Solos e Nutrição de Plantas

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    Paisagens verdes e negras: estratificação ambiental participativa e conhecimento local do solo em uma comunidade quilombola
    (Universidade Federal de Viçosa, 2017-12-11) Ferrari, Lucas Teixeira; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://lattes.cnpq.br/3318503909491827
    Comunidades tradicionais de agricultores acumulam conhecimento prático com o passar das gerações, o que lhes permitem elaborar sistemas próprios de interpretação, estratificação e classificação das unidades ambientais em seus territórios, que podem ser articulados com o conhecimento científico sobre solos e ambientes através de uma abordagem etnopedológica integrada e, assim, contribuir para um planejamento territorial mais adequado à realidade local. O objetivo deste trabalho foi compreender as relações entre o saber local e o conhecimento científico sobre o solo e suas interfaces com os outros componentes ambientais, no Quilombo Santa Cruz, em Ouro Verde de Minas, no Vale do Mucuri-MG. Para tal, resgatou-se o histórico de uso e ocupação do território com entrevistas semi-estruturadas, realizou-se uma estratificação ambiental participativa através de oficinas de mapeamento participativo e travessias guiadas por diferentes gradientes pedológicos, aliados à descrição de perfis de solo e coleta de amostras para análises químicas e granulométricas e, por fim, comparou-se a classificação local de solos com a científica. A comunidade quilombola de Santa Cruz apresenta um forte protagonismo político que permite sua sobrevivência e a reprodução de sua cultura quilombola, frente a cenários de conflitos fundiários e degradação ambiental dos solos e das águas. Os quilombolas estratificam a paisagem, em diferentes níveis, de acordo com critérios variados. A posição na paisagem é determinante na distinção dos compartimentos ambientais maiores e mais heterogêneos (Chapada, Baixada e Lajedo) e, à medida que a estratificação ambiental é aprofundada, outros critérios aparecem, como a face de exposição, a pedoforma e a presença afloramentos rochosos. Esses últimos distinguem etnoambientes menores e mais homogêneos (Pinel da Chapada, Pé do Lajedo, Morro com Pedra, Morro sem Pedra, Baixa e Brejo), que condicionam diferentes tipos de solo. Estrutura, umidade, cor e textura do solo, foram os critérios locais utilizados na distinção das quatro principais classes de solo: Terra Vermelha, Terra Arenosa, Terra Poenta e Barro. Esses solos foram mapeados e tiveram correspondência no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos, através das respectivas classes: Argissolo Vermelho-Amarelo, Neossolo Regolítico, Cambissolo Háplico e Gleissolo Háplico. A estratificação ambiental participativa revelou a diversidade da paisagem no quilombo Santa Cruz, que evidencia gradientes pedológicos determinantes no desenho dosagroecossistemas.
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    Caracterização de subprodutos do processamento do fosfato de irecê e sua avaliação como corretivo da acidez do solo e fonte de fósforo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-24) Nunes, Vander Luis Novais; Barros, Nairam Félix de
    A correção da acidez e a fertilização do solo na agricultura são imprescindíveis para obtenção de altas produtividades. Similarmente ao que ocorre com os fertilizantes fosfatados, a demanda por calcário agrícola é superior à capacidade interna de produção e a tendência é que a aquisição destes insumos se torne cada vez mais dispendiosa. Dessa forma, a busca por subprodutos, resíduos e escórias industriais que possam substituir ou complementar a correção e fertilização do solo, mostra-se como uma importante alternativa. Com o início da exploração dos depósitos fosfáticos em Irecê (BA) pela empresa Galvani Fertilizantes, prevê-se a geração de dois subprodutos na produção do concentrado fosfático: um proveniente da etapa de deslamagem (SD) e o outro da flotação (SF). O SD e SF apresentam características químicas e físicas que os potencializam como corretivos de acidez do solo e fonte de P. Este estudo teve por objetivo caracterizar física, química e mineralogicamente o SD e SF e avaliá-los agronomicamente como corretivos de acidez do solo e, ou fonte P. Foram realizados dois experimentos, o primeiro em casa de vegetação com a cultura do sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench), em que SD e SF foram comparados com a mistura de CaCO 3 + MgCO 3 (CA), aplicados em 20, 50 ou 100 % do volume de dois Latossolos Vermelho-Amarelo distróficos (LVAd), argiloso e arenoso, em quatro doses referentes à necessidade de calagem (NC) e dois tratamentos adicionais, sem corretivo. O segundo experimento foi conduzido em condições controladas, com a aplicação de grânulos de fosfato monoamônio (MAP), super fosfato simples (SS) e SD e das misturas de (MAP+SD e SS+SD) na região central de placas petri em um LVAd argiloso. Após 30 d de tratamento, o solo foi amostrado na forma de anéis concêntricos. Os resultados do primeiro experimento mostraram que o SF apresentou comportamento semelhante ou superior ao do CA, no que diz respeito à correção da acidez, fornecimento de Ca 2+ e Mg 2+ e produção de matéria seca da parte aérea do sorgo. Apesar do SD e SF não terem sido suficientes para satisfazer a demanda da cultura por P, constatou-se que parte do P absorvido pelo sorgo foi proveniente da solubilização do SF. As formas de aplicação localizadas em 20 e 50 % do volume de solo proporcionam maior produção de matéria seca para CA, SD e SF, nos solos argiloso e arenoso. O SD foi menos eficiente em relação ao SF como corretivo da acidez e fonte de P, devido à sua baixa reatividade, por apresentar-se granulado. No segundo experimento, observou-se que após 30 d de incubação, a dissolução do MAP foi completa, enquanto a do SS foi parcial e o SD permaneceu intacto. O MAP foi o fertilizante que favoreceu a maior difusão do P pelo solo (até 27 mm do grânulo), o que pode ser atribuído ao seu íon acompanhante NH 4+ . A difusão do P no SS e SD ocorreu até 7 e 0 mm, respectivamente. De acordo com o ajuste de combinação linear (linear combination fitting – LCF) as formas de P adsorvidas a oxidróxidos de Fe e Al e associadas a compostos orgânicos predominaram em todas as secções das placas de petri, o que é compatível com as características químicas e mineralógicas do LVAd. Na primeira secção 0-7 mm, o ajuste de combinação linear indicou a participação de fosfatos de Fe e Al amorfos (precipitados) e P adsorvido a oxidróxidos Fe e Al, o que pode ser atribuído à alta atividade de P na região mais próxima do grânulo de fertilizante.
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    Gênese e mineralogia de solos no gradiente climático árido-hiperárido no Deserto do Atacama, Norte do Chile
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-02-01) Gjorup, Davi Feital; Francelino, Marcio Rocha; http://lattes.cnpq.br/9775159377586140
    O Deserto do Atacama pode ser considerado o extremo de aridez no planeta, por conjugar as menores precipitações anuais registradas, e a mais longa história de aridez conhecida. Os solos de regiões áridas são relativamente pouco conhecidos, e em geral quanto maior a aridez, menor o nível de informações disponíveis. O Atacama é bem estudado do ponto de vista geológico e geoquímico, mas estudos pedológicos são raros. Este estudo se concentra em diferentes aspectos relacionados aos solos em um amplo gradiente climático seco no norte do Chile, incluindo a área core do deserto e áreas adjacentes (climas hiperárido, árido e semi-árido). Os solos dos diferentes conjuntos foram caracterizados morfológica, química, física e mineralogicamente, o que permitiu a discussão acerca dos principais fatores e processos envolvidos na sua gênese. O fator climático é importante no condicionamento dos processos de formação ao longo da climossequência. Teores de sais e matéria orgânica são correlacionados com a precipitação média anual, embora fatores geomorfológicos possam ter maior importância local. Sob clima semiárido os solos não são salinos, e ocorre colonização vegetal significativa e acúmulo de matéria orgânica. Sob os climas árido e semiárido a acumulação de minerais solúveis é o principal processo de formação dos solos. Bacias fechadas condicionam solos salinos em qualquer setor climático. O estudo dos regimes térmico e hídrico de um gradiente climático, pedológico e vegetacional de solos semiáridos de elevada altitude (>4500 m) apontam para um regime típico de ambientes periglaciais em todas as altitudes estudadas. Contudo, permafrost não foi detectado na profundidade dos solos. Fatores relacionados à altitude (temperatura média do ar e precipitação) são importantes na definição dos regimes pedoclimáticos, mas fatores locais, como textura dos solos e duração da radiação solar, também agem sobre o comportamento térmico e hídrico dos solos mais elevados. O estudo de distribuição e organização dos minerais solúveis nos solos submetidos aos climas árido e hiperárido evidenciou que a acumulação destes minerais é o principal processo de formação dos solos. No sistema hiperárido o processo de acumulação é muito avançado, e algum processo de redistribuição ocorre apenas dentro do perfil, com perdas negligenciáveis por lixiviação. No sistema árido, a intensidade do processo de acumulação varia em função da posição na paisagem. Nos solos bem drenados a acumulação coexiste com perdas por lixiviação, enquanto os solos mal drenados recebem sais provenientes de outros setores da paisagem. O processo de calcificação é generalizado na paisagem, embora pouco avançado. O processo de gipsificação é generalizado, e todas as fases do processo foram observadas – incluindo horizontes com gipsificação completa. O processo de salinização está vinculado à proximidade das fontes destes minerais, à posição na paisagem ou a taxas muito baixas de precipitação.
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    Genesis and classification of semi-arid soils from James Ross Island, Weddell Sea region, Antarctica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2018-12-03) Paula, Mayara Daher de; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://lattes.cnpq.br/4866491950822266
    The objective of this research was to investigate pedogenetic processes and soil formation factors in the region of the Weddell Sea and South Shetland Islands in the Peninsular Antarctic region. The work was divided into three papers. In the first paper the objective was to investigate the pedogenesis of a volcano-sedimentary topolithosequence, located in the James Ross Island, Weddell Sea region, through morphological, physical, chemical and mineralogical characterization, and classification of soils according to the international systems Soil Taxonomy and WRB / FAO. Soils are predominantly Gelisols/Cryosols and present cryoturbation features. Vegetation is scarce and nesting birds are absent, so that most soils can be characterized as ahumic. All profiles have a skeletic character, with a high percentage of coarse materials. The soil pH varied from neutral to alkaline and the potential acidity values were null. The mineralogy of the clay fraction presented kaolinite, which was likely inherited from warmer and wetter paleoclimatic conditions during sedimentation. The soils have mixed properties between maritime and continental Antarctic, such as cryoturbation and redoximorphism, side-by-side with desert pavements and ahumic character. In the second paper, the soils developed on different parent materials along the Ulu Peninsula, located on James Ross Island were analyzed geochemically through the quantification of major oxides and traces in soils, as well as the study of the uniformity of the parent material and the degree of weathering of soils, through geochemical indexes. Based on the major and trace oxides geochemistry, the soil types are well differentiated indicating that geochemical composition of soils is highly affected by their parent materials. Therefore, based on the major oxides abundances, chemical weathering seems insignificant. According to the high chemical index of alteration and mineralogical composition which have kaolinite in the clay fraction, soils developed on sedimentary rock of showed a pre-weathered nature. In the third paper the objective was to construct a database with all soil profiles collected since 2002 in the South Shetland Islands Group and the James Ross Islands Group to statistically analyze the physical and chemical properties of these soils located in different climatic regions. The results support the predominance of physical weathering rather than chemical weathering. However, in certain areas, chemical weathering and/or the parent material are more influential. The mean pH values of JRIG soils are closer to those found in Continental Antarctica. SSIG soils are the most acidic in Antarctica, given both the presence of sulfides, and the biological influence associated with the area’s greater precipitation and temperature. The highest P values (Mehlich-1) found in the two island groups were due to the influence of birds, mainly penguins, which are more significant in the SSIG. In the two island groups, the soils affected by avifauna activity have the highest amount of organic material, thereby resulting in high total organic carbon content. Climate is the factor that most influences the development of SSIG soils. Greater precipitation combined with higher temperatures considerably increases the organic matter content in these soils, in addition to the leaching of base elements, resulting in a more acidic pH, and more developed soils.
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    Solos coesos desenvolvidos sobre sedimentos da formação barreiras no estado do Amapá
    (Universidade Federal de Viçosa, 2016-02-22) Sena, Nathalie Cruz; Ker, João Carlos; http://lattes.cnpq.br/5450391015693568
    Os solos coesos desenvolvidos a partir de sedimentos da formação Barreiras ocupam uma estreita faixa ao longo da costa brasileira e caracterizam-se, dentre outros aspectos, pela consistência dura a extremamente dura quando seco e friável, quando úmida. No Amapá, local de estudo do presente trabalho, estes solos estão associados às áreas agrícolas, onde se desenvolvem pastagem, reflorestamento de eucalipto, e mais recentemente, cultivo da soja; ou áreas naturais, com vegetação típica de Cerrado. O objetivo do trabalho foi realizar uma caracterização morfológica, física, química, mineralógica e micromorfológica dos solos coesos e compreender os possíveis processos e mecanismos responsáveis pela gênese e coesão dos solos. Para tanto, realizou-se análises com base nos atributos morfológicos; físicos: densidade do solo, porosidade do solo, resistência à penetração, curva de retenção de água, condutividade hidráulica; químicos: ataque sulfúrico, ataque total, determinação de pH; mineralógico: difração de raios-X e micromorfológico. Os solos apresentaram ampla variação textural com teores de argila entre 7 e 86 %; reação ácida, com baixos valores de soma e saturação por bases, sendo em alguns casos álicos. Os teores totais de Mn, Co, Cu e Zn foram baixos condizentes com a pobreza geoquímica do material de origem. Os solos apresentaram valores elevados de densidade do solo, baixa condutividade hidráulica e elevada resistência à penetração dos solos, sobretudo, no período seco. Os valores de ki foram baixos e estão de acordo com a natureza caulinítica dos solos. A gênese dos solos está associada à mineralogia predominantemente caulinítica da fração argila.
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    Influência das propriedades do solo na riqueza de cupins ao longo de gradientes altitudinais do Brasil e da Colômbia
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-03-05) Vargas Niño, Andrea Patricia; Schaefer, Carlos Ernesto; http://lattes.cnpq.br/4640936519423804
    A diminuição da riqueza de espécies com o aumento da altitude é um dos padrões mais consistentes de distribuição espacial. Fatores como temperatura, precipitação, velocidade do vento, e a radiação solar variam com a altitude produzindo uma diminuição geral da complexidade estrutural do hábitat. Contudo, os mecanismos que determinam a variação da riqueza são pouco compreendidos. Os cupins são organismos abundantes nas regiões tropicais e subtropicais, cumprindo nos ecossistemas a função de consumidores primários e decompositores de matéria orgânica. O objetivo geral do presente trabalho foi estudar a variação da riqueza de cupins e a variação das propriedades do solo em gradientes altitudinais e pedológicos de sistemas montanhosos do Brasil e da Colômbia. Os objetivos específicos foram i) quantificar a riqueza de cupins e quantificar as propriedades físicas e químicas do solo ao longo de gradientes altitudinais; ii) avaliar a variação na composição de guildas de cupins para ser correlacionadas com as propriedades físicas e químicas do solo ao longo de gradientes altitudinais; iii) quantificar as propriedades físicas e químicas dos cupinzeiros de campos de altitude do Brasil para avaliar sua contribuição no estoque do carbono do solo. A questão central deste trabalho foi compreender por que há variação na riqueza de cupins em diferentes altitudes. Para tentar responder essa pergunta foram testadas as seguintes hipóteses: i) existe uma diminuição na qualidade do recurso alimentar e de nidificação disponível com o incremento da altitude; ii) o teor de silte, argila, matéria orgânica e atividade da argila do solo, assim como o teor de matéria orgânica da serapilheira afetam a riqueza de espécies de cupins humívoros e intermediários; iii) a profundidade do solo afeta a riqueza de espécies de cupins xilófagos e intermediários porque define o porte da vegetação que será o recurso alimentar desses cupins. No gradiente altitudinal da Colômbia foi observado que a riqueza e abundancia de cupins de todas as guildas, foi afetada negativamente pela altitude sendo beneficiada a guilda de xilófagos pela oferta de madeira. Também foi observado que o solo deixou de ser utilizado como nicho pelos cupins com o incremento da altitude. Os resultados das analises químicas mostraram um pH muito ácido variando entre 3.8 a 4.6 e uma saturação por alumínio acima do 78%. Nos dois gradientes altitudinais do Brasil, a riqueza de cupins no geral foi afetada negativamente pela altitude, porém riqueza e abundancia da guilda de humívoros não foi afetada, devido a que os solos estudados apresentaram um pH mais elevado, variando entre 3.8 a 5.6, uma saturação por aluminio menor variando entre 41 e 98% e maior teor de matéria orgânica beneficiando a guilda de humívoros. Os cupins intermediários e xilófagos foram afetados positivamente por solos mais profundos que condicionam o porte da vegetação que o local pode sustentar e a oferta de recursos para esses insetos. Adicionalmente, as análises das propriedades químicas assim como liberação do CO2 e CH4 dos cupinzeiros de campos de altitude, sugerem que os cupinzeiros de campos de altitude contribuem na maior estabilidade da matéria orgânica contribuindo assim para o estoque de carbono dentro dos campos de altitude estudados. Concluindo, a acidez do solo representa uma diminuição na qualidade do recurso alimentar e de nidificação possivelmente levando a exclusão competitiva entre espécies de humívoros por restrição de recurso limitante. Existe um padrão geral de diminuição de riqueza de cupins com o aumento da altitude, porém a diminuição ou não da riqueza de uma guilda específica depende das características própias do local de estudo na faixa de 1000 a 2000 m.
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    Ecologia da monodominância de aroeira (Myracrodruon urundeuva Fr. All.) em floresta tropical estacional no médio Rio Doce, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-07-30) Oliveira, Felipe Pinho de; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://lattes.cnpq.br/1400027817105905
    O presente trabalho de tese tem como foco o estudo de povoamentos puros ou monodominados pela espécie florestal Myracrodruon urundeuva (Fr. All.) conhecida popularmente por aroeira, aroeira-verdadeira ou aroeira-do-sertão. Florestas monodominantes são descritas ao redor do mundo visto que os mecanismos que levam à dominância de determinadas espécies podem auxiliar a compreensão da diversidade em florestas tropicais. Adicionalmente, observa-se que a monodominância de M. urundeuva implica na dinâmica produtiva de agroecossistemas locais. Os fatores que determinam a monodominância em florestas tropicais são incertos, podem variar entre florestas, e no caso da monodominância de M. urundeuva, permanecem não elucidados. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi investigar causas e consequências da monodominância de Myracrodruon urundeuva na região do médio rio Doce, MG. Hipóteses consagradas em estudos da monodominância tropical, somadas a observações de campo, registros etnográficos e revisão de literatura, orientaram a condução de experimentos em campo e laboratório. Dezesseis fragmentos florestais monodominados por M. urundeuva no município de Tumiritinga, e quatro fragmentos no município de Aimorés, serviram de base para a coleta de solos, materiais botânicos, instalação de equipamentos e estudos fitossociológicos. Foram ajustados modelos matemáticos para cálculo de volume de árvores individuais de M. urundeuva; estudadas a composição florística, as estruturas horizontal, interna e paramétrica de florestas sob monodominância de M. urundeuva, e analisadas alterações fitossociológicas em fragmentos monodominados após intervenções de manejo; a fitotoxidez de folhas, cascas e raízes de M. urundeuva foi avaliada através de bioensaios de germinação e desenvolvimento radicular de Cucumis sativus; a rizosfera de M. urundeuva foi estudada por meio de técnicas combinadas de biologia molecular e análises morfológicas, em especial para identificação de comunidades de FMA’s. Parâmetros químicos e físicos de solos, bem como a dinâmica da matéria orgânica e análise de bioindicadores de qualidade do solo, foram avaliados em fragmentos florestais com monodominância e comparados com solos de usos adjacentes. A dinâmica da água no solo em um fragmento florestal monodominado e em uma área de regeneração natural adjacente, foi monitorada por sistemas dataloggers em diferentes profundidades. O conteúdo de umidade volumétrica, obtido após calibração de sensores TDR em laboratório, permitiu estudar o comportamento termal e físico-hídrico dos solos durante um ano hidrológico. Os estudos fitossociológicos demonstraram que a monodominância de Myracrodruon urundeuva é caracterizada por valores de densidade absoluta e dominância relativa superiores a todos os casos de monodominância revisados no presente estudo. Observou-se que o manejo nestes sistemas deve em especial favorecer a redução da dominância nas classes diamétricas inferiores, acompanhada da introdução de espécies para a cobertura do solo. Foi observado efeito fitotóxico de metabólitos secundários de M. urundeuva, sendo que o extrato metanólico de folhas inibiu o crescimento radicular da espécie alvo com a maior intensidade. Foi verificada associação de FMA’s com M. urundeuva em monodominância, e os perfis de géis DGGE indicam haver diferenças estruturais nas comunidades microbianas dos solos estudados. A diversidade, densidade e atividade de microorganismos no solo foram afetadas pelos sistemas de uso estudados e demonstraram que solos sob monodominância estão em condição de estresse. A monodominância de M. urundeuva foi observada exclusivamente em solos argilosos e eutróficos com elevada saturação de Ca2+ e a monodominância alterou a constituição e dinâmica da matéria orgânica do solo. Foi observado que os solos sob monodominância de M. urundeuva permanecem grande parte do ano com conteúdo de umidade próximo ou abaixo do ponto de murcha permanente nas camadas superficiais e intermediárias de solos. A monodominância de M. urundeuva pode ser explicada pelo conjunto de características intrínsecas à espécie associadas a características do meio onde a espécie se desenvolve e modifica. A eficiência reprodutiva, as elevadas taxas de crescimento de plântulas, a resistência à herbivoria e ataque de patógenos, associadas à tolerância ao estresse hídrico e a exploração de nichos específicos através de associações com FMA’s, parece conferir elevado ingresso e sobrevivência de plântulas de M. urundeuva em sistemas pós-distúrbio e garantir vantagens adaptativas e competitivas frente a outras espécies. Possíveis efeitos alelopáticos, associados à condição de estresse hídrico, solos de horizonte A decapitado, com ausência de banco de sementes e ausência de serrapilheira, e elevada biomassa radicular, parecem modificar condições no sub-bosque, impedir ou retardar o ingresso de outras plantas, e, desta forma, manter o status quo monodominante.
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    Morfologia, física, química e mineralogia de solos formados em diferentes litossistemas das Mesorregiões Central e do Alto Paranaíba de Minas Gerais
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-06-29) Silva Filho, Luiz Aníbal da; Ker, João Carlos; http://lattes.cnpq.br/2641213536959895
    Vários têm sido os trabalhos contemplando a gênese de solos no estado de Minas Gerais, entretanto, são escassos os estudos sobre solos derivados de rochas glauconíticas (verdetes), principalmente com ênfase em sua composição química e mineralógica. Além disso, os Latossolos formados no território mineiro ainda necessitam de investigações sobre suas características, especialmente os derivados de rochas máficas, isto para auxiliar no refinamento taxonômico e manejo sustentável. Diante da necessidade de gerar informações sobre esses solos, o presente trabalho teve duas linhas distintas de investigação: 1) avaliar as relações entre a composição mineralógica e atributos morfológicos, físicos e químicos de solos derivados de rochas pelíticas, sobretudo as glauconíticas, da Formação Serra da Saudade, membro estratigráfico do Grupo Bambuí; 2) efetuar a caracterização morfológica, física, química e mineralógica de Latossolos dispostos em uma litossequência entre as regiões do Alto Paranaíba e Central Mineira. Com base nas análises realizadas, os principais resultados foram: a) os solos derivados de rochas glauconíticas apresentam diferenças marcantes em função dos fatores e processos de formação; b) a principal limitação na fertilidade de solos glauconíticos é a elevada saturação por alumínio e baixa soma de bases; c) o caráter eutrófico em solos formados em domínio de rochas glauconíticas ocorre mediante influência de rochas carbonáticas; d) a fração argila com predomínio de micas e presença de interestratificados justifica o aumento da CTC dos solos eutróficos; e) Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico possui elevada substituição isomórfica de Fe 3+ por Al 3+ na estrutura das goethitas; f) o Latossolo Vermelho Acriférrico (LV1) apresenta teor de P 2 O 5 (digestão sulfúrica) proveniente do fosfato secundário miniulita. Além disso, a composição mineralógica com presença de magnetita, magnesioferrita e maghemita; g) os Latossolos derivados de rochas pelíticas apresentam elevada saturação por alumínio e fração argila caulinítica.
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    Pedogênese, dinâmica térmico-hídrica e emissões de gases de efeito estufa no Monte Martial, Ushuaia, Argentina
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-08-29) Sá, Mariana Médice Firme; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://lattes.cnpq.br/4164740177312753
    Os solos do Monte Martial são jovens (Inceptisols e Entisols), pedregosos e o teor de matéria orgânica do solo é elevado, porém diminui com o aumento da altitude. Os solos apresentam semelhanças físico-químicas e mineralógicas em função da homogeneidade o material de origem sedimentar. As variações relacionadas à cobertura vegetal, à presença de material vulcânico de origem eólica (pequenos fragmentos de vidro vulcânico) e a altitude são em grande parte responsáveis pelos principais processos pedogenéticos aos quais estes solos são submetidos, tais como andosolização (solos florestais e sob Tundra), podzolização (solos florestais) e criogênese (em altitude), todos demonstrando baixo grau de desenvolvimento. Ademais, a alta latitude destes solos os confere temperaturas frias (regime isofrigid), onde o clima polar se instala em maior altitude (> 900 metros de altitude). Os solos florestais estão em ambiente mais quente, e a presença da cobertura vegetal densa funciona como uma barreira física contra o vento e a neve, o que diminui as variações térmicas mais intensas e o congelamento sazonal do solo durante o inverno. Na Tundra, os solos são mais frios, congelam superficialmente e apresentam longo período de condições isotermais. Ao mesmo tempo, os solos sob Tundra apresentam maior variação do conteúdo de água no solo, em função do degelo anual durante o verão. As emissões de gases de efeito estufa foram avaliadas em duas épocas e em 3 sítios de monitoramento, junto aos perfis, sendo um sob floresta e dois sob a Tundra. As emissões de CO2 apresentaram alta correlação positiva com a temperatura (r>0,7), nas duas épocas. A umidade não apresentou boa correlação com nenhum dos três gases mensurados. As emissões dos três gases foram baixas em ambas as épocas, e denotam a tendência de solos com baixo nível de emissões para todos os três gases mensurados (dreno). As emissões de CO2 foram maiores em relação aos demais gases, se mantendo sempre positiva, ou seja, com fluxo positivo de emissões. O contexto dos três artigos apresentados neste trabalho perpassam aspectos fundamentais do meio físico e biótico com grande capacidade de resposta aos possíveis efeitos das mudanças climáticas globais nestes solos.
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    Gênese e classificação de solos na península Coppermine (ilha Robert) e ilha Barrientos, Antártica marítima
    (Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-13) Paula, Mayara Daher de; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://lattes.cnpq.br/4866491950822266
    A península Coppermine e a ilha Barrientos se localizam ao longo do arquipélago das Shetland do Sul, na Antártica marítima. As rochas encontradas nestes dois locais são formadas por lavas de olivina-basalto, do Cretáceo Superior. A olivina cristaliza-se primeiro, deixando um magma mais pobre em sílica e mais rico em ferro e magnésio, enquanto as demais rochas ígneas de origem vulcânica entre as ilhas Rei George e Low são em sua maioria, constituídas de andesitos, mais ricos em sílica e pobres em ferro. Considerando essa particularidade litológica foi proposta uma unidade litoestratigráfica separada: a “Formação Coppermine”. Nesse contexto, este é o primeiro trabalho pedológico realizado na “Formação Coppermine”, ou seja, em áreas onde predominam basaltos ricos em olivina. Os objetivos deste trabalho são estudar as características físicas, químicas e mineralógicas dos solos desenvolvidos sob lava olivina-basalto na península Coppermine (ilha Robert); e verificar a influência da ornitogênese na formação de solos vulcânicos mais antigos da ilha Barrientos. Para tanto, foram realizados estudos de gênese dos solos desenvolvidos de olivina-basalto e processos pedológicos no contexto de vulcanismo antigo na Antártica marítima, e sua influência nos ecossistemas terrestres. Além disso, classificou-se tais solos pelos sistemas de classificação Soil Taxonomy e WRB/FAO. As amostras foram coletadas em perfis, submetidas a análises físicas e químicas de rotina. Amostras selecionadas foram submetidas a extrações químicas com oxalato de amônio, pirofosfato de sódio e ditionito-citrato- bicarbonato, difração de raios-X e microanálises em seções finas. A maioria dos solos não apresentaram permafrost dentro dos 100 cm, sendo, portanto classificados como Entisols e Inceptisols (Soil Taxonomy) e Leptosols e Cambisols (WRB/FAO). A textura dos solos é grosseira, tendo a TFSA composta principalmente por areia, seguida por silte, sendo a classe textural franco-arenosa predominante. Os elevados teores de Na e K são atribuídos aos sprays salinos associados às feições geomórficas e aos ventos predominantes. A saturação por bases é elevada na maior parte dos solos (>50%), refletindo a litologia basáltica, com teores de Mg mais elevados que os de Ca. Na península Coppermine, os teores de fósforo extraível por Mehlich-1 são mais elevados nas áreas sob influência ornitogênica mais atual. A mineralogia da fração argila é composta basicamente por minerais 2:1 e plagioclásios. As propriedades dos solos como classe textural, cor, pH, carbono orgânico total, soma de bases e mineralogia são bem homogêneas entre si, reflexo do material de origem mais uniforme ao longo de toda a península. Entretanto, a variação de algumas propriedades pode ser atribuída principalmente à diferenciação do relevo. A influência da nidificação, apesar de representar importante fonte de nutrientes para os solos, assumem importância secundária como fonte de fosfatização. Na ilha Barrientos, porém, todos os solos possuem algum grau de ornitogênese, com valores de P (Mehlich-1) diferenciados sob influência da atividade de petréis ou pinguins. Os teores de P (Mehich-1) são menores na ilha Barrientos quando comparado a outras áreas da Antártica marítima, reflexo da menor população de aves atual. A presença de strengita na fração argila dos solos da ilha Barrientos está fortemente relacionada ao material de origem, bem mais rico em Fe que os andesitos das demais Ilhas Shetland do Sul.