Solos e Nutrição de Plantas
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Item Gênese de antropossolos em sítios arqueológicos de ambiente cárstico no Norte de Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2010-03-22) Vasconcelos, Bruno Nery Fernandes; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/8477160839034875; Prous, André Pierre; http://lattes.cnpq.br/2546876510627706; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9; Costa, Oldair Vinhas; http://lattes.cnpq.br/0146226390364619O presente estudo teve como objetivo caracterizar os antropossolos localizados sob abrigos naturais de rochas calcárias, no norte do estado de Minas Gerais, onde populações pré-colombianas viveram por milhares de anos, aportando e removendo matérias de naturezas e procedências distintas. Nestes abrigos desenvolveram-se solos antropogênicos muito peculiares, e sobre os quais ainda não se tem estudos pedológicos. Portanto buscou-se caracterizar física, química, mineralógica e micromorfologicamente alguns solos coletados em cinco sítios arqueológicos, sendo quatro em abrigos calcários e um em ambiente não abrigado, presentes em duas unidades de conservação no norte de Minas: o Parque Nacional (PARNA) Cavernas do Peruaçu e o Parque Estadual da Lapa Grande. As amostras foram submetidas a análises físicas e químicas de rotina, ataque total, carbono orgânico total e fracionamento das substâncias húmicas, análises mineralógicas e micromorfológicas, além de fracionamento das formas inorgânicas de fósforo e extração de óxidos. De acordo com os resultados encontrados, os solos estudados apresentam gênese policíclica, marcada por uma pronunciada alternância climática associada a distintos períodos de ocupação antrópica. Essa natureza policíclica confere aos mesmos, características bem distintas de solos desenvolvidos sob processos pedogenéticos naturais. De maneira geral os solos apresentam cores com matizes bem distintas, chegndo a variar de 2,5YR a 10YR no mesmo perfil. Texturalmente não existe predomínio expressivo de nenhuma fração, sendo a classe textural franco a dominante. Na fração areia é considerável a quantidade de partículas de conchas, de ossos, e principalmente de carvão, originárias do processo cumulativo de ocupação antrópica. Quimicamente os solos sob os abrigos apresentam valores de pH elevados, em torno de 8,5 a 9,0. O complexo de troca catiônica é praticamente todo preenchido pelas bases trocáveis, principalmente Ca e Mg, alcançando valores de V(%) iguais a 100% em todas as camadas, como na Lapa do Boquete e do Malhador. Os teores de P-extraível (Mehlich-1) encontrados foram elevados em todos os solos dos abrigos, atingindo valores de 103 a 649 mg/dm3. Já no sítio fora dos abrigos estes foram bem menores, mesmo assim sugerindo um enrriquecimento deste elemento associado a atividade antrópica. Na mineralogia detectou-se na fração argila a presença de caulinita, illita, calcita e apatita, além de óxidos de ferro (hematita, goethita e aghemita). As frações silte e areia revelaram a presença de quartzo, micas, calcita, magnetita e apatita. Na fração areia também foram identificados os mesmos minerais da fração silte. É marcante a presença de óxidos com atração magnética em todas as frações, especialmente na fração areia, associada principalmente a camadas carbonizadas. Os teores de COT revelaram uma amplitude considerável, expressa pelos valores de 0,12 a 5,25 dag kg-1. A fração Humina é predominante sobre as demais (Ácidos Húmicos e Ácidos Fúlvicos) em todas as camadas. As análises micromorfológicas revelaram uma riqueza de materiais em níveis de alteração físico-química distintas, evidenciando a natureza poligenética dos solos. Os resultados obtidos neste estudo permitem inferir que a ocupação destes abrigos foi episódica e cumulativa ao longo dos milênios, visto que existe uma certa homogeneidade das características provenientes da atividade humana ao longo dos perfís. Por outro lado existem nuanças que demonstram que a ocupação mostrou variações no que tange ao tipo e a intensidade da mesma. Baixos valores de P-Mehlich, em relação a outros antropossolos, reforçam as hipóteses arqueológicas de que os abrigos não eram utilizados como locais de assentamento fixos, de grandes contingentes humanos, mas provavelmente como locais de passagem onde se desenvolviam atividades específicas. Por fim constatou-se que os atributos pedológicos estudados, se revelam uteis e significativos na interpretação das informações arqueológicas, complementando e reforçando a necessidade de uma maior interação entre a pedologia e a arqueologia. Os solos estudados apresentam muitas características particulares que os diferenciam consideravelmente dos demais antropossolos brasileiros até agora estudados. Além disso, os solos sobabrigos apresentam uma heterogeneidade, proveniente da sua natureza deposicional policíclica, que os impossibilita de serem classificados nos sistemas de atuais. Sendo assim torna-se necessário realizar mais estudos em solos dessa natureza em outras regiões do Brasil a fim de conhecê-los melhore obter similaridades que permitam agrupar estes solos tornando-os classificáveis.Item Gênese e geoquímica de solos em ambiente cárstico no cerrado da região de Planaltina de Goiás(Universidade Federal de Viçosa, 2009-02-13) Lynch, Leila de Souza; Martins, éder de Souza; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784196P4; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4772076E0; Moreau, Ana Maria Souza dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723538D4; Abrahão, Walter Antônio Pereira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798343H6O presente trabalho teve por objetivo investigar a origem de solos desenvolvidos em uma topossequência inserida em um ambiente cárstico no Cerrado, em especial de um Latossolo Vermelho desenvolvido sobre o calcário, frente às hipóteses de autoctonia e aloctonia de solos desenvolvidos sobre rochas carbonáticas. O contexto geomorfológico pode ser definido como uma depressão cárstica intraplanáltica, formada sobre unidade pelito-carbonatada relacionada ao Grupo Paranoá. A topossequência compreende um pequeno remanescente da superfície de aplainamento Sul-Americana, na forma de chapada embutida na depressão. A descrição morfológica dos solos, a caracterização química e mineralógica dos solos e potenciais materiais de origem, assim como a análise do contexto em que a topossequência está inserida, serviram de base para este estudo. As análises químicas compreenderam análises de dissolução seletiva, como ataque sulfúrico e extrações com citrato-ditionito e oxalato ácido de amônio, e também foi realizada a análise total, na qual foi determinada a composição de elementos maiores e um grande número de elementos-traço, para as amostras de solos e seus potenciais materiais de origem. Adicionalmente, foi analisada a distribuição de Elementos Terras Raras (ETRs) e feito um estudo da sistemática isotópica Sm-Nd e razões 87Sr/86Sr nas amostras de solos, saprolitos e rochas, com o intuito de melhor discriminar a contribuição dos diferentes materiais de origem presentes na área, aos solos da topossequência. As concentrações de ETRs das amostras foram normalizadas para o PAAS. Aos dados originados da sistemática isotópica Sm-Nd, e da determinação das razões 87Sr/86Sr, foi aplicada a abordagem de modelos de mistura. Foram construídos modelos de misturas binárias, baseados nas razões isotópicas determinadas (87Sr/86Sr, 143Nd/144Nd e 147Sm/144Nd) e nas concentrações de Sm e Nd. A descrição dos perfis de solos, aliada à caracterização química e mineralógica, evidenciam que o material pelítico relacionado ao Grupo Paranoá aflora ainda na vertente da chapada, exercendo influência sobre os solos da topossequência. Este material se situa imediatamente abaixo da cobertura detrítico-laterítica e é a causa do aumento em profundidade da razão Ct/(Ct+Gb) nos perfis situados no terço-superior e médio da vertente, além de explicar o fato de a maior parte dos solos analisados serem mais cauliníticos. Estas análises também indicaram a ausência de carbonatos nos solos situados sobre o calcário. Há evidências químicas e morfológicas da ocorrência de distintos ciclos de deposição de materiais e de pedogênese na topossequência estudada. Estas evidências indicam que a maior parte destes solos tem origem a partir de depósitos coluviais de materiais pré-intemperizados, especialmente os solos desenvolvidos sobre o calcário. Os padrões de distribuição de Elementos Terras Raras (ETRs) dos solos demonstram uma gradação entre o padrão apresentado pelo material de cobertura e o padrão do saprolito de rocha metapelítica. Os padrões de distribuição de ETRs nos calcários calcítico e dolomítico são distintos das demais amostras, além dos teores de ETRs serem extremamente baixos, não podendo responder pelos teores encontrados nos solos. As análises da distribuição de ETRs, das razões isotópicas e a construção de alguns modelos de misturas, especialmente aquele baseado nas concentrações de Sm e Nd das amostras, permitiram definir como materiais de origem dos solos da topossequência: 1) o material relacionado à cobertura detrítico-laterítica, e 2) o saprolito das rochas metapelíticas do Grupo Paranoá. Evidenciaram, ainda, que o calcário não contribui para as fases minerais dos solos, sendo este um componente que exerce influência somente sobre suas fases solúveis, devido à sua elevada taxa de dissolução, afetando características como a soma de bases e o pH. Concluiu-se que os solos, em sua maior parte, são desenvolvidos a partir de depósitos pré-intemperizados, originados dos dois materiais mencionados acima. Conseqüentemente, o Latossolo Vermelho sobre o calcário apresenta uma origem para-autóctone, uma vez que se desenvolveu a partir de materiais pré-intemperizados, transportados a curta distância. Constatou-se que as razões isotópicas, nos estudos com perfis de intemperismo, são mais adequadas como traçadores das fases minerais mais solúveis, podendo servir como uma ferramenta para estimar a taxa de dissolução relativa dos minerais. Já a análise da distribuição de ETRs se mostrou bastante útil ao estabelecimento de relações entre os solos e os potenciais materiais de origem, tanto pela análise do padrão de distribuição de toda a série, como pela construção de modelos de mistura baseados em suas concentrações. Foi proposto um modelo para a evolução da topossequência estudada, compreendendo quatro fases distintas. A fase inicial corresponderia a um ambiente lacustre, formado sobre a unidade pelito-carbonatada do Grupo Paranoá. Com o avanço do ciclo cárstico, teria ocorrido a regressão dos lagos e formação das lentes de calcário calcítico e, em seguida, de eventuais depósitos argilosos silicáticos sobre o calcário. A terceira etapa compreenderia a erosão das partes mais altas da paisagem, correspondendo às cotas de ocorrência da cobertura detríticolaterítica, com deposição dos colúvios sobre as lentes de calcário e depósitos lacustres argilosos. A última etapa corresponderia a uma segunda fase de erosão, esta correspondendo às cotas de afloramento das rochas metapelíticas do Grupo Paranoá, expostas pelo ciclo de erosão anterior, com a deposição destes colúvios sobre os anteriormente depositados. O LVd situado no topo da chapada, o LVAd no terço superior e o Plintossolo Pétrico Concrecionário seriam os únicos perfis não desenvolvidos destes depósitos. Para os demais perfis estudados, é acreditada uma origem para-autóctone.Item Gênese, classificação e mapeamento de solos desenvolvidos de rochas pelíticas em áreas cultivadas com eucalipto em Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2008-07-22) Pereira, Thiago Torres Costa; Barros, Nairam Félix de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783694P8; Neves, Júlio César Lima; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076D4; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/8278516582581479; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; Chagas, César da Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4785135D2Em virtude da demanda por áreas cultiváveis tornar-se muito grande nos últimos anos, áreas ocupadas por solos até então tidos como marginais ao aproveitamento agrícola estão sendo reavaliadas e estudadas visando seu aproveitamento com plantios florestais, a exemplo dos Cambissolos desenvolvidos de rochas pelíticas do Grupo Bambuí. Em razão da expressividade destes solos, normalmente associados a Latossolos, selecionou-se as áreas das Fazendas Olhos d`Água e Cachoeira, pertencentes à empresa V&M Florestal (Curvelo - MG), cujos principais objetivos foram: estudar as características físicas, químicas e mineralógicas dos solos; compreender os processos pedogenéticos atuantes; mostrar a distribuição espacial dos solos por meio de mapeamento semi- detalhado na escala 1:20.000. As amostras de solos (LVA, LV e CX) foram submetidas às análises físicas e químicas de rotina, retenção de água, digestão total e sulfúrica, e análises mineralógicas. De acordo com os resultados, constatou-se que os CX das Fazendas Olhos d Água e Cachoeira apresentaram teores médios de silte de 40 e 54 %, respectivamente, com textura variando de argilo-siltosa a franco-argilo-siltosa. São ácidos, distróficos e álicos. Podem apresentar linhas de pedra em diferentes profundidades e estão normalmente associados a topografias mais movimentadas. Algumas características observadas nos CX, como direção horizontalizada do material de origem, elevados teores de silte e de densidade do solo, predomínio de caulinita e ilita na fração argila, consistência dura ou muito dura quando secos, e estrutura em blocos subangulares fracamente desenvolvida, estimulam a formação de selamento superficial e erosão laminar acentuada, contribuindo para a queda de qualidade dos sítios florestais nas áreas de ocorrência destes solos. A menor capacidade de retenção de água pelos materiais dos horizontes A e Bi dos CX, associada à baixa condutividade hidráulica, à pouca espessura do solum e maior dificuldade de infiltração de água em razão da topografia e do selamento superficial, parece ser indicativo de menor capacidade de recarga hídrica nas áreas onde ocorrem (CX), podendo contribuir para a depreciação na qualidade dos sítios florestais. Resultados de Ki em torno de 2,0 para os CX indicam menor pedogênese e maior proporção de caulinita e ilita na fração argila, comparativamente aos Latossolos. Nesta fração, foram constatadas também gibbsita e VHE. A fração silte revelou a presença principalmente de mica e quartzo e a fração areia, basicamente quartzo, confirmando a baixa reserva de nutrientes nas frações grosseiras. Todos os LVA e LV são ácidos, distróficos, na maioria álicos, e de textura argilosa ou muito argilosa. Apresentam estrutura geralmente do tipo blocos subangulares e consistência variando de ligeiramente dura a dura quando secos. Os LV apresentaram menores teores de silte do que os LVA, 23 e 31%, respectivamente, indicando maior intemperização, ainda que os resultados de Ki sejam semelhantes entre estas duas subordens. São profundos, podendo apresentar linha de pedra, em geral, abaixo de 150 cm. Na fração argila dos Latossolos foram constatadas caulinita, ilita, gibbsita, e VHE. A presença de gibbsita parece ser maior do que a constatada na fração argila dos CX, a inferir-se pelos resultados do Ki, em torno de 1,4. A fração silte revelou a presença principalmente de quartzo e mica e a fração areia, basicamente quartzo. Ainda que não existam diferenciações químicas e físicas marcantes entre os Latossolos, constatou-se nos perfis P8 e P10, ambos LV, magnetização considerável na fração areia, cuja difratometria de raios-X confirmou a presença de magnetita. Diferentemente de todos os LV do presente estudo, o P10 se destacou pela ocorrência de teores de Fe2O3 da digestão sulfúrica de 22 dag kg-1 para os horizontes A e Bw.Item Mineralogia, suscetibilidade magnética e teores de fósforo e de elementos traço em Latossolos férricos e perférricos de Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2013-02-08) Camêlo, Danilo de Lima; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/0620489716195442; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5Com o objetivo de quantificar a suscetibilidade magnética e os teores totais de elementos traço tanto na TFSA, como nas frações areia silte e argila, e avaliar a dessorção de P, pelos extratores Mehlich-1 e resina de troca iônica mista, foram coletados amostras de horizontes B de Latossolos Vermelhos férricos e perférricos desenvolvidos a partir de diferentes materiais de origem de Minas Gerais. As amostras foram caracterizadas física, química e mineralogicamente, com prioridade para as análises de suscetibilidade magnética e as extrações sequenciais com os extratores Mehlich-1 e resina de troca iônica mista. Os principais resultados foram: a) o valor 8 para a relação molar Fe2O3/TiO2, obtida a partir dos resultados da digestão sulfúrica, pode ser utilizado como limite para distinção de Latossolos Vermelhos desenvolvidos de itabirito daqueles derivados de tufito, basalto, diabásio, gabro e anfibolito; b) a constituição mineralógica da fração argila das amostras dos solos estudados é composta basicamente por caulinita, gibbsita, anatásio, goethita, hematita e maghemita; c) o coeficiente de correlação positiva a 1 % de significância (r = 0,94**) encontrado entre os valores de suscetibilidade magnética das frações areia e argila indicam que a maghemita nos solos estudados é formada a partir da oxidação da magnetita e o mesmo ocorre para suas formas titano-estruturais; d) os teores de Fe2O3 obtidos pelo ataque sulfúrico apresentaram correlação positiva a 1 % de probabilidade com os valores de suscetibilidade magnética, refletindo a importância do material de origem na manifestação das propriedades magnéticas dos solos estudados; e) os teores de Fe2O3 obtidos pela digestão sulfúrica e os valores de suscetibilidade magnética apresentaram tendências de correlação com o conteúdo de elementos traço, no entanto, não podem ser generalizadas para todos os materiais de origem; f) a substituição isomórfica de Fe3+ por Al3+ na estrutura da goethita foi superior à da hematita; g) a hematita apresentou morfologia predominantemente placóide em todos Latossolos Vermelhos e menor valor da área superficial específica em comparação a goethita, refletindo os maiores valores da dimensão média do cristal para a hematita; h) os coeficientes de correlação significativos e positivos observados entre os teores de Ca total e de P extraídos por Mehlich-1 (r = 0,96**) e por resina de troca iônica mista (r = 0,97**), confirmam a presença marcante de P-Ca em Latossolos Vermelhos desenvolvidos de tufito na região do Alto Paranaíba; e i) uma única extração com o extrator Mehlich-1 ou resina de troca iônica mista, não é suficiente para estimar o fator quantidade de P tanto em solos jovens quanto aqueles altamente intemperizados, pois extrações sucessivas com o mesmo extrator continuam retirando fósforo do solo.Item Pedogênese de espodossolos em ambientes da formação Barreiras e de restinga do sul da Bahia(Universidade Federal de Viçosa, 2007-02-27) Oliveira, Aline Pacobahyba de; Silva, Ivo Ribeiro da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4799432D0; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4735062A2; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5Em áreas do Barreiras e de restinga do sul da Bahia é comum a ocorrência de Espodossolos muito diferenciados morfologicamente. No domínio dos sedimentos da Formação Barreiras dessa região é comum a observação de um ambiente edafologicamente diferenciado, localmente chamado de muçununga , o qual ocorre em áreas deprimidas dos Tabuleiros Costeiros, e que alagam no período chuvoso. Nessas muçunungas observam-se Espodossolos com horizonte E (muçunungas brancas) e sem este horizonte (muçunungas pretas) que apresentam características diferenciadas entre si e em relação àqueles encontrados na restinga. Em razão da pequena quantidade de trabalhos realizados sobre os Espodossolos do Brasil existe a necessidade de conhecer suas características físico-químicas para melhor compreensão de sua gênese nestes ambientes. Assim, com o objetivo de caracterizar química, física e mineralogicamente e avaliar as possíveis diferenças nos processos de formação dos Espodossolos do Barreiras e da restinga no extremo sul da Bahia, foram descritos e coletados oito perfis de solos com materiais espódicos e realizadas análises químicas como extrações seletivas de ferro e alumínio pelo ditionito-citrato-bicarbonato de sódio (DCB), oxalato de amônio e pirofosfato de sódio, caracterização e fracionamento da matéria orgânica e extração de ácidos orgânicos de baixa massa molecular, mineralógicas, através da difratometria de raios-x nas frações argila, silte e areia dos horizontes espódicos dos solos estudados, e física para caracterização textural. Foi feita, também na fração areia grossa, a análise de visualização e obtenção de fotografias por microscopia ótica. No ambiente Barreiras, os Espodossolos apresentaram fragipã abaixo dos horizontes espódicos. As muçunungas brancas apresentaram horizonte B espódico cimentado, enquanto as pretas possuem estrutura pequena granular e coloração escura desde a superfície. Os solos apresentam textura arenosa e aumento dos teores de argila nos horizontes espódicos. São solos ácidos, distróficos e álicos. A CTC, dominada por H + Al, é representada basicamente pela matéria orgânica. Os resultados obtidos pelo ataque sulfúrico à TFSA mostram teores de sílica relativamente mais elevados nos fragipãs dos perfis e baixos teores de Fe e Al sugerindo destruição de argila dos Argissolos Amarelos coesos que ocorrem circundando os Espodossolos em áreas do Barreiras. Os solos apresentam acúmulo de matéria orgânica, principalmente ácidos fúlvicos e ácidos húmicos, e óxidos de Al e Fe nos horizontes B espódicos. A participação do Al é mais marcante em relação ao Fe no processo de podzolização, bem como a de formas mal cristalizadas em relação àquelas de melhor cristalinidade. Assim, A coloração parda e escura verificada nesses solos parece estar mais relacionada aos compostos orgânicos do que aos óxidos de ferro. Na análise de determinação de ácidos orgânicos de baixa massa molecular constatou-se a ocorrência dos ácidos acético, butírico, succínico, málico, malônico, tartárico, oxálico e cítrico, sendo o acético, butírico e succínico os de valores mais expressivos, que podem estar contribuindo para o processo de formação dos Espodossolos ao promover, junto à outros materiais orgânicos, a solubilização e translocação de íons ao longo do perfil, favorecendo o acúmulo de complexos organometálicos em profundidade e, assim, a formação e o desenvolvimento dos horizontes B espódicos. Os principais componentes da fase mineral da fração argila dos horizontes espódicos são os minerais caulinita e, possivelmente, vermiculita com hidróxi entre camadas (VHE), este último em quantidades muito pequenas. Quartzo, mica e traços de caulinita foram observados na fração silte e apenas quartzo na fração areia. Foram constatadas diferenças químicas, físicas, morfológicas e mineralógicas entre os Espodossolos da Formação Barreiras e os da restinga. As muçunungas pretas e brancas apresentaram apenas diferenças morfológicas e químicas entre si.Item Pedogênese e distribuição espacial dos solos da bacia hidrográfica do rio Alegre ES(Universidade Federal de Viçosa, 2011-02-22) Pacheco, Anderson Almeida; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/8256689484263496; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5; Passos, Renato Ribeiro; http://lattes.cnpq.br/3882320619443256A área de estudo localiza-se ao sul do Estado do Espírito Santo. Corresponde à bacia hidrográfica do rio Alegre, município de Alegre, afluente do rio Itapemirim. A bacia do rio Alegre encontra-se quase que totalmente inserida no amplo domínio dos Mares de Morros Florestados (mata atlântica). Foram selecionados e coletados 14 perfis representativos de solos, distribuídos em três topossequências e amostras extras: Topossequência 1 (T1) compreendeu dois Latossolos Amarelos (P1 e P2), um Pseudogleissolo (P3) e um Gleissolo Háplico (P4); a Topossequência 2 (T2) foi composta por um Latossolo Amarelo (P5) e um Cambissolo Háplico (P6); e a topossequência 3 (T3) por um Latossolo Amarelo (P7), um Pseudogleissolo (P8) e um Gleissolo Háplico (P9). Coletou-se dois perfis de Cambissolos Háplicos (P10 e P11), um Cambissolo Húmico (P12), um Argissolo Vermelho (P13) e um Neossolo Flúvico (P14) para representar o ambiente destas classes. Foi executado mapeamento semi-detalhado dos solos da bacia hidrográfica do rio Alegre, na escala de 1:50.000, utilizando o método do caminhamento livre. A área é tipicamente de pequenas e médias propriedades rurais. Excetuando as áreas ocupadas com pastagens e com os fragmentos florestais, a diversificação de culturas já se faz notar: reflorestamento com eucalipto (Eucalyptus spp); cultivo de pupunha (Euterpe edulis); café (Coffea arabica L.) é cultivado como cultura solteira, ou às vezes, cultivado com culturas como milho (Zea mays), feijão (Phaseolus vulgaris L.) e banana (Musa spp.), principalmente. As classes de relevo predominante na bacia hidrográfica do rio Alegre são ondulado e forte ondulado, podendo se considerar também o montanhoso. A bacia conta com uma área de aproximadamente 20518,77 ha, e devido à predominância de relevos mais acidentados, a área vem sendo usada pela agricultura familiar. No levantamento de solo realizado, a classe predominante é o Latossolo Vermelho-Amarelo (LVAd), correspondendo a mais de 80% da área. Sendo que no total da unidade de mapeamento LVAd existem as inclusões de Argissolo Vermelho-Amarelo, Latossolo Amarelo, Cambissolo Háplico e afloramentos de rocha. A segunda unidade de mapeamento de maior espressividade são os Cambissolos Háplicos (CXbd) com um pouco mais de 13% da área. Na unidade de mapeamento dos Cambissolos Háplicos (CXbd1) se encontra inclusões de Latossolo Vermelho-Amarelo e de Cambissolo Húmico. Os Gleissolos Háplicos com unidade de mapeamento GXbd, se encontra espacializado na área da bacia do rio Alegre, nas áreas de relevo plano. Nesta unidade de mapeamento encontra-se a inclusão do Pseudogleissolo, classe que ainda não definida no Sistema Brasileiro de Classificação de Solo (Embrapa, 2006). Essa classe se encontra em posição na paisagem em relevo suave ondulado, sempre na seqüência de um Gleissolo. O Pseudogleissolo possui todas as características de um Gleissolo, mas seu regime de umidade constante não existe mais, sendo assim, não se enquadrando na classe dos Gleissolos. Os teores das frações granulométricas variaram de muito argiloso a franco arenosa, ou seja, teores de argila de 200 a 700 g kg-1, uma vez que o material granito-gnaisse apresenta granulação fina a média, justificando os teores mais elevados de argila. Os solos estudados são distróficos (V < 50%), com valores de soma de bases (Valor S), em geral, menor que 0,5 cmolc dm-3 e baixa capacidade de troca de cátions (CTC), em geral inferior a 7,0 cmolc dm-3. Valores estes que refletem o alto grau de intemperismo e lixiviação sofridos. Os teores de Al3+ são considerados altos, mas não o suficiente para caracterizá-los como álicos ou alumínicos. Os valores das relações moleculares Ki e Kr variaram, respectivamente, de 0,69 a 1,48 e de 0,62 a 1,43 para os horizontes subsuperficiais e 0,86 a 1,39 e de 0,71 a 1,34 para os horizontes superficiais do solos estudados. Esses valores indicam a alto grau de intemperismo sofrido por esses materiais, característica essa observada em todos os solos estudados. Observou-se uma tendência de valores maiores da relação Feo/Fed no horizonte superficial que nos subsuperficiais dos perfis que predominaram formas de ferro cristalino, ou seja, o P1, P2, P5, P6 e P7, evidenciando o efeito da matéria orgânica na inibição da cristalinidade dos óxidos de ferro. Essa tendência deixa de ser observada nos perfis com maiores teores de ferro amorfo, recuperados pelo oxalato de amônio. Os difratogramas apresentam picos em 0,718, 0,446, 0,358, 0,238 nm, indicando a presença da caulinita, argilomineral que prevalece na fração argila desses solos. A presença de gibbsita, identificada pelos picos do DRX 0,485 e 0,437 nm, na maioria dos solos caracteriza-os como intensamente intemperizados. A remoção de sílica e de bases pela percolação de grande quantidade de água, num período mais úmido, resultou numa solução de solo, com uma concentração iônica tal que a gibbsita seria o argilomineral mais estável. Os valores obtidos a partir do índice de cristalinidade de Hughes & Brown (1979) para as caulinitas dos solos estudados encontraram-se variando entre 9,65 e 23,16 nos Latossolos; 11,86 a 22,52 nos Pseudogleissolos e Gleissolos e 16,08 a 48,25 nos Cambissolos Háplicos. As maiores variações nas características micromorfológicas foram encontradas no grau de desenvolvimento da pedalidade e nas feições micropedológicas. O Latossolo Vermelho-Amarelo (P1) apresentou plasma constituído por material isotrópico típico. No horizonte A foram observados raras zonas anisotrópicas com fraca pedalidade, e microestrutura composta de blocos subangulares a forte média granular. Encontraram-se muitas feições micropedológicas como canais e microgalerias, atualmente preenchidas com matriz mineral, pelotas fecais termíticas com tamanho variando de 10 a 50 μm e pelotas excrementais indiscriminadas de microartrópodes. Esta feição é condizente com a descrição da estrutura a campo e parece ser um fato comum em muitos Latossolos Vermelho Amarelo desenvolvidos sobre rochas cristalinas em locais dos mares de morros do Brasil sudeste. Em todos os solos analisados os teores de caulinita foram superiores aos de gibbsita, com exceção do P10, um Cambissolo Háplico. Mesmo assim estes teores de gibbsita são considerados elevados, uma vez que a área de estudo se se caracteriza como intensamente intemperizada. A remoção da sílica e de bases pela percolação de grandes quantidades de água, em períodos mais úmidos, resultou numa solução de solo, com uma concentração iônica tal que a gibbsita serio o argilo mineral mais estável.Item Pedogênese e propriedades físicas, químicas, morfológicas de solos e murundus no Médio Jequitinhonha, Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2012-04-26) Simões, Diana Ferreira de Freitas; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/4680121486632993; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Costa, Oldair Vinhas; http://lattes.cnpq.br/0146226390364619; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Soares, Emanuelle Mercês Barros; http://lattes.cnpq.br/2680869902625278Murundus são montículos de solo construídos por térmitas que se distribuem por todo o território nacional, principalmente na região semiárida de Minas Gerais. O objetivo deste trabalho foi avaliar características físicas, químicas, macro e micromorfológicas, além da influência de carboidratos na estabilização de agregados do solo em murundus. Para isso, foram coletados sete solos de murundus (M1, M2, M3, M4, M5, M6 e M7) juntamente com os perfis de solos sem influência de térmitas, para a realização das análises físicas, químicas, micromorfológicas e de carboidratos. Solos de murundus e perfis de solos adjacentes apresentaram semelhanças texturais, com maior concentração dos teores de argila e silte nas camadas centrais do murundu. Nos solos de murundus não foi observada formação de estrutura granular forte, mesmo naqueles originados de solos mais intemperizados, indicando que a atividade biológica não é o único fator que deve ser considerado para estabilização da estrutura. A análise de componentes principais (ACP) mostrou que silte, silte/argila, pH (H2O e KCl), Ca2+, Mg2+, S, T, V e CTCr foram as principais variáveis para diferenciar as características dos murundus de solos adjacentes Os resultados químicos e a ACP mostraram maior enriquecimento de P disponível no murundu M4, indicando que a concentração deste elemento foi realizada no passado pela ação da atividade biológica de térmitas. A mineralogia da fração argila é dominada por caulinita (Ct) e ilita (Il) em todas as camadas dos murundus e solos adjacentes. Não foram observadas diferenças mineralógicas na fração argila entre solos de murundus e solo adjacente para à cristalinidade da caulinita. A maior coesão observada no murundu M4 provavelmente deve-se à mineralogia caulinítica da fração argila e aos baixos teores de Fe, responsáveis pela desorganização estrutural da caulinita. Solos de murundus e perfis de solos adjacentes apresentaram semelhanças nas feições micropedológicas e na composição química do plasma argiloso, agregados e concreções, principalmente em Ca, K, Fe e Mn. Os agregados de maior diâmetro, obtidos por diâmetro médio ponderado (DMP) e diâmetro médio geométrico (DMG), indicaram que os agregados de maior diâmetro foram aqueles mais estáveis em solos de murundus e solos adjacentes. Os teores de Ca2+ e Mg2+ foram mais elevados em murundus, principalmente nos microagregados. À maior presença de carboidratos nos murundus não parece ser suficiente para promover maior agregação às partículas minerais, mesmo que os teores de cátions divalentes sejam mais elevados.Item Qualidade do solo em ecossistemas de mata nativa e pastagens na região leste do Acre, Amazônia Ocidental(Universidade Federal de Viçosa, 2008-02-29) Araújo, édson Alves de; Lani, João Luiz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076P1; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/8065197935054536; Valentim, Judson Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787272A6; Curi, Nilton; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783346Y6O Acre apresenta-se em estágio inicial de conversão de suas florestas em pastagens. Cerca de 12% de sua área total (19.200 km2) encontra-se desmatada. Deste montante, aproximadamente 81% (13.352 km2) têm sido utilizados por diversos segmentos produtivos no Acre (colonos, assentados, extrativistas, ribeirinhos e pecuaristas), com ecossistemas de pastagens extensivas. Estima-se que cerca da metade (667.000 ha) encontra-se em algum estádio de degradação. Esse avanço gradativo no desmatamento tem preocupado o poder público e a comunidade científica em geral, no sentido de mensurar os impactos gerados, sobretudo no compartimento solo, e de propor alternativas de uso, manejo e recuperação desses ecossistemas. Contudo, na Amazônia, poucos estudos têm dado ênfase à avaliação da qualidade/ degradação do solo mediante o uso com pastagens. Neste contexto, este estudo teve como objetivos selecionar, caracterizar e avaliar indicadores físicos e químicos de qualidade do solo em ecossistemas de pastagem comparados a ecossistemas de mata nativa correlatos, em duas áreas da região leste do Acre, de forma a subsidiar o manejo sustentável do solo, particularmente no que diz respeito à sucessão floresta-pastagem. Assim, inicialmente, são discutidos, de forma genérica, aspectos conceituais relevantes acerca da qualidade do solo, procedimentos e indicadores utilizados na mensuração dessa qualidade em agroecossistemas. Em seguida, são abordados alguns conceitos de degradação de solo e pastagens e os impactos da conversão de floresta nativa em ecossistemas de pastagem na Amazônia. São ainda sugeridos atributos morfológicos, físicos, físico-químicos, químicos e biológicos de solo, passíveis de serem utilizados, de forma integrada, na identificação e mensuração das várias formas de degradação de pastagem que ocorrem nas condições edafoclimáticas do Acre, assim como algumas alternativas de recuperação dessas áreas. Logo após, são caracterizados alguns solos e ambientes do município de Rio Branco e Senador Guiomard. Os solos descritos em Rio Branco foram classificados como Argissolo Vermelho distrófico (PVd), Argissolo Vermelho- Amarelo Epieutrófico (PVAe), Argissolo Vermelho-Amarelo alítico plíntico (PVAal) e Plintossolo Argilúvico distrófico (FTd). Em Senador Guiomard, foi descrito e caracterizado um Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico (LVAd). Os solos de Rio Branco localizam-se predominantemente em áreas de relevo mais movimentado (Depressão Rio Acre-Rio Javari), são mais diversificados, possuem solum que varia de raso a profundo, são imperfeitamente a mal drenados, de melhor fertilidade natural, e apresentam indícios de argilominerais expansivos, com o conteúdo de silte em superfície mais elevadas que o de argila. Em Senador Guiomard, os pedossistemas situam-se em áreas aplainadas (interflúvios tabulares) do planalto rebaixado da Amazônia ocidental, cujos solos são bem drenados, profundos, cauliníticos e com baixa fertilidade natural. Por último, avaliaram-se as conseqüências do desmatamento e a introdução de pastagens de Brachiaria brizantha, cv. Marandu, em relação aos atributos físicos e químicos do solo, ao estoque e à dinâmica de C, a substâncias húmicas e à intensidade de alteração na qualidade/degradação do solo. A primeira sucessão localiza-se no município de Rio Branco e consiste em uma área de Floresta Aberta, com bambu e palmeira, e duas pastagens de 3 e 10 anos, em área de Argissolo Vermelho-Amarelo alítico plíntico (PVAal). A segunda localiza-se no município de Senador Guiomard, em área de Latossolo Vermelho-Amarelo distrófico (LVAd), sob Floresta Densa, com relevo plano e pastagem de 20 anos. Em cada local, foram coletadas amostras de solo nas profundidades de 0 a 5, 5 a 10, 10 a 20 e 20 a 40 cm a partir da superfície. Nas amostras, determinaram-se características físicas e químicas do solo. Estimou-se a qualidade do solo na profundidade de 0- 20 cm da superfície, por meio do Índice de Degradação do Solo (IDS) no ecossistema de pastagem, com a floresta nativa como referência. Os solos das duas cronosseqüências tiveram suas propriedades físicas e químicas alteradas de maneira distinta. Em muitas situações, ocorreu uma melhora em propriedades químicas, como o pH e bases trocáveis, em decorrência da incorporação de cinzas ao solo. Além disso, houve o favorecimento no incremento dos estoques de C do solo e acréscimo de C de origem C4, sendo mais expressivo no Latossolo, indicando que esse solo está armazenando mais C do que o Argissolo. Constatou-se incremento nos valores de b13C do solo com o tempo de utilização da pastagem, em ambas as sucessões, sendo mais evidente na pastagem de 20 anos. Os valores de b13C para as substâncias húmicas indicaram que a fração de ácido húmico (FAH) apresentou maior participação de C derivado de plantas C4. O uso do solo com pastagem alterou a proporção relativa das frações húmicas do C orgânico, com tendência de diminuição da estabilidade estrutural do carbono (relação HUM/AF+AH). O IDS do solo, considerando aspectos de funcionalidade do solo, foi mais deletério para as pastagens de 3 e 10 anos.Item Química, Física e Mineralogia de Solos Utilizados na Agricultura Familiar e na Fabricação de Cerâmica Artesanal em Itaobim, Médio Jequitinhonha, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2008-01-28) Simões, Diana Ferreira de Freitas; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/4680121486632993; Lani, João Luiz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076P1; Viana, João Herbert Moreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784619U7Localizado no nordeste do Estado de Minas Gerais, o Médio Jequitinhonha ocupa cerca de 18 mil km², correspondendo a cerca de 25 % da área total do Vale do Jequitinhonha. Apresenta quadro natural com distintas características de clima, relevo, geologia, solos e uso da terra. O suporte básico da economia regional são as atividades de agricultura familiar, pecuária extensiva e artesanato de cerâmica. A agricultura familiar concentra-se principalmente nos Cambissolos Háplicos de rampas de colúvio e Neossolos Flúvicos localizados nas várzeas dos rios Jequitinhonha, Araçuaí e alguns de seus afluentes. Nas áreas dos Cambissolos Háplicos de rampas de colúvio, encontram-se microrrelevos de murundus, também utilizados para a agricultura familiar, porém poucos caracterizados. Ainda que as produtividades das culturas sejam baixas, os agricultores consideram-nas satisfatórias, sugerindo fertilidade natural mais elevada dos solos. Além destes solos, Planossolos e Gleissolos ( barreiros ), dependendo do horizonte, são usados para a fabricação de peças de cerâmica artesanal. Assim, os objetivos deste trabalho foram: caracterizar física, química e mineralogicamente Neossolos Flúvicos, Cambissolos e Cambissolos com murundus, ambos Háplicos, utilizados na agricultura familiar ao longo de duas topossequências, e caracterizar solos hidromórficos utilizados para a fabricação de cerâmica artesanal na comunidade de Pasmado, município de Itaobim, MG. Para as caracterizações físicas, químicas e mineralógicas, foram selecionados e coletados nove perfis, distribuídos nas topossequências 1 (T1), composta por dois Cambissolos Háplicos (P1 e P2), um Cambissolo com murundu (P3) associado ao perfil P2 e dois Neossolos Flúvicos (P4 e P5), e na topossequência 2 (T2), compreendendo um Cambissolo Háplico (P6), seu Cambissolo com murundu (P7) e um Neossolo Flúvico (P8) utilizados para a agricultura familiar. Também foi coletado perfil de Cambissolo Háplico (P9) que serviu de amostra extra de referência para esta classe. Foram ainda coletados três perfis de barreiros usados para a fabricação de cerâmica artesanal. Foram realizadas as seguintes análises: granulometria, curva de retenção de água e limites de consistência para os solos utilizados na cerâmica; químicas de rotina e teores totais de Ca, Mg, K, P, Co, Cu, Zn e Ni na TFSA e nas frações areia e silte, extrações de Fe por ditionito-citrato-bicarbonato (DCB) e oxalato amônio e análises mineralógicas por meio da difratometria de raios-X nas frações argila, silte e areia. Foram ainda realizadas entrevistas semiestruturadas com os artesãos e elaboração do fluxograma de fabricação da cerâmica até sua comercialização. Os Cambissolos Háplicos e Neossolos Flúvicos apresentam textura média e, ou argilosa, com valores mais elevados de argila no horizonte B dos Cambissolos. Os solos apresentaram-se fracamente ácidos, eutróficos e distróficos, sugerindo que existe diferenciação nas produtividades alcançadas, mesmo que os teores de cálcio, magnésio e potássio tenham sido considerados de médios a bons nos horizontes superficiais. Além disso, os teores totais e trocáveis das frações areia e silte, juntamente com a fração argila, parecem importantes fontes de nutrientes para as plantas. Os Cambissolos Háplicos fase murundus apresentaram maiores teores de silte e argila, Ca2+, P e carbono orgânico (CO), indicando que a atividade das térmitas, provavelmente no passado, foi importante para sua maior fertilidade em relação aos Cambissolos Háplicos aos quais estão associados. A mineralogia da fração argila dos Neossolos Flúvicos e Cambissolos é constituída basicamente de caulinita e ilita, e as frações areia e silte por mica, plagioclásios cálcicos e sódicos e feldspatos potássicos. A análise química total das frações TFSA, areia e silte confirmaram maiores teores de potássio nestessolos. Os horizontes selecionados pelos ceramistas para a fabricação de cerâmica artesanal apresentaram os maiores teores de argila e silte, índice de plasticidade (IP) e índice de atividade coloidal (Ia), importantes para a qualidade final da cerâmica. As pequenas quantidades de areia fina parecem não ser suficientes para promover efeito não plástico no Gleissolo estudado, confirmando seu uso restrito para a confecção de algumas peças artesanais. Com o aumento da temperatura na massa cerâmica, houve redução da relação Feo/Fed, o que leva a questionar se isto pode influenciar na qualidade do produto final da cerâmica, principalmente em termos de resistência ao rompimento. A camada superficial, por ser mais arenosa, e subsuperficial, pela sua dureza, são descartadas, mesmo que em alguns casos esta última possa ser aproveitada para a fabricação de peças artesanais (horizonte C). O uso do horizonte C dos Planossolos estudados como matéria-prima ( barro ) para o uso em cerâmica é de extrema relevância para a comunidade, pois estes solos ocupam pequena extensão geográfica nas várzeas do rio Jequitinhonha, podendo serem considerados como um recurso finito para o desenvolvimento dessa atividade. As análises mineralógicas desses solos indicam presença de quartzo, feldspatos, plagioclásios e micas nas frações areia e silte, e caulinita e ilita na fração argila. As etapas pertinentes ao processo de confecção da cerâmica artesanal contam com participação masculina nas etapas iniciais de coleta, transporte do barro e formação da pasta, cabendo às mulheres, mesmo que não exclusivamente, a modelagem das peças até a arte final. A atividade ceramista é desenvolvida em todos os meses do ano, realizada por homens, mulheres e crianças, todos vendendo sua própria produção. Além de aposentadorias e programas sociais como o bolsa escola, a atividade ceramista constitui importante complemento da renda familiar, sendo mesmo, em alguns casos, a única fonte de renda na comunidade de Pasmado.Item Solos de Hope Bay, Península Antártica(Universidade Federal de Viçosa, 2012-06-27) Pereira, Thiago Torres Costa; Schaefer, Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723204Y8; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; http://lattes.cnpq.br/8278516582581479; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9; Oliveira, Fábio Soares de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4746873J6; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5A Antártica representa um ambiente peculiar para formação de solos e estudo de muitos de seus processos. Os solos são formados em áreas livres de gelo costeiras e vales glaciais entre cadeias de montanhas, representando 0,32 %, ou 45.000 km2 do continente. A respeito do aumento das pesquisas nos últimos anos, poucos estudos em solos e permafrost na Antártica focaram a área peninsular, onde transições climáticas ocorrem entre as Ilhas Shetlands do Sul, úmidas, e o Mar de Weddell, seco. Os estudos deste trabalho se concentraram em Hope Bay, situado no extremo norte da Península Antártica, representando a transição entre estas duas áreas. Atualmente, é inegável a influência do permafrost sobre os recursos hídricos, propriedades do solo, e desenvolvimento da vegetação. Além destes, uma série de questões estão relacionadas às mudanças no balanço de carbono em reflexo à degradação do permafrost pelo aumento de temperatura. Estas regiões com presença de permafrost são fortemente sujeitas a elevadas transferências de energia em superfície, cujos ecossistemas são reconhecidamente sensíveis às mudanças climáticas, sendo o estudo e monitoramento do permafrost e camada ativa, muito significativos em pesquisas prognósticas envolvendo tais mudanças. Além das questões envolvendo o regime térmico, outras relacionadas com o aporte de materiais orgânicos depositados principalmente por pinguins, que resultam na formação dos minerais de argila fosfatados e na caracterização dos solos ornitogênicos, são fundamentais para o entendimento dos processos de pedogênese local e relações ecológicas das regiões costeiras. Como suporte aos estudos, características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas foram trabalhadas de modo a avançar no entendimento não somente sobre os solos em Hope Bay, mas também, compreendendo o reflexo da transição climática sobre as diferenciações pedogenéticas existentes no local foco de estudo e o arquipélago das Shetlands do Sul. Além destes estudos, foram realizadas investigações micromorfológicas na tentativa de contribuir para o aperfeiçoamento dos trabalhos sobre a gênese de solos criogênicos submetidos a condições severas de temperatura e baixa umidade. Espera-se com isso, que todos os dados e informações apontadas possam dar suporte aos estudos futuros que envolvam solos e dinâmica do permafrost em ambientes costeiros, especialmente da Península Antártica.