Ciências Biológicas e da Saúde

URI permanente desta comunidadehttps://locus.ufv.br/handle/123456789/3

Navegar

Resultados da Pesquisa

Agora exibindo 1 - 10 de 123
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Variabilidade genética em populações de Melipona rufiventris (Hymenoptera: Apidae, Meliponinae) no estado de Minas Gerais – Brasil
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003-03-31) Costa, Ronaldo Guimarães; Tavares, Mara Garcia; http://lattes.cnpq.br/4503906630060325
    Com objetivo de caracterizar e quantificar a variabilidade genética e de encontrar marcadores genéticos que possibilitassem estudos populacionais, operárias adultas de Melipona rufiventris foram coletadas nas saídas das colméias e submetidas à eletroforese em gel de amido. Foram obtidas amostras de M. rufiventris de 39 colônias em 13 localidades do Estado de Minas Gerais, sendo 8 delas localizadas em regiões com vegetação típica de cerrado e 5 em regiões com vegetação típica de mata. Nove sistemas enzimáticos foram analisados: Malato Desidrogenase (MDH), Peptidase-A (PEP-A), Isocitrato Desidrogenase (ICD), α-Glicerofosfato Desidrogenase (α-GPDH), Glicose-Fosfato Isomerase (GPI), Fosfoglicomutase (PGM), Hexoquinase (HK), Esterase (EST) e P-Hidróxido Butirato Desidrogenase (β-HBDH). Estes nove sistemas enzimáticos permitiram estudar 17 locos, dentre os quais, apenas 2 foram polimórficos (Est-4 e Mdh-1). Est-4 apresentou polimorfismo apenas em colônias coletadas em região de mata, enquanto o polimorfismo para Mdh-1 foi verificado apenas em colônias oriundas do cerrado. Nas colônias de Brasilândia (cerrado), a Est-4 apresentou um padrão enzimático intermediário, entre o padrão apresentado por colônias de mata e de cerrado, o que sugere que as colônias desta região sejam híbridas. Observou-se ainda, que os sistemas PEP-A e β-HBDH apresentaram diferentes padrões de expressão entre populações de mata e cerrado, o que contribuiu para a diferenciação de ambas. A heterozigosidade esperada foi de 0,0068 em populações de cerrado e de 0,0078 em populações de mata e a proporção de locos polimórficos foi de 5,88% em cada população. Esse valor de heterozigosidade foi bem menor do que o verificado em outros Hymenoptera. Os altos valores de Fst (índice de fixação) encontrados (Fst = 0,2306 entre sub-populações de mata e Fst = 0,3870 entre sub-populações de cerrado) encontrados indicam uma grande diferenciação genética entre as sub-populações de mata e de cerrado. A distância genética entre colônias de mata e de cerrado variou de 0,4739 a 0,5003, o que sugere a existência de, pelo menos, duas “formas” de M. rufiventris rufiventris, no estado de Minas Gerais, ou até mesmo, de duas espécies, sendo uma delas, encontrada, em regiões de mata e a outra em regiões de cerrado.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Biologia reprodutiva de Peltastes peltatus (Vell.) Woodson (Apocynaceae): morfologia floral, mecanismo de polinização e polinizadores
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-03-25) Tostes, Renata Barreto; Vieira, Milene Faria; http://lattes.cnpq.br/5777279000099677
    O gênero Peltastes Woodson (Apocynoideae), possui sete espécies, todas restritas às Américas Central e do Sul. Trabalhos sobre a biologia reprodutiva em espécies desse gênero inexistem. O presente trabalho tem como objetivo estudar a biologia reprodutiva de Peltastes peltatus na Reserva Florestal Mata do Paraiso (20°45’S e 42º54'W), Viçosa, Zona da Mata de Minas Gerais. Para tanto foram registrados dados sobre a fenologia da floração, morfologia e biologia floral, visitantes florais e sistema reprodutivo. Para o estudo da fenologia da floração foram realizadas visitas semanais ao campo, no período de outubro de 2000 a abril de 2001 e outubro de 2001 a março de 2002. A análise da morfologia floral foi feita em laboratório, com auxílio de microscópio estereoscópio e fixando flores em diferentes estádios de desenvolvimento em FAA 50% e CRAFT, para a realização de cortes anatômicos. Os dados sobre visitantes florais foram tomados ao longo do dia por observações diretas. O sistema reprodutivo foi verificado mediante testes de polinização. P. peltatus floresceu de outubro a abril e suas flores duraram, em média, 3,28 dias. Essa espécie apresentou características morfológicas ainda não mencionadas para as Apocynaceae s.s., como por exemplo, união entre filetes e retináculo não-tricomáceo. A captura de pólen da probóscide do inseto visitante foi transferida para tecidos não-carpelares. As fendas anterais desempenham a função de guiar o aparelho bucal dos insetos dentro da flor, conduzindo-o para que ocorra a polinização e remoção de nova carga de pólen. A mucilagem secretada pela cabeça dos estiletes exerce importante função na reprodução de P. peltatus, permitindo a germinação do pólen, crescimento dos tubos polínicos, além de auxiliar na remoção de pólen. Tanto em autopolinização como em polinização cruzada os tubos polínicos crescem até os ovários e penetram nos óvulos. P. peltatus é polinizada por abelhas Euglossini, dentre elas, Euplusia violacea foi o polinizador mais efetivo. Essa abelha é sazonal na região de Viçosa, estando ativa de outubro até meados de março, ocorrendo, portanto, sobreposição do período de floração de P. peltatus com seu período de atividade e maior abundância. O néctar de P. peltatus parece suprir parte do recurso alimentar necessário para manutenção dessas abelhas, na área de estudo. P. peltatus apresentou baixa produção de frutos.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Frutificação e herbivoria floral de espécies de Melastomataceae em áreas em recuperação após mineração de bauxita em Poços de Caldas, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003-07-28) Vianna, Maria Rodrigues; Marco Junior, Paulo de; http://lattes.cnpq.br/1965117391645606
    A família Melastomataceae possui uma grande variedade de tipos de reprodução, desde formas agamospérmicas a sistemas com auto-incompatibilidade. Nestes, a importância de agentes polinizadores pode ser fundamental. Essa variedade de estratégias reprodutivas, associadas a fatores como resistência a altas concentrações de alumínio no solo, poluição do solo, do ar e grande capacidade de colonização, as tornam abundantes em regiões perturbadas e podem tornar as espécies dessa família de grande importância na recuperação de áreas degradadas. Na ausência de espécies responsáveis por serviços do ecossistema entre outros a polinização, o controle biológico e a dispersão de sementes, processos como recuperação de áreas degradadas podem se tornar lentos. Se esses serviços são fundamentais na manutenção de ecossistemas, eles podem ser utilizados para a melhoria do desempenho do processo sucessional, aumento da produtividade ou para indicação de sustentabilidade, partindo do princípio de que um ecossistema autosustentável possui todas as suas funções sendo desempenhadas mais eficientemente. Os objetivos deste trabalho foram estudar alguns dos aspectos da história natural da polinização e os danos causados pela herbivoria floral em espécies de Melastomataceae presentes em áreas de recuperação após mineração de bauxita. A partir disto, buscou-se determinar a importância relativa dos agentes polinizadores para a produção de frutos e avaliar qual metodologia utilizada para a recuperação de áreas degradadas pode ser considerada mais sustentável. Foram estudadas dez espécies de Melastomataceae presentes no Retiro Branco, na área da utilizada para a recuperação de áreas degradadas pode ser considerada mais sustentável. Foram estudadas dez espécies de Melastomataceae presentes no Retiro Branco, na área da ALCOA Alumínios S/A, em Poços de Caldas, MG. Nesse local, são utilizados principalmente dois tipos de revegetação: plantio de monocultura de bracatinga (Mimosa scabrella) e plantio de espécies nativas da região. Em experimento controlado de exclusão de polinizadores determinou-se a proporção de frutos produzidos e taxas de herbivoria floral. Os resultados corroboram a hipótese de que pode haver uma tendência filogenética para a ocorrência de agamospermia na tribo Miconieae, bem como para o tipo de fruto produzido. Quanto maior a quantidade de flores numa inflorescência, maior é a herbivoria floral entre as espécies estudadas, mas não dentro de cada uma delas. Características como a cor e o tamanho das flores não foram consideradas bons indicadores de atratividade floral. Existe uma forte tendência dentro desta família de espécies que investem em polinização não investirem em dispersão e vice versa. Áreas recuperadas por plantios que favorecem a sucessão ecológica naturalmente devem ter uma maior taxa de produção de frutos e menor taxa de herbivoria floral. Os tipos de recuperação empregados não afetam a produtividade de frutos das espécies de Melastomataceae na área do Retiro Branco. Para plantas que se reproduzem por agamospermia, outros critérios, como presença de dispersores e intensidade de dispersão, devem ser melhore indicadores de sustentabilidade. Apesar do Retiro Branco ser considerado um local privilegiado em termos de potencial para recuperação, funções básicas como polinização não atingiram um nível que pudesse ser considerado ótimo em pelo menos uma espécie dependente de polinizadores.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Hormese: um pouco de algo perigoso pode ser bom
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-28) Jusselino Filho, Pedro; Zanuncio, José Cola; http://lattes.cnpq.br/2931598393121006
    Percevejos predadores são inimigos naturais importantes de muitas espécies de artrópodos e em condição de campo estão constantemente expostos a xenobióticos usados para o controle de insetos-praga. Em várias classes de organismos, os efeitos de xenobióticos sobre variáveis biológicas são complexos e o entendimento dos mesmos são de grande importância para vários campos do conhecimento científico. Assim, estudou-se o efeito das doses subletais de 0,131; 1,315; 13,15; 131,5 e 1315 ppb de permetrina nos parâmetros biológicos de Podisus distinctus (Stål) (Heteroptera: Pentatomidae), aplicadas topicamente em ninfas de terceiro estádio desse predador. Houve redução na duração dos terceiro e quarto estádios nas doses de 0,131 e 1,315 ppb de permetrina, respectivamente. Evidenciou-se o efeito hormético com 0,131, 1,315 e 13,15 ppb de permetrina sobre ninfas de P. distinctus, as quais apresentaram maior peso e sobrevivência, além de menor duração ninfal nessas doses. Além disso, observou-se hormese em parâmetros reprodutivos, como os números de ovos e de ninfas/fêmea de P. distinctus. Tabelas de vida de fertilidade e de esperança de vida mostraram maiores valores da taxa bruta (TBR) e líquida (R 0 ) de reprodução na dose de 0,131 ppb de permetrina que no controle e demais doses. O aumento populacional desse predador por ano foi maior com essa dose de permetrina, o que confirma também, a ocorrência de hormese. A hormese, embora raramente observada em inimigos naturais em condições de campo, pode ser induzida e melhorar a performance reprodutiva de P. distinctus e representa uma ferramenta para programas de controle biológico no manejo integrado de pragas.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Produção da micotoxina citrinina por Penicillium spp.
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-28) Vivan, Juliana; Coelho, Jorge Luiz Cavalcante; http://lattes.cnpq.br/8582025092660791
    O fungo Penicillium expansum, produtor de enzimas pectinolíticas e xilanolíticas, as quais possuem aplicação na indústria têxtil, na indústria de bebidas, principalmente na clarificação de sucos e vinhos, e na indústria de alimentos, está incluído entre as espécies toxigênicas capazes de produzir micotoxinas, dentre elas a citrinina. A presença dessa micotoxina inviabiliza a utilização de P. expansum na indústria de alimentos. Com o propósito de analisar a possibilidade desse fungo produzir simultaneamente as enzimas de interesse e a citrinina, foram verificadas seis linhagens de Penicillium , que vêm sendo utilizadas em estudos de produção de pectinases e xilanases na Universidade Federal de Viçosa. Dois métodos de análise, cromatografia em camada delgada (CCD) em sílica-gel e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) em fase reversa, foram utilizados com o único propósito de detectar citrinina. Dentre as seis linhagens, P. citrinum (principal produtor de citrinina ), P. expansum GF (linhagem toxigênica isolada de maçãs deterioradas), P. expansum VIC, P. griseoroseum , P. roqueforti e P. camemberti , apenas P. citrinum e P. expansum GF produziram citrinina nos três meios de cultivo testados (Timonin, YES e Aveia). P. roqueforti produziu citrinina apenas em caldo Timonin e os demais não a produziram em nenhum dos meios testados. Apenas o fungo P. citrinum foi capaz de produzir citrinina sob condições de incubação estática e em agitação rotacional a 150 rpm, em longos períodos de tempo (40 dias). O fungo P. expansum GF produziu a citrinina somente em condições estáticas, os demais fungos testados, P. expansum VIC, e P. roqueforti , também cultivados em ambas as condições, foram incapazes de produzir citrinina. Deste modo, pode-se concluir que os fungos P. expansum VIC e P. griseoroseum não representam perigo quanto à produção de citrinina, quando utilizados na indústria de alimentos, pois não têm capacidade de produzir a micotoxina nas mesmas condições em que produzem as enzimas de interesse, poligalacturonase e xilanase.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Caracterização de α -galactosidase de soja para hidrólise de oligossacarídeos de rafinose
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-28) Viana, Simone de Fátima; Rezende, Sebastião Tavares de; http://lattes.cnpq.br/4767669584583840
    A ingestão de grãos de leguminosas, como a soja e derivados, resulta no aparecimento de sintomas desagradáveis, o que limita o seu consumo. Dentre os sintomas desagradáveis, destaca-se a flatulência, que é resultante do metabolismo anaeróbico de α-1,6-galactosídeos de rafinose (RO: oligossacarídeos de rafinose) presentes nos grãos das leguminosas em geral. A remoção desses açúcares das sementes ou do extrato hidrossolúvel poderia aumentar o consumo de alimentos derivados de soja. Vários processos para redução do conteúdo de RO em derivados de soja já foram descritos; entretanto, a hidrólise enzimática dos RO, catalisada por α-galactosidases, parece ser o mais promissor. O objetivo deste trabalho foi verificar a eficiência da α-galactosidase de sementes de soja em germinação para hidrolisar os RO presentes no extrato de soja. Sementes de soja (Glycine max , vr. CAC-1) foram germinadas por 60 h, a 27 °C. O extrato enzimático foi obtido pela trituração das sementes em tampão citrato/fosfato de sódio, pH 5,0. A suspensão foi filtrada e centrifugada, e o extrato enzimático resultante, utilizado para a purificação da α-galactosidase. Em uma primeira abordagem, o extrato enzimático foi fracionado em um sistema de duas fases aquosas (SDFA), formado por uma mistura de 16% (p/p) de PEG 1500, 16% (p/p) de fosfato de sódio pH 5,0 e 12% (p/p) de NaCl. A enzima presente na fase superior do SDFA foi dialisada e submetida à cromatografia de troca iônica em coluna de CM-Sepharose, pH 4,0. As frações com atividade de α-galactosidase, eluídas com um gradiente de NaCl (0-0,8M), foram reunidas, concentradas por ultrafiltração, originando a α-galactosidase semi-purificada. A α-galactosidase foi purificada 12,4 vezes e o rendimento do processo de purificação foi de 13,5%. Atividade máxima de α-galactosidase foi detectada em pH 5-6 a 50 °C. A enzima manteve-se em torno de 100% da atividade original após pré- incubação por 3 h, a 35 e 40 °C, mas somente 50% da atividade original foi mantida após pré-incubação a 45 °C. K M ap para ρNPGal, melibiose e rafinose determinados pelo método do duplo-recíproco foram de 0,30 mM, 0,63 mM e 6,16 mM, respectivamente. A enzima hidrolisou com maior intensidade rafinose, seguido de ρNPGal, estaquiose e melibiose. Galactose, rafinose, melibiose, CuSO 4 , SDS e CAC-1l 2 atuaram como inibidores da atividade da enzima parcialmente purificada. Resultados do tratamento do leite de soja com a enzima mostraram redução de 72,3% de estaquiose e 89,2% de rafinose após um período de incubação de 6h, a 40 °C. Com o objetivo de aumentar o rendimento do processo de purificação, visando futuras aplicações em ensaios biológicos, um segundo protocolo foi estabelecido. O extrato enzimático obtido, como já descrito, foi submetido à crioprecipitação, precipitação ácida, fracionamento com sulfato de amônio (20-50% de saturação) e cromatografia de filtração gélica em Sephadex G-100. A α-galactosidase foi semi purificada em quatro etapas, com índice de purificação de 21,33 vezes e recuperação de 44% da atividade enzimática. Em conclusão, observamos que a adição de α -galactosidase ao extrato de soja hidrolisou uma fração significativa dos carboidratos não digeríveis, estaquiose e rafinose, podendo diminuir a flatulência causada por esses oligossacarídeos e assim aumentar o uso desta fonte protéica vegetal na alimentação humana e animal. Além disso, essa enzima apresenta características cinéticas compatíveis com as exigências para sua utilização em processos industriais, visando a diminuição nos teores dos oligossacarídeos de rafinose.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Penetração da broca (Hypothenemus hampei) (Coleoptera: Scolytidae) em frutos de café em diferentes fases de crescimento e seletividade de defensivos agrícolas ao fungo entomopatogênico Beauveria bassiana
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-26) Mourão, Sheila Abreu; Vilela, Evaldo Ferreira; http://lattes.cnpq.br/6542862176744378
    Os programas de erradicação de pragas têm dado maior ênfase ao controle biológico como alternativa para minimizar o uso de agentes químicos e se reduzir a destruição de inimigos naturais no agroecossistema cafeeiro, a resistência em insetos-praga e a contaminação ambiental por resíduos químicos. Este trabalho foi dividido em duas etapas, com a primeira abordando a penetração da broca (Hypothenemus hampei) (Coleoptera: Scolytidae) em frutos de café em diferentes fases de crescimento e a segunda etapa a seletividade de defensivos agrícolas ao fungo entomopatogênico Beauveria bassiana. A primeira etapa foi conduzida em cafezal de três anos de idade, com duas variedades de café Coffea arabica (catuaí vermelho e mundo novo) e uma de Coffea canephora (conilon), na área experimental do aeroporto da Universidade Federal de Viçosa (UFV) em Viçosa, Minas Gerais. Determinou-se os tempos fisiológicos (graus-dia) em que os frutos da florada principal de cada uma das três variedades de café atingiram estágio fenológico adequado para a penetração da broca-do-café Hypothenemus hampei (Coleoptera: Scolytidae). Além disso, determinou-se, também o intervalo durante o trânsito dessa praga, quando suas fêmeas adultas saem à procura de novos frutos e têm capacidade de penetrá-los para se reproduzir, e, consequentemente, aumentar sua população. Foram feitas considerações para a utilização dos tempos fisiológicos (graus-dia) para a tomada de decisão em programas de manejo integrado da broca do café. O inseto penetrou no mesocarpo de 50% dos frutos brocados com percentuais de umidade de 78,5; 77,4 e 75,6% e peso da matéria seca acumulada de 18,1; 28,5 e 4,8 mg. Isto equivaleu ao tempo fisiológico em graus-dia acumulados de 1825, 1943 e 1176 graus-dia para o catuaí vermelho, mundo novo e conilon, respectivamente e constitui o período de maior trânsito da broca nas variedades testadas, sendo, portanto, o momento ideal para realização de amostragem e eventuais intervenções com inseticidas. A broca tem capacidade de penetrar grãos mais jovens da variedade conilon, provavelmente devido aos menores percentuais de umidade de seus frutos durante os primeiros estágios de desenvolvimento e pode determinar maior número de gerações da broca e, consequentemente maiores percentuais de infestação nesta variedade. A utilização de faixas com vegetação nativa entre variedades de café pode ser importante para o manejo da broca H. hampei, pois variedades com floradas tardias ficam expostas a maiores populações dessa broca, que se reproduzem em frutos de variedades precoces. Além disto, essas faixas podem aumentar as populações de inimigos naturais e impedir a movimentação da praga entre talhões de café. Na segunda etapa, avaliou-se a toxicidade relativa dos inseticidas organofosforados clorpirifós-metílico, dissulfotom, etiom, paratiom-metílico; do organoclorado endosulfam; da mistura do fungicida + inseticida triadimenol + dissulfotom e dos fungicidas inibidores da demetilação de esteróis: triadimenol e tebuconazole, ao fungo Beauveria bassiana (Balsamo) Vuillemin, patógeno da broca do café, foi estudada em laboratório. As concentrações dos pesticidas que inibiram 99% do crescimento micelial desse fungo, em miligramas de ingrediente ativo por mL, foram: tebuconazole= 0,42; paratiom-metílico= 1,69; triadimenol= 6,53; triadimenol + dissulfotom= 14,42; clorpirifós-metílico= 31,75; etiom= 7.028,96; endosulfam= 10.326,76 e dissulfotom= 763.959,86. As equações de regressão da inibição do crescimento micelial (%), em função da concentração obtidas por ensaios in vitro, em meio batata-dextrose-ágar (BDA), impregnado com os ingredientes ativos destes compostos, foram usadas para se estimar a seletividade das concentrações de pesticidas prescritas para cafezais, pelos seus respectivos fabricantes. Tebuconazole, paratiom-metílico e clorpirifós- metílico foram altamente tóxicos ao fungo B. bassiana; endosulfam e triadimenol + dissulfotom apresentaram seletividade moderada e o triadimenol, etiom e dissulfotom foram seletivos para B. bassiana.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Efeitos dos processos de preservação sobre os fungos Arthrobotrys robusta e Monacrosporium thaumasium predadores de nematóides
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-15) Mota, Marcelo de Andrade; Araújo, Jackson Victor de; http://lattes.cnpq.br/9159419983433879
    O controle biológico de helmintos parasitos de bovinos é uma forma alternativa ao uso dos fármacos e tem como principal objetivo a redução do número de larvas infectantes disponíveis na pastagem. Os fungos nematófagos produzem estruturas em forma de armadilha, responsáveis pela captura e morte dos estágios pré-parasitários dos nematóides. A manutenção contínua da atividade predatória dos isolados fúngicos é um dos pré-requisitos básicos para o sucesso desta forma de controle. Neste trabalho foi verificado o comportamento dos isolados I31 de Arthrobotrys robusta e NF34a de Monacrosporium thaumasium, submetidos a manutenção em temperatura de 4 o C, criopreservados com e sem adição de DMSO e glicerol e mantidos em sílica-gel. Os resultados demonstraram que os isolados NF34a e I31 não apresentaram variação no crescimento radial, quando armazenados em temperatura de 4 o C e congelados com ou sem adição de crioprotetores. Não houve diferença na produção massal de micélio seco dos isolados quando armazenados a temperatura de 4 o C e congelados com adição de crioprotetores. O armazenamento em sílica-gel e o congelamento sem crioproteção pareceram interferir negativamente na capacidade dos fungos em produzir massa micelial. O armazenamento de NF34a em temperatura de 4 o C e o congelamento com adição de DMSO foram os tratamentos em que se obteve maior redução das larvas infectantes in vitro. Não foi verificada diferença na capacidade predatória in vitro do isolado I31 quando mantido em temperatura de 4 o C ou quando congelado com adição de DMSO ou glicerol. A manutenção dos isolados em sílica-gel e o congelamento sem crioproteção interferiram negativamente na capacidade predatória, porém estes ainda foram capazes de reduzir a população de larvas infectantes em relação ao grupo controle. No teste de passagem dos isolados pelo trato gastrintestinal de bovinos, a administração de 20 g de micélio aos animais foi suficiente para recuperação de material fúngico nas fezes e pico de redução no número de larvas infectantes nas fezes após 24 horas da administração das amostras. O isolado NF34a foi responsável pelos maiores índices de redução das populações de larvas de helmintos após a passagem pelo trato gastrintestinal dos animais e o armazenamento em 4 o C foi o tratamento em que se observou maior taxa de redução. A criopreservação parece ser um método eficiente para manutenção dos isolados, porém neste trabalho foi evidenciada diminuição da capacidade predatória do isolado NF34a. A manutenção dos isolado em sílica-gel deve ser utilizado para manutenção das amostras por períodos prolongados, quando não houver disponibilidade de nitrogênio líquido.
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Composição florística e estrutura da vegetação sobre um afloramento rochoso no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-03-13) Caiafa, Alessandra Nasser; Silva, Alexandre Francisco da; http://lattes.cnpq.br/2685463702819681
    Figuram como elementos da paisagem dos Campos de Altitude da região sudeste brasileira, picos, escarpas e platôs com grandes extensões de rocha aflorada, formando as mais elevadas áreas compostas por afloramentos rochosos ao leste da América do Sul. O presente estudo teve como objetivos: elaborar uma lista florística de plantas vasculares em um afloramento rochoso e seus bordos, no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro; determinar o espectro biológico e a estrutura da vegetação. Para a elaboração da lista florística foram realizadas visitas mensais na área para a coleta de espécimes férteis. Foram coletadas 81 espécies de plantas vasculares. As famílias mais ricas foram Orchidaceae, Asteraceae, Melastomataceae e Cyperaceae. A maioria das espécies no afloramento rochoso encontrava-se associada ao substrato formado pelos tapetes de monocotiledôneas. A similaridade florística entre parcelas e entre outros afloramentos de rocha granitóide localizados no sudeste do Brasil foi analisada por meio do índice de similaridade de Jaccard. A distinção entre as parcelas foi atribuída ao grande número de espécies de baixa freqüência. Quanto a análise comparativa com os afloramentos rochosos de outras áreas, houve uma tendência de separação entre afloramentos de regiões litorâneas e regiões mediterrâneas. O espectro biológico da vegetação sobre o afloramento rochoso mostrou um predomínio de hemicriptófitas seguido pelas caméfitas, formas de vida essas, relacionadas com a fisionomia campestre. Para a análise estrutural da vegetação foram analisados os parâmetros de freqüência e dominância, absolutas e relativas (valor de cobertura). Para mensurar o valor de cobertura foi utilizado o método de mapeamento fotográfico de pequenas parcelas. A espécie com maior valor de importância foi Trilepis lhotzkiana (Cyperaceae), seguida por Panicum (Poaceae) e Vellozia variegata (Velloziaceae).
  • Imagem de Miniatura
    Item
    Indução de domácias em plantas de café e efeitos sobre a sobrevivência e a oviposição de ácaros herbívoros
    (Universidade Federal de Viçosa, 2005-02-03) Chaves, Fredson Ferreira; Schoereder, José Henrique; http://lattes.cnpq.br/5714635015642849
    As interações entre plantas, herbívoros e inimigos naturais são complexas, mas um entendimento apropriado destas interações é importante para as dinâmicas das populações e ecossistemas. Diversas famílias de plantas apresentam adaptações morfológicas e químicas contra o ataque de herbívoros. Estas adaptações são constitutivas, ou podem ser induzidas após a alimentação dos herbívoros, e ambas podem ser diretas (tendo um efeito negativo na oviposição, crescimento ou sobrevivência de herbívoros) ou indiretas (tendo um efeito negativo nos herbívoros pelo efeito positivo nos inimigos naturais dos herbívoros). Tais defesas podem ainda ser induzidas pela aplicação de compostos químicos envolvidos na via bioquímica de defesa. Um tipo de defesa morfológica contra a herbivoria é a presença de domácias (pequenas cavidades ou tufos de pelos) no lado inferior das folhas. Estas estruturas promovem a presença de ácaros predadores e fungívoros e conseqüentemente reduzem a densidade de fungos patogênicos e herbívoros nas plantas e desta forma levando a redução dos danos à mesma. Ainda não se sabe se domácias somente são formadas constitutivamente ou se elas podem também ser induzidas. O objetivo deste trabalho foi verificar a possibilidade de indução de domácias e os efeitos desta indução sobre herbívoros. O sistema usado consistiu de plantas de café (Coffea arabica) e os ácaros fitófagos Oligonychus ilicis, uma importante praga de cafeeiros. Primeiro, as plantas de café foram infestadas durante um curto período com diferentes densidades de ácaros. Depois da indução da defesa prévia da planta, avaliou-se o efeito da infestação prévia na oviposição e sobrevivência de O. ilicis (efeito induzido direto) e na produção de domácias das plantas (efeito induzido indireto). No experimento seguinte, foi usado ácido jasmônico, um composto conhecido da via bioquímica de defesa das plantas, na tentativa de indução das domácias de folhas. Novamente, a indução de defesa direta e indireta das plantas foi verificada pela oviposição e sobrevivência de O. ilicis e pela produção de domácias em plantas induzidas e não induzidas. A indução das plantas com O. ilicis resultou em uma menor oviposição e sobrevivência de O. ilicis, mas não aumentou a produção das domácias. Ao contrário, a indução com 1,0 mg de ácido jasmônico por planta, não afetou a oviposição e sobrevivência dos ácaros fitófagos, mas resultou no aumento do número de domácias em folhas emitidas posteriormente. A aplicação de 0,5 mg de ácido jasmônico por planta não afetou os ácaros e nem a produção de domácias. Isto sugere que a aplicação de ácido jasmônico e a infestação de O. ilicis induz mecanismos diferentes de defesa e esta é a primeira demonstração da indução de domácias. Mais pesquisas são necessárias para elucidar a via bioquímica de ambos os mecanismos de defesa e para quantificar os custos e benefícios de defesa induzida em plantas.