Solos e Nutrição de Plantas

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    Extração de ferro e manganês por Mehlich-1, Mehlich-3 e DTPA em solos de Minas Gerais e da Bahia
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-08-31) Aspiazú, Ignacio; Alvarez Venegas, Víctor Hugo; http://lattes.cnpq.br/3592195038275623
    Os objetivos deste trabalho foram determinar as taxas de recuperação de Fe e de Mn pelos extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e DTPA; e modelar as variações dessas taxas em relação às características ligadas à capacidade tampão do solo. Foram realizados dois experimentos na Universidade Federal de Viçosa, utilizando 15 solos, seis dos quais foram estudados na ausência e presença de calagem e cada um recebeu seis doses dos micronutrientes Fe ou Mn, sendo que cada micronutriente foi considerado em um experimento diferente. Os experimentos foram montados simultaneamente, em delineamento em blocos casualizados, com três repetições. A extração foi feita com os métodos Mehlich-1, Mehlich-3 e DTPA e a dosagem por espectrofotometria de absorção atômica. Os teores de Fe e Mn recuperados pelo Mehlich-1, Mehlich-3 e DTPA aumentaram com o aumento das doses aplicadas desses nutrientes aos solos, sem ou com calagem. A capacidade de extração do Fe dos solos seguiu, nas médias dos solos, a seguinte ordem: Mehlich-1 > Mehlich-3 > DTPA, enquanto a capacidade de extração do Mn dos solos foi, nas médias dos solos: Mehlich-3 > Mehlich-1 > DTPA. Os teores obtidos pelos extratores Mehlich- 3 e DTPA foram os que mais variaram em relação à capacidade tampão do solo. Nos solos com calagem foram obtidas menores taxas de recuperação do Fe e do Mn. As taxas de recuperação de Fe e Mn dos solos pelos extratores usados estão relacionadas com os teores de matéria orgânica, de argila e com o equivalente de umidade. Apesar dos teores diferentes de Fe disponível, os extratores Mehlich-1, Mehlich-3 e DTPA estão altamente correlacionados uns com os outros, sugerindo uma capacidade preditiva semelhante com relação ao Fe disponível. No caso do Mn, somente existe correlação entre Mehlich-1 e DTPA nos solos sem calagem e entre Mehlich-3 e DTPA nos solos com calagem.
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    Demanda de nutrientes pela soja e diagnose de seu estado nutricional
    (Universidade Federal de Viçosa, 2004-02-11) Kurihara, Carlos Hissao; Alvarez Venegas, Víctor Hugo; http://lattes.cnpq.br/3115802395961858
    O critério atualmente adotado para a avaliação do estado nutricional e recomendação de adubação para a cultura da soja nos estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, baseado no estabelecimento de níveis críticos, tem permitido a obtenção de produtividades médias em torno de 3.000 kg/ha. Contudo, para a obtenção de produtividades mais elevadas e econômicas, sem prejuízos ao equilíbrio ambiental, deve-se visar à definição de modelos quantitativos que permitam estimar a demanda por nutrientes em função do potencial de produção almejado, associado ao estabelecimento e manutenção do balanço nutricional das plantas. A partir de um banco de dados formado pelo monitoramento nutricional de lavouras comerciais de soja cultivadas no sistema plantio direto, nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, foram estabelecidos modelos matemáticos para a estimativa da demanda nutricional em função do potencial produtivo almejado e dos teores de nutrientes na folha índice, no estádio de florescimento pleno, ou então, em função da produtividade e do coeficiente de utilização biológica (CUB) estimado para os diferentes órgãos da planta. Os métodos de diagnose do estado nutricional Chance Matemática (ChM), Índices Balanceados de Kenworthy (IBK), Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS) e Diagnose da Composição Nutricional (CND) mostraram- se concordantes em indicar que o teor ótimo de nutrientes na folha índice é a própria média da população de referência. Já os teores ótimos de Ca, S, Mn e Zn na folha índice permanecem praticamente inalterados em produtividades inferiores a 3.600 kg/ha e aumentam a partir deste potencial produtivo. E os teores ótimos de N, P, K, Mg, B, Cu e Fe não variaram mesmo para produtividades superiores a 4.800 kg/ha. Constatou-se que os valores de referência para a diagnose do estado nutricional são influenciados pelo tipo de folha índice amostrado (terceiro trifólio com ou sem pecíolo). O limbo foliar apresenta teores maiores de N, P, Cu, Fe, Mn e Zn e menores de K, em relação aos pecíolos. A predição dos teores de nutrientes na planta em função dos teores na folha índice, e da máxima produção de matéria seca em função do acúmulo de nutrientes na folha índice, podem ser efetuadas de forma adequada com os teores do terceiro trifólio associado ou não ao pecíolo, desde que a amostragem seja realizada no estádio de florescimento pleno. Verificaram-se diferenças na sensibilidade do DRIS em diagnosticar o estado nutricional de N, P e S em solos muito argilosos, e de P em solos arenosos, em razão da adoção de normas gerais ou específicas para a classe textural.
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    Dosagem em análises químicas de fertilidade do solo por métodos de rotina e por espectrofotometria de emissão ótica em plasma induzido
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003-08-14) Milagres, João José de Miranda; Alvarez Venegas, Víctor Hugo; http://lattes.cnpq.br/5599912452764314
    Neste trabalho, objetivou-se comparar as dosagens em análises químicas de fertilidade do solo por métodos de rotina com as dosagens obtidas por espectrofotometria de emissão ótica em plasma induzido (ICP- OES), utilizando os extratores Mehlich-1 (P, K, Fe, Zn, Cu e Mn), KCl 1,0 mol/L (Ca 2+ , Mg 2+ e Al 3+ ), Mehlich-3 (P, K, Ca, Mg, Al, Fe, Zn, Cu e Mn) e DTPA-TEA (Fe, Zn, Cu e Mn). Foram empregadas amostras da camada superficial (0-20 cm) de 36 solos de Minas Gerais e Bahia, com ampla variação em suas características e propriedades físicas e químicas. Os seguintes métodos de dosagens foram utilizados: P por espectrofotometria de absorção molecular (EAM), K por fotometria de emissão em chama (FEC), acidez trocável (Al 3+ ) por titulometria (TIT), Ca, Mg, Fe, Cu, Mn e Zn por espectrofotometria de absorção atômica (EAA) e P, K, Ca, Mg, Al, Fe, Zn, Cu e Mn por ICP-OES. Ajustou-se o método ICP-OES, definindo os comprimentos de onda de cada elemento para cada método de extração. O ICP-OES possibilita a verificação da ocorrência de interferências espectrais viique muitas vezes são minimizadas com a adoção de medidas corretivas fornecidas pelo próprio aparelho. Dos elementos estudados, as interferências mais preocupantes foram as de Cu sobre o P. A confecção das curvas de calibração do ICP-OES obedeceu aos critérios da faixa ótima de detecção do aparelho, bem como da faixa esperada de ocorrência dos nutrientes no solo, tomando-se o cuidado de minimizar o efeito de matriz. Avaliou-se a precisão e a reprodutibilidade dos métodos de dosagens utilizando três solos com ampla variação em suas características físicas e químicas, sendo estes solos analisados em dez séries com três repetições por série. O coeficiente de variação dentro da série representou a precisão e entre séries a reprodutibilidade. Os métodos de dosagem mostraram-se precisos e com boa reprodutibilidade, para todos os extratores. Quando os teores dos elementos nas amostras utilizadas, apresentaram-se baixos, tanto a precisão quanto a reprodutibilidade do ICP-OES foram melhores que as dos métodos de rotina. Para determinar o grau de aproximação entre os teores obtidos com o ICP-OES e com os métodos de rotina, os tratamentos foram arranjados em esquema fatorial 2 x 36, correspondendo aos 2 métodos de dosagem e aos 36 solos, no delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições. Para as dosagens no ICP-OES, não se fez necessária a utilização de reagentes de trabalho, entretanto, para a leitura do extrato de KCl 1,0 mol/L, o mesmo foi diluído 4 vezes a fim de não causar entupimentos nem danos ao aparelho em virtude do possível acúmulo de sais. A igualdade entre os métodos de dosagem foi verificada através da aplicação de um teste de identidade entre métodos e ocorreu somente para Ca 2+ , extraído por KCl 1,0 mol/L. Para os outros elementos, o ICP apresentou pequena superestimação, de maneira geral em relação aos métodos de rotina. As diferenças absolutas entre os teores obtidos pelo ICP- OES e pelos métodos de rotina, correlacionaram-se melhor com o pH, para a maioria das determinações. Não foi observada correlação entre as diferenças absolutas dos teores de P, por diferentes métodos de dosagem, com o teor de matéria orgânica dos solos.
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    Sistema para cálculo do balanço de nutrientes e recomendação de calagem e adubação de pastagens para bovinos de corte
    (Universidade Federal de Viçosa, 2003-08-25) Santos, Helder Quadros; Cantarutti, Reinaldo Bertola; http://lattes.cnpq.br/2257931141515804
    A exploração pecuária brasileira fundamenta-se na alimentação dos animais em pasto. No entanto, a maioria das pastagens é cultivada com baixa ou nenhuma aplicação de fertilizantes, o que é apontado como uma das principais razões para sua baixa produtividade. Atualmente, as recomendações de adubação para pastagens, embora sejam fundamentadas em resultados experimentais, contam com algum subjetivismo. Com o objetivo de recomendar corretivos e fertilizantes para pastagens tropicais pastejadas por bovinos de corte com melhor fundamentação conceitual, desenvolveu-se um sistema (FERTICALC-Pastagem) cujo princípio básico é o balanço nutricional no sistema pecuário. Para tanto, procurou-se estabelecer uma estrutura modular considerando os componentes animal, planta e solo das pastagens. Esses módulos, denominados submodelos, foram desenvolvidos independentemente, mas se inter-relacionam por meio de variáveis de entrada e saída. A recomendação de fertilizante se faz a partir da diferença entre o suprimento dos nutrientes e a demanda nutricional pelo pasto. A demanda dos nutrientes é calculada com base no conteúdo nutricional do pasto que se relaciona com a produtividade animal projetada, a intensidade de exploração da pastagem e a espécie forrageira e sua eficiência de recuperação do nutriente aplicado ao solo. O suprimento de nutrientes é estimado com base no teor dos nutrientes indicados pela análise química do solo e na reciclagem dos nutrientes adicionados ao solo na forma de resíduos vegetais e animais (excretas). Um fator de sustentabilidade foi incorporado à estimativa do suprimento dos nutrientes visando manter uma quantidade de nutrientes no solo proporcional a intensidade de exploração da pastagem. As simulações mostraram que por meio do FERTICALC-Pastagem recomenda-se, com exceção do fósforo, menor quantidade de nutrientes para estabelecer do que para a manutenção da pastagem. Para sistemas extensivos de produção as doses dos nutrientes estimadas pelo FERTICALC-Pastagem foram, em geral, compatíveis com as doses obtidas por outros sistemas de recomendação. Nesses sistemas de produção, as recomendações dependem, principalmente, da demanda nutricional e do suprimento pelo solo. Por outro lado, para sistemas intensivos as doses estimadas pelo FERTICALC-Pastagem foram maiores do que as atualmente recomendadas, sendo função da elevada demanda e da quantidade de nutrientes reciclados e recuperados pelas plantas. Dos sistemas de recomendação comparados, o FERTICALC-Pastagem foi o único em que as recomendações variaram de forma contínua com a disponibilidade de nutrientes e com a produtividade vegetal esperada.
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    Sistema de recomendação de corretivos e fertilizantes para a cultura da soja
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-03-07) Santos, Flávia Cristina dos; Neves, Júlio César Lima; http://lattes.cnpq.br/3175898658800639
    Com o objetivo de recomendar corretivos e fertilizantes para a cultura da soja, desenvolveu-se um sistema (SIRSo) cujo princípio básico é o balanço nutricional, ou seja, a recomendação se faz a partir da diferença entre o requerimento de nutrientes pela planta e o suprimento, representado pelo nutriente do solo, resíduos orgânicos e calagem (Ca e Mg). O sistema considera ainda o fator sustentabilidade, visando uma quantidade de nutriente a ser mantida no solo para garantir uma produtividade mínima desejada, em cultivos subseqüentes. Para recomendar calagem utilizam-se dois métodos: neutralização do Al 3+ e elevação dos teores de Ca 2+ + Mg 2+ e saturação por bases. Para recomendar adubação, uma série de equações foi gerada, utilizando dados da literatura a respeito de solos, adubação e nutrição da soja. O requerimento de nutrientes varia com a produtividade esperada de grãos, características do solo e com a taxa de recuperação pela planta do nutriente aplicado ao solo. O suprimento pelo solo depende da disponibilidade do nutriente e da taxa de recuperação pelo extrator do nutriente aplicado. O suprimento pelos resíduos orgânicos depende da produção de matéria seca da planta antecessora à soja, teor de nutrientes na matéria seca, taxa de liberação dos nutrientes dos resíduos orgânicos e taxa de recuperação pela planta dos nutrientes provenientes desses resíduos. O suprimento de Ca e Mg pela calagem depende da quantidade de calcário recomendada, teor de óxidos de Ca e Mg do calcário e da taxa de recuperação pela planta desses nutrientes. Foram feitas comparações entre as recomendações geradas pelo SIRSo e as das tabelas em uso no país. Em grande parte, o SIRSo recomenda maiores quantidades de fertilizantes comparadas às tabelas, principalmente para P e K considerando as maiores produtividades, fato esse confirmado pela análise de sensibilidade que mostrou grande variação da dose a ser recomendada desses nutrientes com a produtividade de grãos e o fator sustentabilidade.
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    Impactos de um sistema agroflorestal com café na qualidade do solo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2002-07-18) Perez Marin, Aldrin Martin; Jucksch, Ivo; http://lattes.cnpq.br/9814607951325299
    Com o objetivo de avaliar a potencialidade do manejo de um sistema agroflorestal sob enfoque agroecológico na melhoria da qualidade do solo por meio de indicadores associados à matéria orgânica; duas propriedades da Zona da Mata de Minas Gerais tiveram os solos amostrados e analisados. As amostras foram coletadas em três profundidades 0–5, 5–15 e 15–30 cm. Coletas da manta orgânica foram também realizadas em cada um dos sistemas, usando um gabarito de madeira de 0,16 m 2 , lançado ao acaso em 10 pontos de cada parcela de ± 0,5 ha. Foram realizadas avaliações das propriedades químicas, matéria orgânica leve-livre, matéria orgânica leve oclusa, frações de carbono orgânico extraídas em um gradiente de oxidação decrescente, substâncias húmicas, conteúdo de nutrientes da manta orgânica e uma identificação dos impactos ambientais. Os resultados indicaram que o Sistema Agroflorestal sob Manejo Agroecológico (SA), quando comparado com um Sistema de Manejo Convencional (SC), promoveu maior poder de recuperação dos solos pobres em nutrientes e erodidos. O Sistema Agroecológico incrementou os teores de matéria orgânica do solo, FL- Livre, substâncias húmicas, frações de carbono orgânico extraído em um gradiente de oxidação e conteúdos de nutriente da manta orgânica. Houve aumentos, embora não significativos, nos valores de matéria orgânica oclusa, CTC a pH 7, CTC efetiva, SB, V, P e K disponíveis. Decréscimo do Al +3 e (H+Al) foram também observadas. O exercício de percepção e caracterização de impactos ambientais permitiu identificar no SA, 215 relações efetivas de impactos positivos, diretos e indiretos para o meio físico, biótico e antrópico. Sendo que um total de 42% das relações, dentro do meio físico, foi observado no solo. O Sistema de Manejo sob Enfoque Agroecológico estudado, em geral, apresentou uma melhoria da qualidade do solo em relação às propriedades químicas e da matéria orgânica, indicando um maior poder de recuperação do solo, devendo seu uso ser promovido, o que pode resultar em uma boa alternativa, em solos acidentados e com baixos teores de nutrientes, além de sua contribuição como um mecanismo de seqüestro de C-CO 2 da atmosfera.
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    Leguminosas e plantas espontâneas em sistemas agroecológicos de produção de café
    (Universidade Federal de Viçosa, 2006-02-21) Souto, Renata Lúcia; Cardoso, Irene Maria; http://lattes.cnpq.br/0759200265034447
    A agricultura familiar é predominante na Zona da Mata de Minas Gerais, e a utilização das terras se dá principalmente com a utilização de pastagem e do café, quase sempre consorciados com culturas de subsistência. A disponibilidade de nutrientes em sistemas agroecológicos é um dos fatores mais limitantes para a produção, principalmente em se tratando de áreas declivosas, cujo solo, em geral, tem menor fertilidade natural, como é o caso da Zona da Mata de Minas Gerais. A manutenção da ciclagem de nutrientes nestes ambientes se faz necessária, tanto do ponto de vista nutricional para a cultura em questão, em especial o café, como para fins de recuperação e conservação ambientais, como redução da erosão e incremento da biodiversidade. Dentro de uma proposta agroecológica de geração de renda e qualidade de vida, torna-se imprescindível o uso de práticas que valorizem o conhecimento local e a preservação da diversidade de espécies nas propriedades, dentre elas a vegetação espontânea. Este trabalho teve como objetivos identificar o uso e o manejo das espécies espontâneas pelos agricultores familiares da Zona da Mata de Minas Gerais, em sistemas de produção agroecológica, com enfoque nas áreas de cultivo de café; investigar a produção de biomassa, a velocidade de decomposição e a composição química e bioquímica das leguminosas Crotalaria spectabilis, Lablab purpureus, Cajanus cajan e de um conjunto de plantas espontâneas, em dois municípios com diferentes condições edafoclimáticas (Araponga e Pedra Dourada); e aprofundar a dinâmica de mineralização de C e N das leguminosas Crotalaria spectabilis, Lablab purpureus, Cajanus cajan e de um conjunto de plantas espontâneas, e as relações com a taxa de decomposição e a qualidade destes materiais vegetais nos dois municípios. Para isto, agricultores foram entrevistados e suas propriedades foram visitadas. Informações foram também coletadas durante encontros com os agricultores. Dezesseis espécies de plantas espontâneas apareceram como as mais comuns na lavoura de café. Quinze são utilizadas como cobertura do solo, duas como medicinal, três como alimento humano e uma como melífera. Uma única espécie pode ter mais de uma utilização pelo agricultor. Em relação às condições de fertilidade do solo, três são encontradas em solos com alta fertilidade, nove em fertilidade média, e quatro em fertilidade baixa. No que diz respeito à importância na nutrição do café, cinco têm muita importância, quatro têm importância média, e sete têm pouca importância. Das seis espécies que os agricultores deixam crescer nas áreas de cultivo, cinco delas têm importância para a nutrição do café, levando a crer que estas plantas cumprem um papel importante na ciclagem de nutrientes. L. purpureus apresentou menor produção de matéria seca (1,82 kg/ha) em Araponga, local com maior altitude, e os outros adubos não diferiram entre si e foram superiores à L. purpureus. Já em Pedra Dourada, todos os valores foram semelhantes. Em relação à composição química, os valores mais altos de N, em kg/ha, foram para C. cajan, que foi superior à L. purpureus, C. spectabilis e espontâneas. Os valores de P, K, Ca e Mg não diferiram entre todos os adubos verdes. C. spectabilis apresentou maior teor de nutrientes e L. purpureus, menor. Quanto à facilidade de decomposição, todas as leguminosas apresentaram-se com tendências semelhantes, à exceção de L. purpureus em Araponga, que se decompôs mais facilmente. Este material, por sua vez, possui relação PP/N maior, com o favorecimento, então, da decomposição em curto prazo. Pode-se concluir que as plantas espontâneas apresentaram-se com resultados semelhantes às leguminosas para composição química. Em geral, as taxas de decomposição foram maiores em menor altitude e em adubos com relação C/N, LG/PP, PP/N e (LG+PP)/N menores. Os maiores teores de C-CO2 acumulados foram encontrados para C. cajan, e os menores para as espontâneas, este último podendo estar associado à maiores taxas de hemicelulose destas espécies. Os valores totais de C-CO2 foram maiores numa maior altitude. Em relação à dinâmica de N, houve predomínio de mineralização de N. Os maiores valores de N total mineralizado foram encontrados para C. cajan, em ambas as localidades, e os menores valores para espontâneas. Os valores em geral foram maiores em Pedra Dourada que em Araponga, diferença esta que pode ser atribuída às diferenças edafoclimáticas. O comportamento das espontâneas foi distinto das leguminosas, mas de relevância em médio prazo, em um sistema agroecológico que valorize a diversidade e o incremento da ciclagem de nutrientes. Pode-se concluir que o agricultor utiliza e maneja as espécies espontâneas com o fim de proteção do solo, ciclagem de nutrientes, alimento ou medicinal. Além disso, essas plantas podem ser boas indicadoras de qualidade do solo. É necessário valorizar e reconhecer o uso das plantas espontâneas e estudá-las, como alternativas para uma agricultura mais sustentável. É importante que haja interação de diferentes adubos verdes, combinando velocidade de decomposição às necessidades da cultura principal e aos objetivos do agricultor. Conclui-se também que a mineralização de C é influenciada pela relação lignina/polifenóis, e a mineralização de N pelo teor de polifenóis e pelas relações C/N, LG/N, PP/N e (LG+PP)/N.
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    Frações orgânicas de nitrogênio em solos com diferentes usos agrícolas e sua disponibilidade para plantas
    (Universidade Federal de Viçosa, 2006-03-06) Biondi, Caroline Miranda; Cantarutti, Reinaldo Bertola; http://lattes.cnpq.br/8326756664758702
    Para subsidiar modelagens que possibilitem a predição da mineralização e a disponibilidade de N do solo é necessário um conhecimento mais amplo a respeito dos conteúdos e distribuição das formas orgânicas de N, que constituem cerca de 98% do N do solo, e suas alterações em resposta aos sistemas de manejo e qualidade dos resíduos adicionados. Com este propósito, o objetivo deste trabalho foi caracterizar a distribuição das frações orgânicas de N e suas relações com a disponibilidade do N para plantas em solos com diferentes históricos de uso agrícola. Para tal, foram utilizadas amostras de solos cultivados com milho, por 20 anos, com integração agricultura-pecuária e com uso contínuo com pastagem. Um Argissolo Vermelho-Amarelo câmbico cultivado com milho foi coletado em área experimental, no município de Coimbra, MG, onde se tem avaliado a produção sem adubação e com adubação anual de 250 e 500 kg ha-1 de 4-14-8 ou de 10 t ha-1 de composto orgânico. Um Argissolo Vermelho-Amarelo fase terraço utilizado com integração agricultura-pastagem foi amostrado na Fazenda Barra Mansa, município de Rio Casca, MG. As amostras foram coletadas em pastagem de Brachiaria decumbens estabelecida há mais de dez anos; em pastagem de B. brizantha estabelecida em consórcio com milho em sistema de plantio direto (SPD) há quatro anos; em pastagem de B. brizantha, ainda em fase de estabelecimento, em consórcio com milho em SPD, após um cultivo com soja; em uma área com cultivo contínuo de milho em SPD após longo período com pastagem; em uma área com cultivo contínuo com milho para produção de grãos; em uma área cultivada com sorgo para silagem há, pelo menos, quatro anos, e em uma área de mata de eucalipto e espécies nativas regeneradas. Esses dois solos localizam-se em região típica do Bioma Mata Atlântica. Um Latossolo Vermelho-Amarelo textura média com pastagens de B. brizantha foi amostrado na Unidade de Bovinocultura da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba-CODEVASF, em Brasilândia de Minas, MG, sob influência do Bioma Cerrado. Nessa área, amostrou-se solo de uma pastagem de 15 anos caracterizada como produtiva; de uma pastagem de 18 anos, caracterizada como degradada, e de uma pastagem reformada há um ano com revolvimento do solo e ressemeio da forrageira. As amostras foram coletadas nas profundidades de 0-5, 5-10 e 10- 20 cm. Fez-se a caracterização das formas orgânicas de N mediante dois processos de hidrólise ácida, utilizando-se 10g de solo (<0,149mm) e 20 mL de solução sendo realizadas a 110 oC sob refluxo. Em um dos processos de hidrólise utilizou-se HCl 6 mol L-1, ficando sob refluxo durante 24 h. No outro utilizou-se HCl 1mol L-1 sob refluxo durante 3 h. Em seguida, os hidrolisados foram obtidos por filtração a vácuo e o pH corrigido para 6,5 com NaOH. Procedeu-se também à extração do amônio com KCl 2 mol L-1 (relação 1:10). Determinaram-se as frações orgânicas de N-não hidrolisado e o total do N orgânico hidrolisado, quantificando-se as frações N-α amino, N-hexosamina, N- amida e o N-não identificado. Vasos contendo 500 g de TFSA (dos cinco centímetros superficiais) de nove dos solos utilizados na caracterização das formas orgânicas foram utilizados para avaliação da disponibilidade de N para plantas. Foram realizados quatro cultivos com milheto e, um quinto cultivo, com milho, com duração média de 20 dias cada um. Após o quinto cultivo computou-se o N absorvido. As amostras dos solos foram submetidas aos mesmos processos de hidrólise ácida para determinar as formas orgânicas de N, como descrito anteriormente. Em termos gerais, observou-se redução nos teores médios das formas menos recalcitrantes, e aumento das formas de mais difícil degradação nas camadas de 5-10 e 10-20cm. Na área com cultivo de milho constatou-se que a adubação orgânica incrementou, na camada de 0-5 cm, o teor de N total, N-não hidrolisado, N total hidrolisado, contudo, esse incremento foi significativo apenas na fração N-não identificado. O teor de N no solo sob pastagem produtiva foi maior que os valores encontrados sob pastagem degradada ou recuperada, na profundidade de 5-10 cm, não sendo constatada esta diferença nas demais profundidades. O N α-amino e o N- hexosamina foram as formas de N orgânico predominantes em todos os solos submetidos à hidrólise ácida, independente do tipo de manejo e da profundidade de amostragem. Os teores de N total e nas frações orgânicas de N foram maiores nos dois Argissolos do que no Latossolo Vermelho-Amarelo, devido aos baixos teores de argila deste solo, resultando em uma menor formação de complexos argilo-húmicos responsáveis pelo aumento da estabilidade de matéria orgânica nos solos. Todavia, as condições de uso agrícola não exerceram influência marcante sobre os teores de N das formas orgânicas hidrolisadas. Perdas paralelas de N durante o cultivo, principalmente pelo processo de desnitrificação, inviabilizaram a determinação da contribuição das frações a disponibilidade de N para plantas.
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    Características químicas e frações da matéria orgânica do solo em diferentes distâncias do tronco e de raízes de eucalipto
    (Universidade Federal de Viçosa, 2006-02-01) Faria, Geraldo Erli de; Barros, Nairam Félix de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783694P8; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4776947T3; Neves, Júlio César Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076D4; Silva, Ivo Ribeiro da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4799432D0; Venegas, Victor Hugo Alvarez; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4727865T0; Martinez, Hermínia Emília Prieto; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788276P4
    O conhecimento das variações espaciais verificadas sob plantações de eucalipto permite melhor compreensão do estado nutricional do eucalipto e das mudanças que podem ocorrer nas características químicas e nos teores de carbono orgânico do solo ao longo do cultivo. Neste contexto, o presente trabalho, conduzido, na região litorânea do Espírito Santo, teve por objetivos: 1) determinar a variação de características químicas do solo a diferentes distâncias do tronco de eucalipto de diferentes idades, em direção da linha de plantio e da entrelinha; 2) determinar a variação de características químicas do solo influenciada pelo diâmetro de raízes de eucalipto em diversas idades; e 3) determinar a variação de teores de carbono orgânico do solo a diferentes distâncias horizontais em direção da linha de plantio e da entrelinha do eucalipto e da cepa remanescente da colheita anterior. Para tanto, amostras de solo foram coletadas ao redor da árvore de DAP médio e da cepa, em cada parcela, e ainda, nas distâncias de 30, 60, 90, 120 e 150 cm, na direção da linha e da entrelinha de plantio, nas camadas de 0-10, 10-20 e 20-40 cm de profundidade, em povoamentos com 31, 54 e 84 meses de idade. Realizou-se, ainda, próximo à árvore de DAP médio, a abertura de trincheiras com profundidade de 40 cm para exposição de segmento de raiz emitido pela árvore e que compreendia os seguintes diâmetros: < 2,0 mm (raízes finas), 2 a 5 mm (raízes médias) e 5 a 10 mm (raízes grossas). Amostras de solo foram coletadas à distância de 1,0 cm da superfície de contato entre raiz-solo e, em seguida, em camadas sucessivas (espessura de 1,0 cm), verticalmente, até a distância de 5 cm das raízes pertencentes a cada classe de diâmetro. As amostras de solo foram analisadas para: pH, P e K disponíveis (Mehlich 1), Al, Ca e Mg trocáveis (KCl 1 mol/L) e carbono orgânico total e frações da matéria orgânica. Os resultados obtidos indicaram que: 1 - A variação nas características químicas do solo sob plantações de eucalipto foram decorrentes das adubações e correção realizadas, demonstrando a necessidade de se conhecerem as práticas de manejo aplicadas ao povoamento antes de iniciar um programa de amostragem do solo. 2 O aumento do teor de carbono orgânico total ocorreu com o aumento da idade do povoamento e redução das interferências antrópicas. 3 A não incorporação dos resíduos florestais contribuiu para o aumento dos teores da fração leve livre (FLL), das substâncias húmicas (SH) e de carbono orgânico total da camada superficial do solo.