Ciências Biológicas e da Saúde
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Item A dieta influencia? Ultraestrutura das células digestivas do intestino médio de hemípteros (Insecta: Hemiptera) com diferentes hábitos alimentares(Universidade Federal de Viçosa, 2017-03-10) Santos, Helen Cristina Pinto; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/6530960479559622Os Hemiptera são insetos hemimetábolos distribuídos dentre quatro subordens monofiléticas, Sternorrhyncha, cujas relações Auchenorrhyncha filogenéticas e são Heteroptera. estudadas: Estes Coleorrhyncha, insetos apresentam diversificados hábitos alimentares que variam dentre a fitofagia, zoofagia, dentritivoria, hematofagia e onivoria. Devido a esta variedade de hábitos e o conhecimento da filogenia dos táxons superiores do grupo, os hemípteros tornam-se interessantes modelos de estudos comparativos do intestino. Analisando-se a compartimentalização da digestão e a produção de enzimas no intestino médio de insetos foi levantada a hipótese de que características deste órgão eram semelhantes entre espécies relacionadas filogeneticamente mesmo que estas apresentassem diferentes hábitos alimentares. Estudos comparativos visando investigar esta questão sob o viés morfológico ainda eram ausentes na literatura. Devido a isso, com o objetivo de testar, sob o ponto morfológico, a hipótese de que a evolução do intestino médio em insetos é mais relacionada à proximidade filogenética das espécies que ao hábito alimentar, analisamos a ultraestrutura das células digestivas do intestino médio em Hemiptera levando-se em conta seus diferentes hábitos alimentares e filogenia. Esta análise evidenciou que em Hemiptera as células digestivas do intestino médio são polifuncionais responsáveis pela produção e secreção de enzimas, absorção de nutrientes, reserva de nutrientes, neutralização de compostos tóxicos e osmorregulação. Além disso, as células digestivas são similares, apresentando em todas as espécies, membrana perimicrovilar, microvilosidades, núcleo bem desenvolvido e estruturas de reserva, apesar dos diferentes hábitos alimentares apresentados por estas. Portanto, a ultraestrutura das células digestivas em Hemiptera é mais relacionada à proximidade filogenética das espécies.Item A importância do efeito Top-down em comunidades de insetos : formigas afetam o acesso dos cupins à matéria orgânica?(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-06) Souza, Tamires de Lima; Campos, Ricardo Ildefonso de; http://lattes.cnpq.br/6747490613296154O presente estudo teve como objetivo determinar se as formigas afetam negativamente o acesso dos cupins à matéria orgânica. O estudo foi realizado na Estação de Pesquisa, Treinamento e Educação Ambiental Mata do Paraíso (EPTEA-MP), em um fragmento de Mata Atlântica em Viçosa onde foram montadas 30 estações de coleta de dimensões 14x 2,5 m. Cada estação recebeu 12 “iscas celulósicas”, feitas de esterco bovino moldado que foram pesadas e secas individualmente antes de serem levadas ao campo. À cada 9 dias, as iscas de esterco eram monitoradas quanto à ocupação por cupins e uma isca de cada estação era coletada, seca e pesada novamente para a estimativa da perda de peso. Durante o experimento, 15 das 30 estações receberam 15g de sardinha a cada 5 dias com objetivo de aumentar a atividade de formigas nestas estações (grupo tratamento). Por outro lado, as outras 15 estações não receberam iscas de sardinha (grupo controle). Antes do início das coletas e no final de todo o experimento duas armadilhas do tipo pitfall foram montados em todas as estações. Em cada estação medimos também o risco de predação através do tempo gasto para encontro de iscas de cupins por formigas. Além disso, fizemos coleta ativa de cupins no solo de todas as estações. O peso final das iscas foi comparado entre as estações dos grupos controle e tratamento e a ocupação dos cupins no solo e nas iscas de esterco foi analisada levando-se em consideração a abundância e riqueza de formigas. (Os resultados indicam que embora as formigas sejam conhecidas como potenciais predadoras, em nosso sistema parece não afetar negativamente a comunidade de cupins. Em conjunto, estes resultados mostram que os efeitos parecem estar diluídos a nível de comunidades e precisam de novos estudos mais aprofundados,especialmente sobre o efeito direto das formigas sobre os cupins.Item Ação antioxidante do açaí (Euterpe oleracea MART.) frente ao estresse oxidativo induzido pelo cádmio no testículo de camundongos adultos(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-28) Mouro, Viviane Gorete Silveira; Matta, Sérgio Luis Pinto da; http://lattes.cnpq.br/9028464724155016O Cádmio (Cd) é um metal pesado, cuja contaminação na água e solo é bem conhecida. O Cd interfere no metabolismo de vários órgãos, particularmente nos testículos, onde é capaz de romper a barreira hematotesticular, com apoptose das células germinativas e perda do epitélio. Alteração nas células de Leydig e redução na concentração sérica de testosterona também refletem ação do Cd. O Cd pode competir com minerais essenciais e com isso causar o desbalanço destes elementos no testículo. Além disso, o estresse oxidativo é um dos mecanismos de toxicidade do metal. Dessa forma, vários estudos têm-se voltado para a descoberta de produtos naturais com ação antioxidante frente ao Cd. Dentre as plantas com potencial antioxidante destaca-se o açaí da Amazônia (Euterpe oleracea). Seu fruto é conhecido por sua atividade antioxidante devido a presença de compostos fenólicos, destacando-se as antocianinas, e de ácidos graxos presentes na fração lipídica. Assim, neste trabalho inicialmente foi comparada a toxicidade do Cd por diferentes vias e forma de administração, para posteriormente ser feita a escolha da via na avaliação dos efeitos do óleo e da polpa desengordurada rica em antocianinas (PDRA) de E. oleracea. Camundongos Swiss receberam CdCl 2 nos modos seguintes: 1,5 mg/Kg intraperitoneal (i.p.) dose única; 30 mg/Kg via oral dose única e 4,28 mg/Kg via oral durante 7 dias. No oitavo dia os animais foram eutanasiados. O Cd bioacumulou em todas as vias, sendo maior na oral fracionada. As concentrações de Ca e Cu testicular reduziram em todos os animais expostos ao Cd, enquanto que Zn e Mn reduziram apenas na via i.p.. A atividade de SOD reduziu em ambas formas de administração via oral, CAT aumentou na via i.p., Glutationa aumentou em todos os animais intoxicados. A concentração sérica de testosterona reduziu em ambas administrações via oral. Danos tubulares foram mais intensos naqueles que receberam o metal via oral fracionado. Assim, quanto o Cd é ofertado de forma fracionada via oral, as alterações no epitélio germinativo são mais intensas, sendo esta forma de administração escolhida para se testar os efeitos do fruto de E. oleracea. Camundongos Swiss receberam solução aquosa de CdCl 2 na concentração de 4,28 mg/Kg por via oral durante 7 dias. Após este tratamento, os animais foram separados em grupos e tratados com óleo de E. oleracea nas doses de 50, 100 e 150 mg/Kg e com PDRA nas doses de 100, 200 e 300 mg/Kg por 42 dias. Parâmetros morfométricos tubulares e de Leydig foram recuperados após o tratamento com o óleo associado a aumento na concentração sérica de testosterona e da viabilidade celular. O tratamento com PDRA levou melhoria nestes parâmetros. O tratamento com o óleo preveniu a progressão dos danos na morfologia tubular causados pelo Cd, enquanto que a PDRA apenas de danos leves. A concentração de Mn e Zn testiculares, aumentaram nos animais tratados com o óleo, além da estimulação na atividade de SOD e CAT. A PDRA causou aumento na concentração de Zn e Mg na concentração de 300 mg/Kg. Cu reduziu em todos os tratamentos e Fe naqueles que receberam 100 mg/Kg de PDRA. O tratamento com PDRA aumentou a atividade de SOD e a concentração de 300 mg/Kg reduziu a peroxidação lipídica. Assim, conclui- se que o tratamento com o óleo de E. oleracea apresentou atividade antioxidante curativa contra alterações testiculares induzidas pelo Cd, enquanto a PDRA, nas doses testadas, ameniza os danos testiculares causados pelo Cd, sendo considerada com potencial antioxidante.Item Ação da polpa e do óleo de juçara (Euterpe edulis Martius) nos testículos de camundongos Swiss expostos ao cádmio(Universidade Federal de Viçosa, 2023-12-11) Araujo, Diane Costa; Matta, Sérgio Luis Pinto da; http://lattes.cnpq.br/5935042252243288Item Ação de extratos vegetais no reparo de feridas cutâneas em ratos diabéticos(Universidade Federal de Viçosa, 2016-10-03) Souza, Mariáurea Matias Sarandy; Gonçalves, Reggiani Vilela; http://lattes.cnpq.br/0888940291566758Objetivo: Investigar o efeito da aplicação tópica da pomada à base de Strycnos pseudoquina nas concentrações 5 e 10% na cicatrização de feridas cutâneas em ratos diabéticos. Material e Método: Amostras de S. pseudoquina foram coletadas no Município de Rio Verde, Goiás, Brasil e em seguida submetido a prospecção fitoquímica. O extrato foi emulsificado em lanolina nas concetrações 5% e 10%. Foram utilizados trinta ratos Wistar que após a indução do diabetes com estreptozotocina, foram divididos em 5 grupos de 6 animais: Sal: feridas tratadas com 0,9% de solução salina; VH (veículo da pomada): feridas tratadas com 0,6 g de creme de lanolina; SS (Sulfadiazina de Prata): feridas tratadas com 0,6 g de creme de Sulfadiazina de Prata (0,01%); ES5: feridas tratadas com pomada a base de S. pseudoquina (5%); ES10: feridas tratadas com pomada a base de S. pseudoquina (10%). Três feridas circulares de 12 mm de diâmetro foram realizadas no dorso dos animais e fragmentos das feridas foram retirados para análises histológicas e bioquímicas a cada 7 dias durante 21 dias. Resultados: Os grupos que receberam o extrato de S. pseudoquina nas concentrações 5 e 10% apresentaram maior taxa de fechamento das feridas, maior quantidade de células, vasos sanguíneos e aumento do colágeno III e I. Os marcadores de estresse oxidativo foram menores nos grupos ES5 e ES10, e os níveis de enzimas antioxidantes foram maiores nestes mesmos grupos. Conclusão: Os resultados deste trabalho demonstraram que a aplicação tópica de pomada à base de S. pseudoquina promove um reparo cutâneo rápido e eficaz em ratos diabéticosItem Adaptação da metodologia de ensaio cometa para avaliação de genotoxicidade do glifosato em milho (Zea mays L.)(Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-28) Passamani, Paulo Zanchetta; Carvalho, Carlos Roberto de; http://lattes.cnpq.br/7745351198384911O milho (Zea mays L.), além de ser um dos grãos de maior importância econômica no mundo, é um importante modelo em diversos estudos com plantas. Em virtude da sua grande importância econômica, a minimização da perda na produtividade tem sido priorizada em pesquisas e em programas de melhoramento dessa cultura. O advento do uso de defensivos agrícolas é uma das alternativas adotadas mundialmente para assegurar aumento de produtividade, principalmente em plantações de milho. Os pesticidas são muito eficazes no controle das pragas e na manutenção do nível de produção, mas podem gerar danos a nível genético na planta. Uma forma de avaliar a ocorrência de danos na molécula de DNA tem sido pelo uso da técnica de ensaio cometa, ou eletroforese de célula única. A aplicação dessa metodologia é relativamente rápida, sensível e simples para quantificar danos e reparo no DNA, conforme verificado com sucesso em testes com células humanas e de diversos outros organismos. Portanto, torna-se imperativo e de grande importância a padronização desta técnica para a avaliação da genotoxicidade em plantas, principalmente em culturas de grande importância econômica. O presente trabalho adaptou a metodologia de ensaio cometa em milho, utilizando tanto folha como raízes. Nas adaptações envolvendo raízes, foram avaliados dois métodos de isolamento nuclear, utilizando protoplasto e chopping, incluindo testes para verificar o efeito da sincronização nuclear com hidroxiureia (HU) nas raízes. O uso de núcleos oriundos de protoplasto se mostrou mais eficiente nos ensaios, bem como o tratamento com HU gerou núcleos sincronizados sem danos detectáveis no DNA. Tal procedimento foi útil para padronização do tamanho dos núcleos analisados. Nas adaptações metodológicas envolvendo núcleos oriundos de folhas, o ensaio cometa foi utilizado para avaliar a genotoxicidade associada ao tratamento com Roundup®, herbicida a base de glifosato, em dois híbridos de milho, um resistente à aplicação do herbicida e ou suscetível ao mesmo. Ambos os híbridos apresentaram danos nas moléculas de DNA. A planta não-resistente apresentou sinais de genotoxicidade associado a todos os tratamentos com glifosato. Já o híbrido resistente só teve danos genotóxicos nos tratamentos com as doses mais altas, indicando que a dose recomendada para uso do herbicida não gera danos no DNA deste híbrido.Item Adesão, formação e composição de biofilme por Staphylococcus aureus em poliestireno na presença de nisina(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-24) Andre, Cleriane; Vanetti, Maria Cristina Dantas; http://lattes.cnpq.br/7047442323047711Staphylococcus aureus é um patógeno humano oportunista que apresenta riscos a saúde humana, é capaz de aderir em superfícies bióticas e abióticas e formar biofilmes, tornando as células mais protegidas e de difícil remoção. Células liberadas do biofilme podem se constituir em importante fonte de contaminação de alimentos, comprometendo a qualidade e a segurança dos mesmos. O objetivo deste estudo foi verificar o efeito da bacteriocina nisina e dos sanitizantes hipoclorito de sódio e ácido peracético, em concentrações subinibitórias, sobre a hidrofobicidade da superfície de poliestireno, sobre o crescimento e formação de biofilmes por estirpes de S. aureus e ainda, verificar a interferência da nisina sobre a composição e estrutura do biofilme desse patógeno. Células de Staphylococcus epidermidis ATCC 35984 foram usadas como referência para formação de biofilmes. O cultivo das bactérias foi feito em caldo Luria-Bertani (LB) ou em meio sintético (MS). A presença de genes de adesão foi determinada pela reação em cadeia da polimerase (PCR) e os três genes avaliados, icaA, icaD e clfB, foram encontrados nas estirpes COL e FRI 722 de S. aureus, enquanto a estirpe Embrapa 4018 de S. aureus e em S. epidermidis, apenas o gene icaA foi identificado. A hidrofobicidade da superfície de poliestireno foi avaliada por meio da medida do ângulo de contato e constatou-se que o meio LB reduziu a hidrofobicidade da superfície, dificultando a observação do efeito dos antimicrobianos sobre a mesma. O tratamento da superfície de poliestireno com MS adicionado de 1,34 mg/L de nisina reduziu a adesão de S. aureus. Concentrações subinibitórias de 2,01 mg/L; 1.500 mg/L e 0,40 mg/L respectivamente dos antimicrobianos nisina, hipoclorito de sódio e do ácido peracético foram adicionadas isoladamente ou combinadas entre si ao caldo LB e constatou-se a diminuição da formação de biofilmes pela cultura mista de estirpes de S. aureus e por S. epidermidis em microplacas de poliestireno quando os antimicrobianos agiram isoladamente. A composição de polissacarídeos e DNA nos biofilmes de S. aureus e S. epidermidis foi alterada quando o cultivo ocorreu na presença de 2,01 mg/L de nisina. Entretanto, o conteúdo em proteínas nos biofilmes formados pela cultura viiimista das estirpes de S. aureus estudadas ou por S. epidermidis não foi alterado pela presença de nisina no meio de cultura em concentração subinibitória. A estrutura do biofilme de S. aureus e S. epidermidis foi avaliada por microscopia confocal a laser, confirmando os resultados quantitativos de que a presença de concentração subinibitória de nisina reduz a formação de biofilmes por estas espécies. Estes resultados demonstram que a investigação de produtos alternativos para auxiliar no controle e combate aos biofilmes é estratégia promissora além de contribuir com informações sobre a composição do biofilme de S. aureus.Item Álcool e dieta hipercalórica retardam a cicatrização de feridas cutâneas de segunda intenção em ratos Wistar(Universidade Federal de Viçosa, 2016-03-04) Rosa, Daiane Figueiredo; Gonçalves, Reggiani Vilela; http://lattes.cnpq.br/5875057326217323Existem poucos estudos demostram efeito do álcool ou da dieta hipercalórica no reparo cutâneo, sendo que nenhum relata o efeito do álcool e da dieta hipercalórica, associados durante a cicatrização. Para iniciar o estudo foi realizada uma revisão sistemática de todos os artigos relevantes sobre o efeito do álcool e da dieta hipercalórica sobre o processo de reparo cutâneo. A partir da revisão sistemática obtiveram-se informações que serviram como base para o presente estudo. Dessa forma, investigou os danos oxidativos, histológicos e bioquímicos do álcool e da dieta hipercalórica, isolados ou associados, durante o processo de reparo cutâneo em ratos wistar. Cinco grupos experimentais foram analisados: G1: controle, dieta comercial e água com gavagem, G2: controle, dieta comercial e água sem gavagem, G3: dieta comercial e álcool, G4: dieta hipercalórica, G5: dieta hipercalórica e álcool. Os animais foram tratados com álcool e dieta hipercalórica durante 61 dias. Após 40 dias de tratamento foram realizadas 3 feridas cutâneas de segunda intenção no dorso dos animais por meio de incisão cirurgia e a cada 7 dias foram retirados fragmentos totalizando 21 dias. Todos os grupos que receberam álcool e dieta hipercalórica apresentaram um retardo no processo de cura, principalmente em relação à alta celularidade, retardo na angiogênese e na deposição de colágeno I, caracterizando o atraso no remodelamento da matriz extracelular. Esses resultados estão condizentes com o aumento do estresse oxidativo pela elevação dos níveis de TBARS, PCN e das enzimas antioxidantes Superóxido Dismutase (SOD), Catalase (CAT), Glutationa-S- Transferase (GST). Além disto, observaram-se alterações sorológicas e biométricas que tem efeito direto no processo de reparo, além do aumento da expressão de TGF-β contribuindo para o processo de inflamação crônica. Assim, baseado em todos os parâmetros analisados, conclui-se que o álcool e a dieta hipercalórica causa um retardo na cicatrização de feridas cutâneas de segunda intenção.Item Alterações fisiológicas e bioquímicas em plantas de soja supridas com silício e infectadas por Cercospora sojina(Universidade Federal de Viçosa, 2013-06-17) Nascimento, Kelly Juliane Telles; Rodrigues, Fabricio de Ávila; http://lattes.cnpq.br/8307885141367986A mancha olho de rã, causada pelo fungo Cercospora sojina, é uma das principais doenças foliares da soja, pois pode acarretar grandes perdas na produtividade dessa cultura, o que se deve principalmente à acentuada redução da área fotossinteticamente ativa pela ação de toxinas não seletivas. Diversos estudos têm demonstrado que o silício (Si) potencializa a resistência de plantas a diversas doenças fúngicas através de diferentes mecanismos, entre eles o aumento da eficiência do sistema antioxidativo, aumento na atividade de enzimas de defesa contra patógenos, além de propiciar redução na limitação fisiológica imposta pela infecção por patógenos. Com base nessas informações, neste estudo avaliamos o efeito do Si no controle da mancha olho de rã, no sistema antioxidativo, na concentração de espécies reativas de oxigênio e nos danos celulares decorrentes do processo infeccioso de C. sojina. Nós também avaliamos o efeito do Si nas trocas gasosas, nos parâmetros de fluorescência da clorofila a, nas concentrações de pigmentos cloroplastídicos, das hexoses (glicose e frutose), sacarose e amido. Além disso, foi avaliado o efeito do Si sobre a atividade de enzimas de defesa e na concentração de fenóis e lignina, além da importância de algumas enzimas de degradação da parede celular (EDPC) vegetal para o processo infeccioso de C. sojina, bem como o efeito do Si sobre a atividade dessas enzimas. Plantas de soja das cvs. Bossier e Conquista, suscetível e resistente à mancha olho de rã, respectivamente, foram crescidas em solução nutritiva contendo 0 ou 2 mM de Si (-Si e + Si, respectivamente) e inoculadas ou não com C. sojina. Neste estudo, nós observamos que a severidade da mancha olho de rã foi maior para a cv. Bossier do que para a cv. Conquista, independente do suprimento com Si. Para ambas as cultivares, a severidade foi maior para as plantas supridas com Si do que para as plantas não supridas com esse elemento, porém de forma mais proemintente para a cv. Bossier. As plantas de ambas as cultivares inoculadas com C. sojina apresentaram, de modo geral, incremento no sistema antioxidativo tanto enzimático quanto não enzimático em relação às plantas não inoculadas, independente do suprimento com Si. Na ausência de inoculação, a atividade da maioria das enzimas foi menor para as plantas supridas com Si do que para as não supridas. No final do processo infeccioso, plantas inoculadas da cultivar Bossier supridas com Si apresentaram aumento na atividade da maioria das enzimas antioxidativas em relação às plantas não supridas com Si e maiores concentrações de O 2- e MDA, indicando maior estresse oxidativo naquelas plantas. Adicionalmente, na ausência da inoculação com C. sojina, o Si não acarretou mudanças fisiológicas nem na concentração de carboidratos. Todavia, esse elemento desencadeou aumento na suscetibilidade de plantas de soja à mancha olho de rã, resultando em decréscimo mais pronunciado das trocas gasosas e na eficiência fotoquímica, bem como na concentração de pigmentos cloroplastídicos para a cv. Bossier. Para a cv. Conquista, o efeito negativo da infecção por C. sojina sobre a fisiologia das plantas foi associado fundamentalmente à redução em g s , independente do suprimento com Si. Além disso, a inoculação com C. sojina desencadeou, de modo geral, aumento nas hexoses para as duas cultivares e níveis de Si, evidenciando que o incremento dessas moléculas pode ser uma estratégia de defesa das plantas de soja contra C. sojina. Nas plantas não inoculadas, o suprimento com Si não alterou a atividade de enzimas de defesa e de EDPC nem as concentrações de fenóis solúveis totais e de lignina, independente da cultivar. Entretanto, o Si, de modo geral, resultou em menores atividades das enzimas lipoxigenase, felilalanina- amônia-liase, quitinase, peroxidase inespecífica e polifenoloxidase, além de aumento na atividade de EDPC em plantas de soja infectadas por C. sojina. Portanto, os resultados do presente estudo fornecem as primeiras evidências de que o Si reduz a atividade basal de enzimas do sistema antioxidativo de plantas de soja aumentando a suscetibilidade da soja à mancha olho de rã e os danos celulares decorrentes da infecção por C. sojina. Em adição, foi evidenciado neste estudo que o suprimento de plantas de soja com Si potencializou menores atividades de enzimas de defesa contra C. sojina e também favoreceu o processo infeccioso desse fungo mediante aumento da atividade de enzimas líticas da parede celular, levando à menor resistência contra C. sojina tanto para a cultivar resistente quanto para a suscetível, porém de forma mais pronunciada para essa última.Item Alterações moleculares por sinais sonoros nas cascatas regulatórias da germinação de sementes(Universidade Federal de Viçosa, 2020-06-15) Campos, Caio Motta; Carmo, Flávia Maria da Silva; http://lattes.cnpq.br/2662344818368739A germinação das sementes pode ser afetada por vários fatores ambientais bióticos e abióticos. Embora já tenhamos conhecimentos científicos acumulados sobre como a maioria desses fatores atua sobre o processo germinativo da maioria das espécies vegetais, ainda não temos total compreensão sobre como diferentes tipos de sons podem se constituir em estímulos negativos ou positivos sobre esse processo. Mais ainda, não compreendemos totalmente quais são as vias de sinalização e resposta molecular e fisiológica elicitadas pelo som. Aqui apresentamos uma revisão do que há de novo na ciência sobre o processo de germinação e indicamos algumas rotas bioquímicas, bem como a ativação/atividade de alguns genes, que são alteradas pelo som, levando à aceleração/aumento do processo de germinação. Nossa investigação sobre a atuação do som na germinação se inicia com a entrada de água através da casca da semente e termina com atividade da alpha-amilase. Ao final, apontamos rotas metabólicas possivelmente afetadas pelo som e concluímos que o som pode afetar mais de uma rota metabólica que podem ter ação sinergéticas para promover a germinação. A identificação dos mecanismos bioquímicos e moleculares pelos quais o som pode atuar como estímulo positivo sobre o processo germinativo possibilita que tais conhecimentos sejam aplicados, por exemplo, para aumentar ou diminuir a taxa germinativa de espécies alvo. A produção de alimentos, a conservação da biodiversidade e a recuperação de áreas degradadas são exemplos de campos de estudo que podem ser diretamente beneficiados pelas conclusões apresentadas nesse trabalho. Palavras-chave: Estímulos sonoros. Giberelinas. Canais de cálcio. Genes RAV1. Genes CML38.Item Alterações morfofisiológicas em Cassia grandis L. (Fabaceae) cultivadas em rejeito de mineração de ferro(Universidade Federal de Viçosa, 2020-02-18) Matos, Letícia Paiva de; Oliveira, Juraci Alves de; http://lattes.cnpq.br/4458609451533689A atividade minerária gera impactos ambientais por diversos meios, como o acúmulo de metais pesados nos solos e na água. As técnicas de fitorremediação, são muito utilizadas e podem ter seu potencial ampliado com a associação a micro-organismos. Este trabalho avaliou o acúmulo de metais pesados e os efeitos sobre parâmetros morfofisiológicos de plântulas de Cassia grandis, associadas a fungos micorrízicos arbusculares (FMA), cultivadas em rejeito de mineração. Sementes de C. grandis foram germinadas em areia lavada e transplantadas para tubetes com substrato comercial, com ou sem FMA. Posteriormente, foram transferidas para vasos com rejeito de mineração e mantidas em casa de vegetação, por 4 meses, divididas em cinco grupos: substrato comercial sem inóculo (T 0 ), rejeito sem inóculo (T 1 ), rejeito e inóculo obtido de solo de floresta nativa (T 2 ), rejeito e inóculo obtido de área contaminada com rejeito (T 3 ), rejeito e inóculo obtido de área contaminada com rejeito com cultura de laboratório (T 4 ). Foram analisados os teores de metais e arsênio, atividade enzimática antioxidante, trocas gasosas, teores de pigmentos cloroplastídicos, de peróxido de hidrogênio, de malonaldeído e morfologia de folhas. Os elementos arsênio, cádmio e chumbo não foram detectados nos tecidos das plantas. Por outro lado, houve aumentos nas concentrações de ferro (Fe) e cobre (Cu) em folhas das plantas cultivadas com rejeitos de mineração em relação ao controle. O cultivo das plantas em substratos com rejeito de mineração resultou em aumento na atividade das enzimas antioxidantes e nos teores de antocianinas, e diminuição nos teores de clorofilas a, b e carotenoides. O aumento da atividade enzimática pode estar relacionado ao aumento da concentração de alguns metais pesados. Os parâmetros de trocas gasosas foram reduzidos e este fato está diretamente relacionado a alta compactação do rejeito, que impõe uma limitação hídrica as plantas. Nossos resultados indicam que o cultivo de C. grandis em rejeitos de mineração impõe danos fisiológicos e, a inoculação de FMA’s, não resultou em ganhos positivos para a maioria dos parâmetros analisados. A limitação física ao desenvolvimento radicular foi o principal problema nos tratamentos contendo rejeitos. Entretanto, com o manejo adequado do solo, esta espécie pode ser utilizada para revegetação de locais contaminados por rejeito de mineração de ferro. Palavras-chave: Fitorremediação. Metais Pesados. Fisiologia Vegetal. Revegetação.Item Alterações morfofisiológicas em morcegos frugívoros (Artibeus lituratus) expostos à formulação comercial do inseticida deltametrina(Universidade Federal de Viçosa, 2017-08-14) Oliveira, Jerusa Maria de; Oliveira, Leandro Licursi de; http://lattes.cnpq.br/4598394373764781A Deltametrina (DTM) é um inseticida piretroide utilizado na agricultura e no controle de vetores de doenças. Resíduos desse pesticida são comumente encontrados no ambiente e podem trazer prejuízos para a saúde de organismos não-alvos, como os morcegos frugívoros. Durante o forrageio, estes animais entram em contato com esse inseticida por intermédio da água e alimentação. No entanto, a literatura científica apresenta escassez de dados que demonstram a toxicidade dos pesticidas em dos morcegos. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar a toxicidade aguda de baixas concentrações do inseticida DTM no morcego frugívoro Artibeus lituratus (Olfers, 1818). Para isso, foram capturados 23 morcegos machos utilizando redes de neblina em fragmentos de Mata Atlântica - MG, Brasil. Os animais foram mantidos em gaiolas (3x3x2 m) no morcegário da Universidade Federal de Viçosa, e porções de mamão pulverizadas com solução do inseticida DTM (0; 0,02; 0,04 mg/kg de mamão), foram oferecidas diariamente aos animais, durante sete dias. Após o período de exposição, foram avaliadas as enzimas antioxidantes catalase (CAT), superóxido dismutase (SOD), glutationa S-transferase (GST), a peroxidação lipídica e as proteínas carboniladas no fígado, músculo peitoral e testículos dos morcegos. Os níveis de peróxido de hidrogênio foram mensurados no fígado e músculo peitoral e o óxido nítrico (NO) no fígado, músculo peitoral, rins e testículos. No plasma, foram mensurados a atividade da alanina aminotransferase (ALT) e aspartato aminotransferase (AST), a glicemia e as proteínas totais. Foram mensurados o percentual de glicogênio hepático, os níveis de lipídios e proteínas totais do músculo peitoral e do fígado. A imunidade inata foi avaliada por intermédio da atividade bactericida do soro e da proliferação celular de esplenócitos. Foram realizadas também avaliações histopatológicas e histomorfométricas no fígado, rim, intestino e testículos. Os morcegos mostraram estresse oxidativo no fígado, no músculo peitoral e nos testículos. No plasma, os animais apresentaram hiperglicemia e aumento das transaminases AST e ALT. O fígado também mostrou redução da reserva de glicogênio, esteatose, e histopatologias pronunciadas. No intestino ocorreu hiperplasia de células caliciformes e maior evidência de células apoptóticas. Os rins mostraram aumento de glicogênio nos túbulos proximais, infiltrados inflamatórios, nefroesclerose vascular benigna e redução dos níveis de NO. Os testículos dos morcegos expostos mostraram aumento nos níveis de NO, apoptose das células germinativas e histopatologias severas. Os parâmetros imunológicos avaliados não apresentaram alterações entre os grupos, provavelmente devido ao tempo de exposição. Portanto, esses resultados nos mostram que a exposição oral de morcegos frugívoros à baixas concentrações da formulação comercial do inseticida DTM pode alterar o metabolismo de carboidratos, causar injúrias no fígado, músculo peitoral, rins, intestino e testículos. Portanto, a DTM pode ser tóxica para morcegos frugívoros, e comprometer a saúde desses animais.Item Alterações no intestino anterior durante a metamorfose da abelha Apis mellifera (Hymenoptera: Apidae): origem do proventrículo(Universidade Federal de Viçosa, 2022-02-23) Guedes, Daniela de Castro; Serrão, José Eduardo; http://lattes.cnpq.br/9112109608104411Abelhas são insetos holometábolos, passando assim por uma complexa mudança corpórea durante a metamorfose. Além disso, são insetos bem-sucedidos evolutivamente, e parte desse sucesso se deve a variedade fisiológica e estrutural de seu trato digestório, que é dividido em três porções anatomicamente distintas: intestino anterior ou estomodeu, intestino médio ou ventrículo e intestino posterior ou proctodeu. O intestino posterior tem como função o equilíbrio osmótico e excreção, o intestino médio é simples morfologicamente, porém é complexo funcionalmente, sendo este o principal sitio de digestão e absorção de nutrientes. No intestino anterior ocorre a passagem e o armazenamento do alimento. Este, segundo Cruz-Landin (2009), não sofre uma metamorfose real no sentido de degeneração, o que ocorre de fato é uma diferenciação seguida de uma reorganização celular, ocorrendo assim um alongamento dessa porção do intestino e a formação do papo e do proventrículo. O proventrículo é o segmento final do intestino anterior, situado na transição para o intestino médio. Durante a fase larval o proventrículo está representado apenas pela válvula estomodeal, sendo o bulbo formado durante a metamorfose. O presente estudo buscou investigar os eventos celulares que possibilitam a formação e diferenciação do proventrículo durante a metamorfose de Apis mellifera. As regiões precursoras do proventrículo foram submetidos a análises histológicas e de imunofluorescência para detecção de apoptose, autofagia, proliferação e diferenciação celular. Os dados mostraram proliferação celular ocorrendo nas pré- pupas, nas pupas de olho branco e de olho marrom. Nas pupas de olho rosa não ocorre proliferação, e sim uma intensa diferenciação celular. Morte celular por apoptose ocorre em grande quantidade nas pré-pupas, sendo raras nos outros estágios do desenvolvimento. Pupas de olho preto e adultas não apresentaram células positivas para os anticorpos testados.Item Alumínio altera a morfofisiologia e o metabolismo em folhas e raízes de soja(Universidade Federal de Viçosa, 2021-07-28) Castro, Jailson Sousa de; Ribeiro, Cleberson; http://lattes.cnpq.br/6214942343634005Solos ácidos apresentam alta saturação de alumínio (Al) apresentando efeitos tóxicos para as plantas, interagindo com diferentes biomoléculas e vias metabólicas e resultando em danos anatômicos e/ou morfofisiológicos, prejudicando a produção agrícola. No presente estudo, investigamos respostas morfoanatômicas e fisiológicas em plantas de soja (Glycine max L.) cv. EMBRAPA 48 e MONSOY 8644 cultivados em solução hidropônica sob condições controladas com três concentrações de Al (0, 100 e 300 µM de Al 3 Cl 3 ) por 3 e 6 dias. Após o cultivo ambos cultivares apresentaram similar absorção de Al entre dias. Plantas MONSOY 8644 obtiveram maior acúmulo de Al em folhas e raízes de acordo com o aumento da disponibilidade, aumento na taxa de crescimento relativo de parte aérea, maior conteúdo de clorofilas, acúmulo de metabolitos primários e compostos fenólicos totais, maior atividade enzimática de APX e POX em folhas e CAT em raízes, e menores danos na morfologia de raízes, plantas EMBRAPA 48 mostraram maiores resultados em proteínas em altas doses de Al, aumento no conteúdo de amido em folhas, associado com a diminuição na área foliar, e menores conteúdos de H2O2 em folhas, ocorrendo localização de Al nas camadas superficiais dos ápices de raízes resultando em desorganização celular nas células da epiderme. Concluindo que o Al apresenta poucos danos ao crescimento dos cultivares de soja, propiciando estabilidade fotossintética o que permite a síntese e acúmulo de corpos carbônicos, tendo o cultivar MONSOY 8644 mecanismos mais apurados de resistência ao Al. Palavras-chave: Glycine max. Tolerância. Estresse Abiótico.Item Análise citogenética de abelhas do gênero Trigona Jurine, 1807 (Hymenoptera: Meliponini)(Universidade Federal de Viçosa, 2015-07-28) Ferreira, Ríudo de Paiva; Lopes, Denilce Menezes; http://lattes.cnpq.br/9692779348110730O gênero Trigona é um dos maiores e mais amplamente distribuídos táxons de abelhas da tribo Meliponini. A citogenética comparativa permite através de suas técnicas de bandamento clássica e molecular entender sobre a evolução do cariótipo em diversos organismos. As informações citogenéticas disponíveis para o gênero Trigona mostram um número diplóide constante (2n=34), além disso, as espécies do gênero compartilham um cromossomo acrocêntrico totalmente eucromático (Ae). Este trabalho buscou (i) verificar se existem variações cromossômicas e como estas se distribuem entre as populações de espécies com ampla distribuição, Trigona spinipes (ii) descrever citogeneticamente algumas espécies do gênero e por fim, (iii) buscar alguns caracteres citogenéticos para entender a evolução cariotípica em Trigona. Os resultados obtidos neste trabalho reforçam a homogeneidade do número diploide entre as espécies do gênero Trigona. O mapeamento do microssatélite (GA)15 mostrou-se mais efetivo para separar populações de T. spinipes do que as espécies do mesmo gênero. O gene rDNA 18S apresentou variações interespecíficas, contudo não foram observadas diferenças numéricas e de posicção desse gene entre as popT. spinipes. Uma comparação usando os marcadores citogeneticos (quantidade de heterocromatina, rDNA 18S e cromossomo Ae) sugere um processo de eliminação da heterocromatina no gênero Trigona. Por fim, esse estudo ressalta a importância de se usar técnicas de citogenética molecular em estudos com populações, e de citogenética comparativa de espécies com baixo polimorfismo cromossômico, como as abelhas da tribo Meliponini.Item Análise da influência da glicose sobre o metabolismo de xilose em Spathaspora passalidarum(Universidade Federal de Viçosa, 2017-07-24) Ribeiro, Lílian Emídio; Fietto, Luciano Gomes; http://lattes.cnpq.br/6586895168745187A levedura Spathaspora passalidarum converte de maneira eficiente xilose a etanol, se destacando para fermentação de hidrolisados lignocelulósicos. Possui uma cópia adicional do gene que codifica a enzima xilose redutase (XYL 1.2) com preferência pelo cofator NADH, permitindo o estabelecimento do equilíbrio redox durante o metabolismo de xilose. O objetivo deste trabalho foi analisar como a glicose influencia a fermentação de xilose por S. passalidarum. A avaliação do crescimento em meio contendo xilose e 2-DOG revelou que S. passalidarum não possui repressão por glicose no metabolismo de xilose. Foram feitos ensaios fermentativos em batelada com xilose e/ou glicose em aerobiose e hipoxia, para avaliação dos parâmetros cinéticos de fermentação e crescimento. S. passalidarum apresentou maiores rendimentos de biomassa no cultivo em glicose comparado ao cultivo em xilose nas duas condições de oxigênio. O melhor rendimento e produtividade de etanol foram encontrados no cultivo em xilose em aerobiose (Y (P/S) = 0,45 g/g e Qp= 1,51 g/L.h). A mistura de açúcares, glicose e xilose não interfere nos rendimentos ou produtividades de etanol, visto que foram similares aos encontrados durante a fermentação de xilose. O perfil de consumo dos açúcares em cofermentação foi diferente nas duas condições de oxigênio. As análises da expressão dos genes que codificam as enzimas do metabolismo de xilose (XR, XDH e XK) por qRT-PCR revelaram que esses genes são induzidos por xilose e não são reprimidos por glicose. Os dois genes que codificam a enzima xilose redutase (XR) em S. passalidarum apresentaram perfil de expressão diferente em xilose e cofermentação. No cultivo em xilose (aerobiose e hipoxia) e cofermentação em aerobiose, o gene XYL 1.2 foi mais expresso do que o gene XYL 1.1. Entretanto, no cultivo em cofermentação em hipoxia o gene XYL 1.1 foi mais expresso do que o gene XYL 1.2, sugerindo que a expressão destes genes pode ser controlada pelo estado redox da célula. Dessa forma, o consumo simultâneo ou não dos açúcares glicose e xilose em diferentes condições de oxigênio por S. passalidarum, não é uma questão de repressão da glicose na síntese das enzimas do metabolismo de xilose, e sim uma adaptação fisiológica da célula para estabelecer o equilíbrio redox.Item Análise da vacinação BCG segundo a classificação operacional e gênero nos casos novos de hanseníase no município de Ubá/MG, de 2000 a 2016(Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-07) Garcia, Ingrid Rabite; Silva, Eduardo de Almeida Marques da; http://lattes.cnpq.br/1660439179548274A hanseníase é uma doença de notificação compulsória que permanece como um problema de saúde pública no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS), com intuito de facilitar a classificação da doença para fins de tratamento, adotou a classificação operacional que estabelece os pacientes com até cinco lesões como paucibacilares e aqueles com seis ou mais lesões como multibacilares. A presença da cicatriz de BCG é reconhecida como um fator protetor contra a hanseníase. Alguns estudos demonstram que uma dose adicional de BCG oferece um acréscimo na proteção. Além disso, há estudos em que a BCG proporciona maior proteção contra as formas multibacilares. Diante desse quadro, o presente trabalho tem como objetivo descrever e relacionar as variáveis classificação operacional, vacinação BCG e o gênero dos casos novos de hanseníase ocorridos na comunidade ao redor da Casa de Saúde Padre Damião (CSPD), município de Ubá, no período de 2000 a 2016. Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com abordagem quantitativa dos dados e inter-relacional das variáveis. Os dados foram coletados das fichas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), contidas nos prontuários dos pacientes, ou por entrevista para observação da cicatriz vacinal de BCG. Foram identificados e analisados 43 casos novos de hanseníase. A análise descritiva das variáveis demonstrou o predomínio do gênero feminino, forma multibacilar e de vacinados entre os casos novos. Ao relacionarmos as variáveis, na distribuição da classificação operacional segundo vacinação ocorreu uma diminuição significativa na porcentagem de casos multibacilares entre os sem cicatriz de BCG (94%) e aqueles com uma ou duas cicatrizes (65%). Quando feita a análise de estratificação por gênero, essa diminuição foi observada entre nenhuma (100%) e uma cicatriz de BCG (58%) nas mulheres. Nos homens, essa diminuição ocorreu entre nenhuma ou uma cicatriz (85%) e aqueles com duas cicatrizes de BCG (0%), sendo todos classificados como paucibacilares. Os achados desse estudo sugerem que a presença da cicatriz de BCG (1 ou 2) possa oferecer maior proteção contra a forma multibacilar e a segunda cicatriz, possa oferecer um acréscimo de proteção nos homens contra essa forma.Item Análise de elementos transponíveis e DNA polimórfico amplificado ao acaso (RAPD) de Fusarium oxysporum(Universidade Federal de Viçosa, 2003-02-13) Zanotti, Michele Galvão Sant’Ana; Queiroz, Marisa Vieira de; http://lattes.cnpq.br/4314185824756550A variabilidade genética de 20 isolados de Fusarium oxysporum não- patogênicos e patogênicos em feijoeiro foi determinada com base na distribuição do elemento transponível impala e com a técnica de DNA polimórfico amplificado ao acaso (RAPD). A presença de elementos transponíveis impala das subfamílias D e E foi determinada por experimentos de PCR empregando oligonucleotídeos específicos para cada subfamília. Foi observada a presença de representantes das duas subfamílias na maioria dos isolados, sugerindo, portanto, que impala é um antigo componente do genoma de F. oxysporum f. sp. phaseoli. A hibridização do DNA total de cada isolado, clivado com a enzima EcoRI, com um fragmento do elemento impala da subfamíla E, mostrou uma variação nos padrões de bandas dos isolados não-patogênicos, indicando a possível atividade desses elementos. No entanto, no caso dos isolados patogênicos, foram observados padrões de bandas mais homogêneas e alguns isolados apresentaram o mesmo perfil de bandas, indicando que se trata de cópias de impala que possivelmente não são mais capazes de sofrer transposição. Estas cópias inativas são excelentes marcadores genéticos. Um dos isolados patogênicos, Fus4, não apresentou cópias endógenas de impala, o que torna esse isolado um candidato para experimentos de mutagênese insercional usando o vetor pNI160, que apresenta o elemento impala ativo interrompendo o oligonucleotídeos polimorfismo gene niaD. gerou 224 observado foi A análise dos fragmentos compatível dados de polimórficos com o padrão RAPD e 7 de utilizando-se 16 monomórficos. O hibridização. Foram calculadas as distâncias genéticas entre os isolados e estas variaram de 8 a 76%, entre os patogênicos; de 2 a 63%, entre os não-patogênicos, e de 45 a 76%, entre patogênicos e não-patogênicos. Baseados nestas distâncias, quatro grupos foram definidos por análise de agrupamento. Dois grupos foram específicos para patogênicos, um para os não- patogênicos, e um grupo incluiu patogênicos e não-patogênicos. A distância genética observada dentro de um grupo de isolados patogênicos é compatível com os valores de distância genética que definem raças fisiológicas.Item Análise de redes extracelulares de neutrófilos (NETs), autofagia e apoptose desencadeados por vírus Zika(Universidade Federal de Viçosa, 2019-10-21) Oliveira Neto, Mário José de; Paula, Sergio Oliveira de; http://lattes.cnpq.br/5214959393777074O vírus Zika (ZIKV) apresenta tendência de migrações para órgãos imuno privilegiados no qual tem a capacidade de se replicar e gerar doenças graves. O vírus nesses locais, sem a presença de neutrófilos, se replica e ativa vias de escape. A imunidade inata atua em resposta às doenças virais pela formação de redes extracelulares de neutrófilos (NETs) que usam as vias de autofagia para promover a destruição de vírus impedindo o escape viral por meio da apoptose. O objetivo desse trabalho foi mostrar a ação das redes extracelulares de neutrófilos em vírus Zika, avaliando se as mesmas são capazes de ativar as vias estresse oxidativo e autofagia necessária para a ativação e destruição viral e se apoptose interfere nesse processo. Foram coletados neutrófilos de nove doadores saudáveis, purificados e avaliados por imuno marcação, FACS (Citometria de fluxo), leitor de fluorescência para avaliar a presença de NETs, autofagia, estresse e vias de sinalização, e apoptose estimulados pelo vírus Zika ou não. Os resultados mostraram que ocorre formação de NETs pela formação de estruturas visíveis ao microscópio, com a presença de autofagia. A quantificação de estresse oxidativo e peroxidase também confirma a ocorrência de NETs ex vivo induzidas por ZIKV em neutrófilos humanos, e a sinalização de duas horas das proteínas p-ERK e p-AKT mostram que não ocorre escape viral. A via de apoptose foi observada apenas de forma basal no grupo controle e no grupo que recebeu ZIKV o que indica que não ocorre escape viral em neutrófilos. O presente estudo demonstra que em neutrófilos existe um eficiente sistema de resposta ao vírus, e pode-se concluir que o vírus zika estimula os neutrófilos a ativarem as vias de estresse, autofagia, e de NETs, pela sinalização p-Erk e que não ocorre vias de escape viral em neutrófilos humanos infectados com ZIKV. Palavras-chave: Zika. NETs (redes extracelulares de neutrófilos). Autofagia. Apoptose.Item Análise do crescimento e produtos do metabolismo aeróbio e anaeróbio de isolados clínicos de Actinobacillus pleuropneumoniae sorotipo 8(Universidade Federal de Viçosa, 2016-05-30) Souza, Juliana Ângelo de; Bazzolli, Denise Mara Soares; http://lattes.cnpq.br/6372735918840993Actinobacillus pleuropneumoniae é o agente etiológico da pleuropneumonia suína, uma doença respiratória que afeta suínos de todas as idades no mundo. Atualmente são descritos 16 sorotipos da bactéria com virulência distinta. Esta virulência de A. pleuropneumoniae é multifatorial, e inclui as toxinas RTX, cápsula, produção de biofilme, LPS e proteases. O metabolismo central possui papel importante na virulência bacteriana, uma vez que a adaptação da bactéria à disponibilidade de nutrientes é essencial para a sobrevivência e colonização no hospedeiro. Os isolados clínicos de A. pleuropneumoniae sorotipo 8, 1022 e 780, considerados os de maior e menor virulência em estudo realizado em Galleria mellonella foram utilizados neste trabalho, assim como a linhagem referência do sorotipo 8. Na tentativa de explicar a razão da diferença de virulência apresentada pelos isolados foram feitas curvas de crescimento em caldo BHI, caldo BHI acrescido de glicose e caldo BHI acrescido de galactose, em condições de aerobiose e anaerobiose. A determinação da velocidade específica de crescimento e a análise da produção de ácidos orgânicos, de cada um dos isolados, também foi realizada, tanto em aerobiose quanto em anaerobiose. Os resultados mostraram que o isolado 1022 apresentou maior velocidade específica de crescimento em relação ao isolado 780 e à linhagem referência em todas as condições investigadas. O perfil de ácidos orgânicos produzidos foram distintos em aerobiose e em anaerobiose, sendo o ácido acético o de maior produção em aerobiose e o ácido láctico maior produção em anaerobiose. Portanto, foi possível verificar que o isolado 1022 apresentou maior produção de ácido láctico em anaerobiose em relação ao isolado 780 e à linhagem referência. A velocidade de crescimento e a produção de ácido láctico mostraram-se diferenciadas no isolado 1022 indicando que a maior virulência, apresentada por esse isolado no ensaio de infecção, pode estar diretamente relacionada ao seu metabolismo.