Solos e Nutrição de Plantas

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    Caracterização de solos e de substâncias húmicas em áreas de vegetação rupestre de altitude
    (Universidade Federal de Viçosa, 2001-11-30) Benites, Vinicius de Melo; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/0982975035780621
    As áreas de vegetação rupestres de altitude são ecossistemas bastante peculiares que ocorrem nas posições mais elevadas das principais sistemas montanhosos do Brasil. A flora é marcada por alto grau de endemismo e uma grande quantidade de espécies adaptadas morfológica e fisiologicamente as condições edafo climáticas locais. A vegetação apresenta diferenças florísticas de acordo com a litologia predominante podendo ser individualizados as áreas sobre quartzito daquelas sobre rochas ígneas e sobre concreções lateríticas. As tipologias vegetais ocorrentes nas áreas de vegetação rupestre de altitude foram individualizadas em estrato rupícola, estrato herbáceo (campos) e estrato arbustivo-arbóreo (matas e escrubes), sendo observado o controle edáfico sobre cada uma destas tipologias. Os solos nesse ecossistema são rasos, arenosos, pobres em nutrientes e ricos em ferro e alumínio trocáveis. Por estas razões, associadas às baixas temperaturas médias diárias, a decomposição da matéria orgânica é lenta, ocorrendo grandes acúmulos de substâncias húmicas no solo. Estas por sua vez passam a desempenhar um importante papel na retenção de umidade e de nutrientes, e na complexação de Fe e Al. A movimentação de matéria orgânica associada a Fe e Al, que caracteriza o processo de podzolização, ocorre com freqüência nos Complexos Rupestres de Altitude. Ocorrem Neossolos Litólicos, Organossolos, Cambissolos Húmicos e Hísticos, e Espodossolos. Grande parte destes solos não têm classificação definida pelo Sistema Brasileiro de Classificação de Solo nos níveis categóricos inferiores, sendo neste trabalho propostas emendas ao sistema. Observou-se o predomínio das frações humificadas na matéria orgânica do solo sendo grande parte desta composta por ácidos húmicos e fúlvicos. As características físico-químicas destes compostos revelaram sua natureza fortemente aromática e condensada, indicando um alto grau de humificação, características estas relacionadas a forte estabilidade destes compostos, o que resultou no acúmulo de matéria orgânica no solo. Algumas amostras assemelharam-se a ácidos húmicos extraídos de carvão, indicando um histórico de ação do fogo nestas áreas. As técnicas de espectroscopia no UV-visivel, termogravimetria e análise elementar condensada resultaram das em substâncias variáveis indicadoras húmicas, da produzindo natureza aromática e informação correlata e consistente. Substâncias húmicas extraídas de horizontes espódicos puderam ser discriminadas das demais, apresentando alta aromaticidade, indicada por baixas razões atômicas H:C, elevados índices termogravimétricos, e alta absorvância de luz na faixa de UV e visível. Pela análise discriminante dos ácidos húmicos, extraídos de solos sob diferentes tipologias vegetais e litologias, observaram-se diferenças significativas entre grupos, indicando o efeito da cobertura vegetal, como matéria prima, e do tipo de rocha, como condicionador das características da matriz mineral, nas características fisico quimicas destas substâncias.
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    Pedogênese e geoambientes na Serra Verde, parte da Mantiqueira mineira: atributos físicos, químicos, mineralógicos e micromorfológicos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-02-28) Simas, Felipe Nogueira Bello; Schaefer, Carlos Ernesto G. R.; http://lattes.cnpq.br/5666955641822847
    A região Sul mineira guarda, em serras elevadas de difícil acesso, remanescentes relativamente conservados de Mata Atlântica associados à inúmeras nascentes e cursos d’água. Passados mais de quinze anos desde a criação da APA Mantiqueira ainda não existe uma gestão ambiental efetiva na região, que vem sofrendo crescente pressão antrópica. Estudos ambientais multidisciplinares são necessários para subsidiar o planejamento e tomadas de decisão. Este trabalho teve como objetivo geral estratificar em Unidades Geoambientais o meio físico de parte da Mantiqueira mineira, conhecido por Serra Verde, no entorno da Mitra do Bispo, município de Bocaina de Minas, e estudar os atributos físicos, químicos, mineralógicos e micromorfológicos dos principais solos da região. O mapeamento geoambiental foi realizado através da interpretação de ortofotos da CEMIG em escala 1:10 000, carta do IBGE (1:50 000) e checagem de campo, com digitalização por meio dos programas ArcInfo/ArcView. Para o estudo pedológico, foram abertos quatro perfis de solo compondo uma toposeqüência típica das áreas granítico/gnáissicas dos altos da Mantiqueira. A análise do meio físico permitiu a distinção e mapeamento, em escala 1:17.000, de 9 Unidades Geoambientais, com vbase principalmente nos aspectos fito-geomorfológicos. Destacam-se as unidades Topos aplainados e cristas com candeia, Complexo rupestre de altitude, Encostas e grotas florestadas, Turfeiras de altitude, Vales com araucárias, e Patamares com floresta primária. Os solos são predominantemente gibbsíticos, distróficos e com elevada saturação por alumínio. O elevado acúmulo de matéria orgânica, textura arenosa e alta umidade favorecem a ocorrência de podzolização, com identificação de um Espodossolo. Atuam processos intensos de hidrólise e dissolução de minerais, com presença de formas poliméricas de Al adsorvidas e ligadas à matéria orgânica nos solos de menor maturidade pedogenética. A presença de gibbsita é atribuída à condições pretéritas de formação de profundo saprolito, favorecida pela intensa rede de falhas e fraturas, típicas desta zona da Mantiqueira. Com base nos cálculos de estoque de carbono, conclui-se que os solos da Mantiqueira representam importante compartimento de carbono seqüestrado protegido, com valores superiores a 700 t ha -1 .
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    Caracterização física, química, mineralógica e micromorfológica dos solos da serra Sul, Floresta Nacional de Carajás, Pará
    (Universidade Federal de Viçosa, 2009-09-24) Ribeiro, Acauã Santos de Saboya; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; http://lattes.cnpq.br/1347121951303097; Simas, Felipe Nogueira Bello; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766936J5; Ferreira Júnior, Walnir Gomes; http://lattes.cnpq.br/1523746320398382
    A serra Sul, localizada no Sudeste do Estado do Pará, representa o mais extenso platô de canga na paisagem da serra dos Carajás, abrigando diversos ecossitemas desenvolvidos sobre formações ferríferas com elevado grau de conservação. Apesar da grande importância geológica e econômica da região (maiores jazidas de minério de ferro do mundo) e de outros minérios de importância econômica, são ainda escassos os estudos pedológicos nesta área. O presente trabalho teve como objetivo caracterizar os solos dos principais geoambientes que compõem a paisagem da serra Sul, quanto aos seus aspectos morfológicos, físicos, químicos, mineralógicos e micromorfológicos, procurando entender os principais fatores e processos pedogenéticos atuantes nestas condições singulares deste ambiente amazônico. Para tanto, foram coletadas e analisadas amostras de 13 (treze) perfis de solo, representativos dos diferentes geoambientes encontrados. Na serra Sul, predominam os Plintossolos Pétricos, ora com horizonte endurecido contínuo (litoplíntico) ora com horizonte endurecido fragmentado (concrecionário), existindo um forte controle dos solos sobre as diferentes fitofisionomias presentes nas áreas de canga, evidenciando uma relação direta entre a profundidade do solo e o porte da vegetação. São ainda observados Latossolos Vermelhos nas encostas e grotas florestadas e Organossolos Háplicos nas depressões e patamares campestres mal drenados. No geral, os solos são ácidos, distróficos, com P disponível muito baixo e teores elevados de Al3+ no complexo de troca. Foram observados teores elevados de P disponível nos solos coletados proximo às cavernas, nas áreas brejosas e nos montículos dos termiteiros, evidênciando a relação entre a fauna e o enriquecimento nutricional dos solos, conforme constatado pelas quantidades expressivas de fezes e guano de morceno observados nestes ambientes. Os teores de COT elevados em todos os solos estudados indicam condições favoráveis à incorporação dos resíduos vegetais à matéria orgânica do solo. Ao lado dos teores bastante elevados de óxido de ferro obtidos pelo ataque sulfúrico e pelo DCB, os solos da serra Sul diferenciam-se pela intensa cor vermelha e expressiva ocorrência de maghemita, que, ao lado de hematita e goethita, constituem os minerais dominantes na fração argila. Os resultados das microanálises ilustram os elevados teores de Fe2O3 (> 80%) e teores muito baixos de SiO2 e dos macronutrientes Ca2+, K+, Mg2+, Na+, características atribuídas à riqueza em óxidos de Fe do material de origem (Jaspelito), a pobreza em minerais primários ricos em bases e ao intenso intemperismo destes solos. Pelos resultados das análises conclui-se que o material de origem rico em ferro e o pedoclima são os principais fatores que controlam a diversidade de características observadas nestes solos.
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    Fosfatização em solo e rocha em ilhas oceânicas brasileiras
    (Universidade Federal de Viçosa, 2008-02-08) Oliveira, Fábio Soares de; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; Mello, Jaime Wilson Vargas de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4789445D2; Abrahão, Walter Antônio Pereira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798343H6; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4746873J6; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9; Simas, Felipe Nogueira Bello; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766936J5; Viana, João Herbert Moreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784619U7
    A utilização das ilhas oceânicas por diversas espécies migratórias de aves faz com que estes animais depositem seus excrementos sobre seus substratos, fosfatizando-os. A fosfatização tem sua ocorrência relacionada a condições ambientais específicas e, por isso, é capaz de revelar evidências de mudanças ambientais pretéritas, associadas ao clima, correntes oceânicas, mudanças do nível do mar, entre outras. Além disso, exerce forte influência na ciclagem de nutrientes e na produtividade biológica das áreas marinhas adjacentes. Mesmo assim, pouco se conhece sobre este processo e como ele pode afetar a formação de solos insulares. Diante disso, este trabalho objetivou caracterizar a fosfatização nos Arquipélagos de São Pedro e São Paulo (ASPSP) e Fernando de Noronha (AFN), mais especificamente nas ilhas Belmonte e Rata, respectivamente. Foram coletadas amostras de rochas e solos fosfatizados nos dois arquipélagos. Os solos foram submetidos a análises químicas, físicas e microscópicas. As rochas, por sua vez, foram submetidas a análises químicas de elementos totais, Difração de Raio-X, microscopia eletrônica de varredura e microssondagens. No ASPSP foram observados seis produtos da fosfatização. As rochas fosfatizadas compreendem tipos ou feições que se caracterizam pela acumulação e/ou interação de soluções ricas em fósforo com o embasamento (rochas ultramáficas infracrustrais). Dentre tais feições, destacam-se crostas fosfáticas espessas sob peridotitos milonitizados, espeleotemas ou florescências de fosfatos nas bordas e interior de fraturas, formas de fosfatos percolados preenchendo fraturas intemperizadas ou constituindo revestimento framboidais em suas bordas, crostas esverdeadas ricas em P, Ni e Cr, guano e solos ornitogênicos, sendo o último um perfil de Neossolo Litólico com altos teores de P e caráter lítico fragmentário. Na Ilha Rata, AFN, são encontrados Neossolos nas baixadas, associados a um relevo ruiniforme proveniente da dissolução de calcarenitos, cujas propriedades físicas e químicas indicam sinais de sua evolução pedogenética, e Cambissolos no restante da Ilha. Os Cambissolos são originados de arenitos carbonáticos e de lavas ankaratríticas e se apresentam mais intemperizados. A fosfatização destes solos se processou em condições pretéritas, onde, numa fase mais árida, processos de coluvionamento misturaram à matriz carbonática, já fosfatizada, sedimentos aluminosos também fosfatizados. O que se observa, a partir disso, é a variscitação dos fragmentos de P-Ca constituindo agregados oolíticos de P-Al.
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    Caracterização pedológica de arqueo-antropossolos no Brasil: sambaquis da Região dos Lagos (RJ) e terras pretas de índio na região do baixo rio Negro/Solimões (AM)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2007-08-13) Corrêa, Guilherme Resende; Oliveira, Maria Cristina Tenório de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783506H4; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; http://lattes.cnpq.br/6331488245672722; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; Lima, Hedinaldo Narciso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794101U0
    Dentre os chamados solos antropogênicos, o presente estudo enfoca os Arqueo-antropossolos. Estes mostram grau de pedogênese bastante avançado, possuindo testemunhos de sua origem antrópica, na forma de atributos químicos, mineralógicos e feições micromorfológicas. Encontram-se, ainda, restos de cerâmicas (para os povos ceramistas), restos de conchas e esqueletos (onde o pH é mais elevado) e outros materiais de difícil degradação, como instrumentos da indústria lítica ou restos parcialmente carbonizados. Esses solos originaram se através de atividades antrópicas em períodos Pré-históricos, remontando testemunhos culturais ainda pouco conhecidos, nos quais os estudos pedológicos podem auxiliar na reconstituição de seu ambiente de formação. Os Arqueo-antropossolos mais expressivos do Brasil são encontrados principalmente na região amazônica, onde podem ocupar áreas de algumas dezenas de hectares, com espesso horizonte de solo alterado e elevada fertilidade em comparação aos solos do entorno, sendo conhecidos regionalmente como Terra Preta de Índio. Nas regiões costeiras ou em antigos sistemas fluvio-marinhos, ocorrem os Sambaquis, constituídos basicamente de grandes amontoados antrópicos de restos de conchas, submetidos a intensa pedogênese, sendo quimicamente muito ricos em P, Ca e Mg, principalmente. Com o intuito de desenvolver o conhecimento pedológico sobre os Arqueo-antropossolos, estudou-se os processos antrópicos e pedogenéticos que resultaram em alguns tipos de solos, relacionando-os à capacidade de suporte do meio, comparando-os e classificando-os através de sua caracterização física, química e microquímica. Foi verificado a manutenção de elevados valores de nutrientes por longos períodos nos solos de TPI, contrariando os padrões de fertilidade regionais esperados, devendo-se esses à existência de reservas em diferentes compartimentos ainda não totalmente degradados como: Ca e P presentes nas apatita biogênica, ainda encontradas no solo; K e Na presentes nos abundantes fragmentos de cerâmicas; Cu, Mn e Zn com boa estabilidade em associação a colóides orgânicos, abundantes em horizontes antrópicos. Nas TPI de várzea, muitos elementos de horizontes não antrópicos se sobrepõem aos antrópicos, ao contrário do que foi verificado nas TPI de terra firme, mesmo sem processo significativo de pedobioturbação e eluviação nas áreas de várzea, evidenciando a associação de materiais aportados da várzea na formação das TPI em área de terra firme.Os Arqueo- antrossolos de sambaquis apresentam como principais fontes de P e Ca tecido ósseo, carapaças de moluscos e espinhas de peixes, além de outras fontes mais prontamente disponíveis, não mais presentes no solo, como conteúdos menos densos e maciços (não ósseo) de moluscos, peixe e animais terrestres. Esses conteúdos, mais prontamente degradáveis, seriam os responsáveis pela elevação inicial dos valores de Ca e P, proporcionando um bloqueio à dissolução das formas de apatita de osso mais estáveis. Nos horizontes mais velhos (ocupações humanas mais remotas), o plasma do solo é composto principalmente por estrutura microgranular de fosfatos de cálcio neoformados.
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    Mineralogia, micromorfologia, gênese e classificação de Luvissolos e Planossolos desenvolvidos de rochas metamórficas no semi-árido do Nordeste brasileiro
    (Universidade Federal de Viçosa, 2007-03-29) Oliveira, Lindomário Barros de; Ribeiro, Mateus Rosas; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788083D4; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767770A5; Lani, João Luiz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076P1; Motta, Paulo Emílio Ferreira da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4797797P3
    As áreas semi-áridas ocupam aproximadamente 750 mil km2 do Nordeste brasileiro, o que corresponde à cerca de 60% do território desta Região. Neste domínio bioclimático, excetuando-se as áreas sedimentares Paleo/Mesozóicas, predominam solos pouco a moderadamente desenvolvidos, principalmente das classes dos Neossolos, Luvissolos e Planossolos, que muitas vezes ocorrem associados num complexo padrão de distribuição, dificultando o mapeamento de classes individualizadas, mesmo em levantamentos detalhados. Por outro lado, diferentemente do que ocorre para solos de outras classes, o conhecimento disponível sobre tais solos é relativamente pequeno, muitas vezes restringindo-se as informações produzidas pelos levantamentos em nível exploratório-reconhecimento. Neste contexto, delimitou-se como objetivo para este trabalho estudar a gênese e a classificação de Luvissolos e solos associados, desenvolvidos a partir de rochas metamórficas em ambiente semi-árido, a partir da caracterização macro e micromorfológica, física, química e mineralógica de perfis de solos representativos. Para realização deste estudo foram selecionadas quatro toposseqüências representativas da ocorrência de Luvissolos no semi-árido dos Estados de Pernambuco e Paraíba, sendo duas delas desenvolvidas a partir de gnaisses (Toposseqüência I e II), uma de micaxisto (Toposseqüência III) e outra de filito (Toposseqüência VI). A interpretação dos atributos morfológicos e dos resultados das análises físicas, químicas, mineralógicas e micromorfológicas indica que: a) os solos estudados foram adequadamente classificados no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos até o terceiro nível categórico (grandes grupos); b) goethita é o principal óxido de Fe produzido pela pedogênese, independentemente do material de origem; c) não há evidências micromorfológicas que suportem que a argiluviação seja um processo efetivo na formação do gradiente textural dos Luvissolos estudados; e d) as principais pedofeições observadas estão relacionadas ao intemperismo dos minerais primários, notadamente da biotita, à dinâmica de formação e dissolução dos compostos de Fe, e à reorganização da massa do solo em função das mudanças de umidade decorrentes das alternâncias entre períodos secos e chuvosos.
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    Geoquímica e distribuição de metais pesados em solos na região de Unaí, Paracatu e Vazante, MG
    (Universidade Federal de Viçosa, 2008-05-21) Burak, Diego Lang; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706238E8; Martins, éder de Souza; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784196P4; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5
    O estudo da dinâmica dos metais pesados na região Unaí, Paracatu e Vazante foi feito abordando diferentes escalas de estudo, enfocando a distribuição dos metais pesados na paisagem, em solos de uma toposseqüência da representativa da paisagem e em frações granulométricas nos solos dessa toposseqüencia. Para isso foram utilizados ferramentas de análise geoestatística e fracionamento físico, além de extrações químicas totais e parciais. O objetivo do Capítulo 2 foi avaliar e interpretar os padrões espaciais de distribuição geoquímica de metais pesados (Co, Cu, Ni, Pb e Zn) e elementos maiores (Al, Fe, Ti, Mg e Mn) de origem natural nos solos da região de Unaí-Paracatu-Vazante, Minas Gerais e relação com a geologia e geomorfologia. Amostras georreferenciadas coletadas em duas profundidades (0-20 e 60-80 cm) foram trituradas e submetidas à extração com água-régia e as médias entre as duas profundidades foram utilizadas. As altitudes das regiões amostradas variaram de 1040 a 480 m de altitude. Foram feitas analises estatísticas descritivas, correlações de Pearson a Análise de Componentes Principais dos teores de todos os metais. Posteriormente, mapas geoestatísticos foram gerados utilizando-se a krigagem ordinária como interpolador. O Pb, Zn e Mn estão fortemente associados na região, assim como o Cu e Fe. O Al, predominantemente encontrado em maiores altitudes (>900 m), não apresenta nenhuma associação com os metais pesados. O Pb e Zn apresentaram maiores teores em solos próximos às rochas calcárias (altitude entre 650 e 550 m), e para o Cu, maiores teores foram observados sobre os filitos carbonosos (altitude entre 650 e 750 m). Co e Ni estiveram relacionados às regiões de acúmulo de sedimentos, nas menores altitudes dentro da região (500 a 480 m). Apesar de um maior efeito dispersivo do intemperismo tropical na distribuição de metais, o Cu, Pb e Zn apresentaram maiores teores próximo a suas fontes em conseqüência da maior afinidade desses metais aos óxidos de Fe e Mn, formados predominantemente sob condições tropicais e presentes também próximos na fonte dos metais pesados. Em contrapartida, a baixa afinidade do Ni e Co pelos óxidos de Fe e Mn e a geomorfologia da região permitiram sua migração ao longo da rede de drenagem a partir da sua fonte para as regiões de acúmulo de sedimentos em menor altitude. No Capítulo 3, avaliou-se os padrões de distribuição espacial do Pb e Zn extraídos pelo DTPA (fração disponível) e suas relações os teores de Al, Fe, Mn, Mg, Pb e Zn extraídos pela água-régia (pseudo-totais), contextualizando ainda a geomorfologia e geologia. A relação dos teores de Pb e Zn extraído pelo DTPA com os atributos químicos, físicos e mineralógicos de solos representativos da região também foi avaliada. Os teores disponíveis de Pb e Zn são baixos. De modo geral, somente o Pb apresenta teores disponíveis mais elevados, e a região mais rica em Pb (disponível e pseudo- total) ocorre próximo aos dolomitos, caracterizados como fontes de Pb na região. Nas regiões com os maiores teores de Pb extraídos pelo DTPA e águarégia, esse metal ocorre associado aos óxidos de Mn. A geomorfologia influenciou na dispersão principalmente do Zn mais disponível como evidenciado pela menor relação entre o padrão de distribuição espacial dos teores em superfície e em subsuperfície. Adicionalmente, os teores dessas duas camadas não apresentam relação com teores pseudo-totais. Teores disponíveis elevados de Zn e Pb na camada e 60-80 cm ocorrem em solos com um menor grau de intemperismo (solos sobre filitos carbonosos) e/ou com influência dos processos de sedimentação onde esses metais estão em formas mais trocáveis. No Capítulo 4, estudou-se a relação da pedogênese e distribuição do Pb e Zn em frações físicas de solos de uma toposseqüência Cambissolo-Latossolo. Para isso, estudaram- se os teores totais de metais em diferentes frações granulométricas dos horizontes A e B de um Cambissolo sobre calcários dolomíticos e de um Latossolo sobre rochas pelíticas, ambos coletados dentro de uma região rica em metais pesados. Com o método de agitação em água foram separadas as frações 2000-200 μm, 200-50 μm, 50-20 μm e <20 μm. Posteriormente das frações 2000-200 μm, 200-50 μm, 50-20 μm foram obtidas frações mais finas correspondentes a revestimentos e microagregados estáveis (não recuperados pelo método de agitação em água) por meio da ultrassonificação,. A fração de < 20 μm separada por agitação em água apresentou os elevados teores de metais em conseqüência da presença de frações mais finas e mais reativas. Foi observada uma diferença nos teores das frações 2000-200 μm, 200-50 μm, 50-20 μm antes e após a ultrassonificação. Somente as frações 2000-200 μm, 200-50 μm, 50-20 μm do Cambissolo, mesmo após a ultrassonificação, apresentaram teores elevados de Pb e Zn, demonstrando a presença de minerais portadores de metais na fração grosseira deste solo. As frações <20 μm obtidas após a ultrassonificação, caracterizadas como revestimentos e microagregados, apresentaram os maiores teores de Pb e Zn. Em geral, o Pb foi enriquecido nos revestimentos e juntamente com óxidos de Mn e o carbono orgânico. O Zn e Pb estiveram mais associados aos óxidos de Fe e Al na foram de microagregados. O Cambissolo é fonte de Pb e Zn para a região de entorno e, neste solo, a maior acumulação de Pb ocorre em feições pedogenéticas como revestimentos argilosos sobre a fração areia e concreções, enquanto nos Latossolos, a formação de microagregados estáveis enriquecidos em Pb e Zn, é o principal processo pedogenético de atenuação da presença do Pb no ambiente.