Ciências Biológicas e da Saúde
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Item A fauna de besouros carabidae da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-13) Araujo, Artur Orsetti Silva; Andrade, Cristiano Lopes; http://lattes.cnpq.br/9934051258883557Os besouros Carabidae são mundialmente distribuídos, possuindo mais de 40.000 espécies organizadas em 1.500 gêneros.São geralmente solitários e predadores, ocupando uma grande diversidade de hábitats e, portanto, são importantes controladores de populações de outros invertebrados e até mesmo de vertebrados. Os meus objetivos neste projeto foram: (i) realizar um levantamento da fauna de besouros Carabidae da mesorregião Zona da Mata do estado de Minas Gerais, identificando-os até o menor nível taxonômico possível; (ii) organizar uma coleção científica da fauna de Carabidae da Zona da Mata de Minas Gerais; (iii) e descrever algumas das espécies novas de Carabidae dessa mesorregião. Para uma ampla amostragem de carabídeos foram utilizados diversos métodos de coleta e diferentes tipos de armadilhas, como, por exemplo, armadilhas de queda (pitfall) com e sem isca; armadilha de interceptação de voo; armadilha luminosa de luz mista; extratores para serapilheira; armadilha de dossel (tipo Lindgreen); e coleta ativa noturna e diurna. Após a coleta, os espécimes foram montados e identificados até o menor nível taxonômico possível por meio de chaves de identificação em artigos científicos ou livros sobre besouros Carabidae. Foram reconhecidas 183 morfoespécies de 60 gêneros. Destas morfoespécies, 37 foram identificados até espécie, 125 somente até gênero. As descrições de duas espécies novas são apresentadas: Pelecium igneus Orsetti & Lopes-Andrade 2016 e Oxycheila thanatus Orsetti & Lopes-Andrade i.l..Item A forma do som: um olhar aprofundado sobre a representação gráfica de ondas sonoras(Universidade Federal de Viçosa, 2018-04-13) Rocha, Pedro Carvalho; Romano, Pedro Seyferth Ribeiro; http://lattes.cnpq.br/0056579418524518Generally, bioacoustical studies still follow the same protocols implemented on the first half of the 20 th century. Moreover, most traditional call parameters are variable, subject to the influence of environmental factors and sexual selection. In light of this, methods of bioacoustic analyses need to improve the accuracy and precision in distinguishing between biological units with similar calls. We herein explore the previously described eigensound method and describe a new one: SoundShape. Both approaches rely on the acquisition of point coordinates (semilandmarks) from wave files, thus translating the spectrogram output into shape configurations that can be assessed by the broad range of tools from Geometric Morphometrics. Both methods were coded into R platform, with the description of two new functions SoundShape and eigensound. Moreover, the new eigensound function include some modifications from the original analysis so that it fits a broader range of animal sounds. SoundShape and eigensound functions were implemented on two empirical studies dealing with anuran advertisement calls from several Physalaemus species. Ordination plot (PCA) from both approaches yielded consistent structuring of biological groups (i.e. species and populations). SoundShape resulted in higher statistical power, whereas eigensound was more sensitive to the specificity of each species call. SoundShape is efficient for species ordination based on overall call similarity and is useful as a protocol for error verification in sound shape analysis. Eigensound is computationally more demanding, yet very sensitive to the sonic structure of calls, being able to describe the vocal signature of each individual. Thus, our study reiterates the biological meaning of the shape of sound and the applicability of Geometric Morphometrics approach in Bioacoustics.Item A herpetofauna na música brasileira: conservação em dueto com a educação ambiental crítica(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-01) Lorenção, Gabriel Savignon; Feio, Renato Neves; http://lattes.cnpq.br/7804466480360411O Brasil tem uma das maiores diversidades de anfíbios e répteis do mundo, entretanto, esta se encontra ameaçada devido ao desmatamento e as mudanças climáticas globais que alteram e destroem seu habitat. Além disso, uma complexa relação entre a herpetofauna e ser humano leva, em alguns casos, a um ódio, medo ou repulsa com relação a esses animais, o que atrapalha ainda mais seu processo de conservação. Neste sentido, a Educação Ambiental Crítica é alternativa para a mudança deste paradigma, já que, além de questionar e promover a mudança das bases capitalistas que causam a crise ambiental, também sensibiliza para a necessidade da conservação. Por seu caráter interdisciplinar, pode englobar o uso de músicas na sua prática, essas, que podem ser vistas como artefatos históricos que representam a realidade por meio da subjetivação de quem a produz. Assim, ao observarmos a música brasileira podemos perceber vários pontos de vista sobre anfíbios e répteis. O presente trabalho estrutura um acervo sobre a herpetofauna na música brasileira e o analisa em diálogo com a Educação Ambiental Crítica, visando compreender as subjetividades envolvidas na relação com estes animais. O objeto de estudo limitou-se às canções letradas em português e de autores brasileiros para a construção do acervo, estruturado entre novembro de 2020 a junho de 2021 por meio de buscas digitais na internet, com uso de palavras-chave. Estas músicas e palavras-chave foram organizadas em diferentes categorias genéricas e específicas. A conservação da herpetofauna foi um tema pouco encontrado e o simbolismo que se expressou com mais frequência foi a associação entre esses animais e a sexualidade. Este acervo e análise possibilitam a discussão sobre vários aspectos culturais envolvendo a figura de répteis e anfíbios e os diferentes povos humanos. Podem ainda ancorar estudos da Etnozoologia e Socioecologia, além de dar base para processos de Educação Ambiental Crítica e Educação Sexual. Palavras-chave: Anfíbios. Répteis. Interdisciplinaridade.Item Abundance and population density of Callithrix flaviceps Thomas, 1903 (PRIMATES, CALLITRICHIDAE) in the Private Natural Heritage Reserve Fazenda Macedônia, Ipaba, MG and surroundings(Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-20) Corrêa, Thales Claussem Vicente; Melo, Fabiano Rodrigues de; http://lattes.cnpq.br/8014732413022858Callithrix flaviceps, commonly known as the Buffy-headed marmoset, is a primate species endemic to the Southeastern Atlantic Forest of Brazil. Its range is one of the smallest among platyrrhine species. Unfortunately, this species is critically endangered and considered one of the 25 most threatened primate species in the world. The population decline is largely attributed to habitat fragmentation, competition, hybridization with other invasive species, and susceptibility to yellow fever. The objective of this research was to estimate the abundance and population density of Buffy-headed marmosets in the RPPN Fazenda Macedônia, located along the Doce River in Ipaba, MG, and its surroundings. Population data were collected using the playback method in randomized sampling units and analyzed using the N-mixture model. The results indicate that the population of this species in the region of RPPN Fazenda Macedônia has an estimated average of 257.3 individuals (95% CI = 205.5-309 ind.) and an average population density of 11.4 individuals/km² (95% CI = 9.1-13.7 ind./km²). During the sampling, five hybrid marmosets were identified, highlighting the need for management strategies to prevent them from becoming a threat to the local population. This study provides a hopeful outlook for the conservation of the species by revealing the numbers of an important population of Buffy-headed marmosets living in a protected area and indicating that the RPPN Fazenda Macedônia has been a valuable area for the species' survival. Keywords: Callithrix flaviceps - Habitat (Ecology) – Conservation. Endangered animals. Primates - Conservation - Ipaba (MG).Item Ação antioxidante da vitamina C e do óleo de orégano (Origanum vulgare) em Astyanax aff. bimaculatus expostos ao ar(Universidade Federal de Viçosa, 2018-05-08) Martins, Maria Tatiana Soares; Zuanon, Jener Alexandre Sampaio; http://lattes.cnpq.br/6749146271411931A exposição ao ar desencadeia respostas de estresse e estresse oxidativo nos peixes. Quando a produção de espécies reativas de oxigênio (ROS) e espécies reativas de nitrogênio (RNS) supera a sua neutralização pelas defesas enzimáticas e não enzimáticas ocorrem danos em lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos. Dentre os antioxidantes com potencial para reduzir esses danos destacam-se a vitamina C, antioxidante hidrossolúvel, e o óleo orégano, antioxidante lipossolúvel. A combinação de antioxidantes hidrossolúveis e lipossolúveis pode promover efeitos sinérgicos na proteção contra danos oxidativos por atuarem em diferentes partes das células. Assim, objetivamos avaliar a interação entre vitamina C e óleo de orégano na capacidade antioxidante de Astyanax aff. bimaculatus submetidos à exposição ao ar. Utilizamos esquema fatorial 5x2 em delineamento inteiramente casualizado, com cinco níveis de inclusão de vitamina C (0,0; 40,0; 80,0; 120,0 e 160,0 mg kg -1 ) e dois níveis de inclusão de óleo de orégano na dieta (0,0 e 1000,0 mg kg -1 ) com três repetições por tratamento. Foram avaliadas a glicose sanguínea nos peixes expostos ao ar, a atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT), glutationa S-transferase (GST) e os níveis de malondialdéido (MDA) e de proteína carbonilada (PC) nas brânquias e no fígado dos peixes não expostos e expostos ao ar. Nos peixes não expostos ao ar, não houve interação significativa entre a suplementação de vitamina C e óleo de orégano sobre as variáveis de estresse oxidativo nas brânquias e no fígado. Nesses peixes, a vitamina C reduziu a atividade da SOD e o orégano reduziu os níveis de PC nas brânquias. No fígado, a vitamina C reduziu a atividade da CAT e os níveis de MDA, e o orégano reduziu os níveis de MDA e aumentou a atividade da GST. Nas brânquias dos peixes expostos ao ar, houve interação significativa entre a vitamina C e o óleo de orégano sobre os níveis de MDA. A vitamina C reduziu os níveis de MDA apenas na presença do orégano. No fígado dos peixes expostos ao ar, houve interação significativa entre a vitamina C e o óleo de orégano sobre a atividade da GST. Na ausência do óleo de orégano houve efeito quadrático da vitamina C sobre a atividade da GST, com valor estimado que maximiza essa variável de 98,6 mg kg -1 de vitamina C. Já na presença do orégano, houve efeito cúbico da vitamina C sobre a atividade da GST. No fígado dos peixes expostos ao ar, houve efeito quadrático da vitamina C sobre a atividade da SOD e os níveis de PC, com valores estimados que minimizam essas variáveis de 135,5 e 91,3 mg kg -1 de vitamina C, respectivamente. A vitamina C também reduziu a atividade da CAT e os níveis de MDA no fígado dos peixes expostos ao ar. A vitamina C reduziu os níveis de glicose sanguínea nos peixes expostos ao ar. Portanto, a vitamina C e o orégano protegeram os peixes contra o estresse oxidativo tanto antes quanto após a exposição ao ar. O efeito sinérgico observado após a exposição ao ar indica a importância da suplementação de antioxidantes hidrossolúveis e lipossolúveis em dietas para peixes em cultivo. As maiores concentrações de vitamina C avaliadas promoveram maior proteção contra os danos oxidativos nas brânquias e no fígado de A. aff bimaculatus. Assim, recomendamos a utilização de 160,0 mg kg -1 de vitamina C. O óleo de orégano apresentou efeito complementar ao da vitamina C na proteção contra os danos oxidativo e, portanto, recomendamos a utilização de 1000,0 mg kg -1 de óleo de orégano associada à suplementação de vitamina C. Em condições de desafio, a combinação dos dois antioxidantes é ainda mais importante devido ao efeito sinérgico desses antioxidantes.Item Ação da melatonina sobre parâmetros testiculares de camundongos adultos(Universidade Federal de Viçosa, 2019-07-26) Araujo, Diane Costa; Matta, Sérgio Luis Pinto da; http://lattes.cnpq.br/5935042252243288A melatonina (MLT) é um hormônio bastante utilizado para o tratamento de distúrbios relacionados ao sono. Este hormônio é naturalmente produzido pelo organismo, na glândula pineal, e sua síntese ocorre exclusivamente durante a noite sendo inibida pela luz. A forma rítmica com que a MLT é sintetizada e secretada fornece informações importantes para o organismo sobre a hora do dia e época do ano, sendo importantes para a regulação do sono, temperatura corporal e para as alterações sazonais reprodutivas. A MLT distribui-se por todo o organismo, atuando via receptores membranares ou nucleares ou por meio da ligação a proteínas intracelulares. Atua no eixo hipotálamo-hipófise- gônada, na síntese e secreção do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) e dos hormônios gonadotróficos adenohipofisários. Além disso, a MLT secretada pela glândula pineal, ao atingir a circulação, é absorvida pelos testículos, modulando diretamente a atividade testicular. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os possíveis efeitos da melatonina administrada em dois períodos diferentes sobre os parâmetros testiculares. Os animais foram distribuídos aleatoriamente em sete grupos experimentais (n=7 animais/grupo). A MLT foi administrada em dois períodos diferentes, de manhã (06:30) e à tarde (17:30). A distribuição dos grupos foi a seguinte: controle recebeu água destilada; os grupos MM-3, MM-5 e MM-10 receberam 3, 5 e 10 mg/Kg de MLT de manhã; os grupos MT-3, MT-5 e MT-10 receberam as mesmas doses à tarde, ambos por via oral, durante 42 dias. No 43o dia os animais foram eutanasiados. Animais tratados com 3 e 5 mg/Kg de MLT de manhã apresentaram aumento na proporção de túnica própria. Alterações histopatológicas significativas não foram observadas. Animais que receberam 5mg/Kg de melatonina no período da manhã apresentaram aumento na proporção e no volume de tecido conjuntivo, enquanto que os animais tratados com a mesma dose no período da tarde apresentaram aumento no volume de vasos sanguíneos. Os demais parâmetros intertubulares e da célula de Leydig não alteraram. Aumento na atividade da superóxido dismutase (SOD) foi observado nos grupos MM-5, MM-10, MT- 3 e MT-10. Entretanto, a atividade da catalase (CAT) e glutationa-S-transferase (GST) não diferiu nos grupos quando comparados ao controle. A concentração de óxido nítrico (NO) não alterou, enquanto a concentração de malondialdeído (MDA) diminui no grupo MM-5 quando comparado ao controle. Esses resultados indicam que a MLT promoveu alterações testiculares no túbulo e intertúbulo, porém sem comprometer a espermatogênese e esteroidogênese. A MLT apresentou atividade antioxidante estimulando a atividade da superóxido dismutase e da glutationa-S-transferase e reduziu a formação do malondialdeído, indicando que houve diminuição da formação de lipídios peroxidados.Item Adaptações morfofisiológicas envolvidas na regulação da glicose plasmática no morcego nectarívoro Anoura caudifer (Geoffroy, 1818)(Universidade Federal de Viçosa, 2018-04-06) Justinico Castro, David Leonardo; Freitas, Mariella Bontempo Duca de; http://lattes.cnpq.br/1029166256348845Morcegos nectarívoros, apesar de ingerirem grandes quantidades de néctar floral rico em carboidratos simples, não apresentam sintomas e consequências a longo prazo relacionados à hiperglicemia como outros mamíferos. Nestes animais, a alta atividade durante o voo parece fundamental para regular os altos níveis glicêmicos. No entanto, o papel da secreção de insulina nestes animais em repouso e após o exercício ainda não foi estudado. As reservas energéticas corporais de glicogênio e o efeito das espécies reativas de oxigênio (EROS), produto da auto-oxidação da glicose, também ainda não foram investigados. O presente estudo teve por objetivo investigar as adaptações morfofisiológicas envolvidas na regulação da glicose plasmática em morcegos nectarívoros (Anoura caudifer, E. Geoffroy, 1818). Um total de 35 morcegos foram separados em 3 grupos experimentais: Controle (água e repouso), repouso (dieta e repouso) e exercício (dieta e voo por 20 min). Em cada grupo, os animais foram eutanasiados após 0, 45 e 90 minutos (T0, T45 e T90) de uma dose oral de glicose (5,4 g / Kg de peso corporal) ou água. As concentrações de insulina no plasma foram baixas mesmo após 45 e 90 minutos da dose oral de glicose em repouso. O exercício teve um efeito significativo na diminuição da glicemia. As concentrações de glicogênio hepático e muscular não mudaram com o exercício. As análises morfométricas e estereológicas revelaram ilhotas pancreáticas com maior diâmetro (79,8 ± 1,43 µm) e tecido endócrino (13%) em comparação com outros morcegos. Não houve efeito do exercício sobre a atividade das enzimas antioxidantes no músculo, mas houve aumento da concentração de óxido nítrico e da atividade da catalase nos rins. Os dados apresentados aqui indicam uma baixa capacidade de secreção de insulina em A. caudifer, o que é consistente com a capacidade limitada de armazenar e utilizar reservas de glicogênio, relatadas pela primeira vez neste estudo. As altas taxas metabólicas durante o exercício reportadas para esta espécie podem ser o principal mecanismo adaptativo para tolerar e regular os altos níveis de glicose plasmáticos, consequência de sua dieta rica em carboidratos.Item Alterações no status oxidativo de peixes Astyanax altiparanae sob exposição subcrônica a doses ambientalmente relevantes do herbicida atrazina(Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-01) Destro, Ana Luiza Fonseca; Freitas, Mariella Bontempo Duca de; http://lattes.cnpq.br/5840448577950611A Atrazina está entre os pesticidas mais utilizados no mundo. Sua alta solubilidade, aliada à meia-vida de 41-231 dias, a torna um potencial contaminante para o meio aquático devido à capacidade deste herbicida de atingir aquíferos naturais por meio de processos como a lixiviação. Embora seu uso seja proibido na Europa, no Brasil e nos Estados Unidos, a atrazina ainda é comercializada e encontrada em ambientes aquáticos, onde pode afetar organismos não-alvo, como vertebrados aquáticos silvestres. Nosso estudo teve como objetivo investigar os efeitos de uma exposição crônica à formulação comercial de atrazina (Atanor®) (ATZ) no sistema oxidativo de lambaris-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae). Peixes adultos (8 meses pós- eclosão) foram alocados em 20 aquários de vidro (5 tratamentos; 4 replicatas por tratamento, N=20 por aquário) de 72 L e expostos por 30 dias a concentrações ambientalmente relevantes de atrazina: 0 (CTL), 0.5 (ATZ0.5), 1 (ATZ1), 2 (ATZ2) e 10 (ATZ10) μg/L. A formulação foi adicionada à água e a qualidade da água foi verificada semanalmente. Após esse período os animais foram eutanasiados com mesilato de tricaína (MS-222) e porções das brânquias, fígado, testículo e músculo foram retirados, pesados e armazenados a -80 o C. Posteriormente foi feito um homogenato destes tecidos para análise da atividade de marcadores do estresse oxidativo tecidual, como a espécie reativa de oxigênio Óxido Nítrico (NO), as enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa-S-transferase (GST), e os produtos do estresse oxidativo malondialdeído (MDA) e proteína carbonilada (PC). As medias entre os grupos foram comparadas usando one-way ANOVA. Nossos resultados mostraram diminuição na atividade da enzima GST em todos os grupos em relação ao CTL em brânquias. No fígado, houve aumento na formação de MDA nos grupos ATZ 1,0 μg/L e ATZ 2 em relação ao controle e diminuição da CAT no grupo ATZ 2. No testículo, também houve aumento na atividade da enzima CAT no grupo ATZ 1 em relação ao controle. Em porções de músculos, também houve aumento na atividade de enzimas antioxidantes, porém a SOD é que se mostrou elevada no grupo ATZ1 em relação ao CTL. No músculo, houve aumento no MDA do grupo ATZ2 e na atividade de SOD no ATZ1 em relação ao controle. Nossos resultados fornecem indícios de que concentrações ambientalmente relevantes de ATZ são suficientes para produzir alterações no balanço oxidativo tecidual de lambaris adultos com possíveis danos celulares. Embora todos os tecidos de animais expostos analisados tenham apresentado alterações em relação a animais não expostos, nossos resultados não são conclusivos e necessitam de mais análises para uma afirmação segura sobre a toxicidade do composto analisado.Item Alto nível de variação genética em populações de Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) (Teleostei, Erythrinidae) da Colômbia(Universidade Federal de Viçosa, 2015-03-27) Ibagon Escobar, Nicole Estefania; Santos, Jorge Abdala Dergam dos; http://lattes.cnpq.br/5079343655924549O objetivo do estudo foi reconstruir a biogeografia histórica das populações de Hoplias malabaricus nas bacias da Colômbia e no Norte da América do Sul usando citogenética e dados moleculares, para propor uma avaliação de estas populações na região Neotropical. Foram coletadas sessenta e nove amostras. Usando técnicas citogenética tradicionais e protocolos de hibridização in situ (FISH). Foram realizados inferência bayesiana e analise de máxima parcimônia usando genes mitocôndrias ATP synthase 6 (ATPase-6), cytochrome c oxidase subunit 1 e o gene nuclear recombination activating gene 2 (RAG2). As populações de Hoplias malabaricus do Alto e Médio Magdalena mostram o cariomorfo 2n=42A, e as populações do Baixo Magdalena apresenta o cariomorfo 2n=40C. Os dados moleculares mostram dois haplogrupos: O Haplogrupo I está composto pelo Alto, Médio Magdalena + Dagua (Drenagem do Pacífico) e o Haplogrupo II formado pelo baixo Magdalena + Bacias do Caribe (San Jorge, Ranchería, Atrato e Sinú) + Orinoco. A biogeografia histórica de H. malabaricus na Colômbia mostra grandes diferencias ecológicas entre o Alto Magdalena+Medio Magdalena + Dagua y Atrato + Baixo Magdalena + Orinoco + Sinú + Ranchería.Item Análise citogenética comparativa de três subfamílias de hilídeos (Amphibia: Anura) do Estado de Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2019-03-22) Souza, Késsia Leite de; Dergam, Jorge Abdala; http://lattes.cnpq.br/0650770779750374Estudos citogenéticos com os gêneros Aplastodiscus, Boana, Bokermannohyla, Ololygon, Scinax e Dendropsophus envolvem a descrição de cariótipo explorando técnicas clássicas, como coloração convencional, banda-C, bandamento com fluorocromos (DAPI/CMA 3 ), NOR e técnicas moleculares, como o FISH com sondas teloméricas, sondas espécificas, de rDNA 18S e poucos utilizando microssatélites. O objetivo desse estudo é a descrição do cariótipo de oito espécies ainda não cariotipadas, sendo essas: Aplastodiscus cavicola, A. weygoldti, Aplastodiscus sp. 4, Aplastodiscus sp. 6, Bokermannohyla ibitipoca, Ololygon luizotavioi, Dendropsophus bipunctatus e D. ruschii, identificação de NORs e o mapeamento físico dos microssatélites CA (15) e CAT (10) , afim de inferir sobre a evolução cromossômica nas subfamílias Cophomantinae, Scinaxinae e Dendropsophinae. O número diploide 2n= 18 cromossomos, assim como a marcação da NORs no par cromossômico 9, foi encontrado para Aplastodiscus cavicola, Aplastodiscus sp. 4 sendo que ambas tiveram fómulas cariotípicas 6m+12sm, ao passo que Aplastodiscus sp. 6 4m+10sm+2st, em oposição A. weygoldti mostrou 2n= 22 cromossomos classificados em 14m+6sm+2st e a NOR evidenciada no par de cromossomos 6. Enquanto, as espécies Bokermannohyla ibitipoca e Ololygon luizotavioi apresentaram 2n= 24 cromossomos, sendos suas fórmulas cariotípicas e marcações de NORs: 20m+2sm+2st/ NOR: par cromossômico 12 e 8m+12sm+4st/ NOR: par cromossômico 9, respectivamente. Enquanto as espécies com 2n= 30 cromossomos, Dendropsophus bipunctatus e D. ruschii tiveram 12m+12sm+4st+2t e 10m+10sm+6st+4t, nessa ordem e NORs no par de homólogos 13. Os microssatélites CA (15) e CAT (10) marcaram em blocos nas regiões centroméricas, pericentroméricas e terminais dos cromossomos em todas as espécies analisadas, sendo tais marcações pontuais nos cariótipos de algumas espécies, e em outras as marcações apresentaram-se dispersas ao longo dos cromossomos. Esses resultados demonstraram que esses microssatélites são marcadores para algumas espécies, como por exemplo, em D. elegans, O. carnevalli e Boa. pardalis, o que propiciou o entendimento de possíveis rearranjos cromossômicos. A inclusão de novos cariótipos em Aplastodiscus permitiu uma melhor caracterização dos números diploides e a visualização de um novo evento de fissão cromossômica no gênero de 2n= 18 para 2n=22 cromossomos. Desse modo, nosso estudo ampliou o conhecimento sobre a evolução cromossômica em Hylidae, compreendendo melhor as particularidades cariotípicas de cada espécie analisada devido a utilização de mais ferramentas citogenéticas.Item Análise citogenética de Thrichomys apereoides (Lund, 1839) E Kannabateomys amblyonyx (Wagner, 1845) (Rodentia, Echimydae) provenientes do Estado de Minas Gerais, Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2015-10-19) Rabelo, Pedro Henrique Fonseca; Giúdice, Gisele Mendes Lessa Del; http://lattes.cnpq.br/1666065387067326A família Echimyidae é uma das famílias de maior diversidade taxonômica, morfológica e ecológica dentre os roedores, com 20 gêneros e 90 espécies válidas. Os roedores possuem alta variabilidade cariotípica, permitindo que os dados citogenéticos contribuam com a descoberta de novas espécies ou de grupos de espécies mais aparentadas, além de permitirem estudos de variação geográfica intra-específicos. O seguinte trabalho teve como objetivo realizar o estudo citogenético em Kannabateomys amblyonyx (N=2) em Minas Gerais e a descrição cariotípica da população de Thrichomys apereoides (N=10) coletado em Lagoa Santa (MG). Foram realizadas as técnicas de coloração com Giemsa, bandeamento CBG, Ag-NOR e hibridizações in situ (FISH) com sondas de DNAs repetitivos microssatélites GA (15), CA (15) e CAA (10) em K. amblyonyx e GA (15), CGG (10) e GAG (10) em T. apereoides. Kannabateomys amblyonyx apresentou 2n=98 cromossomos, com 13 pares metacêntricos, 2 submetacêntricos e 33 acrocêntricos, X metacêntrico e Y acrocêntrico. Thrichomys apereoides apresentou 2n=28, com 11 pares de metacêntricos, 1 submetacêntrico, 1 acrocêntrico, X acrocêntrico e Y submetacêntrico. A Ag-NOR apresentou marcação telomérica no par 8 em K. amblyonyx e na constrição secundária do par 2 em T. apereoides. O bandeamento CBG apresentou padrões de heterocromatina nas regiões pericentroméricas dos autossomos e o Y totalmente heterocromático em ambas as espécies, marcação pericentromérica no cromossomo X de K. amblyonyx e intersticial em T. apereoides. Todas as sondas de DNA microssatélite se acumularam em regiões intersticiais em diferentes pares cromossômicos em K. amblyonyx, enquanto T. apereoides apresentou padrões geralmente associados às regiões heterocromáticas. Os resultados ampliaram o conhecimento citogenético das citadas espécies, com rearranjos como fusões/fissões e inversões sendo importantes nas mudanças cariotípicas de ambas as espécies. A adição de novas técnicas de bandeamento e hibridização permitiu comparações citogenéticas com grupos mais próximos, definindo os caminhos da evolução cromossômica de ambas as espécies.Item Análise de densidade e viabilidade populacional de duas espécies de primatas da família Atelidae (Brachyteles hypoxanthus e Alouatta guariba clamitans) no Parque Estadual do Rio Doce, Minas Gerais, Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-15) Souza, Letícia Carolina Arcanjo de; Melo, Fabiano Rodrigues de; http://lattes.cnpq.br/4787606438295256A mata atlântica é um hotspot de biodiversidade brasileiro com alto grau de endemismo de espécies. Dentre elas, destacam-se os primatas, com 24 espécies presentes no bioma. Brachyteles hypoxanthus e Alouatta guariba clamitans são duas espécies de primatas neotropicais da família Atelidae, encontradas na Mata Atlântica e ameaçadas de extinção por motivos como ação antrópica e fragmentação do habitat. Visando obter mais informações sobre o estado de conservação dessas espécies, bem como fornecer possíveis bases para a construção de planos de manejo, o objetivo deste trabalho foi estimar a viabilidade das populações de B. hypoxanthus e A. g. clamitans no Parque Nacional do Rio Doce (PERD). Para isso, utilizamos dados demográficos fornecidos pela PROBIO, retirados de um subprojeto para Conservação e Manejo do Muriqui em Minas Gerais, coletados no PERD entre 2004 e 2005 através da metodologia de Senso de Varredura (Sweep Sensus). Esses dados foram utilizados como base para calcular a densidade e número total de indivíduos das populações do PERD, através do software Distance; posteriormente, os dados resultantes foram inseridos no programa Vórtex, onde 7 cenários diferentes foram modelados para cada grupo, cada um com três ou quatro subvariáveis, estimando assim sua viabilidade a médio e longo prazo (500 interações em um período de 100 anos). Como resultado para B. hypoxanthus, foi estimado um N total de 314 animais no parque, com média de 54 indivíduos por grupo e densidade populacional de 0,88 ind./km2, o que indica que essa população é uma das maiores conhecidas atualmente para a espécie. O valor de ESW (largura efetiva da trilha) foi de 22,6 metros. Na análise de viabilidade populacional, dentre os 22 cenários totais avaliados, apenas quatro apresentaram decaimento das populações ao longo de 100 anos, com 2 chegando à extinção local (PE=1). Nos demais cenários, as populações continuaram crescendo até atingirem a capacidade de suporte estimada para o habitat (K = 129,4), o que indica que são viáveis a longo prazo. Já para A. g. clamitans, estimou-se um total de 52 animais no parque, com média de 15 indivíduos por grupo e densidade populacional de 0.14 ind./km2. O valor de ESW (largura efetiva da trilha) foi de 43,6 metros. Diferente de B. hypoxanthus, a grande maioria dos cenários avaliados para A. g. clamitans resultaram na extinção dos grupos entre os próximos 50 a 100 anos. Não houve crescimento populacional (r > 0) em nenhum dos cenários avaliados para a espécie. Palavras-chave: Conservação. Primatas neotropicais. Densidade populacional. Análise de viabilidade populacional.Item Análise sazonal de saturniidae (Insecta: Lepidoptera) em floresta remanescente de mata atlântica no estado do Espírito Santo, Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2018-07-13) Barcellos, Bárbara Duarte; Sartori, Sirlene Souza Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/5024432781473752As mariposas noturnas, principalmente da família Saturniidae, são frequentemente utilizadas em diversos estudos comparativos, entre parâmetros ecológicos e diferentes condições ambientais. O presente estudo teve como principal objetivo analisar a dinâmica dos parâmetros ecológicos, frente às variações sazonais do ambiente no decorrer de seis anos consecutivos. O estudo foi conduzido na Reserva Natural Vale Vale, remanescente de Mata Atlântica, localizado no município de Linhares, ES. A fauna de Saturniidae foi levantada através de armadilhas luminosas onde foram coletados 1.445 exemplares, distribuídos em quatro subfamílias, 30 gêneros e 47 espécies. Houve uma variação significativa nos parâmetros riqueza e abundância na composição das espécies dentro da comunidade entre os períodos sazonais e uma relação significativa entre a abundância e a temperatura. Revelando uma tendência de diminuir a abundância com a diminuição da temperatura, afetando diretamente a flutuação populacional. Nas comparações anuais, somente a equitabilidade e dominância não apresentaram significância. Dentre os anos de estudo constatou-se uma maior ocorrência de espécie nos períodos com maiores incidências de chuvas. Considerando a recuperação da comunidade e as oscilações instáveis durante os vários anos analisados é possível enquadrar esta família como estruturalmente estável com pouca resistência e alta resiliência. A qualidade dessa família como bioindicador juntamente com a eficiência dos parâmetros ecológicos e a associação com os fatores bióticos indicaram a estabilidade estrutural que a Reserva Natural Vale proporciona a esta comunidade.Item Análises citogenéticas em duas espécies do gênero Astyanax Baird & Girard, 1854 (Teleostei: Characiformes) nas bacias dos rios Paraíba do Sul e Itabapoana(Universidade Federal de Viçosa, 2017-10-16) Pinho, Frederico Machado de; Santos, Jorge Abdala Dergam dos; http://lattes.cnpq.br/9493653461896065O gênero Astyanax, o mais diverso da família Characidae, possui 146 espécies válidas que constituem um grupo bastante complexo do ponto de vista taxonômico e citogenético. Dentro deste táxon, dados morfológicos, citogenéticos e moleculares sugerem a existência de complexos de espécies, exemplificados nos grupos Astyanax fasciatus, Astyanax bimaculatus, Astyanax scabripinnis e Astyanax hastatus. Esses complexos são caracterizados por grandes variações nas suas fórmulas cariotípicas, números diploides, morfologias cromossômicas, padrões de bandeamento C e regiões organizadoras de nucléolos (RONs). Esse trabalho caracterizou citogeneticamente duas populações de Astyanax de bacias costeiras: uma população de Astyanax intermedius proveniente da sub-bacia rio Preto, bacia do rio Paraibuna na bacia do rio Paraíba do Sul, em Minas Gerais e Astyanax taeniatus proveniente da bacia do rio Itabapoana nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Foram utilizadas técnicas de citogenética clássica: coloração convencional (Giemsa), Banda C e AgNOR, além de técnicas citogenéticas moleculares: hibridização in situ fluorescente (FISH) com sondas 18S e 5S rDNA e de DNA repetitivo GA (15) e CA (15) . Ambas as espécies analisadas apresentaram número diploide 2n = 50; o estado de caráter mais comum dentro do gênero; Astyanax intermedius apresentou fórmula cariotípica 6m + 8sm + 4st + 32a e Astyanax taeniatus apresentou 6m + 8sm + 36a. Em Astyanax taeniatus, a banda C evidenciou pouca heterocromatina e as marcações foram predominantemente nas regiões subteloméricas em cromossomos meta e sub-metacêntricos, e na região pericentromérica de alguns cromossomos acrocêntricos; características que a diferenciam de outras espécies do gênero, as quais em geral apresentam marcações nas regiões distais dos braços longos e nas regiões pericentroméricas dos cromossomos. As marcações com AgNOR, nesta espécie, foram múltiplas e variáveis, variando entre quatro e dez marcações, padrão também observado em outras espécies de Astyanax, mesmo que, em algumas espécies essa marcação se apresente em apenas um par. Os padrões de FISH obtidos com sondas 18S e 5S rDNA, apresentaram marcações múltiplas em Astyanax taeniatus, acumuladas em quatro e cinco pares cromossômicos, respectivamente, uma característica comum em Astyanax. Dez marcações com a sonda 5S rDNA também foram observadas em outras espécies do gênero, embora que um número menor de marcações também aconteça com outros Astyanax. Ocorreu sintenia entre essas duas sondas no par 12, um caráter compartilhado com outras espécies do gênero. As marcações da sonda 18S rDNA confirmaram parcialmente as marcações AgNOR, uma vez que com o tratamento com o nitrato de prata foram evidenciadas marcações adicionais. As sondas de DNA repetitivo GA (15) e CA (15) ocorreram predominantemente nas regiões subteloméricas e pericentroméricas em cromossomos metacêntricos e submetacêntricos; nos cromossomos acrocêntricos, as marcações ocorreram nas regiões subteloméricas e pericentroméricas em ambas as espécies, além de marcações intersticiais em Astyanax taeniatus, padrão similar ao observado em Astyanax taeniatus da bacia do rio Doce. Estes resultados corroboram a grande diversidade citogenética e grande complexidade existente dentro do gênero Astyanax nas bacias costeiras do sudeste brasileiro.Item Anfíbios da Serra dos Alves (Itabira, Minas Gerais): composição e atividade reprodutiva(Universidade Federal de Viçosa, 2015-10-23) Rodrigues, Adriana Castro; Feio, Renato Neves; http://lattes.cnpq.br/6331003060275608O presente estudo apresenta a composição de espécies de Anfíbios Anuros da Serra dos Alves, bem como sua distribuição temporal e atividade reprodutiva ao longo dos meses de outubro de 2013 a setembro de 2014. Também apresenta a distribuição potencial de Proceratophrys cururu, feita a partir da modelagem preditiva de distribuição de espécies. Foram registradas 32 espécies de anuros, distribuídos em seis famílias, sendo a família Hylidae a mais abundante. A maior riqueza de espécie foi encontrada na região de brejo temporário. Foram registradas cinco espécies endêmicas do Espinhaço, dentre elas o registro de Proceratophrys cururu assume grande relevância, uma vez que essa espécie encontra-se na lista da IUCN como deficiente de dados. Os modelos projetaram grande adequabilidade ambiental e probabilidade de ocorrência de P. cururu no espinhaço meridional, o que já era esperado, e também no quadrilátero ferrífero, onde não há registros da espécie. A composição de espécies presentes na Serra do Alves é similar a de outras áreas já estudadas do Espinhaço mineiro situadas na vertente leste da cadeia, recebendo maior influencia do bioma Mata Atlântica.Item Anfíbios da Serra Negra, Zona da Mata de Minas Gerais, e padrões de distribuição dos anuros da Serra da Mantiqueira e sul do Espinhaço(Universidade Federal de Viçosa, 2015-08-27) Neves, Matheus de Oliveira; Feio, Renato Neves; http://lattes.cnpq.br/2888930296947809Os processos que geram e mantém a diversidade biológica são complexos e difíceis de mensurar. O uso de ferramentas biogeográficas auxilia nas hipóteses de padrões de distribuição espacial e determinação de áreas prioritárias para conservação através de pesquisas utilizando a metanálise. Para isso, é primordial o conhecimento das áreas que se está trabalhando. A Serra Negra, pertencente ao Complexo da Serra da Mantiqueira, é uma área prioritária para conservação e que carece de estudos. Este trabalho tem como objetivo inventariar os anfíbios anuros da Serra Negra, municípios de Rio Preto, Santa Barbara do Monte Verde, Olaria e Lima Duarte, e verificar os parâmetros biogeográficos dos anuros do sul da Serra do Espinhaço e o Complexo Serrano da Mantiqueira, além do status de conservação das espécies registradas e das unidades biogeográficas avaliadas. Realizamos 12 coletas durante duas estações chuvosas, de outubro de 2013 a março de 2014 e de outubro de 2014 a março de 2015. Foram vasculhados 13 pontos amostrais através de busca ativa noturna ao longo de cinco dias em cada mês. A anurofauna da Serra Negra revelou-se com 47 espécies distribuídas em dez famílias, sendo a família Hylidae a mais rica (24 espécies), seguida pela família Leptodactylidae (oito espécies). Para a biogeografia da região, selecionamos 16 áreas, dez pertencente a Serra da Mantiqueira, cinco ao sul do Espinhaço e a Serra da Canastra. A Serra do Itatiaia, Serra da Canastra, Planaltos de Poços de Caldas e Serra do Cipó foram as que apresentaram um maior número de espécies restritas a elas. Identificamos um grupo monofilético nas áreas do norte do Complexo da Mantiqueira e também a parte sul, com a exclusão dos Planaltos de Poços de Caldas que, embora seja viiivisto dentro da Serra da Mantiqueira por alguns autores, possui um maior número de espécies compartilhadas com o Espinhaço e a Serra da Canastra. A distância geográfica influencia inversamente na similaridade entre as áreas amostrais de acordo com a Teoria da Neutralidade. A maioria das espécies endêmicas dessas áreas apresentam status de conservação imprecisos, classificadas com deficiência de dados (DD) ou não avaliadas. Isso mostra que é necessário um esforço maior para os estudos com espécies de distribuição restritas assim como uma prioridade na conservação dessas áreas de endemismo.Item Anfíbios e répteis de altitude da Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário do Caraça, Catas Altas, Minas Gerais, Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2017-10-20) Silva, Douglas Henrique; Feio, Renato Neves; http://lattes.cnpq.br/4069445542636187No presente trabalho são apresentadas informações a respeito da ocorrência de espécies de anfíbios anuros e répteis em dois picos da Reserva Particular do Patrimônio Natural Santuário do Caraça, localizada no Quadrilátero Ferrífero, extremo sul da Cadeia do Espinhaço. Entre os capítulos abordados, destaca-se a ocorrência de espécies de anfíbios anuros ao longo de um gradiente altitudinal nos Picos do Inficionado e Pico do Sol na RPPN Santuário do Caraça. Neste capítulo apresentamos informações sobre história natural de todas as espécies registradas, novos registros de espécies para a RPPN (Leptodactylus camaquara, Ischnocnema sp.1 e Ischnocnema sp.2). A relação entre altitude, riqueza e abundância de espécies é apresentada para cada pico, a suficiência amostral e análise de similaridade entre os pontos também são apresentadas. O segundo capítulo apresenta a ocorrência da serpente Ptychophis flavovirgatus para a RPPN Santuário do Caraça. Este registro é o primeiro para a Cadeia do Espinhaço, ampliando a distribuição setentrional da espécie por mais de 200km. Além do registro, apresentamos informações a respeito da história natural da espécie, período reprodutivo e repertório defensivo. Ampliamos sua distribuição altitudinal para a cota de 1930m, além de apresentar a ocorrência de outras espécies de répteis para os picos da RPPN Santuário do Caraça.Item Antrozoologia e hematologia de preguiças comuns (Bradypus variegatus) de áreas urbanas(Universidade Federal de Viçosa, 2015-03-20) Pereira, Kissia Ferreira; Silva, Ita de Oliveira e; http://lattes.cnpq.br/4854863005019726A redução dos ambientes naturais tem feito com que cada vez mais animais silvestres sejam encontrados em áreas urbanas, como praças e parques. Dentre essas espécies algumas populações de bichos preguiça já foram descritas por sua localização em centros urbanos. Existem poucos estudos com essa espécie, principalmente pelo fato de serem de difícil localização e observação em seus habitats naturais. Assim, estudar animais de áreas urbanas é interessante por fornecer dados importantes para o conhecimento de seus parâmetros biológicos. Embora a interação entre animais silvestres e humanos em áreas urbanas seja cada vez mais frequente, pouco se sabe sobre como ocorre esta interação e como os seres humanos avaliam a proximidade aos animais silvestres. Para tal, o presente trabalho entrevistou 182 pessoas na Praça Tiradentes de Teófilo Otoni, Minas Gerais e realizou análise do hemograma e bioquímico sanguíneo de preguiças viventes nas praças Tiradentes em Teófilo Otoni, Minas Gerais e João Pessoa, em Rio Tinto, Paraíba. As entrevistas indicaram que a população conhece pouco da biologia das preguiças e da população destes animais viventes na cidade. As interações, em sua maioria, são provocadas pelas pessoas, e as preguiças parecem não responder a esses contatos. Estudos sobre hematologia de animais silvestres são raros, mas essenciais para se conhecer melhor sobre as espécies, tornando-se possível o diagnóstico de doenças antes do aparecimento de sinais. Esse trabalho encontrou resultados hematológicos muito semelhantes aos descritos pela literatura, mesmo esses animais estando em ambientes urbanos e degradados. Alguns dos parâmetros bioquímicos (TGO e FA) diferiram em relação à literatura, que pode ser devido à dieta dos animais, que é menos diversificada do que daqueles de vida livre. Os resultados encontrados nesse estudo podem servir de base para outros estudos com a mesma espécie, ou até mesmo com espécies da mesma família. Entretanto, uma análise mais profunda do efeito da manutenção na área urbana na saúde destes animais é fundamental.Item Anurofauna em áreas de influência de mineração de bauxita na região do Rio Preto, Zona da Mata de Minas Gerais, Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2021-05-31) Pires Júnior, Joaquim Ribeiro; Feio, Renato Neves; http://lattes.cnpq.br/5914651398264131No Brasil são registradas mais de 1090 espécies de anuros, dessas cerca de 207 espécies ocorrem na Mata Atlântica de Minas Gerais. Para ampliar o conhecimento sobre a biogeografia local, este estudo foi realizado na região do rio Preto, Zona da Mata de Minas Gerais nos municípios de Sebastião da Vargem Alegre e Rosário da Limeira,. O local é considerado área prioritária para a conservação da herpetofauna em Minas Gerais e encontra-se localizado próximo a zona de amortecimento do Parque Estadual Serra do Brigadeiro; somente São Sebastião possui cerca de 82% do território em concessão para mineração de bauxita. Os dados referentes a anurofauna em áreas de influência de mineração foram obtidos por meio de um inventário realizado entre os anos de 2017 a 2019. Para isto foram empregadas as metodologias de pitfall, busca ativa em sítios de reprodução e avaliamos demais habitats preferenciais para presença da anurofauna. Foram registradas 33 espécies incluindo membros das famílias Brachycephalidae (2), Bufonidae (1), Craugastoridae (1), Cycloramphidae (2), Hylidae (14), Leptodactylidae (10), Microhylidae (2) e Phyllomedusidae (1). Encontramos 19 espécies endêmicas da Mata Atlântica. Foi verificado modificações significativas na paisagem local em relação as condições físicas nos cursos de água referente a atividade de mineração, portanto, sugerimos a realização de novos estudos para verificar possíveis danos causados pela atividade de mineração nos indivíduos inventariados, a fim de constatar de forma mais precisa como as espécies reagem a possíveis impactos. Estudos realizados em áreas com potencial risco de degradação por atividade mineral são importantes, pois permitem um diagnóstico prévio da área afetada por este tipo de empreendimento. Palavras-chave: Inventário. Diversidade. Anfíbios. Herpetofauna. Minério.Item Árvores gomíferas escarificadas por Callithrix penicillata, caracterização anatômica dos orifícios e composição química de exsudações de Tapirira guianensis em fragmentos urbanos sob Domínio Cerrado(Universidade Federal de Viçosa, 2015-04-01) Lamoglia, Juliane Martins; Silva, Ita de Oliveira e; http://lattes.cnpq.br/0568286389730427A exsudativoria constitui um dos fenômenos ecológicos mais importantes para primatas do gênero Callithrix. A capacidade de utilizar exsudatos vegetais como um dos principais itens da dieta, podendo compor até 70% no caso do saguidetufospretos, Callithrix penicillata, requer especializações anatômicas, fisiológicas e comportamentais para obtenção, consumo e digestão. A adaptação alimentar extrema a este recurso peculiar, possibilita a ocupação de ambientes sujeitos à limitação de recursos e sazonalidade marcante, como o Domínio Cerrado. Assim, é importante o conhecimento dos fatores chave da árvore e do sagui que direcionam essa interação animalplanta. Os objetivos deste trabalho foram identificar e caracterizar as espécies arbóreas utilizadas por C. penicillata para obtenção de exsudatos, verificar padrões relacionados às variáveis dendrométricas, fatores da árvore (densidade e espessura da casca) e distribuição desse recurso nas áreas, bem como, no que se refere à principal espécie utilizada, Tapirira guianensis, caracterizar e comparar anatômica e histoquímicamente e através de parâmetros quantitativos as estruturas secretoras constitutivas e resultantes da defesa da planta (ductos traumáticos) ao estímulo da injúria mecânica realizada pelos saguis na casca da árvore das quais esses animais se beneficiam com fins alimentares e analisar a composição do exsudato em relação ao percentual de água, cinza e elementos minerais (cálcio, magnésio, cobre, manganês, ferro, zinco e fósforo). O estudo foi conduzido no período de julho de 2013 a janeiro de 2015, em três fragmentos urbanos no município de GoiâniaGO sob Domínio Cerrado. Foram identificadas como fontes de exsudatos por C. penicillata um total de 109 indivíduos, 15 espécies arbóreas, pertencentes a 10 famílias. Tapirira guianensis (Anacardiaceae) e Croton urucurana (Euphorbiaceae) foram as espécies mais utilizadas pelos saguis (75%), sendo também as mais abundantes nas áreas. A intensidade e local de exploração variaram entre as espécies utilizadas. Os saguis também fizeram uso das espécies não endêmicas Terminalia catappa e Swietenia macrophylla. O alto grau de exsudativoria dessa espécie configura a principal resposta adaptativa às condições adversas do habitat, bem como a flexibilidade na dieta, onde as plantas mais abundantes são as principais fontes de alimento. Tapirira guianensis apresenta naturalmente um grande potencial para a exsudativoria, possuindo na casca além dos ductos secretores de ocorrência constitutiva, ductos de origem traumática subsequentes às injúrias realizadas pelos saguis. Os ductos traumáticos são maiores, mais numerosos e concentrados na região cambial, formando a maior fonte de exsudação de goma da qual os saguis se beneficiam com fins alimentares. Outras respostas defensivas da árvore à injúria incluem o aumento da formação de tilos e esclerificação dos mesmos, regeneração da periderme na casca, formação de tecido cicatricial e obstrução de vasos por goma no xilema. A partir da análise mineral observouse que o exsudato apresenta elevados teores de água e cálcio, que possuem importância nutricional e fisiológica para o sagui.