Solos e Nutrição de Plantas
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Item Árvores em sistemas agroflorestais: ciclagem de nutrientes e formação da matéria orgânica do solo(Universidade Federal de Viçosa, 2011-09-29) Duarte, Edivânia Maria Gourete; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/5004547613286328; Oliveira, Teógenes Senna de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788532T0; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5Os benefícios dos sistemas agroflorestais (SAFs) na qualidade dos solos têm sido recentemente evidenciados em muitos trabalhos científicos. Porém, há necessidade de aprofundar o conhecimento sobre o potencial de ciclagem de nutrientes e a formação da matéria orgânica do solo por espécies arbóreas nativas de ambientes tropicais, com vistas ao estabelecimento de estratégias de uso e manejo dessas espécies nos SAFs. Este estudo faz parte de um conjunto de estudos realizados com os agricultores que trabalham com SAFs na região da Zona da Mata de Minas Gerais, e teve como objetivo, avaliar o aporte de resíduos e nutrientes por espécies arbóreas usadas nestes SAFs e ainda, avaliar a formação da matéria orgânica e a disponibilização de nutrientes a partir destes resíduos. As espécies selecionadas para avaliar o aporte de resíduos e nutrientes foram: Persea americana (abacateiro), Luehea grandiflora (açoita cavalo), Zeyheria tuberculosa (ipê preto), Erythrina verna (mulungu), Aegiphila sellowiana (papagaio), musa sp (bananeira), Sollanum mauritianum (capoeira branca), Inga subnuda (ingá) e Senna macranthera (fedegoso). Para as duas últimas espécies aprofundaram-se os estudos sobre a formação da matéria orgânica do solo e ciclagem de nutrientes. Os resíduos senescentes foram coletados durante um ano, em SAFs de agricultores nos municípios de Araponga e Divino. Ambos localizados na zona da Mata de Minas Gerais. Para a bananeira foram feitas três coletas ao longo do ano. Foi quantificada a massa seca de resíduos. Determinaram-se os teores de nutrientes nestes resíduos. Para a bananeira determinou-se também os teores de C, lignina, celulose, hemicelulose e polifenol. Para avaliar a formação da MOS no solo a partir dos resíduos de fedegoso e ingá, incubou-se por de 12 meses, solo sem resíduos e solo com 5 g de C-resíduo das espécies, os quais tiveram duas formas de disposição, incorporados, e mantidos à superfície. Foram avaliados em quatro repetições: o fluxo de C-CO2, a massa seca remanescente de resíduos, os teores totais de C e N do solo, da biomassa microbiana e das substâncias húmicas além da matéria orgânica leve-livre. Aos 12 meses, avaliou-se também a relação 13C/12C no solo, na fração humina e na matéria orgânica leve-livre. Também foi feita a análise de rotina. O aporte de resíduos entre as espécies variou de 0,32 a 5,6 Mg ha-1 ano-1. Os aportes de N, P e K, via resíduos das espécies, variaram de 5 a 112 kg ha-1ano-1 de N; 4,1 a 48,6 kg ha-1ano-1 de K e 0,2 a 6,8 kg ha-1ano-1 de P. O fedegoso, a capoeira branca e o ingá estão entre as três espécies que aportaram as maiores quantidades resíduos e de N, P, K. Ingá, açoita cavalo e abacate apresentaram as maiores relações lignina mais polifenol/N e lignina/N e maiores teores de celulose, indicando lenta taxa de decomposição dos resíduos, comparadas às demais. Nos estudos de formação da matéria orgânica e ciclagem de nutrientes, ficou evidente que no tratamento com resíduos de fedegoso incorporado, houve, em curto prazo, grandes incrementos nos teores de C das frações da MOS desde as mais lábeis, às mais recalcitrantes, resultando em 37,4% de matéria orgânica derivada do resíduo na sua fração humina. Estes, com efeitos também sobre o pH, os estoques de nutrientes, a soma de bases, a CTC, além de reduções na capacidade de fixação de P e na saturação por Al3+ no solo. O tratamento com resíduos de ingá incorporado, apesar da lenta decomposição apresentou 33,1 % de matéria orgânica derivada do resíduo na sua fração humina. Já, o tratamento com resíduos de fedegoso incubado na superfície apresentou 27% da matéria orgânica derivada do resíduo na sua fração humina. Nestes dois tratamentos também foram verificados melhorias nas características químicas do solo. Porém, para o ingá disposto à superfície, este apresentou 25% de matéria orgânica derivada do resíduo na sua fração humina, mesmo assim pouco se diferiu do controle no período avaliado, confirmando que os resíduos de fedegoso são mais eficientes que o ingá, tanto na ciclagem de nutrientes quanto na formação da matéria orgânica do solo, inclusive em frações mais estáveis. Tal resultado evidencia a importância de se planejar o desenho de SAFs utilizando espécies estratégicas para desempenhar as funções desejadas e mostra que é importante também incentivar práticas que promovam uma maior diversidade de fauna do solo, responsáveis pela quebra e incorporação parcial dos resíduos aportados ao solo.Item Ciclagem de nutrientes por árvores em sistemas agroflorestais na Mata Atlântica(Universidade Federal de Viçosa, 2007-08-01) Duarte, Edivânia Maria Gourete; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/5004547613286328; Cantarutti, Reinaldo Bertola; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4780430A1; Lima, Paulo César de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783693J7Os sistemas agroflorestais são efetivos em melhorar e conservar a qualidade do solo. As árvores presentes nestes sistemas absorvem nutrientes de camadas profundas do solo e aportam continuamente material orgânico, gerando impactos à superfície e abaixo da superfície do solo. O objetivo deste trabalho foi estudar características envolvidas na ciclagem de nutrientes de espécies arbóreas, visando contribuir para a formulação de estratégias de manejo de sistems agroflorestais. As espécies selecionadas para o estudo foram o ipê-preto (Zeyheria tuberculosa), o açoita-cavalo (Luehea grandiflora), o mulungu (Erythrina verna), o fedegoso (Senna macranthera), o ingá (Ingá subnuda), o papagaio (Aegiphila sellowiana) e o abacate (Persea americana). A produção de biomassa aérea, o aporte de material senescente das espécies, os teores e conteúdos de nutrientes na parte aérea, foram avaliados no período de novembro/2005 a outubro/2006. Também avaliou-se a taxa de decomposição e de liberação de nutrientes dos resíduos e os teores de componentes químicos e bioquímicos que interferem na decomposição e liberação de nutrientes destes materiais. As maiores produções de biomassa da parte aérea das espécies (kg ano-¹de matéria seca por árvore, MS) foram observada para o mulungu (135,4), fedegoso (120,4), açoita-cavalo (99,0), abacate (81,7), e ingá (39,3). Quanto ao material senescente, os maiores aportes (kg ha-¹ ano-¹ de MS) foram observados para o fedegoso (6.086,9), ingá (4.331,2), açoita-cavalo (2.397,7) e abacate (2.004,5). Algumas espécies apresentaram realocação de nutrientes sendo esta maior para P (abacate e fedegoso), N (papagaio e mulungu) e K (papagaio, fedegoso e abacate) chegando a valores de 73% para a realocação de P em abacate. As espécies que aportaram o maior conteúdo de nutrientes por meio do material senescente foram o fedegoso, o ingá, o açoita- cavalo e o abacate. Para o conjunto das espécies o aporte de nutrientes via material senescente não variou significativamente entre as estações, mas variou segundo os órgãos das plantas, sendo as folhas, o órgão da planta que mais aportou nutrientes. Entretanto, o aporte de nutrientes de cada espécie variou entre as estações e órgãos da planta. A taxa de decomposição medida pela evolução de C-CO2 foi maior para o fedegoso, o mulungu, o ipê-preto e o papagaio e menores para o abacate, o ingá e o açoita-cavalo. Lignina/N e lignina + polifenol/N, foram as relações que melhores correlacionaram com a taxa de decomposição dos materiais das diferentes espécies. Entre as leguminosas, o mulungu e fedegoso tiveram a maior taxa de decomposição, medida utilizando litterbag , e ingá a menor. As maiores porcentagens de fixação biológica de nitrogênio foram verificadas para o mulungu (22,6 %) e ingá (20,6%). Os nutrientes mais rapidamente disponibilizados do resíduo das espécies leguminosas foi o K. Os mais lentos foram o Mg e o Ca. O material aportado pelas espécies possuem características, e também, dinâmicas de decomposição e liberação de nutrientes diferentes. O entendimento destas características e destes processos podem contribuir para desenhar sistemas sistemas agroecológicos familiares conciliando a produtividade e a conservação do solo e da diversidade. Quando usadas de forma diversificada, essas espécies podem contribuir para uma ciclagem de nutrientes constante e equilibrada nestes sistemas. Portanto a diversificação dos sistemas agroflorestais permite a melhor utilização do potencial em ciclar nutrientes das árvores nativas da Mata Atlântica.Item Funcionalidade das micorrizas arbusculares em cafezais agroecológicos(Universidade Federal de Viçosa, 2011-09-29) Tavares, Rodrigo de Castro; Costa, Maurício Dutra; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728228J5; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/9194953599935554; Andrade, Felipe Vaz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761472U5; Pereira, Olinto Liparini; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4767879D4A Zona da Mata de Minas Gerais é uma região que historicamente tem sofrido intensa degradação de solos e perda da floresta nativa. Nesse ambiente, os solos tendem a ser distróficos e álicos, ocorrendo solos eutróficos apenas nas partes mais baixas do relevo. O profundo manto de intemperismo que associado ao relevo acidentado, favorece a perda de nutrientes. Nessa região, a fragmentação das propriedades é acompanhada de uma distribuição bastante desigual de recursos, onde os pequenos agricultores não têm terra suficiente para a reprodução da unidade familiar. A cultura do café (Coffea arabica L.) é uma das principais atividades produtivas da região, praticada em solos de encosta, principalmente por pequenos agricultores. Nesse contexto, a implantação de sistemas baseados nos princípios agroecológicos é uma alternativa que permite a conservação do solo e a manutenção da biodiversidade local. Em 1994, os agricultores familiares do município de Araponga, Zona da Mata Mineira, optaram por conciliar a produção de café com a sustentabilidade ambiental, surgindo a idéia da produção de café agroecológico, agroflorestal ou a pleno sol. Os sistemas agroecológicos são manejados com o baixo uso de adubos químicos, a não utilização de agrotóxico e o não revolvimento dos solos, tendo como ênfase a ciclagem de nutrientes. Nos sistemas agroflorestais (SAF), ao contrário do sistema a Pleno Sol (PS) houve a incorporação do componente árboreo, priorizando a utilização de espécies nativas da Mata Atlântica e ou frutíferas. Após a consolidação desses agroecossistemas (18 anos) e diversos estudos (estoques de carbono orgânico e fósforo no solo; indicadores físicos, químicos e biológicos; fluxo hídrico; ciclagem de nutrientes e diversidade de espécies vegetais) surge a necessidade de avaliar a funcionalidade de organismos chave desses sistemas, como os fungos micorrízicos arbusculares (FMAs). Esses microssimbiontes desempenham diversas funções que são fundamentais para perpetuação desses agroecossistemas. A ação dos FMAs é atribuída, frequentemente, ao aumento no volume de solo explorado pela planta hospedeira, ocasionando uma maior absorção de água e nutrientes. Entretanto, outros benefícios são conferidos as plantas micorrizadas, como a proteção do sistema radicular contra patógenos; tolerância ao ataque de herbívoros; salinidade e elementos fitotóxicos, como o Alumínio (Al) ou metais pesados. Além disso, a rede micélial desses fungos é importante na estruturação e no aporte de Carbono (C) do solo (hifas e glomalina). A glomalina é uma glicoproteína hidrofóbica produzida pelos FMAs e que se acumula no solo em concentrações de mg por g-1. Essa glicoproteína permanece por anos ou décadas nos solos, com períodos de residência de 6 a 42 anos. A dinâmica da glomalina no solo ainda é pouco compreendida, entretanto, fatores como o manejo agrícola das áreas, a disponibilidade de espécies hospedeiras, balanço nutricional das plantas, disponibilidade de nutrientes, teores de CO2 na atmosfera do solo e os atributos físico-químicos do solo podem afetar os estoques dessa proteína, principalmente aqueles que alteram a abundância e a diversidade dos FMAs. O objetivo do presente estudo foi avaliar a dinâmica da glomalina em áreas da Zona da Mata de Minas Gerais. E, ainda, a transferência de sinais químicos entre plantas conectadas via hifa dos FMAs. Para avaliação da dinâmica da glomalina no solo, foram selecionadas três propriedades de agricultores familiares (An, Ro e Fe) que cultivam café (Coffea arabica L.), na região de Araponga-MG. Em cada propriedade, foi amostrado o solo de um sistema a PS e um SAF. Como referência, amostrou-se o solo de uma mata nativa secundária (MN) representativa da região e dentro dos domínios da Floresta Atlântica. Foram retiradas quatro amostras compostas de solo na entrelinha de plantio e próximo ao terço basal do dossel do cafeeiro, em diferentes profundidades. Analisou-se: os teores glomalina total (GT) e facilmente extraível (GFE); carbono orgânico total (COT); nitrogênio total; carbono da glomalina (CG); nitrogênio da glomalina (NG); teores de glomalina nas classes de agregados (4-2, 2-1 e 1-0,5 mm de diâmetro); diâmetro médio geométrico (DMG); diâmetro médio ponderado (DMP); índice de estabilidade de agregados (IEA); Carbono lábil (CL); Carbono não lábil (CNL); densidade do solo; teor de argila; argila dispersa em água (ADA); colonização micorrízica do cafeeiro; espécies espontâneas; espécies arbóreas dos agroecossistemas e raízes extraídas do solo; número de esporos dos FMAs; peso de raízes; pH; P disponível; soma de bases (SB); capacidade de troca catiônica total (CTCtotal) e efetiva (CTCefetiva); alumínio trocável (Al3+) e acidez potencial (H+Al). Por fim, para demonstrar a conexão entre plantas por hifas de MAs e a transferência de sinal entre plantas, foi construído um sistema de vasos duplos conectados. Os resultados indicaram que os agroecossistemas com cafezais da Zona de Mata de Minas Gerais apresentam elevados estoques de glomalina. Os FMAs aportam quantidades significativas de C e N orgânico no solo, na forma de glomalina. Os agregados de maior diâmetro apresentam maiores teores de glomalina. Alguns atributos físicos, químicos e biológicos do solo interferem nos teores de glomalina. Os sistemas agroflorestais podem contribuir para o aumento da restauração dos teores de glomalina, mas isso dependerá de características dos sistemas, como idade, espécie e quantidade de indivíduos arbóreos. Em um dos cafezais estudados, a introdução do componente arbóreo em área adjacente a um cafezal agroecológico a pleno sol, com o mesmo histórico de degradação, resultou em maiores estoques de glomalina no solo. Na transferência de sinais, verificou-se que a técnica do vaso duplo conectado é adequada para observar a indução de defesa indireta em plantas conectadas, via rede micelial, dos FMAs.Item Microbacia Hidrográfica do Riacho Vazante, Aratuba, Ceará: solos, usos e percepção dos agricultores(Universidade Federal de Viçosa, 2006-09-06) Souza Filho, Evaldo Tavares de; Oliveira, Teógenes Senna de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788532T0; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4760238H5; Ker, João Carlos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763842Z5; Lani, João Luiz; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783076P1; Costa, Liovando Marciano da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4787252H9Considerando o solo como elemento integrador da paisagem, no contexto de uma bacia hidrográfica, torna-se fundamental a integração entre os conhecimentos acumulados por agricultores e técnicos, de forma a melhorar a compreensão dos fatores que interferem na dinâmica dos ambientes e a maneira como manejá-los, a fim de evitar danos irreversíveis aos recursos naturais. O presente estudo teve como objetivo estratificar os ambientes de uma microbacia hidrográfica, a partir da integração entre a percepção ambiental de agricultores e técnicos em relação às limitações e potencialidades dos solos. O trabalho foi realizado na microbacia hidrográfica do Riacho Vazante, município de Aratuba, Ceará, na região do Maciço de Baturité. Utilizou-se como base cartográfica folhas sistemáticas, escala 1:100.000; ortofotocartas, escala 1:10.000 e mapeamento semi-detalhado de solos da microbacia, escala 1:25.000. Foram aplicadas metodologias participativas junto aos agricultores, em quatro comunidades da microbacia, com vistas ao levantamento do histórico de uso e ocupação dos solos, das práticas agrícolas e à aquisição de conhecimentos sobre a percepção ambiental dos mesmos. Elaboraram-se os mapas do modelo digital de elevação e declividade da área, que aliados ao mapa de solos, auxiliaram os técnicos na interpretação da estratificação ambiental feita pelos agricultores. A área foi estratificada pelos agricultores em quatro ambientes: Quebradas (60,7%), Lombadas (22,0%), Chapadas (11,3%) e Baixios (6,0%), que levaram em conta principalmente o relevo e os solos. Os solos, por sua vez, foram identificados e diferenciados pelos agricultores, a partir de atributos como textura, cor, umidade, pedregosidade, fertilidade e vegetação. As terras foram enquadradas, segundo o sistema de capacidade de uso, nas classes II (6%), III (31%), VI (42,5%) e VII (20,5%). A estratificação ambiental representou uma importante ferramenta para integrar os conhecimentos de agricultores e técnicos, possibilitando melhorar a caracterização da área para o planejamento de uso das terras em bases sustentáveis.Item Oligochaetas edáficos em solos sob sistema de manejo a pleno sol e agroflorestal e vermicompostagem associada com pós de rochas(Universidade Federal de Viçosa, 2010-07-26) Souza, Maria Eunice Paula de; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/7239077251706707; Janssen, Arnoldus Rudolf Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4706455Y2; Lima, Ana Cláudia Rodrigues de; http://lattes.cnpq.br/9035431298468897Os Oligochaetas edáficos atuam em vários processos fundamentais para a manutenção da fertilidade e qualidade dos solos de agroecossistemas. As práticas agrícolas, condições climáticas e as características do solo afetam a população de oligochaetas edáficas. Atualmente, frente aos problemas como o decréscimo de qualidade do solo, da água e das plantas e o alto custo dos insumos agrícolas faz-se necessário buscar alternativas de uso sustentável das terras, como podem ser os sistemas agroecológicos, dentre eles os sistemas agroflorestais. Os sistemas agroflorestais, com aporte contínuo de matéria orgânica e qualidade e manutenção dos resíduos culturais na superfície do solo, propiciam maior biomassa das oligochaetas e atuam positivamente no equilíbrio populacional das mesmas, durante as estações do ano. Este trabalho teve como objetivo avaliar as alterações nas populações de Oligochaetas edáficos em função do manejo do café (Coffea arabica), no município de Araponga MG. O estudo foi realizado em áreas de plantio de café consorciado em sistema agroflorestal (SAFROM e SAFSAM); café a pleno sol agroecológico (PSAROM e PSASAM); café a pleno sol convencional (PSCCAR1) e (PSCCAR2); e dois fragmentos de mata (FRAROM e FRASAM) que foram utilizados como referências. PSAs diferem SAFs basicamente por não possuírem árvores consorciadas com o café. As coletas de oligochaetas foram realizadas, em quatro tratamentos, três profundidades (0 0,1m; 0,1 0,2m e 0,2 0,3m), duas épocas (fevereiro de 2009/ janeiro de 2010) e cinco repetições equidistantes em 10m, ao longo de uma linha de café, na mesma área. No laboratório, identificou-se os Oligochaetas no laboratório ao nível de gêneros e espécies. Para cada tratamento foi estimada a abundância das diferentes espécies de oligochaetas encontradas, riqueza e Índice de Shannon. A análise estatística foi feita utilizando Modelo Linear dos Efeitos Mistos (Programa R). Não houve efeito de época e houve diferença em profundidade. A profundidade de 0-10 cm apresentando a maior abundância, em média 52,3 ind/m2, seguida da profundidade de 10-20 cm apresentando, média de 25,9 ind/m2. Houve interação significativa entre profundidade e época. FRAROM apresentou o maior número de Oligochaetas (média de 224 ind/m2), não havendo diferenças (p<0,05) entre e FRASAM,, SAFSAM e PSASAM (55,8 ind m2) e entre SAFROM PSAROM (36,9 ind m2). Em PSCCAR praticamente não se encontrou oligochaetas e por isto não foi incluídos na análise estatística. Nos agroecossistemas avaliados ocorreu predomínio da espécie Pontoscolex corethrurus. A capacidade de solubilização de minerais durante o processo de vermicompostagem foi avaliada utilizando dois tipos de pó de rocha (gnaisse e esteatito) em 2 doses cada, com 5 repetições. A produção de vermicomposto com pó de rocha e sem pó de rocha foi realizada em potes plásticos cilíndricos (2 dm3), utilizando esterco de gado. O delineamento foi inteiramente casualizado (DIC), sendo o esterco enriquecido com pós de duas rochas diferentes (gnaisse = G e esteatito = E), três doses cada (0, 5 e 20 % m/m) e cinco repetições. Realizou-se um ensaio agronômico com a cultura do milho cultivada por 73 dias em Latossolo Vermelho Amarelo, fertilizado com os vemicompostos descritos e com apenas pó de gnaisse ou esteatito, totalizando oito tratamentos, sendo um controle (C, sem pós de rochas e sem vermicompostos), Vc (sem pós de rochas), VcG5, VcG20, VcE5, VcE20, G e E. O delineamento foi inteiramente casualizado com 4 repetições. Semanalmente a parte aérea do milho foi medida para avaliar crescimento. As plantas cresceram mais quando o solo foi fertilizado com esterco enriquecido com pó de rocha durante o processo de vermicompostagem. Os oligochaetas além de poder serem utilizados como indicadora de recuperação do solo, podem contribuir para o processo de recuperação, melhorando a disponibilidade de nutrientes presentes em resíduos que podem ser utilizados na agricultura.Item Percepção Ambiental, uso da terra e processos erosivos em um assentamento de Reforma Agrária(Universidade Federal de Viçosa, 2013-05-29) Deliberali, Daniely de Cassia; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/9618622199599972; Muggler, Cristine Carole; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798498U0; Barbosa, Willer Araujo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784248J4Muitos assentamentos de reforma agrária são instalados em áreas com ambiente e solos frágeis ou degradados. O Assentamento Olga Benário, situado no município de Visconde do Rio Branco, Estado de Minas Gerais, apresenta muitos pontos com ocorrência de erosão. Estes são decorrentes da degradação do solo pela prática da monocultura da cana-de-açúcar, por aproximadamente 50 anos, e criação extensiva de gado, por cinco anos, antes da sua incorporação à reforma agrária. Além disso, o solo dominante no local, Argissolo, é muito susceptível à erosão. Os agricultores são afetados pela erosão com a perda de áreas agricultáveis e animais, o que pode afetar sua segurança alimentar e gerar prejuízos. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi por meio de metodologias participativas, avaliar os processos erosivos em uma área do Assentamento Olga Benário e resgatar vivências e conhecimentos de agricultores para, coletivamente, sensibilizar, despertar e construir estratégias de conservação, uso e manejo sustentável de solos no assentamento. Para tal o trabalho foi dividido em duas etapas. Na primeira, utilizandose de metodologias participativas, foram realizadas visitas às 26 famílias do assentamento Olga Benário, utilizandose de metodologia participante e encontros dialogados de partilha e devolução de observações. Especificamente, objetivouse identificar e analisar a percepção que os assentados possuem sobre i) o solo enquanto componente do ambiente; ii) a qualidade de seus solos; iii) os indicadores de qualidade de solo e iv) as técnicas de manejo de solo por eles adotadas. Por meio desta metodologia, foi possível promover a reflexão coletiva sobre uso e manejo adequado do solo no assentamento. Os agricultores demonstraram reconhecer o solo como componente ambiental importante, que deve ser conservado. Os agricultores têm utilizado indicadores para estimar a qualidade do solo, como produção agrícola e erosão, e têm adotado, cada vez mais, técnicas de manejo conservacionistas, como plantio direto e piqueteamento. Na segunda etapa do trabalho foi avaliada, de forma participativa, a evolução de duas voçorocas e, na ravina anfiteátrica em que as voçorocas estão inseridas, foram avaliados os atributos físicos e químicos e os processos erosivos ocorrentes com diferentes usos do solo. A área em questão começou a entrar em processo de regeneração há cinco anos, com o cercamento da área da ravina anfiteátrica para evitar a entrada de animais, e com o plantio de mudas e construção de paliçadas no interior de uma das voçorocas. Atualmente, os usos do solo na área são feitos com vegetação nativa, em uma área em regeneração, e pastagens com diferentes níveis de degradação nas demais áreas. Os solos das áreas estudadas ainda encontramse degradados pelas atividades realizadas anteriormente, que levaram à perda do horizonte A e parte do horizonte B, e as poucas diferenças de qualidade física sugerem que o tempo de regeneração não foi suficiente para recuperálo significativamente. No entanto, a área em regeneração apresentou a menor perda de solo e água e os melhores níveis de soma de bases, carbono orgânico e pH, e indica que manejos conservacionistas estão, aos poucos, melhorando a qualidade do solo. A área de pastagem com solo exposto, ao contrário, apresentou a pior qualidade química do solo e as maiores perdas de solo e água quando comparada com as demais. A voçoroca aumentou apenas em alguns pontos e em menor intensidade que em anos anteriores. O manejo conservacionista na área tem potencial para recuperála, mas, entretanto, a não preocupação com a degradação das pastagens pode comprometê-la ainda mais.Item Qualidade do solo em sistemas agroflorestais em Alta Floresta MT(Universidade Federal de Viçosa, 2006-02-23) Oliveira, Ademilso Sampaio de; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4703656Z4; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4774796U6; Fávero, Claudenir; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784350Y0; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8O presente trabalho teve por objetivo avaliar a qualidade do solo, em especial no que se refere aos indicadores físicos e químicos, em sistemas agroflorestais (SAFs) e em monocultivo em área experimental do Centro de Pesquisa da Lavoura Cacaueira, Alta Floresta/MT. Os sistemas estudados foram cacau (Theobroma cacao), gliricídia (Gliricidia sepium) e cumaru (Dipterix adorata); cupuaçu (Theobroma grandiflorum), gliricídia e cumaru; pupunha (Bactris gassipaes) e; café conillon (Coffea canephora Pierre). Como testemunha utilizouse uma área de mata localizada próxima aos sistemas mencionados. A área de cada sistema foi dividida em 3 partes, considerada cada parte uma repetição, para amostragem de solo realizada nas profundidades 0 - 5 cm, 5 - 20 cm e 20 - 60 cm. Em cada repetição e em cada profundidade foram coletadas cinco amostras de solo, formando uma amostra composta. Calculou-se a biomassa aérea das árvores tendo como base o diâmetro das mesmas à altura do peito. Nos solos foram determinados os teores de argila dispersa em água, o equivalente de umidade, a estabilidade de agregados, o carbono orgânico total do solo, a matéria orgânica total e leve em água, as frações de carbono orgânico oxidável, o nitrogênio total do solo, o nitrato e o amônio, a granulometria, o pH e os teores de fósforo (P, disponível e remanescente), de potássio (K), de cálcio (Ca), de magnésio (Mg), de alumínio trocável (Al) e de alumínio + hidrogênio (Al+H). Com base no fracionamento do carbono orgânico oxidável foi determinado o índice de manejo do carbono (IMC), para tal determinou-se o índice de compartimento de carbono (ICC), a labilidade do carbono (L) e o índice de labilidade (IL). O carbono imobilizado na biomassa dos SAFs foi muito superior ao carbono imobilizado nos monocultivos, o que aponta os SAFs como possíveis contribuidores na regulação do clima, pois aumentam o seqüestro de carbono pela biomassa. Não houve diferenças em muitas características analisadas o que pode ser atribuído ao pouco tempo de manejo (quatro anos) e a similaridade entre os sistemas estudados (SAFs e monocultivos com culturas perenes), contudo os maiores índices de manejo de carbono (IMC) foram observados nos SAF com cacau. Neste SAF também houve aumento na porcentagem de macro agregados (classe de agregados de 2,0 a 1,0 mm) o que está associado ao aumento do IMC. O SAF com cacau, portanto parece ser mais estável e sustentável do que os demais sistemas e constitui sistema promissor para o uso dos solos no contexto amazônico. Com o tempo espera-se maior aumento dos teores de MOS e MOL o que poderá contribuir para distinguir o sistema com cupuaçu dos sistemas em monocultivo.Item Rochagem e suas interações no ambiente solo: contribuições para aplicação em agroecossistemas sob manejo agroecológico(Universidade Federal de Viçosa, 2012-04-20) Carvalho, André Mundstock Xavier de; Costa, Maurício Dutra; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728228J5; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/6080061931447355; Fontes, Maurício Paulo Ferreira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721443T4; Fernandes, Marcus Manoel; http://lattes.cnpq.br/9512482913169372; Theodoro, Suzi Maria de Córdova Huff; http://lattes.cnpq.br/1244580166027916A busca por uma alternativa social, ambiental e economicamente mais vantajosa às fontes convencionais de nutrientes torna especialmente importante o estudo do potencial de rochas silicatadas para emprego na agricultura. Além disso, a revalorização recente do uso de rochas silicatadas está ligada também à necessidade de aproveitamento de grandes quantidades de rejeitos de pedreiras e mineradoras e à expansão das correntes de agricultura de bases agroecológicas. A principal limitação desta prática, no entanto é a lenta solubilização dos minerais presentes e, portanto, a lenta liberação dos nutrientes às plantas. Alguns trabalhos têm sido realizados em ambientes controlados simplificados, negligenciando a ação de organismos do solo, de fungos micorrízicos ou mesmo da planta sobre a magnitude da disponibilização de nutrientes pelas rochas. Neste sentido, os objetivos deste trabalho foram avaliar o potencial de uso de pós de rocha silicatadas em agroecossistemas sob a perspectiva da agroecologia e avaliar o papel de componentes biológicos dos agroecossistemas e de alguns processos biogeoquímicos envolvidos na disponibilização de nutrientes de pós de rocha. Para tal foram planejados três experimentos. O primeiro, com metodologias participativas e em campo, utilizando pó de gnaisse associado ou não a diferentes adubações orgânicas em cultivos sucessivos de feijão. No segundo, em casa de vegetação, o papel da planta, da microbiota do solo e dos fungos micorrízicos arbusculares na disponibilização de nutrientes dos pós de gnaisse, charnockito e esteatito foi avaliado em cultivos sucessivos com milho. O terceiro experimento investigou o papel de processos biogeoquímicos envolvidos no intemperismo, como o CO2, os ácidos orgânicos e a microbiota do solo, sobre a disponibilização de elementos dos pós de basalto, gnaisse, charnockito e esteatito em um Latossolo incubado em condições de laboratório. Em campo, apesar da lenta liberação dos nutrientes do gnaisse de um modo geral, a rochagem promoveu o crescimento de plantas, aumentou a absorção de nutrientes e promoveu alterações químicas desejáveis no solo. De um modo geral, no entanto, as disponibilizações de elementos pelo gnaisse foram pouco afetadas pelas adubações orgânicas. Em casa de vegetação, os resultados evidenciaram que as rochas não restringiram a atividade biológica do solo nem a atuação dos fungos micorrízicos arbusculares. Embora a atividade biológica seja importante para o intemperismo de minerais, neste estudo a planta mostrou‐se igualmente capaz de atuar sobre a disponibilização de elementos das rochas quando comparada com a presença conjunta da planta com a microbiota do solo ou em associação micorrízica. Além disso, os dados evidenciaram a necessidade de experimentos com planta e não apenas com solo, para uma melhor avaliação do potencial de disponibilização de elementos por pós de rocha silicatadas. Em condições de laboratório, mesmo com um curto período de incubação, os pós de gnaisse, charnokito, esteatito e basalto apresentaram potencial de utilização enquanto fontes de nutrientes e promotores de melhorias em características químicas do solo. As disponibilizações de nutrientes promovidas foram também afetadas pelos processos biogeoquímicos. Destacaram‐se as atuações do CO2 sobre a liberação de Ca e Mg do esteatito, do CO2 e dos ácidos orgânicos sobre a liberação de P do basalto, da microbiota sobre a liberação de Fe e Zn do gnaisse e do CO2 sobre a liberação de Mn e Ni. Estas alterações indicam a importância dos componentes biológicos do solo sobre a viabilidade da rochagem e podem contribuir na seleção de tecnologias para aumentar a velocidade de liberação de nutrientes de rochas silicatadas moídas.Item Sistematização da experiência participativa com sistemas agroflorestais: rumo à sustentabilidade da agricultura familiar na Zona da Mata mineira(Universidade Federal de Viçosa, 2006-02-24) Souza, Helton Nonato de; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4794520E9; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/4735276653354808; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Muggler, Cristine Carole; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798498U0; Mannigel, Elke; http://lattes.cnpq.br/9431232743219886A agricultura familiar é o modo de agricultura que predomina na Zona da Mata mineira. As terras são utilizadas principalmente com pastagem e café quase sempre consorciado com culturas de subsistência como milho, feijão, mandioca, etc. A agricultura familiar enfrenta vários problemas sociais e ambientais na região como, por exemplo, aqueles relacionados à conservação dos solos: processos erosivos acentuados, perda da fertilidade natural, assoreamento dos corpos d água, diminuição da qualidade e quantidade da água, são alguns deles. Na busca de soluções para tais problemas e tendo a agroecologia como base científica de trabalho foram estabelecidas várias parcerias entre as instituições locais como Sindicato dos Trabalhadores Rurais STR s, Centro de Tecnologias Alternativas da Zona da Mata CTA/ZM e Departamento de Solos da Universidade Federal de Viçosa - DPS/UFV. Em um trabalho conjunto foi realizado em 1983 um Diagnóstico Rural Participativo DRP em Araponga-MG durante o qual foi sugerida a experimentação participativa com sistemas agroflorestais - SAFs que se estendeu para outros municípios. A integração com os sindicatos aglutinava diversos agricultores e agricultoras, e, alguns destes além da sua participação e interesse pelo assunto, se dispuseram a implementar tais experiências em suas propriedades. De 2003 a 2005 a experiência foi sistematizada objetivando explicitar os resultados alcançados e as lições aprendidas durante a experimentação permitindo com isto a construção de um conhecimento novo, necessário para o fortalecimento da agricultura familiar e a consolidação de propostas agroecológicas. Dezoito agricultores (as) experimentadores participaram do processo de sistematização. O método constou de visitas às propriedades, entrevistas semi-estruturadas encontros envolvendo técnicos, agricultores, pesquisadores, professores e estudantes da UFV. Técnicas do DRP como mapas, diagramas institucionais e análises de fluxos foram utilizadas. Foram compilados, sintetizados e discutidos com os agricultores dados de várias pesquisas realizadas principalmente com solos. A experimentação gerou grande complexidade de desenhos e manejos dos sistemas implantados, sobre os quais foram discutidos os fatos que levaram às suas escolhas e os seus redesenhos. O principal critério de introdução ou retirada de espécies arbóreas do sistema foi a compatibilidade das árvores com o café. Os principais indicadores de compatibilidade utilizados foram o bom aspecto fitossanitário do café, o sistema radicular profundo do componente arbóreo, a produção de biomassa, a mão-de-obra e a diversificação da produção. Em torno de 82 espécies arbóreas, grande parte destas nativas, são utilizadas nos SAFs com média de 12 espécies por experiência, além do café. A área manejada variou de 1.000 m2 a 5.000 m2. Dentre estas espécies encontram-se o abacate (Persea sp), o açoita-cavalo (Luehea speciosa ), a banana (Musa sp), a capoeira-branca (Solanum argenteum), a eritrina (Erythrina sp), o fedegoso (Senna macranthera ), o ingá (Inga vera), o ipê-preto (Zeyheria tuberculosa ) e o papagaio (Aegiphila sellowiana). O angico (Annadenanthera peregrina ) e o jacaré (Piptadenia gonocantha ) foram rejeitados por apresentar competição com o café. Houve um aumento de matéria orgânica responsável pela estabilidade dos agregados do solo, redução na acidez trocável do solo diminuindo a necessidade de calagem, aumento do número de esporos de micorrizas em profundidade. Estudos sobre erosão demonstraram que nos SAFs houve menor perda de solo quando comparados a sistemas convencionais. A experimentação trouxe ensinamentos que serviram para toda a família, a propriedade e comunidade de uma forma geral, refletidos na consciência profundamente agroecológica através de temas como qualidade e quantidade da água na propriedade; importância da cobertura do solo, da matéria orgânica e, adoção de redução/eliminação da capina; manutenção de espécies arbóreas, arbustivas e espontâneas nas lavouras de café e na propriedade. Pode-se afirmar que os SAFs foram efetivos na conservação e recuperação dos solos e na diversificação da produção, o que gerou maior estabilidade e autonomia financeira das famílias. Na implantação da proposta houve vários problemas, principalmente de baixa produção, porém muitos agricultores continuaram com a experimentação, o que demandou adaptações durante o processo. A proposta para sua implantação exige maior conhecimento e maior disposição do agricultor para adequá-la às suas condições. Dependendo da situação pode haver necessidade de subsídio financeiro para sua implementação.