Bioquímica Agrícola
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Item Abordagem etológica na busca de drogas vegetais com potencial ação antioxidante, antibacteriana, antimutagênica e antigenotóxica(Universidade Federal de Viçosa, 2012-05-17) Gontijo, Douglas da Costa; Leite, João Paulo Viana; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763897U8; Fietto, Luciano Gomes; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763824H8; Diaz, Marisa Alves Nogueira; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723344J7; http://lattes.cnpq.br/4874541249224116; Pádua, Rodrigo Maia de; http://lattes.cnpq.br/3129875518945632A investigação científica de atividade biológica de extratos vegetais tem sido uma importante estratégia para a descoberta de produtos naturais com grande aplicação em Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PD&I). Em um país com megabiodiversidade como o Brasil, esta constatação adquire ainda mais valor. O emprego de estratégias de acesso a biodiversidade se faz importante para selecionar plantas para a prospecção de novos fármacos. Nesse sentido, a abordagem etológica monitorando a dieta de primatas na floresta tem se mostrado bastante eficaz, uma vez que esses mamíferos fazem uso de uma vasta gama de espécies, que muitas vezes não fazem parte do uso cotidiano e científico. Aplicando-se esta abordagem etológica, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial antioxidante in vitro e antimicrobiano, além de análise fitoquímica preliminar e conteúdo fenólico de sete extratos aquosos liofilizados de folhas de plantas usadas na dieta do primata Brachyteles hypoxanthus Kuhl (muriqui-do-norte), a saber: Alchornea glandulosa Poepp. & Endl. (Euphorbiaceae), Miconia latecrenata (DC.) Naudin (Melastomataceae), Ocotea odorifera (Vell.) Rohwer (Lauraceae), Psychotria suterella Müll. Arg. (Rubiaceae), Psychotria vellosiana Benth. (Rubiaceae), Rudgea jasminoides (Cham.) Müll. Arg. (Rubiaceae) e Solanum swartzianum Roem. & Schult (Solanaceae). Dentre estas, três espécies, Alchornea glandulosa, Miconia latecrenata e Ocotea odorifera, foram avaliadas quanto ao potencial antimutagênico e antigenotóxico, por apresentarem maior atividade antioxidante. A prospecção fitoquímica foi avaliada por CCD e o conteúdo fenólico avaliado utilizando-se o reagente de Folin-Ciocalteu. A atividade antioxidante foi avaliada utilizando os testes do radical livre DPPH, co-oxidação β-caroteno/ácido linoleico e peroxidação lipídica do lipossomo. Para a avaliação antimicrobiana foram utilizadas duas cepas de bactérias gram-positivas de Staphylococcus aureus 3993 e Staphylococcus aureus 4125, além da cepa bacteriana gram-negativa de Escherichia coli 24, todas associadas com mastite bovina. Para os testes antimutagênicos foram utilizadas as cepas TA97, TA98, TA100 e TA102 de Salmonella tiphymurium/microssoma sem e com ativação metabólica S9, sendo realizado o método de co-incubação dos extratos com os diferentes padrões mutagênicos para as respectivas cepas. Teste de citotoxicidade com a cepa TA100 sem ativação S9 foi realizado a fim de se determinar as doses de extrato utilizadas nos testes de antimutagenicidade. Por fim, o teste antigenotóxico foi realizado utilizando-se o plasmídeo pUC18 co-incubado com padrão genotóxico e as mesmas doses dos extratos testadas para antimutagenicidade. Dessa forma, pôde-se observar que extratos aquosos de M. latecrenata, A. glandulosa e O. odorifera apresentaram maior conteúdo fenólico. A análise da atividade antioxidante nos três diferentes testes mostrou potencial antioxidante das amostras analisadas, sobretudo para os extratos de M. latecrenata, A. glandulosa, O. odorifera e S. swartzianum. Os resultados mostraram grande potencial antimicrobiano para os extratos de M. latecrenata, A. glandulosa e O. odorifera, sendo que o extrato de M. latecrenata foi o único extrato ativo contra bactéria gram-negativa Escherichia coli 24. Nos testes de citotoxicidade frente a cepa TA100 de Salmonella typhimurium/microssoma sem metabolização S9, o extrato de M. latecrenata apresentou maior ação citotóxica, seguido pelos extratos de A. glandulosa e O. odorifera. A maior atividade antimutagênica foi observada para o extrato de M. latecrenata seguido pelos extratos de A. glandulosa e O. odorifera, principalmente frente a cepa TA102. Observou-se ainda aumento da atividade antimutagênica para a maioria das cepas testadas após a metabolização dos extratos. Não foi observada ação antigenotóxica para nenhum dos extratos testados. Assim, pelo presente estudo foi possível selecionar três extratos com potenciais atividades antimutagênica e bactericida, frente às cepas testadas.