Solos e Nutrição de Plantas
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Item A acidez potencial do solo não é determinada a pH 7,0(Universidade Federal de Viçosa, 2005-12-20) Silva, Marcelo Zózimo da; Cantarutti, Reinaldo Bertola; http://lattes.cnpq.br/2812702090482742A acidez potencial é caracterizada pela acidez trocável e, sobretudo, pela acidez não-trocável, que corresponde àquela acidez neutralizada até um determinado valor de pH. O hidrogênio ligado de forma covalente aos colóides do solo é o principal componente desta acidez. A acidez potencial caracteriza o poder-tampão de acidez do solo, e sua estimativa acurada é fundamental para se estimar a capacidade de troca catiônica a pH 7,0 (CTC) e, por conseguinte, a saturação por bases (V). Estimativa confiável, tanto da CTC como de V, cresce de importância à medida que se emprega o critério de elevação da saturação por bases para o cálculo da necessidade de calagem. A acidez potencial pode ser determinada por meio da incubação do solo com CaCO 3 , pela extração com solução de acetato de cálcio 0,5 mol L -1 pH 7,0 e por meio do equilíbrio entre o solo e a solução tamponada SMP. Considerando que nessas determinações, além do H hidrolisável, contribui, ainda, para a acidez a hidrólise do Al 3+ , tais medidas são expressas por H+Al. A determinação por meio do método SMP foi adaptada à rotina de determinação do pH do solo em CaCl 2 . Ele fundamenta-se na correlação linear entre ln (H+Al) extraído pelo acetato de cálcio 0,5 mol L -1 pH 7,0 e o pH da suspensão de equilíbrio solo- solução SMP (pH SMP ). Dessa forma, estabelecem-se equações de regressão de abrangência regional para estimar o H+Al a partir do pH SMP ; atualmente, estão em uso no Brasil 15 equações. Essa diversidade de equações contribui para a incerteza na estimativa do H+Al, visto que os laboratórios estendem seus serviços além dos limites regionais de abrangência das equações. No entanto, há de se considerar que as características dos solos são mais relevantes do que o caráter regional. Além disso, o método em uso foi ajustado para a rotina de determinação do pH em CaCl 2. Assim, para a sua adoção por laboratórios que determinam o pH em H 2 O, há necessidade de inclusão de mais uma rotina. Objetivou-se com este trabalho: a) ajustar o método SMP aos procedimentos dos laboratórios que adotam rotina para determinação do pH em H 2 O e b) identificar um modelo matemático e ajustar uma equação de regressão de aplicação geral para estimar a acidez potencial por meio do método SMP. Na pesquisa foram utilizados 99 solos, de diferentes regiões do Brasil, com ampla variação nos teores de H+Al, matéria orgânica, valores de P remanescente e teor de argila. Em um primeiro ensaio, trabalhando com seis solos, avaliou-se o ajuste do método SMP à rotina de determinação do pH em H 2 O, testando-se alterações na concentração do CaCl 2 na solução SMP. Em outro ensaio, com 13 solos, determinou-se a acidez a partir da incubação do solo com CaCO 3 estabelecendo as curvas de incubação, definidas por equações de regressão linear. A partir destas, estimou-se a acidez potencial para pH 7,0; 6,5; 6,0; 5,9; 5,8; 5,7; e 5,5. Para os 99 solos determinou-se o H+Al em acetato de cálcio 0,5 mol L -1 pH 7,0 e o pH SMP de acordo com o procedimento ajustado no primeiro ensaio. Constatou-se que o procedimento SMP utilizado para a rotina de pH CaCl 2 ajustou-se sem alterações à rotina de pH H 2 O. O H+Al determinado em acetato de cálcio 0,5 mol L -1 pH 7,0 diferiu estatisticamente da acidez estimada para o pH 7,0 pelas curvas de incubação. As determinações em acetato foram equivalentes à acidez estimada para o pH 5,7 pelas curvas de incubação. Adotou-se a acidez para pH 6,0 estimado pelas curvas de incubação como referência para correção das determinações em acetato de Ca pH 7,0 e para estabelecer o ajuste da equação de regressão com o pH SMP. Ajustaram-se as regressões para estimar um fator F de correção da determinação em acetato de cálcio, a partir dos teores de matéria orgânica e, ou, P remanescente. Foram ajustadas as regressões: ln (H+Al) = 8,93 - 1,255pH SMP, R 2 = 0,842 e ln (H+Al) = 6,18 + 0,142 MO - 0,859pH SMP R 2 = 0,936, nas quais todos os coeficientes foram significativos (p < 0,05). A equação que inclui a matéria orgânica mostrou-se, potencialmente adequada para uso generalizado.Item Above and below ground plant inputs and soil organic matter cycling in an eucalypt plantation in the cerrado biome(Universidade Federal de Viçosa, 2017-09-27) Teixeira, Rafael da Silva; Silva, Ivo Ribeiro da; http://lattes.cnpq.br/3970484145234987Soil organic matter (SOM) plays key roles on high productive agrosystems, further may offer an alternative to reduce soil CO 2 -C emissions and improve soil C sequestration. In Brazil, most of the Cerrado (Brazilian Savannah) were initially converted to pastures using unsustainable practices, which promoted soil degradation, soil organic carbon (SOC) stocks losses and increase in GHG emissions. Thus, the conservation land-management systems that favor the input of aboveground and belowground plant residue-C to soil may reduce the impacts caused by land-use change. Because eucalypt trees are fast-growing, they are attractive for C sequestration (aboveground and belowground) and subsequent C input to the soil. So, eucalypt plantation may sequester C in compartments with different timescales: i) Plant biomass and ii) Soil organic matter (SOM). So, this thesis aimed to study the C and N dynamics, focusing in the processes that underline CO 2 -C emissions in on eucalypt plantation since the land-use change following a pasture, until 4-years-old. We report our research in three chapters, aimed at understanding some research gaps. In the first chapter we analyzed the changes in C and N stocks, CO 2 -C and CH 4 -C fluxes in Cerrado, pasture (cultivated for 34-years following the clearing of the Cerrado) and eucalypt (cultivated for 4 years following the pasture). The soil surface CO 2 -C, CH 4 -C fluxes and also CO 2 -C concentration along the vertical soil profile were measured in different seasons (Wet and Dry) over three years. It was also determined the C and N stocks associated to the particulate organic matter (POM) and mineral-associated organic matter (MAOM). Variation in natural abundance of 13 C (δ 13 C) was used to partition the SOM in old (Cerrado- or pasture-derived) and their replacement by the new input C (eucalypt-derived). It was observed that the wet season had the strongest influence on soil surface CO 2 -C and CH 4 -C fluxes, and CO 2 -C concentration at soil depths for the different land uses. The soil under eucalypt plantation emitted ~70% more CO 2 -C than those under Cerrado and pasture after 40-months of eucalypt planting, while the pasture soil emitted more CH 4 -C to the atmosphere than those under Cerrado and eucalypt in Sep 2012, Jan 2013 and Oct 2015. The old MAOM-C losses in deep soil layers were not compensated by the new eucalypt C inputs, resulting in net soil C losses. Nevertheless, no differences were detected to POM-C and -N in the soil (0.0-1.0 m), perhaps indicating a recovery in SOM in eucalypt stands at a more advanced stand age. In the second chapter, we investigated de dynamics of CO 2 -C components in soil surface and soil profile, also tracking the influence of eucalypt root growth (especially fine roots) on these processes. Due historical use was possible partition the soil surface CO 2 -C flux and the CO 2 -C concentration in depth in CO 2 -C plant-derived and CO 2 -C soil-derived. In addition, the root priming effect was calculated. The evaluations were carried out in six seasons: 3, 7, 15, 19, 31 and 40-month-old eucalypt. After the implantation of eucalypt forests there was an increase in soil surface CO 2 -C flux along plant growth (4.33 kg ha -1 h -1 in 40 month-old eucalypt). The root growth contributes greatly to the soil surface CO 2 -C flux (correlated at p<0.01; r: 0.61) promoting the surface RPE over time (correlated at p<0.01; r: 0.63). The moisture has greater influence in the decomposition of litterfall (correlated at p<0.01; r: 0.70) and root respiration and/or rhizodeposition decomposition (correlated at p<0.01; r: 0.79). Finally, in the third chapter we accessed the biomass C storage (Leaves, branches, barks, woods, fine roots, medium roots and coarse roots) and C storage in different SOM pools (POM and MAOM) over time. Eucalypt forest at 36-months-old allocated 72.01 Mg ha -1 of C, with 41.5% being directed to the roots (29.92 Mg ha -1 of C). After 49-months of planting there were mineralization in POM-, MAOM-Cerrado and Pasture, providing an estimated N mineralization of 0.535 Mg ha -1 in the 0.0-1.0-m layer. In contrast, the root-derived C imputed to soil was more efficient in soil organic matter formation (58% higher) than the litterfall- + root-derived C imputed to soil. After 49-months of eucalypt planting the forest was not a potential sequestration of C (ΔC Soil : -2.22 Mg ha -1 ) to 0.0-1.0 m soil layer. However, studies with longer time scales are required for completeness of information about potential of CO 2 -C sequestering by eucalypt forest.Item Absorção de nitrato e amônio por gramíneas forrageiras com tolerância diferencial ao alumínio em baixa disponibilidade de fósforo(Universidade Federal de Viçosa, 2002-11-25) Souza, Carlos Henrique Eiterer de; Cantarutti, Reinaldo Bertola; http://lattes.cnpq.br/3150754055691038A atividade pecuária tem sido promissora na região de Cerrado por dispor de recursos forrageiros com ampla capacidade de adaptação a condições de estresses, como elevados teores de alumínio trocável e baixa disponibilidade de nutrientes, principalmente fósforo. Plantas adaptadas a essas condições apresentam, seguramente, maior afinidade pela absorção de nitrogênio na forma amoniacal, no entanto há evidências de elevados teores de nitrato em solos ácidos. Considerando-se que a baixa disponibilidade de fósforo compromete mais a absorção de nitrato do que a de amônio, as plantas poderão sofrer deficiência de nitrogênio em solos tropicais se ocorrer elevado teor de nitrato. Assim, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a absorção do NO 3- e NH 4+ por gramíneas forrageiras com diferentes graus de tolerância ao alumínio, sob o efeito de elevada concentração de Al e baixa disponibilidade de P. Inicialmente foram realizados ensaios para caracterizar as gramíneas Brachiaria brizantha cv. Marandu, Brachiaria humidicola e Braquiária híbrido cv. Mulato quanto à tolerância ao alumínio. Foram avaliados também a produção de matéria seca na parte aérea e raiz e os conteúdos de Al, P, Ca e Mg no tecido vegetal. Estabeleceu-se a que de 1,3, 1,0 e 0,7 mmol.L -1 de Al na solução proporcionaram redução de 50% na produção de matéria seca na parte aérea da B. humidicola, Braquiária híbrido e B. brizantha, respectivamente, sendo definidas como concentrações críticas. Na seqüência foram realizados dois ensaios em solução nutritiva para avaliar a absorção do nitrato e amônio pela B. brizantha e B. humidicola sob o estresse de Al (concentrações citadas acima) e com ausência de P. A cinética de absorção de nitrato e amônio pelas foi descrita pela equação de Michaelis- Menten estimando-se o influxo máximo (Imax), a constante de afinidade do sistema de absorção (Km) e a concentração mínima para que haja influxo (Cmin) por meio do método gráfico-matemático. No primeiro ensaio utilizando solução nutritiva com 100 μmol.L -1 de N-NO 3- ou 100 μmol.L -1 de N-NO 3- mais 100 μmol.L -1 de N-NH 4+ utilizaram-se plantas expostas por 24 e 72h a tratamentos sem Al e às respectivas concentrações críticas de Al. No segundo ensaio as plantas foram submetidas a um período de quatro dias de omissão de P e expostas à concentração crítica de Al por 24 h. A B. humidicola apresentou de modo geral maiores valores de Imax com menores valores de Km e Cmin, sugerindo maior absorção do nitrato e amônio do que o Brachiaria brizantha cv. Marandu. A exposição das plantas à baixa disponibilidade de fósforo e elevadas concentrações de Al proporcionou maiores reduções no Imax e aumentos de Km e Cmin para o amônio e nitrato nas duas gramíneas. O aumento dos valores de Km para o nitrato quando as duas gramíneas foram submetidas às concentrações críticas de Al e, ou, baixa disponibilidade de P, sugerem redução na afinidade no sistema de absorção deste íon. O aumento no Cmin sugere que o influxo líquido pode cessar mesmo quando este íon estiver presente em altas concentrações.Item Absorção e distribuição de cádmio e zinco em plantas de alface e cenoura(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-12) Pereira, Juliana Maria Nogueira; Fontes, Renildes Lúcio Ferreira; http://lattes.cnpq.br/0535352341664146Objetivando estudar a absorção de cádmio e zinco e respectiva distribuição em plantas de alface e cenoura, conduziu-se oito experimentos em casa de vegetação, onde as variedades comerciais de alface (Mimosa e Regina de Verão) e cenoura (Brasília e Nantes), foram submetidas a doses crescentes de cádmio (0, 0,4, 1,6, 3,2 e 9,6 mg dm -3 ) e zinco (0, 2, 6, 18 e 36 mg dm -3 ), em vaso contendo 2,5 dm 3 de amostras de um Latossolo Vermelho-amarelo, textura média. Adicionou-se corretivo (CaCO 3 :MgCO 3 , na proporção 4:1) para elevar o pH em H 2 O a 5,8 e fertilização básica com macro e micronutrientes, exceto o zinco. A alface foi coletada após 44 dias de crescimento no vaso com os tratamentos e a cenoura após 57 dias. Os tratamentos foram dispostos no delineamento em blocos ao acaso, com quatro repetições. Após análise química do material vegetal, foram determinados os teores e conteúdos de P, K, Ca, Mg, Fe, Mn, Cu, Zn e Cd na parte aérea e raiz. As produções de matéria seca (MS) da parte aérea e de raízes das variedades de alface decresceram com o aumento das doses de Cd estudadas. A produção de matéria seca total da ‘Regina de Verão’ foi maior que da ‘Mimosa’. A concentração de Cd na parte aérea das variedades de alface decresceu com o aumento das doses de Cd em magnitude semelhante. Nas raízes, contudo, o decréscimo foi maior na ‘Mimosa’. A absorção e distribuição do Cd são diferenciadas entre as variedades de alface, ocorrendo maior absorção e translocação para a parte aérea na variedade Regina de Verão. A adição de Zn não influenciou a produção de MS da parte aérea, diminuindo, contudo, a MS da raiz na ‘Regina de Verão’. Os teores de Zn encontrados na parte aérea das variedades de alface, muito maiores do que o limite considerado tóxico na maioria das culturas e a ausência de efeito prejudicial sobre a produção de MS, indicam que as duas variedades de alface estudadas são tolerantes a altas concentrações do elemento. Na cenoura não foi observado efeito do Cd e Zn sobre a produção de matéria seca da parte aérea e das raízes em nenhuma das variedades. Houve maior absorção e translocação dos elementos para a parte aérea em resposta à sua adição às amostras de solo. Quanto ao Zn, a resposta das variedades com relação à absorção e transporte do elemento para a parte aérea foi diferenciado, indicando a presença de mecanismos específicos atuando na sua absorção e transporte.Item Ácidos orgânicos e adsorção de fosfato em Latossolos(Universidade Federal de Viçosa, 2001-03-12) Andrade, Felipe Vaz; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/2975343157348373Com o objetivo de avaliar a redução da intensidade do fenômeno de adsorção de fosfato em amostras de dois Latossolos, realizou-se um experimento em laboratório para verificar a eficiência da adição de ácidos orgânicos, em diferentes formas de aplicação e diferentes doses na redução desse fenômeno. O experimento seguiu um esquema fatorial 2 x 4 x 3 x 6, em que os fatores e seus níveis em estudo foram: dois solos (Latossolo Vermelho e Latossolo Vermelho Amarelo); três ácidos orgânicos (ácido cítrico - AC, ácido oxálico - AO, ácido salicílico - AS) e ácidos húmicos (AH); três formas de aplicação de ácidos orgânicos, ácidos húmicos e fosfato (KH 2 PO4): fosfato antes da aplicação do ácido orgânico ou ácidos húmicos (FAA), fosfato e ácido orgânico ou ácidos húmicos aplicados juntos (FAJ) e fosfato depois da aplicação do ácido orgânico ou ácidos húmicos (FAD); seis doses de ácidos orgânicos e de ácidos húmicos. A aplicação dos ácidos orgânicos influenciou, significativamente, as concentrações, na solução, de fósforo total (Pt), fósforoinorgânico (Pi) e fósforo orgânico (Po), bem como as concentrações de Fe e de Al para os dois solos estudados. Foi observada a seguinte ordem para o efeito dos ácidos orgânicos no sentido de reduzir a intensidade do fenômeno de adsorção de fosfato, para os dois solos estudados, de acordo com os contrastes testados: AC > AO > AH > AS. De modo geral, houve diminuição da adsorção com o aumento das doses dos ácidos orgânicos e dos ácidos húmicos, tanto para o LV como para o LVA. Com relação às formas de aplicação dos ácidos orgânicos e fosfato, observou-se efeito diferenciado para cada solo estudado, assim como para os ácidos orgânicos sobre as concentrações de Pt, Pi e Po na solução. No LV a aplicação de fosfato e ácido orgânico ou ácidos húmicos juntos foi na qual se verificou a maior influência desses ácidos na redução da adsorção de fosfato, com redução de 36,6% para o AC, 26,2%, para o AO, 10,4%, para o AH e 6,9% para o AS. No LVA, a aplicação de fosfato depois do ácido orgânico ou ácido húmico foi na qual se verificou a maior influência dos ácidos na redução da adsorção de fosfato com redução de 100% para o AC, 96,8% para o AO, 69,4% para o AH e 39,4% para o AS.Item Ácidos orgânicos e sua relação com adsorção, fluxo difusivo e disponibilidade de fósforo em solos para plantas(Universidade Federal de Viçosa, 2005-04-20) Andrade, Felipe Vaz; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/2975343157348373Os ácidos orgânicos (AO) podem exercer importante papel na disponibilidade de P nos solos tropicais, que são caracterizados pelo acentuado grau de intemperismo, de natureza predominantemente oxídica, o que lhes confere grande capacidade de adsorção aniônica, promovendo baixa concentração de P na solução do solo. Esses ácidos atuam sobre a adsorção, diminuindo-a, podendo tornar este elemento mais disponível para as plantas. Entretanto, o conhecimento sobre a dinâmica desses ácidos orgânicos presentes no solo, a sua capacidade em aumentar o fluxo difusivo de P e, conseqüentemente, torná-lo mais disponível para as plantas é essencial para o entendimento do efeito dos AO na disponibilidade de P nesses solos. O presente trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar o efeito da adição de AO na sua mineralização e na sua adsorção ao solo, no fluxo difusivo e na disponibilidade de P em amostras de dois Latossolos com texturas distintas; assim como quantificar os diferentes compartimentos das frações de P e sua distribuição ao longo do perfil do solo, sob condições diferenciadas de aporte orgânico. Para tal, foram montados cinco experimentos, além da coleta de amostras de solos em experimento de campo sob condições diferenciadas de aporte orgânico. Para o estudo da mineralização, adicionaram-se doses crescentes de ácido acético (AA), cítrico (AC) e húmicos (AH) (0; 1; 2; 4 e 8 mmol dm -3 para AA e AC; e 0,0; 1,5; 3,0; 6,0 e 12 g kg -1 para AH) em amostras de um Latossolo Vermelho-Amarelo textura média (LVA) e um Latossolo Vermelho textura argilosa (LV). Para o estudo de adsorção adotou-se o mesmo procedimento em relação ao de mineralização, utilizando somente o AA e AC. A quantificação do C mineralizável foi realizada por meio da evolução de CO 2 e a adsorção avaliada por meio de extração dos ácidos orgânicos aplicados, com água ultrapura (Milli-Q) e solução de NaOH (25 mmol L -1 ), sendo os teores de ácidos orgânicos dosados por cromatografia de íons. Para avaliar o efeito da aplicação de ácidos orgânicos na disponibilidade de P para as plantas de milho realizou-se experimento, em casa de vegetação, adicionando-se às amostras de solo (LVA e LV), doses crescentes de ácidos orgânicos (AA, AC e AH), em diferentes épocas (aplicação do ácido orgânico antes – EPA - e junto do fósforo - EPJ) e doses (0; 0,5; 1,0; 2,0; 4,0 e 8,0 mmol dm -3 para AA e AC; e 0,0; 0,75; 1,5; 3,0; 6,0 e 12,0 g kg -1 para AH), e dose constante de P para cada solo. Para o estudo do efeito da aplicação de AO no fluxo difusivo de P, foram montados dois experimentos com câmaras de difusão. No primeiro, adicionaram-se doses crescentes de ácidos orgânicos (0; 1; 2; 4 e 8 mmol dm -3 para AA e AC; e 0,0; 1,5; 3,0; 6,0 e 12 g kg -1 para AH) e dose constante de P (350 mg dm -3 ), em amostras do LVA e LV. No segundo, adicionaram às amostras de solo (LVA e LV), dose constante de AC (4 mmol dm -3 ) e AH (6,0 g kg - ), duas fontes de P (inorgânico e orgânico), com diferentes períodos de incubação (2, 4, 6 10 e 15 dias). Em experimento de campo foram avaliados os diferentes compartimentos das frações de P e sua distribuição ao longo do perfil do solo, sob condições diferenciadas de manejo, foram coletadas amostras de um Neossolo Quartzarênico órtico onde se desenvolve sistema orgânico de produção de acerola. A coleta das amostras do solo foi realizada em áreas com prévia incorporação da adubação verde (leguminosas/gramíneas), na linha (ACAV L ) ou na entrelinha (ACAV EL ) de plantio; em áreas que não receberam adubação verde, na linha (ASAV L ) e na entrelinha (ASAV EL ) de plantio, além de área sob vegetação nativa (M), em cinco profundidades (0-5; 5-10; 10-20; 20-40 e 40-60 cm). Realizou-se o fracionamento de P proposto por Hedley et al. (1982), modificado. Os resultados indicaram que a aplicação de ácidos orgânicos aos solos promoveu aumento na evolução de CO 2 (AC>AA>AH), sendo que a capacidade de adsorção pelo solo pode constituir um importante mecanismo na redução da mineralização desses ácidos. O AC possui maior afinidade pelos sítios de adsorção dos solos em relação ao AA. Os ácidos orgânicos aplicados acarretaram aumento na disponibilidade de P para as plantas de milho, na seguinte ordem de eficiência: AH > AC > AA. A aplicação dos ácidos orgânicos antes da aplicação de fosfato ocasionou maior aumento da produção de matéria seca da parte aérea e raiz, e acúmulo de P, tanto na parte aérea e na raiz das plantas de milho. Os resultados do efeito da adição dos ácidos orgânicos no fluxo difusivo de P no solo indicaram que o aumento das doses dos ácidos orgânicos acarretou aumento no fluxo difusivo de P. A aplicação de ácidos orgânicos antes da aplicação de P acarretou maior fluxo difusivo de P comparativamente a aplicação de ácidos orgânicos junto à aplicação de P, em ambos os solos. O período de incubação influenciou o fluxo difusivo de P, ocorrendo aumento inicial no fluxo difusivo de P, seguido de seu decréscimo. A amplitude desse efeito variou conforme o solo utilizado. A aplicação de AC aumentou o fluxo difusivo de P aplicado na forma inorgânica. Os AH foram mais eficientes em aumentar o fluxo difusivo de P quando este foi aplicado na forma orgânica. Para os resultados de campo, a incorporação prévia da adubação verde exerceu influência sobre as frações de P estudadas entre as áreas de manejo orgânico, promovendo incremento no compartimento lábil de P, assim como aumento dos teores de P em profundidade. O compartimento orgânico total representou cerca de 55,79% para área M; 58,91% para ASAV L e 58,85% para ASAV EL ; 64,16% para ACAV L e 61,12% para ACAV EL .Item Ácidos orgânicos, açúcares e nutrientes em lixiviados de materiais vegetais(Universidade Federal de Viçosa, 2003-05-22) Carvalho, Guilherme Rodrigues; Jucksch, Ivo; http://lattes.cnpq.br/6654835938628623O uso de cobertura morta, em sistemas de rotação de culturas, tem ocupado áreas cada vez maiores em nossa agricultura, principalmente quando se opta por sistemas de plantio menos agressivos aos solos. Muitas discussões, que envolvem os benefícios destes resíduos vegetais no ambiente radicular, têm sido feitas, principalmente, quando se trata da entrada de nutrientes e compostos orgânicos de baixo peso molecular no sistema solo. O presente trabalho teve como objetivos identificar e quantificar estes compostos hidrossolúveis liberados após o manejo de algumas plantas, geralmente inseridas nos sistemas de cultivo, e observar a capacidade destes resíduos em melhorar algumas características químicas de um Latossolo Vermelho Amarelo distrófico. Para os ensaios, foram selecionados dez materiais vegetais, feijão-de-porco (Canavalia ensiformes), feijão-bravo-do-ceará (Canavalia brasiliensis), feijão guandu (Cajanus cajan), mucuna preta (Mucuna atterrima), crotalária (Crotalaria juncea) e milheto (Pennisectum glaucum), que forammanejadas, quando do florescimento, e sorgo (Sorghum bicolor), milho (Zea mays), soja (Glycine max) e girassol (Helianthus annuus), colhidas, quando da maturação fisiológica das sementes. Amostras destes materiais, após secas e moídas, foram dispostas em funis de vidro, sendo procedidas dez lavagens com água ultrapura, num período de 45 dias. Estes lixiviados foram analisados química e cromatograficamente, observando teores de nutrientes e presença de compostos orgânicos. Constatou-se muita liberação de nutrientes e compostos orgânicos nas primeiras lixiviações, e, nas demais, detectadas, apenas, pouca quantidade de nutrientes. Dentre os materiais estudados, sorgo e girassol apresentaram as maiores liberações de ácidos orgânicos, e sorgo e feijão-de-porco, as maiores de açúcares. A presença de açúcares nos lixiviados foi uma constatação nova e, nas quantidades existentes, certamente atua no processo de movimentação de íons no perfil de solos, direta ou indiretamente. Para o ensaio com solo, foi selecionado material de feijão guandu, aplicado superficialmente às colunas com solo, na presença e ausência de calagem. Foram procedidas lixiviações por 50 dias, sendo os lixiviados coletados e analisados. O efeito dos tratamentos pode ser verificado após a terceira lixiviação, em que, na presença de resíduos vegetais, foram observados teores mais elevados de nutrientes nos lixiviados. Estes mesmos tratamentos apresentaram concentrações muito baixas de ácidos e açúcares, cujas substâncias não estavam presentes no controle. O método cromatográfico empregado, apesar de trabalhoso, mostrou-se eficiente em detectar compostos orgânicos em lixiviados de plantas e de colunas de solo. Este último, somente em baixa concentração salina.Item Ambientes na bacia hidrográfica do Rio Preto, com ênfase à porção do Médio Alto Rio Preto(Universidade Federal de Viçosa, 2004-03-09) Olszevski, Nelci; Costa, Liovando Marciano da; http://lattes.cnpq.br/3755706417016361Dentro do contexto de manejo integrado de bacias hidrográficas esse trabalho tem por objetivo a realização de estudos do meio físico na Bacia Hidrográfica do Rio Preto, buscando o estabelecimento das relações dos solos com os demais componentes dos meios natural e antrópico, de modo a dar suporte de uso e manejo adequados às condições locais. É dada ênfase à região hidrográfica do Médio Alto Rio Preto por se tratar de uma área mais intensivamente utilizada na exploração agropecuária e, conseqüentemente com maiores problemas de degradação dos recursos naturais: solo, água e vegetação. Para tal, foi realizada a caracterização de solos, geologia e vegetação a partir da base de dados do projeto RADAMBRASIL e, do relevo e hidrografia a partir de cartas topográficas (IBGE), utilizando-se os programas ArcInfo e ArcView do ESRI. Foram criadas classes para cada tema e calculadas as áreas de acordo com a legenda dos mapas. De posse dos mapas temáticos foi realizado o trabalho de campo que consistiu na observação e descrição da área em função do manejo e do estado de conservação da paisagem e, na descrição de perfis e coleta de amostras de solos para análises físicas e químicas. A BHRP possui uma área de 3.434,57 Km2 e foi dividida em 6 regiões hidrográaficas permitindo a observação de uma grande variedade de ambientes, incluindo desde áreas de preservação ambiental como o Parque Nacional do Itatiaia com altitudes entre 800 a 2787 m, até áreas extensamente antropizadas e ocupadas por pastagens degradadas em altitudes de até 300 m. Em relação ao relevo, em 73% da área este apresenta-se como forte ondulado e montanhoso e, em 27% como ondulado, suave ondulado e plano. Os solos predominantes são Latossolo Vermelho Amarelo, Cambissolo e Neossolo Litólico, com manchas menores de Cambissolo Húmico na área do Parque e de Argissolos próximo ao Rio das Flores. A geologia é representada pelos Complexos Paraíba do Sul e Juiz de Fora em 87% da área e, em menores proporções estão o Grupo Andrelâdia, o Gnaisse Piedade, a Suíte Intrusiva Três Córregos e as Rochas Intrusivas Alcalinas. O cruzamento das características de relevo, geologia e solos permitiu a separação de 4 unidades geoambientais: (i) Maciço Montanhoso do Itatiaia/Alto Rio Preto: caracterizado por um relevo bastante acidentado aliado à um ambiente pedológico frágil composto por Cambissolos e Latossolos Vermelho Amarelos com inclusões de Cambissolos Húmicos, Neossolos Litólicos, podendo ser caracterizada como de alto risco ambiental em relação a processos erosivos; (ii) Planalto Soerguido do Alto Rio Preto: o relevo varia de montanhoso a forte ondulado e ondulado com ocorrência de Argissolos no terço inferior e médio das colinas e de Cambissolos nas cristas de serras, associadas a um intenso desmatamento para uso com pastagens e ocorrência freqüente de processos erosivos severos; (iii) Maciço Montanhoso em Rochas Metassedimentares Proterozóicas: relevo forte ondulado a montanhoso e predominância de Cambissolos, Latossolos Vermelho Amarelos e Afloramentos de Rochas com riscos ambientais considerados altos e intensa ocorrência de processos erosivos com a retirada da vegetação; (iv) Planalto Deprimido do Médio Baixo Rio Preto: relevo mais suavizado em relação as outras UGs e ocorrência predominante de Latossolos Vermelho Amarelos e Cambissolos álicos com inclusões de Argissolos e Neossolos Litólicos, sendo uma área com alto grau de desmatamento e degradação, decorrentes do povoamento agropecuário tradicional, caracterizando-a como de alto risco ambiental em função da intensa exploração dos recursos naturais. Em relação aos 6 perfis estudados, todos foram classificados como Latossolos Vermelho Amarelos, com textura variando desde muito argilosa e franco-argilo-arenosa, apresentando reação ácida e distrofia e com índices Ki e Kr superiores a 0,75, denotando a natureza caulinítica destes solos.Item Ambientes naturais da bacia hidrográfica do rio Cachoeira, com ênfase aos domínios pedológicos(Universidade Federal de Viçosa, 2000-11-24) Nacif, Paulo Gabriel Soledade; Costa, Liovando Marciano da; http://lattes.cnpq.br/8537690856693034Objetivou-se, com o presente trabalho, caracterizar os solos da Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira (BHRC) e desenvolver estudos básicos sobre os seus recursos naturais, visando a apresentação de uma proposta de estruturação hierárquica das paisagens naturais neste sistema hidrológico. Para a caracterização dos solos, foram realizadas análises físicas, químicas e mineralógicas. Na delimitação da estrutura hierárquica das paisagens da BHRC, foram realizados estudos de geologia, geomorfologia, vegetação, clima e pedologia, que permitiram a proposição de uma estratificação ambiental para a área. Os estudos demonstraram que as variações geológicas, geomorfológicas e climáticas imprimem grande diversidade pedológica ao sistema. Os principais solos da BHRC são os Chernossolos, Vertissolos, Planossolos, Argissolos, Latossolos, Neossolos e Gleissolos. Estes solos apresentam grandes variações em seus atributos morfológicos, físicos-químico e mineralógicos, que refletem as suas condições de equilíbrios físico-químicos com os diferentes ambientes da área em estudo. A delimitação de ambientes homogêneos na BHRC foi estabelecida por meio da hierarquização da abrangência dos fenômenos naturais. Nessa proposta as informações de escalas menores emolduram, seqüencialmente, informações cada vez mais detalhadas sobre os ambientes estudados, de acordo com os critérios preestabelecidos. Desse modo, a BHRC foi dividida, no 1o nível hierárquico, em zonas ambientais – nas quais as classes são formadas por diferentes tipos de vegetações; para constituição do 2o nível hierárquico, as zonas foram divididas, em províncias – formadas pelos diferentes compartimentos dos relevos presentes em cada zona; e, para constituição do 3o nível hierárquico, as províncias foram divididas em unidades ambientais – formadas pelos diferentes domínios pedológicos presentes em cada província.Item Ambientes, com ênfase nos solos e indicadores ao uso agroflorestal das bacias dos rios Acre e Iaco, Acre, Brasil(Universidade Federal de Viçosa, 2003-07-22) Amaral, Eufran Ferreira do; Lani, João Luis; http://lattes.cnpq.br/6968623829750832Para a realização deste estudo, as bacias hidrográficas dos rios Acre e Iaco, no Estado do Acre, foram intensivamente percorridas pelas principais vias de acesso e com um sobrevôo panorâmico, tendo como objetivos principais: caracterizar os atributos morfológicos, químicos, físicos e mineralógicos das principais classes de solos que ocorrem nas bacias; Caracterizar hidrologicamente as bacias e estruturar uma proposta de zoneamento sócio- ambiental para a área. Nas principais classes de solos foram abertas trincheiras e, realizadas as respectivas descrições morfológicas e coletadas amostras dos horizontes para análises químicas, físicas e mineralógicas. As bacias foram caracterizadas utilizando-se dados primários de séries históricas da Agência Nacional de Águas. Foi Confeccionado um mapa do zoneamento sócio-ambiental (escala 1:500.000), a partir do uso de um banco de dados com informações sociais associadas aos municípios e informações ambientais associadas às unidades geoambientais em um Sistema de Informações Geográficas, de forma a se ter uma espacialização das principais variáveis para a área de estudo. Na bacia do Iaco, predominam os Cambissolos, Vertissolos, Luvissolos e Alissolos e na bacia do rio Acre, os Argissolos, Latossolos e Plintossolos. No Iaco, os solos têm maior disponibilidade de nutrientes, no entanto, as suas características físicas e presença de argilas ativas, dificultam a sua utilização mais intensiva. Em contrapartida, os solos da bacia do rio Acre, têm maior potencial agrícola, mesmo com menor disponibilidade de nutrientes, devido as suas melhores características físicas e mineralógicas. Na bacia do rio Iaco as variáveis hidrológicas estão mais estreitamente correlacionadas, indicando que o menor grau de perturbação permite manter a integridade das condições hidrológicas básicas. A integração de dados pedológicos com informações sociais, utilizando a bacia como elemento integrador, permitiu a separação de diferentes unidades homogêneas, que consolidaram uma proposta de zoneamento sócio-ambiental que permite uma visão integrada das bacias e pode se tornar um guia eficiente para o planejamento de uso da terra nesta região da Amazônia.Item Ambientes, relação solo-homem, pedogênese e adsorção de fósforo em solos da província da Zambézia, Moçambique(Universidade Federal de Viçosa, 2004-04-19) Ibraimo, Momade Mamudo; Schaefer, Carlos Ernesto Reynaud; http://lattes.cnpq.br/9547419541005280Os trabalhos foram realizados nos laboratórios do Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa, utilizando os materiais coletados e os recursos cartográficos disponíveis na província. No que tange ao aspecto humano e relação solo-homem, há uma degradação generalizada dos recursos de solos, em função da pressão populacional peri-urbana de uso da terra, que resultou de anos de guerra civil e deslocamento populacional campo-cidade e fixação nas periferias. Analisando os temas abordados (solos, relevo e geomorfologia, geologia, cobertura vegetal), observa-se que estes ocorrem de uma forma ordenada, associados dentro da província. Quanto à aptidão agrícola dos solos, cerca de 9,0 % da área apresenta restrições severas, e o restante constitui-se em terras aptas para lavoura e pastagens diversas, onde a fertilidade é o fator mais limitante, contornável com aplicação de recursos. Sugere-se a adoção em Moçambique, de um sistema de classificação natural mais elaborado, capaz de facilitar as interpretações técnicas futuras. Além do mapeamento dos ambientes, foram avaliadas as características físicas, químicas e mineralógicas de sete (7) perfis de solos da província da Zambézia, em transectos que refletiram os principais ambientes, desde as planícies costeiras até os planaltos mais elevados. A mineralogia da fração argila apresentou os seguintes constituintes dominantes: esmectitas, caulinitas e ilitas nos Vertissolos e Neossolos; caulinita e ilita nos Argissolos, Nitossolos e Latossolos. A constituição mineralógica denota solos pouco evoluídos, onde o caráter câmbico prevalece. Os solos mais evoluídos, os "Latossolo", são tipicamente cauliníticos com presença considerável de ilitas. Na argila natural, raramente se observam picos de goethita, hematita e gibbsita. Entretanto, a monazita, aparece com reflexos bem distintos na maioria dos solos. O teor de titânio nos solos, sob influência de rocha máfica, alcança até 17 % em forma de óxido (TiO 2 ). Os estudos de P revelaram que a CMAP variou de 0,46 a 1,38 mg g -1 de solo, não sendo portanto, possível inferir a sua aplicação na diferenciação de classes de solo da Zambézia. O P-rem serviu na distinção das classes e na identificação de solos problemáticos, em relação a disponibilidade de fósforo. O índice de dessorção foi alto e variou de 730 a 9.090 nmoles P g -1 upF. Os solos são, geralmente, pobres em fósforo disponível. Pelo fracionamento do fósforo não foi possível determinar o Pi em P-NH 4 Cl. O P-NH 4 F, indicando formas de P ligadas a Al (P-Al), variou de 2 a 389 mg kg -1 de P no solo e o P-NaOH (P-Fe) variou de 7 a 402 mg kg -1 de P, sendo a forma predominante no solo; e o P-H 2 SO 4 (P-Ca) de 1 a 181 mg kg -1 no solo. As frações de Pi (P-Ca, P-Fe ou P-Al) e Prem foram consistentes com o grau de intemperismo dos solos estudados, sendo que os solos mais jovens e desenvolvidos de rochas máficas mostraram maiores valores de P-Ca. O P-rem foi mais baixo nos Latossolos e no Vertissolo, sendo este último solo do Delta do Zambeze, com comportamento atípico para solos da classe.Item Ambientes, solos e uso com vista ao potencial de produção de água em microbacias (Mata Atlântica) do município de Guarapari, ES(Universidade Federal de Viçosa, 2003-09-19) Cunha, Alexson de Mello; Lani, João Luiz; http://lattes.cnpq.br/4853651139461402Foram estudadas quatro microbacias do município de Guarapari, sul do Estado do Espírito Santo. Objetivou-se levantar alguns aspectos das classes de solos, dos ambientes e do uso do solo, que podem influenciar na qualidade e quantidade de água “produzida” nas microbacias. Para este propósito, oito perfis representativos da área foram descritos e coletados. As amostras de solos foram analisadas física, química e mineralogicamente. Além da caracterização física em laboratório, testes de resistência à penetração e condutividade hidráulica saturada foram realizados em condições de campo. Para caracterização química da água foram feitas 17 amostragens ao longo dos cursos d’água. Os mapas de solos e de uso do solo foram produzidos utilizando-se aerofotos não-convencionais na escala 1:10.000 e, a caracterização morfométrica das microbacias, as informações da carta planialtimétrica do IBGE. Entrevistas informais relacionadas ao uso do solo foram realizadas com alguns agricultores. A área de estudo foi estratificada em cinco ambientes distintos, quanto aos tipos de solos, relevo e uso do solo. Maior deflúvio superficial, processos erosivos e enchentes são passíveis de ocorrer na microbacia do córrego do Oratório, devido ao maior índice de compacidade e o maior percentual de solos de pouca profundidade efetiva. Aproximadamente 40% das áreas das microbacias são ocupadas por pastagens. Nos ambientes em que são comuns as atividades pecuárias extensivas, a pastagem apresentou uma maior resistência à penetração nos primeiros centímetros de profundidade e um menor índice de cobertura, quando comparado ao solo com cobertura de mata secundária, evidenciando uma maior pressão de uso. Em maior profundidade, os horizontes característicos de cada classe de solo, foi determinante na resistência à penetração. Nos horizontes B texturais os valores tenderam a ser mais elevados. As maiores condutividades hidráulicas saturadas foram obtidas a 20 cm de profundidade provavelmente explicadas pelo maior teor de matéria orgânica e textura mais arenosa. Na profundidade 40cm, a maior restrição à condutividade foi devido ao horizonte Bt1 do Argissolo Vermelho Distrófico típico. Todos os solos estudados são distróficos, sendo a caulinita, a gibbsita e os óxidos de ferro os minerais mais comuns na fração argila. As várzeas, de uso mais intensivo, são geralmente drenadas pelos agricultores. Os Latossolos Amarelos bem intemperizados e profundos, de maior ocorrência na microbacia do córrego do Limão, bem como os Gleissolos, se preservados da drenagem artificial, são os maiores potenciais para a produção de água. Nas amostras de água, apenas os teores de fósforo se encontram um pouco acima do permitido para a classe de uso 3 (para abastecimento doméstico, após tratamento convencional), em conformidade com os padrões de qualidade do CONAMA. Os solos distróficos, o relevo montanhoso e a pouca valorização dos serviços e produtos agrícolas, são umas das maiores dificuldades encontradas pela agricultura familiar. Entretanto, em razão das belezas da paisagem, com diferentes ambientes, as atividades como o agro e ecoturismo são os grandes potenciais da área.Item Análise de imagens micropedológicas com utilização do programa QUANTIPORO e sua aplicação ao estudo de umedecimento e secagem em amostras de Latossolos(Universidade Federal de Viçosa, 2001-02-22) Viana, João Herbert Moreira; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://lattes.cnpq.br/5963012432691034O objetivo deste trabalho foi observar e medir as modificações estruturais decorrentes da aplicação de ciclos de umedecimento e secagem em amostras de cinco Latossolos de diferentes propriedades químicas e mineralógicas, submetidas à destruição de seus agregados por moagem a seco, e comparadas às mesmas amostras mantidas integrais. Foi também observado o efeito da aplicação de ácido húmico em pó aos tratamentos submetidos aos ciclos. As amostras foram passadas em peneira de 1,00 mm e, a seguir, separadas em tratamento mantido integral e tratamento moído em almofariz de cerâmica e passado em peneira de 0,105 mm. Os dois grupos foram então separados em tratamentos mantidos secos e tratamentos que receberam os ciclos de umedecimento e secagem. Estes últimos foram ainda uma vez subdivididos em dois grupos, um dos quais recebeu a adição de ácido húmico em pó, moído e passado em peneira de 0,053 mm, resultando em seis tratamentos totais. Os tratamentos foram então montados em colunas, montadas com latas de alumínio furadas no fundo e colocadas sobre placas de Petri. O conjunto foi montado em casa de vegetação, onde recebeu a aplicação dos ciclos. Estes se constituíram na aplicação semanal de água deionizada vertida nas placas, que saturava as amostras por ascensão capilar. Foram realizados dez ciclos de umedecimento e secagem. Ao final dos ciclos, o material foi seco e impregnado com resina de poliéster. Após o endurecimento, foram efetuados cortes verticais dos blocos e, destes, foram preparadas lâminas finas para microscopia. Estas lâminas foram levadas para observação em microscópio óptico e lupa e fotografadas, e as fotos, digitalizadas em scanner. As imagens digitais assim obtidas foram então processadas e quantificadas com o uso do Programa QUANTIPORO, desenvolvido no DPS/UFV. Os resultados mostram modificações substanciais na forma e no padrão da estrutura após a aplicação dos ciclos, no caso dos tratamentos que sofreram moagem, os quais apresentaram estruturas na forma de prismas e blocos e poros planares. Essas mudanças foram atribuídas a uma reacomodação dos agregados com a retração da massa, que se seguiu ao processo de secagem. Foi também efetuada a calibração deste programa de análise de imagens, para verificação de seu desempenho. Os resultados desta calibração indicaram que os erros atribuídos aos ajustes dependentes da interferência do usuário se encontraram dentro de limites considerados aceitáveis para efeito de interpretação dos resultados. Indicam também a dependência de imagens de boa qualidade para minimizar os erros e a necessidade de desenvolvimento dos filtros para aperfeiçoar a separação de feições de interesse.Item Aspectos químicos e mineralógicos relacionados à geração experimental drenagem ácida em geomateriais sulfetados(Universidade Federal de Viçosa, 2002-11-13) Abrahão, Walter Antônio Pereira; Mello, Jaime Wilson Vargas; http://lattes.cnpq.br/8833969610015322A drenagem ácida é um problema ambiental capaz de comprometer a qualidade dos recursos hídricos, que decorre da oxidação de sulfetos. A adoção de medidas corretivas ou preventivas depende de uma correta avaliação, não apenas do potencial de geração ácida, mas também da velocidade em que esse processo ocorre. Supõe-se que a cinética de oxidação dos sulfetos está na dependência das características químicas e mineralógicas das amostras, em particular do tamanho e da cristalinidade dos sulfetos presentes. Assim sendo, o presente trabalho foi conduzido com o objetivo de identificar as características químicas e mineralógicas que mais influenciam na dinâmica de geração ácida de amostras provenientes de ambientes geoquímicos distintos, bem como sugerir métodos rápidos para se avaliar a cinética de oxidação de sulfetos. Foram utilizadas amostras de substratos rochosos, em diferentes graus de intemperismo, contendo sulfetos provenientes de distintas províncias geológicas do Brasil, relacionadas à mineração de ouro, carvão, zinco, chumbo, níquel e urânio, além de um solo tiomórfico. As amostras de geomateriais, moídas a 0,149 mm, foram caracterizadas por meio de análises químicas incluindo pH, teores totais de elementos maiores e menores, potencial de acidificação, potencial de neutralização e balanço ácido-base. A caracterização mineralógica foi feita por difratometria de raios-x, espectroscopia Mössbauer, magnetização de saturação e microscopia eletrônica de varredura, com ênfase nos sulfetos. A cinética de oxidação dos sulfetos, presentes nas amostras, foi avaliada por meio de experimento de intemperismo simulado, em que as amostras foram submetidas à oxidação, em condições de laboratório, sob diferentes doses de H 2 O 2 e CaCO 3 , por um período de 357 dias. A solução em contato com as amostras foram drenadas a cada 21 dias, determinando-se o pH, acidez titulável e concentrações de S-sulfato, As, Cu, Cd, Fe, Mn, Ni, Pb e Zn, na solução de equilíbrio. Os resultados obtidos permitem concluir que o método do balanço ácido-base (BAB) não foi eficiente para se avaliar a capacidade de geração ácida de todas as amostras, em particular do substrato de rocha ultrabásica. Com exceção dos carbonatos e sulfetos, os demais minerais presentes nas amostras não apresentaram influência marcante na cinética de geração de drenagem ácida. A taxa de geração ácida foi determinada, primordialmente, pelo tamanho dos cristais dos sulfetos, sendo que a presença de pirita framboidal , pirrotita e marcassita imprimiu um ritmo particularmente acelerado na cinética de oxidação, em relação aos outros sulfetos. As expectativas de desenvolvimento de um método analítico capaz de simular a cinética de drenagem ácida, comum para amostras de naturezas geoquímicas distintas, foram pouco promissoras nas condições experimentais utilizadas.Item Atividade de fosfatases em forrageiras e frações de fósforo no solo como indicadoras da degradação de pastagens(Universidade Federal de Viçosa, 2005-12-13) Nunes, Flancer Novais; Cantarrutti, Reinaldo Bertola; http://lattes.cnpq.br/3861861231163964A baixa disponibilidade de P é um dos principais limitantes da produtividade nos solos tropicais. No Brasil, uma grande proporção das pastagens está degradada, embora as gramíneas forrageiras tropicais sejam adaptadas às condições de baixa fertilidade. As formas orgânicas de P constituem um grande reservatório deste nutriente nos solos; assim, espera-se que o Po contribua para manter a disponibilidade de P no solo, necessária à manutenção da produtividade das gramíneas forrageiras. Sob condições de deficiência em P, a remobilização deste nutriente na planta é outro fator que pode contribuir para a produtividade das forrageiras e, conseqüentemente, para a sustentabilidade dos pastos. Assim, alterações nos teores das formas orgânicas de P no solo e na sua remobilização na planta poderão sinalizar o início do processo de degradação dos pastos. Um dos objetivos deste trabalho foi relacionar os teores de P de diferentes frações inorgânicas (Pi) e orgânicas (Po) com a produtividade dos pastos. Outro objetivo foi avaliar a atividade da fosfatase ácida (APase) e da ribonuclease (RNase) em forrageiras crescidas sob diferentes disponibilidades de P e mantidas sob diferentes intensidades de corte. Para atender ao primeiro objetivo foram coletadas amostras de solo de seis pastos de Brachiaria brizantha cv. Marandú com diferentes idades e produtividades, cultivados em um Latossolo Vermelho-Amarelo arenoso, em Brasilândia de Minas, região noroeste de Minas Gerais. Determinaram-se os teores de Pi e Po das frações mais lábeis, extraídas por resina e NaHCO 3 , Pi e Po extraídos com NaOH e Pi extraído com H 2 SO 4 , sendo estas ultimas frações, consideradas pouco lábeis. Também foram coletadas amostras de folha, coleto e raiz da forrageira para determinar a atividade da APase e RNase. Para avaliar relação entre a atividade das enzimas e a remobilização de P, plantas de B. decumbens e de Panicum maximum cv. Tanzânia foram cultivadas em casa de vegetação, em amostras de um Latossolo Vermelho- Amarelo argiloso, que receberam as doses de 100, 200 e 500 mg dm -3 de P, e mantidas sem corte e sob duas alturas de corte específicas para cada forrageira. As atividades da APase e RNase foram determinadas em amostras de folha, base do caule (coleto) e raiz coletadas até 45 dias após o início dos cortes. A maior produtividade dos pastos foi associada a maiores teores de Pi e Po extraídos pela resina de troca aniônica e pelo NaHCO 3, 0,5 mol L -1 , que se caracterizam por serem mais lábeis. Assim, os teores destas frações podem ser indicadores sensíveis para diagnosticar o processo de degradação dos pastos. Os teores foliares de P relacionaram positivamente com os teores de Pi e Po das frações extraídas pela resina e pelo NaHCO 3 , e foram significativamente maiores na forrageira dos pastos mais produtivos. A atividade da APase e da RNase não se relacionou com os teores foliares de P e com os teores desse elemento no solo, nas frações mais lábeis (P-resina e P- NaHCO 3 ), mas houve maior atividade dessas enzimas nos pastos mais produtivos. Não houve diferença significativa entre a produção de biomassa da Brachiaria e do Panicum, mas a adição de P propiciou maior produção e maior teor deste nutriente na parte aérea destas forrageiras. As plantas com menor altura de corte apresentaram menor produção e maiores teores de P na parte aérea. Ocorreu efeito significativo das doses de P sobre a atividade da APase e da RNase nas duas forrageiras. As plantas cultivadas com a menor dose de P apresentaram as maiores atividades dessas enzimas e maior eficiência de utilização de P (EUP). Independentemente da altura de corte, a Brachiaria apresentou maior teor de P e maior eficiência de aquisição deste nutriente, fato suportado pela maior atividade da APase nas raízes dessa forrageira. A atividade de ambas as fosfatases decresceu com a idade das plantas. No tratamento com a menor altura de corte, independentemente da dose de P, tanto a Brachiaria quanto o Panicum apresentaram menor EUP. Isso ocorreu associado à maior atividade das enzimas APase e RNase, indicando que outros mecanismos relacionados à adaptação das plantas a baixas disponibilidades de P podem estar envolvidos.Item Atributos físicos do solo e distribuição do sistema radicular de citros como indicadores da coesão em dois solos dos Tabuleiros Costeiros do Estado da Bahia(Universidade Federal de Viçosa, 2002-12-12) Santana, Marlete Bastos; Fontes, Luiz Eduardo FerreiraA caracterização física de dois solos típicos de Tabuleiros Costeiros da Bahia e a avaliação do sistema radicular de citros em tais solos foi realizada em 2001, visando estabelecer atributos que melhor identifiquem a camada coesa. Em cada um dos solos foram abertas três trincheiras de 3,00 x 2,00 x 1,20 m (Latossolo Amarelo, Cruz das Almas) e 3,00 x 2,00 x 0,85 m (Argissolo Acinzentado, Rio Real), amostrando-se o solo dos primeiros quatro horizontes, em cinco posições na trincheira (duas em relação à linha e três em relação à entrelinha do pomar), para as análises físicas de granulometria, argila dispersa em água, densidade do solo, porosidade total, macroporosidade, microporosidade, condutividade hidráulica em meio saturado, diâmetro médio ponderado de agregados, densidade máxima do solo e umidade crítica de compactação. Também foram determinadas a resistência à penetração e a umidade crítica de resistência à penetração. Amostras de raízes foram coletadas nos mesmos horizontes, em dois planos perpendiculares (linha e entrelinha), semelhante a um sistema de eixos cartesianos, com a planta no ponto zero. O primeiro local de amostragem foi a 0,50 m do tronco, seguindo viiide 0,50 em 0,50 m até a distância média da próxima planta. As imagens digitalizadas das raízes foram processadas no aplicativo GSRoot, expressando-se os dados em cm de raízes/cm3 de solo. Foi brusca a diminuição da densidade de raízes de citros nos horizontes AB, Bw1, BA e Bt1, associada ao aspecto coeso. A densidade do solo pode ser considerada um atributo para avaliar a presença de horizontes coesos, tendo como limitações à amplitude de variação e a interferência da granulometria na manifestação dos seus valores. A macroporosidade revelou-se um atributo importante para identificar a coesão, devido à sua grande redução nos horizontes coesos, por ser a integração de atributos importantes envolvidos na coesão e por apresentar regressões positivas com a densidade de raízes de citros. A condutividade hidráulica em meio saturado foi outro atributo que se revelou adequado para avaliar a coesão, podendo, devido à dificuldade de sua medição, ser substituída pela macroporosidade. A resistência do solo à penetração foi quem melhor identificou a coesão, discriminando muito bem os horizontes coesos. Os dados de umidade crítica de resistência à penetração obtidos indicam a umidade do solo em que se deve avaliar a resistência à penetração para identificar a presença de coesão. Os indicadores de coesão recomendados permitem detectar a sua presença, orientando intervenções de manejo para superar os problemas de aprofundamento do sistema radicular que tais solos apresentam.Item Atributos físicos, químicos, mineralógicos e micromorfológicos de solos e ambiente agrícola nas Várzeas de Sousa - PB(Universidade Federal de Viçosa, 1999-10-25) Corrêa, Marcelo Metri; Ker, João Carlos; http://lattes.cnpq.br/1430055648322513O presente trabalho teve como objetivo caracterizar física, química, mineralógica e micromorfologicamente os solos localizados na região de Sousa - PB, enfatizando a identificação de minerais com potencial de salinização nas frações areia, silte e argila. Adicionalmente, foi avaliada a relação homem/solo, destacando-se as diferentes formas de manejo e os atributos adotados pelos pequenos agricultores na diferenciação dos ambientes. Para isso, foram selecionados e amostrados perfis de solo das classes: Aluviais, Bruno Não-Cálcico, Solonetz-Solodizado e Vertissolos. A maioria dos solos estudados apresenta severas restrições físicas à agricultura, como: alta pegajosidade e plasticidade, elevada densidade aparente, estrutura prismática ou colunar, pedregosidade superficial e susceptibilidade a erosão. Além do sódio, o magnésio aparece como cátion de grande importância na dispersão, sendo responsáveis pela elevada percentagem de argila dispersa, principalmente nos Vertissolos. Em função dos fatores de formação, os solos apresentaram alta soma de base (SB), alta capacidade de troca catiônica (CTC), baixo conteúdo de carbono orgânico (CO), pH de ligeiramente ácido a básico e alto Ki. São baixos os teores de Fe 2 O 3 obtidos pelo ataque sulfúrico para todos os solos. A relação Feo/Fed mais elevada em relação a solos mais intemperizados, no País, sugere a participação expressiva de óxidos de pior cristalinidade. O valor de 3,03% de Fe extraível por DCB no material de origem dos Vertissolos indica ataque ao ferro presente no mineral 2:1 e mesmo à hematita. É provável que esta, presente no solo, seja herdada do material de origem e que seja bastante resistente à transformação em goethita nas condições em que estes solos foram formados. A mineralogia cálcio-sódica das frações areia grossa, areia fina e silte pode ser a principal responsável pelos altos teores de cálcio, magnésio e sódio dos solos estudados. Foi verificada a presença marcante de vermiculita/esmectita e ilita na fração argila de todos os solos estudados. Observou-se ainda a presença de feldspatos (microclinio) e quartzo para Vertissolos, Bruno Não-Cálcico e Solonetz-Solodizado, contribuindo, nos dois primeiros, para maiores valores de K 2 O pelo ataque sulfúrico. A cor “achocolatada” é provavelmente resultante da presença da hematita, dos óxidos de ferro amorfos e da matéria orgânica, estabilizada pela presença de argilominerais 2:1 e altos teores de cálcio e magnésio. O fracionamento da matéria orgânica após tratamento com HCl 0,1 mol L -1 resultou em aumento de 300 e 340% das frações ácidos húmicos e fúlvicos, respectivamente, e redução de 60% na fração humina, o que sugere a participação de humatos e fulvatos de cálcio e de magnésio na estabilização da matéria orgânica. A melhor correlação do magnésio com a relação FAHT1/FAHT2 (ácido húmico sem pré-tratamento/ácido húmico com pré-tratamento), comparada com o cálcio, sugere sua maior participação na estabilização da matéria orgânica, na forma de humatos de magnésio. Os critérios adotados pelos pequenos agricultores para separar a região estudada em diferentes ambientes correlacionaram-se com as diferentes classes de solos predominantes na área. Além disso, seus relatos mostram que as características de altas plasticidade e pegajosidade dos Vertissolos conferem uma forma bastante peculiar de “manejo primitivo” em época chuvosa, que é a abertura de covas e o plantio de culturas, como algodão e milho, com o calcanhar e a capina feita com o uso exclusivo das mãos.Item Avaliação ambiental em áreas de assentamento de reforma agrária: o caso do P.A. Campo Novo, Jequitinhonha, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2004-08-03) Trindade, Elaine de Sousa; Schaefer, Carlos Ernesto G. R.; http://lattes.cnpq.br/5437366612694989Os critérios considerados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA no processo de seleção e avaliação de terras para a desapropriação e implantação dos assentamentos de reforma agrária têm se restringido, na maior parte dos casos, à simples "regularização de invasões", uma vez que é pressionado para atender às demandas emergenciais de acesso à terra, dando menor atenção ao desenvolvimento produtivo dos assentamentos. A inexistência de uma legislação ambiental específica contribuiu para a perpetuação deste quadro nos 15 anos que se seguiram ao I Plano Nacional de Reforma Agrária - PNRA, em 1985. As diretrizes para o licenciamento ambiental de projetos desta natureza só foram estabelecidas, em Minas Gerais, pela Deliberação Normativa do Conselho Estadual de Política Ambiental - COPAM 44/2000 e, na esfera federal, pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA 289/2001. A maioria dos projetos de assentamento existentes no País foi, portanto, implantada antes da regulamentação das diretrizes gerais para o licenciamento dessas atividades. Até então, a decisão quanto à viabilidade ambiental dos projetos destinados ao programa de reforma agrária era decidida no âmbito do convênio firmado entre o INCRA e o Instituto Estadual de Florestas - IEF. Sabidamente, o maior desafio do INCRA, a partir do momento em que passa a vigorar uma legislação ambiental específica, refere-se, justamente, à regularização da situação dos assentamentos de reforma agrária já implantados e ainda não emancipados. Nesses casos em que o diagnóstico pode apontar, inclusive, para a total falta de viabilidade ambiental dos projetos, metodologias aplicáveis a novos empreendimentos devem ser adaptadas para o planejamento das atividades de intervenção corretiva em assentamentos já implantados. No presente trabalho, procurou-se perceber as limitações da metodologia adotada pelo INCRA, referente à Classificação de Terras no Sistema de Capacidade de Uso (Lepsch et al., 1983), tendo em vista principalmente a elaboração do diagnóstico ambiental de assentamentos nesta situação particular. Também foi avaliada a possibilidade de utilização do aplicativo referente ao Sistema Integrado de Avaliação da Viabilidade das Terras para Agricultura Familiar - SIATe nas tomadas de decisão pertinentes à destinação de uso nessas áreas. Estas metodologias foram confrontadas com a Estratificação Ambiental dos Agroecossistemas, prevista na Resolução CONAMA 289/2001 e desenvolvida por Mazzetto Silva (PCT IICA/INCRA, 2002) como uma alternativa à metodologia usual. A fim de se conhecer melhor a realidade dos assentamentos já implantados pelo INCRA no estado de Minas Gerais, optou-se pela realização de um estudo de caso, atendo-se às peculiaridades das regiões estagnadas ou com problemas especiais. A escolha do P.A. Campo Novo, localizado no município de Jequitinhonha, foi feita a partir da relação oficial dos projetos implantados no estado entre 1985 e 2000, observando-se a representatividade da área do assentamento no respectivo contexto regional quanto aos aspectos físicos. Na prática, o estudo de caso traduziu-se numa "avaliação em processo" da operacionalização do projeto de assentamento selecionado, balizando a análise das metodologias consideradas. A discussão realizada no presente trabalho aponta para a pertinência da reavaliação do objetivo oficial do programa de reforma agrária de inserção competitiva no mercado, considerando-se as diferenças existentes quanto ao contexto sócio-econômico e etapa atual do desenvolvimento dos projetos. Em assentamentos de reforma agrária já implantados, o Projeto Básico ou Projeto Final do Assentamento deve basear-se num sistema de classificação técnica alternativo ao sistema de Capacidade de Uso a fim de alcançar maior flexibilidade de recomendações frente ao uso do solo já estabelecido pelos beneficiários. Uma vez que esse uso é escolhido com base nas estratégias de produção familiar, não necessariamente incluindo critérios conservacionistas, o ideal é que o novo sistema a ser adotado avalie o grau de adequação de procedimentos e usos já definidos em relação às características do meio, conciliando interesses conservacionistas com objetivos legítimos de manutenção da família rural assentada. Nesta perspectiva, seria mais conveniente a adoção de uma concepção baseada na flexibilidade da capacidade de suporte do meio, o que permite avançar na etapa seguinte, referente ao planejamento do uso e ocupação do solo, no sentido da valorização de inputs não materiais, como a eliminação de incoerências no sistema de saber local e melhorias no manejo agrícola, chegando a propostas mais coerentes com a realidade dos assentamentos.Item Avaliação de um fosfato natural e de termofosfatos quanto aos teores totais de metais pesados e à disponibilidade de micronutrientes(Universidade Federal de Viçosa, 2003-03-10) Alves, Romildo Nicolau; Muggler, Cristine Carole; http://lattes.cnpq.br/8877976094872079Os adubos fosfatados podem ser fontes de metais pesados para o sistema solo-planta. Diversos trabalhos têm detectado teores elevados desses metais em adubos fosfatados. Assim sendo, o presente trabalho teve como objetivos: analisar um fosfato natural (FN) e dois termofosfatos (TF1 e TF2) quanto aos teores totais de metais pesados; determinar a extração dos metais pesados presentes nos adubos após o tratamento com diferentes concentrações de HCl e avaliar a disponibilidade dos metais pesados, pelo extrator Mehlich-1, após 23 dias de incubação dos adubos em um Latossolo Vermelho (LV) e em Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA), na presença e ausência de calagem Em relação aos teores totais, foi verificado que todos os adubos podem contribuir para o enriquecimento do solo por, pelo menos, um metal pesado, uma vez que FN apresentou teores elevados de Zn, Cd, Cr e Pb; TF1 e TF2 de Zn, Cd, Cu, Ni, Pb e Cr. No entanto, o Mn apresentou-se em quantidade elevada somente no TF2. Diante dos teores totais detectados nos adubos, atenção especial deve ser direcionada ao uso dos termofosfatos (TF1 e TF2), já que esses apresentaram teores extremamente elevados principalmente de Zn. Quando os adubos foram tratados com as diferentes concentrações de HCl, destacou-se a concentração de 0,1 mol L -1 por proporcionar extração de maiores teores de metais pesados. As concentrações de HCl 0,01 mol L -1 e HCl 0,001 mol L -1 mostraram reduzida eficiência na extração de metais pesados. Quanto à avaliação da disponibilidade dos metais através do extrator Mehlich-1, apenas foi possível obter leitura de Zn, Mn, Fe e Cu. No caso do Cu, não foram obtidas leituras quando se elevou o pH dos solos. De uma forma geral, a calagem reduziu os teores disponíveis dos metais nos solos. Após a incubação do FN com os solos, verificou-se acréscimo na disponibilidade dos metais quando o FN foi incubado no LV com calagem; em relação à incubação do FN no LVA, não houve aumento dos teores disponíveis dos metais tanto na ausência quanto na presença de calagem. Os termofosfatos, em geral, elevaram os teores disponíveis dos metais nos solos, tanto na ausência quanto na presença de calagem.Item Avaliação do potencial agronômico e de contaminação ambiental decorrente do uso de uma escória de aciaria como corretivo e fertilizante de solos(Universidade Federal de Viçosa, 2003-11-20) Silva, Juscimar da; Mello, Jaime Wilson Vargas de; http://lattes.cnpq.br/1823571141094864A reciclagem de materiais industriais ou de mineração, disponíveis para uso na agricultura, é assunto já bem estudado em diversos países, mas no Brasil tem tido pouca ênfase. Os diferentes tipos de escória de siderurgia, com produção anual estimada de 3 milhões de toneladas, apresentam grande potencial de utilização na agricultura, porém estudos com esse propósito são pouco difundidos pela pesquisa nacional. Um dos grandes entraves ao uso generalizado deste resíduo em atividades agrossilviculturais é a presença de metais pesados, que presentes no solo em forma solúvel, são absorvidos por plantas envolvidas na cadeia trófica, podendo causar sérios problemas à saúde de animais e do homem. Desta forma, antes de qualquer recomendação são indispensáveis estudos detalhados sobre os possíveis impactos causados pelo uso desses resíduos na agricultura. Neste contexto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a utilização agrícola de uma escória de aciaria, proveniente da Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), como corretivo da acidez de solos e como fonte de fósforo e zinco para as plantas de sorgo (Sorgum bicolor L. Moench – variedade BR 300), bem como a contaminação de solos e plantas de alface ( Lactuca sativa – variedade Regina-de- Verão) por metais pesados, decorrente do uso desse resíduo. Para atingir o objetivo supracitado, foi caracterizada quimicamente a escória em duas granulometrias (0 a xvi1 mm e 2 a 10 mm) e, com ela, foram realizados dois experimentos utilizando amostra de um Latossolo Vermelho-Amarelo (LVA), textura argilo-arenosa e de um Latossolo Amarelo (LA), textura franco-arenosa, ambas coletadas no estado do Espírito Santo. O primeiro experimento de avaliação agronômica do resíduo envolveu três etapas: 1 a etapa: avaliação do potencial corretivo da escória por meio de curvas de incubação; 2 a etapa: respostas das plantas ao uso da escória como corretivo de solos e a possível presença de metais em plantas; e 3 a etapa: respostas das plantas ao uso da escória como fertilizante fosfatado e fonte de zinco. O segundo experimento, no qual foi estudado o comportamento dos metais nos solos, avaliou a disponibilidade do Cr por meio de extrações seqüenciais e a mobilidade de metais quando os solos foram submetidos a lixiviações periódicas durante quatro meses com água deionizada e, posteriormente, com solução de ácido acético 0,001 mol L -1 , também durante quatro meses. A escória com granulometria inferior a 1 mm se mostrou eficiente para corrigir a acidez, neutralizar o alumínio tóxico dos solos e suprir as plantas com Ca e Mg, semelhante ao tratamento onde se utilizou, para efeito de comparação, uma mistura corretiva composta por CaCO 3 + MgCO 3 p.a. Já a escória com granulometria entre 2 e 10 mm proporcionou resultados semelhantes aos tratamentos sem corretivo. Desta forma, a mesma foi considerada inadequada para uso agrícola, pelo menos para utilização em cultivo de plantas de ciclo curto. Os baixos teores de Zn e P total, bem como a ausência de P solúvel em ácido cítrico não recomendam o uso da escória como fonte destes nutrientes. Para todos os ensaios montados, nos tratamentos que foram aplicados escória, houve incremento significativo dos teores de Fe e, principalmente, de Mn nos solos. Este aumento – a presença destes dois elementos em quantidades relativamente elevadas no resíduo –, no entanto, não foi verificado sintoma de toxidez nas plantas de sorgo cultivadas. Contudo, para culturas mais sensíveis ao Mn, cuidados devem ser tomados quanto ao incremento deste elemento no solo. Houve também incremento nos teores de Cr do solo com a utilização da escória, no entanto, os valores constatados foram inferiores ao máximo estabelecido para solos, conforme sugerido pela CETESB (2001). Do total de Cr presente no solo, a grande maioria encontrou-se associada a formas mais estáveis de óxidos de Fe e em formas residuais, possivelmente com os silicatos. Não foi detectada pelo método analítico utilizado (ICP – OES), a presença de Cr nos lixiviados coletados e os teores observados de Zn, Cu, Fe e Mn em solução foram muito baixos, sendo inferiores aos valores máximos estabelecidos para águas Classe III, conforme Resolução n o 20/1986, do CONAMA.