Ciências Humanas, Letras e Artes

URI permanente desta comunidadehttps://locus.ufv.br/handle/123456789/5

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 2 de 2
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Preconceito contra nordestinos em seus processos migratórios na mídia brasileira
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-10-30) Batista, Fabiano Eloy Atílio; Farias, Rita de Cássia Pereira; http://lattes.cnpq.br/0058785649666554
    O objetivo geral da pesquisa é problematizar e analisar os discursos sobre os processos migratórios de nordestinos a partir de três artefatos culturais: (1) o quadro televisivo De volta pro meu aconchego, (2) notícias de jornais on-line sobre a pandemia da Covid-19 e (3) postagens nas redes sociais on-line na ocasião das eleições presidenciais dos anos de 2018 e 2022. Esse problema é relevante porque os sentidos atribuídos ao Nordeste brasileiro não tratam exclusivamente de uma delimitação geográfica, mas, sobretudo, de uma delimitação simbólica, que aponta para uma visão negativa e pejorativa desse território e seus habitantes que naturalizam, homogeneizam e perpetuam estereótipos. Ao contextualizar as construções dos sentidos atribuídas pela mídia em relação ao Nordeste e aos nordestinos, que se configuram como uma questão importante para a compreensão das relações estabelecidas em sociedade, faz-se as perguntas de pesquisa: De que forma o quadro De volta pro meu aconchego, as notícias jornalísticas e as postagem nas redes sociais on-line enquadram o tipo social nordestino pobre em suas narrativas discursivas? O que os signos estereotipados que recaem sobre esses sujeitos e essa região sinalizam para a discussão sobre a “questão social” da realidade nordestina brasileira? A pesquisa foi constituída por uma abordagem qualitativa, de caráter descritivo- exploratório, por meio da qual buscou-se identificar, descrever e compreender imagens, discursos e práticas imbricados nas representações midiáticas dos processos migratórios de nordestinos na mídia brasileira. A coleta de dados foi realizada em fontes documentais e públicas, cujas análises se basearam na técnica da Análise Fílmica, conjuntamente com a Análise de Conteúdo. Os resultados mostram que, em linhas gerais, nos artefatos culturais analisados há uma constante representação do Nordeste e do nordestino de maneiras estigmatizantes e estereotipadas, que encobrem e mascaram as determinações reais de o porquê os sujeitos vivenciam tais expressões da “questão social” e motivam uma leitura preconceituosa, moralista, culpabilizadora, pois localiza nos próprios sujeitos e/ou na região a origem dos problemas socioeconômicos que eles vivenciam. Nos três artefatos analisados, a “questão social” brasileira é utilizada como recurso de entretenimento, sendo veiculada de forma desconexa da realidade, sem trazer elementos que problematizam as estruturas sociais que estão na base das desigualdades do território brasileiro. Além dos estigmas sofridos historicamente pelos migrantes nordestinos, tais artefatos potencializam, difundem e reforçam compreensões equivocadas sobre o nordestino e sobre a região Nordeste, de caráter generificado e homogeneizante. Essas discursividades – construídas sob uma ótica capitalista e sensacionalista – reduzem e cristalizam um conjunto de imagens e discursos que contribuem para a construção de imaginários e interpretações acerca dos sujeitos e dos lugares, cujas ideias são, muitas vezes, irreais e já superadas, o que fixa socialmente valores e ideologias como um “comércio” vantajoso, o que aumenta as violências e violações que esse grupo social vem sofrendo historicamente. Palavras-chave: Migração. “Questão Social”. Nordeste. Mídia. Brasil.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Mídia, corporalidade e discursos que nos (des)arrumam: uma análise sobre um reality show de transformação corporal
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-19) Batista, Fabiano Eloy Atílio; Farias, Rita de Cássia Pereira; http://lattes.cnpq.br/0058785649666554
    A idealização corporal na sociedade contemporânea, subsidiada pelo setor midiático e pelo comércio da corpolatria, promove significativas modificações na (re)construção dos corpos, afetando significativamente a dinâmica de interação social dos sujeitos. Diante da supremacia das imagens idealizadas, a sociedade classifica as pessoas de acordo com sua forma física, estigmatizando e excluindo aqueles que não se inserem no modelo hegemônico de beleza. Para inserir o sujeito nos valores hegemônicos, a indústria da beleza e a mídia oferecem uma diversidade de mecanismos, sendo um deles o quadro Arruma meu marido, do programa Hora do Faro, apresentado por Rodrigo Faro, na Rede Record, que tem como pressuposto a “transformação” do participante. Para transformar uma pessoa “feia” e “infeliz” em uma pessoa “bonita” e “realizada”, o quadro conta com uma equipe multiprofissional do ramo da beleza, habilitada para fazer tratamentos nos dentes, no cabelo, na pele, além de mudanças no vestir e no comportamento. Dessa forma, a pesquisa, de natureza qualitativa e descritiva, teve como objetivo analisar os enunciados produzidos pelo quadro da mídia televisiva Arruma meu marido, atendo-se aos discursos que recaem sobre o corpo e a aparência do participante, promovendo sua exclusão e inclusão social, buscando responder as seguintes questões: Quais discursos recaem sobre os participantes do quadro antes e após a transformação? Como se dá a participação da família no processo de mudança da corporalidade dos participantes? A coleta e análise de dados se deu pelo método documental, cujos arquivos foram compostos por três vídeos relativos às edições do programa, buscando-se descobrir, interpretar e compreender os sentidos e significados presentes nas imagens e discursos que recaem sobre os sujeitos os seus corpos. Os resultados revelam que a aparência torna-se um valor imprescindível para o reconhecimento do indivíduo dentro de um contexto social e familiar, sendo que alguns signos corpóreos (flacidez, sedentarismo, gordura, falta dos dentes, cabelos grandes e “mal cuidados”, dentre outros) simbolizam uma indisciplina ou um descaso com o corpo, sendo os indivíduos apontados pelo “fracasso” de sua própria corporalidade. Por outro lado, o programa cumpre a missão de arrumar o participante, promovendo sua inclusão familiar e social.