Agroecologia
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Item Insegurança alimentar e nutricional e produção para o autoconsumo na zona rural de São Miguel do Anta, Minas Gerais(Universidade Federal de Viçosa, 2013-05-29) Dutra, Luiza Veloso; Franceschini, Sylvia do Carmo Castro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766932Z2; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723069A2; Priore, Sílvia Eloiza; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766931D6; http://lattes.cnpq.br/0310021612857978; Coelho, France Maria Gontijo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784228E8; Silva, Danielle Góes da; http://lattes.cnpq.br/7909597209943821A segurança alimentar e nutricional apresenta abordagem ampla e multifacetada, sendo que para sua completa avaliação há necessidade de métodos diferentes de classificação. A situação de insegurança alimentar na zona rural é de 35,1% no Brasil. A produção para autoconsumo pode atender a princípios da segurança alimentar e nutricional como diversidade de alimentos e manutenção de hábitos alimentares. O objetivo deste estudo foi investigar a situação de (in) segurança alimentar e nutricional por diferentes métodos; bem como a participação da produção para o autoconsumo e disponibilidade alimentar, em domicílios da zona rural de São Miguel do Anta, Minas Gerais. Foi realizado estudo transversal com 79 famílias, totalizando 272 moradores. Analisou-se fatores sociodemográficos, disponibilidade de alimentos no domicílio, durante 30 dias, e produção para autoconsumo. Os métodos utilizados para avaliação da segurança alimentar e nutricional foram o estado nutricional obtido pela antropometria, a deficiência de energia alimentar no domicílio pelo método proposto pela FAO e a percepção da insegurança alimentar pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Verificou-se que a situação de insegurança alimentar nesta população diferiu de acordo com o método utilizado, 12,7% pela Deficiência de energia alimentar no domicílio, 24,0% pela Presença de baixo peso no domicílio e 49,5% pela EBIA e observou-se baixa correlação entre os métodos. Em todos os domicílios, do total de calorias disponíveis, 22,7% provinham da produção familiar e o restante das compras, sendo a maior parte dos carboidratos comprada (91,1%), principalmente açúcar (12,2%). Visto a diferença de valores de insegurança encontrada entre os métodos, destaca-se que nenhum indicador, isoladamente, consegue abranger as múltiplas dimensões da (in) segurança alimentar e nutricional. É importante avaliar não apenas o estado nutricional, a percepção e a disponibilidade energética do alimento, mas também a qualidade, a origem, o acesso e a utilização dos alimentos para diagnosticar a situação nutricional da segurança alimentar.Item Análise agronômica e financeira de um sistema agroflorestal com cafeeiros e bananeiras em Araponga, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2013-05-31) Alves, Elaine Ponciano; Oliveira Neto, Silvio Nolasco de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723934E9; Silva, Márcio Lopes da; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784225D6; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723069A2; http://lattes.cnpq.br/6561488817034674; Freitas, Gilberto Bernardo de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723149T6; Lima, Paulo César de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783693J7Sistema Agroflorestal (SAF) entre cafeeiros e bananeiras pode ser uma alternativa para diversifcar a produção da agricultura familiar da Zona da Mata de Minas Gerais. Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o crescimento e produção dos cafeeiros e a viabilidade econômica de um sistema agroflorestal com cafeeiros e bananeiras em condições de agricultura familiar. Para crescimento e produção dos cafeeiros foram selecionadas oito parcelas. Cada parcela tinha duas fileiras de cafeeiros e uma de bananeira. As fileiras de cafeeiros estavam a 1,54 metros (fileira 1) e a 4,16 metros (fileira 2) distantes da linha de cultivo das bananeiras. Em cada fileira foram marcadas seis plantas em sequência, e as variáveis estudadas foram: umidade e fertilidade do solo; teores de nutrientes nas folhas das culturas; produtividade de café beneficiado; altura, diâmetro de copa e número de nós dos ramos plagiotrópicos dos cafeeiros. A comparação entre os dados das duas fileiras de cafeeiros foram realizados pela ANOVA (p<0,05) e avaliados por análise de regressão (p<0,05) para correlacionar o número de pseudocaules sobre as variáveis estudadas. As análises foram realizadas com auxílio do programa SAS . Não houve efeito da distância das bananeiras sobre a umidade e fertilidade do solo, teores de nutrientes nas folhas, crescimento e produção dos cafeeiros e nem relação do número de pseudocaules de bananeiras sobre as variáveis estudadas nos cafeeiros. Para a análise econômica, foram realizadas visitas ao agricultor, a cada quinze dias, entre outubro de 2011 a fevereiro de 2013. Foram registradas e quantificadas as atividades realizadas com: serviços e horas de trabalho; insumos aplicados; venda da produção e maquinários utilizados. Com estes dados elaborou-se um fluxo de caixa e receitas referentes às culturas do sistema agroflorestal. Os indicadores econômicos avaliados foram Valor Presente Liquido (VPL), Benefício (ou Custo) Período Equivalente B(C)PE, calculados para uma taxa de juros de 0,7% e Remuneração da Mão de Obra Familiar- RMOF. Realizou-se a análise de sensibilidade com variação do VPL. A maior parte dos custos do SAF concentra-se na produção dos cafeeiros com a mão de obra e insumos. A viabilidade econômica foi positiva com VPL R$ 6.375,01 para um período de 24 meses e B(C)PE R$ 289,49 ao mês. A RMOF para os dias trabalhados foi de R$ 91,65, duas vezes mais o valor pago na região. As variáveis que apresentaram maior sensibilidade no VPL foram o preço de venda do café e da banana e o custo da produção cafeeira. Considerando estes dados, conclui- se que o sistema agroflorestal com cafeeiros e bananeiras é viável economicamente para a agricultura familiar.Item Sistemas agroflorestais com café: fixação e neutralização de carbono e outros serviços ecossistêmicos(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-10) Oliveira, Ana Carolina Campanha de; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; Jacovine, Laércio Antonio Gonçalves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723889U0; Muggler, Cristine Carole; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798498U0; http://lattes.cnpq.br/5975905451452104; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8Os sistemas agroecológicos emergem como adequados à promoção da sustentabilidade e fortalecimento da agricultura familiar. Dentre as práticas agroecológicas com o potencial de promover uma matriz sustentável a partir de aspectos socioeconômicos, ambientais e éticos, destacam-se os Sistemas Agroflorestais (SAFs). Na região da Zona da Mata de Minas Gerais, os sistemas agroflorestais foram apontados como alternativa para enfrentar problemas crônicos relacionados à perda de qualidade do solo, à segurança alimentar e à diversificação da produção. Estes problemas ocorreram, principalmente, em consequência da adoção, a partir da década de 70, de políticas governamentais que incentivaram tecnologias baseadas na revolução verde . No município de Araponga, localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, SAFs com café foram implantados em processo de experimentação participativa hà quase 20 anos atrás, como alternativa para reverter o quadro de degradação observado nos agroecossistemas. Neste sentido, o presente estudo objetivou aprofundar as pesquisas relacionadas tanto ao desenho e função das espécies encontradas nos SAFs com café (Coffea arábica), quanto ao potencial de estoque de carbono destes agroecossistemas, com vistas a consolidá-los como promotores de serviços ecossistêmicos que contribuem tanto com a recuperação estrutural e funcional do bioma Mata Atlântica, quanto para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e para o fortalecimento da agricultura familiar. Para isto, estruturou-se a dissertação em quatro capítulos. O capíulo 1 tratou da introdução geral. No capítulo 2 buscou-se caracterizar os SAFs com café agroecológicos da Zona da Mata, em relação aos seus desenhos e entender de que forma estes desenhos favorecem na prestação de serviços ecossistêmicos. Esta caracterização envolveu tanto análises fitossociológicas sobre a densidade e diversidade de espécies e distribuição espacial e diamétrica das árvores, quanto análises sobre a função das espécies nos sistemas e os principais objetivos dos SAFs. No capítulo 3 avaliou-se os SAFs com café a partir da sua capacidade de estocar carbono. Neste sentido foi calculado o estoque de carbono da biomassa aérea de árvores e arbustos de sistemas agroflorestais com café a partir da utilização de diferentes metodologias visando encontrar um valor médio mais confiável para cada componente avaliado. No capítulo 4 foram apresentadas as considerações finais. Foram avaliados quatro SAFs com café no município de Araponga. Cada um destes sistemas apresentou objetivos e espécies arbóreas bem heterogêneas entre si. Dentre os principais objetivos dos SAFs destacaram-se a conservação e recuperação do solo, diversificação da produção (incluindo além da produção de café, a produção de alimentos e madeira para utilização dentro da propriedade) e a formação de quebra-vento para a lavoura. Os SAFs, em geral, apresentaram uma distribuição espacial das árvores agregada e possuem em média 180 árvores por hectare. Encontrou-se em média 20 espécies por SAF, distribuídas em 15 famílias botânicas. A diversidade florística avaliada nestes sistemas foi considerada alta, com índice de Shannon Weaver (H ) de 3,36 e Equabilidade de Pielou (J) de 0,81. A análise da estrutura diamétrica dos SAFs mostrou que 61% dos indivíduos arbóreos presentes se encontram distribuídos nas classes de diâmetro menores, que vão de 4,5 a 19,5 cm de DAP. Os principais usos das espécies arbóreas dos SAFs envolvem a utilização de madeira para lenha e contruções, produção de alimento e remédios caseiros, tanto para o homem quanto para animais e atração de fauna, com ênfase na utilização de espécies melíferas. Ao calcular o estoque de carbono nos componentes arbóreo e arbustivo dos SAFs, encontrou-se, em média 18,60 toneladas de carbono por hectare na biomassa arbórea, 6,80 toneladas de carbono por hectare na biomassa dos cafeeiros e 0,1 toneladas de carbono por hectare na biomassa das bananeiras, totalizando um estoque de carbono calculado para a biomassa acima do solo de 25,55 toneladas de carbono por hectare. Pode-se concluir que os SAFs além de oferecer uma produção diversificada fornecem inúmeros outros serviços ecossistêmicos contemplando tanto serviços de provisão, como serviços de suporte, de regulação e culturais. Além disso, constatou-se que SAFs com café apresentam diversidade de espécies comparável à áreas de florestas naturais. Quanto ao carbono, a incorporação de árvores ou arbustos em SAFs podem apresentar um estoque similar às áreas com vegetação natural e, aumentam, consideravelmente, o estoque de carbono em comparação com o café solteiro ou pastagens, contribuindo, assim, para a minimização da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera.Item Potencialidades e desafios no manejo do rebanho leiteiro em assentamento rural(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-26) Romualdo, Paula Lima; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Lana, Rogério de Paula; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782867Y6; http://lattes.cnpq.br/4007772389788077; Mâncio, Antonio Bento; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4782731E7Dentre as formas de manejo do solo no Brasil, as pastagens constituem um componente essencial das paisagens e estima-se que 50 a 70% destas estejam em avançado grau de degradação. A degradação das pastagens é considerada um dos maiores entraves à pecuária nacional, devido ao fato do pasto corresponder à base da alimentação animal. Na região da Zona da Mata mineira há o predomínio da pecuária extensiva, manejada em especial pela agricultura familiar. Além da degradação dos pastos, a atividade enfrenta a sazonalidade de produção das pastagens, quando há excesso de produção na estação chuvosa e escassez durante a estação seca. A região apresenta relevo acidentado, onde a degradação de pastagens nestas áreas é mais intensa e está diretamente associada aos processos erosivos, responsáveis por desencadear inúmeros impactos ambientais. A produção leiteira apresenta-se como uma das principais atividades desenvolvidas pelas propriedades familiares no Brasil e caracteriza-se como atividade pilar para a organização produtiva e econômica do assentamento Olga Benário, localizado em Visconde do Rio Branco, Zona da Mata mineira. No que se refere à questão da alimentação do rebanho, há uma carência de informações científicas e práticas sobre técnicas e tecnologias de manejo de pastagens, disponíveis às famílias assentadas em áreas de Reforma Agrária no estado, que possibilite a produção leiteira com sustentabilidade econômica e ambiental. Nesse sentido, o trabalho foi dividido em dois capítulos. No primeiro, objetivou-se identificar e analisar as estratégias desenvolvidas pelos assentados em relação à convivência com as possibilidades e limitações dos recursos naturais disponíveis no assentamento. Especificamente buscou-se: i) Investigar o planejamento e as alternativas adotadas para a produção de alimentos a serem disponibilizados ao rebanho leiteiro no período da seca; ii) investigar como a água é fornecida ao rebanho leiteiro em áreas de pastagem e iii) investigar o manejo das áreas de encostas utilizadas como pastagens. Por meio da utilização de metodologias participativas, foi possível constatar que famílias com capacidade de planejamento da atividade, ou seja, aquelas que procuram se adequar, com antecedência, a disponibilidade de alimentos a serem ofertados ao rebanho durante a seca, através do plantio de cana e capineiras, conseguem manter a produção de leite durante todo o ano. Além disso, buscam pela diversificação da produção, por meio do cultivo de hortaliças e demais gêneros alimentícios, fornecendo uma renda complementar ao leite e garantindo sua segurança alimentar. As pastagens, em geral, são manejadas de forma contínua nos lotes o que dificulta estabelecer um período de descanso ao capim, ocasionando sua degradação. O piqueteamento é uma opção adotada por uma pequena parcela de assentados, no entanto é de interesse dos demais, tornando-se uma alternativa viável e capaz de reverter o quadro de degradação de pastagens instaurado na região. Outro fator que favorece esta degradação vem da ausência de fornecimento de água aos animais no local do pastejo. Isto torna necessário ao rebanho se deslocar constantemente ao longo das pastagens, boa parte localizada em áreas de encostas; até as fontes disponíveis de água, concentradas em fontes naturais; gerando a compactação do solo e assoreamento dos cursos d'água. Já no segundo capítulo, objetivou-se descrever o processo de implantação de uma unidade experimental de Pastoreio Racional Voisin (PRV) em um lote de uma família do assentamento Olga Benário. Esta unidade experimental teve como propósito, buscar através da pesquisa-ação, desenvolver conhecimentos científicos e técnicos que estabelecessem tecnologias de manejo de pastagem, para o rebanho leiteiro, apropriadas à realidade da agricultura familiar da Zona da Mata mineira. A partir dos desafios que surgiram ao decorrer do processo, foi possível constatar que o clima e o relevo da região se apresentaram como entraves a tecnologia e desta forma buscou-se especificamente apontar alternativas ao sistema de PRV, como forma de agregar outras formas de manejo alimentar do rebanho leiteiro a tecnologia. Além disso, existe a necessidade de criar mais parcerias entre instituições de ensino, centros de pesquisas e ONGs, objetivando o aprofundamento na discussão de tecnologias que seguem os princípios agroecológicos; procurando fortalecer a agricultura familiar e o desenvolvimento dos assentamentos no país. Desta maneira, almeja-se suprir a demanda dos agricultores familiares por tecnologias mais acessíveis e sustentáveis, procurando-se desvencilhar dos pacotes tecnológicos e assumir o trabalho da utilização de tecnologias heterogêneas, sendo estas adequadas a realidade local das comunidades e agroecossistemas que serão manejados, na busca pela otimização de recursos endógenos e pela autonomia produtiva destas famílias.Item Levantamento e investigação do valor nutricional de hortaliças não convencionais na zona rural de Viçosa, MG(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-31) Barreira, Tibério Fontenele; Sant’Ana, Helena Maria Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/9063088916663597Estudos etnobotânicos são ferramentas importantes para somar conhecimento sobre a flora local e seus diversos usos, contribuindo com a valorização dos recursos locais e informações para o desenho de sistemas agroalimentares de base agroecológica. O valor nutricional de muitos alimentos regionais ainda é desconhecido, podendo estes representar alternativa promissora, contribuindo significativamente na melhoria da alimentação e no aporte nutricional, especialmente dos agricultores e de suas famílias. O presente estudo teve como objetivo realizar um levantamento etnobotânico de hortaliças folhosas não convencionais na zona rural do município de Viçosa, Minas Gerais, MG e investigar o valor nutricional das espécies mais citadas. O estudo 1 foi realizado no período de outubro a dezembro de 2012 por meio de entrevistas semi- estruturadas e observação participante, totalizando 9 comunidades rurais. O número amostral (n=20) foi definido em campo por amostragem não- probabilística. As espécies foram coletadas junto aos informantes e, posteriormente, foi realizada a identificação botânica. Ao todo participaram da pesquisa 20 informantes (12 homens e 8 mulheres), com idade média de 73 anos, sendo a maioria (75%) composta por idosos acima de 65 anos. Oitenta por cento dos informantes residem nas localidades rurais há mais de 30 anos. Ao todo foram identificadas 37 hortaliças não convencionais, pertencentes a 20 famílias botânicas, sendo a família Asteraceae a mais representativa. 54,05% das espécies citadas foram classificadas como coletadas e, 45,95% como cultivadas. Obteve-se índice de diversidade Shannon-Wiener de 1,39 (Base 10) e 3,21 (Base e) e de equidade de Pielou de 0,89, indicando que o conhecimento está uniformemente distribuído na comunidade. No estudo 2 investigou-se o valor nutricional das espécies com maior frequência relativa de citação (acima de 40%): capiçova (Erechtites valerianaefolia (Wolf) DC.), mostarda silvestre (Sinapis arvensis L.), ora-pró-nóbis (Pereskia aculeata Mill.), serralha do mato (Sonchus oleraceus L.), serralha espinhenta (Sonchus asper (L.) Hill) e serralha lisa (Sonchus arvensis L.). Os teores de umidade e cinzas foram determinados em estufa e mufla, respectivamente. As proteínas foram analisadas pelo método micro-Kjeldhal, a fibra alimentar total pelo método gravimétrico não enzimático e os lipídios em extrator Soxhlet. Foram analisados os teores de Ca, Mg, Cu, Mn, Fe, Zn, Cr, Na, Se, K, e Mo por espectrometria de emissão atômica em plasma indutivamente acoplado (ICP-AES). Vitamina C e carotenoides foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), com detecção por arranjos de diodos e a vitamina E por CLAE, com detecção por fluorescência. O teor de fibra alimentar total variou entre 2,82 g 100g -1 (ora-pró-nóbis) e 4,38 g 100g -1 (serralha espinhenta). O valor energético total variou de 16,29 a 33,49 kcal 100g -1 (serralha lisa e ora-pró-nóbis, respectivamente). As hortaliças analisadas foram consideradas fonte (mostarda silvestre e ora-pró-nóbis), boa fonte (capiçova, serralha do mato e serralha espinhenta) e excelente fonte (serralha lisa) de fibras. As três variedades de serralha foram consideradas fontes de proteínas. O maior teor de carotenoides foi encontrado na serralha espinhenta (5,58 mg 100g -1 ). O teor de vitamina E foi maior na ora-pró-nóbis (438,58 µg 100g -1 ). A ora-pró-nóbis apresentou os maiores teores de Ca, Mg, Mn, Se e K (427,08; 88,84; 3,46; 0,13 e 689,41 mg 100g -1 , respectivamente). As hortaliças avaliadas foram consideradas fontes importantes de minerais, com destaque para Fe e Se, sendo que todas as hortaliças analisadas foram avaliadas como excelentes fontes. A serralha lisa e a espinhenta foram consideradas excelentes fontes de Cr e a capiçova de Mo. Ora-pró-nóbis e as três variedades de serralha foram consideradas fontes de Mg. A mostarda silvestre e as três variedades de serralha foram consideradas boas fontes de Ca, enquanto que a ora-pró-nóbis foi avaliada como excelente fonte deste mineral. Verificou-se neste estudo que a população rural do município de Viçosa ainda preserva bom conhecimento sobre hortaliças folhosas não convencionais. Devido ao seu valor nutricional, a ingestão dessas hortaliças pode contribuir na melhoria da alimentação dos agricultores e de suas famílias. Além disso, o valor nutricional destas hortaliças deve ser amplamente divulgado e seu consumo estimulado.Item Agrobiodiversidade e quintais agroflorestais como estratégias de autonomia em assentamento rural(Universidade Federal de Viçosa, 2013-07-31) Tonini, Renato de Traglia; Jucksch, Ivo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723123H4; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728400J8; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/3835492560385700; Oliveira, Teógenes Senna de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788532T0; Coelho, Edgar Pereira; http://lattes.cnpq.br/2412983438933780; Teixeira, Reinaldo Duque Brasil Landulfo; http://lattes.cnpq.br/3921911954661634A agrobiodiversidade mantém o funcionamento de processos ecológicos nos ambientes, além disso, fornece recursos para o autoconsumo, necessidades energéticas e geração de renda para as populações humanas. Na história da humanidade, a preferência por uma matriz agrícola pouco diversa caracteriza o modelo de agricultura convencional praticado atualmente. Este modelo visa o controle do capital monetário sobre os meios de produção agrícola e representa séria ameaça à autonomia de trabalhadores rurais e à biodiversidade. Os saberes e as técnicas utilizados pela agricultura convencional preconizam a simplificação dos agroecossistemas, principalmente pelo uso de monoculturas e maior dependência de insumos externos. Como resultado, deixam um rastro de degradação ambiental e social nas zonas rurais. Dentre elas a concentração de terras e o êxodo rural. Nas últimas décadas, como forma de reverter esta situação, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra conseguiu a partir da luta social estabelecer vários assentamentos de reforma agrária, dentre eles o assentamento Olga Benário, situado no município de Visconde do Rio Branco (MG). Neste, mesmo depois de acessarem a própria terra, os agricultores assentados ainda passam dificuldades, dentre outras razões, devido às condições de degradação ambiental prévias da área e à falta de infraestrutura. Diante deste cenário, o presente trabalho procurou compreender as demandas de produção e conservação locais, e através da perspectiva científica, contribuir com o desenvolvimento local fortalecendo a troca de saberes no assentamento. O objetivo principal foi reconhecer e valorizar o conhecimento local e as práticas produtivas que contribuem para a conservação da agrobiodiversidade no assentamento. Foram utilizadas metodologias participativas junto aos agricultores buscando contribuir na construção do conhecimento agroecológico local. No primeiro momento, foi realizado um levantamento sobre os marcos legais e projetos acadêmicos realizados no assentamento. Os projetos buscaram potencializar a produção através de alternativas sustentáveis, sendo importante a continuidade e a adequação destes à realidade local. No segundo momento, 26 famílias do assentamento foram visitadas com o objetivo de conhecê-las. Foi realizado também um levantamento etnobotânico em seis quintais do assentamento. Através das visitas, foi possível perceber, por um lado, que os agricultores reconhecem a agrobiodiversidade animal por realizar funções ecológicas e aumentar a qualidade ambiental. Por outro lado, em muitos casos animais foram citados como antagonistas à produção agrícola ou como ameaça à vida humana. Com relação à agrobiodiversidade vegetal, as plantas cultivadas foram, na maioria dos casos, reconhecidas pela produção de alimentos e pelas múltiplas utilidades para as famílias. Plantas silvestres foram representadas, principalmente, por árvores espontâneas que fornecem alimentos e outros recursos aos agricultores. Algumas práticas agrícolas registradas fomentam principalmente a diversidade de espécies alimentares, como o plantio de árvores e roçadas seletivas. Apesar disso, a aração, queimadas e uso de alguns venenos contribuem para a diminuição da diversidade local. Por fim, nos seis quintais estudados encontrou-se elevada agrobiodiversidade, com 155 espécies em 65 famílias botânicas. Além do terreiro, foram identificadas 12 subunidades com funções diferentes nos quintais. As práticas que conciliaram os plantios com criações mostraram-se alternativas de diversificação e sustento das famílias. De maneira geral, foi possível perceber que a posse da terra significa autonomia para o agricultor. As práticas que favorecem a diversificação da produção e a agrobiodiversidade fortalecem a união do grupo familiar, agregam maior segurança alimentar e estabilidade financeira aos agricultores.Item Frutas alimentícias não convencionais da zona rural de Viçosa, Minas Gerais: levantamento etnobotânico e valor nutricional(Universidade Federal de Viçosa, 2013-12-18) Paula Filho, Galdino Xavier de; Sant'Ana, Helena Maria Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/6248205173437879Estudos etnobotânicos e nutricionais são necessários para o resgate e registro do potencial disponível na flora nativa, que podem ser utilizados como recursos alimentícios e medicinais, e contribuir com a segurança e soberania alimentar da população. Objetivou-se realizar levantamento etnobotânico (estudo 1) e investigar o valor nutricional de frutas não convencionais (estudo 2) na zona rural do município de Viçosa, Minas Gerais. O estudo 1 foi realizado de outubro a dezembro de 2012, visitando in loco as comunidades, por meio de entrevistas semi-estruturadas, totalizando nove comunidades rurais caracterizadas predominantemente por vegetação de fragmentos florestais e de pastagem. Trabalhou-se com um universo de 20 entrevistados compostos por 75% de pessoas acima de 65 anos, sendo que 80% residiam na localidade há mais de 30 anos. As espécies de frutas alimentícias não convencionais foram coletadas junto aos informantes e, posteriormente, fez-se a identificação botânica, encontrando-se 23 frutas não convencionais pertencentes a 11 famílias botânicas, sendo a família Myrtaceae a mais representativa (sete espécies). A maioria das espécies citadas (87%; n=20) ocorre de forma espontânea e 13%; (n=3) era cultivada em pomares. As espécies com maior frequência relativa de citação foram jabuticaba de rama (Diclidanthera elliptica Miers.), maracujá mirim (Passiflora vitifolia L.) e maracujá do mato (Passiflora amethystina J. C. Mikan). Os índices de diversidade encontrados (Shannon-Wiener = 1,38 e equidade de Pielou = 0,84) indicam que há riqueza dessas espécies nas localidades pesquisadas e que o conhecimento está uniformemente distribuído entre os informantes. No estudo 2 investigou-se o valor nutricional das espécies: ananás do mato (Ananas bracteatus (Lindl.), var. albus); coco licuri (Syagrus coronata (Mart.) Becc.) (polpa e amêndoa), melão croá (Sicana sphaerica Vell.) e maracujina (Sicana odorifera Naud.). Determinou-se as características físicas (massa, diâmetro, comprimento e rendimento), a composição química e centesimal, a ocorrência e a concentração de carotenoides ( - - -criptoxantina e licopeno), vitamina C (ácido ascórbico e ácido desidroascórbico), vitamina E ( óis e tocotrienóis) e minerais (P, K, Ca, Mg, Cu, Mn, Fe, Zn, Cr, Na, Se, e Mo). Acidez titulável foi realizada por volumetria de neutralização. O potencial hidrogeniônico foi determinado por medida direta de pH. Vitamina C e carotenoides foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE), com detector de arranjo de diodos e vitamina E por CLAE, com detecção por fluorescência. Os minerais foram analisados por espectrometria de emissão atômica em plasma indutivamente acoplado (ICP-AES). O rendimento da polpa das frutas variou entre 39,6 e 66,2% para a amêndoa do coco licuri e o melão croá, respectivamente. Os sólidos solúveis nas frutas variaram de 4 oBrix (maracujina) a 16 oBrix (ananás do mato). A umidade variou entre 30 e 83 g 100g-1, para coco licuri (amêndoa) e melão croá, respectivamente. O coco licuri (polpa) apresentou a maior concentração de fibra alimentar (6,1 g 100g-1). A concentração de lipídios variou de 0,72 g 100g-1 no melão croá a 44,2 g 100g-1 no coco licuri (amêndoa). A densidade calórica variou de 62,5 kcal 100g-1 no melão croá, a 486,8 kcal 100g-1 no coco licuri (amêndoa). As maiores concentrações de carotenoides foram observadas no coco licuri (polpa) (9,2 mg 100g-1) (p<0,05), o qual mostrou-se excelente fonte de vitamina A. O ananás do mato mostrou-se boa fonte de vitamina C, sendo observada concentração de 18,7 g 100g-1. A maior concentração de vitamina E foi encontrada na amêndoa de coco licuri (1.302 μg 100g-1). O ananás do mato foi considerado fonte de Zn e excelente fonte de Cu, Fe, Mn e Mo. A polpa do coco licuri foi considerada fonte de Zn e excelente fonte de Cu, Fe, Mn, Cr e Mo. A amêndoa do coco licuri foi considerada fonte de Fe, boa fonte de Cu e excelente fonte de Mn e Mo. A maracujina foi considerada fonte de Zn e excelente fonte de Cu, Fe e Mo. O melão croá foi considerado boa fonte de Zn e excelente fonte de Cu, Fe e Mo. Verificou-se que na zona rural de Viçosa ainda encontram-se diferentes espécies de frutas alimentícias não convencionais, cujo conhecimento sobre as mesmas concentra-se nos idosos e que a transmissão destes às gerações mais novas ocorre com dificuldade, tornando-se uma ameaça à preservação destes conhecimentos. As frutas investigadas são fontes de nutrientes, especialmente vitaminas e minerais, o que as torna importantes pela sua contribuição para a soberania e segurança alimentar e nutricional das famílias que as consomem, especialmente aquelas dos agricultores.Item Caracterização do Sistema de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) no Território do Caparaó, ES, entre os anos de 2006 e 2012(Universidade Federal de Viçosa, 2014-01-28) Alvarez, Célio Ricardo da Silva; Priore, Sílvia Eloiza; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4766931D6; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723069A2; Sant anna, Luciana Ferreira da Rocha; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4790445J0; http://lattes.cnpq.br/6432466115429216; Oliveira, Marcelo Leles Romarco de; http://lattes.cnpq.br/9640368530350343; Ferrari, Jéferson Luiz; http://lattes.cnpq.br/5213847780149836; Gobbo, Sãmia D'angelo Alcuri; http://lattes.cnpq.br/7349631298641894Este trabalho teve como objetivo propor um instrumento capaz de caracterizar a implantação do sistema de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS) no Território do Caparaó, ES, seguindo as diretrizes preconizadas pelo programa PAIS, que possibilite a descrição das unidades nas dimensões social, econômica e ambiental, bem como a caracterização dos contemplados, no período de 2006 a 2012. Neste sentido, realizou-se um censo abrangendo 33 unidades do sistema PAIS implantadas no período de 01/08/2006 a 30/06/2012 nos municípios de Divino de São Lourenço, Dores do Rio Preto, Guaçuí, Ibitirama, Irupi e Iúna. Foi utilizado para a coleta de dados um questionário misto, estruturado de maneira a conhecer as características socioeconômicas, nutricionais e ambientais dos beneficiários do programa em função de sua implantação. No tratamento dos dados utilizou-se a planilha eletrônica de cálculos Calc, de código aberto e multiplataforma, do pacote BrOffice. Esses dados foram analisados de maneira descritiva, utilizando-se frequências absolutas e relativas. Todas as unidades PAIS estudadas foram mapeadas e tiveram suas coordenadas geográficas conhecidas por meio do uso de um receptor de NAVSTAR GPS (Navigation System by Time and Ranging Global Positioning System), modelo GPSmap 60CSx da Garmin e mapeadas com o auxílio do aplicativo computacional Spring, versão 5.2. Verificou-se na caracterização dos contemplados com o sistema PAIS que: 90,9 % dos beneficiários entraram no programa pela indicação da entidade gestora do programa no município; 93,9 % possuíam idade entre 20 a 59 anos; 72,7 % cursaram até o ensino fundamental; 51,5 % eram assentados; 72,7 % das famílias do estudo possuíam menos que cinco indivíduos; 78,8 % não recebiam assistência técnica e que 93,9 % dos agricultores entrevistados realizaram algum tipo de modificação ou adaptação na proposta do PAIS originalmente apresentada a eles pela entidade gestora. Na dimensão social, 90,9 % dos beneficiários disseram que melhorou a alimentação da família após a implantação do sistema e 69,7 % vendiam a produção excedente. A avaliação do estado nutricional dos beneficiários revelou que 52 % eram eutróficos, 46 % apresentavam excesso de peso e 2 % estavam no estado de magreza. Na dimensão econômica, 51,5 % das unidades PAIS possuíam entre 4 e 6 canteiros; 84,8 % dos beneficiários disseram que cultivavam o sistema PAIS durante o ano todo; 57,6 % disseram que tiveram alguma dificuldade em cultivar e manejar o sistema PAIS; 52,2 % vendiam seus produtos de 2 a 3 vezes por semana e 47,8 % obtinham renda mensal de até 1 salário mínimo. Na dimensão ambiental, 45,5 % utilizavam a compostagem; 57,6 % afirmaram que foi realizada a análise de fertilidade do solo antes da implantação do sistema PAIS; 72,7 % das respostas indicaram a existência de algum tipo de praga/doença no sistema e 97 % utilizavam caldas naturais e técnicas alternativas no combate a estas pragas/doenças. O instrumento elaborado permitiu analisar de maneira satisfatória a implantação do sistema PAIS no Território do Caparaó, ES, contemplando todas as dimensões propostas por sua teoria. Porém, fazem-se necessárias algumas mudanças no sentido de avaliar sua reprodutibilidade e validade para outras localidades em que o PAIS tenha sido implantado, por meio de indicadores específicos que meçam sua eficácia, partindo das variáveis apontadas neste estudo como fundamentais no processo de avaliação.Item Estratégias de manejo e experimentação participativa em quintais do assentamento Olga Benário, Visconde do Rio Branco-MG(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-17) Oliveira, Rodrigo Fernandes de; Muggler, Cristine Carole; http://lattes.cnpq.br/3968122429656371Os assentamentos rurais no Brasil são ações localizadas da reforma agrária para diminuir a desigualdade no campo, instituindo novas formas de organização do território. Essas áreas têm por objetivo reverter a situação histórica do país, no que se refere à concentração de terras, renda, e êxodo rural. Além de distribuir terras, a reforma agrária deve viabilizar a reprodução social das famílias assentadas com dignidade, soberania e segurança alimentar. Entretanto, esse processo apresenta vários desafios, no que diz respeito ao desenvolvimento da agricultura dentro dos assentamentos. Um deles se refere à constituição dessas áreas, já que as famílias assentadas têm origens diferentes, com a possibilidade de haver pouca experiência com a produção agrícola. Outra dificuldade importante de ser analisada é a situação ambiental dos assentamentos. Em sua maioria, eles são criados em locais com solos degradados e recursos hídricos escassos, como consequência do manejo intensivo nas antigas fazendas. Com o assentamento Olga Benário, localizado no município de Visconde do Rio Branco-MG, Zona da Mata Mineira, foi similar. Nesse, 30 famílias de origens diferentes residem em uma área que serviu por mais de um século à produção de cana-de-açucar em monocultura, o que provou a degradação de parte dos agroecossistemas locais. Apesar de possuírem a terra, esses agricultores assentados ainda passam por dificuldades, inclusive no que se refere às condições de degradação ambiental prévias da área e à falta de infra-estrutura produtiva. Diante deste cenário, este trabalho teve por objetivo identificar as potencialidades e as limitações das famílias assentadas no manejo de seus quintais. Para isto, utilizou-se da Pesquisa Participante e da Pesquisa-Ação junto aos agricultores, buscando compreender seus conhecimentos e investigar problemas práticos apresentados por eles. No primeiro momento, visitou-se 6 famílias do assentamento, para um levantamento das estratégias adotadas em seus quintais. No segundo momento, foram visitadas 2 famílias assentadas, que fizeram uma apresentação prévia de três problemas fitossanitários. Estes foram investigados através da experimentação participativa, com experimentos montados, monitorados, e avaliados nos quintais. Através das visitas, foi possível registrar 12 estratégias de manejo nos seis quintais. Dentre esses procedimentos, quatro são realizados especialmente no período seco, como forma de superar o déficit hídrico nos quintais. Foi possível perceber que as estratégias potencializam o uso dos recursos naturais disponíveis no assentamento, o que diminui a dependência dos agricultores em insumos e tecnologias externas. Isto promove a autonomia produtiva dessas famílias. Com a realização dos três experimentos, foi possível selecionar as ações de melhor eficácia. A investigação-ação contribuiu para orientar a equipe de pesquisa na resolução de problemas locais, e possibilitou o aperfeiçoamento da prática já realizada pelos agricultores em seus quintais.Item Produção de milho-verde e grãos consorciados com leguminosas em sistemas de plantio direto orgânico(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-21) Alves, Estenio Moreira; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723069A2; Fontanetti, Anastácia; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4702164D0; Galvão, João Carlos Cardoso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784805H4; http://lattes.cnpq.br/8841426131390776; Freitas, Gilberto Bernardo de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723149T6; Barrella, Tatiana Pires; http://lattes.cnpq.br/9138274506570489; Lima, Rodrigo Oliveira de; http://lattes.cnpq.br/2761299616351806A busca por meios de produção mais sustentáveis é uma necessidade da agricultura. Os sistemas de plantio direto orgânico de milho atende diversos princípios conservacionistas do solo. Proporciona produções isentas de contaminantes, e é responsável por tornar a atividade agrícola menos dependente de insumos externos. Dentre os produtos, o grão e milho-verde são fundamentais para as cadeias produtivas de monogástricos e da alimentação humana contemplando ampla diversidade de pratos típicos da culinária brasileira. Buscando inovações que resulte em alternativas viáveis a produção. O presente trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos do residual de adubações em diferentes níveis de composto orgânico e dos consórcios de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis) e guandus (Cajanus cajan) com milho sobre os componentes da produção e produtividade de grãos e milho-verde em sistema de plantio direto orgânico (SPDO). O experimento foi conduzido em DBC com 6 tratamentos e 4 repetições. Os tratamentos foram: T1 Monocultivo de milho sem adubação (Residual da adubação com composto orgânico das 27 safras anteriores); T2 Monocultivo de milho, adubado com 20 m3 ha-1 de composto orgânico; T3 Monocultivo de milho, adubado com 40 m3 ha-1 de composto orgânico; T4 Consórcio de milho com feijão-de-porco, adubado com 40 m3 ha-1 de composto orgânico; T5 Consórcio de milho com guandu anão, adubado com 40 m3 ha-1 de composto orgânico e T6 Consórcio de milho com guandu arbustivo, adubado com 40 m3 ha-1 de composto orgânico. Realizou-se ANAVA aplicando-se o teste F (p<0,05) e submetido ao teste t (p<0,05) para comparação de duas médias. A distribuição do composto orgânico foi feita sobre o sulco de semeadura conforme determinado nos tratamentos imediatamente após a semeadura. Foi cultivado em SPDO, com manejo de plantas espontâneas através de roçadas. As leguminosas foram semeadas na linha do milho no mesmo dia. Na avaliação dos componentes da produção de milho-verde, não houve diferenças significativas nas variáveis avaliadas, exceto para o índice de prolificidade. Sabe-se que a segunda espiga pode comprometer a massa, diâmetro e comprimento das espigas de milho- verde, comprometendo a aceitação pelo mercado consumidor. Todavia, embora o índice de prolificidade tenha efeito significativo aos tratamentos não foi capaz de comprometer as espigas produzidas nos tratamentos. Os resultados referentes a produção de grãos revelam que a produtividade e a exportação de macronutrientes não apresentam diferenças significativas. Já a prolificidade, os teores de proteína bruta dos grãos/nitrogênio e massa de mil grãos diferiram significativamente, destacando os tratamentos consorciados com guandus. O efeito residual da adubação com composto orgânico nos sistemas fertilizados por 27 safras consecutivas mantém a produtividade de milho-verde e grãos, reduzindo a dependência por adubações orgânicas por duas safras. Conclui-se, que o SPDO não dependente de adubações anuais com composto orgânico; os consórcios não prejudicam os atributos morfológicos de espigas de milho-verde e os componentes da produção de grãos. Ressalta-se, que os consórcios com guandus proporcionam melhora na qualidade dos grãos de milho. Portanto, a consorciação beneficia o cultivo de milho em sistema de plantio direto orgânico, principalmente quando consorciado com guandus.Item Comunidade de fungos micorrízicos arbusculares em diferentes sistemas de manejo do cafeeiro(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-26) Prates Júnior, Paulo; Mendonça, Eduardo de Sá; http://lattes.cnpq.br/6908923186618591A agroecologia busca reduzir o impacto dos sistemas de cultivo, a dependência da agricultura ao setor financeiro, bem como aumentar os serviços ecossistêmicos, ao melhorar o manejo de nutrientes e favorecer o uso do potencial biológico nos campos de cultivo. Os fungos micorrízicos arbusculares (FMA) formam simbiose mutualística com as raízes e desempenham um importante papel na sanidade e eficiência de absorção de nutrientes pelas plantas, além de melhorar a qualidade dos solos. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos das práticas de manejo e da variação temporal sobre a comunidade de FMA em sistema de manejo agroecológico e convencional de cafeeiro e fragmentos de mata, na zona rural de Araponga, Minas Gerais, Brasil. Amostras de solo e sistema radicular foram coletadas em três localidades distintas em três diferentes períodos do ciclo anual do cafeeiro (floração, granação e colheita), na camada de 0-20 cm. Os sistemas radiculares foram diafanizados, corados e avaliados quanto à percentagem de colonização micorrízica. Os esporos foram extraídos pela técnica de peneiramento úmido e quantificados, bem como avaliados em nível molecular pela técnica de PCR-DGGE. Os resultados observados indicaram diferenças em nível de percentagem de colonização entre os fragmentos de mata (36,33%) quando comparados aos sistemas agroecológico (25,47%) e convencional (25,04%), existindo variação temporal relacionada ao estágio fenológico do cafeeiro. Os fragmentos de mata apresentaram percentagem de colonização micorrízica com pouca variação ao longo do tempo, possivelmente, devido a maior disponibilidade de hospedeiros em estágios fenológicos distintos. Por outro lado, não houve diferença para a abundância de esporos entre os sistemas agroecológico (544,33), convencional (575,04) e fragmentos de mata (468,59), existindo variação temporal relacionada ao término do período chuvoso. Os sistemas de manejo e o período fenológico da planta afetam a diversidade e distribuição de FMA. Os sistemas agroecológicos do cafeeiro, baseados em Sistemas Agroflorestais e a adubação verde, favorecem a comunidade de FMA no solo. As análises de componentes principais explicaram aproximadamente 45% da variabilidade dos dados de DGGE e revelaram que a influência dos sistemas de cultivo sobre a comunidade de FMA pode estar relacionado à adição de fertilizantes minerais e calagem. Os estudos destes organismos em função de variáveis microclimáticas, propriedades físico-químicas do solo, tipos e doses de agroquímicos devem ser investigados.Item Adubação verde: uso por agricultores agroecológicos e o efeito residual no solo(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-27) Souza, Bianca de Jesus; Fernandes, Raphael Bragança Alves; http://lattes.cnpq.br/0807560102631410A adubação verde é uma prática capaz de trazer diversos benefícios ao sistema produtivo. Um desses benefícios é a possibilidade de haver incorporação de nitrogênio atmosférico no solo pela utilização de leguminosas ou outras espécies fixadoras. Muitos agricultores reconhecem este potencial, mas alguns fatores podem limitar a adoção desta prática, o que merece ser mais bem avaliado. Pouco se sabe também sobre a dinâmica do N, no solo adicionado via adubação verde. Neste sentido, este trabalho foi realizado com os objetivos de identificar critérios de escolha e formas de uso e manejo de adubos verdes por agricultores agroecológicos da região sudeste de Minas Gerais, bem como avaliar o solo sob manejo de adubação verde com leguminosas, em diferentes épocas e diferentes profundidades. Entrevistas foram realizadas e os dados analisados por estatística descritiva, para identificação dos motivos que levam os agricultores à adoção e manutenção desta prática, além do manejo empregado. Paralelamente foram feitas análises de quatro profundidades (0-5; 5-10; 10-20; 20-40 cm) do solo de um experimento conduzido em vasos, onde anteriormente havia plantas de café Oeiras, adubadas com adubo mineral e diferentes doses de adubo verde. O delineamento adotado foi o de blocos casualizados com cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos constaram de: 30% de adubação mineral + 146 g de adubo verde com adição de 15 N no ano de 2009; 30% de adubação mineral + 146 g de adubo verde com adição de 15 N no ano de 2010; 30% de adubação mineral + 584 g de adubo verde com adição de 15 N no ano de 2009 e; 30% de adubação mineral + 584 g de adubo verde com adição de 15 N no ano de 2010 e uma testemunha (30% de adubação mineral;). As análises VI estatísticas foram realizadas aplicando Contraste Ortogonal com auxílio do programa Sisvar®. Após a análise dos dados, observa-se a importância das entidades de pesquisa e extensão em trabalho conjunto com os agricultores, que foram as principais responsáveis pelo início do uso da adubação verde para a região,e o principal fator limitante à adoção e manutenção desta prática é a alta demanda de mão de obra. Observou-se também que o incremento do solo com adubos verdes favoreceu um aumento no teor de carbono orgânico total e nitrogênio total em todas as profundidades avaliadas. Em relação ao comportamento do 15 N, observou-se que embora a aplicação de maior dose resulte em teores mais elevados de N derivado do adubo verde no solo, essa elevação é menor do que a esperada em função da dose, sugerindo que ocorre também maior absorção de N pelo cafeeiro e ou maior perda de N com a dose mais elevada.Item Diálogos de saberes no cultivo de hortas agroecológicas(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-28) Pereira, Adalgisa de Jesus; Venzon, Madelaine; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4795615T1; Oliveira, Marcelo Leles Romarco de; http://lattes.cnpq.br/9640368530350343; Cardoso, Irene Maria; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4761766J0; http://lattes.cnpq.br/2230919530706388; Muggler, Cristine Carole; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4798498U0; Casali, Vicente Wagner Dias; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783038Y4A produção de hortaliças pela agricultura familiar tem sido estimulada nos últimos anos através do Programa Nacional de Alimentação Escolar,do Programa de Aquisição de Alimento e da comercialização direta ao consumidor. A agricultura familiar produz alimentos não somente em quantidade, mas também com qualidade. A agricultura familiar agroecológica não utiliza agrotóxicos e faz uso de práticas de manejo visando conservar o solo, a água e a biodiversidade. Estes agricultores são capazes de inovar construindo novidades produtivas de maneira individual e coletiva, interagindo com outros atores sociais. Eles, muitas vezes, não seguem um pacote de tecnologias, porém as desenvolvem mediante práticas sociais, são as chamadas tecnologias sociais. Muitas destas tecnologias sociais e práticas agroecológicas, entretanto, não são ou são pouco socializadas e dentre as causas está a falta de sistematização das experiências. A partir da necessidade de conhecer experiências inovadoras na agricultura familiar esse trabalho teve por objetivo resgatar e analisar, de forma participativa, através do diálogo com as famílias de agricultores, as tecnologias sociais e práticas agroecológicas desenvolvidas na horticultura familiar. Especificamente objetivou-se a) identificar o contexto produtivo dos agricultores/as; b) identificar e sistematizar de forma participativa e socializar as tecnologias sociais e práticas utilizadas pelos agricultores/as agroecológicos no manejo de suas hortas e; c) avaliar o potencial inseticida do extrato de Agave americana var. marginata Trel (agave),no controle de Brevicoryne brassica Lineaus (pulgão),em cultivos de Brassica oleracea Lineaus (couve). A pesquisa foi realizada com agricultores/as agroecológicos/as que comercializam seus produtos via Rede de Prossumidores Raízes da Mata. A sistematização das práticas agroecológicas foi feita por meio de visitas, entrevistas semi-estruturadas e caminhadas pelas hortas. Durante as visitas, as tecnologias sociais e as práticas agroecológicas encontradas foram relatadas e descritas com o maior detalhadamente possível. Para socializar as práticas agroecológicas sistematizadas foram feitos intercâmbios, durante os quais instalações pedagógicas foram preparadas para representar cenários das hortas, tecnologias sociais e práticas identificadas. Durante os intercâmbios a calda A. americana,utilizada por um agricultor em cultivos de B. oleracea no controle de B. brassica, foi escolhida como uma prática inovadora a ser experimentada de forma participativa.Foram montados três ensaios, dois a campo e um em laboratório. O primeiro ensaio foi composto pelos tratamentos: piteira e leite; piteira e água, leite e álcool; piteira e álcool; piteira e água e controle (água). No segundo experimento os tratamentos foram: piteira e leite; piteira diluída em água; piteira diluída em álcool; leite diluído na água; controle (água) e controle (álcool). O delineamento experimental nos dois experimentos foi em blocos casualizados, sendo o primeiro com cinco tratamentos e o segundo com seis tratamentos, ambos com cinco repetições. Seguindo o método utilizado pelo agricultor foi feita a primeira aplicação sem avaliação quantitativa no dia em que havia a maior quantidade de insetos, aos sete dias após a primeira aplicação foi feita a segunda aplicação e três dias (72 horas) após a segunda aplicação foram contados os números de pulgões mortos e vivos. O terceiro ensaio foi conduzido em laboratório e o objetivo foi averiguar o potencial inseticida do extrato aquoso da A. americana. Os tratamentos foram concentrações de 0,125, 0,25, 0,375, 0,5 0,75 g/ml de extrato de piteira, o controle (água) e o tratamento controle com um inseticida comercial à base de deltrametrina (3 ml/l). Os tratamentos foram aplicados em discos de couve de seis cm de diâmetro contendo 20 insetos por disco. As análises foram feitas as 3, 6, 12, 24, 48 e 72 horas após aplicação dos tratamentos. As práticas e tecnologias sociais mais encontradas referem-se ao uso de extratos ou caldas de plantas utilizadas no controle de insetos, a compostagem, o manejo da vegetação espontânea. Estas tecnologias e práticas não agridem o ambiente e facilitam o trabalho sem comprometer a produção. Os espaços de socialização e intercâmbios que ocorreram com maior frequências versaram sobre estas práticas e tecnologias sociais. Os intercâmbios foram eficientes para se discutir e conhecer formas alternativas de manejo das hortas que facilitam o trabalho diário sem comprometer a produção. As limitações e problemas ambientais, econômicos e técnicos foram percebidos como oportunidades para gerar as novas práticas agroecológicas ou resgatar as que já foram utilizadas. As informações passadas dos pais aos filhos e as trocas de experiência entre os vários atores sociais possibilitam a criação e redesenho das práticas que podem ajudar no manejo das hortas. Os experimentos mostraram que a A. americana diminui a população de pulgões, sendo indicado o uso em hortas agroecológicas. Entretanto, na bibliografia consultada não foram encontradas muitas referências sobre o potencial inseticida da A. americana quando comparado com os trabalhos publicados sobre outras espécies de agaves, devendo ser, portanto objeto de aprofundamento em futuros estudos.Item Teor de vitamina C, acúmulo de minerais e produção de rabanetes submetidos a diferentes adubações(Universidade Federal de Viçosa, 2014-02-28) Custódio, Aldo Max; Sant ana, Helena Maria Pinheiro; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4791293J1; Dias, Luiz Antonio dos Santos; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4763137P6; Freitas, Gilberto Bernardo de; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4723149T6; http://lattes.cnpq.br/1589012887867873; Lima Neto, Izaias da Silva; http://lattes.cnpq.br/7725821903335799; Barrella, Tatiana Pires; http://lattes.cnpq.br/9138274506570489; Martinez, Hermínia Emília Prieto; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788276P4A adubação é um dos principais fatores que afetam o desenvolvimento, a produtividade e qualidade final das culturas agrícolas. Estudos sobre o rendimento das culturas e extração e acúmulo de minerais em função do tipo de adubação e/ou doses de fertilizantes são importantes para subsidiar estratégias de adubação das culturas que garantam bons rendimentos, e a máxima eficiência no uso dos fertilizantes. Além disso, o conhecimento dos teores de nutrientes extraídos ou produzidos e acumulados pelas culturas revela seu potencial nutritivo para o homem. Para a cultura do rabanete (Raphanus sativus L.) há uma carência de estudos analisando os efeitos da adubação sobre seu valor nutricional e desempenho produtivo. Diante disso, foram realizados dois experimentos com o objetivo de avaliar a produção, acúmulo de minerais e teor de vitamina C em rabanetes cultivados com diferentes tipos de adubações e doses. No primeiro experimento, plantas de rabanetes foram cultivadas em casa de vegetação, com delineamento em blocos casualizados, com oito tratamentos - adubação mineral, adubação orgânica (quatro doses) e adubação organomineral (três proporções) - e quatro repetições. A unidade experimental foi um vaso constituído por três plantas. Foram avaliadas: produção de raiz (g/planta) e o teor total de vitamina C (mg 100g-1). Neste estudo, as adubações organomineral apresentaram as maiores produtividades, enquanto os rabanetes com adubação orgânica apresentaram teores mais elevados de vitamina C, corroborando com outros estudos encontrados na literatura. As doses crescentes de adubação orgânica levaram a um aumento da produção do rabanete até a dose estimada de 101 g/planta, e reduziram o teor de vitamina C na ordem de 28%. A adubação organomineral mostrou o melhor equilíbrio entre produção e qualidade nutricional (teor de Vitamina C). No segundo experimento, os rabanetes foram cultivados com dez tratamento, sendo cinco níveis de adubação mineral e cinco níveis de adubação orgânica (composto orgânico + sulfato de potássio). Foram avaliados a produção de matéria fresca da raiz, matéria seca da raiz e matéria seca da parte aérea das plantas e; extração e acúmulo de minerais (N, K, P, Ca, Mg, S, Zn, Cu, Fe e Mn) em função das doses de fertilizantes. Além disso, foi calculada a matéria seca relativa da raiz. Os níveis de adubação mineral e adubação orgânica tiveram efeito positivo em todas as variáveis de produção analisadas, por outro lado, reduziram a matéria seca relativa das raízes. Os teores de N, P e K aumentaram nos tecidos das plantas com o aumento nas adubações. Os teores de Ca, Mg e Cu diminuíram na adubação com NPK. A adubação mineral resultou em boa produção em relação ao esperado. Já a adubação orgânica apresentou produção aquém das obtidas com adubação mineral. Independente da adubação e níveis, a ordem de extração de nutrientes pela cultura foi: K>N>Ca>P>S>Mg e Fe>Mn>Zn>Cu. A partir dos experimentos, conclui-se que a produção, extração e acúmulo de minerais e teor de vitamina C do rabanete são afetados pelo tipo de adubação e pelas doses de fertilizantes utilizados.Item Coberturas vegetais no sistema de plantio direto orgânico de milho(Universidade Federal de Viçosa, 2014-07-15) Coelho, Steliane Pereira; Barrella, Tatiana Pires; http://lattes.cnpq.br/9138274506570489; Cecon, Paulo Roberto; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4788114T5; Galvão, João Carlos Cardoso; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4784805H4; http://lattes.cnpq.br/3751024522185357; Casali, Vicente Wagner Dias; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4783038Y4; Berger, Paulo Geraldo; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4721101J6O plantio direto quando realizado sob manejo orgânico, enfrenta como maior dificuldade o controle das plantas daninhas. Manejos mais eficientes das plantas daninhas podem ser alcançados com o conhecimento de sua modificação no tempo. A população de plantas daninhas é modificada de acordo com o manejo realizado, uma vez que o uso de plantas de cobertura no plantio direto orgânico modifica a dinâmica dessas plantas. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito coberturas vegetais sobre as plantas daninhas e produtividade de milho em sistema de plantio direto orgânico. O experimento foi instalado no esquema fatorial 5 x 2, cinco plantas de cobertura e dois sistema de cultivo, no delineamento em blocos casualizados, com 4 repetições, compondo 40 unidades experimentais. Os tratamentos avaliados foram compostos de cinco coberturas: coquetel recomendado, coquetel UFV, aveia- preta, girassol e testemunha e dois sistemas de cultivo (milho solteiro e milho consorciado com feijão-de-porco). Os coquetéis foram compostos por sete culturas: aveia-preta, milho, sorgo, girassol, soja, feijão-guandu e feijão-de-porco, diferindo apenas na quantidade de semente utilizada. Quanto ao coquetel recomendado utilizou para cada cultura a proporção de 15% de sementes em relação à quantidade recomendada por hectare. No coquetel UFV foi utilizado a quantidade de sementes indicada para o cultivo em monocultura/ha -1 de cada espécie. Foi realizada análise fitossociológica das plantas daninhas e de similaridade no estádio V2, V5 e R1 da cultura do milho. Avaliou-se, ainda, a altura de plantas, altura da inserção de espiga, diâmetro do colmo, peso de grãos e a produtividade de grãos da cultura do milho. A produção de massa seca das plantas de cobertura do coquetel UFV e coquetel recomendado foram superiores. A tiririca apresentou maior importância relativa em todos os tratamentos. Nesse sentido, as plantas de cobertura proporcionaram redução na massa seca das plantas daninhas em todas as épocas avaliadas. A aveia-preta e o coquetel UFV foram eficientes na redução de massa seca e do número de plantas daninhas nas épocas avaliadas. A cobertura do girassol apresentou similaridade com a testemunha. As plantas de cobertura do coquetel UFV e aveia-preta proporcionaram as maiores produtividades de milho. O sistema de cultivo consorciado apresentou melhor desempenho para peso de grãos e produtividade. As coberturas formadas por aveia-preta e pelo coquetel UFV são alternativas na supressão de plantas daninhas e favorecem a produtividade do milho no plantio direto orgânico.Item Cultivo de feijoeiro solteiro e consorciado com cafeeiros em sucessão a leguminosas(Universidade Federal de Viçosa, 2014-07-28) Sousa, Filipe Fernandes de; Santos, Ricardo Henrique Silva; http://lattes.cnpq.br/3751333542741383O pré-cultivo de leguminosas ao feijoeiro é estratégia importante para suprir parte da demanda do N desta cultura, bastante exigente neste nutriente. Com essa prática é possível incorporar o N atmosférico ao agroecossistema, disponibilizá-lo ao feijoeiro, podendo em diversos casos substituir parcialmente ou totalmente a adubação nitrogenada. Entretanto, essa prática carece de estudos que possam contribuir para maximizar a absorção pelo feijoeiro do N disponibilizado pelos pré-cultivos para que haja influência sobre o seu desempenho produtivo. Neste sentido, foram realizados dois experimentos para avaliar espécies de leguminosas em pré-cultivo e sua influência sobre o feijoeiro em cultivo consorciado e solteiro. No primeiro, nas condições de agricultor familiar, os pré-cultivos avaliados foram as leguminosas feijão-de-porco, e lablabe, além de uma testemunha representada pela vegetação espontânea. Foi adotado o delineamento de blocos casualizados com oito repetições, onde cada entrelinha de cafeeiros representou um bloco. As variáveis analisadas foram a produtividade de matéria fresca e seca, teor e acúmulo de N, e a contribuição da FBN nos pré-cultivos, e a produtividade do feijão cultivado em sucessão. Neste estudo, o feijão-de-porco foi a leguminosa que apresentou a maior produção de matéria fresca e seca (19,04 e 4,25 t ha-1, respectivamente), acumulou mais N (113,99 kg ha-1) e aportou a maior quantidade de N-FBN ao sistema (49,18 kg ha-1). O pré-cultivo com leguminosas não elevou a produtividade do feijoeiro cultivado em sucessão, a qual apresentou média de 877 kg ha-1. No segundo estudo, em cultivo solteiro, foram avaliadas as mesmas espécies de leguminosas, feijão-de-porco e a lablabe em pré-cultivo, além da testemunha representada pela vegetação espontânea, e a influência sobre o feijoeiro em duas épocas de cultivo. Para avaliar os pré-cultivos foi adotado o delineamento de blocos casualizados com dez repetições. Para avaliação do feijoeiro cultivado em sucessão, foi utilizada metade da área na época da “seca” e outra metade para a época “das águas”. Nesta segunda etapa o delineamento também foi em blocos casualizados, mas adotado o esquema de parcela subdividida com cinco repetições, onde nas parcelas principais foram alocadas as épocas de cultivo e nas sub- parcelas os pré-cultivos. As variáveis analisadas foram a produtividade de matéria fresca e seca, teor e acúmulo de N, e a contribuição da FBN nos pré-cultivos, e no feijoeiro foi analisado o teor de N nas folhas, os componentes de produção e a produtividade. Neste estudo, o Feijão-de-porco também foi a leguminosa que apresentou a maior produção de massa e aportou a maior quantidade de N-FBN ao agroecossistema. Nas duas épocas avaliadas as leguminosas favoreceram a nutrição do feijoeiro e influenciaram positivamente a produção de vagens desta cultura. E o pré-cultivo com leguminosas elevou a produtividade do feijoeiro cultivado em sucessão.Item Zoneamento agroclimático para cultura do café em Angola(Universidade Federal de Viçosa, 2014-09-11) Ngolo, Aristides Osvaldo; Fernandez Filho, Elpidio Inácio; http://lattes.cnpq.br/8805257112137480Angola na década de 70 ocupava lugar de destaque na produção de café em nível mundial. Na atualidade, o governo angolano busca recuperar sua antiga produção com o incentivo ao aumento da produção a partir da disponibilização de programas de financiamento agrícola aos produtores familiares que representam a maioria dos cafeicultores. Neste sentido, o conhecimento das áreas com aptidão agroclimáticas poderá contribuir para o maior sucesso do investimento em novos plantios nas áreas reconhecidamente indicadas para cultivo do café, bem como orientar na escolha das variedades mais adaptadas às regiões recomendadas ao cultivo mas que apresentam restrições quer hídricas ou térmicas. Desse modo, objetivou-se com o presente trabalho realizar um zoneamento agroclimático para cultura do café, visando constituir uma ferramenta fundamental no estabelecimento de diretrizes e prioridades para a revitalização da cafeicultura no país considerando suas particularidades climáticas em razão das necessidades da cultura. Foram então utilizados dados de temperatura média anual, precipitação total e efetiva. Foi realizado o balanço hídrico e calculada a deficiência hídrica anual para todos os 163 municípios de Angola e de regiões limítrofes. Utilizou-se o software ARCGIS versão 10.1 para espacialização dos resultados. Os resultados revelam que, considerando-se a precipitação efetiva, aproximadamente 1 % da área total de Angola (1.246.700 kmz) pode ser considerada apta, 20 % considerada marginal e as demais áreas consideradas inaptas ao cultivo do café arábica. Para o café robusta, 8 % da área total de Angola são consideradas marginais, 1 % considerada apta e as demais áreas consideradas inaptas para o cultivo do café robusta. Considerando-se a precipitação total para a realização do zoneamento, aproximadamente 2 % do território de Angola são considerados aptos para o cultivo da espécie arábica, 27,5 % são consideradas como áreas marginas e 71,4 % são áreas consideradas inaptas para o cultivo. Com relação ao robusta, aproximadamente 1 % da área total de Angola pode ser considerada apta, 11,8 % consideradas marginais e as demais áreas consideradas inaptas para o cultivo.Item Formação superior em agroecologia e educação do campo: práticas sociais que transbordam áreas de conhecimento(Universidade Federal de Viçosa, 2014-12-08) Gomes, Thiago Oliveira; Machado, Théa Mirian Medeiros; http://lattes.cnpq.br/6875336264044497Os dados foram obtidos junto ao Ministério da Educação – MEC, ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Escolares Anísio Teixeira – INEP e os Projetos Políticos Pedagógicos dos Cursos (PPPCs) junto às secretarias de seus departamentos e pró-reitorias. O item ̳Sumário‘ destes PPPCs foi submetido à análise de conteúdo e à análise de frequência de palavras utilizando os softwares NVIVO©, Manyeyes©, e do grupo linguística.insite©. A matriz curricular foi sistematizada de acordo com a tabela das áreas de conhecimento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). No estudo de caso da Licenciatura em Educação do Campo - LICENA, da Universidade Federal de Viçosa – UFV foram acessados documentos oficiais do curso após autorização concedida pelo Departamento de Educação. As aulas referentes ao ̳segundo tempo-universidade‘ tiveram os dados das ̳avaliações anônimas‘ tabuladas, conforme previsto no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Dados também foram coletados pelo método de ̳observação não participante‘, registrado em caderno de campo, com o consentimento dos docentes responsáveis. Os cursos de Agroecologia (n=25) são oferecidos em 12 ̳Institutos Federais de Ciência, Educação e Tecnologia‘ (IFS) e 13 Universidades nas modalidades Tecnólogo (Tecg, n=23) e Bacharelado (BSc, n=6). Os cursos de ̳LICENA e Pedagogia da Terra‘ são numerosos (n=65) em 40 diferentes instituições. No estudo de gênero, o percentual masculino concluinte (62,2%) foi majoritário nos cursos de Agroecologia, mas não nos cursos de Educação do Campo (36,2%). Na região Centro-Oeste do país o número de candidatos a vagas nos cursos de Agroecologia e Educação do Campo, foi a maior que nas demais Grandes Regiões, denotando a necessidade de abertura de mais cursos nesta Região. A atuação na educação formal e não formal dos profissionais de Agroecologia e Educação do Campo está diretamente associada a disciplinas das Ciências Naturais e Agrárias, nas escolas de ensino fundamental e médio e na extensão rural através de metodologias participativas com grupos de agricultores familiares. O item ̳Justificativa‘ dos PPPCs em Agroecologia e Educação do Campo direcionam a ação do profissional para a atuação local e regional, prioritariamente. A análise de palavras no item ̳Objetivo‘ dos PPPCs em Agroecologia formou as expressões: ―formar profissionais‖ e ―agricultura familiar‖ e, em Educação do Campo formou ―educação do campo‖ e ―escolas do campo‖. Os cursos que possuem a Agroecologia como uma de suas vertentes de formação predominam, na sua constituição, as Grandes Áreas da tabela da Capes ̳Ciências Agrárias‘, ̳Ciências Humanas‘ e ̳Multidisciplinar‘. As matrizes curriculares dos cursos permitiram traçar o perfil de suas origens, com base na epistemologia, que apontaram para o surgimento destas. ̳Tecg e BSc em Agroecologia‘ as têm nas Ciências Agrárias, enquanto ̳LICENA e Pedagogia da Terra‘ nas Ciências Humanas. No estudo de caso, para o curso de LICENA/UFV preconiza-se utilizar a ̳Agroecologia‘ como princípio formativo para a docência em ̳Ciências da Natureza‘, na atuação dos futuros egressos em suas comunidades na agricultura; enquanto que ̳Multidisciplinar‘ pode ser preconizada como instrumento pedagógico de trabalho dos futuros egressos e a relação com as disciplinas ̳Física‘, ̳Matemática‘, ̳Química‘ e ̳Biologia‘. Seria reducionista, contudo, classificar a Agroecologia apenas como ̳Ciências da Natureza‘, pois incluí enfoques humanísticos e econômicos, entre outros. A sistematização das áreas de conhecimento dos cursos analisados transborda a classificação atual das áreas de conhecimento da CAPES o que denota a necessidade de revisão desta, de forma a melhor atender estes cursos. A pesquisa exploratória utilizada para realizar este estudo pode oferecer subsídios tanto para a elaboração de políticas públicas bem como para pesquisas futuras.Item Incêndios florestais, diálogos e interações entre agricultores do entorno de unidade de conservação(Universidade Federal de Viçosa, 2014-12-15) Mendes, Ana Eurica de Oliveira; Muggler, Cristine Carole; http://lattes.cnpq.br/8016960627191581O parque está localizado na Zona da Mata de Minas Gerais, nos municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Pedra Bonita, Sericita, Muriaé e Divino. Uma das principais ameaças que o PESB sofre está relacionada aos incêndios, decorrentes do uso do fogo na agricultura e pecuária. O fogo é utilizado para limpeza de áreas e, muitas vezes, resulta em incêndios intencionais ou acidentais. Nos últimos anos, a frequência e intensidade de incêndios no entorno e dentro do PESB foram diferentes nas diversas regiões do parque, levando a percepção de que há menos uso do fogo em algumas comunidades do que em outras. Nas comunidades do entorno do PESB residem cerca de 1900 famílias agricultoras, cuja principal fonte de renda é o café. Durante o processo de criação do PESB as famílias do entorno se mobilizaram para evitar a perda de suas terras produtivas. Esta mobilização se deu a partir de 1993 com a realização de um diagnóstico rural participativo (DRP). Esse foi um processo inédito, e levou à redefinição da área e dos limites do PESB. Outra preocupação apontada naquele DRP foi o enfraquecimento das terras. A discussão acerca da recuperação dos solos deu origem a processos de experimentação participativa com sistemas agroflorestais (SAFs), que iniciaram a transição agroecológica hoje existente em várias comunidades do entorno do parque, com destaque para o município de Araponga. Esta pesquisa teve como objetivo analisar a ocorrência de incêndios na região e compreender porque ocorrem mais incêndios em algumas regiões do entorno do Parque do que em outras, e se há relação entre a ocorrência de incêndios com o processo participativo de criação do PESB e o uso de Sistemas Agroflorestais (SAFs) por uma parte das famílias. A pesquisa consistiu de pesquisa documental e de pesquisa-ação, e nesta foram utilizadas e adaptadas diferentes metodologias participativas, tais como observação participante, entrevistas semiestruturadas, Círculo de Cultura e Instalações Artístico-pedagógicas. O levantamento e análise dos incêndios ocorridos no PESB e nos municípios de seu entorno no período de 2008 a 2013, mostrou maior incidência destes no município de Pedra Bonita, na região norte do PESB em contraste ao município de Araponga, onde foi registrado o menor número. Dessa forma, as etapas xiiiseguintes da pesquisa foram realizadas nos municípios de Pedra Bonita e Araponga, onde este município entrou como referencia para a análise dos dados do primeiro. Foram realizadas visitas e entrevistas semiestruturadas nas comunidades de Matipó (Pedra Bonita) e Araponga (São Joaquim, Estouros Brigadeiro, Praia D`Anta), para conhecer o modo de vida, as percepções ambientais e as práticas agrícolas das famílias. Estas foram seguidas pela realização de três intercâmbios entre famílias agricultoras dos dois municípios. As famílias de Araponga se assumem agroecológicas e participam de associações e movimentos sociais. A ausência desses movimentos em Pedra Bonita dificulta o diálogo e a interação entre as famílias, em especial no que se refere às questões ambientais e práticas agrícolas. Embora haja entre estes a preocupação ambiental e, até mesmo a utilização de práticas agroflorestais sem a intencionalidade da transição agroecológica, observam-se mais impactos ambientais que explicam o maior número de incêndios nesta região. Os intercâmbios possibilitaram a interação e a troca de conhecimentos entre as famílias agriculturas dos municípios e levaram a reflexões em relação a práticas agrícolas inadequadas, que estão muitas vezes associadas a uma questão cultural. A promoção do diálogo e da partilha entre os agricultores por meio dos intercâmbios apresenta possibilidades reais de transformação dessa realidade, que já puderam ser observadas ao longo da pesquisa. Além disso, foi possível ampliar a interlocução entre as famílias do entornoeo PESB, e ainda estabelecer diálogos e interações entre comunidades e municípios.Item Resíduos avícolas na produção de milho e qualidade da silagem(Universidade Federal de Viçosa, 2015-02-13) Campos, Silvane de Almeida; Lana, Rogério de Paula; http://lattes.cnpq.br/2846282849996166Na literatura, há carência de trabalhos que avaliam a adubação orgânica com resíduos da atividade avícola sobre a produção do milho. Desta forma, a cama aviária e o esterco de galinha poedeira constituem excelente opção, pois são considerados particularmente ricos em nutrientes, em comparação a outros estercos comumente utilizados na agricultura. Neste contexto, foram realizados dois experimentos com o objetivo de avaliar a produtividade de milho variedade UFVM-100 para silagem em resposta à aplicação de doses de cama aviária (Capítulo 1) e esterco de galinha poedeira (Capítulo 2) em cobertura e a qualidade da silagem produzida. Em cada experimento, as plantas de milho foram cultivadas em parcelas de 20 m2, dispostas lado a lado em blocos casualizados, com seis tratamentos e quatro repetições. No experimento 1, utilizaram-se seis doses (0,0; 1,5; 3,0; 4,5; 6,0 e 7,5 t ha-1) de cama aviária curtida, aplicadas e incorporadas ao lado da linha de plantio e, no experimento 2, empregaram-se seis doses (0,00; 0,75; 1,50; 2,25; 3,00 e 3,75 t ha-1) de esterco de galinha poedeira curtido, com a mesma forma de aplicação do experimento 1. No momento propício à colheita da forragem, foram avaliadas a altura de planta e de espiga, o diâmetro do colmo, a prolificidade, o peso de espiga, a proporção de espigas na matéria verde, a produtividade de matéria verde e seca de plantas. Após as avaliações, a forragem foi ensilada em silos experimentais por 64 e 65 dias. Em relação à qualidade da silagem, avaliaram-se os teores de matéria seca e de proteína bruta, perdas por gases e efluente, perda de matéria seca total e recuperação de matéria seca da silagem. Nos dois trabalhos, dentre as características agronômicas avaliadas, houve efeito significativo apenas para a produtividade de matéria verde e seca de plantas, que obtiveram incremento linear em resposta ao aumento nas doses de adubação aplicadas, e não se constatou efeito estatístico significativo sobre as características avaliadas na silagem. Nas condições dos experimentos, recomenda-se a aplicação de 7,5 t ha-1 de cama aviária e de 3,75 t ha-1 de esterco de galinha poedeira na cultura de milho destinado à ensilagem para a obtenção de produtividades de matéria verde e seca de plantas acima de 30 e 10 t ha-1, respectivamente. Conclui-se, também, que a adubação orgânica com cama aviária ou esterco de poedeira não interferiu nas características qualitativas da silagem.