Score evaluation for the consumption of ultra-processed foods in children and its relationship with cardiometabolic risk

Abstract

Ultra-processed foods (UPF) are industrial formulations nutritionally unbalanced and highly palatable. The high consumption of UPF is associated with development of metabolic alterations in children. However, considering that there is a diversity of UPF frequently consumed by children, it is necessary to evaluate a score specific for these foods, identifying their subgroups and their relationship with cardiometabolic risk. This study aimed to evaluate the score of ultra-processed food consumption in children and its relationship with cardiometabolic risk. Firstly, it was conducted a systematic review with the longitudinal evidence on the association between consumption of UPF and cardiometabolic risk. Data extraction of this systematic review followed the Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses guidelines. Study quality and risk of bias were assessed with the Newcastle-Ottawa Scale. Scopus, Science direct, Scielo, PubMed, and Google scholar databases were searched without any restriction on publication dates. Ten longitudinal studies were selected for this review, being four conducted with children and six with adults. The findings showed a positive association between the high consumption of UPF and cardiometabolic risk a long term, independent of the age (PROSPERO registration no: CRD42022327714). For the original investigation, it was carried out a cross-sectional study with 378 children aged 8 and 9 years attending in all urban public and private schools in Viçosa, Minas Gerais Brazil. A semi-structured questionnaire was applied to obtain sociodemographic and lifestyle information. The cardiometabolic risk was evaluated according to total and android body fat, lipid profile, blood pressure, uric acid, fasting glucose, and HOMA-IR. From the application of three 24-hour recalls, a score of UPF consumption was created with 24 items. From this list, three subgroups of UPF were obtained: "sugary foods and beverages", "fatty foods" and "salty foods and processed meats". Multivariate linear regression models were used to assess the association of the UPF score and its subgroups with cardiometabolic risk markers. The “sugary foods and beverages” score was positively associated with LDL-c and uric acid. Every 1 SDof "sugary foods and beverages” score was associated to 3.1 (95%CI: 0.8, 5.3) and 0.1 (95%CI: 0.1, 0.2) units higher in LDL-c and uric acid, respectively. The “salty foods and meat products” score was positively associated with total cholesterol and LDL-c. Every 1 SD of “salty foods and meat products” score was associated to 3.0 (95%CI: 0.2, 5.8) and 3.3 (95%CI: 1.0, 5.6) units higher in total cholesterol and LDL-c, respectively. Finally, UPF score was positively associated with LDL-c. Every 1 SD of UPF score was associated to 2.8 (95%CI: 0.6, 4.9) units higher in LDL-c. In conclusion of both investigations, it is important to implement effective strategies in the public health to prevent the excessive consumption of UPF and protect their effect in the long- term health, independent of age. In addition, the use of the score for the UPF consumption in childhood can be an easy and quick method to identify unhealthy eating habits and evaluate their associations (at whole and subgroups) with cardiometabolic risk at early age. Keywords: Eating. Cardiometabolic risk factors. Nutritional epidemiology.

Os alimentos ultraprocessados (AUP) são formulações industriais desbalanceadas nutricionalmente e de alta palatabilidade. O alto consumo de AUP está associado ao desenvolvimento de alterações metabólicas em crianças. No entanto, considerando que existe uma diversidade de AUP frequentemente consumidos por crianças, é necessário avaliar um escore específico de consumo destes alimentos, identificando seus subgrupos e suas relações com o risco cardiometabólico. Este estudo objetivou avaliar um escore de consumo de alimentos ultraprocessados em crianças e sua relação com o risco cardiometabólico. Primeiramente, foi realizada uma revisão sistemática com as evidências longitudinais sobre a associação entre o consumo de AUP e o risco cardiometabólico. A extração de dados desta revisão sistemática seguiu as diretrizes Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Análises. A qualidade dos estudos e o risco de viés foram avaliados pela Escala de Newcastle- Ottawa. As bases de dados Scopus, Science Direct, Scielo, PubMed e Google Acadêmico foram pesquisadas sem qualquer restrição de datas de publicação. Dez estudos longitudinais foram selecionados para esta revisão, sendo quatro realizados com crianças e seis com adultos. Os achados mostraram associação positiva entre o alto consumo de AUP e risco cardiometabólico a longo prazo, independente da idade (registro PROSPERO nº: CRD42022327714). Para a investigação original, foi realizado um estudo transversal com 378 crianças de 8 e 9 anos de escolas públicas e privadas de Viçosa, Minas Gerais, Brasil. Aplicou-se um questionário semiestruturado para obter informações sociodemográficas e de estilo de vida. O risco cardiometabólico foi avaliado de acordo com a gordura corporal total e androide, perfil lipídico, pressão arterial, ácido úrico, glicemia de jejum e HOMA-IR. A partir da aplicação de três recordatórios de 24 horas, um escore de consumo de AUP foi criado com 24 itens. A partir dessa lista, foram obtidos três subgrupos de AUP: "alimentos e bebidas açucarados", "alimentos gordurosos" e "alimentos salgados e embutidos". Modelos de regressão linear multivariada foram utilizados para avaliar a associaçãodo escore AUP e seus subgrupos com marcadores de risco cardiometabólico. O escore de alimentos e bebidas açucarados foi positivamente associado ao LDL-c e ao ácido úrico. Cada desvio-padrão do escore "alimentos e bebidas açucarados" foi associado ao aumento de 3,1 (IC 95%: 0,8, 5,3) e 0,1 (IC 95%: 0,1, 0,2) unidades no LDL-c e ácido úrico, respectivamente. O escore “alimentos salgados e embutidos” foi positivamente associada ao colesterol total e LDL-c. Cada desvio-padrão do escore “alimentos salgados e embutidos” foi associado ao aumento de 3,0 (IC 95%: 0,2, 5,8) e 3,3 (IC 95%: 1,0, 5,6) unidades no colesterol total e LDL-c, respectivamente. Por fim, o escore AUP foi positivamente associado ao LDL-c. Cada desvio-padrão de pontuação UPF foi associado ao aumento de 2,8 (IC 95%: 0,6, 4,9) unidades no LDL- c. Em conclusão de ambas as investigações, é importante implementar estratégias efetivas na saúde pública para prevenir o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e proteger os seus efeitos na saúde a longo prazo, independente da idade. Além disso, a utilização do escore AUP na infância pode ser um método fácil e rápido para identificar hábitos alimentares não saudáveis, e avaliar suas associações (escore total e subgrupos), com o risco cardiometabólico em idades precoces. Palavras-chave: Consumo Epidemiologia nutricional. alimentar. Fatores de risco cardiometabólico.