Agroecologia

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    Redesenho agroecológico de pastagens: efeito na qualidade do solo e na macrofauna edáfica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-06-28) Correa, Leandro Rodrigues da Cunha; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://lattes.cnpq.br/0079916103336642
    A agricultura brasileira pouco utiliza os benefícios que a biodiversidade do solo pode proporcionar. O modelo de produção baseado em monoculturas e grande utilização de insumos pouco valoriza a biologia e a vida do solo. Mesmo em áreas de pastagens, onde o solo não é costumeiramente revolvido, o componente biológico tem sido negligenciado. As pastagens ocupam parte significativa das regiões do Brasil e, em sua maioria, estão sob algum estado de degradação. Sistemas silvipastoris têm sido apontados como alternativa para a transição agroecológica e o restabelecimento dos serviços ecossistêmicos associados a estes ambientes pastoris. Dentro da biologia do solo a macrofauna edáfica tem sido apontada com papel relevante na dinâmica da fertilidade e de outros atributos do solo devido a sua atuação funcional e de mobilização de matéria nas camadas superficiais do solo. Outros estudos indicam que a presença de árvores nos sistemas pastoris influencia positivamente na distribuição e dinâmica desses organismos edáficos. Adicionalmente, a macrofauna edáfica tem sido relacionada como um bom indicador de qualidade dos solos em processos participativos de pesquisa e de sensibilização de agricultores, por serem organismos visíveis a olho nu e por fazerem parte do cotidiano das pessoas. Diante do exposto, a presente pesquisa é centrada nas perguntas de como e por que o manejo agroecológico de pastagens favorece a atividade da macrofauna edáfica, e qual a percepção dos agricultores em relação a esses organismos. O objetivo geral do estudo foi avaliar a macrofauna edáfica em sistemas silvipastoris, em resposta ao manejo agroecológico de pastagens, bem como a compreensão dos agricultores familiares em relação a esses organismos. O estudo foi realizado em uma propriedade da agricultura familiar utilizada como modelo de implantação de piquetes para o manejo do rebanho bovino em sistema silvipastoril em bases agroecológicas, em Divino-MG. A pesquisa foi realizada considerando três capítulos. O primeiro capítulo objetivou sistematizar as atividades realizadas pelo projeto, bem como analisar as interações etnoecológicas desenvolvidas entre agricultor familiar e seu agroecossistema pastoril. O segundo capítulo avaliou como o piqueteamento das pastagens afeta a qualidade do solo e a riqueza e abundância da macrofauna edáfica em sistemas silvipastoris. No terceiro capítulo, o objetivo foi avaliar o efeito da presença de árvores nesses sistemas sobre a qualidade do solo e a dinâmica da macrofauna do solo. Todo o processo foi executado com a participação dos agricultores, que foram consultados sobre os nomes comuns e as funções dos organismos encontrados no solo. Análises físicas de solo foram executadas nas mesmas amostras utilizadas para a determinação da fauna, a fim de verificar as relações entre a macrofauna e as características do solo. Os resultados obtidos indicaram que o agricultor colaborador desta pesquisa conhece os macrorganismos edáficos que compõem os agroecossistemas em que trabalha, os nomeia e compreende suas funcionalidades ecossistêmicas. Ele é capaz de estabelecer critérios próprios para a execução do planejamento forrageiro por meio da observação da altura do capim de cada piquete e também para a inclusão de árvores na pastagem. Mesmo com pouco tempo de adoção, o redesenho agroecológico de pastagens influenciou alguns atributos associados à qualidade física do solo, e ainda a distribuição de macrorganismos edáficos nos agroecossistemas avaliados. Palavras-chave: Sistemas silvipastoris agroecológicos. Manejo agroecológico de pastagens. Biologia do solo.
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    Segurança alimentar e indicadores nutricionais de agricultores familiares expositores em feiras livres de Viçosa-MG e suas percepções referentes à pandemia da COVID-19 e condições de vida
    (Universidade Federal de Viçosa, 2023-03-06) Rezende, Isabella de Andrade; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/0627366215304670
    Introdução: A Segurança Alimentar e Nutricional envolve aspectos no que se refere a produção de alimentos, acesso, disponibilidade, qualidade e práticas alimentares. Com a chegada do vírus Sars-Cov-2, as medidas de tentativa de contenção do mesmo levaram a bloqueios de estradas, fechamento de comércios e feiras livres, e consequentemente perda financeira para os agricultores familiares. Muitos produtores que dependiam de feiras livres para exposição e comercialização de seus produtos tiveram sua renda diminuída ou comprometida nesse período. Objetivo: Avaliar a situação de (In) Segurança Alimentar e indicadores nutricionais de agricultores familiares expositores em feiras livres locais e suas percepções referente ao impacto da pandemia da COVID-19 em suas condições de vida. Metodologia: foram avaliados agricultores familiares, maiores de 18 anos, que expõem seus produtos em feiras livres locais. Um questionário foi aplicado contendo informações demográficas, socioeconômicas, de consumo alimentar e da percepção do impacto da pandemia nas condições de vida. A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) foi utilizada para o diagnóstico da Segurança Alimentar (SA). A avaliação do estado nutricional foi feita pelo Índice de Massa Corporal. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Viçosa (parecer n. 5.401.008). As análises estatísticas foram conduzidas no software R versão 4.0.5, adotando-se nível de significância de p<0,05. A comparação das variáveis categóricas entre os grupos de InSA e SA foi realizada pelo teste Qui-quadrado. A Oddis Rattio foi utilizada para determinar a magnitude de associação entre a InSA e cada variável analisada. Resultados: No estudo realizado 52,3% (n = 35) dos agricultores estavam em situação de InSA. Observou-se que participar de programa governamental, ter maior disponibilidade energética diária per capita e possuir abastecimento de água da rede pública apresentou relação com a SA. Quanto maior a pontuação na EBIA menor a disponibilidade energética, de carboidratos, proteínas e lipídeos per capita diária. A maioria dos agricultores, independente da situação de SA ou InSA, relataram ter feito trocas alimentares durante a pandemia, sendo que foi observado aumento no consumo de arroz e redução no consumo de carne bovina. Considerações finais: A paralisação das feiras livres agravou a situação dos agricultores familiares expositores, já que,muitas vezes, a venda dos seus produtos nesses locais é sua única ou principal fonte de renda. Estratégias devem ser tomadas para minimizar o impacto da pandemia na saúde e alimentação dessa população. Portanto, são necessárias medidas governamentais que visem garantir condições socioeconômicas e segurança alimentar, assegurando assim o direito a todos a alimentação em qualidade e quantidades suficientes. Palavras-chave: Agricultura Familiar. COVID-19. Feiras Livres. Segurança Alimentar.
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    Aspectos determinantes para adoção de sistemas agroflorestais no brasil: revisão sistemática e metanálise
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-08-10) Ribeiro, Julio Cesar Pereira; Filho, Elpídio Inácio Fernandes; http://lattes.cnpq.br/9170795633184678
    Os sistemas agroflorestais (SAFs) representam atividades agrícolas que otimizam o uso e cobertura da terra e possuem potencialidades ecológicas e econômicas. Apesar dos estudos sobre SAFs mostrarem resultados promissores, muitos agricultores ainda não adotam esse modelo de agricultura. Esta revisão sistemática e metanálise identificou quais desafios e barreiras interferem na tomada de decisão dos agricultores para adotar sistemas agroflorestais no Brasil. Dos 957 artigos identificados, 60 artigos foram incluídos na análise final após uma rigorosa revisão de triagem duplo-cega. Dos 60 artigos, 35 foram selecionados para extração de dados e utilizados para revisão sistemática, enquanto apenas 10 foram utilizados para metanálise. A revisão e metanálise mostraram que, embora os SAFs apresentem vantagens para aumento de renda e recuperação ambiental, a falta de informação torna-se uma das principais barreiras para a adoção do SAF. Agricultores com acesso à informação têm 2,21 vezes mais chances de adotar um SAF em comparação com agricultores sem acesso à informação. Além disso, existem vários desafios para adoção e aceitação do SAF no Brasil, incluindo políticas públicas, assistência técnica qualificada, acesso à terra, participação em cooperativas e associações, uso do SAF para recuperação de áreas degradadas, educação, comercialização do produto SAF, aplicação de metodologias participativas, acesso a crédito e subsídios. Esta revisão e metanálise destacou as lacunas existentes para a adoção do SAF e a ausência de estudos que apontassem os principais avanços com os SAFs. Pesquisas futuras sobre variáveis associadas à adoção do SAF devem, em primeiro lugar, criar um método de coleta de dados, um protocolo de pesquisa para orientar a condução da pesquisa do SAF. Isso permitirá a criação de um banco de dados para compor informações referenciais para acompanhar a evolução dos SAFs no Brasil e estabelecer políticas que estimulem sua expansão Palavras-chave: Agrofloresta. Acesso à Informação. Adoção de SAF. Agricultura Familiar. Agroecologia.
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    Sistema participativo de garantia e resiliência na Rede Borborema de Agroecologia
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-21) Silva, Ihédilla Humberta Sinésio Cândido; Costa, Bianca Aparecida Lima; http://lattes.cnpq.br/2943297009420988
    A institucionalização dos Sistemas Participativos de Garantia - SPG no Brasil oportunizou a inclusão de agricultores(as) familiares no mercado, abrindo espaços justos de comercialização e construção de coesão social. O estudo teve como objetivo analisar o dinamismo da certificação participativa, considerando os processos de resiliência para a formação e consolidação de um SPG. A pesquisa, de caráter qualitativo, ocorreu a partir da aproximação com a Rede Borborema de Agroecologia, primeiro SPG credenciado na Paraíba. Os procedimentos metodológicos adotados envolveram a realização de entrevistas semiestruturadas, observação-participante e pesquisa documental. Identificou-se que a autonomia conquistada pelos(as) agricultores(as) familiares da Rede Borborema procede de processos de resiliência, que fortalecem a promoção da reprodução socioeconômica pautada pela agroecologia. A auto-organização, aprendizagem e adaptação foram observadas desde a luta social pela terra e créditos rurais até o processo de certificação participativa. A inserção dos agricultores na certificação participativa oportunizou o aumento da pluriatividade, o fortalecimento do capital social e a integração de conhecimentos tradicionais aos conhecimentos técnicos advindos das parcerias com redes sociotécnicas. Esses fatores conferem resiliência ao sistema, ou seja, a capacidade de se recuperar diante de colapsos, sejam eles socioeconômicos, políticos ou ambientais, o que possibilitou a reorganização do SPG Rede Borborema de Agroecologia no período de pandemia da COVID-19. Com a identificação dos trajetos de resiliência a partir dessas reorganizações, esta pesquisa elucida que a resiliência da agricultura familiar na certificação participativa pode contribuir para a promoção da agroecologia. Palavras-chave: Agroecologia. Certificação Participativa. Ecologia. Resiliência.
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    Teor de iodo na água, sal e temperos consumidos por agricultores familiares da região geográfica imediata de Viçosa – MG associados às suas procedências
    (Universidade Federal de Viçosa, 2022-12-19) Mayer, Edna Miranda; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://lattes.cnpq.br/7110864626011452
    O objetivo deste estudo foi associar os teores de iodo na água, sal, temperos caseiros e industrializados consumidos pelos agricultores familiares da Região Geográfica Imediata de Viçosa com suas procedências. Trata-se de um estudo transversal desenvolvido no meio rural da Zona da Mata de Minas Gerais, tendo como público, 306 adultos. Foram coletadas e analisadas 300 amostras de sal, 314 água e 166 temperos consumidos, no período de julho de 2020 a agosto de 2021. Para determinar a concentração de iodo na água baseou-se no método espectrofotométrico “Leuco Cristal Violeta”, no sal utilizou-se o descrito no Manual do Instituto Adolfo Lutz (2008) e para o tempero um método baseado no escrito por Perring et al. (2001). Com o questionário semiestruturado obteve-se informações sobre as procedências da água, sal e tempero de consumo. A mediana de teor de iodo na água de consumo das amostras da torneira foi de 4,56 μg L -1 e nas nascentes, 7,08 μg L -1 . 94,1% das amostras de água da torneira estão com baixa concentração de iodo. A mediana da ingestão hídrica diária foi de 2000 mililitros disponibilizando 9,12 μg de iodo. A concentração de iodo na água foi diferente entre as cidades participantes. Ocorreu associação entre a concentração de iodo abaixo da mediana com água advinda de poço artesiano ou cisterna, água armazenada em caixa d’água de polietileno e amianto e limpeza da caixa d’água ≤ 6 meses. A mediana de teor de iodo das amostras de sal foi de 23,42 mg. Kg -1 . O sal refinado apresentou maior mediana de teor de iodo (24,01 mg Kg -1 ). 80,6% das amostras analisadas encontraram-se adequadas com relação a concentração de iodo e 94,3% são compostas por sal refinado. Verificou-se que 50,7% dos sais foram da marca A, 43,0% são armazenados em locais considerados quentes, 94,0% retiram o sal da embalagem original e 95,7% utilizam utensílio seco para manusear o sal. Os valores de mediana, mínimo e máximo da disponibilidade diária de sal de consumo alimentar consumido foi de 11,1 g, 1,4 g e 33,3 g, respectivamente, oferecendo 260,0 μg, 0,0 μg e 4319,6 μg de iodo, respectivamente. A concentração de iodo no sal de consumo foi diferente entre o do sal mineral com sal refinado. A distribuição de iodo no sal de consumo foi diferente entre a Marca C com a Marca A e Marca B. A média de iodo das amostras de tempero foi de 52,68 μg/100g. Identificou-se que, 37,3% dos temperos foram acondicionados em locais secos e ventilados, 65,1% são colocados em potes de plásticos e 89,8% utilizam utensílio seco para manuseá-lo. A mediana de concentração de iodo no tempero foi de 0,97 mg 100g -1 (0,0 – 2,8 mg 100g -1 ). O sal de consumo é o que mais contribuiu para a disponibilidade de iodo para a população do estudo, seguido do tempero e água. Palavras-chave: Iodo. Agricultores familiares. Adulto.
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    Qualidade de silagem e produtividade de milho grão consorciado com Lab-lab (Lablab purpureus)
    (Universidade Federal de Viçosa, 2021-07-26) Oliveira, Maria Nascimento; Galvão, João Carlos Cardoso; http://lattes.cnpq.br/6290507556452022
    Qualidade de silagem e produtividade de milho grão consorciado com Lab-lab (Lablab purpureus). Orientador: João Carlos Cardoso Galvão. Coorientadores: Paulo Roberto Cecon e Rogério de Paula Lana. O uso de leguminosa consorciado com o milho na produção orgânica, permite maior produção de biomassa e uma excelente cobertura do solo. Assim sendo, a lab-lab se apresenta como uma leguminosa com grande potencial no consórcio com o milho, pois apresenta resistência ao estresse hídrico, tornando-se alternativa de forragem para inverno. O objetivo desta pesquisa foi avaliar os diferentes tipos de arranjo do milho consorciado com o lab-lab na produção e qualidade da silagem mista, assim como seu efeito na produtividade do milho grão e na supressão de plantas espontâneas. O experimento foi instalado na área experimental da UFV em Coimbra- MG, com cinco tratamentos e 5 repetições no delineamento em blocos casualizados, compondo 25 unidades experimentais. Os arranjos avaliados foram compostos por: milho e lab-lab dia 0 na mesma linha; milho e lab-lab dia 0 na entre linha; lab-lab solteiro; milho solteiro e milho consorciado com lab-lab na entre linha, 30 dias após o plantio do milho. Avaliou- se a altura de plantas, altura da inserção da espiga, diâmetro da espiga, peso de grãos e a produtividade de grãos da cultura do milho. Além disso, foram realizada análises fitossociológica das plantas espontâneas e de similaridade no estádio V8 e R1 da cultura do milho e análise bromatológica da silagem mista de lab-lab e milho. Após análise, foram identificadas 20 espécies de plantas espontâneas, distribuídas em dez famílias botânicas, sendo mais frequentes as espécies Cyperus rotundus e Oxalis latifolia. O lab-lab não funcionou como supressora de plantas espontâneas, mas promoveu uma dinâmica nas populações, em todos os arranjos. Nas condições do experimento, recomenda-se para produtividade de grãos, o consórcio MLL30 que teve melhor desempenho produtivo, enquanto o plantio do lab-lab e milho simultâneos destinado à ensilagem para a obtenção de produtividades de forragem verde acima de 50 t ha -1 . Conclui-se, também, que o lab-lab não interferiu nas características qualitativas da silagem, sugerindo que o lab-lab pode ser usada como um aditivo a silagem de milho para complementação na dieta proteica dos ruminantes. Palavras-chave: Agroecologia. Consórcio. Leguminosa. Plantas espontâneas. Zea mays.
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    Fortalecimento da agroecologia em uma escola do campo: diálogos a partir da qualidade do solo
    (Universidade Federal de Viçosa, 2020-03-06) Teles, Sérgio Bernardes Sá; Simas, Felipe Nogueira Bello; http://lattes.cnpq.br/1962702000811010
    A Agroecologia é uma abordagem transdisciplinar, participativa e orientada para ação, que visa à implementação de sistemas agroalimentares sustentáveis e regenerativos. O desenvolvimento de pesquisas participativas, que promovam trocas de conhecimento e de experiências é uma medida prioritária para fortalecer a transição agroecológica. Abordagens participativas em pesquisas de qualidade do solo são apontadas como ferramentas úteis para a avaliação e aprimoramento de sistemas agroecológicos de produção e construção do conhecimento agroecológico. A presente pesquisa teve como objetivo analisar a contribuição de metodologias participativas para o fortalecimento da Agroecologia, na escola família agrícola Mãe Jovina, no semiárido baiano, a partir da avaliação participativa da qualidade do solo. O trabalho foi realizado em duas etapas, envolveu educadores e estudantes do ensino médio integrado ao técnico e o estudo do solo de três agroecossistemas da escola, um sistema agroflorestal (SAF), uma área de monocultivo orgânico de Palma Adensada (PA) e uma área degradada (DE). O objetivo da Etapa I foi identificar as percepções dos participantes em relação à qualidade do solo e à Agroecologia, por meio de grupos focais, rodas de conversa e métodos participativos de avaliação da qualidade do solo. Também nesta etapa, amostras de solo dos horizontes A e B foram coletadas e levadas para análise química, física e microbiológica, em laboratório. Na Etapa II, os resultados das análises foram estudados, apresentados e discutidos coletivamente pelos próprios educadores e estudantes, por meio de dinâmicas em grupos. Os participantes foram instigados a propor práticas de manejo, capazes de promover a melhoria da qualidade do solo nos agroecossistemas, e a identificar os processos do solo favorecidos ou gerados por tais intervenções. A análise FOFA (fortalezas, oportunidades, fraquezas, ameaças) foi realizada em grupos com todos os participantes no intuito de identificar elementos estratégicos para o fortalecimento da Agroecologia na EFA. No Capítulo 1, buscou-se avaliar a contribuição das metodologias participativas na construção do conhecimento em solos; no apoio à tomada de decisão no manejo de agroecossistemas; e na melhoria de processos de ensino e aprendizagem em Agroecologia. Já o Capítulo 2 teve como objetivos avaliar, por meio da integração de métodos analíticos e participativos, a qualidade do solo nos três agroecossistemas estudados (SAF, PA e DE); e comparar os resultados dos testes de laboratório com os resultados dos métodos participativos de campo. Ao final desta dissertação, são apresentadas as considerações finais do trabalho. PALAVRAS-CHAVE: Metodologias participativas. Solos. Agroecologia. Escola família agrícola. Semiárido.
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    Agricultura de montanha: qualidade dos solos em sistemas agroflorestais sintrópicos
    (Universidade Federal de Viçosa, 2020-11-04) Figueiredo, Luana de Pádua Soares e; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://lattes.cnpq.br/3113872831492712
    Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) têm se destacado como uma estratégia na produção sustentável nos agroecossistemas tropicais, em especial quando associado à agricultura de montanha, e apresentando impactos positivos na conservação dessas áreas. Estudos sobre a qualidade do solo em SAFs são comuns, mas poucos são aqueles dedicados aos SAFS sob agricultura sintrópica. Diante do exposto, este estudo objetivou promover a sistematização de uma experiência de transição agroecológica para SAFs sintrópicos em uma propriedade de agricultura familiar localizada no entorno de uma Unidade de Conservação em área montanhosa e avaliar a qualidade dos seus solos. A cultura principal da propriedade é o cafeeiro, com produção voltada para um produto de maior qualidade. Especificamente objetivou i) compreender o contexto local, o histórico do uso e ocupação de uma propriedade rural, e o processo de transição agroecológica vivenciado; ii) identificar as espécies manejadas na propriedade nos diferentes sistemas sintrópicos conduzidos e suas funções para os agricultores; iii) identificar elementos orientadores para o uso da terra em regiões montanhosas; e iv) avaliar a qualidade física e química dos solos sob diferentes tipos de uso e manejo em ambientes montanhosos. Os tratamentos avaliados foram seis áreas de diferentes usos: três cafezais conduzidos em SAFs sintrópicos, com 4 anos (BIO 1), 3 anos (BIO 2) e 2 meses (BIO 3) de implantação; vegetação nativa (MATA) da Mata Atlântica; pastagem (PAST) e uma outra área vizinha de café convencional a pleno sol (CONV). Durante as visitas e por ocasião da sistematização, foram utilizadas a observação participante e conversas informais seguidas de anotações e relatorias, bem como a linha do tempo e a caminhada transversal, essas duas últimas técnicas de pesquisas do Diagnóstico Rural Participativo (DRP). A avaliação de indicadores físicos e químicos do solo foi conduzida por métodos de laboratório e campo. Para avaliar a qualidade física foram realizadas coletas amostras de solo na camada de 0 a 10 cm de profundidade para a avaliação da densidade do solo, macroporosidade e microporosidade, porosidade total, condutividade hidráulica e estabilidade de agregados. A resistência mecânica do solo à penetração (RP) foi avaliada até 40 cm de profundidade, com umidade e temperatura do solo sendo registrada de 10 em 10 cm de profundidade. As análises químicas de rotina foram realizadas em amostras de solo coletadas de 0 a 10 cm de profundidade. O carbono orgânico total (COT) e o estoque de carbono do solo foram avaliados até a 40 cm de profundidade. Os resultados indicaram que a transição agroecológica conduzida sob manejo sintrópico apresenta potencial para promover a conservação ambiental no entorno de Unidades de Conservação, proporcionando condições adequadas para a manutenção e o bem-estar da família dos agricultores, e aumentando a diversidade de espécies manejadas. Essa biodiversidade manejada pelos agricultores foi caracterizada pela presença de 19 espécies nos SAFs, em sua maioria com a finalidade de incremento do aporte de matéria orgânica para o solo. As áreas de SAFs sintrópicos mais antigas (BIO 1 e BIO 2) apresentaram maiores teores de matéria orgânica, maior estoque de carbono, e melhores indicadores químicos de fertilidade (saturação por bases, Ca, Mg e Al). Nessas mesmas áreas verificaram-se menor densidade do solo, maior volume de macroporos, e menor resistência do solo à penetração quando comparados às áreas CONV e PAST. Os resultados indicam o potencial do manejo agroflorestal sintrópico para a conservação de ambientes de montanhas que, associado com a produção de café de qualidade, são diferenciais ambientais e econômicos favoráveis para pequenos agricultores dessas regiões. Palavras-chave: Agricultura sintrópica. Física do solo. Transição agroecológica. Agricultura regenerativa. Coffea arabica.
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    As sementes crioulas e as estratégias de conservação da agrobiodiversidade
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-06-10) Elteto, Yolanda Maulaz; Fernandes Filho, Elpídio Inácio; http://lattes.cnpq.br/9901844940132475
    A sementes crioulas são importantes, tanto para conservação da agrobiodiversidade, quanto para sobrevivência das comunidades tradicionais e dos agricultores(as) familiares que as conservam. Isso por que elas conservaram uma ampla diversidade genética e significam segurança alimentar, autonomia, tradição, legado e cultura para essas populações. A conservação dessas sementes é ameaçada quando as populações que as conservam se encontram vulneráveis as pressões exercidas pelos interesses ligados aos negócios agrícolas, as mudanças climáticas e a degradação dos agroecossistemas. As leis construídas, mesmo que por meio de reinvindicações civis, não asseguram a proteção dessas sementes por que as colocam na lógica do mercado e corrompem as dinâmicas sociais que asseguram a sua reprodução. O caso das variedades crioulas de milho é mais latente, por que elas e os guardiões que conservam as sementes delas, têm sofrido com a contaminação (fluxo gênico) por pólen das variedades comerciais transgênicas e isso, entre outros pontos negativos, promove a perda genética das variedades, estreita a base alimentar, causa a perda de conhecimentos importantes e coloca em risco a agrobiodiversidade e as populações que conservam as sementes crioulas. Do ponto de vista científico, as informações sobre a atual diversidade conservada in situ-on farm ainda são poucas perante a relevância que ela tem para a agrobiodiversidade e as populações humanas. Diante disso, essa pesquisa foi desenvolvida com os objetivos de i) analisar a agrobiodiversidade conservada por agricultores(as) familiares agroecológicos, considerados guardiões(ãs) da agrobiodiversidade da Zona da Mata mineira; ii) investigar os desafios e as estratégias de conservação desenvolvidas por eles(as); iii) caracterizar fenotipicamente a diversidade de variedades crioulas de milho para apoiar a classificação de raças de milho que existem na região; iv) analisar os seus usos, manejos e ambientes de cultivo e v) identificar fluxo gênico entre milho OGM e variedades crioulas e as estratégias de proteção e escape potenciais da região. O intuito foi contribuir com o estado da arte sobre a agrobiodiversidade conservada in situ-on farm na região e levantar informações para traçar estratégias capazes de mitigar a erosão genética que esta ocorrendo. Por meio do acompanhamento de 16 trocas de sementes, da realização de 31 entrevistas semiestruturadas, 46 visitas as propriedades dos agricultores(as) e, da participação direta de 320 agricultores(as), provenientes de 12 municípios da Zona da Mata mineira, foi possível listar 854 variedades crioulas diferentes que são intercambiadas na região da Zona da Mata mineira. Essas variedades foram classificadas em 102 famílias e 363 espécies botânicas, sendo que a frequência de aparição de cada uma variou entre uma e 22 vezes. As variedades de uso alimentar que compõem os hábitos regionais de consumo foram as mais frequentes. Isso se deve ao fato de que as famílias agricultoras consideram uma multiplicidade de usos e qualidades para a conservação in situ-on farm, dentre elas qualidades organolépticas, agronômicas, características fenotípicas, questões socioculturais, conservacionistas e relacaionas a aspectos afetivos. Os usos e as qualidades observadas pelas famílias justificam o porquê de elas continuarem a conservar as sementes crioulas. As famílias guardiãs das sementes crioulas entrevistadas acessam Políticas Públicas e participam da Rede de Agroecologia da Zona da Mata mineira e de diversas organizações sociais que auxiliam, direta ou indiretamente a construção da Agroecologia, a realização das trocas de sementes e a conservação da agrobiodiversidade local. Elas cultivam uma diversidade significativa (entre 105 a 247 variedades crioulas/propriedade) em pouco espaço, que compreende propriedades que tem entre 0,11 a 40 ha. A gestão e a responsabilidade da conservação e dos cultivos das sementes crioulas intercambiadas é de toda a família. Porém foi destacada a participação expressiva de jovens e mulheres nos Intercâmbios Agroecológicos, especialmente nas trocas de sementes, o que é um indicador de que esses momentos são estratégicos para a conservação das sementes crioulas e dos saberes vinculados a elas. Para a conservação, além das estratégias de organização dos agricultores e de intercâmbios das sementes, as famílias utilizam estratégias de seleção, tratamento e armazenamento das sementes, algumas são especificidades locais, como o “paiol do chão” e o “feijão de doido”, outras já tem uso generalizado e reconhecido, como o armazenamento em garrafa PET. Pelo levantamento e coleta de amostras (espigas de milho) de 102 variedades crioulas de milho, foi possível caracterizar fenotipicamente as variedades de milho Pipoca, Doce e Maisena que até então não haviam sido registradas no estado de Minas Gerais, além de encontrar variedades de milho que apresentam características que se aproximam das raças de milho Cateto e Cristal que tiveram a sua presença registrada em Minas Gerais na década de 1970.As 102 variedades crioulas de milho coletadas são denominadas por 48 nomes locais distintos que correlacionam com a significativa variabilidade genética que elas possuem. Das 102 variedades crioulas de milho coletadas, 88 são de milho comum/farináceo/doce/tunicado e 14 de milho pipoca. Sobre essas variedades foram identificados 46 e 67 grupos morfológicos de espigas e grãos, respectivamente e, a predominância de variedades com espigas cônicas- cilíndricas, com grãos de cor capa alaranjados, dentados, com arranjo de fileiras regular e cor do sabugo branco, para os milhos comuns. E espigas cônicas-cilíndricas, com grãos de cor branca, pontiagudos, pequenos, com arranjo de fileiras regular e cor do sabugo branco, para os milhos pipoca. Os Índices de Shannon (H’) e Equabilidade de Pielou (J’) calculados sobre a diversidade de nomes locais (3,53 e 0,91), de grupos morfológicos de espigas (2,84 e 0,74) e grãos (4,08 e 0,97), além dos calculados separadamente para cada característica fenotípica analisada, revelam que a diversidade de milhos existente na Zona da Mata é expressiva e bem distribuida. O principal desafio colocado pelos agricultores(as) em continuar conservando essa diversidade de variedades crioulas de milho é a coexistência com os cultivos transgênicos, pois esses estabelecem fluxo gênico com as variedades crioulas de milho e tiram a autonomia das famílias sobre as suas sementes. Os testes de detecção de presença de transgenes (DAS- ELISA e PCR) foram realizados em 24 variedades crioulas, com resultado positivo para duas variedades, alertando sobre a necessidade de proteger a região e os guardiões dessa agrobiodiversidade. Essa região, como tantas outras no mundo, é extremamente importante para a humanidade pela diversidade que possui. Para proteger ela e os guardiões da agrobiodiversidade que vivem nela, se faz necessário traçar estratégias para garantir que o processo de conservação in situ-on farm continue acontecendo concomitante com os processos de conservação ex situ, que pode e deve ser usado de forma complementar, para assegurar aos agricultores(as) frente aos riscos de perda das suas variedades crioulas. As famílias agricultoras prestam um importante serviço para a sociedade, que é crucial na garantia da produção de diversidade e qualidade de alimentos. Portanto garantir os seus direitos, é garantir as possibilidades de que as espécies vegetais e os usos vinculados a elas sejam mantidos e conservados, também é garantir as possibilidades para que novas espécies, variedades, conhecimentos e usos, possam ser descobertos. Além de garantir as condições para a geração de autonomia, de segurança alimentar e reprodução cultural, religiosa, social e econômica, tanto para as famílias agricultoras, quanto para toda a sociedade.
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    Avaliação agronômica e índices de eficiência de um consórcio de hortaliças da agricultura sintrópica
    (Universidade Federal de Viçosa, 2019-05-03) Oliveira, Leonardo Abud Dantas de; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://lattes.cnpq.br/0456608880368651
    O consórcio de hortaliças é uma prática agroecológica que possibilita uma agricultura mais sustentável. A avaliação do desempenho agronômico e dos índices de eficiência tornam-se importantes ferramentas para entender e avaliar os benefícios da consorciação. O objetivo do presente trabalho foi avaliar o consórcio de olerícolas utilizado na agricultura sintrópica. O experimento foi conduzido no Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Viçosa, no período de julho a novembro de 2018. O consórcio foi composto por cinco culturas: rabanete, alface, brócolos, milho- verde e tomate. Para cada cultura do consórcio foram implantados dois cultivos solteiros; um cultivo manteve, para cada cultura, o mesmo arranjo e densidade populacional do consórcio, e o outro utilizou o arranjo e a densidade populacional recomendada comercialmente para cada cultura. Foram avaliadas características agronômicas de cada cultura, nos três sistemas de cultivo, e os resultados comparados por contrastes. Para gerar os índices de eficiência do consórcio utilizou-se, como comparação, apenas o sistema de cultivo solteiro com espaçamento comercial. Foram gerados os seguintes índices de eficiência do consórcio: índice de produtividade relativa (PR), índice de uso equivalente de terra (UET), índice de equivalência relativa de área/tempo (ERAT), índice de equivalência de colheita por área (RECA), índice de relação de desempenho da cultura (RDC) e índice de perda ou ganho real de rendimento (PGRR). Todas as culturas componentes do consórcio, com exceção do rabanete, expressaram diferentes níveis de competição comparados ao cultivo solteiro com mesmo espaçamento e arranjo do consórcio. A alface teve redução em 20,82% na produtividade; brócolo 31,80%; milho-verde 14,69% e tomate redução de 44,81%. Este resultado indica que houve competição interespecífica entre as culturas componentes do consórcio. Embora, individualmente, os rendimentos das culturas tenham sido menores no consórcio, os resultados obtidos pelos índices de eficiência do consórcio foram positivos. Os índices UET, ERAT, e RECA geraram valores de 2,55, 1,42 e 1,97, respectivamente. O índice PR indicou que o brócolo teve desempenho agronômico similar ao cultivo solteiro com espaçamento comercial, devido ao efeito populacional do consórcio. Os índices RDC e PGRR indicaram que o rabanete no consórcio teve melhor desempenho agronômico quando comparado ao cultivo solteiro com espaçamento comercial e que o milho-verde teve rendimento similar ao cultivo solteiro com espaçamento comercial. Os valores dos índices avaliados indicam que o consórcio foi mais vantajoso no uso da terra, proporcionando maior rendimento agronômico, por área equivalente, quando comparado ao cultivo solteiro com espaçamento comercial.