Solos e Nutrição de Plantas

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    Caracterização de solos e de substâncias húmicas em áreas de vegetação rupestre de altitude
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-11-30) Benites, Vinicius de Melo; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/0982975035780621
    As áreas de vegetação rupestres de altitude são ecossistemas bastante peculiares que ocorrem nas posições mais elevadas das principais sistemas montanhosos do Brasil. A flora é marcada por alto grau de endemismo e uma grande quantidade de espécies adaptadas morfológica e fisiologicamente as condições edafo climáticas locais. A vegetação apresenta diferenças florísticas de acordo com a litologia predominante podendo ser individualizados as áreas sobre quartzito daquelas sobre rochas ígneas e sobre concreções lateríticas. As tipologias vegetais ocorrentes nas áreas de vegetação rupestre de altitude foram individualizadas em estrato rupícola, estrato herbáceo (campos) e estrato arbustivo-arbóreo (matas e escrubes), sendo observado o controle edáfico sobre cada uma destas tipologias. Os solos nesse ecossistema são rasos, arenosos, pobres em nutrientes e ricos em ferro e alumínio trocáveis. Por estas razões, associadas às baixas temperaturas médias diárias, a decomposição da matéria orgânica é lenta, ocorrendo grandes acúmulos de substâncias húmicas no solo. Estas por sua vez passam a desempenhar um importante papel na retenção de umidade e de nutrientes, e na complexação de Fe e Al. A movimentação de matéria orgânica associada a Fe e Al, que caracteriza o processo de podzolização, ocorre com freqüência nos Complexos Rupestres de Altitude. Ocorrem Neossolos Litólicos, Organossolos, Cambissolos Húmicos e Hísticos, e Espodossolos. Grande parte destes solos não têm classificação definida pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solo nos níveis categóricos inferiores, sendo neste trabalho propostas emendas ao sistema. Observou-se o predomínio das frações humificadas na matéria orgânica do solo sendo grande parte desta composta por ácidos húmicos e fúlvicos. As características físico-químicas destes compostos revelaram sua natureza fortemente aromática e condensada, indicando um alto grau de humificação, características estas relacionadas a forte estabilidade destes compostos, o que resultou no acúmulo de matéria orgânica no solo. Algumas amostras assemelharam-se a ácidos húmicos extraídos de carvão, indicando um histórico de ação do fogo nestas áreas. As técnicas de espectroscopia no UV-visivel, termogravimetria e análise elementar condensada resultaram das em substâncias variáveis indicadoras húmicas, da produzindo natureza aromática e informação correlata e consistente. Substâncias húmicas extraídas de horizontes espódicos puderam ser discriminadas das demais, apresentando alta aromaticidade, indicada por baixas razões atômicas H:C, elevados índices termogravimétricos, e alta absorvância de luz na faixa de UV e visível. Pela análise discriminante dos ácidos húmicos, extraídos de solos sob diferentes tipologias vegetais e litologias, observaram-se diferenças significativas entre grupos, indicando o efeito da cobertura vegetal, como matéria prima, e do tipo de rocha, como condicionador das características da matriz mineral, nas características fisico quimicas destas substâncias.
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    Pedogênese e geoambientes na Serra Verde, parte da Mantiqueira mineira: atributos físicos, químicos, mineralógicos e micromorfológicos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-28) Simas, Felipe Nogueira Bello; Schaefer, Carlos Ernesto G. R.; http://lattes.cnpq.br/5666955641822847
    A região Sul mineira guarda, em serras elevadas de difícil acesso, remanescentes relativamente conservados de Mata Atlântica associados à inúmeras nascentes e cursos d’água. Passados mais de quinze anos desde a criação da APA Mantiqueira ainda não existe uma gestão ambiental efetiva na região, que vem sofrendo crescente pressão antrópica. Estudos ambientais multidisciplinares são necessários para subsidiar o planejamento e tomadas de decisão. Este trabalho teve como objetivo geral estratificar em Unidades Geoambientais o meio físico de parte da Mantiqueira mineira, conhecido por Serra Verde, no entorno da Mitra do Bispo, município de Bocaina de Minas, e estudar os atributos físicos, químicos, mineralógicos e micromorfológicos dos principais solos da região. O mapeamento geoambiental foi realizado através da interpretação de ortofotos da CEMIG em escala 1:10 000, carta do IBGE (1:50 000) e checagem de campo, com digitalização por meio dos programas ArcInfo/ArcView. Para o estudo pedológico, foram abertos quatro perfis de solo compondo uma toposeqüência típica das áreas granítico/gnáissicas dos altos da Mantiqueira. A análise do meio físico permitiu a distinção e mapeamento, em escala 1:17.000, de 9 Unidades Geoambientais, com vbase principalmente nos aspectos fito-geomorfológicos. Destacam-se as unidades Topos aplainados e cristas com candeia, Complexo rupestre de altitude, Encostas e grotas florestadas, Turfeiras de altitude, Vales com araucárias, e Patamares com floresta primária. Os solos são predominantemente gibbsíticos, distróficos e com elevada saturação por alumínio. O elevado acúmulo de matéria orgânica, textura arenosa e alta umidade favorecem a ocorrência de podzolização, com identificação de um Espodossolo. Atuam processos intensos de hidrólise e dissolução de minerais, com presença de formas poliméricas de Al adsorvidas e ligadas à matéria orgânica nos solos de menor maturidade pedogenética. A presença de gibbsita é atribuída à condições pretéritas de formação de profundo saprolito, favorecida pela intensa rede de falhas e fraturas, típicas desta zona da Mantiqueira. Com base nos cálculos de estoque de carbono, conclui-se que os solos da Mantiqueira representam importante compartimento de carbono seqüestrado protegido, com valores superiores a 700 t ha -1 .
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    Atributos físicos, químicos, mineralógicos e micromorfológicos de solos e ambiente agrícola nas Várzeas de Sousa - PB
    (Universidade Federal de Viçosa, 1999-10-25) Corrêa, Marcelo Metri; Ker, João Carlos; http://lattes.cnpq.br/1430055648322513
    O presente trabalho teve como objetivo caracterizar física, química, mineralógica e micromorfologicamente os solos localizados na região de Sousa - PB, enfatizando a identificação de minerais com potencial de salinização nas frações areia, silte e argila. Adicionalmente, foi avaliada a relação homem/solo, destacando-se as diferentes formas de manejo e os atributos adotados pelos pequenos agricultores na diferenciação dos ambientes. Para isso, foram selecionados e amostrados perfis de solo das classes: Aluviais, Bruno Não-Cálcico, Solonetz-Solodizado e Vertissolos. A maioria dos solos estudados apresenta severas restrições físicas à agricultura, como: alta pegajosidade e plasticidade, elevada densidade aparente, estrutura prismática ou colunar, pedregosidade superficial e susceptibilidade a erosão. Além do sódio, o magnésio aparece como cátion de grande importância na dispersão, sendo responsáveis pela elevada percentagem de argila dispersa, principalmente nos Vertissolos. Em função dos fatores de formação, os solos apresentaram alta soma de base (SB), alta capacidade de troca catiônica (CTC), baixo conteúdo de carbono orgânico (CO), pH de ligeiramente ácido a básico e alto Ki. São baixos os teores de Fe 2 O 3 obtidos pelo ataque sulfúrico para todos os solos. A relação Feo/Fed mais elevada em relação a solos mais intemperizados, no País, sugere a participação expressiva de óxidos de pior cristalinidade. O valor de 3,03% de Fe extraível por DCB no material de origem dos Vertissolos indica ataque ao ferro presente no mineral 2:1 e mesmo à hematita. É provável que esta, presente no solo, seja herdada do material de origem e que seja bastante resistente à transformação em goethita nas condições em que estes solos foram formados. A mineralogia cálcio-sódica das frações areia grossa, areia fina e silte pode ser a principal responsável pelos altos teores de cálcio, magnésio e sódio dos solos estudados. Foi verificada a presença marcante de vermiculita/esmectita e ilita na fração argila de todos os solos estudados. Observou-se ainda a presença de feldspatos (microclinio) e quartzo para Vertissolos, Bruno Não-Cálcico e Solonetz-Solodizado, contribuindo, nos dois primeiros, para maiores valores de K 2 O pelo ataque sulfúrico. A cor “achocolatada” é provavelmente resultante da presença da hematita, dos óxidos de ferro amorfos e da matéria orgânica, estabilizada pela presença de argilominerais 2:1 e altos teores de cálcio e magnésio. O fracionamento da matéria orgânica após tratamento com HCl 0,1 mol L -1 resultou em aumento de 300 e 340% das frações ácidos húmicos e fúlvicos, respectivamente, e redução de 60% na fração humina, o que sugere a participação de humatos e fulvatos de cálcio e de magnésio na estabilização da matéria orgânica. A melhor correlação do magnésio com a relação FAHT1/FAHT2 (ácido húmico sem pré-tratamento/ácido húmico com pré-tratamento), comparada com o cálcio, sugere sua maior participação na estabilização da matéria orgânica, na forma de humatos de magnésio. Os critérios adotados pelos pequenos agricultores para separar a região estudada em diferentes ambientes correlacionaram-se com as diferentes classes de solos predominantes na área. Além disso, seus relatos mostram que as características de altas plasticidade e pegajosidade dos Vertissolos conferem uma forma bastante peculiar de “manejo primitivo” em época chuvosa, que é a abertura de covas e o plantio de culturas, como algodão e milho, com o calcanhar e a capina feita com o uso exclusivo das mãos.
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    Pedogênese e distribuição espacial dos solos da bacia hidrográfica do rio Alegre ES
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-02-22) Pacheco, Anderson Almeida; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/8256689484263496; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5; Passos, Renato Ribeiro; http://lattes.cnpq.br/3882320619443256
    A área de estudo localiza-se ao sul do Estado do Espírito Santo. Corresponde à bacia hidrográfica do rio Alegre, município de Alegre, afluente do rio Itapemirim. A bacia do rio Alegre encontra-se quase que totalmente inserida no amplo domínio dos Mares de Morros Florestados (mata atlântica). Foram selecionados e coletados 14 perfis representativos de solos, distribuídos em três topossequências e amostras extras: Topossequência 1 (T1) compreendeu dois Latossolos Amarelos (P1 e P2), um Pseudogleissolo (P3) e um Gleissolo Háplico (P4); a Topossequência 2 (T2) foi composta por um Latossolo Amarelo (P5) e um Cambissolo Háplico (P6); e a topossequência 3 (T3) por um Latossolo Amarelo (P7), um Pseudogleissolo (P8) e um Gleissolo Háplico (P9). Coletou-se dois perfis de Cambissolos Háplicos (P10 e P11), um Cambissolo Húmico (P12), um Argissolo Vermelho (P13) e um Neossolo Flúvico (P14) para representar o ambiente destas classes. Foi executado mapeamento semi-detalhado dos solos da bacia hidrográfica do rio Alegre, na escala de 1:50.000, utilizando o método do caminhamento livre. A área é tipicamente de pequenas e médias propriedades rurais. Excetuando as áreas ocupadas com pastagens e com os fragmentos florestais, a diversificação de culturas já se faz notar: reflorestamento com eucalipto (Eucalyptus spp); cultivo de pupunha (Euterpe edulis); café (Coffea arabica L.) é cultivado como cultura solteira, ou às vezes, cultivado com culturas como milho (Zea mays), feijão (Phaseolus vulgaris L.) e banana (Musa spp.), principalmente. As classes de relevo predominante na bacia hidrográfica do rio Alegre são ondulado e forte ondulado, podendo se considerar também o montanhoso. A bacia conta com uma área de aproximadamente 20518,77 ha, e devido à predominância de relevos mais acidentados, a área vem sendo usada pela agricultura familiar. No levantamento de solo realizado, a classe predominante é o Latossolo Vermelho-Amarelo (LVAd), correspondendo a mais de 80% da área. Sendo que no total da unidade de mapeamento LVAd existem as inclusões de Argissolo Vermelho-Amarelo, Latossolo Amarelo, Cambissolo Háplico e afloramentos de rocha. A segunda unidade de mapeamento de maior espressividade são os Cambissolos Háplicos (CXbd) com um pouco mais de 13% da área. Na unidade de mapeamento dos Cambissolos Háplicos (CXbd1) se encontra inclusões de Latossolo Vermelho-Amarelo e de Cambissolo Húmico. Os Gleissolos Háplicos com unidade de mapeamento GXbd, se encontra espacializado na área da bacia do rio Alegre, nas áreas de relevo plano. Nesta unidade de mapeamento encontra-se a inclusão do Pseudogleissolo, classe que ainda não definida no Sistema Brasileiro de Classificação de Solo (Embrapa, 2006). Essa classe se encontra em posição na paisagem em relevo suave ondulado, sempre na seqüência de um Gleissolo. O Pseudogleissolo possui todas as características de um Gleissolo, mas seu regime de umidade constante não existe mais, sendo assim, não se enquadrando na classe dos Gleissolos. Os teores das frações granulométricas variaram de muito argiloso a franco arenosa, ou seja, teores de argila de 200 a 700 g kg-1, uma vez que o material granito-gnaisse apresenta granulação fina a média, justificando os teores mais elevados de argila. Os solos estudados são distróficos (V < 50%), com valores de soma de bases (Valor S), em geral, menor que 0,5 cmolc dm-3 e baixa capacidade de troca de cátions (CTC), em geral inferior a 7,0 cmolc dm-3. Valores estes que refletem o alto grau de intemperismo e lixiviação sofridos. Os teores de Al3+ são considerados altos, mas não o suficiente para caracterizá-los como álicos ou alumínicos. Os valores das relações moleculares Ki e Kr variaram, respectivamente, de 0,69 a 1,48 e de 0,62 a 1,43 para os horizontes subsuperficiais e 0,86 a 1,39 e de 0,71 a 1,34 para os horizontes superficiais do solos estudados. Esses valores indicam a alto grau de intemperismo sofrido por esses materiais, característica essa observada em todos os solos estudados. Observou-se uma tendência de valores maiores da relação Feo/Fed no horizonte superficial que nos subsuperficiais dos perfis que predominaram formas de ferro cristalino, ou seja, o P1, P2, P5, P6 e P7, evidenciando o efeito da matéria orgânica na inibição da cristalinidade dos óxidos de ferro. Essa tendência deixa de ser observada nos perfis com maiores teores de ferro amorfo, recuperados pelo oxalato de amônio. Os difratogramas apresentam picos em 0,718, 0,446, 0,358, 0,238 nm, indicando a presença da caulinita, argilomineral que prevalece na fração argila desses solos. A presença de gibbsita, identificada pelos picos do DRX 0,485 e 0,437 nm, na maioria dos solos caracteriza-os como intensamente intemperizados. A remoção de sílica e de bases pela percolação de grande quantidade de água, num período mais úmido, resultou numa solução de solo, com uma concentração iônica tal que a gibbsita seria o argilomineral mais estável. Os valores obtidos a partir do índice de cristalinidade de Hughes & Brown (1979) para as caulinitas dos solos estudados encontraram-se variando entre 9,65 e 23,16 nos Latossolos; 11,86 a 22,52 nos Pseudogleissolos e Gleissolos e 16,08 a 48,25 nos Cambissolos Háplicos. As maiores variações nas características micromorfológicas foram encontradas no grau de desenvolvimento da pedalidade e nas feições micropedológicas. O Latossolo Vermelho-Amarelo (P1) apresentou plasma constituído por material isotrópico típico. No horizonte A foram observados raras zonas anisotrópicas com fraca pedalidade, e microestrutura composta de blocos subangulares a forte média granular. Encontraram-se muitas feições micropedológicas como canais e microgalerias, atualmente preenchidas com matriz mineral, pelotas fecais termíticas com tamanho variando de 10 a 50 μm e pelotas excrementais indiscriminadas de microartrópodes. Esta feição é condizente com a descrição da estrutura a campo e parece ser um fato comum em muitos Latossolos Vermelho Amarelo desenvolvidos sobre rochas cristalinas em locais dos mares de morros do Brasil sudeste. Em todos os solos analisados os teores de caulinita foram superiores aos de gibbsita, com exceção do P10, um Cambissolo Háplico. Mesmo assim estes teores de gibbsita são considerados elevados, uma vez que a área de estudo se se caracteriza como intensamente intemperizada. A remoção da sílica e de bases pela percolação de grandes quantidades de água, em períodos mais úmidos, resultou numa solução de solo, com uma concentração iônica tal que a gibbsita serio o argilo mineral mais estável.
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    Caracterização física, química, mineralógica e micromorfológica dos solos da serra Sul, Floresta Nacional de Carajás, Pará
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-09-24) Ribeiro, Acauã Santos de Saboya; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; http://lattes.cnpq.br/1347121951303097; Simas, Felipe Nogueira Bello; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766936J5; Ferreira Júnior, Walnir Gomes; http://lattes.cnpq.br/1523746320398382
    A serra Sul, localizada no Sudeste do Estado do Pará, representa o mais extenso platô de canga na paisagem da serra dos Carajás, abrigando diversos ecossitemas desenvolvidos sobre formações ferríferas com elevado grau de conservação. Apesar da grande importância geológica e econômica da região (maiores jazidas de minério de ferro do mundo) e de outros minérios de importância econômica, são ainda escassos os estudos pedológicos nesta área. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar os solos dos principais geoambientes que compõem a paisagem da serra Sul, quanto aos seus aspectos morfológicos, físicos, químicos, mineralógicos e micromorfológicos, procurando entender os principais fatores e processos pedogenéticos atuantes nestas condições singulares deste ambiente amazônico. Para tanto, foram coletadas e analisadas amostras de 13 (treze) perfis de solo, representativos dos diferentes geoambientes encontrados. Na serra Sul, predominam os Plintossolos Pétricos, ora com horizonte endurecido contínuo (litoplíntico) ora com horizonte endurecido fragmentado (concrecionário), existindo um forte controle dos solos sobre as diferentes fitofisionomias presentes nas áreas de canga, evidenciando uma relação direta entre a profundidade do solo e o porte da vegetação. São ainda observados Latossolos Vermelhos nas encostas e grotas florestadas e Organossolos Háplicos nas depressões e patamares campestres mal drenados. No geral, os solos são ácidos, distróficos, com P disponível muito baixo e teores elevados de Al3+ no complexo de troca. Foram observados teores elevados de P disponível nos solos coletados proximo às cavernas, nas áreas brejosas e nos montículos dos termiteiros, evidênciando a relação entre a fauna e o enriquecimento nutricional dos solos, conforme constatado pelas quantidades expressivas de fezes e guano de morceno observados nestes ambientes. Os teores de COT elevados em todos os solos estudados indicam condições favoráveis à incorporação dos resíduos vegetais à matéria orgânica do solo. Ao lado dos teores bastante elevados de óxido de ferro obtidos pelo ataque sulfúrico e pelo DCB, os solos da serra Sul diferenciam-se pela intensa cor vermelha e expressiva ocorrência de maghemita, que, ao lado de hematita e goethita, constituem os minerais dominantes na fração argila. Os resultados das microanálises ilustram os elevados teores de Fe2O3 (> 80%) e teores muito baixos de SiO2 e dos macronutrientes Ca2+, K+, Mg2+, Na+, características atribuídas à riqueza em óxidos de Fe do material de origem (Jaspelito), a pobreza em minerais primários ricos em bases e ao intenso intemperismo destes solos. Pelos resultados das análises conclui-se que o material de origem rico em ferro e o pedoclima são os principais fatores que controlam a diversidade de características observadas nestes solos.
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    Fosfatização em solo e rocha em ilhas oceânicas brasileiras
    (Universidade Federal de Viçosa, 2008-02-08) Oliveira, Fábio Soares de; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; Mello, Jaime Wilson Vargas de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4789445D2; Abrahão, Walter Antônio Pereira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798343H6; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4746873J6; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9; Simas, Felipe Nogueira Bello; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766936J5; Viana, João Herbert Moreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784619U7
    A utilização das ilhas oceânicas por diversas espécies migratórias de aves faz com que estes animais depositem seus excrementos sobre seus substratos, fosfatizando-os. A fosfatização tem sua ocorrência relacionada a condições ambientais específicas e, por isso, é capaz de revelar evidências de mudanças ambientais pretéritas, associadas ao clima, correntes oceânicas, mudanças do nível do mar, entre outras. Além disso, exerce forte influência na ciclagem de nutrientes e na produtividade biológica das áreas marinhas adjacentes. Mesmo assim, pouco se conhece sobre este processo e como ele pode afetar a formação de solos insulares. Diante disso, este trabalho objetivou caracterizar a fosfatização nos Arquipélagos de São Pedro e São Paulo (ASPSP) e Fernando de Noronha (AFN), mais especificamente nas ilhas Belmonte e Rata, respectivamente. Foram coletadas amostras de rochas e solos fosfatizados nos dois arquipélagos. Os solos foram submetidos a análises químicas, físicas e microscópicas. As rochas, por sua vez, foram submetidas a análises químicas de elementos totais, Difração de Raio-X, microscopia eletrônica de varredura e microssondagens. No ASPSP foram observados seis produtos da fosfatização. As rochas fosfatizadas compreendem tipos ou feições que se caracterizam pela acumulação e/ou interação de soluções ricas em fósforo com o embasamento (rochas ultramáficas infracrustrais). Dentre tais feições, destacam-se crostas fosfáticas espessas sob peridotitos milonitizados, espeleotemas ou florescências de fosfatos nas bordas e interior de fraturas, formas de fosfatos percolados preenchendo fraturas intemperizadas ou constituindo revestimento framboidais em suas bordas, crostas esverdeadas ricas em P, Ni e Cr, guano e solos ornitogênicos, sendo o último um perfil de Neossolo Litólico com altos teores de P e caráter lítico fragmentário. Na Ilha Rata, AFN, são encontrados Neossolos nas baixadas, associados a um relevo ruiniforme proveniente da dissolução de calcarenitos, cujas propriedades físicas e químicas indicam sinais de sua evolução pedogenética, e Cambissolos no restante da Ilha. Os Cambissolos são originados de arenitos carbonáticos e de lavas ankaratríticas e se apresentam mais intemperizados. A fosfatização destes solos se processou em condições pretéritas, onde, numa fase mais árida, processos de coluvionamento misturaram à matriz carbonática, já fosfatizada, sedimentos aluminosos também fosfatizados. O que se observa, a partir disso, é a variscitação dos fragmentos de P-Ca constituindo agregados oolíticos de P-Al.
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    Caracterização pedológica de arqueo-antropossolos no Brasil: sambaquis da Região dos Lagos (RJ) e terras pretas de índio na região do baixo rio Negro/Solimões (AM)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2007-08-13) Corrêa, Guilherme Resende; Oliveira, Maria Cristina Tenório de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783506H4; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; http://lattes.cnpq.br/6331488245672722; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; Lima, Hedinaldo Narciso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794101U0
    Dentre os chamados solos antropogênicos, o presente estudo enfoca os Arqueo-antropossolos. Estes mostram grau de pedogênese bastante avançado, possuindo testemunhos de sua origem antrópica, na forma de atributos químicos, mineralógicos e feições micromorfológicas. Encontram-se, ainda, restos de cerâmicas (para os povos ceramistas), restos de conchas e esqueletos (onde o pH é mais elevado) e outros materiais de difícil degradação, como instrumentos da indústria lítica ou restos parcialmente carbonizados. Esses solos originaram se através de atividades antrópicas em períodos Pré-históricos, remontando testemunhos culturais ainda pouco conhecidos, nos quais os estudos pedológicos podem auxiliar na reconstituição de seu ambiente de formação. Os Arqueo-antropossolos mais expressivos do Brasil são encontrados principalmente na região amazônica, onde podem ocupar áreas de algumas dezenas de hectares, com espesso horizonte de solo alterado e elevada fertilidade em comparação aos solos do entorno, sendo conhecidos regionalmente como Terra Preta de Índio. Nas regiões costeiras ou em antigos sistemas fluvio-marinhos, ocorrem os Sambaquis, constituídos basicamente de grandes amontoados antrópicos de restos de conchas, submetidos a intensa pedogênese, sendo quimicamente muito ricos em P, Ca e Mg, principalmente. Com o intuito de desenvolver o conhecimento pedológico sobre os Arqueo-antropossolos, estudou-se os processos antrópicos e pedogenéticos que resultaram em alguns tipos de solos, relacionando-os à capacidade de suporte do meio, comparando-os e classificando-os através de sua caracterização física, química e microquímica. Foi verificado a manutenção de elevados valores de nutrientes por longos períodos nos solos de TPI, contrariando os padrões de fertilidade regionais esperados, devendo-se esses à existência de reservas em diferentes compartimentos ainda não totalmente degradados como: Ca e P presentes nas apatita biogênica, ainda encontradas no solo; K e Na presentes nos abundantes fragmentos de cerâmicas; Cu, Mn e Zn com boa estabilidade em associação a colóides orgânicos, abundantes em horizontes antrópicos. Nas TPI de várzea, muitos elementos de horizontes não antrópicos se sobrepõem aos antrópicos, ao contrário do que foi verificado nas TPI de terra firme, mesmo sem processo significativo de pedobioturbação e eluviação nas áreas de várzea, evidenciando a associação de materiais aportados da várzea na formação das TPI em área de terra firme.Os Arqueo- antrossolos de sambaquis apresentam como principais fontes de P e Ca tecido ósseo, carapaças de moluscos e espinhas de peixes, além de outras fontes mais prontamente disponíveis, não mais presentes no solo, como conteúdos menos densos e maciços (não ósseo) de moluscos, peixe e animais terrestres. Esses conteúdos, mais prontamente degradáveis, seriam os responsáveis pela elevação inicial dos valores de Ca e P, proporcionando um bloqueio à dissolução das formas de apatita de osso mais estáveis. Nos horizontes mais velhos (ocupações humanas mais remotas), o plasma do solo é composto principalmente por estrutura microgranular de fosfatos de cálcio neoformados.
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    Mineralogia, micromorfologia, gênese e classificação de Luvissolos e Planossolos desenvolvidos de rochas metamórficas no semi-árido do Nordeste brasileiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2007-03-29) Oliveira, Lindomário Barros de; Ribeiro, Mateus Rosas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788083D4; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767770A5; Lani, João Luiz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076P1; Motta, Paulo Emílio Ferreira da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797797P3
    As áreas semi-áridas ocupam aproximadamente 750 mil km2 do Nordeste brasileiro, o que corresponde à cerca de 60% do território desta Região. Neste domínio bioclimático, excetuando-se as áreas sedimentares Paleo/Mesozóicas, predominam solos pouco a moderadamente desenvolvidos, principalmente das classes dos Neossolos, Luvissolos e Planossolos, que muitas vezes ocorrem associados num complexo padrão de distribuição, dificultando o mapeamento de classes individualizadas, mesmo em levantamentos detalhados. Por outro lado, diferentemente do que ocorre para solos de outras classes, o conhecimento disponível sobre tais solos é relativamente pequeno, muitas vezes restringindo-se as informações produzidas pelos levantamentos em nível exploratório-reconhecimento. Neste contexto, delimitou-se como objetivo para este trabalho estudar a gênese e a classificação de Luvissolos e solos associados, desenvolvidos a partir de rochas metamórficas em ambiente semi-árido, a partir da caracterização macro e micromorfológica, física, química e mineralógica de perfis de solos representativos. Para realização deste estudo foram selecionadas quatro toposseqüências representativas da ocorrência de Luvissolos no semi-árido dos Estados de Pernambuco e Paraíba, sendo duas delas desenvolvidas a partir de gnaisses (Toposseqüência I e II), uma de micaxisto (Toposseqüência III) e outra de filito (Toposseqüência VI). A interpretação dos atributos morfológicos e dos resultados das análises físicas, químicas, mineralógicas e micromorfológicas indica que: a) os solos estudados foram adequadamente classificados no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos até o terceiro nível categórico (grandes grupos); b) goethita é o principal óxido de Fe produzido pela pedogênese, independentemente do material de origem; c) não há evidências micromorfológicas que suportem que a argiluviação seja um processo efetivo na formação do gradiente textural dos Luvissolos estudados; e d) as principais pedofeições observadas estão relacionadas ao intemperismo dos minerais primários, notadamente da biotita, à dinâmica de formação e dissolução dos compostos de Fe, e à reorganização da massa do solo em função das mudanças de umidade decorrentes das alternâncias entre períodos secos e chuvosos.
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    Solos de Hope Bay, Península Antártica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2012-06-27) Pereira, Thiago Torres Costa; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/8278516582581479; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9; Oliveira, Fábio Soares de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4746873J6; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5
    A Antártica representa um ambiente peculiar para formação de solos e estudo de muitos de seus processos. Os solos são formados em áreas livres de gelo costeiras e vales glaciais entre cadeias de montanhas, representando 0,32 %, ou 45.000 km2 do continente. A respeito do aumento das pesquisas nos últimos anos, poucos estudos em solos e permafrost na Antártica focaram a área peninsular, onde transições climáticas ocorrem entre as Ilhas Shetlands do Sul, úmidas, e o Mar de Weddell, seco. Os estudos deste trabalho se concentraram em Hope Bay, situado no extremo norte da Península Antártica, representando a transição entre estas duas áreas. Atualmente, é inegável a influência do permafrost sobre os recursos hídricos, propriedades do solo, e desenvolvimento da vegetação. Além destes, uma série de questões estão relacionadas às mudanças no balanço de carbono em reflexo à degradação do permafrost pelo aumento de temperatura. Estas regiões com presença de permafrost são fortemente sujeitas a elevadas transferências de energia em superfície, cujos ecossistemas são reconhecidamente sensíveis às mudanças climáticas, sendo o estudo e monitoramento do permafrost e camada ativa, muito significativos em pesquisas prognósticas envolvendo tais mudanças. Além das questões envolvendo o regime térmico, outras relacionadas com o aporte de materiais orgânicos depositados principalmente por pinguins, que resultam na formação dos minerais de argila fosfatados e na caracterização dos solos ornitogênicos, são fundamentais para o entendimento dos processos de pedogênese local e relações ecológicas das regiões costeiras. Como suporte aos estudos, características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas foram trabalhadas de modo a avançar no entendimento não somente sobre os solos em Hope Bay, mas também, compreendendo o reflexo da transição climática sobre as diferenciações pedogenéticas existentes no local foco de estudo e o arquipélago das Shetlands do Sul. Além destes estudos, foram realizadas investigações micromorfológicas na tentativa de contribuir para o aperfeiçoamento dos trabalhos sobre a gênese de solos criogênicos submetidos a condições severas de temperatura e baixa umidade. Espera-se com isso, que todos os dados e informações apontadas possam dar suporte aos estudos futuros que envolvam solos e dinâmica do permafrost em ambientes costeiros, especialmente da Península Antártica.
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    Geoambientes e solos em ambientes altimontanos nos parques nacionais de Itatiaia e Caparaó-MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2011-06-30) Rodrigues, Kleber Ramon; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; Lani, João Luiz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076P1; http://lattes.cnpq.br/1331439880318068; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9; Neri, Andreza Viana; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4777187T2; Charmelo, Leopoldo Concepción Loreto; http://lattes.cnpq.br/9768329233321806
    As unidades de conservação (UCs) do Caparaó e Itatiaia encontram-se no alinhamento montanhoso com direção pronunciada nordeste-sudoeste da Serra da Mantiqueira, estando o Parna Itatiaia a sudoeste do Rio de Janeiro e ao sul de Minas Gerais e o Parna Caparaó a sudoeste do Espírito Santo e leste de Minas Gerais. Estas duas UCs representam os ecossistemas altimontanos dominados pelo Campo de Altitude, onde diferem do seu entorno por apresentarem pedoambientes endêmicos, estresse hídrico, oligotrofismo e o acúmulo de matéria orgânica humificada. Em virtude das grandes diferenças edafo-climáticas entre estas áreas e seus entornos, observam-se vegetações particulares, consideradas áreas de refúgio ecológico. Diante da lacuna de estudos do meio físico, o objetivo foi estudar as características micromorfológicas dos perfis P2 e P6 do Parna Caparaó-MG e os atributos físicos, químicos e mineralógicos dos solos de duas topossequências em cada um dos Parques Nacionais no alinhamento da Serra da Mantiqueira, na porção mineira das Unidades de Conservação (UCs) do Caparaó e Itatiaia, estabelecendo as relações entre pedogênese, as variações lito-estruturais, a morfologia e a cobertura vegetal. A base geológica das UCs é formada pelo sienito (Itatiaia) e pelo gnaisse migmatizado, migmatito com ocorrência de diques de anfibolitos (Caparaó). Os solos das duas topossequências, independentemente da matriz geológica, da profundidade do solum e da fitofisionomia que sobre eles se desenvolve, são pobres em nutrientes e apresentam elevados índices de saturação por alumínio. Os valores de alumínio trocável (acidez trocável) são baixos, chegando a negligenciáveis nos horizontes subsuperficiais. Tal fato sinaliza que a ação dos complexos estáveis de alumínio e matéria orgânica estabiliza a MO e a tornam mais resistente à decomposição microbiana nos ambientes altimontanos de Minas Gerais. A pobreza química desses solos é devida principalmente à natureza da matriz geológica dominante nestes ambientes altimontanos e, em parte, às perdas por lixiviação e erosão que o sistema apresenta. Tais perdas estão associadas ao relevo muito movimentado e à pouca espessura do solum. Nestes ambientes altimontanos predominam Neossolos Litólicos e Cambissolos Húmicos, vegetação herbácea e subarbustiva e Afloramentos Rochosos. Nas duas topossequências estudadas, na área de ocorrência da tipologia vegetal, escrubes e campo com candeias, o oligotrofismo, solos mais rasos e a posição mais exposta na paisagem são obstáculos para a ocorrência de uma tipologia florestal mais densa. As Florestas Alto-Montana e Montana ocupam a porção oeste da parte mineira do Parna Caparaó, e a face atlântica do Itatiaia. A vegetação com dominância arbórea (Floresta Montana e Altomontana) está condicionada pela maior profundidade efetiva do solo e disponibilidade de água. Na UC do Caparaó a Floresta Alto-Montana ocorre em encostas íngremes com solos de maior profundidade em anfiteatros, que potencializam o desenvolvimento de cobertura vegetal mais densa. Essas formas em anfiteatros são mesoambientes condicionados pela estrutura geotectônica fraturada das rochas que formam o Maciço do Caparaó, correspondendo aos modelados de dissecação diferencial com o aprofundamento da drenagem. Nestas áreas de solos mais profundos, ainda que se observe uma riqueza aparente (porte arbóreo da vegetação) predominam solos extremamente pobres em nutrientes. A ocorrência de vales estruturais suspensos em ambas as UCs, com morfologia abaciada (área de sedimentação e colmatagem) tem papel primordial na formação dos Organossolos, responsáveis por forte imobilização de carbono. Estas áreas de turfeiras com Organossolos no Parna Caparaó são responsáveis pela imobilização de aproximadamente 1.120,50 megagramas de carbono por hectare e de 426 megagramas de carbono por ha no Parna Itatiaia. Apesar da importância ambiental e ecoturística dos cenários altimontanos de Minas Gerais (Caparaó e Itatiaia), pouco se conhece sobre suas características fisiográficas.