde o sistema capitalista costuma mensurar a importância dos indivíduos a partir do seu trabalho e nível de produtividade, cultuando o jovem e a vitalidade física, fazendo com que estes indivíduos tenham que provar sua capacidade para realizar as mesmas atividades que passou anos realizando, apenas por serem agora, pessoas idosas, demonstrando a presença de ações ageístas. Por outro lado, também, a maior parte das pessoas estabelece suas relações sociais tendo como ponto de partida, o ambiente laboral, e quando se veem sem este em suas vidas, se sentem perdidos ou excluídos socialmente. Desta forma, entender a importância que o trabalho assume na vida das pessoas, fazendo com que elas se sintam motivadas a permanecer trabalhando ou mesmo retornar ao mercado de trabalho, não só por necessidade, mas também por realização pessoal, se faz de grande importância, merecendo atenção dos pesquisadores da temática, assim como identificar se Estado, organizações e sociedade estão preparados para esse novo sujeito, investindo em políticas públicas e organizacionais que primem pela gestão da idade. Desta forma, o objetivo do estudo foi exemplificar o fenômeno do envelhecimento nas organizações de trabalho, a partir da história de vidalaboral de uma pessoa idosa, que desenvolveu a mesma atividade no mercado formal, pelas Instituições de Ensino Superior (IES), públicas e privadas, pelas quais passou até seus 95 anos de idade. Para alcance do objetivo foram coletados dados primários por meio de entrevista utilizando como técnica a história de vida, com recorte laboral, além de registros fotográficos do acervo pessoal do sujeito desta pesquisa e consulta as suas pastas funcionais, assim como foram realizadas entrevistas com gestores das três IES onde ele trabalhou ao longo da sua trajetória. Os resultados foram analisados e discutidos à luz de literaturas que versassem sobre a temática. O estudo permitiu concluir que, dentre as variáveis que podem contribuir para a permanência ou retorno das pessoas idosas ao mercado de trabalho está a sua valorização, seja por meio de premiações ou reconhecimento pelo trabalho realizado, e que o trabalho assume importância nas relações sociais dos indivíduos, fazendo com que se sintam sujeitos de direitos e deveres na sociedade. Também foi possível constatar que os gestores entrevistados reconhecem que o processo de transição demográfica modificará a dinâmica nas organizações e que a necessidade de políticas públicas e organizacionais sobre gestão da idade devem ser implementadas formalmente, interligando todas as áreas e setores, combatendo possíveis atitudes ageístas e oferecendo oportunidades igualitárias entre os trabalhadores jovens e os idosos. Os resultados possibilitaram inferir que, de forma geral, as organizações não estão preparadas para o cenário de envelhecimento da força produtiva que é projetado para um futuro próximo. E que ao pensarem a elaboração e implementação dessas políticas, devem considerar o próprio trabalhador idoso como fonte de informações de suas demandas e necessidades. Palavras-chave: Envelhecimento. Gestão da Idade. Idosos. Trabalho. Organizações de Trabalho.
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    Um olhar para o futuro: Diretrizes para o ambiente de moradia da pessoa idosa. Aspectos essenciais à continuação da vida com qualidade
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-11-22) Dardengo, Cássia Figueiredo Rossi; Mafra, Simone Caldas Tavares; http://lattes.cnpq.br/4147852460074064
    Vivemos uma nova realidade mundial, caracterizada pelo expressivo envelhecimento da população. Projeções indicam que no ano de 2020 o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos, com cerca de 30 milhões de pessoas, refletindo em um aumento da expectativa de vida que anseia por uma melhor qualidade. Este aumento do número de idosos torna-se um fenômeno nunca antes visto no cenário brasileiro, e perpetuar o sentimento de bem-estar, a independência e a autonomia é imprescindível. O envelhecimento consciente e saudável tem contribuído para um “novo olhar” sobre a população idosa, demandando ações voltadas a suprir as novas necessidades, sobretudo aquelas relacionadas à moradia. A pessoa idosa deseja viver em ambientes seguros, nos quais possa exercer um controle pessoal. Para que isso se torne realidade, o idoso necessita de ambientes que forneçam abrigo de maneira adequada, de modo a compensar as alterações físicas e sociais decorrentes do processo de envelhecimento. É necessário que esses ambientes favoreçam a autonomia e independência, principalmente para aqueles que possuam capacidades físicas e sensoriais diminuídas. Verifica-se que a moradia está diretamente ligada à saúde, envolvendo o bem-estar físico, mental e social, essencial na manutenção da autonomia e independência, através do planejamento adequado dos ambientes de moradias para essas pessoas, com um projeto arquitetônico adaptado, seguro e acolhedor, auxiliando nas capacidades e habilidades individuais, além de desafiador e estimulante, desenvolvendo atividades diversas, implementando novas rotinas, em lugares confortáveis e acessíveis. Infelizmente, no Brasil ainda existem poucos espaços adequados às necessidades da pessoa idosa, restringindo-se a instalações nas tipologias de casas de repouso ou asilos, ou ainda habitações acessíveis à luz da NBR 9050. Diante desta realidade, torna-se extremamente necessário a criação de ambientes apropriados para atender a pessoa idosa, proporcionando condições adequadas para que possam usufruir de seus direitos e se responsabilizar por seus deveres, através de ambientes acessíveis, sem barreiras arquitetônicas, que atinjam o objetivo principal de promover uma velhice digna, com total qualidade de vida e cidadania. Dessa forma, esse estudo se construiu dentro da perspectiva de se pensar uma moradia adequada à pessoa idosa aliada ao conceito de manutenção da política do bem- estar e integração social, trazendo a ideia de habitar que busca oferecer aos idosos um espaço mais seguro, confortável e adequado, que lhes ofereça independência e uma vida digna com qualidade, observando as diversas características que tornam uma casa eficiente à população e ao modelo de vida atual. Neste intuito, teve-se como objetivo identificar e propor diretrizes para a moradia da pessoa idosa, a partir de variáveis de projeto, buscando priorizar as suas necessidades físicas, mas também sociais, construindo um espaço destinado à convivência, explicando tais necessidades pelas dimensões do envelhecimento humano. Para tanto, foram realizados estudos bibliográficos sobre a pessoa idosa, Aging in Place e a psicologia ambiental, tendo como finalidade a construção dos conceitos de envelhecimento e velhice, qualidade de vida e envelhecimento ativo, buscando identificar suas diversas dimensões. Em um segundo momento foi realizado um estudo de caso, através de entrevistas com idosos participantes do “Programa Municipal da Terceira idade” e do “Clube da Vovó” da cidade de Viçosa-MG, visando conhecer quem eram as pessoas participantes destes grupos, o que pensavam a respeito de sua moradia e da qualidade de vida que as mesmas oferecem no processo de envelhecimento, conhecendo quem são e como vivem, de modo a embasar diretrizes projetuais para elaboração de moradias à esta faixa etária. O estudo permitiu concluir que, atualmente, os ambientes de moradia não contemplam essa população que envelhece, e que possui necessidades especiais; grande parte permanece residindo em moradias comuns que com passar da idade física são rearranjadas para comportar as novas necessidades de seus moradores. Verificou-se que quanto mais adequados e confortáveis forem os ambientes de moradia e seu entorno, melhor será seu processo de envelhecimento e melhor sua resposta comportamental, fazendo com que as dificuldades sejam diminuídas e percebidas. Como diretrizes, realizou-se um apanhado de parâmetros que visaram garantir a autonomia, independência, segurança, conforto, bem-estar e, acima de tudo, a satisfação dos idosos. Sucintamente, entende-se que a modalidade de habitação projetada, desde sua concepção, para a pessoa idosa é fundamental para se ressignificar a velhice em suas especiais condições. Palavras-chave: Envelhecimento. Idosos. Ambiente de moradia. Pessoa idosa. Condomínios.
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    La extraordinaria historia de aquellas que viven más allá de la muerte: análisis de la viudez desde las experiencias de viudas en el contexto de la Ciudad de México
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-10) González, Eugenia Galicia; Pinto, Neide Maria de Almeida; http://lattes.cnpq.br/1274024740894217
    Esta investigación explora la viudez vivida por mujeres que experimentaron la muerte de su cónyuge antes de la vejez. Es una aproximación cualitativa a una temática que se identificó como pendiente de estudio en las ciencias sociales. Se propuso un trabajo desde una perspectiva feminista como una forma de acercamiento a la observación un fenómeno social desde una posición crítica de los constructos sociales tradicionales que atribuyen lugares de subordinación a las mujeres. Se cuestiona la viudez en las mujeres como una condición que conlleva una situación de vulnerabilidad y riesgo inherente. La primera parte es una revisión de bibliográfica de estudios sobre la viudez en las mujeres en las ciencias sociales. Se muestra un panorama del estado de la cuestión y se identifican líneas temáticas sobre las que se ha analizado el asunto: la viudez como una construcción social, la viudez como una condición de vulnerabilidad y la viudez como un evento transformador. La segunda parte, con el análisis de entrevistas realizadas a viudas de la Ciudad de México, se percibe que su situación de vida está influenciada por múltiples factores más allá de pérdida del cónyuge. Su contexto social, su trayectoria personal, el momento en el curso de vida en que se presenta la viudez se avistan como elementos coyunturales para la comprensión de los efectos de la viudez en sus vidas. Finalmente, también desde el análisis de entrevistas, se examinó la manera en que las viudas responden frente a estereotipos sociales arraigados en el contexto social mexicano. Algunos de esos estereotipos son reinterpretados e interiorizados desde una postura de validación y otros son puntos de partida para formas alternativas de significar la viudez. Palabras clave: Viudas. Viudez. Feminismos. Representaciones sociales. Curso de vida.