Ciências Biológicas e da Saúde

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    Efeitos do aumento da ingestão de cálcio no controle da obesidade em mulheres com excesso de peso
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-02-28) Cândido, Flávia Galvão; Alfenas, Rita de Cássia Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/4474011149115219
    O aumento do consumo de cálcio tem sido descrito como possível estratégia nutricional a ser utilizada para o controle da obesidade e de co-morbidades. A fonte de cálcio, láctea ou medicamentosa, utilizada parece influenciar os resultados obtidos. Contudo, a escassez de ensaios clínicos bem delineados é apontada como entrave para a adoção dessa estratégia em políticas públicas. Na presente dissertação são apresentados 3 capítulos. O primeiro capítulo contém um artigo de revisão e os outros dois se referem a estudos clínicos de intervenção conduzidos durante o período de mestrado. Assim, os objetivos do presente trabalho foram analisar criticamente a literatura científica sobre os efeitos do consumo de laticínios na prevenção e tratamento do diabetes tipo 2 – DM2 (capítulo 1), avaliar os efeitos do aumento no consumo de cálcio de duas fontes (láctea e medicamentosa) na antropometria, na composição corporal e nos parâmetros bioquímicos (capítulo 2), no metabolismo energético e na ingestão alimentar (capítulo 3) em mulheres com faixa etária de 18 a 42 anos. A avaliação do efeito dos laticínios no DM2 foi feita pela análise crítica dos estudos publicados nos últimos 12 anos indexados nos bancos de dados MEDLINE, PubMEd, Science Direct, Scientific Electronic Library Online (SCIELO), e Latin American and Caribbean Health Sciences Literature – LILACS, que exploraram a importância dos laticínios ou de seus componentes (cálcio, vitamina D, proteína e magnésio) no DM2. Além disso, estudos clássicos referentes ao tema, que foram publicados nessa mesma base de dados, foram selecionados. Os efeitos do aumento do consumo de cálcio no controle da obesidade foram avaliados por meio de um ensaio clínico randomizado, do tipo simples-cego, controlado por placebo. O referido estudo foi conduzido com 33 mulheres, com excesso de peso e baixa ingestão habitual de cálcio (<800mg/dia), as quais foram submetidas a restrição calórica (-500 kcal/dia), por 45 dias consecutivos. As participantes receberam planos alimentares (800 mg de cálcio/dia) e ingeriram em laboratório desjejuns sem adição de fontes de cálcio (grupo controle - C) ou contendo 700 mg de cálcio (grupos citrato de cálcio – CIT e laticínios - LAT). Desta maneira, enquanto as participantes do grupo C ingeriram 800mg de cálcio/dia, as dos grupos CIT e LAT ingeriram 1500mg de cálcio diariamente. As variáveis antropométricas, bioquímicas e de composição corporal foram avaliadas ao início e ao final da intervenção. O metabolismo energético foi mensurado após 12 horas de jejum e durante 250 minutos (~4 horas) após o consumo do desjejum por meio de calorimetria indireta, no primeiro e no último dia da suplementação. A ingestão alimentar foi monitorada na primeira, terceira e última semanas por meio do preenchimento de registros alimentares de 24h. O efeito do tempo (teste t pareado ou Wilcoxon), as diferenças entre os tratamentos (ANOVA de um fator ou Kruskal-Wallis seguidos por Tukey ou Dunn), e a interação tempo vs. tratamento (ANOVA-RM de dois fatores) foram verificados com o uso do software do SAS (Institute, versão 9.0; Cary, NC, USA, α = 0,05). A an álise dos estudos sobre a influência dos laticínios no DM2 demonstrou que na maioria dos estudos de intervenção verificou-se efeito benéfico do consumo de laticínios ou de seus componentes nos riscos de DM2 ou na resistência insulínica. O consumo de pelo menos 3 porções diárias de laticínios com baixo teor de gorduras mostrou-se apropriado para a redução dos riscos de desenvolvimento de DM2 e está em conformidade com a recomendação atual de ingestão diária de cálcio. Os resultados da intervenção nutricional indicaram aumento significativo na perda de peso de 119% e 100% no grupo LAT em relação a C e a CIT, respectivamente. O LAT foi o único que apresentou redução significativa do peso de gordura corporal (total, do tronco e andróide) e da circunferência da cintura. Essa redução do peso foi acompanhada de diminuição significativa da taxa de oxidação de proteínas de jejum no grupo LAT (Média ± EP: redução de 5,22 ± 2,71 para LAT; aumento de 4,56 ± 3,54 para C e 3,57 ± 2,10 para CIT). Apesar de não ter diferido significativamente dos demais grupos (P = 0,1788), o grupo LAT foi o único que apresentou aumento da taxa de oxidação de lipídeos em jejum. Houve redução significativa dos níveis séricos de ácido úrico em LAT e de cálcio iônico em LAT e CIT quando comparados a C. O grupo LAT apresentou maior ingestão de fósforo em relação aos demais mas a ingestão de macronutrientes e de fibras não diferiu. Conclui-se que o consumo de pelo menos 3 porções de laticínios ao dia pode ser uma estratégia nutricional importante para redução dos riscos de DM2. O aumento do consumo de laticínios, mas não do citrato de cálcio, aumentou a perda de peso e de gordura corporal, diminuiu a taxa de oxidação de proteínas durante o jejum e reduziu os níveis séricos de ácido úrico nas participantes deste estudo. Assim, o aumento do consumo de laticínios pode contribuir para o sucesso de intervenções baseadas na ingestão de dietas hipocalóricas.
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    Determinantes das alterações do peso corporal pós-parto: estudo prospectivo em nutrizes do município de Viçosa, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-22) Assis, Karine Franklin; Araújo, Raquel Maria Amaral; http://lattes.cnpq.br/5765624902060228
    A obesidade é considerada um problema emergente em saúde pública em diversos grupos etários e regiões do Brasil, sendo particularmente prevalente em mulheres. Para elas, a gestação e o período pós-parto, principalmente os dois primeiros anos, constituem momentos críticos em sua vida, pois tal período aumenta a exposição a fatores que podem levar à obesidade. Os fatores de risco para a retenção de peso pós- parto incluem o estado nutricional pré-gestacional, ganho de peso durante a gestação, paridade, lactação, nível de atividade física, perfil alimentar pós-parto, situação marital, mulheres com excesso de gordura corporal, de pele negra, com mais de 30 anos de idade e nutrizes de baixa condição socioeconômica. Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar a evolução de peso materno pós-parto, seus determinantes e sua relação com a prática do aleitamento materno, em mulheres residentes no município de Viçosa, Minas Gerais, acompanhadas por um período de seis meses pós-parto. Entre dezembro de 2011 e agosto de 2012 foi realizado uma coorte prospectiva durante os primeiros 6 meses pós-parto com coleta de dados socioeconômicos (renda, etnia, estado civil, escolaridade, local de moradia, número de pessoas no domicílio, condições de água e saneamento básico, classe socioecocômica ABEP, posse de imóvel de moradia, programas assistencialistas e tipo de serviço de saúde utilizado), obstétricos (idade, hábito de beber e de fumar atuais e pregressos, número de filhos, ordem da gestação, intercorrências gestacionais, número de consultas pré-natal, uso de suplementos e uso de medicamentos), antropométricos (peso pré-gestacional, peso no final da gravidez, ganho de peso gestacional, perda de peso no início da gestação, peso mensal, perímetro da cintura, quadril e braços, e percentual de gordura corporal), dietéticos (recordatório 24 horas mensal) e de atividade física direta (pedômetro) e indireta (IPAQ) de 200 nutrizes que atenderam aos critérios de elegibilidade do estudo com a finalidade de avaliar os determinantes da variação do peso pós-parto. A análise estatística foi feita utilizando a regressão linear simples e múltipla, seguido do teste VIF e Breush-Pagan para verificar a presença de multicolinearidade e heterocedasticidade, respectivamente. O ganho de peso gestacional associou-se inversamente à perda de peso pós-parto e diretamente ao ganho de peso. A menor classe socioeconômica, ausência de imóvel próprio e o menor número de pessoas no domicílio foram os fatores socioeconômicos determinantes para a perda de peso. A realização do parto normal,uso de chupeta e mamadeira, menor paridade, aleitamento na primeira hora de vida e o não sedentarismo da mulher também foram determinantes para a perda de peso. O maior IMC pré-gestacional e aos 6 meses, presença de intercorrência na gestação e a idade inferior a 20 anos foram fatores que contribuíram para o ganho de peso no período. Além disso, no primeiro e no sexto mês pós-parto constatou-se que a proporção de mulheres com sobrepeso e obesidade era significativamente superior às proporções no período pré-gestacional. Aos seis meses pós-parto 51,5% (n=51) das mulheres avaliadas apresentam perímetro da cintura aumentado, 30,3% (n=30) relação cintura-quadril de risco e 53,1% (n=51) possuíam elevado percentual de gordura. A análise múltipla da regressão de Poisson revelou que no primeiro mês pós-parto houve maior probabilidade de ter sobrepeso e obesidade entre mães adultas, mulheres com sobrepeso e obesidade pré-gestacional, nutrizes que tiveram elevado ganho de peso gestacional e que tiveram bebês macrossômicos em gestações pregressas. No sexto mês houve maior probabilidade de ter sobrepeso e obesidade entre nutrizes que tinham perímetro da cintura aumentado, portadoras de sobrepeso e obesidade no período pré-gestacional e mulheres com menor renda familiar em salários mínimos per capita. O ganho de peso gestacional é o fator que exerce o maior impacto na variação do peso pós-parto, além de estar relacionado a outros determinantes dessa variação. Este é passível de intervenção durante a assistência pré-natal nutricional em prol da saúde materna e infantil. A prática de atividade física no puerpério e o aleitamento materno na primeira hora de vida devem ser incentivados visto o seu impacto na perda de peso pós-parto. A idade materna e a renda familiar também estiveram associadas, assim como o elevado perímetro da cintura e do percentual de gordura corporal estiveram associados à obesidade materna. Além disso, tem-se evidenciada as dificuldades das nutrizes obesas para a perda de peso e mobilização da gordura no período pós-parto, sendo que o ciclo gravídico-puerperal pode promover o agravamento do quadro de sobrepeso e obesidade. Diante disso, ressalta-se a importância da assistência nutricional e médica pré-natal para fins de promoção do adequado ganho de peso materno, incentivo ao aleitamento materno e para o acompanhamento nutricional no período pós-parto. É importante destacar a importância das ações em prol do incentivo ao planejamento familiar e da assistência à mulher no puerpério.
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    Stress e sua associação com o risco cardiovascular em profissionais de enfermagem de uma instituição hospitalar
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-31) Schitini, Josiane Keila Gomes Viana; Santana, Ângela Maria Campos; http://lattes.cnpq.br/7649094814943013
    Este trabalho teve por objetivo investigar a associação entre stress e risco cardiovascular em profissionais de enfermagem de uma Instituição Hospitalar de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Realizou-se um estudo transversal, com 86 profissionais de enfermagem, entre enfermeiros e técnicos de enfermagem, de ambos os gêneros. As condições sociodemográficas, de trabalho e estilo de vida foram obtidas mediante aplicação de um questionário semi-estruturado. As informações sobre hábitos alimentares de cada participante foram obtidas por meio de um questionário de frequência alimentar semi-quantitativo. A avaliação antropométrica incluiu medidas de peso, estatura e perímetro da cintura, sendo ainda calculados o índice de massa corporal (IMC) e a razão cintura/estatura (RCEst). O percentual de gordura corporal foi mensurado utilizando um aparelho de impedância bioeléctrica. Foram determinados o perfil lipídico e a glicemia de jejum por meio de exames bioquímicos. A pressão arterial foi aferida por método indireto, com técnica auscultatória e esfigmomanômetro de coluna de mercúrio. Dados pessoais como história da doença atual, história patológica pregressa, antecedentes familiares foram coletados, tendo como variáveis de interesse a presença de Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial, Doenças Cardiovasculares, Obesidade e Dislipidemias. O diagnóstico de stress foi obtido por meio do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos Adaptado por Lipp (ISSL). As características psicológicas e sociais envolvidas no trabalho dos profissionais de enfermagem foram avaliadas por meio do Job Content Questionnaire (JCQ). Foram utilizados dois parâmetros para avaliação do risco cardiovascular: o Escore de Risco de Framingham (ERF) e o diagnóstico de Síndrome Metabólica (SM). Para análise estatística descritiva dos dados foram utilizadas proporções e medidas de tendência central e de variabilidade. A normalidade das variáveis foi verificada pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Nas análises bivariadas utilizou- se o teste do Qui-quadrado de Pearson para a comparação de proporções e teste t de Student ou teste de Mann-Whitney para as comparações entre grupos, de acordo com a normalidade. Foram utilizadas as razões de prevalência e os respectivos intervalos de confiança de 95% para a associação entre stress e ERF bem como entre stress e SM, utilizando-se a regressão de Poisson. Por sua vez, macro e micronutrientes foram ajustadas pela ingestão calórica por meio do método residual. Em todas as análises foi considerado como nível de significância estatística α < 0,05. A amostra estudada apresentou idade média de 36,71 anos (DP = 7,45 anos), havendo predominância de profissionais do sexo feminino (69,8%). 48,8% dos profissionais de enfermagem apresentaram stress segundo diagnóstico do ISSL. E segundo o JCQ, 32,6% dos profissionais se encontravam no quadrante de Alta Exigência do Modelo Demanda-Controle, quadrante de maior risco em apresentar stress ocupacional. Não houve associação entre o diagnóstico de stress e risco de apresentar stress ocupacional. As mulheres apresentaram maior percentual de diagnóstico de stress em relação aos homens. A maioria dos indivíduos apresentou consumo adequado de carboidratos, proteínas, lipídeos, ácidos graxos saturados, colesterol, vitamina C, ferro, zinco e sódio. Por outro lado houve um grande percentual de consumo fora das recomendações para ácidos graxos poliinsaturados, ácidos graxos ômega-3, ômega-6, vitamina A e cálcio. Não foram encontradas associações ou diferenças estatísticas entre as variáveis de consumo alimentar e ocorrência de stress. Mais da metade dos profissionais (50,3%) apresentou excesso de peso, enquanto que 58,1% apresentaram obesidade central e 50% apresentaram percentual de gordura corporal elevado. Quanto ao risco cardiovascular, pelo ERF 54,7% dos indivíduos apresentaram risco médio ou alto de desenvolver doenças cardiovasculares em 10 anos, e 31,4% apresentaram SM. O stress se associou independentemente ao diagnóstico de SM após ajuste por regressão de Poisson. A prevalência de SM foi 2,47 vezes maior nos profissionais de enfermagem estressados do que nos profissionais que não apresentam stress (RP = 2,47; IC95% = 1,49-4,08). Diante dos resultados apresentados ressalta- se a importância deste estudo e da importância em realizar investigações das condições de trabalho, nutricionais e de saúde dos profissionais de enfermagem, pois mesmo intimamente ligados ao processo de cuidado de pacientes, não raramente negligenciam o auto cuidado, levando a riscos à própria saúde.
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    Associação entre dores musculoesqueléticas, estado nutricional e trabalho em turnos em profissionais de enfermagem
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-29) Girondoli, Yassana Marvila; Santana, Ângela Maria Campos; http://lattes.cnpq.br/1376477501386211
    A dor musculoesquelética afeta de forma significativa a qualidade de vida e trabalho dos profissionais de enfermagem, podendo levar ao desenvolvimento de doenças físicas, psicológicas e problemas no ambiente de trabalho. É considerada um problema de saúde pública mundial em função da sua alta prevalência, alto custo e impacto negativo na qualidade de vida do trabalhador. Pessoas com excesso de peso podem ser mais sensíveis à dor do que as eutróficas. Além disso, o trabalho em turnos, principalmente o noturno, pode contribuir para aumentar as dores musculoesqueléticas em função da má adaptação do trabalhador a esse sistema de trabalho. Queixas de dores musculoesqueléticas pelos profissionais de enfermagem de um hospital do sudeste do Brasil mostrou a necessidade de se realizar um estudo sobre avaliação do estado nutricional e identificação dos sítios de dor corporal. Assim, o presente estudo teve por objetivo investigar a existência de associação entre as dores musculoesqueléticas, o estado nutricional e os turnos de trabalho em profissionais de enfermagem do hospital em questão. A metodologia inclui o delineamento do perfil da população por meio de um questionário sociodemográfico; avaliação da dor corporal utilizando o questionário Cultural and Psychosocial Influences on Disability; avaliação do estado nutricional por meio do índice de massa corporal, perímetro de cintura e percentual de gordura corporal; avaliação do consumo alimentar habitual pelo questionário de frequência alimentar semi-quantitativo; avaliação das condições de saúde pela aferição da pressão arterial e a realização de exames bioquímicos, contemplando glicose de jejum, triglicerídeos, colesterol total e frações. A análise estatística dos dados foi conduzida utilizando-se os testes Kolmogorov-Smirnov, T de Student, qui-quadrado de Pearson e a regressão logística binária com auxílio do software SPSS 17.0. Verificou-se que a prevalência de DME foi de 91%. As regiões corporais mais afetadas em ordem decrescente foram a lombar, pescoço, ombros, joelhos, punhos/mãos e cotovelos. Não houve associação entre as DME e as variáveis explicativas avaliadas, independente da região corporal. Entretanto, ao considerar as DME em regiões corporais específicas, identificou-se como fatores de riscos para o surgimento das DME: gênero feminino, idade superior a 50 anos, nível de escolaridade elevado, horas de sono insuficientes, sedentarismo, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, consumo inadequado de energia, carboidratos e potássio, trabalho noturno, subir e descer muitas escadas durante a jornada de trabalho, erguer cargas físicas pesadas, pressão psicológica, insatisfação e falta de apoio psicossocial no trabalho. Entretanto, consistiram em fatores de proteção para DME ser do gênero masculino (OR=0,07), não ser tabagista (OR=0,06), apresentar sono suficiente (OR=0,18), trabalhar no turno diurno (OR=0,17) e estar satisfeito com o trabalho (OR=0,05). O estado nutricional não esteve associado às DME. O trabalho em turnos também não esteve associado ao estado nutricional, ao consumo alimentar e às condições de saúde da equipe de enfermagem. Porém, ao considerar o gênero dos participantes nos diferentes turnos de trabalho, observou-se que no turno noturno os homens apresentaram maior média de ingestão de fibras (p=0,007) e ferro (p=0,022) e as mulheres maior média de pressão arterial sistólica (p=0,040) e diastólica (p=0,042). Assim, sugere-se que o trabalho noturno pode ser um fator de risco para o surgimento das DME, aumento da ingestão de nutrientes e da pressão arterial, sendo necessário desenvolver estratégias de prevenção para reduzir as queixas de dor e outros problemas de saúde que o trabalho noturno pode acarretar.
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    Arroz fortificado com ferro, zinco, tiamina e folato: impacto sobre o estado nutricional de pré-escolares e biodisponibilidade de ferro e zinco em ratos Wistar
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-03-20) Della Lucia, Ceres Mattos; Sant’Ana, Helena Maria Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/1260265650354485
    As deficiências de micronutrientes configuram-se como um importante problema de saúde pública emergente e de caráter mundial, sendo alvo de preocupação das autoridades e profissionais de saúde. O arroz fortificado com micronutrientes por meio da tecnologia Ultra Rice ® (UR®) pode ser uma importante estratégia na prevenção e controle dessas carências nutricionais. Este estudo teve como objetivo avaliar o impacto da utilização de um arroz fortificado (Ultra Rice®) com ferro, zinco, tiamina e folato sobre o estado nutricional de pré-escolares e a biodisponibilidade de ferro e zinco em ratos Wistar. Foi realizado um estudo de intervenção com crianças em duas creches filantrópicas de Viçosa, MG, em que as mesmas foram submetidas a avaliações antropométricas e bioquímicas, no início e ao final do período de intervenção, bem como à avaliação dietética. As crianças de uma creche receberam arroz polido e as crianças da outra creche receberam UR® misturado ao arroz polido, numa proporção de 1:100, como parte da alimentação escolar. A aceitação do arroz foi avaliada pela análise do resto- ingestão. A biodisponibilidade de ferro em dietas contendo UR® e UR® adicionado de farinha de yacon foi avaliada em ratos pelo método de depleção/repleção de hemoglobina. Foram monitorados o peso corporal e o consumo alimentar dos animais e calculados o ferro hemoglobínico (Hb-Fe), a eficiência de regeneração da hemoglobina (HRE) e o valor biológico relativo (RBV). Após eutanásia, determinou-se o conteúdo de ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) (ácidos acético, butírico e propiônico) a partir das fezes do conteúdo cecal dos animais e realizou-se a contagem de reticulócitos por meio da técnica do esfregaço. No ensaio sobre biodisponibilidade de zinco, ratos foram alimentados com dietas contendo duas diferentes fontes de zinco (UR® fortificado com óxido de zinco - dieta teste ou carbonato de zinco (ZnCO3) – dieta controle), suprindo 50 ou 100 % da recomendação desse mineral para esses animais. Foram avaliados o ganho de peso, a ingestão alimentar, o coeficiente de eficiência alimentar, o peso, a espessura e o comprimento do fêmur, a retenção de zinco, cálcio e magnésio no fêmur e as concentrações de zinco no fêmur, plasma e eritrócitos. No estudo de intervenção, observou-se que o UR® melhorou o estado nutricional dos pré-escolares em relação às concentrações de zinco, tiamina, ácido fólico, hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM). Não foram detectadas diferenças entre o início e o final do período de intervenção quanto aos valores de hematócrito, hemoglobina e eritrócitos. Os pré-escolares apresentaram ganho de peso após os 4 meses de intervenção, sendo que, na creche teste, as medianas de escore-z para os índices peso por estatura (P/E) e índice de massa corporal por idade (IMC/idade) também foram significativamente maiores. O UR® apresentou excelente aceitação sensorial por parte das crianças. A ingestão de energia e de proteínas por crianças da faixa etária de 4 a 6 anos foi significativamente maior na creche teste, assim como foi maior o consumo de vitamina B1, folato e ferro por crianças de 2 a 3 e de 4 a 6 anos. A média da pontuação total do Índice de Qualidade da Dieta (IQD) foi baixa em ambas as creches, indicando que a alimentação dos pré-escolares necessita de mudanças. No ensaio sobre biodisponibilidade de ferro, observou-se que a dieta contendo UR® apresentou alta biodisponibilidade, sendo observado um RBV de 84,6 %. Todavia, a adição de farinha de yacon à dieta contendo UR® promoveu redução significativa no valor de RBV (63,1 %). Houve diferença no conteúdo de AGCC sendo que, para o ácido acético, os grupos que receberam farinha de yacon apresentaram maiores valores comparados aos que não receberam. No ensaio sobre biodisponibilidade de zinco, a dieta controle proporcionou maior ganho de peso, coeficiente de eficiência alimentar, retenção de zinco e concentração de zinco no fêmur quando comparada à dieta teste. Entretanto, a ingestão alimentar, o comprimento e a espessura do fêmur, o zinco plasmático e o zinco eritrocitário não diferiram entre os grupos. O UR® mostrou-se como uma alternativa viável a ser utilizada na alimentação escolar, uma vez que os resultados dos estudos de biodisponibilidade de minerais e de intervenção foram promissores, indicando a eficácia de sua utilização. Palavras-chave: Deficiência de micronutrientes; fortificação de alimentos; vitaminas; minerais; crianças.
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    Componentes da Síndrome Metabólica e fatores associados em crianças de 8 e 9 anos do município de Viçosa, Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-24) Silva, Angélica Ribeiro e; Sant’Ana, Luciana Ferreira da Rocha; http://lattes.cnpq.br/8101902477730661
    Este estudo objetivou determinar as prevalências dos componentes da Síndrome Metabólica e verificar associação com parâmetros bioquímicos, clínico, antropométricos, de composição corporal e socioeconômicos. Trata-se de um estudo transversal, envolvendo 348 crianças de 8 e 9 anos, matriculadas em escolas públicas e privadas do munícipio de Viçosa, Minas Gerais. Aplicou-se questionários para caracterização das crianças quanto aos aspectos socioeconômicos e ambientais. Realizou-se avaliação antropométrica com aferição de peso, estatura e perímetros da cintura e do pescoço, sendo também calculados o Índice de Massa Corporal e a Relação Cintura Estatura. Avaliou-se perfil bioquímico com análise de colesterol total e frações, triacilglicerol, glicemia de jejum e insulina de jejum, a partir dos dois últimos parâmetros calculou-se o índice HOMA. Aferiu-se a pressão arterial das crianças. A classificação de eEste estudo objetivou determinar as prevalências dos componentes da Síndrome Metabólica e verificar associação com parâmetros bioquímicos, clínico, antropométricos, de composição corporal e socioeconômicos. Trata-se de um estudo transversal, envolvendo 348 crianças de 8 e 9 anos, matriculadas em escolas públicas e privadas do munícipio de Viçosa, Minas Gerais. Aplicou-se questionários para caracterização das crianças quanto aos aspectos socioeconômicos e ambientais. Realizou-se avaliação antropométrica com aferição de peso, estatura e perímetros da cintura e do pescoço, sendo também calculados o Índice de Massa Corporal e a Relação Cintura Estatura. Avaliou-se perfil bioquímico com análise de colesterol total e frações, triacilglicerol, glicemia de jejum e insulina de jejum, a partir dos dois últimos parâmetros calculou-se o índice HOMA. Aferiu-se a pressão arterial das crianças. A classificação de estado nutricional foi determinada pelo Índice de Massa Corporal por idade, segundo pontos de corte preconizados pela Organização Mundial de Saúde, a pressão arterial e níveis bioquímicos foram classificados de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. A maior parte das crianças era do sexo feminino (58,33%) e encontrou-se valores medianos de pstado nutricional foi determinada pelo Índice de Massa Corporal por idade, segundo pontos de corte preconizados pela Organização Mundial de Saúde, a pressão arterial e níveis bioquímicos foram classificados de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. A maior parte das crianças era do sexo feminino (58,33%) e encontrou-se valores medianos de parâmetros antropométricos e de composição corporal superiores nas crianças do sexo masculino. A prevalência de alterações nos componentes lipídicos foi alta para colesterol total (55,43%) e lipoproteína de baixa densidade (21,33%). Crianças com excesso de peso apresentaram maiores valores de componentes lipídicos e de pressão arterial. Observou-se que valor de z-escore maior que dois determinou alterações no triacilglicerol, índice HOMA e pressão arterial destas crianças. Na análise da razão de prevalência verificou-se que resistência à insulina e alteração no triacilglicerol, em ambos os sexos, e na concentração de lipoproteína de alta densidade no sexo feminino foram determinadas por percenti 75 das medidas de perímetro da cintura, relação cintura estatura, perímetro do pescoço e gordura corporal. Maior escolaridade paterna foi determinante de menor z-escore de Índice de Massa Corporal por idade nas crianças com excesso de peso. Após regressão múltipla observou-se que nível de escolaridade materno esteve relacionado com maior pressão arterial sistólica, e, paterno com menor pressão arterial diastólica; além do que pais solteiros se relacionou a maior pressão arterial diastólica. Ainda com 13 a regressão múltipla foi possível concluir que o índice antropométrico usado para determinação do excesso de peso (IMC/I) se mostrou mais relacionado com componentes da Síndrome Metabólica do que o perímetro da cintura na população estudada. Os componentes diagnósticos da Síndrome Metabólica, HDL e TAG, apresentaram relação com componentes lipídicos ligados ao processo aterosclerótico (CT e LDL). Com a regressão múltipla foi observado que os componentes antropométricos perímetro do pescoço e relação cintura estatura relacionaram-se com pressão arterial sistólica e resistência insulínica, e maior concentração de triacilglicerol. O excesso de gordura é o centro etiológico do desenvolvimento de alterações nos componentes da Síndrome Metabólica em crianças. Os resultados encontrados reforçam a necessidade de assistência pediátrica nessa faixa etária, visando o diagnóstico precoce de alterações nos componentes da síndrome e, principalmente, ao aconselhamento nutricional. Estes resultados são de grande utilidade para a adoção de políticas públicas para promoção nutricional desde os primeiros anos de vida, bem como para a execução de atividades de Educação Nutricional e para a Saúde no âmbito dos trabalhos realizados pela Universidade Federal de Viçosa para a comunidade viçosense.
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    Competências profissionais para o trabalho do nutricionista em atenção primária no Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-12-12) Junqueira, Túlio da Silva; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/6006471195125070
    A discussão sobre a formação dos nutricionistas diante das necessidades impostas ao cotidiano profissional no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá primar por um processo de ensino e aprendizagem capaz de colocar no mercado de trabalho, profissionais que, além da competência técnica, estejam preparados para compreender, analisar e intervir nos problemas sociossanitários dos locais e cenários onde atuam, tendo como referência a formação cidadã e a busca da justiça social. Destaca-se a necessidade de se implementar mudanças paradigmáticas nas instituições de ensino, orientando os currículos para a formação por competências – aprendizagem com base nos conhecimentos, atitudes e habilidades – necessária para que os estudantes e profissionais atuem de maneira ativa, responsável e criativa na construção de seu projeto de vida, tanto pessoal e social como profissional. Os objetivos deste estudo foram identificar e delinear as competências (gerais e específicas) necessárias aos nutricionistas que atuam na Atenção Primária em Saúde (APS), visando classificar e categorizar essas competências, contribuindo assim, para a concretização das reformas pedagógicas no âmbito das universidades brasileiras, nos marcos das orientações internacionais e das Diretrizes Curriculares Nacionais. Foi utilizada a técnica Delphi em três momentos distintos (rounds), a fim de alcançar um nível de consenso esperado entre os experts. Foram consultados 52 sujeitos que foram divididos em dois grupos: nutricionistas docentes e nutricionistas atuantes na APS de diversas regiões do país. O padrão arbitrário inicial de concordância foi de 85% (pela maioria) para todas as rodadas. Ou seja, adotou-se como consenso o escore igual ou superior a 85% para cada competência, considerando os itens correspondentes a muita importância e extrema importância, da escala de Likert, depois de duas rodadas. A análise descritiva ocorreu por meio das distribuições de frequências das respostas separadas segundo as etapas do estudo. Realizou-se o teste do qui-quadrado para verificar a associação entre a existência de consenso nas competências avaliadas e a forma de atuação do profissional. O teste de Fisher foi empregado quando as diferenças nas distribuições esperadas foram ≤ 5. O nível de significância considerado foi de p < 0,05. Realizou-se o teste de normalidade Kolmogorov Sminorv para verificar a distribuição das variáveis que mensuraram o grau de importância das competências segundo a escala Likert. Posteriormente, procedeu-se o teste de Mann-Whitney para comparar os valores da escala entre o grupo de atuantes em docência e na rede da APS. A confiabilidade interna do questionário em relação aos constructos propostos, ou seja, se cada item tem relação com o conceito sobre o qual ele está inserido foi verificada a partir do alfa de Cronbach; valores do índice acima de 0,70 indicam um bom constructo. As opiniões dos participantes do painel apresentaram consenso sobre as competências gerais e específicas dos nutricionistas que atuam na APS. O processo de rodadas resultou em 133 competências consideradas essenciais para a formação do nutricionista. Destas, 80 (60,1%) foram consideradas competências gerais e 53 (39,9%) competências específicas. Além disso, 22 (14,7%) competências foram consideradas como não essenciais para a formação do nutricionista. Das 29 competências relacionadas à gestão das ações de Alimentação e Nutrição, 23 (79,3%) atingiram consenso (sete planejamentos, onze organizações, três direções e dois controles). Em relação às competências sobre o cuidado nutricional, tendo como os sujeitos das ações indivíduos, família e comunidade, 110 competências foram consensuadas, sendo que destas, 27 relacionadas ao diagnóstico, 29 relacionadas à promoção da saúde, 22 relacionadas à prevenção de doenças e 32 relacionadas ao tratamento. O presente estudo pode ser considerado pioneiro na avaliação das competências do nutricionista na área de APS no Brasil e contemplou a participação de voluntários de diferentes localizações do Brasil. Um aspecto que ficou evidente nesta investigação foi que os conhecimentos, tanto conceitual, procedimental e contextual, quanto de planejamento, organização, direção e controle são componentes importantes da competência profissional na área de atuação do nutricionista. Estas competências foram consideradas imprescindíveis para a solução dos problemas enfrentados, bem como constituem fatores limitantes do desempenho profissional do indivíduo. A convergência de opiniões entre os profissionais da rede e os docentes é um importante achado para a formação no consenso e pode ser o passo inicial para diminuir o hiato entre a formação e atuação profissional nos contexto do SUS, visando a superação da lacuna existente entre a universidade e atuação nos diferentes cenários de práticas, destacando-se a APS. Sendo assim, este estudo constitui-se em um importante passo para estimular o processo de construção e reflexão sobre a (re)forma universitária e curricular do profissional nutricionista.
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    Avaliação e validação do portfólio coletivo e crítico-reflexivo como método de ensino, aprendizagem e avaliação no âmbito da formação por competências
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-11-13) Costa, Glauce Dias da; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/4885112865047487
    O portfólio reflexivo tem sido cada vez mais utilizado, em vários países, como prática pedagógica ativa no processo de formação dos estudantes da área de saúde. Sua utilização se dá a partir de uma transformação paradigmática na formação universitária, transcendendo o modelo tradicional, baseado essencialmente na transmissão de conhecimentos e na memorização, para um modelo educacional ativo baseado na formação por competências (incluindo conhecimentos, habilidades e atitudes), o que coloca no centro da ação educativa os próprios estudantes. No entanto, a evidência científica aponta para uma fragilidade de instrumentos e estudos de avaliação desse método. Tal fragilidade se refere, essencialmente, na identificação de conteúdos e critérios relevantes na formação por competências dos estudantes, bem como sobre a percepção dos estudantes quanto à aplicabilidade e pertinência desse método didático no processo de aprendizagem, no âmbito universitário. Objetivos: avaliar e validar o portfólio coletivo reflexivo como método de ensino, aprendizagem e avaliação no âmbito da formação por competências dos estudantes de nutrição e enfermagem da Universidade Federal de Viçosa. Métodos: pesquisa descritiva e exploratória quanti-qualitativa, realizada por meio da triangulação de métodos, cujas técnicas de coleta de dados foram: análise documental, observação participante, entrevistas individuais e grupos focais. Foram analisados 70 portfólios (anos 2008 a 2012), por três avaliadores independentes, tendo como instrumento um Inventário de Análise de Qualidade do portfólio formulado a partir de critérios desenvolvidos pelos pesquisadores a partir de estudos presentes na literatura científica e experiência da práxis dos docentes. Participaram do estudo 114 estudantes dos cursos de graduação em Nutrição e Enfermagem que cursaram a disciplina Políticas de Saúde nos anos 2012 (I e II semestres) e 2013 (I semestre). Nas análises quantitativas foi utilizado o alpha de Cronbact, para avaliação da confiabilidade dos constructos do inventário. O Kappa foi empregado para testar a concordância entre os avaliadores, analise descritiva e teste t de médias para outras análises estatísticas relevantes. Já nas análises qualitativas, utilizaram-se a Análise de Conteúdo e a Teoria de Representações Sociais como base teórica de análise. Resultados: os dados foram apresentados e analisados em forma de artigo: dois de revisão e cinco originais, sendo dois que já foram publicados. O primeiro artigo traz elementos de reflexão para uma construção conceitual do portfólio, apresentando apontamentos importantes que o caracterizam e o determinam como método inovador de ensino, aprendizagem e avaliação, abordando subsídios de compreensão conceitual para um bom uso do portfólio. O segundo artigo apresenta as condições e elementos de sucesso na construção do portfólio. Respaldado pela literatura científica, quatro critérios de sucesso na construção do portfólio foram identificados: necessidade de capacitação e treinamento, estrutura e orientações adequadas, experiências e materiais relevantes e uma avaliação formativa. O terceiro artigo retrata a percepção dos estudantes quanto à utilização de dois instrumentos criados pela equipe como facilitadores do processo de construção do portfólio: o Planejamento de Aprendizagem do Processo de construção do Portfólio (PAPP) e o Relatório de Trabalho em Equipe (RTE). Os dados foram analisados, dos quais se extraíram três dimensões: a dimensão instrumental, a dimensão de aprendizagem e a dimensão do trabalho em equipe, trazendo características importantes que retratam a necessidade de significação desses intrumentos, com vistas ao auxílio dos estudantes na construçao do portfólio reflexivo. O quarto artigo apresenta o processo de avaliação do portfólio por meio da análise documental, em que se verificou que os constructos (layout e organização e pensamento compreensivo, reflexivo, crítico e criativo) apresentaram valores de Alpha Cronbach acima de 0,7, determinando alta confiabilidade do instrumento. A utilização do teste Kappa ponderado determinou elevada e significativa concordância entre os avaliadores (concordância média > 90%). Destaca-se que alguns itens e constructos atingiram valores maiores do que 4, com diferença significativa no decorrer dos anos, indicando que todos os constructos foram mais bem avaliados a partir do ano 2011, o que pode ser justificado pela implantação do instrumento de avaliação e autoavaliação, demonstrando, assim, um aperfeiçoamento do uso do portfólio como método de ensino, aprendizagem e avaliação. O quinto artigo aborda as representações sociais dos estudantes do fenômeno de aprendizagem dado pela construção do portfólio. Respaldados pela Teoria das Representações Sociais, os achados revelaram os seguintes núcleos de sentido a partir da apreensão dos estudantes sobre o portfólio como método de aprendizagem: facilidades na compreensão do conteúdo, autonomia, liberdade, postura crítico-reflexiva. Como método de avaliação, foram considerados os seguintes núcleos de sentidos: o erro como oportunidade, a interação com o professor e o ambiente diferenciado pela transparência de critérios de avaliação não punitiva. Alguns pontos de convergência e, ou, conflito também foram identificados, sendo eles: o tempo como fator dificultador na construção das atividades e no trabalho em equipe, a reflexão ora como descoberta, ora como incômodo e o portfólio como método inovador em um contexto de ensino tradicional. Os dois últimos artigos enfocaram as seguintes competências, exercitadas durante o processo de construção do portfólio “Aprender a Conhecer”: “Aprender a Fazer”, “Aprender a Ser” e “Aprender a Conviver e a Trabalhar Juntos, com base nas proposições do informe da UNESCO para Educação. Conclusões: o portfólio coletivo reflexivo se mostrou método coerente com sua proposta de inovação nas formas de se ensinar, aprender e avaliar. A capacitação dos docentes para utilização do portfólio como método ativo e inovador é condição-chave de sucesso do processo de ensino, aprendizagem e avaliação. O portfólio reflexivo estimula nos estudantes a autonomia, liberdade, crítica, reflexão e criatividade, possibilitando a formação de profissionais de saúde preparados para a tomada de decisões e soluções de problemas complexos da sociedade contemporânea.
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    Diagnóstico e prevalência oculta da doença renal crônica em portadores de hipertensão arterial: o papel estratégico da atenção primária à saúde na prevenção de agravos e enfermidades
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-12-13) Silva, Luciana Saraiva da; Cotta, Rosângela Minardi Mitre; http://lattes.cnpq.br/0289479620415641
    A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), condição crônica altamente prevalente, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento e progressão da Doença Renal Crônica (DRC), que é considerada um problema de saúde pública em todo o mundo. A prevalência de DRC vem aumentando mundialmente, com incremento anual de 8 a 16%, que é maior do que o crescimento populacional geral. A DRC é definida como a presença de lesão renal, associada ou não à diminuição da Taxa de Filtração Glomerular (TFG) < 60 mL/min/1,73m2 por um período ≥ 3 meses. O diagnóstico da DRC baseia-se na identificação de grupos de risco (idosos, obesos, portadores de HAS ou diabetes), na presença de lesão renal e na redução da TFG. Na prática clínica, a função renal pode ser avaliada pela dosagem da creatinina, pela depuração da creatinina e pela estimativa da TFG por meio de fórmulas. No entanto, os estudos não mostram um consenso sobre o método de detecção da DRC a ser utilizado. Neste contexto, a DRC, em geral, tem sido subdiagnosticada e tratada inadequadamente, culminando em um alto custo de tratamento, sobretudo pela não implementação de medidas preventivas. Assim, destaca- se a importância da Atenção Primária à Saúde (APS), por meio da Estratégia Saúde da Família (ESF), no diagnóstico precoce e encaminhamento dos pacientes a especialistas. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é avaliar os diferentes métodos de diagnóstico da DRC e sua prevalência oculta em portadores de HAS cadastrados na ESF do município de Porto Firme-MG, com ênfase no papel estratégico da APS na prevenção de agravos e enfermidades. Trata-se de um estudo transversal com os portadores de HAS acompanhados pela ESF do município, cuja coleta dos dados se deu por meio de entrevistas, avaliações antropométrica, clínica e bioquímica. O diagnóstico de DRC foi realizado por meio da dosagem de creatinina sérica, depuração de creatinina e avaliação da TFG estimada a partir das fórmulas CG, CG-corrigido, MDRD-6, MDRD-4, CKD-EPI. Uma vez identificada alguma alteração em um dos testes realizados, os mesmos foram repetidos após três meses para confirmação do diagnóstico. Para a análise dos dados utilizou-se o software SPSS. O nível de significância adotado para rejeição da hipótese de nulidade foi α = 0,05. O projeto de pesquisa foi submetido à análise e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), protocolo 044/2012. Foram avaliados 293 indivíduos, com média de idade de 65,8 anos; 76,0% eram do sexo feminino; 60,8% eram casados; 74,1% eram aposentados; 90,0% possuíam baixa renda e baixa escolaridade e 66,9% apresentavam sobrepeso. A maior concordância com a depuração real, segundo o kappa ponderado, se deu pela fórmula CKD-EPI (kappa = 0,362) e a menor concordância pela fórmula CG (kappa = 0,311). Observou-se uma correlação significante (p<0,001), porém moderada entre a depuração real e todas as fórmulas avaliadas, sendo a maior correlação com a fórmula CKD-EPI (r = 0,612). A fórmula CKD-EPI apresentou o menor número de indivíduos abaixo do limite inferior de concordância pela análise de Bland-Altman. Em relação à prevalência, 38,6% (IC 95%: 33,0 - 44,2) da população estudada apresentavam DRC, sendo que aproximadamente 14% estavam em estágio mais avançado da doença (TFG < 45 mL/min/1,73m2). Quando as variáveis foram comparadas nos diferentes estágios, observou-se relação estatisticamente significante da DRC com idade, escolaridade, uso de álcool, sobrepeso, risco cardiovascular, creatinina e microalbuminúria. Quando avaliada a razão de prevalência, observou-se associação estatisticamente significante com idade e creatinina. Visto tais resultados, recomenda-se que, juntamente com o valor da creatinina sérica, os serviços de patologia clínica forneçam a estimativa da TFG, o que permitirá a visualização imediata da DRC. Sugere-se também a divulgação e utilização das tabelas que fornecem a TFG, sendo esta, uma ferramenta de baixo custo e fácil utilização, que poderá ser aplicada também como rotina na APS. O estudo reforça o papel estratégico da APS no diagnóstico e prevenção de agravos e enfermidades, visto que esta é a porta de entrada dos indivíduos nos serviços de saúde. Por fim, os achados deste estudo ratificam a necessidade de capacitação da equipe de saúde envolvida no tratamento desses pacientes, fomentando a prevenção e diagnóstico da DRC nos estágios iniciais.
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    Avaliação dos fatores de risco para doenças cardiovasculares em portadores de doença celíaca
    (Universidade Federal de Viçosa, 2013-02-28) Valente, Flavia Xavier; Peluzio, Maria do Carmo Gouveia; http://lattes.cnpq.br/0416863324631650
    A doença celíaca é uma condição autoimune sistêmica desencadeada pela exposição ao glúten que se desenvolve em indivíduos geneticamente predispostos em qualquer idade. O único tratamento é a dieta livre de glúten (DLG) por toda a vida que, devido ao seu caráter restritivo, pode fornecer ingestão inadequada de nutrientes, como altas quantidades de lipídios nos produtos insentos de glúten, principalmente em ácidos graxos saturados, em detrimento aos ácidos graxos ω-3, além de baixas quantidades de vitaminas, principalmente ácido fólico, B 6 e B12. Estes nutrientes são fortemente associados ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), uma das principais causa de morte entre os pacientes celíacos. Assim, o objetivo deste estudo foi verificar a influência da DLG no desenvolvimento de fatores de risco para DCV em portadores de doença celíaca. Foram incluídos no estudo vinte pacientes celíacos (36,3±13,7 anos; 22,5±3,2 kg/m2), com diagnóstico confirmado por biópsia intestinal e em tratamento com DLG e trinta e nove não portadores da doença celíaca (36,0±13,0 anos; 23,8±3,7 kg/m 2), pareados por sexo e idade com os pacientes celíacos na proporção de 2:1. Realizou-se avaliações sóciodemográficas e antropométricas, bem como análise do consumo alimentar e de adesão à DLG, determinação da composição de ácidos graxos eritrocitários e das concentrações séricas de lipoproteínas, ácido fólico, vitaminas B6, B12, albumina e homocisteína. Calculou-se o índice ω-3 como marcador da ingestão dos ácidos graxos eicosapentanóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA). A população de pacientes celíacos foi composta predominantemente por mulheres (65%), sendo o tempo de diagnóstico e de seguimento da DLG de 1,2±0,6 anos. Todos os resultados do teste sorológico do anticorpo IgA anti-transglutaminase foram negativos, demonstrando aderência à DLG. A comparação entre os grupos não demonstrou diferenças em relação às variáveis sóciodemográficas e antropométricas. Em relação ao consumo alimentar, os pacientes celíacos apresentaram consumo maior de colesterol do que o grupo de comparação (288,3±96,5 vs. 230,2±79,4 mg, p=0,023) e todos os pacientes celíacos apresentaram ingestão de ácido fólico deficiente em relação à Necessidade Média Estimada (EAR). Além disso, ambos os grupos apresentaram baixa frequência de consumo de peixes fonte de ω-3 (0,4±0,5 vs 0,7±0,9 vezes por semana). A avaliação dos marcadores bioquímicos demonstrou que as mulheres celíacas apresentaram maiores concentrações de colesterol total e triglicerídeos do que as mulheres do grupo de comparação (298,9±111,0 vs. 269,2±66,9 mg/dL, p<0,05 e 106,6 ± 33,9 vs 80,9 ± 37,7 mg/dL, p<0,05 respectivamente). De modo interessante, os pacientes celíacos aprentaram maiores valores de albumina sérica (3,8±0,1 vs 3,6±0,2 g/L, p=0,01) e menores valores para ácido fólico sérico (7,7±3,5 vs. 12,8±4,2 ng/mL, p <0,001) do que os indivíduos do grupo de comparação. A proporção de pacientes celíacos com concentrações de homocisteína elevada (≥ 12 μmol/L para homens e ≥10 μmol/L para mulheres) foi de 40%, considerada alta em relação a outros estudos. A composição de ácidos graxos dos eritrócitos revelou maior consumo de ácidos graxos da família ω-6 (25,0±6,7% vs. 15,1±7,1, p<0,001) e menor consumo de EPA e DHA refletido pelo baixo valor do indice ω-3 (3,4% vs 6,7%, p<0,05) por parte dos pacientes celíacos. Desta forma, foi possível concluir que o tratamendo com DLG está relacionado à deficiências nutricionais em pacientes com doença celíaca que se associam ao risco de desenvolvimento de DCV no grupo estudado.